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29 de Agosto de 2013 O conteúdo das matérias é de inteira responsabilidade dos meios de origem A missão da ADIMB é a de promover o desenvolvimento técnico-científico e a capacitação de recursos humanos para a Indústria Mineral Brasileira "QUEM QUER SER UM MILIONÁRIO?" E O CÓDIGO DA MINERAÇÃO Em 2009, foi premiado com o Oscar de melhor filme uma película britânica ambientada na Índia com o título Quem quer ser um milionário?, em que um rapaz indiano muito pobre disputava um programa de auditório com dez perguntas, que foram respondidas corretamente e ele venceu o prêmio. Outro filme que pode servir de paradigma a esta coluna é A corrida do ouro, de Charles Chaplin. Seu personagem perambula pelo Alasca em busca de uma montanha de ouro. Carlitos a encontra, mas depois a perde, pois sua casa se move em uma tempestade de neve. Imagine você, caro leitor, a seguinte situação. Passeando em um terreno (que pode ser uma praça), você tropeça em uma “pedra estranha”, que tem uma coloração diferente e a envia para uma análise mineralógica. O laudo aponta que aquela rocha contém ouro e que, portanto, você encontrou uma mina de ouro naquele local. A quem esta jazida pertence? No Brasil, desde 1934, quando “nasceram” como gêmeos univitelinos o Código de Minas e a Constituição do mesmo ano, até a atual Constituição, os recursos minerais pertencem ao Estado brasileiro. Todavia, na forma da legislação minerária hoje em vigor, se você tiver sido o primeiro a registrar no DNPM (Departamento Nacional de Propriedade Mineral) esta “ocorrência mineralógica”, a jazida será sua, que poderá explorá-la obedecendo as normas e pagando os impostos e royalties que a legislação impõe. Este instituto é conhecido como “direito de precedência” ou “direito de prioridade”, e tem a ver com um princípio conhecido como “first come, first served” que se pode traduzir como “quem chegou primeiro deve ser servido primeiro”. Assim, caro leitor, à luz das regras atuais você seria um milionário. Parabéns. Veja que em algumas situações encontrar esse tipo de minério pode ser mais rentável que vencer sozinho na Mega Sena. Claro que se trata de coisas diferentes, pois os investimentos que devem ser realizados para explorar uma jazida e transformá-la em mina são enormes e possuem diversas variáveis. Por exemplo: suponhamos que em seu “tropeção da sorte” você tenha encontrado uma mina de ferro — excelente, não? Mas que esta ocorrência tenha sido “no quintal” de um edifício na Avenida Paulista, no centro nevrálgico de São Paulo. A regra acima descrita permanece válida, mas o custo de exploração poderá tornar inviável a transformação daquela jazida em mina, uma vez que será necessário indenizar os “superficiários” pelas benfeitorias realizadas, além das demais obras de infraestrutura que são imprescindíveis para se colocar essa indústria em

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Page 1: 29 de Agosto de 2013 - adimb.com.br · PDF fileEsta situação lembra a fábula da galinha dos ovos de ouro. Pode-se usar os ovos com parcimônia ou com avidez. Trata-se de uma opção

29 de Agosto de 2013 O conteúdo das matérias é de inteira responsabilidade dos meios de origem

A missão da ADIMB é a de promover o desenvolvimento técnico-científico

e a capacitação de recursos humanos para a Indústria Mineral Brasileira

"QUEM QUER SER UM MILIONÁRIO?" E O CÓDIGO DA MINERAÇÃO Em 2009, foi premiado com o Oscar de melhor filme uma película britânica ambientada na Índia com o título Quem quer ser um milionário?, em que um rapaz indiano muito pobre disputava um programa de auditório com dez perguntas, que foram respondidas corretamente e ele venceu o prêmio. Outro filme que pode servir de paradigma a esta coluna é A corrida do ouro, de Charles Chaplin. Seu personagem perambula pelo Alasca em busca de uma montanha de ouro. Carlitos a encontra, mas depois a perde, pois sua casa se move em uma tempestade de neve. Imagine você, caro leitor, a seguinte situação. Passeando em um terreno (que pode ser uma praça), você tropeça em uma “pedra estranha”, que tem uma coloração diferente e a envia para uma análise mineralógica. O laudo aponta que aquela rocha contém ouro e que, portanto, você encontrou uma mina de ouro naquele local. A quem esta jazida pertence? No Brasil, desde 1934, quando “nasceram” como gêmeos univitelinos o Código de Minas e a Constituição do mesmo ano, até a atual Constituição, os recursos minerais pertencem ao Estado brasileiro. Todavia, na forma da legislação minerária hoje em vigor, se você tiver sido o primeiro a registrar no DNPM (Departamento Nacional de Propriedade Mineral) esta “ocorrência mineralógica”, a jazida será sua, que poderá explorá-la obedecendo as normas e pagando os impostos e royalties que a legislação impõe. Este instituto é conhecido como “direito de precedência” ou “direito de prioridade”, e tem a ver com um princípio conhecido como “first come, first served” que se pode traduzir como “quem chegou primeiro deve ser servido primeiro”. Assim, caro leitor, à luz das regras atuais você seria um milionário. Parabéns. Veja que em algumas situações encontrar esse tipo de minério pode ser mais rentável que vencer sozinho na Mega Sena. Claro que se trata de coisas diferentes, pois os investimentos que devem ser realizados para explorar uma jazida e transformá-la em mina são enormes e possuem diversas variáveis. Por exemplo: suponhamos que em seu “tropeção da sorte” você tenha encontrado uma mina de ferro — excelente, não? Mas que esta ocorrência tenha sido “no quintal” de um edifício na Avenida Paulista, no centro nevrálgico de São Paulo. A regra acima descrita permanece válida, mas o custo de exploração poderá tornar inviável a transformação daquela jazida em mina, uma vez que será necessário indenizar os “superficiários” pelas benfeitorias realizadas, além das demais obras de infraestrutura que são imprescindíveis para se colocar essa indústria em

