3 - como deixar suas contas em dia

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    Organizao, Controle e Contabilidade

    COLEO

    GESTOEMPRESARIAL

    Eficincia e Sucesso para seus Negcios

    Como deixar as contas em dia

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    SUMRIO

    Apresentao ............................................................................. 5

    Captulo 1

    Navegando na contabilidade ...................................................... 6

    Captulo 2Balano: que bicho esse? ..................................................... 22

    Captulo 3Tributos, um custo-Brasil ......................................................... 30

    Captulo 4Contabilidade de custos .......................................................... 38

    Captulo 5Oramento empresarial ............................................................ 50

    Captulo 6

    Trs passos importantes .......................................................... 62

    Captulo 7

    O valor de seu negcio ............................................................ 72

    Captulo 8Dicionrio contbil .................................................................... 78

    Sobre o autor ........................................................................... 94Referncias .............................................................................. 95

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    Coleo Gesto EmpresarialComo motivar sua equipe Publicado

    Como garantir a eficincia Publicado

    Como deixar as contas em dia Publicado

    Como cuidar de seu dinheiro Prximo

    Como gerenciar pessoas A publicar

    Como vender seu peixe A publicar

    Como planejar o prximo passo A publicar

    Como entender o mercado A publicar

    Como usar a matemtica financeira A publicarComo ser um empreendedor de sucesso A publicar

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    APRESENTAO

    Sua empresa suficientemente lucrativa? Planejamento

    e oramento caminham juntos?

    Essas duas questes guardam relao direta com a cincia

    contbil, rea de suma importncia para garantir o crescimento

    saudvel de sua empresa ainda mais no Brasil, onde o lucro

    parece disputar espao com a carga tributria.

    Como deixar as contas em dia Organizao, Controle e

    Contabilidade ajuda a desvendar esse universo e a nortearseu negcio a partir da viso contbil.

    Tudo de uma forma clara, com uma linguagem simples e, ao

    mesmo tempo, envolvente.

    AColeo Gesto Empresarial foi especialmente desenvolvida

    para auxili-lo a aprimorar a gesto de seus negcios. Elaboradose supervisionados por especialistas, os livros visam proporcionar

    conhecimento em Finanas, Contabilidade, Marketing, Recursos

    Humanos, Planejamento Estratgico e em muitos outros temas

    fundamentais para a administrao eficaz do negcio prprio.

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    O oramento no umacincia inexata, que depende

    do humor de seus

    elaboradores para se

    aproximar da verdade, mas

    sim uma pea extremamente

    importante no balizamento

    dos rumos de umadeterminada entidade.

    O papel do contador

    Primeiramente importante saber

    quem so os usurios da contabili-

    dade e quem necessita dela.

    As empresas mdias e grandes

    empregam, pelo menos, um ou

    dois contadores; j as pequenas

    costumam contratar um escritrio

    contbil ou se utilizar de um con-

    tador que divide seu tempo com

    outras empresas.

    Mas, afinal, qual a funo desse

    chato de planto que teima em

    exigir documentos da empresa e

    no deixa o dono do negcio fazer

    o que bem entende?

    Duas funes essenciais

    Como os historiadores, os contado-

    res tm algumas funes que so

    essenciais para as empresas.

    A primeira e mais importante

    a de saber se uma determinadaentidade est sendo lucrativa ou

    no. O lucro a seiva que alimen-

    ta a vida das empresas. Sem lucro,

    no h continuidade de negcios.

    Mesmo uma entidade sem fins

    lucrativos, que no preveja a apu-

    rao de receitas, tem de saber o

    quanto est perdendo. Caso con-

    trrio, seus mantenedores no

    podem planejar o montante de

    recursos que devem investir paramant-la funcionando.

    Ao tratarmos desse assunto, entra-

    mos em outras das grandes fun-

    es do contador: a de auxiliar no

    planejamento do futuro da empre-

    sa por meio de seu oramento.

    O oramento no uma cinciainexata, que depende do humor

    de seus elaboradores para se apro-

    ximar da verdade, mas sim uma

    pea extremamente importante no

    balizamento dos rumos de uma

    determinada entidade.

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    Impostos, impostos...

    No que se costuma denominar

    Repblica Tributativa do Brasil

    com ou sem dose de exagero , a

    tarefa de cumprir com as obriga-

    es fiscais transformou-se numa

    das que mais tomam o tempo e o

    esforo dos contadores.

    A carga tributria representa,

    atualmente, 42% do Produto

    Interno Bruto (PIB). Trocando por

    um exemplo palpvel, de cada 100

    reais de dinheiro em circulao,

    nada menos do que 42 reais vo

    para o pagamento de algum tipo

    de imposto, contribuio, taxa ou

    qualquer outro nome que os nos-

    sos criativos coletores de renda

    so capazes de inventar para que a

    mquina pblica possa continuar

    em movimento.

    Deciso acertada

    Se a sua empresa precisa de

    algum para terceirizar ou ajudar

    nos departamentos de Recursos

    Humanos (pessoal), administrativo

    e financeiro, back-office, no v

    muito longe: converse com seu

    contador. Ele ser capaz de lhe aju-

    dar a solucionar esses problemas.Quem melhor para preparar suas

    declaraes de Imposto de Renda

    que aquele que calcula os impostos

    que deve pagar?

    Utilizar-se da experincia e da

    capacidade do contador para verifi-

    car seus custos e calcul-los umamedida sbia. Partindo do clculo

    dos custos da empresa para a pre-

    parao de demonstrativos cont-

    beis e gerenciais um pulo que seu

    contador tambm no ter qual-

    quer dificuldade em dar.

    Quando voc controla seu

    saldo bancrio, quando

    prepara sua declarao

    de Imposto de Renda,

    quando calcula os juros

    de seu cheque especial,

    quando confere se seus

    investimentos esto dando

    o retorno esperado ou no,

    entre inmeras outras

    tarefas cotidianas, est

    fazendo contabilidade.

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    Com essas informaes, os scios

    da empresa podero tomar as

    decises mais acertadas embasadas

    em fatos concretos.

    Contabilidade na vida

    Em suma, a contabilidade est emtodos os aspectos de uma empresa.

    Mas no s de uma empresa. De

    sua vida tambm!

    Veja de que modo: quando voc

    controla seu saldo bancrio, quan-

    do prepara sua declarao de

    Imposto de Renda, quando calculaos juros de seu cheque especial,

    quando confere se seus investi-

    mentos esto dando o retorno

    esperado ou no, entre inmeras

    outras tarefas cotidianas, est

    fazendo contabilidade.

    De onde vem, para onde vai

    Antes de aprofundar no estudo da

    contabilidade balanos, custos,

    oramentos, entre outros temas ,

    vamos conhecer um pouco da tra-

    jetria dessa cincia.

    A histria da contabilidade to

    antiga quanto a Histria. Vincula-

    se s manifestaes humanas de

    proteo posse e perpetuao e

    interpretao de fatos ocorridos.

    No incio, tudo era de todos. O

    coletivo se sobrepunha ao indivi-

    dual. Entretanto, no momento em

    que o homem comeou a se esta-

    belecer em um nico local, deixan-do de ser nmade, foi preciso orga-

    nizar a atividade econmica e a

    questo da propriedade. As primei-

    ras escritas contbeis datam do tr-

    mino da Era da Pedra Polida, quan-

    do o homem conseguiu fazer os

    primeiros desenhos e gravaes.Com o advento do comrcio, prin-

    cipalmente pelos fencios, houve a

    necessidade de serem registradas

    as transaes. Foi o nascimento da

    contabilidade, ainda que no com

    esse nome.

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    Embora rudimentar, o princpio do

    registro assemelhava-se ao que

    utilizado atualmente.Na cidade de Ur, na Caldia

    onde viveu Abrao, personagem

    bblico citado no livro Gnesis,

    encontram-se em escavaes

    importantes documentos cont-

    beis: tabela de escrita cuneiforme

    na qual esto registradascontas referentes a mo-de-obra

    e materiais, ou seja, custos dire-

    tos. Isso significa que, por volta

    de 5 mil a.C., o homem j conside-

    rava fundamental apurar os

    seus custos.

    Administrao de patrimnio

    O registro das transaes mostrou-

    se imprescindvel por causa do

    aumento da riqueza de algumas

    pessoas, do aparecimento de transa-

    es maiores e da multiplicao do

    volume de operaes. Tantas infor-

    maes no poderiam mais ser

    guardadas na memria, e a soluo,

    portanto, foi registr-las e preserv-

    las. Alm disso, os registros possibili-

    taram s pessoas conhecer o poten-

    cial de seus negcios e tambm

    deram impulso atividade de admi-

    nistrao de patrimnio de outros

    o princpio da atividade bancria.

    Registros rudimentares

    Os sumrios-babilnios, assim

    como os assrios, faziam seus regis-

    tros em peas de argila de for-

    mato retangular ou oval. Dessa

    poca, tornaram-se famosas aspequenas tbuas de Uruk.

    Os registros combinavam desenhos

    e nmeros de uma forma muito

    simples. Gravavam-se o rosto do

    animal e o nmero correspondente

    s cabeas existentes.

    A contagem dos bois era,provavelmente, o evento

    mais importante para os

    egpcios a ponto de marcar

    o incio do calendrio.

    Explica-se: o boi era

    considerado uma divindade.

    Tudo indica que foram osegpcios os primeiros a

    utilizar o valor monetrio

    em seus registros.

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    Relatos bblicos

    Para confirmar a importncia dos

    registros contbeis no desenvolvi-

    mento da humanidade, existem

    inmeros relatos bblicos que

    envolvem controles contbeis.

    Em um deles, Jesus relatou em

    Lucas, captulo 16, versculos 5 a

    7: E, chamando a si cada um dos

    devedores do seu Senhor, disse ao

    primeiro: Quanto deves ao meu

    senhor? E ele respondeu: Cem

    medidas de azeite. E disse-lhe:

    Toma a tua obrigao, e assen-

    tando-te j, escreve cinqenta.

