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COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR BECKER E SILVA ENSINO FUNDAMENTAL E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA 1) APRESENTAÇAO DA DISCIPLINA A Língua Portuguesa, enquanto disciplina escolar, passou a integrar os currículos escolares brasileiros somente nas últimas décadas do século XIX, depois de já há muito organizado o sistema de ensino. Contudo, a preocupação com a formação do professor dessa disciplina teve início apenas nos anos 30 do século XX. O conteúdo gramatical ganhou a denominação de Português e, em 1871, foi criado, no Brasil, por decreto imperial, o cargo de professor de Português. O ensino de Língua Portuguesa, nesse contexto, não poderia prescindir de propostas pedagógicas que levassem em conta as novas necessidades trazidas por esses alunos para o espaço escolar, ou seja, a presença de registros linguísticos e padrões culturais diferentes dos até então admitidos na escola. Segundo o Círculo de Bakhtin, a língua configura um espaço de interação entre sujeitos que se constituem através dessa interação. Ela mesma, a língua, só se constitui pelo uso, ou seja, movida pelos sujeitos que interagem. Essa concepção diverge das abordagens de cunho formalista estruturalista, que enfocam o caráter normativo da língua. Nessa perspectiva os fundamentos teóricos, que estão alicerçando a discussão sobre o ensino de Língua e Literatura, requerem novos posicionamentos em relação às práticas, pelo envolvimento direto de professores na construção de alternativas. Desse modo, o professor pode planejar uma ação pedagógica que permita ao aluno não só a leitura de textos para os quais já tenha construído uma competência, como também a leitura de textos mais difíceis, que impliquem o desenvolvimento de novas estratégias com a devida mediação do professor.

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COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR BECKER E SILVA ENSINO FUNDAMENTAL E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE

LÍNGUA PORTUGUESA

1) APRESENTAÇAO DA DISCIPLINA

A Língua Portuguesa, enquanto disciplina escolar, passou a integrar os

currículos escolares brasileiros somente nas últimas décadas do século XIX,

depois de já há muito organizado o sistema de ensino. Contudo, a preocupação

com a formação do professor dessa disciplina teve início apenas nos anos 30

do século XX. O conteúdo gramatical ganhou a denominação de Português e,

em 1871, foi criado, no Brasil, por decreto imperial, o cargo de professor de

Português.

O ensino de Língua Portuguesa, nesse contexto, não poderia prescindir

de propostas pedagógicas que levassem em conta as novas necessidades

trazidas por esses alunos para o espaço escolar, ou seja, a presença de

registros linguísticos e padrões culturais diferentes dos até então admitidos na

escola. Segundo o Círculo de Bakhtin, a língua configura um espaço de

interação entre sujeitos que se constituem através dessa interação. Ela

mesma, a língua, só se constitui pelo uso, ou seja, movida pelos sujeitos que

interagem. Essa concepção diverge das abordagens de cunho formalista

estruturalista, que enfocam o caráter normativo da língua.

Nessa perspectiva os fundamentos teóricos, que estão alicerçando a

discussão sobre o ensino de Língua e Literatura, requerem novos

posicionamentos em relação às práticas, pelo envolvimento direto de

professores na construção de alternativas.

Desse modo, o professor pode planejar uma ação pedagógica que

permita ao aluno não só a leitura de textos para os quais já tenha construído

uma competência, como também a leitura de textos mais difíceis, que

impliquem o desenvolvimento de novas estratégias com a devida mediação do

professor.

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Nessa perspectiva, as aulas de Língua Portuguesa/Literatura

possibilitam aos alunos a ampliação do uso das linguagens verbais e não

verbais através do contato direto com textos dos mais variados gêneros,

engendrados pelas necessidades humanas. É necessário que a inclusão da

diversidade textual dê conta de relacionar os gêneros com as atividades sociais

onde eles se constituem.

Acrescente-se a isso, que o fato de a Língua ser o meio e o suporte de

outros conhecimentos torna o professor de Língua Portuguesa um agente

eficaz, propiciador das relações inter e multidisciplinares.

Assim, o aluno poderá reconhecer a gramática não como um

aglomerado de inadequações explicativas sobre os fatos da língua, mas como

um documento de consulta para muitas das dúvidas que temos sobre como

agir em relação aos padrões normativos exigidos pela escrita.

A língua então configura um espaço de interação entre sujeitos que se

constituem através dessa interação. Ela mesma, a língua, só se constitui pelo

uso, movida pelos sujeitos que interagem. Essa concepção diverge das

abordagens de cunho formalista-estruturalista que enfocam o caráter normativo

da língua.

Embora tenha ocorrido um avanço teórico considerável nas pesquisas

acerca do ensino da língua, com enfoque nas práticas discursivas, o que se

percebe é que houve uma apropriação, por grande parte dos professores, dos

novos conceitos, sem que isso se refletisse na mudança efetiva de sua prática.

A busca da superação desse ensino normativo, historiográfico, e a

crescente valorização do leitor, bem como com a percepção da impossibilidade

de totalização ou centralização referencial, só recentemente tem alcançado os

estudos curriculares e, particularmente, os ensinos de Língua e Literatura, seja

através do impacto dos pensadores contemporâneos como Deleuze, Foucault,

Derrida e Barthes, seja através dos novos campos de saber ou novos espaços

teóricos como a Análise do Discurso, Teoria da Enunciação, Teorias da Leitura,

Pensamento da Desconstrução, etc.