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funcionamento de forma minimamente rentável. Desculpe, caro leitor, você achou o “veio”, mas não vai ganhar nada ou quase nada — tirou um terno no concurso da Mega Sena. Todavia, mudando o quadro, imagine que você encontrasse essa esta mesma “pedra estranha” durante uma pane ocorrida durante um voo de helicóptero que realizasse sobre uma serra no interior do Pará e fizesse o registro no DNPM. O minério seria seu e você poderia estar sobre Serra Pelada, uma montanha de ouro hoje reduzida a uma cratera pela exploração garimpeira. Apenas para registro, informo aos leitores que desconhecem os meandros da história: consta que em 1976 foi descoberto minério de ferro em Serra Pelada, que fica na região de Carajás, no Pará, exatamente da forma descrita nesse parágrafo, por um geólogo do DNPM, de nome Breno Augusto dos Santos. Como o DNPM é um órgão público, o geólogo achou, mas não ficou com a riqueza. Em 1979 garimpeiros descobriram ouro naquele local, transformando em cava o que era serra. Pois bem, tudo que foi acima descrito sobre o Princípio da Prioridade ou Precedência vai cessar caso seja aprovado o projeto de Código de Mineração enviado em 18 de junho pelo poder Executivo ao Congresso Nacional (Projeto de Lei 5.807/2013), felizmente sob a forma de projeto de lei e não como medida provisória. Na forma desse projeto, quem encontrar uma “pedra estranha” e informar ao DNPM (ou a agência no qual se transformará pelo projeto de lei, a Agência Nacional de Mineração), este deverá proceder à licitação para a exploração da área, quando, então, todos os interessados poderão se habilitar para explorar aquela jazida, pagando ao Estado por isso. A proposta muda o modelo, o que é legítimo, pois trata-se de um ato político, de governo. As normas podem ser alteradas, desde que não mudem as regras do jogo que está sendo jogado, validando-as apenas as próximas partidas. A pergunta que fica é: aprovado o modelo proposto, que acaba com o Princípio da Precedência, teremos mais ou menos investimentos na atividade de pesquisa minerária? Coloque-se no lugar acima descrito e responda: você investiria em pesquisas mineralógicas sabendo que, quando encontrar o bem este deverá ser licitado, e quem não aportou um centavo naquela atividade poderá ficar com o direito de explorar aquela riqueza? Eu penso que os investimentos vão cair, na contramão do que está sendo esperado. Tudo leva a crer, caro leitor, que você, individualmente falando, não ficará milionário com sua descoberta. Ou seja, primeiro ponto: o projeto de Código Minerário em discussão na Câmara dos Deputados reduz a liberdade dos indivíduos minerarem e amplia a atuação estatal, o que indica uma redução de investimentos, em sentido oposto ao alardeado. Por outro lado, e apenas para prosseguir na análise, existe um segundo ponto a ser analisado: o projeto propõe ampla majoração de carga fiscal sobre a atividade de mineração. Este aumento está representado por vários fatores de Direito Financeiro e Administrativo: 1) pela majoração das alíquotas da CFEM (royalty minerário), cuja alíquota-base passa de 2% (podendo chegar a 3%) para uma alíquota-teto de 4%; 2) na modificação dos instrumentos legais de alteração dessa alíquota, a qual hoje é estabelecida por lei, e passa, pela proposta, a ser implementada por Decreto, via escala móvel, o que gera maior insegurança jurídica e econômica para investimentos de tão longo prazo de maturação; 3) pela redução dos abatimentos na base de cálculo da CFEM, pois, pelo projeto, não mais será possível abater o custo com transporte e seguro, mantido apenas o abatimento com os tributos. Logo, as minas que se encontram mais distantes dos centros de beneficiamento serão mais penalizadas; 4) na criação de mais uma Taxa de Fiscalização, ao lado das que vários Estados da Federação já criaram e encontram-se em debate no STF; 5) pela manutenção da Taxa Anual por Hectare (TAH), com o nome de “pagamento pela ocupação ou retenção de área”; 6) na criação de cobranças como “bônus de assinatura”, semelhante ao que existe no setor de petróleo, cujo modelo regulatório não é adequado para a realidade minerária brasileira atual; 7) pela criação do “bônus de descoberta”, conceituado como um valor devido à União a ser pago após a “declaração de comercialidade” do bem mineral, o que não existe sequer no setor de petróleo, utilizado como paradigma para o projeto enviado; 8) na criação de algo que foi intitulado como “participação no resultado da lavra”, que se constitui em um valor devido à União que pode ser usado como critério de julgamento nos processos licitatórios, e que, tudo indica, teve como

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inspiração a sistemática de contrato de partilha do setor petrolífero, com (pelo menos) aparente resvalo no artigo 176 da Constituição, que garante ao concessionário a propriedade do produto da lavra. Isso tudo sem falar dos aspectos de direito sancionatório contidos no projeto, que elevam enormemente as penalidades pecuniárias que podem ser impostas, como multas administrativas de até R$ 100 milhões ou 50% do valor da CFEM, sendo aplicado “o que for maior”. Ou ainda, multas diárias de até R$ 100 mil, o que, em singelos 30 dias, pode gerar aos cofres públicos, que aplicam estas medidas e as julgam administrativamente, importâncias gigantescas. E isso pode ser aplicado tomando por base “cada infração”, o que potencializa o alcance econômico da medida. Enfim, os itens acima indicam fortemente aumento da carga fiscal, sem que tenham sido tratados alguns aspectos importantíssimos que se encontram em debate e que se constituem em efetivos problemas no setor, tais como: a) a exata determinação dos tributos que podem ser abatidos da base de cálculo, por exemplo, no caso de incentivos fiscais ou de parcelamentos de tributos realizados em sistemas como o Refis; b) amplia o espaço para a criação de taxas municipais sobre minérios, petróleo e energia elétrica, além de taxas estaduais sobre estas duas últimas atividades econômicas, pois a norma constitucional que ampara a pretensão federal é a mesma que pode amparar a das demais unidades federadas; c) não tratou da incidência sobre o direito dos superficiários quando estes não forem proprietários formais, mas ocupantes ou possuidores de títulos provisórios. E, não se pode esquecer, quanto maior a carga fiscal, maior o custo dos produtos. Não percamos de vista que o principal comprador de nossos bens minerais é a China, que tem como fornecedor das mesmas matérias primas à Austrália, país que tem menor custo fiscal (incluindo os tributos) e de transporte do que existe no Brasil. É isso que se deseja para o Brasil? Tudo pode ser feito por quem tem “tinta na caneta” para criar normas, mas as consequências devem ser bem analisadas. Pode-se deixar a riqueza mineral do Brasil intocada, mas quais serão as consequências a curto, médio e longo prazo para a população brasileira? Será que o preço das commodities minerais permanecerá em alta? Como os entes públicos estão se preparando para a escassez desses recursos, que se constituem em bens não renováveis? Minério não dá duas safras; vida humana, decente e digna, também não. Esta situação lembra a fábula da galinha dos ovos de ouro. Pode-se usar os ovos com parcimônia ou com avidez. Trata-se de uma opção política. O que não é prudente é matar a galinha. Equilíbrio decisório é o que se busca por ocasião dos debates parlamentares. Autor(a): Fernando Scaff Fonte: Consultor Jurídico Data: 13/08/2013

VALE QUER TER 20% DO MERCADO CHINÊS A Vale se prepara para vender 1 bilhão de toneladas de minério de ferro à China até 2018 ou 2019. Se a previsão se confirmar, a empresa deverá exportar para o mercado chinês, ao longo de seis anos, volume equivalente ao que embarcou para as siderúrgicas chinesas no acumulado de quatro décadas. A previsão reforça a ideia de que, mesmo com um crescimento econômico menor, a China vai continuar a puxar a demanda por minério de ferro. Em julho, completaram-se 40 anos do primeiro embarque do produto feito pela Vale para a China, em 1973. De lá até o fim de 2012, a mineradora embarcou 1,1 bilhão de toneladas de minério