    Disse depois a outro: E tu, quantodeves? E ele respondeu: Cem

    alqueires de trigo. E disse-lhe:

    Toma a tua obrigao, e escreve

    oitenta. J no tempo de Jos, no

    Egito, houve tal acumulao de

    bens que perderam a conta do

    que se tinha Assim ajuntou

    Jos muitssimo trigo, como a

    areia do mar, at que cessou de

    contar; porquanto no havia

    numerao (Gnesis, captulo 41,

    versculo 49).

    H tambm a citao de um cons-

    trutor que faz contas para verifi-

    car se o que dispunha era sufi-

    ciente para construir uma torre:

    Pois qual de vs, querendo edifi-

    car uma torre, no se assenta pri-

    meiro a fazer as contas dos gas-tos, para ver se tem com que a

    acabar? Para que no acontea

    que, depois de haver posto os ali-

    cerces, e no a podendo acabar,

    todos os que a virem comecem a

    escarnecer dele, dizendo: Este

    homem comeou a edificar e nopde acabar (Lucas, captulo 14,

    versculos 28 a 30). Por fim, a his-

    tria de um devedor que foi per-

    doado de sua dvida registrada:

    E, no tendo ele com que pagar,

    o seu senhor mandou que ele e

    Com o crescimento das

    atividades do comrcio, da

    minerao e da metalurgia,

    surgiu, como conseqncia

    das necessidades da poca,

    o livro-caixa, que recebia

    registros de recebimentos

    e pagamentos em dinheiro.

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    sua mulher e seus filhos fossem

    vendidos, com tudo quanto tinha,

    para que a dvida se lhe pagasse.

    Ento, aquele servo, prostrando-

    se, o reverenciava, dizendo:

    Senhor, s generoso para comigo,

    e tudo te pagarei. Ento, o

    senhor daquele servo, movido de

    ntima compaixo, soltou-o e per-

    doou-lhe a dvida (Mateus, cap-

    tulo 18, versculos 25 a 27).

    Livro-caixa

    medida que as operaes eco-

    nmicas se tornaram complexas,

    seu controle se refinou. As escri-tas governamentais da Repblica

    Romana (200 a.C.) j traziam

    receitas de caixa classificadas em

    rendas e lucros, e as despesas

    compreendidas nos itens salrios,

    perdas e diverses.

    No perodo medieval, diversasinovaes na contabilidade foram

    introduzidas por governos locais

    e pela Igreja. Na Itlia, surgiu o

    termo contabilit, e, em 1202, foi

    publicado o livro Liber Abaci, de

    Leonardo Pisano. Com o cresci-

    mento das atividades do comr-

    cio, da minerao e da metalur-

    gia, surgiu, como conseqncia

    das necessidades da poca, o

    livro-caixa, que recebia registrosde recebimentos e pagamentos

    em dinheiro. Os termos dbito e

    crdito passaram a ser utilizados,

    oriundos das relaes entre direi-

    tos e obrigaes.

    O aperfeioamento e o crescimen-

    to da contabilidade foram a conse-qncia natural das necessidades

    geradas pelo advento do capitalis-

    mo. O processo de produo na

    sociedade capitalista gerou a acu-

    mulao de capital, alterando-se as

    relaes de trabalho.

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    Tcnica contbil

    No sculo X, apareceram as primei-

    ras corporaes na Itlia, transfor-

    mando e fortalecendo a sociedade

    burguesa. No final do sculo XIII,

    surgiu a conta capital. A introdu-

    o da tcnica contbil nos neg-

    cios privados foi uma contribuio

    de comerciantes italianos do sculo

    XIII. Os emprstimos a empresas

    comerciais e os investimentos em

    dinheiro determinaram o desenvol-

    vimento de escritas especiais que

    refletissem os interesses dos credo-

    res e investidores e, ao mesmo

    tempo, que fossem teis aoscomerciantes em suas relaes com

    os consumidores e os empregados.

    Pai da Contabilidade

    Frei Luca Pacioli, considerado o

    Pai da Contabilidade, escreveu

    Tratactus de Computis et Scripturis

    (Contabilidade por Partidas Dobra-

    das), publicado em 1494, enfatizan-

    do que a teoria contbil do dbito

    e do crdito corresponde teoria

    dos nmeros positivos e negativos.

    Pacioli recebeu o ttulo de Pai da

    Contabilidade no por t-la

    inventado, mas por ter realizado

    um trabalho de sistematizao.Tericos como Francisco Villa e

    Fbio Bsta avanaram na defini-

    o do conceito de contabilidade.

    Em 1923, Vicenzo Mazi, seguidor

    de Fbio Bsta, foi quem, pela pri-

    meira vez, definiu patrimnio

    como objeto da contabilidade.O colapso da Bolsa de 1929 propi-

    ciou o fortalecimento do mercado

    de valores mobilirios nos Estados

    Unidos, porque se chegou con-

    cluso de que boa parte dos pro-

    blemas estava na falta de transpa-

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    rncia e de credibilidade das

    demonstraes financeiras, ou

    seja, dos balanos.

    Unio da teoria e da prtica

    Por meio da SEC (Securities and

    Exchange Comission) ou Comisso

    de Valores Mobilirios dos Estados

    Unidos , teve incio uma grande

    transformao, com a valorizao e

    o crescimento da credibilidade

    desse mercado.

    Um dos pilares dessa nova situao

    foi a criao do American Institut

    of Certified Public Accountants

    (Instituto Americano de AuditoresExternos), resultado da fuso da

    American Association of Public

    Accountants, aberta em 1887, e da

    American Society of Certified

    Public Accountants, de 1921.

    Graas a essa fuso, a classe cont-

    bil se uniu, promovendo a integra-o entre teoria e prtica, ou seja,

    entre acadmicos e profissionais

    da contabilidade.

    Com isso, os princpios de contabili-

    dade geralmente aceitos nos

    Estados Unidos (US GAAP) passa-

    ram a ser referncia e estabelece-

    ram um padro de qualidade que

    no se via em outros pases, inclusi-

    ve na Europa.

    interessante notar que a estrutu-

    rao dos balanos hoje de uso

    universal foi definida apenas no

    final da dcada de 1980, seguindo

    o padro norte-americano.

    Para tanto, contribuiu a solidez do

    mercado de valores dos Estados

    Unidos. Inmeras empresas inter-

    nacionais passaram a ter suas aes

    cotadas no mercado norte-america-

    no ou, ento, a captar recursos

    naquele mercado.

    O colapso da Bolsa de 1929

    propiciou o fortalecimento

    do mercado de valores

    mobilirios nos Estados

    Unidos, porque se chegou

    concluso de que boa

    parte dos problemas estava

    na falta de transparncia

    e de credibilidade das

    demonstraes financeiras,

    ou seja, dos balanos.

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    Balanos fictcios

    A ganncia dos administradores das

    Companhias Abertas nos Estados

    Unidos, no Japo, na Europa e em

    outros pases, no entanto, levou a

    escndalos financeiros que repercu-

    tem at hoje.

    A dcada de 1980 foi a era dos

    balanos problemticos. Quando

    Michael Milken e seus seguidores

    criaram um mercado enorme de

    junk bonds ou ttulos de alto risco

    , ajudando numa completa trans-

    formao do quem dono do

    que nos Estados Unidos, deram ori-

    gem a uma onda de criatividadecontbil que transformou alguns

    balanos em peas de fico.

    Livros como Accounting for Growth,

    do britnico Terry Smith, cujo subt-

    tulo Desvendando a Camuflagem

    dos Balanos das Empresas, d uma

    boa idia de como esses balanosfictcios ganham contornos reais.

    J no final da dcada de 1990, uma

    srie de escndalos (Enron, MCI,

    Parmalat, entre outros) gerou uma

    srie de repercusses, das quais se

    destacam quatro:

    1. Crticas severas aos modelos ado-

    tados de balano, principalmente

    nos Estados Unidos.

    2. Quebra da Arthur Andersen, uma

    das maiores empresas multinacionais

    de auditoria do mundo.

    3. Surgimento da Lei Sarbanes-

    Oxley, de 30 de julho de 2002.

    4. Unificao dos princpios cont-

    beis no mundo inteiro, processo que

    ainda est em curso.

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    Sarbanes-Oxley

    A Lei Sarbanes-Oxley foi uma iniciati-

    va do Congresso Americano de ado-

    tar medidas que tornassem mais efi-

    ciente o controle sobre as demons-

    traes contbeis. Afetou tanto as

    Companhias Abertas e seus adminis-

    tradores como as empresas de audi-

    toria. A criao do Public Company

    Accounting Oversight Board

    (Conselho de Acompanhamento de

    Contabilidade nas Companhias

    Abertas) eliminou a autogesto,

    com o objetivo de garantir maior

    credibilidade e transparncia na

    publicao de demonstrativos cont-beis e nos pareceres dos auditores

    externos apenas dois de seus cinco

    membros so auditores.

    Maior controle

    As modificaes j adotadas so:

    Necessidade da aprovao de

    qualquer relatrio e/ou parecer por

    um segundo scio responsvel.

    Responsabilizao dos diretores

    pelos controles internos.

    Auditores passam a se reportar

    ao Comit de Auditoria das

    empresas e no mais diretoria ou

    ao conselho.

    Os comits so os responsveispor todos os servios prestados por

    seus auditores.

    Os auditores devem reportar

    toda e qualquer nova informao

    relevante ao Comit de Auditoria.

    A dcada de 1980 foi a erados balanos problemticos.

    Quando Michael Milken

    e seus seguidores criaram

    um mercado enorme

    dejunk bonds ou

    ttulos de alto risco ,

    ajudando numa completa

    transformao do quem

    dono do que nos Estados

    Unidos, deram origem a

    uma onda de criatividade

    contbil que transformou

    alguns balanos em

    peas de fico.

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    Proibida a oferta dos seguintes

    servios pelos auditores externos:

    1. Contabilidade.

    2. Desenho e implementao de

    sistemas de informao.

    3. Avaliaes ou reavaliaes.

    4. Servios atuariais.

    5. Auditoria interna.

    6. Servios de terceirizao

    de back-officee de folha de

    pagamentos.

    7. Servios de corretagem.

    8. Distribuio de valores mobili-

    rios e de banco de investimentos.

    9. Consultoria jurdica ou serviosespecializados no relacionados

    com auditoria.

    10. Outros servios que o Conselho

    determine serem inadmissveis.