Os fundamentos teóricos que estão alicerçando a discussão sobre o

ensino de Língua e Literatura requerem novos posicionamentos em relação às

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práticas de ensino, seja pela discussão crítica dessas práticas, seja pelo

envolvimento direto dos professores na construção de alternativas.

Pensar o ensino da Língua e da Literatura implica pensar também nas

contradições, nas diferenças e nos paradoxos do quadro complexo da

contemporaneidade. A rapidez das mudanças ocorridas no meio social e a

percepção das inúmeras relações de poder presentes nas teias discursivas que

atravessam o campo social, constituindo-o e recebendo, concomitantemente,

seus influxos, estão a requerer, dos professores, uma mudança de

posicionamento no que se refere a sua própria ação pedagógica.

O trabalho pedagógico com a Língua Portuguesa/Literatura, considera

o processo dinâmico e histórico dos agentes na interação verbal, tanto na

constituição social da linguagem, quanto dos sujeitos que por meio dela

interagem,

A linguagem, nessa concepção, é vista como de ação entre sujeitos

histórica e socialmente situados que se constituem e constituem uns aos outros

em suas relações dialógicas. À medida que possibilita a interação e a

constituição humanas, ela pode ser considerada como trabalho e produto do

trabalho.

“Nessa concepção de língua, o texto é visto como lugar onde os

participantes da interação dialógica se constroem e são construídos. Todo texto

é, assim, articulação de discursos, são vozes que se materializam, é ato

humano, é linguagem em uso efetivo. Acrescente-se a isso que as

considerações de Bakhtin sobre o lugar da fala trazem para o âmbito da

discursividade as relações de poder estabelecidas na sociedade.” (BAKHTIN,

1992)

Texto, então, configura-se não apenas como a formalização do

discurso oral ou escrito, mas como evento que tem sua abrangência no antes,

as condições de produção, de elaboração, e no depois da formalização, a

leitura ou, segundo Bakhtin (1992), a atitude responsiva ativa, caracterizando o

texto como evento que se concretize realmente na interação e, por isso

mesmo, não é compreendido apenas nos limites formais. Acrescente-se a isso

uma perspectiva teórica que considera que o texto extrapola seus limites

para abranger, na malha discursiva, aquilo que o antecedeu e também aquilo

que a ele se soma.

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O texto ou discurso configura-se, pois, como uma atividade

comunicativa que se realiza por meio de signos verbais, ou seja, por meio da

língua oral e escrita.

Nos dois casos, independente de sua extensão, o texto deve ser

entendido como unidade discursiva em que se reconhece sentido ou como uma

unidade potencializadora de sentidos.

Considere-se, ainda, a perspectiva do multiletramento nas práticas a

serem adotadas na disciplina de Língua Portuguesa/Literatura, tendo em vista

o papel de suporte para todo o conhecimento exercido pela língua materna.

Assumindo-se a concepção de língua como discurso que se efetiva nas

diferentes práticas sociais, os objetivos a seguir fundamentarão todo o

processo de ensino:

empregar a língua oral em diferentes situações de uso,

sabendo adequá-la a cada contexto e interlocutor, descobrindo as

intenções que estão implícitas nos discursos do cotidiano e

posicionando-se diante dos mesmos;

desenvolver o uso da língua escrita em situações

discursivas realizadas por meio de práticas sociais, considerando-se os

interlocutores, os seus objetivos, o assunto tratado, os gêneros e

suportes textuais e o contexto de produção/leitura;

refletir sobre os textos produzidos, lidos ou ouvidos,

atualizando o gênero e tipo de texto, assim como os elementos

gramaticais empregados na sua organização;

aprimorar, pelo contato com os textos literários, a

capacidade de pensamento crítico e a sensibilidade estética dos alunos,

propiciando através da Literatura, a constituição de um espaço dialógico

que permita a expansão lúdica do trabalho com as práticas da oralidade,

da leitura e da escrita.

Tais objetivos e as práticas deles decorrentes supõem um processo

longitudinal de ensino e aprendizagem que, por meio da inserção e

participação dos alunos em processos interativos com a língua oral e escrita,

inicia-se na alfabetização, consolida-se no decurso da vida acadêmica do aluno

e não se esgota no período escolar, mas se estende por toda a sua vida.

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Práticas Discursivas

No processo de ensino e aprendizagem da língua, assume-se o texto

verbal – oral ou escrito – e também as outras linguagens, tendo em vista o

multiletramento, como unidade básica, como prática discursiva que se

manifesta em enunciações concretas, cujas formas são estabelecidas na

dinamicidade que caracteriza o trabalho com experiências reais de uso da

língua.

A ação pedagógica referente à língua, portanto, precisa pautar-se na

interlocução, em atividades planejadas que possibilitem ao aluno não só a

leitura e a expressão oral ou escrita, mas, também, refletir sobre o uso que faz

da linguagem nos diferentes contextos e situações. Essas ações estão

circunscritas no domínio da discursividade, ou seja, o conteúdo estruturante da

Língua Portuguesa/Literatura é o discurso enquanto prática social.

Prática da oralidade

A escola tem agido, tradicionalmente, como se a escrita fosse a língua,

ou como se todos os que ingressam na escola falassem da mesma forma. Na

escola, nossa racionalidade se exercita com a escrita, desconsiderando a

oralidade. No entanto, vale considerar que as possibilidades de trabalho com a

oralidade são muito ricas e apontam diferentes caminhos.