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de ferro para o mercado chinês (ver texto abaixo). Esse volume é equivalente ao consumo de minério de ferro durante um ano na China. A participação da Vale no consumo do produto no mercado chinês é de pouco menos de 15%, algo como 150 milhões de toneladas anuais. Essa fatia pode atingir um percentual de 20% em quatro ou cinco anos, dependendo da disponibilidade de minério, afirma José Carlos Martins, diretor-executivo de ferrosos e estratégia da Vale. Martins diz que, em 2000, a Vale produzia 100 milhões de toneladas de minério de ferro, das quais 7% (7 milhões de toneladas) tinham a China como destino. Em 2013, a mineradora deve produzir 306 milhões de toneladas de minério de ferro sendo que as siderúrgicas chinesas devem levar metade desse volume. A China é o principal destino de vendas de minério de ferro e pelotas da Vale. Martins estima que a China deve consumir neste ano um volume adicional de quase 100 milhões de toneladas de minério de ferro. O crescimento vai se dar mesmo com a economia chinesa crescendo menos. O fenômeno é explicado pelo aumento da produção de aço no país nos últimos anos. Em 2012, a produção de aço bruto nas siderúrgicas chinesas ficou em 708,7 milhões de toneladas, segundo a World Steel Association (WSA). Em 2013, as fabricantes locais estão em ritmo de 780 milhões de toneladas, alta de 10% sobre 2012. Martins considera que há um pouco de "terrorismo" com a situação econômica da China. Na visão dele, é impossível para qualquer país crescer de forma contínua e sustentada a taxas de dois dígitos como ocorreu com a China no passado recente. "Era natural que houvesse estabilização do crescimento [chinês] em patamar mais baixo. Mas ainda assim significa muito minério [a ser consumido]." A forma como a Vale vai aproveitar a maior demanda chinesa dependerá, no entanto, da própria capacidade da empresa de aumentar a produção, disse Martins. Desde 2007, a produção de minério da Vale permanece estagnada. Essa situação resulta do fato de que, mesmo investindo, a produção sobe em degraus. Isso porque ao mesmo tempo em que a empresa cria novas capacidades de produção existem minas que vão se exaurindo. Hoje, a Vale tem em carteira projetos que devem garantir capacidade adicional. O principal deles é o S11D, na Serra Sul de Carajás (PA), previsto para entrar em produção a partir do segundo semestre de 2016. Com o S11D, cuja capacidade de produção, à plena carga, será de 90 milhões de toneladas anuais, a Vale terá condições de crescer no mercado chinês. No curto prazo, há outros projetos previstos para entrar em operação. Um deles, com arrancada esperada para este semestre, refere-se à construção de usina de processamento a seco (sem água), com capacidade de beneficiar 40 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, também em Carajás. Em Minas Gerais, a empresa tem projetos que vão entrar em operação este ano e em 2014 para processar minérios mais pobres. Martins disse que um objetivo de longo prazo é criar centros de distribuição para o minério de ferro na China nos moldes das instalações que a Vale montou em Omã, no Oriente Médio, e na Malásia, no Sudeste asiático, que devem estar concluídos até o fim do ano. Esses centros permitem receber os Valemax, os navios mineraleiros com capacidade de 400 mil toneladas, armazenar e fazer misturas de minério antes de embarcar o produto em embarcações menores. Mas o desenvolvimento desses centros de distribuição esbarra em regulamentações da China. Enquanto as restrições perduram, a Vale desenvolve soluções alternativas. A empresa também mantém duas estações flutuantes de transferência nas Filipinas. São navios que permitem armazenar e transferir produto para barcos menores. Essas estruturas são importantes na operação dos Valemax, que continuam sem autorização para atracar nos portos chineses em função do lobby de armadores locais que vêm a Vale como concorrente. A empresa mantém o plano de vender 19 Valemax próprios e fazer contratos de afretamento de longo prazo. Mas o negócio só faz sentido se a companhia conseguir fechar os fretes por preços mais baixos do que ela mesma faria. Autor(a): Francisco Góes Fonte: Valor Econômico Data: 22/08/2013

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BRASIL DÁ A LARGADA NA CORRIDA POR METAIS DE TABLETS E DE MÍSSEIS O governo federal iniciou a corrida em busca dos recursos naturais mais cobiçados do século 21: os metais conhecidos como terras-raras. Eles são ingredientes essenciais na produção de derivados da alta tecnologia, como tablets, mísseis teleguiados, carros elétricos e geradores eólicos. Em entrevista à Folha, o ministro de Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp, informou que contratou a consultoria da Fundação Certi (Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras) para desenvolver estudos sobre a exploração de terras-raras no Brasil. Um pré-estudo, feito pelo Centro de Gestão de Estudos Estratégicos do ministério, ficou pronto neste mês e servirá de base para o trabalho da Certi. Ainda sem noção exata sobre o volume existente em território nacional, Raupp afirmou que o trabalho vai traçar toda a trajetória tecnológica de exploração dessa riqueza no país, até o final da cadeia. "Mapeamos só metade do Brasil e estamos em quarto ou quinto lugar em reservas. Depois de mapear todo o território vai ser muito mais". Segundo a USGS (Agência de Serviços Geológicos Norte-Americana), a estimativa é que o Brasil tenha reservas de ao menos 3,5 milhões de toneladas de terras-raras, ante 55 milhões da China, país que tem 36% das reservas e 95% da produção mundial. LEILÕES Após a conclusão do trabalho da Certi, previsto para o início de 2014, a meta é fazer leilões específicos de áreas de terras-raras para exploração, nos moldes do que ocorre hoje com o petróleo. O ministro diz que o estudo vai definir a trajetória que o governo seguirá para implementar desde a base tecnológica e científica, até chegar à mineração e à produção. O levantamento também vai apontar o tipo de empresa que será preciso atrair para agregar valor aos minerais, e não exportar apenas matéria-prima, como ocorre com o minério de ferro. O foco de exploração no Brasil será o segmento de ímãs, utilizados em geradores elétricos, smartphones, telas LCD e refrigeradores, entre outros, informou o superintendente da Fundação Certi, ligada à Universidade Federal de Santa Catarina, Carlos Alberto Schneider. A monazita, minério encontrado na areia de praias, rende em média US$ 500 a tonelada e gera 360 quilos de ímã, que, por sua vez, é negociado a US$ 100 mil a tonelada. Atualmente sem nenhuma participação nesse mercado, a meta é chegar a 1% no ramo de ímãs em 2015 e a 30% em 2030, quando o segmento estará movimentando algo em torno dos US$ 10 bilhões. Os ímãs são muito utilizados também em carros elétricos, cuja produção começa a ser estimulada no país. Autor(es): Diana Brito e Denise Luna Fonte: Folha de S. Paulo Data: 22/08/2013