    Pedido de autorizao

    Outros servios de auditoria no

    foram banidos, mas precisam ser

    autorizados pelo Comit de

    Auditoria. Entre eles:

    Rotao dos scios responsveis

    pelas auditorias.

    Vedao contratao de empre-

    sas de auditoria ligadas a algum

    dos principais diretores por relao

    anterior de emprego ou por

    parentesco com seus auditores

    e/ou scios.

    Repercusso no Brasil

    O Brasil tem acompanhado essa

    tendncia mundial de maior con-

    trole contbil. Para isso, j esto

    em andamento iniciativas tanto

    do Banco Central como da

    Comisso de Valores Mobilirios(CVM) e do Instituto Brasileiro de

    Contadores (Ibracon).

    A tendncia de padronizao

    maior e aumento da transparncia

    pelas companhias abertas, seus

    diretores e auditores.

    livro03_06-21_final 13.07.06 14:03 Page 18

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    19

    Onde est a contabilidade?

    No mundo atual, existe contabili-

    dade no ramo agropecurio, nas

    indstrias, no comrcio, na presta-

    o de servios e mesmo nas profis-

    ses liberais.

    Como deu para ver, seja qual for a

    atividade econmica, l est a con-

    tabilidade. Ela est presente em

    todas as reas de atividade empre-

    sarial ou pessoal.

    A especificidade das contas a serem

    adotadas depende do tipo de utili-

    zao, do usurio e das informa-

    es disponveis.

    Atualmente, os relatrios so pro-duzidos para uma ampla gama de

    atividades, tais como:

    agropecuria;

    prestao de servios;

    hotelaria;

    transportes; hospitais;

    planos de sade;

    mercado de valores;

    instituies financeiras;

    seguros;

    ensino.

    Atividade fundamental

    A contabilidade uma atividade

    imprescindvel. No importa o regi-

    me que seja adotado no pas

    capitalismo, neoliberal, socialista,

    comunista , todos so igualmentedependentes desse historiador da

    atividade econmica.

    A contabilidade revela-se funda-

    mental quando:

    necessria a produo de rela-

    trios peridicos.

    Utiliza-se o valor histrico comomensurao de desempenho.

    Troca-se o valor histrico pelo

    valor de mercado.

    Em suma, em toda atividade que

    necessite reportar as transaes

    de um negcio.

    A especificidade das contasa serem adotadas depende

    do tipo de utilizao, do

    usurio e das informaes

    disponveis. Atualmente, os

    relatrios so produzidos

    para uma ampla gama

    de atividades.

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    Planos e estratgias

    Nos primrdios, a contabilidade

    podia ser resumida em coletar os

    dados e organiz-los e comunicar

    o resultado desse trabalho s

    partes interessadas.

    Atualmente, ela atende no ape-

    nas delicada e trabalhosa parte

    de coleta e organizao de dados

    de uma entidade como tambm

    ajuda a mensurar os efeitos econ-

    micos e financeiros de uma deter-

    minada atividade, analisa os custos

    e auxilia na otimizao do desem-

    penho. A aplicao dos conheci-

    mentos contbeis fundamentalpara as decises de planejamento e

    de estratgia de investimentos no

    mercado de valores mobilirios.

    Administradores e investidores pre-

    cisam fazer uso de suas informa-

    es para a correta tomada

    de decises.A implementao de controles

    internos que minimizam a

    exposio da empresa a erros ou a

    impercias s efetiva se o depar-

    tamento contbil tomar parte em

    sua parametrizao.

    Desse modo, os controles internos

    so essenciais para as empresas,

    pois previnem desvios, fraudes,

    atos desonestos, entre outros

    graves problemas.

    Crditos e dbitos

    Quando olhamos um balano,

    devemos nos lembrar de que

    ele reporta as milhares de

    transaes que aconteceram em

    determinada entidade.

    A contabilidade sempre se baseia

    no mtodo das partidas dobradas.

    Ou seja, qualquer transao ter

    um ou mais crditos que seroiguais ao somatrio de um ou

    mais dbitos de lanamento de

    uma transao.

    livro03_06-21_final 13.07.06 14:03 Page 20

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    O que voc viu no captulo 1

    > A funo da contabilidade no planeja-mento do futuro de uma empresa.1

    > A importncia dos dados contbeispara a tomada de decises.2

    > A histria da contabilidade, de seusprimrdios atualidade.3

    > A aplicao da contabilidade no dia-a-dia das empresas.4

    Se a empresa vende uma mercado-

    ria vista por 100 reais, lanar um

    crdito referente venda de 100

    reais na conta Vendas vista e

    um dbito de 100 reais no caixa

    pelo recebimento do recurso

    em dinheiro.

    O impressionante que a sistema-

    tizao desse mtodo feita por

    Luca Pacioli em 1494, como men-

    cionado no histrico da contabili-

    dade, at os dias de hoje, pela per-

    feio de seu raciocnio, no foi

    sequer mudada ou contestada.

    livro03_06-21_final 13.07.06 14:03 Page 21

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    BALANO: QUE BICHO ESSE?O que so ativos e passivos?

    Como entender o significado

    de patrimnio lquido? Quais

    os componentes de uma

    demonstrao financeira?

    2

    22

    Rubricas do balano

    Pegue novamente o exemplo da

    folha de balano.

    Do lado esquerdo, encontram-se os

    dados referentes s origens de

    recursos de uma empresa. Como

    assim?, voc pergunta.

    Vamos primeiramente verificar

    as rubricas que constam do

    lado esquerdo:

    passivo circulante;

    exigvel a longo prazo;

    resultados de exerccios futuros;

    patrimnio lquido.

    Quando olhamos para um balano

    pela primeira vez, parece que esta-

    mos diante de algo em outro idio-

    ma, do qual no entendemos uma

    palavra de certo modo, mesmo

    um cdigo prprio a linguagem

    contbil. Onde j se viu meu saldo

    no banco ser nomeado como um

    dbito ou o que tenho a receber?,

    voc pode se perguntar. Parece

    mesmo um negcio sem sentido.

    Pois vou afirmar algo que, para

    alguns, poder me elevar catego-

    ria dos doidos: a contabilidade est

    certa, e o raciocnio que a guia o

    mesmo que voc usa. Embora no

    parea para os leigos, a contabili-

    dade tem lgica sim!

    Duvida? Ento, vamos em frente.

    livro03_22-29_final 13.07.06 14:20 Page 22

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    A contabilidade est certa,e o raciocnio que a guia o mesmo que voc usa.Embora no parea paraos leigos, a contabilidadetem lgica sim!

    Passivo circulante

    Sob esse ttulo incluem-se todas as

    obrigaes ou dvidas no jargo

    popular vencveis em at 360 dias

    (um ano) que uma empresa ou

    entidade possui. As rubricas carac-

    tersticas desse grupo so: fornece-

    dores, impostos a pagar, financia-

    mentos bancrios de curto prazo,

    salrios e encargos sociais a pagar.

    Exigvel a longo prazo

    Dvidas cujo vencimento superior

    a um ano so classificadas nesse

    grupo, como os financiamentos e

    dvidas de longo prazo (como as

    com o BNDES) e os impostos parce-

    lados (como o Refis, entre outros).

    Resultados de exerccios futuros

    So contabilizados as receitas e os

    custos referentes a exerccios

    outros que no os em curso.

    Patrimnio lquido

    O capital social, as reservas e os

    lucros acumulados so recursos

    classificados nesse grupo.

    Mas de que modo podemos carac-

    terizar essas contas como origens

    de recursos? Simples: quando um

    fornecedor vende uma mercadoria

    a prazo, ele o provedor dos

    recursos que viabilizam um bem

    ou servio. Logicamente muito

    mais fcil se tratamos apenas de

    patrimnio lquido, porque poss-

    vel entender que os recursos ali

    alocados so de origem dos acio-

    nistas (capital e reservas) ou do

    prprio negcio (lucros ou super-

    vits e reservas de lucros). O acrsci-

    mo a qualquer uma dessas contas

    ser sempre um crdito.

    Bom, agora mais tranqilo

    entender porque, na sabedoria

    popular, lucros so sempre crdi-

    tos. Se as demais contas tm a

    mesma caracterstica tambm

    tero tratamento igual.

    livro03_22-29_final 13.07.06 14:20 Page 23

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    O que so ativos

    E os ativos so o qu? Resposta em

    trs palavras: aplicaes das ori-

    gens. Epa, agora complicou,

    voc pode pensar.

    Que nada! Pelo contrrio, simplifi-

    cou ainda mais. Quando aquele

    fornecedor nos vendeu a prazo,

    ele nos deu a origem dos recursos,

    que, por sua vez, foram aplicados

    na compra da mercadoria.

    Mas e se a origem foi um financia-

    mento bancrio ou ainda capital

    dos scios em dinheiro?

    Boa pergunta. Nesse caso, o que a

    empresa fez? Colocou o dinheiro

    no banco ou no caixa, ou seja, apli-

    cou os recursos.

    O que so dbitos

    Em contrapartida ao crdito das

    origens, todo e qualquer aumento

    nas aplicaes ser um dbito.

    Logicamente, a reduo de uma

    conta nos leva a lanar o contrrio

    do padro para aquela conta.

    Assim, o pagamento de um forne-

    cedor com cheque do banco resul-

    taria em um crdito no banco e em

    um dbito na conta dos fornecedo-

    res pelo valor pago.

    Organizao de um balano

    Os grupos de contas no balano

    so colocados por ordem de liqui-

    dez. Assim, teramos a organizao

    que segue na prxima pgina.

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    ATIVOCirculante

    CaixaBancosInvestimentos de curto prazoClientesEstoques

    Realizvel a longo prazoDepsitos judiciaisContas a receber a longo prazo

    PermanenteInvestimentosAes de outras empresasOutros investimentosImobilizadoImveisMquinas e equipamentosMveis e utenslios

    Diferido

    PASSIVOCirculante

    FornecedoresImpostos a pagarSalrios a pagar13 salrio a pagarProviso de frias a pagarEncargos sociais a pagarFinanciamentos de curto prazo

    Exigvel a longo prazoFinanciamentos de longo prazoImpostos parcelados

    Patrimnio lquidoCapital socialReservas de capitalReservas de lucroLucros acumulados

    Balano patrimonial

    da empresa XYZ Ltda.em 31/12/2005

    Princpios e fundamentos

    Os ativos e os passivos so lanados

    pelo custo histrico. Quando o

    valor de mercado dos ativos for

    inferior, estes devero ser ajusta-

    dos. J os passivos somente sero

    ajustados se o valor de mercado for

    superior. Por qu?

