2˚ano rev francesa blog
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Capítulo: 29 A Revolução Francesa
Aulas:
Kerol Brombal – Fevereiro 2012
4 a 6
A Revolução Francesa1789
A Tomada da Bastilha14 de Julho de 1789
“Liberté, Egalité, Fraternité” •
Rei = próprio Estado
Apoio da Nobreza e do clero: Manutenção dos privilégios
Idade Moderna:
Economia: Mercantilismo
Sociedade: Público/Privado
Monopólio da Força Exército Nacional
Burguesia: incapacidade de formular um projeto político
↵
Enquanto na América se afirmavam os novos valores da Liberdade , no Velho Continente, e particularmente em França, o Antigo Regime resistia aos ventos da mudança:
Joseph Siffred DuplessisRetrato de Luís XVI com os trajes da coroaçãoMuseu do Palácio de Versalhes1777
Governo absolutista dos Bourbon;
Rígida centralização, censura à imprensa,
Máquina administrativa ineficiente e corrupta;
Não havia margem para a participação do 3º Estado
Enorme déficit orçamentário: gastos com a Corte, pensões e com guerras.
O rei detinha o poder absoluto. A sociedade dividia-se em ordens, subsistindo uma desigualdade natural entre os grupos privilegiados e o Terceiro Estado.
Os camponeses viviam em condições miseráveis, submetidos ainda ao poder dos senhores na França rural.
Nas cidades, o desemprego e os baixos salários afetavam a maior parte da população urbana.
A burguesia, embora poderosa e culta, desejava mais protagonismo político e social.
1789 – FRANÇA PAÍS MAIS POPULOSO DA EUROPA OCIDENTAL
25 MILHÕES HABITANTES.
3 ORDENS / ESTADOS.
1° CLERO : 120 MIL
2° NOBREZA : 350 MIL
3° RESTANTE DA POPULAÇÃO + BURGUESIA : 24 MILHÕES DE PESSOAS ( 96% DA POPULAÇAO)
• Os camponeses viviam miseravelmente. Calcula-se que ¾ de seus ganhos eram absorvidos pelo pagamento dos impostos.
• OS “SANS-CULOTTES”: trabalhadores urbanos que não usavam os calções da moda entre a aristocracia ( os culottes)
Situação da população: *Aumentavam os preços dos gêneros alimentares, •Insegurança do desemprego, •Manufaturas pagavam salários baixos, pois não suportavam a concorrência dos têxteis ingleses, os trabalhadores revoltavam-se. •Verificaram-se vários tumultos populares. •A violência saiu à rua.
Os pesados impostos lançados para cobrir os déficits do Estado, em grande parte resultantes dos custos das várias guerras em que a França se envolveu, não eram suportados de igual modo por todos os grupos sociais.
François BoucherRetrato de Mme Pompadour1756Alte Pinakothek, Munique
A corte vivia num ambiente de luxo e esbanjamento, completamente
alheada da realidade social.
Revolução Nobiliárquica
Assembleia Nacional Constituinte
Necker – todos devem pagar impostos
Reunião extraordinária para votar a extensão dos impostos a todos
Convocação dos Estados Gerais
↵
A burguesia decide elaborar uma Constituição para acabar com os privilégios na França
Clero e nobreza se recusam a pagar impostos
O descontentamento popular era grande. A violência dominava as ruas. O rei tentou amenizar a situação mandando que as classes privilegiadas contribuíssem para as contas do estado. Em face do insucesso, Luís XVI convocou os Estados Gerais, o que já não sucedia desde 1614.
Jacques-Louis DavidO Juramento da sala do jogo da pelaMusée National du Château, Versailles
Crescimento da consciência burguesa de sua situação de secular subordinação: desejo de mudanças
O 3º Estado recusa o voto por estado e exige o voto por cabeça Primeiro Estado – 291 deputados Segundo Estado- 327 deputados Terceiro Estado – 578 deputados
Diante do impasse sobre o sistema de votação, o 3º Estado forma a Assembleia Nacional Constituinte
Luis XVI cede às exigências do Terceiro Estado, depois de alguns membros do clero e nobreza terem se juntado à Assembleia. Em 9 de Julho de 1789, a Assembleia Nacional declara-se Constituinte, isto é, com o objetivo de redigir uma Constituição que, naturalmente, determinaria o fim do Antigo Regime e dos privilégios do clero e da nobreza.