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SETOR DE MINERAÇÃO SE DESTACA NA ARRECADAÇÃO NO 1º SEMESTRE O aumento do recolhimento desses impostos foi de 83%, para R$ 2,868 bilhões,

ante a primeira metade de 2012. Dados da Receita Federal revelam que, se levar em conta a arrecadação do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), o setor que apresentou o melhor desempenho neste ano até junho foi de extração de minerais metálicos. Em número, o aumento do recolhimento desses impostos foi de 83%, para R$ 2,868 bilhões, ante a primeira metade de 2012. De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), uma das causas possíveis é o crescimento do setor. Com o processo de urbanização e o fortalecimento das economias mundiais, estima-se, por exemplo, que a Produção Mineral Brasileira (PMB) continuará crescendo entre 2% e 5% ao ano durante os próximos dois anos (2012 e 2013). O Instituto registrou ainda, com base nos dados coletados junto às mineradoras, a aplicação de US$ 75 bilhões para o período 2012/2016, o que representa um novo recorde de investimentos para a indústria da mineração. "É um dos setores privados que mais investem no país, US$ 15 bilhões por ano", afirma o Ibram, no relatório. Segundo Fabricio Pessato Ferreira, coordenador dos cursos de gestão financeira e ciências contábeis da Veris IBTA Metrocamp, apesar da Vale ter apresentado resultado pouco significativo neste ano, ela, de alguma forma ainda lucra. A mineradora registrou lucro líquido de R$ 832 milhões no segundo trimestre de 2013, queda de 84% ante os R$ 5,3 bilhões obtidos um ano antes. Porém, a geração de caixa, medida pelo Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), ficou em linha com os resultados anteriores da empresa: R$ 10,3 bilhões no trimestre, contra R$ 10,4 bilhões de janeiro a março e R$ 10 bilhões, um ano antes. "Com relação às entidades financeiras, os lucros só crescem, e com isso, sobe a arrecadação de IRPJ e CSLL, e no caso da mineração, a Vale ainda tem uma forte representatividade na economia. Os números mostram que essas empresas continuam a favorecer a receita pública", afirma. Autor(a): Fernanda Bompan Fonte: DCI Data: 09/08/2013

ESPECIALISTAS APONTAM FALTA DE INVESTIMENTO EM PESQUISAS SOBRE

MINERAÇÃO Entre as sugestões apresentadas na comissão especial do novo Código de

Mineração está a de obrigar grandes empresas do setor a investir um percentual

mínimo em pesquisa, desenvolvimento e inovação de tecnologias nacionais. Especialistas do setor mineral afirmaram nesta quarta-feira (21) que o Brasil conhece e explora uma parcela muito pequena de suas riquezas minerais. Eles apontaram a falta de

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investimentos em pesquisa para descoberta de novas áreas e de tecnologia própria para processar e beneficiar minérios. “Inexiste financiamento para a descoberta de novas áreas no Brasil. As empresas que fazem isso são, na grande maioria, estrangeiras”, destacou o diretor-executivo da Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (Adimb), Onildo João Marini. “Tirando a Vale [do Rio Doce] e a Votorantim, não há praticamente mais nada”, disse o representante da entidade, formada por empresas do segmento. Ele participou de audiência pública da comissão especial que analisa a proposta de um novo marco regulatório para a mineração (PLs 5807/13 e 37/11). A reunião foi proposta pelo relator, deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG). Dados apresentados por Marini mostram que, do total de investimentos destinados à prospecção de minérios no mundo, apenas 3% são aplicados no Brasil. “O Canadá, que tem uma política de descontos no imposto de renda para investidores, aplica 7,2 vezes mais recursos do que nós; e a Austrália, 4,2 vezes mais”, disse Marini, acrescentando que o Brasil descobre poucos minérios por quilômetro quadrado. Segundo ele, isso se deve aos riscos da atividade e à falta de incentivos do governo. Beneficiamento Para o diretor-geral do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), Fernando Antonio Freitas Lins, no caso do beneficiamento dos minerais, há recursos humanos de qualidade, embora raros, com bons cursos de graduação em geologia, engenharia de minas e metalúrgica, mas ainda assim boa parte da tecnologia empregada vem do exterior. “Grandes empresas que atuam no País trabalham com as melhores tecnologias disponíveis, mas quase tudo – entre equipamentos, softwares e serviços – é importado de Suécia, Finlândia, Canadá, EUA e China”, disse Lins, para quem a falta de tecnologia nacional é o “calcanhar de Aquiles da produção nacional”. Além de defender o fortalecimento do Cetem, que, segundo ele, conta hoje com 360 profissionais e é o único instituto de pesquisa focado na área de tecnologia mineral, Lins propôs mudanças no texto do novo marco legal. Micros e pequenas Uma das sugestões é obrigar grandes empresas do setor a investir um percentual mínimo em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) de tecnologias nacionais. Outra proposta possibilitaria que a parte da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) devida à União (12%) seja transformada em crédito para que as micro e pequenas empresas possam pagar instituições de pesquisa e laboratórios credenciados. O diretor do Centro de Tecnologia Mineral destacou como ponto positivo da proposta de novo Código Mineral a ideia de aumentar os recursos para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). A expectativa é o aumento da alíquota máxima dos atuais 2% para 4%, incidindo sobre a renda bruta das empresas e não mais sobre o faturamento líquido. Isso poderá representar um aumento de arrecadação de R$ 1,8 bilhão para R$ 4 bilhões. “Assim, o fundo poderia contar com aproximadamente R$ 200 milhões, frente aos atuais R$ 30 milhões”, disse Lins. Os deputados Marcos Montes (PSD-MG) e Sérgio Guerra (PSDB-PE) consideraram a criação do novo marco para o setor um assunto complexo e defenderam a retirada da urgência constitucional da proposta. “Isso tudo dá uma dimensão do tamanho da nossa ignorância em relação ao tema. Examiná-la em regime de urgência é despropósito e ridículo”, disse Guerra. “A grande questão é se essa proposta que está sendo analisada vai de fato contribuir para melhorar a situação do País no cenário mundial da mineração”, completou. Amazônia Azul O capitão de Mar e Guerra Antonio José Teixeira, que representou a Comissão Interministerial para os Recursos do Mar do Comando da Marinha, chamou atenção para o potencial mineral em áreas submersas do Atlântico Sul e Equatorial localizadas no litoral brasileiro. “Pode não ser ainda economicamente viável, mas pode representar a nova fronteira econômica do Brasil”, diz Teixeira.

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Segundo ele, a Marinha decidiu chamar essa área de Amazônia Azul, uma vez que compreende cerca de 3,5 milhões de km² – tamanho praticamente igual aos 3,2 milhões de km² da Floresta Amazônica. “Trata-se de um território coberto por água com inúmeras riquezas minerais e biológicas a serem desvendadas e exploradas”, disse. Teixeira informou que um dos programas de prospecção em andamento já aponta a possibilidade de se usar granulados marinhos (restos de conchas e algas) para diversas aplicações em agricultura, cosméticos, suplementos alimentares, implante ósseo, etc. Debates nos estados Nesta quinta-feira (22), a comissão especial do novo Código de Mineração realiza uma mesa-redonda sobre o tema na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. No dia 26, a mesa-redonda ocorre na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás. Autor(es): Murilo Souza e Pierre Triboli Fonte: Agência Câmara Notícias Data: 21/08/2013