    A contabilidade se guia por uma

    srie de princpios e fundamentos

    que determinam o porqu de

    certos procedimentos.

    So eles:

    1. da entidade;

    2. da continuidade;

    3. da oportunidade;

    4. do registro pelo valor original;

    5. da atualizao monetria;

    6. da competncia;

    7. da prudncia.

    Esses princpios podem ser resumi-

    dos no seguinte:

    Princpio da entidade

    Trata da necessidade da diferencia-

    o do patrimnio da entidade da

    de seus scios ou associados.

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    tros contbeis seguindo a atualiza-

    o monetria. Esse princpio foi

    muito importante na poca da alta

    inflao, pois manteve os balanos

    indexados a um valor real, no

    sendo descaracterizados pela perda

    do poder de compra da moeda.

    Princpio da competncia

    As receitas e as despesas devem ser

    includas na apurao do resultado

    do perodo em que ocorrerem,

    sempre simultaneamente caso se

    correlacionem, independentemente

    de recebimento ou pagamento.

    Esse princpio pode gerar dvidas,

    j que, aos olhos do leigo, o fluxo

    de caixa faz mais sentido do que o

    balano por competncia esse o

    ponto em que ocorre a confuso.

    Porm, torna-se fcil entender o

    princpio quando se parte para

    uma transao real: uma despesa

    devida no momento em que a dvi-

    da foi contrada (na competncia) e

    no quando paga (no caixa).

    Princpio da prudncia

    Determina a adoo do menor

    Princpio da continuidade

    A continuidade o que regula o

    segundo princpio, porque o valor

    de um ativo para uma empresa em

    atividade um e para uma empre-

    sa sem produo outro, comple-

    tamente distinto.

    Princpio da oportunidade

    Refere-se simultaneamente ao

    momento do lanamento e cor-

    reo do registro, pois um lana-

    mento somente deve ser feito no

    momento correto e deve se ater

    realidade da transao que est

    sendo lanada.

    Princpio do registro pelo

    valor original

    Os componentes do patrimnio

    devem ser registrados pelo valor

    original das transaes com o

    mundo exterior e expressos na

    moeda do pas.

    Princpio da atualizao monetria

    Os efeitos da alterao do poder

    aquisitivo da moeda nacional

    devem ser reconhecidos nos regis-

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    valor para os componentes do

    ativo e do maior para os do passi-

    vo. Isso ocorre porque o balano

    utilizado no apenas pelas pessoas

    da empresa, mas por terceiros que

    no esto familiarizados com os

    seus negcios e devem saber

    qual o pior cenrio para a realiza-

    o de ativos ou para o pagamen-

    to das obrigaes.

    Traduo de termos

    Os balanos incluem muitos termos

    de fcil traduo, como caixa,

    bancos, clientes, estoques e forne-

    cedores. Mas incluem outros que

    no fazem sentido no dia-a-dia,

    como diferido, proviso, reservas

    de capital, reservas de lucros e

    lucros acumulados.

    Esses termos so to comuns na

    rotina de um contador que no lhe

    passa pela cabea que algum no

    tenha domnio do que eles tratam.

    O fato que leigos necessitam de

    dicionrios para ler balanos, assim

    como no-especialistas precisam de

    um tradutor para textos mdicos

    ou jurdicos, por exemplo.

    Por isso, tentaremos minimizar

    essa necessidade quanto rea

    contbil com o dicionrio de ter-

    mos contbeis no final deste livro.

    Balano anual

    Qualquer entidade necessita fazer

    um balano de suas atividades

    aps um determinado perodo.

    Esse perodo normalmente equi-

    valente ao exerccio social, que

    tende a ser de um ano. O porqu

    de ser anual relaciona-se principal-

    mente tradio de se analisar a

    evoluo da vida de qualquer pes-

    soa em perodos anuais.

    livro03_22-29_final 13.07.06 14:20 Page 27

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    O que voc viu no captulo 2

    > O que um balano contbil e comose faz sua leitura.1

    > O significado das rubricas que cons-tam em um balano.2

    > O significado de ativos e dbitos, e aorganizao de um balano.3

    > As demonstraes que compem umademonstrao contbil.4

    (ou prejuzos, supervits ou

    dficits), acumulados no

    patrimnio lquido.

    Demonstrao das mutaes do

    patrimnio lquido

    As modificaes no patrimnio

    lquido tm esse demonstrativo,

    que pode ser substitudo pela

    demonstrao de lucros ou preju-

    zos acumulados. Retrata as altera-

    es ocorridas naquela conta

    durante o perodo.

    Demonstrao das origens e

    aplicaes de recursos

    Relata como o capital circulante da

    empresa foi utilizado ou modifica-

    do. Esse demonstrativo vem sendo

    substitudo pela demonstrao do

    fluxo de caixa, que melhor se adap-

    ta ao objetivo de transparncia e

    detalhamento dessas modificaes

    Notas explicativas

    Explicam as demonstraes para

    terceiros e procuram garantir trans-

    parncia aos itens que possam

    necessitar de maior detalhamento.

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    32

    Uma estratgia da empresa

    Para realizar o planejamento tribu-

    trio da empresa, em primeiro

    lugar necessrio criar um

    momento favorvel. Como se

    consegue isso?

    Com a conscientizao de toda a

    equipe de trabalhadores, por meio

    do gerenciamento dos esforos de

    diversas pessoas da empresa e com

    os objetivos voltados para a redu-

    o da carga tributria.

    Como regra primordial, o planeja-

    mento tributrio deve integrar o

    planejamento estratgico como

    uma perspectiva a ser conduzidade forma dinmica e compartilha-

    da, e monitorada com base nos

    indicadores estabelecidos no pla-

    nejamento do processo.

    O mnimo necessrio

    O planejamento tributrio partedo princpio de que todos os con-

    tribuintes tm o direito de ordenar

    os seus negcios de forma que

    paguem o mnimo de tributos em

    face da legislao correspondente.

    Pressupe tambm que o empres-

    rio que decide optar pela alternati-

    va mais econmica do ponto de

    vista fiscal est se utilizando do

    mesmo procedimento de quando

    resolve adquirir um insumo pelo

    menor preo possvel.

    O desafio da reduo do custo tri-

    butrio deve motivar tambm as

    pessoas da contabilidade. A funo

    a de subsidiar de informaes

    competitivas e lucrativas todos os

    setores da empresa.

    Vantagem competitiva

    A ausncia do planejamento tribu-

    trio em grande parte das empre-sas coloca-as em uma posio de

    desvantagem no campo da compe-

    titividade do mercado.

    Por sua vez, aquelas que tm

    conscincia da importncia do pla-

    nejamento tributrio e o empre-

    gam no dia-a-dia adquirem umaforte perspectiva de ganhos signifi-

    cativos em relao a seus principais

    concorrentes.

    Sonegar, a pior sada

    fato que determinadas empresas

    livro03_30-37_final 13.07.06 14:25 Page 32

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    33

    utilizam-se da sonegao para

    garantir competitividade. O que

    pode parecer uma sada esperta

    para tirar vantagem da concorrn-

    cia, na verdade, volta-se contra o

    futuro da empresa sonegadora.

    Primeiro porque sonegar crime.

    Segundo porque a empresa em

    questo tende a ter desvantagem

    na competio com outras que no

    se utilizam desse expediente, uma

    vez que fica patente que ela s

    sobrevive por transferir sua inefi-

    cincia para a sonegao.

    Alm disso, a sonegao tende

    cada vez mais a ser reduzida, prin-cipalmente pelo aparelhamento do

    Estado em seu combate.

    Carga tributria

    Analistas acreditam que a mdio

    prazo a carga tributria brasileira

    ter de ser reduzida sob pena de ogoverno correr o risco de enfrentar

    uma crise empresarial de propor-

    es imensurveis.

    Afinal, com a alta carga de tributa-

    o, o Brasil corre o risco de perder

    competitividade no competitivo

    mercado internacional. De modo

    contrrio, uma reduo da carga

    tributria garantiria mais condies

    de competio s empresas.Aqueles que defendem a elevada

    tributao alegam que o montante

    da sonegao equivaleria metade

    do PIB do Pas.

    Verdade ou no, esse seria um

    argumento plausvel para quem

    precisa justificar a alta carga tribu-tria. De qualquer modo, no com-

    pete a este livro discutir a soluo

    para a diminuio do valor dos tri-

    butos. Apenas observamos que o

    Estado deve zelar pela produtivida-

    de do pas.

    livro03_30-37_final 13.07.06 14:25 Page 33

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    34

    Caso seja apurado prejuzo em

    algum trimestre, este somente

    pode ser compensado em 30%

    com o lucro de algum trimestre

    futuro, mesmo no prprio

    exerccio de apurao.

    Lucro real mensal com balano de

    suspenso ou reduo

    Para as empresas, a vantagem

    do lucro real mensal com balano

    de suspenso ou reduo poder

    compensar em 100% o valor

    dos prejuzos apurados em

    um determinado ms com lucros

    de meses futuros dentro domesmo exerccio.

    Lucro presumido

    O Fisco estabeleceu a margem

    que cada tipo de empresa deve

    ter. A base 8% da receita bruta

    apurada, passando a 1,6% paraatividade de revenda para con-

    sumo de combustvel derivado

    de petrleo, lcool etlico carbu-

    rante e gs natural; 16% para a

    atividade de prestao de servio

    de transporte, exceto o de carga;

    Regimes de apurao

    A partir do que foi explanado at

    agora, pode-se dizer que existem

    determinados modelos de planeja-

    mentos tributrios alguns mais,

    outros menos complexos.

    O mais simples deles, creio, o de

    analisar e comparar a tributao

    do Imposto de Renda utilizando-se

    dos quatro regimes de apurao:

    1. Lucro real trimestral.

    2. Lucro real mensal com balano

    de suspenso ou reduo.