O despertar do terceiro estado
Em Resumo: Causas Gerais da Revolução
Revolução Francesa
Absolutismo
MercantilismoSistema Tributário Injusto
Incapacidade administrativa
de Luís XVI
Guerra de Independência
dos EUA
Crise na Produção
manufatureira
Crise agrícolaCrescimento populacional
Em Paris, aumentava a agitação nas ruas. A 14 de Julho de 1789, atacam a Bastilha, prisão que simbolizava o poder do rei. O povo em fúria atacou o forte, libertou os prisioneiros, matou o governador da fortaleza e desfilou com a sua cabeça espetada num pau pelas ruas de Paris.
O Grande Medo: A violência se alastra pelo interior da França, cometem-se barbaridades nunca vistas. Os palácios da nobreza e os conventos e igrejas são assaltados, incendiados e destruídos, obrigando muitos nobres à fuga e à conspiração. São assaltados os túmulos reais da abadia de S. Dinis, destruída a abadia de Cluny, símbolos máximos do Antigo Regime e do poder da Igreja.
Léon-Maxime Faivre (1856-1941)Morte de Mme LamballeMusée national du Château de Versailles
• Tentativa de conciliação entre a alta burguesia e setores da aristocracia;
• Tentativa de limitação do poder monárquico;• 4 de agosto de 1789 - abolição dos privilégios feudais: supressão
das obrigações devidas pelos camponeses à nobreza e ao clero; • Fim do Antigo Regime; • Julho de 1790 : Constituição Civil do Clero ;• Confisco dos bens da Igreja para conseguir recursos para o
Estado; * Criação dos “assignats” ( papel-moeda)* Padres como funcionários civis
PRIMEIRA FASE DA REVOLUÇÃO ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE (1789-1791): Fase moderada
Enquanto isso, a Assembleia Constituinte extingue os títulos nobiliárquicos e os impostos feudais (banalidades, dízimos, corveias), bem como os privilégios senhoriais. Os bens do clero são nacionalizados. É aprovada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em Agosto de 1789
Doc. 3, p. 23
“Quando o governo viola os direitos do povo, a insurreição é para o povo, e para cada facção do povo, o mais sagrado dos direitos e o mais indispensável dos deveres”
Artigo 35. Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, França, 24 de Junho 1793
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão:
O respeito pela dignidade da pessoa;A liberdade e a igualdade dos cidadãos perante a lei;O direito à propriedade individual;O direito a resistência à opressão política;A liberdade de pensamento e opinião;
Declaração de Pilnitz: Potências europeias se unem contra a França:* Medo que a Revolução alcançasse outros países; •A Áustria e a Prússia, temendo que os ideais revolucionários alastrassem, preparam-se para a guerra.• A Assembleia revolucionária, antecipando-se, declara a guerra;
Nesta ocasião, Rouget de Lisle compõe uma canção destinada a encorajar os combatentes na fronteira do Reno. Chamava-se Canto de Guerra para o Exército do Reno, ficando conhecida como A Marselhesa. É hoje o hino nacional francês.
Auguste PinelliRouget de Lisle compondo «A Marselhesa»Musée de la Révolution Française, Vizille
MARSELHESA
Allons enfants de la Patrie Le jour de gloire est arrivé Contre nous de la tyrannie L'étendard sanglant est levé Entendez vous dans les campagnes
mugir ces féroces soldats Ils viennent jusque dans vos bras,
égorger vos fils, vos compagnes
Aux armes citoyens ! Formez vos bataillons !
Marchons, marchons, qu'un sang impur abreuve nos sillons.
Avante, filhos da Pátria, O dia da Glória chegou. O estandarte ensanguentado da tirania Contra nós se levanta. Ouvís nos campos rugirem Esses ferozes soldados? Vêm eles até nós Degolar nossos filhos, nossas mulheres.
Às armas cidadãos! Formai vossos batalhões! Marchemos, marchemos! Nossa terra do sangue impuro se saciará!