COLOSSUS ALERTA PARA RISCO DE INVASÃO E PARALISAÇÃO EM MINA DE SERRA

PELADA A mineradora canadense Colossus, que trabalha na construção de uma mina subterrânea de ouro na região de Serra Pelada, no Pará, alertou ontem para o risco de interdição do projeto no domingo por grupos de garimpeiros. "A Colossus Mineração vem a público repudiar o incentivo à violência promovido por grupos que buscam organizar nova mobilização, para o próximo dia 25 de agosto, com a finalidade expressa de invadir, ocupar e paralisar o projeto Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral (SPCDM), em Curionópolis (PA)", afirma a empresa em comunicado. A ação prometida para domingo seria realizada por garimpeiros ligados à Cooperativa de Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), sócia da mineradora no projeto. Eles têm feito várias críticas à empresa (de truculência de seus seguranças à forma como a riqueza da mina será repartida). A Colossus diz que por trás da tensão está uma disputa por grupos rivais pelo controle da cooperativa. "Em razão de ameaça de invasão ao projeto, a Colossus encaminhou ofícios, alertando formalmente sobre o risco de invasão, para autoridades do governo estadual e governo federal, órgãos de segurança, ministério público estadual e instituições do setor industrial, na busca de garantias à segurança à vida de seus profissionais e aos residentes de Serra Pelada - bem como aos investimentos realizados no Pará", diz a empresa. O clima ficou mais tenso, diz a Colossus, "após reunião pública realizada no último dia 16 por iniciativa" do deputado federal Arnaldo Jordy (PPS-PA), em Serra Pelada. "O clima de insegurança tomou conta da vila, onde vivem cerca de sete mil moradores. Trabalham atualmente 1.500 profissionais no projeto - sendo 65% residentes da própria vila", informa a Colossus. Jordy disse ontem: "A informação que eu tenho é que a orientação dada aos trabalhadores é que se concentrem ao meio dia na vila [próxima à mina] e sigam para interditar o projeto". Ele nega que tenha contribuído para acirrar os ânimos e diz que informou autoridades sobre o risco de ocorrer uma tragédia [no domingo]. No centro da discussão está o contrato entre a Colossus e a cooperativa. O governo federal havia concedido à cooperativa o direito de lavra em Serra Pelada, contanto que encontrasse um sócio

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com experiência e capital. Em 2007, a cooperativa e a Colossus firmaram um contrato estabelecia uma sociedade que dava 51% do empreendimento aos canadenses e 49% aos garimpeiros. Em 2009, por iniciativa da empresa, o contrato foi alterado para 75% e 25%. "A modificação acionária foi uma forma, prevista em contrato e mediada pelo governo federal, para compensar a Colossus Mineração por assumir toda a responsabilidade técnica e financeira pela implantação do projeto", diz a empresa. Para o deputado, a mudança foi "imoral". Claudio Mancuso, CEO da Colossus, diz no comunicado: "O projeto nova Serra Pelada é um investimento de R$ 600 milhões que segue padrões internacionais do setor mineral. Alcançamos 85% da implantação de uma moderna mina industrial. Respondemos positivamente a todas as fiscalizações feitas pelas autoridades nos últimos três anos de implantação. Investimos rigorosamente em saúde, segurança e treinamento nossos profissionais. Qualquer afirmação em contrário simplesmente não é verdadeira." O Valor tentou falar ontem à noite com uma das lideranças da cooperativa, que não atendeu às chamadas. Tentou também, sem sucesso, contato com a assessoria de comunicação da Polícia Militar do Pará. Autor(a): Marcos de Moura e Souza Fonte: Valor Econômico Data: 23/08/2013

MOMENTO DE PAUSA NO RITMO Líder global na produção de nióbio, em revê projeções

A Companhia Brasileira de metalurgia e Mineração (CBMM), líder mundial na produção de nióbio foi eleita pela segunda vez a melhor empresa no setor de Metalurgia e Siderurgia de Valor1000. A CBMM registrou um aumento de 14% na receita de vendas de 2012 com relação a 2011, atingindo R$ 3,38 bilhões. O lucro líquido cresceu 18%, a R$ 1,45 bilhão. De toda demanda mundial por nióbio – usado principalmente para dar mais resistência ao aço -, aproximadamente 80% saem da mina e da planta de processamento da empresa em Araxá (MG). Mesmo com a posição dominante em seu mercado, a companhia, controlada pela família Moreira Salles, está sendo obrigada a rever suas projeções para este ano. O cronograma de expansão da fábrica também sofreu alterações. “Até aqui, nos seis primeiros meses nós estávamos andando de lado. Esperávamos um crescimento de 8% a 10%, que não veio. Até agora, estamos iguais ao passado, repetindo 2012. Isso não é ruim, mas existia uma expectativa de crescimento”, diz Tadeu Carneiro, presidente da CBMM. As vendas para a China representam 20% a 25% da receita da CBMM e as vendas para a União Européia, 27%. Japão, Coréia do Sul e EUA compõem uma terceira fatia do mercado. O Brasil tem toda sua demanda atendida pela companhia e, mesmo assim, responde por apenas 5% das vendas. “Não podemos dizer que estamos vivendo um momento de bonança, todo mundo está preocupado. Os EUA estão saindo agora do problema, a Europa está vivendo uma acomodação e a China vai precisar desacelerar sua economia”, diz o executivo. Com o mercado nesse passo, a CBMM decidiu impor um ritmo mais lento aos trabalhos de expansão em Araxá. Sua usina tem capacidade instalada para processar 90 mil toneladas de ferronióbio – produto fabricado pela CBMM. Segundo Carneiro, a planta está rodando a 80 mil toneladas. O projeto de expansão permitirá o processo de 150 mil toneladas. “É claro que você ganha tempo quando essas coisas acontecem. Quando o crescimento não vem, você pode fazer a adequação da sua planta de maneira mais eficiente”, diz o executivo. O plano