    3. Lucro presumido.

    4. Lucro arbitrado.

    Lucro real trimestral

    Apuram-se as receitas e despesas

    de uma empresa a cada trimestre.

    So feitas as adies e as exclu-

    ses estabelecidas pelo Fisco e,

    assim, apurado o resultado.O lucro real trimestral tende a ser

    utilizado pelas empresas que pos-

    suem margem comprovada de

    lucro inferior determinada pelo

    lucro presumido, e com lucros em

    todos os trimestres.

    livro03_30-37_final 13.07.06 14:25 Page 34

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    36

    Outros tributos

    Em suma, pelo breve exemplo da

    pgina anterior, deu para ter

    noo de quo complexa a anli-

    se de uma situao e seu planeja-

    mento tributrio.

    Lembre-se de que foram analisados

    apenas o Imposto de Renda da pes-

    soa jurdica, o PIS e a COFINS. Ou

    seja, faltaram somente outros 55

    tributos que poderiam afetar o cl-

    culo, tais como:

    Imposto sobre a Importao de

    produtos estrangeiros (II).

    Imposto sobre a Exportao para

    o exterior de produtos nacionais

    ou nacionalizados (IE).

    Imposto sobre a Propriedade

    Territorial Rural (ITR).

    Imposto sobre Operaes de

    Crdito, Cmbio, Seguro e relativas

    a Ttulos e Valores Mobilirios (IOF).

    Imposto sobre Produtos

    Industrializados (IPI).

    Imposto sobre a Transmisso

    Causa Mortis e Doao de quais-

    quer Bens ou Direitos (ITCD).

    Imposto sobre Operaes relati-

    vas Circulao de Mercadorias e

    sobre Prestaes de Servios de

    Transporte Interestadual e

    Intermunicipal e de Comunicao

    (ICMS).

    Imposto sobre a Propriedade de

    Veculos Automotores (IPVA).

    Imposto sobre a Propriedade

    Predial e Territorial Urbana (IPTU).

    Imposto sobre a Transmisso Inter

    Vivos, a qualquer ttulo, por ato

    oneroso, de Bens Imveis, por

    natureza ou acesso fsica, e de

    direitos reais sobre imveis, exceto

    os de garantia, bem como a cessode direitos a sua aquisio (ITBI).

    Imposto Sobre Servios de qual-

    quer natureza (ISS).

    Contribuio sobre a

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    O que voc viu no captulo 3

    > A definio de planejamento tributrioe seu papel no crescimento da empresa.1

    > A vantagem competitiva adquirida apartir de um planejamento tributrio.2

    > A razo pela qual a sonegao fiscalno uma alternativa s empresas.3

    > Os quatro regimes de apurao a par-tir do lucro da empresa.4

    Movimentao Financeira (CPMF).

    Contribuio de Interveno de

    Domnio Econmico (CIDE).

    Contribuio para o INSS

    patronal.

    Contribuio para o INSS

    empregado.

    FUNDAF.

    livro03_30-37_final 13.07.06 14:25 Page 37

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    CONTABILIDADE DE CUSTOSDe que modo o fator custo

    relaciona-se ao lucro da

    empresa? Qual o melhor

    mtodo para calcular os

    custos de um negcio?

    4

    38

    premissas adotadas para o xito de

    qualquer empreendimento consis-

    tem basicamente em buscar o mer-

    cado certo, empregar corretamen-

    te os recursos disponveis entre

    materiais, humanos e financeiros ,

    adotar a tecnologia recomendvel

    e adotar os processos administrati-

    vos adequados.

    Nas mdias ou pequenas empresas,

    que constituem uma parcela da eco-

    nomia bastante significativa, a ado-

    o de solues que se estendam aocontrole e anlise dos gastos com

    uma rigorosa gesto de investimen-

    tos, custos e despesas uma prio-

    ridade para todas as aes adminis-

    trativas e tcnicas.

    A tarefa de atin-

    gir padresideais de competiti-

    vidade, aliados otimi-

    zao da qualidade e da produti-

    vidade, ser grandemente facilita-

    da com as informaes gerenciais

    geradas pelo setor de custos.

    A busca do lucro objetivo funda-

    mental de toda empresa, afinal o

    componente que faz qualquer

    negcio suportar situaes adversas,

    sobreviver e gerar produtos ou servi-

    os sociedade.

    O aumento ou a simples manuten-

    o do lucro merece cada vez mais

    a ateno dos administradores. As

    livro03_38-49_final 13.07.06 14:32 Page 38

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    39

    A tarefa de atingir padresideais de competitividade,aliados otimizaoda qualidade e daprodutividade, sergrandemente facilitada comas informaes gerenciais

    geradas pelo setor de custos.

    A busca de meios para a obteno

    de melhores ndices de eficincia,

    com o aumento da produtividade

    de todos os fatores da produo

    representados pelos recursos

    materiais, humanos e financeiros,

    sem excees , s possvel com

    informaes precisas sobre a

    empresa, principalmente no que

    tange a seus custos.

    Sistema de custeio

    Com a Revoluo Industrial e o

    advento das indstrias, surgiu a

    necessidade de uma apurao mais

    detalhada do balano e da de-monstrao do resultado. At

    ento, a contabilidade era usada

    basicamente por comerciantes, e a

    apurao de custos exigia um

    modelo que dispensava qualquer

    sofisticao. Assim, para essa apu-

    rao detalhada, o contador nodispunha facilmente de dados para

    atribuir valor aos estoques.

    Da, a necessidade da contabilida-

    de de custos industriais, com a

    qual os contadores tentavam utili-

    zar os mesmos critrios aplicados

    nas empresas industriais, agora,

    nas empresas comerciais e de servi-

    os. Com o surgimento da contabi-

    lidade de custos, iniciaram os siste-

    mas de custeios, que passaram

    pouco a pouco a ter vida prpria.

    Custeio por absoro

    O primeiro sistema de custeio foi o

    tradicional ou por absoro

    que surgiu por volta de 1920,

    seguindo o mrito derivado da

    aplicao dos princpios contbeisgeralmente aceitos. um mtodo

    de custeio que apropria os custos

    diretos e indiretos aos produtos, e

    considera as despesas administrati-

    vas, de vendas e financeiras, como

    sendo do perodo.

    livro03_38-49_final 13.07.06 14:32 Page 39

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    40

    Sem departamentalizao

    O sistema de custeio por absoro

    pode ser realizado com ou sem

    departamentalizao.

    Caso ele seja sem departamentali-

    zao, apresenta trs passos bsi-

    cos que so:

    1. Separao entre custos e

    despesas.

    2. Apropriao dos custos diretos.

    3. Apropriao dos custos indiretos.

    Quando o critrio de rateio por

    absoro sem departamentalizao

    propicia valores de custos e custos

    totais diferentes a cada produto,

    passa a ser obrigatrio o sistema de

    departamentalizao, que cria uma

    distribuio mais racional dos cus-

    tos indiretos gerados sobre os pro-

    dutos ou servios.

    Com departamentalizao

    Com a departamentalizao, os

    custos indiretos so rateados entre

    os departamentos de produo,

    atuando, assim, sobre os produtos

    e apropriando custos a eles. Osdepartamentos de servios no tm

    seus custos apropriados aos produ-

    tos. Esse esquema de custeio possui

    seis passos bsicos:

    1. Separao entre custos e

    despesas.

    2. Apropriao dos custos diretos

    ao produto.

    3. Apropriao dos custos indiretos

    aos departamentos.

    livro03_38-49_final 13.07.06 14:33 Page 40

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    41

    4. Rateio dos custos indiretos

    comuns e da administrao geral

    da produo aos departamentos.

    5. Escolha da seqncia de rateio

    dos custos acumulados nos depar-

    tamentos de servios e distribuio

    aos demais.

    6. Atribuio dos custos indiretos

    dos departamentos de produo

    aos produtos, de acordo com o cri-

    trio escolhido.

    Reduo de desperdcio

    A contabilidade de custos passa aoferecer elementos de medio e

    anlise para alcanar objetivos

    administrativos e econmicos, alm

    dos financeiros.

    Desse modo, as informaes signifi-

    cativas para a gesto dos negcios

    da empresa, em ambientes demaior competitividade, permitem

    perseguir ndices mais elevados de

    produtividade e qualidade, com

    conseqente reduo de desperd-

    cios, inclusive o tempo ocioso de

    mquinas e de pessoal.

    Com a evoluo do conhecimento

    das empresas sobre as prprias ati-

    vidades, notou-se que faltam

    determinadas informaes no siste-

    ma de custeio por absoro para atomada de deciso no nvel geren-

    cial. Para tanto, foi criado um siste-

    ma de informaes complementa-

    res, de apoio, denominado sistema

    de custeio direto ou varivel.

    Alcanar melhores resultados natu-

    ralmente significa estabelecer umcorreto planejamento das ativida-

    des e seu correspondente controle,

    passando-se a obter informaes

    de maior relevncia do que a

    empresa realiza e do que

    pretende realizar.

    As informaes significativaspara a gesto dos negciosda empresa, em ambientesde maior competitividade,permitem perseguir ndicesmais elevados deprodutividade e qualidade,

    com conseqente reduode desperdcios.

    livro03_38-49_final 13.07.06 14:33 Page 41

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    42

    to da maioria de seus custos fixos.

    Localizao, disponibilidade de

    materiais e de mo-de-obra espe-

    cializada, definio dos padres de

    produo desejveis e pesquisa de

    mercado constituem, assim, ferra-

    mentas na tomada de deciso de

    localizao de uma empresa.

    Custos de manuteno

    importante considerar os custos

    de manuteno dos ativos imobili-

    zados no apenas na implantao

    do empreendimento, mas em toda

    sua existncia.

    Determinar uma planta nica,construir vrias unidades indepen-

    dentes ou crescer modularmente

    influem no resultado do custo

    de manuteno e, portanto, no

    resultado futuro das operaes

    da empresa.

    Todo o conjunto de aes requercontinuamente a concentrao de

    esforos de todos os nveis de ges-

    to com o intuito de deixar a

    empresa preparada para enfrentar

    o seu mercado dentro de um per-

    feito equilbrio das aes geren-

    No permanecendo constantes por

    sua mesma natureza, todos os

    fatores de custos, alternada ou

    simultaneamente, sofrem sucessi-

    vas mutaes, independente da

    variao de preos dos insumos e

    servios utilizados na produo.