Considerando-se a língua em sua perspectiva histórica e social, esse

trabalho precisa pautar-se em situações reais de uso da fala, valorizando-se a

produção de discursos nos quais o aluno realmente se constitua como sujeito

do processo interativo.

É partindo, pois, dessa realidade que o professor deve planejar e

desenvolver um trabalho com a oralidade que, gradativamente, permita ao

aluno não só conhecer e usar também a outra variedade lingüística, a padrão,

como também entender a necessidade desse uso em determinados contextos

sociais.

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Prática da leitura

Nestas diretrizes entende-se a leitura como um processo de produção

de sentido que se dá a partir de interações sociais ou relações dialógicas que

acontecem entre o texto e o leitor.

É nessa dimensão dialógica, discursiva, intertextual, aberta a toda sorte

de contágio, que a leitura deve ser experienciada, desde a alfabetização.

Ressalta-se, ainda, a oportunidade que os textos literários dão ao seus leitores

de escapar do realismo midiático movimentando-os pelo tempo do imaginário.

Desse modo, o professor pode planejar uma ação pedagógica que

permita ao aluno não só a leitura de textos para os quais já tenha construído

uma competência, como também a leitura de textos mais difíceis, que

impliquem o desenvolvimento de novas estratégias com a devida mediação do

professor.

Prática da escrita

Em relação à escrita, ressalte-se que as condições em que a produção

acontece (quem escreve, o que, para quem, para que, por que, quando, onde e

como se escreve) é que determinam o texto. Além disso, cada gênero textual

tem suas peculiaridades: a composição, a estrutura e o estilo do texto variam

conforme se produza uma história, um poema, um bilhete, uma receita, um

texto de opinião, ou um outro tipo de texto. Essas e outras composições

precisam circular na sala de aula como experiências reais de uso e não a partir

de conceitos e definições de diferentes modelos de textos.

Nessa perspectiva, as aulas de Língua Portuguesa/Literatura

possibilitam aos alunos a ampliação do uso das linguagens verbais e não

verbais através do contato direto com textos dos mais variados gêneros,

engendrados pelas necessidades humanas. É necessário que a inclusão da

diversidade textual dê conta de relacionar os gêneros com as atividades sociais

onde eles se constituem.

Acrescente-se a isso que o fato de a Língua ser o meio e o suporte de

outros conhecimentos torna o professor de Língua Portuguesa um agente

eficaz, propiciando das relações inter e multidisciplinares.

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Análise Linguística e as práticas discursivas.

Nas interações, o professor poderá instigar no aluno a percepção da

multiplicidade de usos e funções da língua, o reconhecimento das diferentes

possibilidades de ligações e de construções frasais, a reflexão sobre essas e

outras particularidades lingüísticas observadas no texto, conduzindo-o às

atividades metalingüísticas, à construção gradativa de um saber lingüístico

mais elaborado, a um falar sobre a língua.

É importante frisar que a escolha, pelo professor, deste ou daquele

conteúdo, nesta ou naquela série, vai depender dos conhecimentos prévios e

do desenvolvimento cognitivo e lingüístico dos alunos, bem como, das

possibilidades de reflexão que cada texto oferece.

O aluno assim, poderá reconhecer a gramática não como um

aglomerado de inadequações explicativas sobre os fatos da língua, mas como

um documento de consulta para muitas das dúvidas que temos sobre como

agir em relação aos padrões normativos exigidos pela escrita.

A língua não é algo pronto, à disposição dos falantes, mas algo em que

eles “ingressam numa corrente móvel de comunicação verbal”. A consciência

só é adquirida por meio da linguagem e é através dela que os sujeitos

começam a intervir no real.

Se a definição de Conteúdo Estruturante o identifica com os campos de

estudo de uma disciplina escolar, entende-se, nas Diretrizes, o campo da

disciplina de Língua Portuguesa/Literatura como um campo, antes de tudo, de

ação, onde se concretizam práticas de uso real da língua materna,

contrapondo-se à tradicional que, conforme já se mencionou, determinava o

estudo de regras gramaticais como certo e objetivo maior do trabalho com a

língua.

É no contexto das práticas discursivas que se farão presentes os

conceitos oriundos da Lingüística, Sociolingüística, Semiótica, Pragmática.

Estudos Literários, Análise do Discurso, Gramáticas normativa, descritiva, de

usos, entre outros, de modo a contribuir com o aprimoramento da competência

linguística dos estudantes.

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2) CONTEÚDOS CURRICULARES

6º ANO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Leitura

Localizar informações explícitas e implícitas no texto e analisá-los em

diversas situações contextuais que envolvam a prática social;

Reconhecer elementos verbais e não-verbais na leitura de textos;

Perceber o uso das classes gramaticais no texto;

Reconhecer os efeitos de sentido do real e figurado na linguagem

textual;

Identificar a função de palavras e expressões em determinados textos e

contextos;

Reconhecer os elementos do discurso direto e indireto no texto, com

ênfase na análise dos discursos diretos;

Perceber o uso de elementos gráficos no textos e elementos de

entonação frasal;

Identificar as particularidades linguísticas e do tratamento estético do

texto literário;

Reconhecer elementos constitutivos do gênero narrativo;

Perceber as diferenciações formais e informais em diferentes textos;

Reconhecer os mais variados posicionamentos de ideias que envolvem

textos da mesma temática;

Ampliar o horizonte de expectativas, de pluraridade de significações

através das mais variadas leituras, incluindo textos que abordem a

cultura Afro-Brasileira e Africana.