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era que a fábrica, ampliada, estivesse funcionando já no ano que vem; ficou para 2015. O projeto, iniciado no ano passado, deverá consumir entre R$ 1 bilhão e R$ 1,1 bilhão. A CBMM não vende o minério do nióbio. Vende o ferroliga, ou ferronióbio – produto que se parece com brita de construção civil, só que com um brilho prateado. Não se trata de uma commodity, mas de uma solução tecnológica, como gosta de definir a CBMM. Um produto que precisa passar por 15 etapas de processamento desde quando é extraído da terra até ficar pronto para ser embarcado. Noventa por cento da produção do nióbio é usada por siderúrgicas na fabricação do aço. Segundo Carneiro, 10% do aço do mundo tem em sua composição o nióbio. De automóveis a tubulações para gasodutos, de lâminas de aparelhos de barbear a turbinas de avião, de cascos de navios a telas de LCD, o nióbio é empregado em uma vasta gama de itens. A CBMM tem dois grandes concorrentes: a Anglo American, que produz em Catalão (GO), e a IAMGold, que produz no Canadá. As duas juntas, diz Carneiro, têm uma fatia somada de 17% a 18% do mercado de nióbio do mundo; os 2% a 3% restantes estão diluídos. Um novo player deve começar a produzir em 2014: a Cortec Mining, que tem capital canadense. A Cortec anunciou recentemente que obteve licenças ambientais que faltavam do governo do Quênia para dar início ao empreendimento. A empresa planeja construir uma planta-piloto de US$ 3,5 milhões para processar cerca de cinco toneladas métricas de minério por hora no que, segundo a companhia, é um dos maiores depósitos do minério do mundo. A CBMM, no ano passado, produziu 73.518 toneladas de ferronióbio e detém 80% do mercado – marca que já foi menor, em torno de 60%. Pela sua posição atual, a companhia tende sempre a se destacar entre metalúrgicas. “É claro que a empresa sente diretamente os reflexos dos humores dos mercados e da perda de fôlego de economias importantes. E é claro também que os resultados poderiam ser outros se a empresa tivesse conseguido vender suas aplicações com nióbio na velocidade que havia imaginado”, diz Carneiro. Quem é o alvo? A China. Embora já seja o principal importador de ferronióbio da CBMM, o maior consumidor do mundo, a China, tem um mercado potencial ainda pouco explorado pela quantidade de aço que ela produz – algo na casa das 700 milhões de toneladas de capacidade. O consumo chinês é de um quarto a um quinto do consumo do Brasil, dos EUA, da Alemanha ou do Japão. “Nosso grande desafio é a China usar mais”, diz Carneiro. “O grosso do nosso programa de desenvolvimento de mercado está voltado para a China”. Em 2011, o grupo Moreira Salles vendeu 30% da empresa para dois sócios estratégicos: 15% para um consórcio de japoneses e coreanos e 15% para um consórcio chinês. As vendas de ferronióbio para o Japão e a Coréia do Sul já tiveram uma ligeira elevação; para a China ainda não. É um mercado que a CBMM aprendeu a cultivar lentamente. Os primeiros contatos que a companhia fez no país ocorreram em 1978 e só 22 anos depois as primeiras cargas de ferronióbio foram vendidas para o país. Com mais de meio século de atividade, a CBMM inclui em seu perfil não apenas a liderança mundial, mas também um papel decisivo no desenvolvimento na demanda por nióbio. “Não criamos um mercado do zero. Desenvolvemos tecnologia tanto de produção quanto de aplicação e temos legitimidade para mostrar que a tecnologia é mais eficiente”, diz Carneiro. Desde ano passado, a empresa se dedica a outro negócio em Araxá: a produção de terras raras. Por enquanto, está produzindo sulfato duplo de sódio, que contém os 17 elementos que compõem as terras raras. Em 2012 foram 1.200 toneladas. Nada foi vendido. O objetivo é fazer, em escala-piloto inicialmente, a separação dos elementos que são mais usados no Brasil e que hoje é preciso importar. Os investimentos planejados na planta – que deve ficar pronta em meados de 2014 – são de R$ 50 milhões. A China detém quase integralmente a produção mundial de terras raras. Autor(a): Marcos de Moura e Souza Fonte: Valor1000 Data: 08/2013

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TECNOLOGIA GARANTE UM BOM RETORNO Kinross alavanca produção, apesar do baixo teor de ouro

A canadense Kinross quase triplicou sua produção de ouro desde que começou a operar no Brasil. Em cinco anos, a quantidade do metal que a empresa extraiu da mina de Paracatu, no interior de Minas Gerais, saiu de 5,3 toneladas e chegou a 15 toneladas no ano passado. Agora a mineradora estuda um segundo passo. Antonio Carlos Saldanha Marinho, presidente da companhia no Brasil, diz ter projetos em análise no Norte do país. “Estamos aventando várias possibilidades. Existem estudos e projetos. Não é na Amazônia. temos alguma coisa [em vista] na região Norte.” A Kinross Brasil Mineração faturou US$ 785 milhões no ano passado, ante os US$ 709 milhões do ano anterior, e teve a melhor pontuação entre as mineradoras avaliadas por Valor 1000. A empresa pertence ao grupo Kinross Gold Corporation, com sede no Canadá, que tem ações negociadas nas bolsas de Toronto e de Nova York e operações no Chile, Equador, Estados Unidos, Canadá, Gana, Mauritânia e Rússia. No Brasil, além dos estudos de novos projetos, a companhia planeja uma expansão em Paracatu, onde está a mior mina de ouro do Brasil. “Existem planos de ampliação, sim”, diz o executivo carioca de 60 anos, que mineiramente, esconde o jogo: “Só não posso dizer como vamos fazer essa expansão, porque isso levaria a uma especulação de terra na região”. A unidade brasileira da Kinross se transformou em poucos anos na estrela da corporação e hoje representa mais ou menos 20% do negócio global da Kinross, diz Marinho. “Hoje, é a unidade mais importante dos nossos negócios, é muito observada pelo potencial que tem. E recebemos uma assessoria tenológica muito boa”. Para ampliar a produção em Paracatu, a matriz aportou R$ 1,5 bilhão entre 2007 e 2012 – um dos maiores investimentos da empresa em todo o mundo. Dois novos moinhos foram construídos, totalizando quatro, e equipamentos avançados entraram em operação. A mina tem uma particularidade que exigia investimento elevado. “Nossa mina tem o teor mais baixo do mundo, que é 0,4 grama de ouro por tonelada de pedra extraída, às vezes 0,38 grama, às vezes passa um pouco. Mas é em torno disso. É importante que a gente tenha um processamento eficaz para aproveitarmos ao máximo o material. No passado havia uma dificuldade, mas com esse investimento conseguimos processar o material mais rígido”, afirma. Em geral, as minas de ouro têm teor acima de um grama por tonelada. Com auxílio da tecnologia, a Kinross conseguiu não apenas aumentar a produção como alongar a vida útil estimada da mina. O projeto que iria se exaurir entre 2016 e 2018 agora vai durar até 2040. Os resultados de 2012 foram a consequência desse investimento. “O momento agora é tirarmos toda nossa lucatividade que podemos de investimento”. A mina de Paracatu começou a produzir em 1986. A área pertenceu à Rio Tinto em parceria com o empresário Eike Batista antes de ser comprada pela mineradora canadense. Trata-se de uma mina a céu aberto, praticamente dentro da área urbana de Paracatu. A cidade tem 86 mil habitantes e parte de sua economia gira em torno da mineradora. Mas o impacto de um empreendimento como este incomoda muita gente. Queixas em relação à poeira espalhada com as detonações, barulho, à degradação da vegetação, à desconfiguração do terreno e o descontetamento das famílias descendentes de quilombolas são recorrentes na cidade. Muitos desses casos viraram assunto para o Ministério Público Federal. A atividade da Kinross acendeu ainda outro temor: a de que a mineração teria aumentado a concentração de arsênio – substância presente nas rochas – no ar da cidade e da região e que isso causaria danos à saúde da população. A empresa

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conta que levou à cidade um especialista australiano em arsênio e que não ficou compravado que os níveis estariam acima do tolerável. Neste ano, a empresa tem US$ 46 milhões para a implantação de novos projetos em Paracatu, US$ 22 milhões para equipamentos US$ 108 milhões para infraestrutura. A direção da companhia está definindo como usar melhor estes recursos. Para uma empresa com custos elevados como a Kinross – que lida com rocha com baixíssimo teor do metal -, os preços atuais do ouro significam forte pressão para redução de gastos. Marinho relativiza: “Não estamos pressionados com a queda do ouro. Nesse momento cada empresa tem que fazer seu dever de casa, tornar-se cada vez mais sustentável. O custo da energia elétrica tem um peso importante no balanço da mina. A Kinross, diz seu presidente, está trabalhando em alguns projetos justamente para reduzir os custos com energia. No curto prazo, o executivo diz não acreditar que os preços do metal voltem a passar US$ 1.600, mas também diz não acreditar numa baixa maior do que a atual. Ele cita projeções de especialistas que apontam que, em 2014, o ouro já estará de novo entre US$ 1.300 e US$ 1.400. Uma das possíveis janelas é o mercado asiático – Índia e China, em particular, que ainda teriam muito a crescer e a puxar a demanda. Hoje a produção da Kinross no Brasil é basicamente exportada. “Nossos clientes são americanos, temos alguns em Hong Kong. Vendemos para bancos, e os bancos vendem para pessoas interessadas em investir em ouro. Não vendemos para a indústria joalheira”, diz o executivo. Como todo setor de mineração, a Kinross acompanha de perto a tramitação do novo Código Mineral enviado pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso. “Acho que não foi um projeto danoso para a mineração”, diz Marinho. Ele diz, no entanto, que está analisando as emendas que foram apresentadas, ao lados de outros empresários do setor, e podem fazer sugestões caso concluam que há pontos que claramente posam prejudicar os investimentos. Quanto ao aumento dos royalties, de 1% do faturamento líquido – no caso do ouro – para até 4% do faturamento bruto, Marinho diz também que ele e seus pares ainda avaliam os efeitos da proposta. “ Estamos discutindo qual o real impacto que teria sobre as mineradoras de ouro, e depois vamos conversar com as autoridades a respeito”. Autor(a): Mascos de Moura e Souza Fonte: Valor 1000 Data: 08/2013