    A relao custo/preo exige um

    rigoroso e permanente controle

    dos gastos e o estabelecimento

    de oramentos a prazos cada vez

    mais limitados.

    Decorrentes desses fenmenos, os

    custos totais de qualquer produto

    ou servio no sero iguais para

    uma empresa em pocas diferen-tes ou quando comparados com

    os de empresas similares na

    mesma poca.

    O dimensionamento da empresa

    por si s j define o estabelecimen-

    importante considerar oscustos de manuteno dosativos imobilizados noapenas na implantao doempreendimento, mas emtoda sua existncia.

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    ciais. O objetivo que sejam alcan-

    adas as metas estabelecidas com a

    otimizao dos resultados.

    Medidas corretivasA adoo de medidas corretivas

    conduzir a um aumento de pro-

    dutividade, seja com a reduo do

    tempo ocioso, seja com a elimina-

    o de desperdcios dos materiais,

    seja com o melhor aproveitamento

    da mo-de-obra etc.

    Demonstrao de resultado

    Para uma anlise mais precisa, a

    demonstrao de resultado quan-

    do o setor de custos envolvido

    passa a ser:

    Para os custos diretos (materiais e

    mo-de-obra), a apropriao deseus valores aos produtos de fcil

    identificao.

    Ao se considerar a sua variao,

    pode-se quantificar em unidades

    fsicas identificveis com os

    produtos.

    Receitas totais

    (-) Materiais diretos (ou variveis)

    (-) Mo-de-obra direta (ou varivel)

    (-) Despesas variveis

    (=) Margem de contribuio

    (-) Custos fixos

    (-) Despesas fixas

    (=) Lucro

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    Item por item

    A seguir, o significado de cada item

    da demonstrao de resultado.

    Materiais diretos

    Tanto matria-prima como os

    materiais auxiliares e de embala-

    gem so utilizados com base

    em quantificaes tecnicamente

    estabelecidas.

    Mo-de-obra direta

    Esse componente de custos permite

    uma relao direta com os produ-

    tos, podendo ser expresso em

    homens-hora/unidade.

    Despesas variveis

    Da mesma maneira, so facilmente

    identificveis com os produtos,

    variando proporcionalmente com a

    produo e as vendas.

    Custos e despesas fixos

    Esses componentes independem do

    volume de produo por estar vin-

    culados estrutura da planta

    industrial e no a seu funciona-

    mento. Passam, desse modo, a

    constituir a dificuldade maior para

    sua vinculao ao produto.

    Tornam-se mais relevantes em uma

    produo pequena. Qualquer ele-mento que se tome como base

    para seu rateio expressar apenas

    uma forma relativamente objetiva,

    para efeito de qualquer tentativa

    de distribuio.

    Custeio diretoNo sistema de custeio direto ou

    varivel, s so agregados aos pro-

    dutos seus custos variveis. Os cus-

    tos fixos so tratados como despe-

    sas. importante ressaltar que esse

    mtodo no aceito para fins

    Hoje, com o advento datecnologia e a progressivaimplantao de sistemascomo o Just-in-Time, entreoutros, os custos indiretos defabricao foram crescendo,aumentando assim as

    distores provocadas pelaarbitrariedade no critriode rateio.

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    externos, porm fornece informa-

    es importantes que faltam ou

    so deficientes no custo por absor-

    o como:

    margem de contribuio;

    ponto de equilbrio;

    margem de segurana;

    alavancagem operacional.

    Ajuste fcil

    Com essa sistematizao, a medida

    da produtividade relativa estrutu-

    ra da planta industrial estar defi-

    nida no padro custo/mquina-

    hora. Qualquer variao na quanti-dade de mquinas-horas, no caso

    de projees para perodos futuros,

    ser facilmente ajustada, propor-

    cionando um controle permanente

    sobre os desperdcios e a ociosida-

    de das mquinas.

    Com o tempo, esses sistemas tam-

    bm foram substitudos por tcni-

    cas mais modernas e adequadas ao

    nvel de informao e controle.

    Custo ABC

    Popularmente conhecido como sis-

    tema ABC, o custeio baseado em

    atividades e gerenciamento permi-

    te reduzir as distores causadas

    pela arbitrariedade do rateio doscustos indiretos de fabricao.

    Antigamente essa arbitrariedade

    era aceita, pois a proporo dos

    custos indiretos de fabricao em

    comparao aos demais custos era

    pequena. Hoje, com o advento da

    tecnologia e a progressiva implan-tao de sistemas como o Just-in-

    Time, entre outros, os custos indire-

    tos de fabricao foram crescendo,

    aumentando assim as distores

    provocadas pela arbitrariedade no

    critrio de rateio.

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    Sistema ABM

    Em complemento ao sistema ABC,

    surgiu o Activity Based Manage-

    ment (ABM) ou Gesto Baseada em

    Atividades. Esse sistema utiliza as

    informaes geradas pelo ABC para

    o gerenciamento da empresa por

    meio do ABM Operacional e do

    ABM Estratgico.

    Escolha do sistema

    importante ressaltar que todos os

    sistemas apresentados geram infor-

    maes que auxiliam na tomada de

    deciso. No existe um sistema

    mais ou menos adequado. Tudodepende da necessidade da empre-

    sa e do tipo de informao que ela

    deseja obter. Para decidir qual sis-

    tema usar, deve-se acompanhar os

    seguintes passos:

    Passo 1 Determinar como avaliar

    os estoques

    Em outras palavras, significa deter-

    minar como medir a eficincia.

    Uma das definies atribuir cus-

    tos aos estoques, que pode ser

    feito das seguintes formas:

    FIFO (First In, First Outou

    Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair)

    Baseado no custo do produto maisantigo no estoque. O custo unit-

    rio que servir de base precifica-

    o de custo dos produtos em esto-

    que o do item mais antigo.

    Exemplo: uma empresa compra na

    data A 10 itens por 300 reais ou

    30 reais por unidade. Mesmo quena data B compre 30 itens a 45 reais

    cada um, o estoque ser valorizado

    a 30 reais, o custo mais antigo.

    LIFO (Last In, First Outou ltimo

    a Entrar, Primeiro a Sair)

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    Baseado no custo da ltima merca-

    doria a dar entrada no estoque.

    Pelo exemplo anterior, cada unida-de seria valorizada a 45 reais.

    NIFO (New In, First Outou Novo

    a Entrar, Primeiro a Sair)

    Baseado no custo da prxima mer-

    cadoria a dar entrada no estoque.

    Nesse caso, o valor o de mercadoou o custo de reposio.

    Custo mdio

    Baseado no custo mdio de todos

    os produtos em estoque. De acordo

    com o exemplo, seria calculado da

    seguinte forma: 10 itens a 30 reais

    (300 reais) adicionados a 30 itens a

    45 reais (1.350 reais) resultariam

    em 40 itens, num total de 1.650

    reais. Assim, o custo unitrio mdio

    seria de 41,25 reais.

    Valores de entrada e sada

    Outra definio quanto aos valo-

    res de entrada ou de sada.

    No caso dos valores de entrada,

    dever ser determinado o mtodo

    de valorizao:

    custo histrico;

    custo histrico corrigido; custo corrente;

    custo corrente corrigido;

    custo futuro de reposio.

    Os valores de sada tambm

    demonstram alternativas em sua

    precificao:

    valores descontados das entradas

    futuras de caixa;

    preos correntes de vendas;

    equivalentes correntes de caixa;

    valores de liquidao.

    importante ressaltarque todos os sistemasapresentados geraminformaes que auxiliamna tomada de deciso. Noexiste um sistema mais oumenos adequado. Tudo

    depende da necessidadeda empresa e do tipode informao que eladeseja obter.

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    48

    Passo 2 Identificar e separar gastos

    em custos e despesas

    Para registrar os gastos, preciso

    classific-los, identific-los e apre-

    sent-los de acordo com a natureza

    de sua ocorrncia. Verifica-se tam-

    bm se os gastos tm ou no rela-

    o com a atividade produtiva.

    nesse momento que a contabilida-

    de faz a distino entre custos e

    despesas. As despesas so transferi-

    das diretamente para o resultado.

    J os custos so divididos em

    trs componentes:

    material; mo-de-obra;

    gastos gerais de fabricao.

    O conceito de custos no deve ser

    limitado ao produto fabricado.

    Cada atividade deve ser vista como

    uma empresa isolada que gera cus-tos e resultados. A cada uma d-se

    o nome de centro de custo.

    Passo 3 Definir como os custos

    sero agregados aos produtos

    necessrio definir o sistema de

    acumulao, ou seja, como os

    dados sero divididos para poste-

    rior mensurao. H dois sistemas

    comumente aceitos:

    Por ordem de produo

    Os produtos so divididos por lotes

    de produo. Todos os custos ine-

    rentes produo de uma quanti-

    dade determinada de itens so

    agregados quele lote, independen-

    temente do perodo de produo.

    Por processo contnuo

    Os custos so distribudos por cen-

    tro de custos. Ao final do dia, soagregados s unidades produzidas

    em seus diversos estgios acaba-

    do e semi-acabado, entre outros.

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    O que voc viu no captulo 4

    > Como a mensurao de custos deter-minante para gerar lucro.1

    > Sistemas de custeio: por absoro,direto ou ABC.2

    > As etapas para definir o sistema decusteio mais adequado empresa.

    3

    Passo 4 Classificar os custos em

    diretos e indiretos

    Essa classificao tem por objetivo

    permitir uma melhor utilizao do

    sistema de custeio adotado pela

    entidade. Os custos diretos so alo-

    cados aos produtos independente-

    mente do sistema utilizado. Os cus-

    tos indiretos recebem um trata-

    mento diferenciado, que varia de

    acordo com o sistema adotado.

    fundamental que o responsvel

    pela gesto de custos na empresa

    tenha conhecimento de todo o

    processo produtivo para definir as

    escolhas com preciso.