Robespierre1758 - 1794
Terceira Fase: Convenção Nacional: ( 1792 -1795): A situação agrava-se cada vez mais, a violência parece incontrolável. O povo francês elege, por sufrágio universal (não censitário), excluindo no entanto as mulheres, uma Convenção Nacional. É abolida a Monarquia e declarada a República, em Setembro de 1792. É nomeado um Comité de Salvação Pública (1793) que exerce o poder.
Robespierre, conhecido pelo seu radicalismo, foi a figura mais destacada deste período.* Delineiam-se os partidos políticos
Os grupos políticosJacobinos:
- Defendiam os interesses da baixa burguesia e do povo
- Propostas universais- Divisão da
propriedade privada- Defesa do sufrágio
universal
Planície:- Defendia os interesses da
burguesia financeira- Ficava do lado de
quem estivesse ganhando a disputa
política
Girondinos:-Defendia os interesses
da alta burguesia (banqueiros)- Propostas
individualistas- Contrários à
radicalização políticas- Defesa do critério
censitário
BrissotDanton
Nesta etapa revolucionária, conhecida como o período do terror, caiu-se numa violência extrema. O rei Luis XVI é condenado à morte na guilhotina na praça pública, logo no início de 1793.
Condenação de Luís XVI
Milhares de franceses foram mortos na guilhotina, incluindo o próprio
Robespierre, em 28 de Julho 1794. É o fim do Terror jacobino.
Joseph-Ignace Guillotin1738 - 1814
Antoine Lavoisier, o pai da Química moderna, foi guilhotinado em 1794.
Realizações da ditadura Jacobina
– Abolição da escravidão nas colônias– Lei do Máximo – controle de preços, aluguéis e salários– Bens dos emigrados vendidos: acesso dos camponeses à
terra– Auxílio do Estado a indigentes, crianças, velhos,
enfermos, viúvas– Instrução pública primária gratuita– Elaboração de novo calendário e novo sistema de pesos
e medidas– criação do Museu do Louvre
Vindimiário BrumárioFrimárioNivoso PluviosoVentosoGerminalFlorialPradial MessidorTermidorFructidor
O ano começava a 22 Setembro
28 de Julho de 1794, data da execução
de Robespierre, correspondia ao dia 10
do Thermidor do ano II da era
republicana. Por isso, chama-se
reacção termidoriana ao período que
põe fim ao terror jacobino .
GOLPE DO 9 TERMIDOR: julho de 1794
Alta burguesia: retoma o controle da Revolução• Prisão e execução de Robespierre e dos
principais líderes jacobinos
QUARTA FASE DA REVOLUÇÃODIRETÓRIO (1795-1799)
• Retorno da alta burguesia ao comando do processo• Governo do Conselho Diretor ( 5 diretores
representando Executivo) e duas Câmaras ( dos 500 e dos Anciãos), representando o Poder Legislativo
• Anulação das medidas mais radicais da ditadura jacobina. Voto censitário.
• Tentativas fracassadas dos jacobinos e dos realistas de derrubar o Diretório
O FIM DO DIRETÓRIO• Vitórias no plano externo reforçam
imagem do jovem general Napoleão Bonaparte
• Aumento do custo de vida, desorganização da economia, insatisfação popular, corrupção
• 2ª Coligação contra a França
• 18 Brumário: através de golpe de Estado , Napoleão assume o poder, com apoio do Exército e da burguesia, ansiosa por um governo forte que instaurasse a ordem e garantisse suas conquistas controlando monarquistas e radicais jacobinos.
A reacção burguesa de 1795 conduz à redacção de uma nova Constituição. É criado um Directório constituído por 5 elementos. Este período é também chamado República Burguesa e durará até 1799.Os desentendimentos entre os membros do Directório criaram as condições para um golpe de Estado. No 18 Brumário do ano VIII da era republicana (9 de Novembro de 1799), Napoleão Bonaparte derruba o Directório.
François BouchotO golpe de 18 BrumárioMuseu Nacional do Palácio de Versalhes
Feito o golpe, Napoleão institui um consulado formado por 3 cônsules
Como primeiro-cônsul, Napoleão Bonaparte não tardou a apoderar-se do poder. Ainda 1802, depois de um plebiscito, adopta o título de cônsul vitalício e em 1804 é proclamado imperador dos franceses, coroando-se a si próprio.
Jacques-Louis DavidCoroação de Napoleão Bonaparte como Imperador dos FrancesesMuseu do Louvre