CRISE LEVA OS PREÇOS A UM NOVO PATAMAR O mercado global de ouro passa por forte expansão desde 2008, quando a crise financeira eclodiu nos EUA e contagiou o mundo todo. Como ativo tradicionalmente considerado seguro em momentos de incertezas, o ouro teve a cotação mais do que duplicada desde então. Em setembro de 2011, os preços atingiram um pico histórico de US$ 1.923,70 a onça (31,1 gramas). Em 2012, os preços cederam um pouco, mas ficaram em US$ 1.700 de setembro até o fim do ano. Neste ano, porém, as cotações já recuaram 23% em relação a 2012, para a mínima de US$ 1.180,50 em junho. Analistas falam em recuperação, não para a faixa recorde de 2011, mas para US$ 1.300 e US$ 1.400 neste e no próximo ano. O Brasil tem uma participação minúscula na produção mundial. De acordo com o balanço de 2012 do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), no mundo produziu 2.700 toneladas de ouro em

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2011 e o Brasil, 66 toneladas . A China é a maior produtora, com 355 toneladas (13,14% da produção mundial), seguida por Austrália (10%), EUA (8,77%) e África do Sul (7,03%). No Brasil, A Kinross é líder, com 29% da produção, à frente da AngloGold (22%), Yamana Gold (17%), Jaguar Mining (7%). Outras empresas menores e os garimpos ficam com parcela restante. Luciano Borges, consultor especialista em ouro, diz que as mineradoras se esforçam para reduzir os custos no mundo todo, para compensar a queda nos preço do metal. Para ele, o novo código mineral eleborado pelo governo e que tramita no Congresso trará mais dificultades. Borges destaca a mudança na cobrança de royalties, que de 1% do faturamento líquido poderá ir para até 4% do faturamento bruto. “Do faturamento líquido, as empresas conseguem deduzir alguns custos;pelo cálculo do faturamento bruto, não. Por isso, o novo projeto penaliza quem tem custos maiores”, como as mineradoras de ouro. Fonte: Valor 1000 Data: 08/2013

OS DESAFIOS DA ÚNICA MINA DE URÂNIO DA AMÉRICA LATINA Operação enfrenta longos processos de licenciamento, a despeito de abastecer as

usinas nucleares de Angra 1 e 2 Instalada a 40 km de distância de Caetité (BA) e com 1.700 ha de área total de empreendimento, a Unidade de Concentrado de Urânio (URA) das Indústrias Nucleares do Brasil, única operação de extração de urânio da América Latina, mantém sua produção superando as dificuldades, sobretudo em função de exigências dos órgãos reguladores das atividades das empresas do ciclo do combustível nuclear. Muito pela competência e empenho de sua equipe gerencial, a lavra continua a abastecer as usinas nucleares de Angra 1, Angra 2 e, em breve, de Angra 3. “Resolver a questão da produção nacional de urânio é um dos maiores desafios da INB e para isso nós estamos concentrando esforços de nossa equipe e contando com o apoio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)”, afirmou o presidente da empresa, Aquilino Senra, físico nuclear que assumiu o cargo em abril deste ano. Em março, a CNEN aprovou o local indicado pela INB para instalação da lavra subterrânea de urânio. Esse projeto, que já tem 500 m da rampa concluída de um total de 1.100 m, vai permitir que a empresa explore ocorrências de minério inacessíveis na lavra a céu aberto, podendo duplicar sua produção atual. Com a obtenção dos licenciamentos da autarquia federal, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que tem como função colaborar na formulação da Política Nacional de Energia Nuclear, executar ações de pesquisa, desenvolvimento, promoção e prestação de serviços na área de tecnologia nuclear e suas aplicações para fins pacíficos e regular, licenciar, autorizar, controlar e fiscalizar essa utilização, o investimento no ano que vem será da ordem de R$ 140 milhões. “Somando a tudo isso”, afirma o presidente da INB, “estamos abrindo outra possibilidade de lavra a céu aberto, próxima à mina atual, com previsão de produção para 2015”, informando que, se a empresa não obtiver essas licenças para operação, no próximo ano o abastecimento das usinas nucleares brasileiras com urânio nacional estará comprometido. A INB tem em Caetité dois importantes pontos para extração de urânio na província uranífera de Lagoa Real, na região Centro-sul do Estado da Bahia: a jazida do Engenho, a qual ainda espera as licenças necessárias para iniciar a cava e tem estimativa de 14 anos de vida útil; e a mina Cachoeira, com 13 ha e que possui depósitos de urânio superficiais com elevada concentração de U3O8, com média de 0,3 % de teor.