    Passo 5 Determinar o sistema

    de custeio

    O sistema de custeio a ser utilizado

    depender no somente da vonta-

    de da empresa, mas da qualidade

    das informaes possudas.Relembrando os sistemas que j

    foram descritos anteriormente:

    custeio por absoro;

    custeio varivel ou direto;

    custo ABC.

    livro03_38-49_final 13.07.06 14:33 Page 49

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    52/99

    ORAMENTO EMPRESARIAL

    Por que preciso planejar o

    oramento para minha empresa

    ser rentvel? De que modo o

    oramento base-zero pode

    enxugar as despesas?

    5

    50

    elas fins lucrativos ou no.

    O oramento , na verdade, a

    transformao do planejamento

    estratgico de uma organizao

    em objetivos mensurveis por meio

    das ferramentas de desempenho.

    Oferta e demanda

    O oramento nas empresas nasceu

    nos anos de 1920 como uma ferra-

    menta de gesto de custos.

    Um dos grandes incentivadores,

    divulgadores e contribuintes paraa melhoria da ferramenta foi o

    norte-americano Henry Ford, fun-

    dador da Ford e mentor da linha

    de montagem nas fbricas.

    Ford trabalhava sob a seguinte

    lgica: produzir bens em grande

    quantidade, sim, mas de olho nademanda. O industrial foi uma

    exceo em uma poca na qual as

    empresas aumentavam sua produ-

    o desmedidamente, acreditando

    na teoria de que a oferta seria

    capaz de criar a demanda.

    Como vimos no captulo anterior, a

    previso de custos fundamental

    na definio de rentabilidade de

    uma entidade. Assim, o processo

    oramentrio o elemento princi-

    pal do controle gerencial na maiorparte das organizaes, tenham

    livro03_50-61_final 13.07.06 14:40 Page 50

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    51

    Para no ver seus recursosminguarem no oramento do

    ano seguinte, os executivos

    optam por consumi-los

    sem que essa atitude guarde

    necessariamente vnculos

    com o planejamento

    estratgico da companhia.

    Operacional e estratgico

    Com a utilizao do mtodo de

    administrao cientfica, a aplica-

    o do oramento empresarial

    tomou grande impulso nos anos

    que se seguiram a 1930.

    Em meados da dcada de 1960, o

    cientista contbil Robert Anthony

    estabeleceu uma estrutura de con-

    trole gerencial com dois processos

    complementares: o planejamento

    operacional e o estratgico.

    Anthony verificou que o planeja-

    mento operacional assumia formas

    diferentes nas organizaes.

    Acreditava-se na poca que o pla-nejamento estratgico constitusse

    uma atividade restrita aos mais

    altos escales de uma organizao,

    mas que, por fim, norteava os

    objetivos e as metas do processo

    de controle gerencial.

    Em conseqncia, por muitos anos,planejamento estratgico e contro-

    le gerencial foram considerados

    campos distintos de estudo.

    Com essa viso distorcida, as duas

    reas evoluram a passos vagarosos

    comparadas s demais.

    Gaste ou perca

    Com a globalizao e a abertura

    dos mercados a partir da dcada de

    1990, intensificou-se a concorrncia

    entre as companhias, o que passou

    a exigir inovao e respostas rpi-das das organizaes.

    Na virada do milnio, ganhou fora

    a filosofia do gaste ou perca,

    prtica corrente tanto em inmeras

    grandes empresas como na admi-

    nistrao pblica.

    Para no ver seus recursos mingua-rem no oramento do ano seguin-

    te, os executivos optam por consu-

    mi-los sem que essa atitude

    guarde necessariamente vnculos

    com o planejamento estratgico

    da companhia.

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    52

    Outros mtodos

    Com o decorrer do tempo, surgi-

    ram mtodos alternativos ao pro-

    cesso oramentrio, como o ora-

    mento base-zero, o flexvel, o con-

    tnuo, o baseado em atividades e o

    beyond budgeting. Em comum,

    todos eles procuram minorar as

    deficincias constatadas na prtica

    oramentria das empresas.

    Planejamento e oramento

    O planejamento e o oramento,

    em seu sentido tradicional, com-

    pem um processo peridico no

    qual as organizaes buscam proje-

    tar seus resultados e gastos opera-

    cionais futuros.

    um processo de cima para baixo.

    De modo geral, o pacote oramen-

    trio encaminhado da diretoria

    para as vrias divises e unidades

    operacionais, acompanhado por

    formulrios a serem preenchidos e

    previses operacionais e de vendas

    a serem completadas.

    Limites e metas

    O oramento final normalmente

    produzido semanas ou meses aps

    a distribuio inicial dos formul-rios. Fixa os limites operacionais

    para o prximo perodo e as metas

    a serem alcanadas.

    Nas metas estabelecidas, so esti-

    mados os compromissos gerenciais

    e de resultados daquela entidade.

    Em geral, as remuneraes vari-veis baseiam-se no cumprimento

    dessas metas. Desse modo, o ora-

    mento, atrelado ao planejamento,

    uma das mais eficazes armas de

    engajamento da gerncia mdia na

    estratgia geral da empresa.

    livro03_50-61_final 13.07.06 14:40 Page 52

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    53

    Faz-se necessrio, portanto,implementar um sistema que

    propicie ao gerente ou ao

    colaborador enxergar a

    empresa de um modo mais

    amplo. Assim, eles estaro

    capacitados a atuar

    igualmente nas duas frentes:a dos resultados previstos

    no oramento e a do

    planejamento estratgico.

    Pouco flexvel

    Na seqncia, o oramento sub-

    metido ao conselho de administra-

    o para, em seguida, retornar a

    cada diviso ou departamento.

    Uma vez aprovado o oramento, as

    regras para modific-lo costumam

    ser bastante rgidas.

    Esse engessamento tende a ser

    mais prejudicial do que benfico,

    uma vez que estimula o comporta-

    mento do gaste ou perca entre

    os diversos departamentos.

    As empresas mais geis asseguram

    certa flexibilidade para que reas

    especficas que detm conheci-mento mais profundo do que as

    instncias superiores possam

    modificar os passos em nvel local

    para a consecuo das metas.

    Viso da empresa

    O controle oramentrio se enqua-dra perfeitamente no conceito dos

    processos de administrao por

    exceo. Como o controle realiza-

    do por meio do cumprimento das

    metas estabelecidas, um adminis-

    trador somente se preocupa com

    os resultados alcanados, relegan-

    do a segundo plano qualquer pen-

    samento ou interseco com o pla-nejamento estratgico da empresa.

    Claro que esse sistema embora

    vigente nas mais diversas compa-

    nhias no o ideal.

    Faz-se necessrio, portanto, imple-

    mentar um sistema que propicie ao

    gerente ou ao colaborador enxer-gar a empresa de um modo mais

    amplo. Assim, eles estaro capaci-

    tados a atuar igualmente nas duas

    frentes: a dos resultados previstos

    no oramento e a do planejamento

    estratgico da companhia.

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    54

    adequar s reorganizaes, aquisi-

    es, fuses e incorporaes.

    Processo demasiadamente finan-

    ceiro, deixando as demais reas

    como meras executoras do planeja-

    mento da rea financeira.

    Desconfiana da rea operacio-

    nal, que tende a analisar o proces-

    so como um esforo do setor finan-

    ceiro para organizar os dados da

    base para a alta administrao.

    Omisso de desperdcios e inefi-

    cincias das reas, que deixam deidentificar as causas das variaes

    no processo produtivo, necessrias

    para a melhoria contnua.

    Cenrios estabelecidos com base

    no exerccio anterior e, portanto,

    desatualizados.

    Imprecises pela falta de controle

    na elaborao da verso final do

    documento, como a soma dos

    dados que no equivale soma das

    diversas partes.

    Sem imposio

    H especialistas que defendem que

    o estabelecimento de metas de

    cima para baixo no funciona. Para

    estes, o comprometimento com as

    metas oramentrias ser maior

    com a participao do setor orado

    e no simplesmente com elas

    impostas pelos escales superiores.

    Problemas vista

    O processo de planejamento e con-

    trole oramentrio pode apresen-

    tar problemas como:

    Falha nas estimativas.

    Adaptao lenta. Normalmente

    necessrio mais de um ano para o

    processo produzir resultados satis-

    fatrios.

    Execuo no automtica.

    Oramentrio tradicional no

    apto a acompanhar o dinamismo

    dos negcios.

    Falta de flexibilidade para se

    livro03_50-61_final 13.07.06 14:40 Page 54

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    Solues simples

    A soluo para os problemas apon-tados no difcil e depende de

    medidas de fcil implementao.

    Entre elas, destacam-se:

    Os objetivos devem significar um

    desafio exeqvel tanto para o

    administrador individual quantopara a unidade operacional.

    Os executivos de linha devem

    estar profundamente envolvidos no

    processo por meio do fornecimento

    dos dados bsicos para o planeja-

    mento em seus respectivos centros

    de responsabilidade.

    A nfase do planejamento e con-

    trole de resultados deve residir

    num conceito de desempenho.

    A administrao deve mostrar aos

    nveis inferiores que dotaes adi-

    cionais podem ser aprovadas a

    qualquer momento, a despeito do

    oramento inicialmente elaborado,

    desde que sejam apresentadas

    razes econmicas para tal.

    Os setores da empresa devem serestimulados a poupar e a devolver

    os recursos desnecessrios, ao

    mesmo tempo que deve ser assegu-

    rado a eles que as dotaes futuras

    no sero adversamente influencia-

    das por essa atitude positiva.

    A flexibilidade na execuo de

    planos deve ser prevista na poltica

    da empresa com o objetivo de

    aproveitar oportunidades favor-

    veis, mesmo que no includas

    no oramento.

    livro03_50-61_final 13.07.06 14:40 Page 55

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    57

    Monitoramento constante

    Uma vez que, pelo oramento

    base-zero, as diversas reas da

    empresa so incentivadas a atuar

    em conjunto, o trabalho acaba for-

    necendo elementos que permitem:

    localizar problemas de retrabalho

    entre reas;

    gargalos de desperdcio que

    antes passariam despercebidos;

    identificar com maior facilidade

    as prioridades;

    avaliar com maior pertinncia o

    desempenho dos colaboradores.

    Foco nas despesas

    O oramento base-zero foca nas

    despesas, o que torna mais clara a

    visualizao delas.