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Escrita

Utilizar os recursos gráficos, expressivos e linguísticos no texto de

acordo com suas funções na elaboração de textos;

Habilitar o aluno a produzir as frases com estrutura e organização de

ideias com intencionalidade dirigida;

Organizar as partes que constituem um texto(paragrafação, estética e

organização lógica);

Utilizar os elementos constitutivos da narrativa e seus elementos de

locução(discursos direto e indireto);

Atender as circunstâncias da produção proposta;

Observar, através da reestruturação e reescrita do texto, recursos

inseridos na língua e sua importância na identificação correta do seu

código.

Oralidade

Fazer uso adequado da fala ;

Valorizar a leitura oral e observar suas variantes e níveis sociais;

Reconhecer as diversas situações formais e informais de uso da língua;

Perceber as diversas entonações nos discursos direto e indireto;

Expressar-se com clareza de ideias, coerência e fluência.

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Linguagem

Uso do dicionário;

Sinônimos e antônimos;

Letra e fonemas;

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Silabação e encontros vocálicos e consonantais;

Sinais gráficos e entonações silábicas;

Ortografia das palavras;

A comunicação e seus processos;

Estudo das variações lingüísticas;

Sinais de pontuação;

Classe de palavras (funções nominais- substantivo, pronome., artigo,

adjetivo e numeral, funções verbais – verbo e advérbios; funções

interjetivas – interjeições e funções conectivas- conjunções e

preposições).

Sintaxe(frase, oração e período).

Leitura

Gêneros textuais diversificados;

Tipos textuais (ênfase em textos narrativos);

Textos literários e não literários;

Semiótica das mais diversas imagens.

Escrita

Gêneros textuais diversificados;

Tipos textuais (ênfase na estrutura do texto narrativo);

7ºANO

Conteúdos Estruturantes

Leitura

Entender e interpretar a mensagem dos textos lidos;

Estabelecer diferenças e semelhanças entre textos;

Localizar informações explícitas e implícitas no texto e analisá-los em

diversas situações contextuais que envolvam a prática social;

Reconhecer elementos verbais e não-verbais na leitura de textos;

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Identificar a função de palavras e expressões em determinados textos e

contextos;

Reconhecer os efeitos de sentido do uso das figuras de linguagem no

texto;

Reconhecer os efeitos do uso das classes gramaticais de forma

espontânea no texto;

Identificar a finalidade de alguns gêneros textuais;

Reconhecer os elementos discursivos no texto narrativo;

Reconhecer elementos que compõem o texto poético;

Identificar as particularidades linguísticas e do tratamento estético do

texto literário;

Reconhecer os mais variados posicionamentos de ideias que envolvem

textos da mesma temática;

Ampliar o horizonte de expectativas, de pluraridade de significações

através das mais variadas leituras, incluindo textos que abordem a

cultura Afro-Brasileira e Africana.

Escrita

Revisar o conteúdo morfossintático do ano anterior (6º ano);

Utilizar os recursos gráficos, expressivos e linguísticos no texto de

acordo com suas funções na elaboração de textos;

Habilitar o aluno a produzir as frases com estrutura e organização de

ideias com intencionalidade dirigida;

Atender as circunstâncias da produção proposta;

Observar, através da reestruturação e reescrita do texto, recursos

inseridos na língua e sua importância na identificação correta do seu

código;

Escrever e acentuar corretamente as palavras;

Pontuar corretamente as frases;

Analisar o verbo e sua estrutura semântica;

Observar elementos da sintaxe de concordância verbal e nominal

(enfatizar os elementos da concordância verbal);

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Identificar termos integrantes em frases;

Identificar termos acessórios em frases.

Oralidade

Desenvolver uma visão não preconceituosa em relação as variedades

lingüísticas divergentes do padrão culto;

Desenvolver a capacidade do aluno de apresentar argumentos

expressando-os de forma eficaz através da linguagem oral;

Fazer uso adequado da fala;

Valorizar a leitura oral e observar suas variantes e níveis sociais;

Reconhecer as diversas situações formais e informais de uso da língua;

Expressar-se com clareza de ideias, coerência e fluência.

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Linguagem

Revisão morfossintática ( funções nominais, verbais, interjetivas e

conectivas);

Análise do verbo ( estrutura, conjugações, formas nominais e locuções);

Efeitos da pontuação no texto;

Os sinais gráficos nas palavras (acentuação gráfica);

Termos essenciais da oração: análise dos tipos de sujeito e tipos de

predicado;

Termos acessórios da oração: análise dos adjuntos adverbiais e

nominais;

Estilística: análise da linguagem figurada.

Leitura

Gêneros textuais diversificados;

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Tipos textuais (ênfase em textos narrativos);

Textos literários e não literários;

Na análise do texto, contexto e intertexto;

Semiótica das mais diversas imagens;

Análise da linguagem poética;

Análise da linguagem figurada em textos.

Escrita

Gêneros textuais diversificados;

Tipos textuais (ênfase na estrutura do texto narrativo e em textos

poéticos);

Produções semióticas a partir de leituras de textos diversificados.

8º ANO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Leitura

Entender e interpretar a mensagem dos textos lidos;

Estabelecer diferenças e semelhanças entre textos;

Localizar informações explícitas e implícitas no texto e analisá-los em

diversas situações contextuais que envolvam a prática social;

Reconhecer elementos verbais e não-verbais na leitura de textos;

Identificar a função de palavras e expressões em determinados textos e

contextos;

Reconhecer os efeitos do uso das classes gramaticais numa visão

sintática no texto;

Identificar a finalidade de alguns gêneros textuais;

Reconhecer os discursos no texto em prosa e poesia;

Perceber a intenção argumentativa nos textos de opinião;

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Identificar as particularidades linguísticas e do tratamento estético do

texto literário;

Reconhecer os mais variados posicionamentos de ideias que envolvem

textos da mesma temática;

Ampliar o horizonte de expectativas, de pluraridade de significações

através das mais variadas leituras, incluindo textos que abordem a

cultura Afro-Brasileira e Africana;

Identificar elementos morfossintáticos no texto.

Escrita

Revisar a linguagem e seus elementos morfossintáticos do ano anterior;

Utilizar os recursos gráficos, expressivos e linguísticos no texto de

acordo com suas funções na elaboração de textos;

Habilitar o aluno a produzir as frases com estrutura e organização de

ideias com intencionalidade dirigida;

Atender as circunstâncias da produção proposta;

Observar, através da reestruturação e reescrita do texto, recursos

inseridos na língua e sua importância na identificação correta do seu

código;

Escrever e acentuar corretamente as palavras;

Pontuar corretamente as frases;

Analisar as vozes verbais num texto;

Identificar termos integrantes em frases( analisar tipos de sujeito e tipos

de predicados);

Identificar termos acessórios em frases (aposto e vocativo);

Observar elementos estilísticos na frase;

Analisar a sintaxe dos períodos no texto e seus elementos de coesão.

Oralidade

Observar as variedades lingüísticas e analisá-las;

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Desenvolver a capacidade do aluno de apresentar argumentos

expressando-os de forma eficaz através da linguagem oral;

Fazer uso adequado da fala;

Valorizar a leitura oral e observar suas variantes e níveis sociais;

Reconhecer as diversas situações formais e informais de uso da língua;

Expressar-se com clareza de ideias, coerência e fluência.

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Linguagem

Revisão morfossintática ( funções nominais, verbais, interjetivas e

conectivas);

Efeitos da pontuação no texto;

Os sinais gráficos nas palavras (acentuação gráfica);

Termos essenciais da oração: análise dos tipos de sujeito e tipos de

predicado;

Análise do verbo ( estrutura, conjugações, formas nominais, locuções e

vozes verbais);

Análise dos termos acessórios da oração no texto: adjuntos adverbiais e

nominais no texto;

Análise do complemento verbal (objetos) e nominal (predicativos);

Estilística: análise da linguagem figurada (figuras de palavras e de

construção).

Leitura

Gêneros textuais diversificados;

Tipos textuais (ênfase em textos de narrativos e de opinião);

Textos literários e não literários;

Na análise do texto, contexto e intertexto;

Semiótica das mais diversas imagens;

Análise da linguagem poética;

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Análise da linguagem figurada em textos;

Observação de estilos literários.

Escrita

Gêneros textuais diversificados;

Tipos textuais (ênfase na estrutura do texto narrativo e texto de opinião);

Produções semióticas a partir de leituras de textos diversificados;

Análise nas estruturas textuais (estética e discurso).

9º ANO

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Leitura

Entender e interpretar a mensagem dos textos lidos;

Estabelecer diferenças e semelhanças entre textos;

Localizar informações explícitas e implícitas no texto e analisá-los em

diversas situações contextuais que envolvam a prática social;

Reconhecer elementos verbais e não-verbais na leitura de textos;

Identificar a função de palavras e expressões em determinados textos e

contextos;

Reconhecer os efeitos de sentido do uso das figuras de linguagem no

texto (ambigüidade, ironia e humor);

Reconhecer os efeitos do uso da linguagem morfossintática no texto;

Identificar a finalidade de alguns gêneros textuais;

Reconhecer os elementos discursivos nos diversos textos narrativos;

Reconhecer elementos que compõem a linguagem poética;

Identificar as particularidades linguísticas e do tratamento estético do

texto literário;

Reconhecer os mais variados posicionamentos de ideias que envolvem

textos da mesma temática;

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Ampliar o horizonte de expectativas, de pluraridade de significações

através das mais variadas leituras, incluindo textos que abordem a

cultura Afro-Brasileira e Africana;

Observar e analisar a linguagem argumentativa e suas estratégias

lingüísticas;

Perceber a linguagem de textos técnicos como recursos de construção

textual;

Observar as particularidades estéticas do texto literário.

Escrita

Entender e interpretar a mensagem dos textos lidos;

Desenvolver uma visão não preconceituosa em relação às variedades

lingüísticas divergentes do padrão culto;

Desenvolver a capacidade do aluno de apresentar argumentos

expressando-os de forma eficaz através da linguagem oral;

Estabelecer diferenças e semelhanças entre textos;

Produzir textos com ordenação de idéias, clareza, coerência, coesão,

progressividade, estruturados e eficientes;

Observar o uso adequado dos sinais gráficos nas palavras num texto

produzido;

Grafar de forma adequada as palavras;

Reconhecer os elementos mórficos de uma palavra;

Observar o processo de formação de palavras;

Reconhecer o processo de formação de palavras;

Reconhecer e saber utilizar as formas verbais e nominais nas suas

flexões e regências;

Reconhecer e classificar as orações coordenadas e subordinadas;

Identificar e classificar as orações que estruturam um período misto;

Reconhecer as orações coordenadas substantivas, adverbiais e

adjetivas;

Observar os pronomes na função de coesivas;

Identificar a função dos pronomes relativos e usá-los adequadamente;

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Analisar a colocação pronominal e sua utilização esférica social;

Conhecer as orações subordinadas adverbiais;

Usar adequadamente as preposições nas suas ocorrências regenciais;

Identificar os casos em que há crase, usando o acento grave para

representá-lo;

Saber utilizar corretamente a pontuação nas produções;

Observar os elementos de coesão e coerência textuais.