    Com isso, possvel detectar gor-

    duras que devem ser cortadas sem

    prejuzos para a empresa e que,por outro mtodo oramentrio,

    passariam despercebidas. Funciona,

    desse modo, como um instrumento

    que visa reduo dos gastos e das

    despesas, redundando no aumento

    dos resultados.

    Conjunto de premissas

    As seguintes premissas so adota-

    das quando se elabora um ora-mento base-zero:

    Todos os valores que estaro

    compondo a base oramentria

    sero obtidos na escriturao con-

    tbil dos exerccios anteriores.

    Todos os valores obtidos sero

    histricos.

    Os lanamentos contbeis so

    verificados para sua correta aloca-

    o no centro de custo.

    livro03_50-61_final 13.07.06 14:40 Page 57

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    58

    Todas as funes e atividades

    da empresa so analisadas

    detalhadamente.

    Analisam-se as alternativas de

    cada atividade para atingir o

    resultado final desejado.

    So identificadas as opes entre

    a realizao parcial ou total das

    metas estabelecidas e os custos a

    elas associados.

    Oramento participativo

    Uma outra alternativa que tem

    sido aplicada notadamente narea pblica o chamado ora-

    mento participativo.

    Com ele, os cidados de um deter-

    minado municpio participam do

    processo por meio de organizaes

    sociais ou de modo individual.

    Pelo oramento participativo, aprefeitura pode estabelecer limites

    e critrios para compartilhar o

    poder de deciso com os morado-

    res da cidade.

    A Constituio de 1988 define trs

    instrumentos integrados para a ela-

    borao do oramento que visam

    ao planejamento das aes do

    poder pblico. So eles:

    1. Plano Plurianual (PPA)

    Prev as despesas com programas,

    obras e servios decorrentes com

    durao superior a um ano. No pri-

    meiro ano de governo, o prefeito

    deve propor diretrizes, metas e

    objetivos que, aps aprovao,

    tero vigncia nos prximos trs

    anos de sua gesto e no primeiro

    ano da gesto seguinte. do PPA

    que saem as metas para cada ano

    de gesto.

    2. Lei de Diretrizes Oramentrias

    (LDO)

    A partir do PPA, definem-se as

    metas e prioridades para o ano

    seguinte. A LDO determina as

    regras sobre mudanas nas leis deimpostos, finanas e pessoal, alm

    de estabelecer orientaes de

    como elaborar o oramento anual.

    3. Lei Oramentria Anual (LOA)

    Consiste no oramento propria-

    livro03_50-61_final 13.07.06 14:40 Page 58

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    mente dito. Contm os programas,

    os projetos e as atividades que con-

    templam as metas e prioridades

    estabelecidas na LDO juntamente

    com os recursos necessrios para

    seu cumprimento. Dessa forma,

    define as fontes de receita e auto-

    riza as despesas pblicas, expressas

    em valores, detalhando-as por

    rgo de governo e por funo.

    Muitas vezes, a LOA autoriza a

    abertura de crditos suplementares

    ou a realizao de emprstimos

    pelo prefeito sem prvia autoriza-

    o da Cmara Municipal

    Participao do cidado

    A participao da populao no

    oramento participativo pode ocor-

    rer nas trs etapas. A elaborao

    da LOA a fase em que essa parti-

    cipao tem sido mais efetiva.

    A primeira etapa de elaborao do

    oramento participativo de car-

    ter interno da prefeitura. So esta-

    belecidos a arrecadao e os gastos

    do municpio.

    Feito isso, o governo municipal

    precisa definir quais so seus obje-

    tivos de curto, mdio e longo

    prazos para apresentar propostas

    populao.A seguir, devem ser elaboradas as

    bases do processo de participao,

    em que dever constar a descentra-

    lizao das discusses com a popu-

    lao por meio das subprefeituras

    , a elaborao dos critrios de

    atendimento das demandas regio-nais, a elaborao dos critrios de

    participao da populao, a defi-

    nio das instncias de participao

    e suas competncias especficas

    reunies, plenrias e conselhos,

    entre outras.

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    Oramento pessoal

    Mostramos abaixo uma planilha-

    modelo de oramento pessoal.

    Modelo de oramento mensal de uma residncia

    Despesas

    Projetado Realizado

    Descrio Gastos/ms Gastos/ano Gastos/ms

    (mdia dos 12 meses)

    Gastos/ano

    (gasto ms real x 12)

    Aluguel R$ 720,00 R$ 8.640,00 R$ 720,00 R$ 8.640,00

    Energia R$ 138,00 R$ 1.656,00 R$ 156,00 R$1.872,00

    Gs R$ 19,00 R$ 228,00 R$ 17,50 R$ 210,00

    Telefone R$ 83,00 R$ 996,00 R$ 75,00 R$ 900,00

    Celular R$ 120,00 R$ 1.440,00 R$ 120,00 R$ 1.440,00

    Plano de sade R$ 360,00 R$ 4.320,00 R$ 360,00 R$ 4.320,00

    Combustvel R$ 200,00 R$ 2.400,00 R$ 215,00 R$ 2.580,00

    Diverso R$ 320,00 R$ 3.840,00 R$ 365,00 R$ 4.380,00

    Totais R$ 1.960,00 R$ 23.520,00 R$ 2.028,50 R$ 24.342,00

    Receitas

    Projetado Realizado

    Descrio Ganhos/ms Ganhos/ano Ganhos/ms

    (mdia dos 12 meses)

    Ganhos/ano

    (ganho ms real x 12)

    Salrio R$ 4.850,00 R$ 58.200,00 R$ 4.850,00 R$ 58.200,00

    Free-lancer R$ 3.600,00 R$ 43.200,00 R$ 3.120,00 R$ 37.440,00

    Aplicaes R$ 320,00 R$ 3.840,00 R$ 320,00 R$ 3.840,00

    Total R$ 8.770,00 R$ 105.240,00 R$ 8.290,00 R$ 99.480,00

    Total geral R$ 81.720,00 (+) R$ 75.138,00 (+)

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    TRS PASSOS IMPORTANTESO que uma auditoria pode fazer

    pela empresa? Como se monta

    uma anlise de balanos? Qual

    a vantagem em ter aes de

    minha empresa na Bolsa?

    6

    62

    Passo 1 Auditoria

    Um dos papis mais controversos

    nos ltimos tempos tem sido o dos

    auditores externos. Como eles

    auditam as companhias e no con-

    seguem ver as fraudes? foi uma

    pergunta que cansei de escutar.

    Vamos, ento, entender o papel

    dos auditores.

    Externos e internos

    H dois tipos de auditores: os

    internos e os externos. O internotem como objetivo testar a eficin-

    cia dos controles internos e dos sis-

    temas utilizados. J o externo tem

    por funo verificar as demonstra-

    es financeiras e checar se, efeti-

    vamente, representam a situao

    econmica e patrimonial de dadaempresa em determinada data.

    O auditor interno preocupa-se com

    o desenvolvimento do empreendi-

    mento da entidade, enquanto o

    auditor externo foca na confiabili-

    dade dos registros.

    Neste captulo esto descritos trs

    procedimentos e, de acordo com a

    empresa e suas perspectivas,

    importante coloc-los em ao. So

    eles: processo de auditoria, anlise

    de balanos e abertura de capital.

    livro03_62-71_final 13.07.06 14:55 Page 62

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    O auditor externo podeser um grande auxiliar naviso da empresa e naimplementao de controlese procedimentos que deixema organizao mais forte.

    Interesses comuns

    Embora operando em diferentes

    graus de profundidade e extenso

    ambas as auditorias tm interesses

    comuns da a conexo entre elas.

    Notadamente no campo contbil,

    os exames so efetuados, geral-

    mente, pelos mesmos mtodos.

    A auditoria externa, em virtude de

    sua funo, pode se utilizar de

    parte dos servios da auditoria

    interna como fonte de informao.

    Deve, portanto, coordenar suas

    aes de modo que seus progra-

    mas adotem procedimentos idnti-

    cos e impeam a execuo de tare-fas repetidas.

    O auditor externo pode ser um

    grande auxiliar na viso da empre-

    sa e na implementao de contro-

    les e procedimentos que deixem a

    organizao mais forte.

    Brasil e o mundo

    No rankingmundial, o Brasil um

    dos pases menos auditados. De

    acordo com levantamento da Ernst

    & Young, uma das maiores empre-

    sas do ramo no mundo, o Pas

    apresenta apenas um auditor para

    24.615 habitantes.

    Para comparar com vizinhos sul-

    americanos, a Argentina soma

    13.205 habitantes por auditor; e o

    Chile, 8.711. Os Estados Unidos

    possuem um auditor para 2.327

    habitantes, enquanto a Holandatem a impressionante proporo de

    um para 899.

    No mundo quatro empresas tem o

    controle da maior parte do merca-

    do: Deloitte Touche Tohmatsu,

    PriceWaterhouse Coopers, Ernst &

    Young e KPMG.Juntas, essas empresas dominam

    cerca de 80% do total de compa-

    nhias abertas auditadas. As empre-

    sas brasileiras normalmente so

    consideradas como 2nd tier, ou seja,

    do segundo grupo.

    livro03_62-71_final 13.07.06 14:55 Page 63

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    64

    Trs subgrupos

    A anlise de balanos dividida em

    trs subgrupos:

    Anlise vertical

    Tcnica de suma importncia para

    avaliar a estrutura de composio

    de itens do balano e sua evoluo

    no tempo. Consiste em estabelecer

    a participao (em %) de cada item

    em relao ao total de seu grupo

    ou ao total geral.

    Anlise horizontal

    Permite observar o crescimento de

    itens do balano ou as demonstra-es dele resultantes atravs de

    vrios perodos, com o objetivo de

    caracterizar tendncias.

    Indicadores financeiros e

    econmicos

    Propicia ao analista informaesadicionais de grande importncia,

    possibilitando a ele gerenciar a

    execuo oramentria, financeira

    e patrimonial, alm de fornecer

    resultados com significativa mar-

    gem de segurana.

    Passo 2 Anlise de balanos

    Um dos itens mais interessantes da

    contabilidade a anlise de balan-

    os. Ela permite ter uma clara idia

    do desempenho e das perspectivas

    de uma determinada empr