Oralidade

Observar as variedades lingüísticas e analisá-las;

Desenvolver a capacidade do aluno de apresentar argumentos

expressando-os de forma eficaz através da linguagem oral;

Fazer uso adequado da fala;

Valorizar a leitura oral e observar suas variantes e níveis sociais;

Reconhecer as diversas situações formais e informais de uso da língua;

Expressar-se com clareza de ideias, coerência e fluência;

Desenvolver a expressão crítica e contra-argumentar ideias contrárias;

Organizar a sequência de fala de acordo com o discurso proposto;

Experimentar na oralidade o uso dos elementos morfossintáticos que

envolvem a formação de frases na língua formal.

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Linguagem

Revisão morfossintática ( funções nominais, verbais, interjetivas e

conectivas);

Efeitos da pontuação no texto;

Análise da sintaxe dos períodos simples e composto;

Análise das orações coordenadas e subordinadas na frase;

Análise da sintaxe de coesão;

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Análise da coerência no texto;

Especificidades do pronome relativo como elemento coesivo;

Especificidade da sintaxe de colocação pronominal;

Análise da formação e estrutura da palavra;

Sintaxe de concordância nominal e verbal;

Sintaxe de regência verbal e nominal;

Análise da ocorrência da crase;

Estilística:Análise da linguagem figurada(figuras de palavras, figuras de

construção e figuras de sintaxe);

Treino ortográfico.

Leitura

Gêneros textuais diversificados;

Tipos textuais (ênfase em textos de narrativos e de opinião);

Textos literários e não literários;

Na análise do texto, contexto e intertexto;

Semiótica das mais diversas imagens;

Análise da linguagem poética;

Análise da linguagem figurada em textos;

Observação de estilos literários;

Análise do texto técnico e científico.

Escrita

Gêneros textuais diversificados;

Tipos textuais (ênfase na estrutura do texto narrativo e texto de opinião);

Produções semióticas a partir de leituras de textos diversificados;

Análise nas estruturas textuais (estética e discurso);

Produções de textos técnicos e científicos (opcionais ao ano- relatórios,

cartas comerciais,curriculuns,pesquisas, etc.)

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3) METODOLOGIA

Na sala de aula e nos outros espaços de encontro com os alunos, os

professores de Língua Portuguesa têm o papel de promover o amadurecimento

do domínio discursivo da oralidade, da leitura e da escrita, para que os

estudantes compreendam a possam interferir nas relações de poder com seus

próprios pontos de vista, fazendo deslizar o signo-verdade-poder em direção a

outras significações que permitam, aos mesmos estudantes, a sua

emancipação e a autonomia em relação ao pensamento e às práticas de

linguagem imprescindíveis ao convívio social. Esse domínio das práticas

discursivas possibilitará que o aluno modifique, aprimore, reelabore sua visão

de mundo e tenha voz na sociedade.

Além disso, o aprimoramento linguístico possibilitará ao aluno a leitura

dos textos que circulam socialmente, identificando neles o não dito, o

pressuposto, instrumentalizando-o para assumir-se como sujeito cuja palavra

manifesta, no contexto de seu momento histórico e das interações aí

realizadas, autonomia e singularidade discursiva.

A situação do ensino de Língua Portuguesa verificada, descrita e

discutida por todos os envolvidos no processo de construção de diretrizes

curriculares possibilitou à equipe de Língua Portuguesa do Departamento de

Ensino Fundamental – DEF/SEED e às assessoras pedagógicas XXX a

proposição de encaminhamento de trabalho para o II Encontro

Descentralizado, que atendessem às demandas verificadas nos relatórios.

Dessa forma, o que se buscou foi uma reorientação da prática pedagógica, no

sentido de possibilitar ao educador maior clareza de objetivos do ensino da

Língua, seus conteúdos e os encaminhamentos necessários para uma prática

contextualizada e significativa para o aluno. Neste propósito, os professores

estudaram e discutiram textos que, conforme mostram algumas falas

evidenciais nos relatórios oriundos dos encontros descentralizados e

seminários estaduais, favoreceram um olhar crítico sobre a prática pedagógica

e aprofundamento teórico.

A avaliação é uma etapa fundamental no processo ensino e

aprendizagem, pois possibilita verificar em que medida houve progresso do

aluno, face às metas e objetivos propostos, e oferece subsídios para o

professor rever sua prática, repensar suas opções metodológicas e a

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adequação de sua proposta de trabalho. Ou seja, a avaliação é uma atividade

que busca orientar e controlar o processo de ensino e aprendizagem para

obtenção dos melhores resultados possíveis.

Para isso, a avaliação deve ser um processo contínuo que acontece em

cada atividade, pela observação e desempenho dos alunos nestas atividades,

como raciocinam e se adquiriram novas habilidades.

Uma vez, consciente de que a avaliação deve ser um mecanismo

orientador dos avanços do aluno e da ação do professor, os professores de

Língua Portuguesa, especificamente, deste estabelecimento de ensino poderão

utilizar como instrumentos de avaliação não apenas momentos específicos

como provas escritas, testes, trabalhos ou atividades especiais orais ou

escritas, bem como uma série de possibilidades, pois nelas, poderá observar e

verificar a capacidade do aluno para raciocínios; como o aluno percebe o jogo

significativo tanto ao receber quanto ao produzir textos orais e escritos; como o

aluno usa os recursos e as convenções próprias da língua oral e da escrita;

como o aluno é capaz de usar recursos apropriados para dizer aquilo que

pretende na situação específica em que se encontra assumindo-se como

locutor.

O papel da avaliação é diagnosticar, reforçar e permitir que o aluno

cresça. A preocupação da avaliação, portanto, não deve ser a de apenas

verificar quantas informações o aluno apreendeu. Como exercício mental que

permite a análise, o conhecimento, o diagnóstico, a medida e/ou julgamento de

um objeto, a avaliação inclui perceber como o aluno está aproveitando tudo o

que ele aprendeu durante as aulas para compreender os temas estudados e

para resolver problemas propostos.

A intervenção pedagógica avaliativa deve, portanto, ter como alicerce a

qualidade do ensino aliada ao acompanhamento constante do aluno no

decorrer do ano letivo, observando a capacidade e o ritmo individual de cada

um.

No contexto atual, vale lembrar que a avaliação ganha importância à

medida que a educação ganha mais espaço. O excesso de informações que a

sociedade nos impõe, exige priorizarmos as que realmente importam e, assim

sendo, torna-se necessário a cada educador saber sobre a importância de seu

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papel no exercício de sua função e; ao mesmo tempo, dar condições para que

seus alunos possam exercer sua cidadania.

Também no trabalho com a cultura afro, o Ensino Fundamental 2 é o

período ideal para o professor explicar aos alunos que o Brasil foi um país

escravocrata e que a abolição da escravidão não veio acompanhada de um

processo de inclusão dos negros na sociedade brasileira. "No Brasil, a

escravidão foi abolida em 1888, porém, mantivemos o estigma da cor". Por

isso, promover debates sobre as causas do preconceito contra os negros é

fundamental, bem como ensinar os alunos a buscar respostas no processo

histórico brasileiro. "Os estudantes precisam conhecer os motivos pelos quais

os negros ainda lutam pela igualdade de direitos e oportunidades".

A realidade da sala de aula

A sala de aula é considerada um verdadeiro laboratório, onde muitas

coisas podem acontecer. Mas não basta viver toda essa experiência. É preciso

refletir sempre sobre ela. Entende-se que um dos requisitos para uma ação

pedagógica de qualidade é justamente este: o do professor reflexivo – aquele

que reflete ao planejar seu trabalho, ao executar o que planejou e, de modo

especial, ao analisar sua prática, com vistas a reformulá-la e melhorá-la

sempre que for preciso.

É bom lembrar, também, que antes de entrar numa sala de aula, o

professor precisa se perguntar: o que irei encontrar ao ingressar nesta sala? O

que deixarei e o que levarei comigo, após minha saída? Essa atitude poderia

possibilitar ao educador não apenas verificar sua prática, mas analisar os

problemas que ocorrem na relação pedagógica e avaliar se os objetivos

propostos estão sendo atingidos. Poderia servir de alerta a ele, no sentido de

buscar novas formas de trabalhar determinados conteúdos.

É preciso ver o aluno, portanto, como um ser construído e em

construção por meio dessas vivências. Esse reconhecimento aumentará a

responsabilidade dos professores, uma vez que, ao admitir-se a característica

fundamental do ser humano, ser que se faz nas relações, dar-se-á maior

relevância ao espaço sala de aula e aos atores ali presentes, valorizando as

interações que ali ocorrem.

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Assim, quando se lê o discurso docente, pode-se perceber nas

entrelinhas a dedicação dos professores aos alunos e, apesar das dificuldades

encontradas no dia-a-dia das salas de aula, o desejo de cada um de sempre

lutar pelo seu direito de professor engajado e ávido por conhecimento.

A seleção de conteúdos deve considerar o aluno como sujeito de um

processo histórico, social, detentor de um repertório lingüístico que precisa ser

considerado na busca da ampliação de sua competência comunicativa. Sendo

assim, as indicações que seguem precisam ser problematizadas a partir da

pesquisa, reflexão, discernimento e comprometimento de cada profissional da

educação.

Prática da oralidade

De acordo com Marcuschi (2001), a oralidade é vista como um “prática

social interativa” utilizada em momentos de comunicação através de vários

gêneros e formas com fundamentação na realidade sonora. Ela parte da

informalidade para a formalidade em situações de uso diversas.

Em outras atividades que envolvem o discurso oral, duas questões

deve ser enfatizadas:

Embora a modalidade oral e a modalidade escrita da língua apresentam

similaridades e mútuas influências, têm também diferenças que precisam ser

refletidas: a fala é, em geral, não-planejada, fragmentária, incompleta, pouco

elaborada e apresenta comumente frases curtas, simples ou coordenadas,

além do fato de a interação dar-se face-a-face e vir complementada com

recursos extra-linguísticos; já a escrita é planejada, não-fragmentária,

completa, elaborada e tem predominância de frases complexas e

subordinadas.

O saber ouvir, escutar com atenção e respeito os mais diferentes tipos

de interlocutores é fundamental. Se não houver ouvinte, a interação não

acontece. Logo, é preciso desenvolver a sensibilidade de saber ouvir o outro, o

que favorece, inclusive, a convivência social.

A leitura precisa ser vista, na escola, como uma prática consistente do

leitor perante a realidade. É necessário saber que no processo de formação de

leitores, a dificuldade advém de questões práticas, internas de sala de aula,

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muitas vezes conflitantes, tudo isso permeado pela não clareza do significado

do ato de ler.

O que não pode ocorrer é que a leitura seja feita somente a partir dos

livros didáticos. O professor pode propor uma infinidade de textos, porém, a fim

de desenvolver a subjetividade do aluno, deve considerar, também, a

preferência e a opinião dele ao selecioná-los.

A produção de significados, que implica uma relação dinâmica entre

autor/leitor e entre aluno/professor, de forma compartilhada, configura-se como

uma prática ativa, crítica e transformadora, que possibilita abarcar diferentes

tipos de textos e gêneros textuais. Além dos literários, como os citados acima,

pode-se contemplar também os textos de imprensa, dentre os quais destacam-

se: notícias, editoriais, artigos, reportagens, cartas de leitores, entrevistas.

Como exemplos de textos lúdicos, tem-se os trava-línguas, quadrinhas,

adivinhas, parlendas e piadas. Verbetes enciclopédicos, relatórios de

experiências, artigos e textos didáticos estão entre os textos de divulgação

científica que precisam, também, ser trabalhados no Ensino Fundamental,

assim como os textos de publicidade (propagandas, classificados), dentre

outros tantos.

Prática da escrita

O trabalho com a escrita apresenta algumas dificuldades devido à

complexidade de articulação com o conceito de língua. Sendo assim, ao ligar o

texto à gramática tradicional corre-se o risco de empobrecê-lo. A escrita deve

ser pensada e trabalhada em uma perspectiva discursiva que aborda o texto

como unidade potencializadora de sentidos, através da prática textual. Prática

esta não ligada apenas à norma padrão, pois a assimilação da escrita em que

não há reducionismo lingüístico, autoritarismo e a desconsideração pela

linguagem do aluno tende a ser mais eficiente.

Também vale lembrar que, quando há uma proposta de produção

escrita, é necessário saber quem será o leitor deste texto, quem será o seu

destinatário.

Quanto aos gêneros previstos para a prática da produção de texto,

podem ser trabalhados, dentre outros, relatos (histórias de vida); bilhetes,

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cartas, cartazes, avisos (textos pragmáticos); poemas, contos e crônicas

(textos literários); notícias, editoriais, cartas de leitor e entrevistas (textos de

imprensa); relatórios, resumos de artigo e verbetes de enciclopédia (textos de

divulgação científica). Assim, essa prática orientará não apenas a produção de

textos significativos, como incentivará a prática da leitura.

A gramática normativa considera a língua como uma série de regras

que devem ser seguidas e obedecidas. O domínio dessas regras pode dar a

ilusão de que o falante emprega a variedade padrão. Esse tipo de gramática dá

muita importância à forma escrita, atribuindo-lhe a representação mais culta da

língua. Por conta disso, considera que a fala precisa basear-se nas estruturas

que regem a escrita. A gramática normativa está presente nos compêndios

gramaticais e em muitos livros didáticos.

A gramática descritiva, conjunto de regras que são seguidas, não se

atém unicamente na modalidade escrita ou padrão, mas à descrição das

variantes lingüísticas a partir do seu uso pelos falantes. Diferentemente da

normativa, a gramática descritiva dá preferência para a manifestação oral da

língua. Essa característica garante a essa gramática maior mobilidade, ao

contrário da normativa que, presa à escrita, é mais resistente às inovações da

língua.

Cabe ao professor planejar e desenvolver atividades que possibilitem

aos alunos a reflexão sobre seu próprio texto – tais como atividades de revisão,

de reestruturação do texto, de análise coletiva de um texto selecionado e sobre

outros textos, de diversos gêneros, que circulam no contexto escolar e extra-

escolar.

4) AVALIAÇÃO

A avaliação é uma etapa fundamental no processo ensino

aprendizagem, pois possibilita verificar em que medida houve progresso do

aluno, face às metas e aos objetivos propostos, e oferece subsídios para o

professor rever sua prática, repensar suas opções metodológicas e a

adequação de sua proposta de trabalho. Ou seja, a avaliação é uma atividade

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que busca orientar e organizar a prática pedagógica, para obtenção de

melhores resultados possíveis.

Para isso, a avaliação deve ser um processo contínuo que

acontece em cada atividade pela observação do desempenho dos alunos

nestas atividades, como raciocinam e se adquiriram novas habilidades.

Uma vez consciente de que a avaliação deve ser um processo

contínuo, orientador dos avanços do aluno e da ação do professor; os

professores de Língua Portuguesa, especificamente deste estabelecimento de

ensino, utilizarão como meios de avaliação não apenas momentos específicos

como provas escritas, testes.

5) REFERÊNCIAS

BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. Tradução de: Michel e Yara Vieira. 6.ed. São Paulo: Hucitec, 1992.

MARCUSCHI, Luiz Antonio. Da fala para a escrita. São Paulo: Cortez, 2001.

PARANÁ.Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Língua Portuguesa. Curitiba, 2008.