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Cachoeira concentra o maior teor médio de urânio com 2320 ppm em U3O8 geológico de modo a produzir minério com 1900 ppm em U3O8 recuperável para o beneficiamento e está prestes a ser exaurida como cava a céu aberto, tendo atividade prevista apenas até setembro de 2014. Depende de autorização dos órgãos licenciadores a operação para o rebaixamento da cava na área que seria para a exploração da mina subterrânea, a qual tem vida útil estimada de nove anos. No momento, a previsão da unidade é que para 2013 a produção seja de 260.000 kg de U3O8, inferior aos 382.770 kg de U3O8 em 2012. Em 2014, a previsão é de 380.000 kg de U3O8. No entanto, devido ao estrangulamento da cava, a mineradora está levando dois meses para conseguir formar uma pilha de minério. Com isso, como não há material suficiente para a usina funcionar em plena capacidade, cai a produção. Mão de obra Como a maioria das mineradoras do País, segundo o gerente de Produção em Caetité, Hilton Mantovani, a empresa sofre com a perda de funcionários para outras empresas. “Temos um grande problema quanto à permanência de empregados qualificados, pois os salários aqui são menores que os do mercado, então muitos ficam quatro meses, pegam experiência e são logo levados por outras mineradoras. Sem contar que poucos estão dispostos a trabalhar em um lugar distante como Caetité”, conta. O gerente conclui que, “a iniciativa privada consegue brigar melhor na hora de cobrir uma oferta para manter o empregado na empresa, agora na estatal isso é bem mais complicado”, conclui. Visto a ampliação prevista da produção, isso implica diretamente na quadro de funcionários, explica o presidente da empresa. “Já em 2013 haverá necessidade de novos contratações, que devem continuar em 2014 e 2015”, afirmou Aquilino Senra. A INB está articulando com a prefeitura de Caetité e instituições do estado da Bahia para apoiar cursos na região que possam formar mão de obra especializada. “Temos obrigação de realizar concurso público nacional, não podemos estabelecer restrições, o que a gente deseja é que haja maior número de contratações dessa região”, finaliza. A especialização de mão de obra na região que é pouca, dificulta a contratação de profissionais experientes, que muitas vezes vêm de Minas Gerais e São Paulo. Atualmente, a empresa está dando curso de mecânica para todos os operadores, para formação dos chamados operadores mantenedores, tendência no setor. INB em números Sucessora de outras estatais, como a Companhia Brasileira de Tecnologia Nuclear (CBTN) e as Empresas Nucleares Brasileiras (Nuclebrás), a INB opera na Bahia desde dezembro de 1999. Com pagamentos de impostos para o município, em 2012, a mineradora contribuiu com a quantia de R$ 1.100.816 de ISS para Caetité, e, no âmbito federal e estadual, foram mais R$ 5.547.374 de ICMS e R$ 373.023 de Cfem. A mineradora mostra que, em relação aos gastos com compras diversas, dispendeu em Caetité no ano passado R$ 6.392.982 e em outros municípios foram mais R$ 16.122.528. O montante acumulado de 2002 até 2012 chegou a R$ 47.025.644 para Caetité e R$ 102.080.385 para outras cidades. Com o descomissionamento da mina, em 2012, foram gastos R$ 1.740.411 na cava a céu aberto, enquanto pesquisas geológicas e sondagens necessitaram de R$ 1.860.996,19. Quanto aos investimentos programados em 2013, foram R$ 40.692.798. Em 2014, com a duplicação da capacidade produtiva de Caetité, o valor será de R$ 109.505.805, sendo R$ 4 milhões só com o novo projeto de mudança da rota tecnológica, tendo em vista o fato do primeiro plano ter se mostrado obsoleto por ter sido voltado para reutilizar os equipamentos já existentes em Caldas (MG), o que se constatou ser muito dispendioso. Por exemplo, para colocar um filtro de Caldas em condições de operação em Caetité, a empresa gastaria R$ 6 milhões, enquanto um filtro novo e mais moderno de um bom fabricante custa cerca de R$ 3 milhões. Na lavra subterrânea serão investidos R$ 58.053.000 e, por fim, ao desenvolvimento da mina Fazenda Engenho, o montante chega a R$ 27.585.242. No total, a quantia acumulada de

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investimentos para 2014 é de R$ 116.518.966, o que também inclui compra de veículos, meio ambiente, exploração geológica, duplicações e novos projetos. Em relação à Tecnologia da Informação, a empresa em 2012 gastou R$ 730.240 com a atualização tecnológica dos equipamentos de TI; implantação do acesso redundante à Internet, por satélite; duplicação do link de acesso principal de dados da rede corporativa; e implantação do novo sistema de telefonia com expansão do PABX e do número de ramais. Para 2013, o programado é de R$ 261.000 com a melhoria do acesso redundante à Internet; atualização de vídeo conferência e tecnológica. Autor(a): Vinícius Costa Fonte: Revista Minérios & Minerales Data: 27/08/2013

ESTUDO ATESTA VIABILIDADE DE EXPANSÃO NA MINA VIGA Expansão elevará a sua produção para 15 milhões de t/ano

A Ferrous recebeu o Bankable Feasibitity Study (estudo de viabilidade para fins de financiamento bancário), que atesta, de forma conclusiva, a total viabilidade da implantação do projeto Viga 15 Mtpa. Ele prevê uma produção anual de 15 milhões t, a partir de 2017, de concentrado de 65% de ferro, durante a vida útil da mina Viga, atualmente estimada em 15 anos. Com isso, a produção anual da companhia, somando as três minas em atividade (Viga, Esperança e Santanense), saltará para 17 milhões t, como prevê seu plano estratégico. O investimento para implantação do projeto será de US$ 1,28 bilhão, com payback de seis anos. O investimento foi determinado tendo o projeto de engenharia básica fornecido pela Ausenco do Brasil. Em paralelo ao estudo de viabilidade, foi desenvolvido o plano de execução do projeto, cujo prazo é de 36 meses, com previsão de início das obras em 2014 e start up da planta em 2016. Durante a fase de implantação é previsto a geração de mais de 3,5 mil empregos diretos, chegando a 14 mil empregos indiretos, relacionados a outras atividades da cadeia de fornecimento de insumos e serviços, com recolhimento de impostos na ordem de R$ 360 milhões, como PIS/Cofins, ICMS, ISS E IPI. Já na fase de operação, a expectativa é que sejam criadas 2,5 mil vagas diretas. Outro impacto positivo da operação será a geração de mais de R$ 170 milhões em tributos anuais, como PIS/Cofins, ICMS, CFEM, dentre outros. O estudo de viabilidade analisou também o grau de maturidade dos projetos de engenharia e as licenças ambientais, permissões e outorgas das demais autoridades intervenientes. A mineradora possui todas as licenças e permissões necessárias para a implantação do projeto. Também foram analisados aspectos como a comprovação de posse das áreas e a certificação das reservas de minério, bem como os riscos de implantação do projeto e do negócio. “A Ferrous detém a posse de todas as áreas necessárias para implantação do projeto de expansão em Viga. Além disso, no mês junho, recebemos da Golder Associates a certificação da reserva de Viga, seguindo a padronização internacional JORC, atestando uma reserva 450 milhões de t de minério de ferro da mina de Viga, o que torna viável sua operação por, pelo menos, 15 anos”, destaca o presidente da Ferrous, Jayme Nicolato.

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Para Nicolato, esse parecer é uma conquista muito importante, pois a ampara junto ao mercado financeiro na obtenção dos recursos necessários para a implantação do Viga 15 Mtpa. “Ele é um dos projetos de expansão mais competitivos que temos atualmente no Brasil, o qual contribuirá para que a Ferrous figure entre as cinco maiores mineradoras do país e seja reconhecida como uma empresa de classe mundial”, afirma Nicolato. Fonte: Revista Minérios & Minerales Data: 26/08/2013

EMPRESAS DE PESQUISA CRITICAM NOVO CÓDIGO DE MINERAÇÃO Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral alerta para risco de fuga

de investidores em caso de aprovação do texto O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral, Elmer Salomão, alertou hoje, em Goiânia, os parlamentares da Comissão Especial da Câmara que analisa a proposta de novo Código de Mineração (PL 37/11, apensado ao PL 5807/13) para o risco que o país corre de "apagão mineral" e de fuga de investidores em caso de aprovação do texto. Em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Goiás nesta segunda-feira (26), Salomão afirmou que o novo código reforça o que ele chama de monopólio do Estado sobre os recursos minerais, burocratização e retrocesso na geração de informações geológicas básicas. A audiência reuniu representantes do Ministério de Minas e Energia, do governo estadual, dos trabalhadores e do setor produtivo, além de prefeitos de municípios com potencial mineral. O prefeito de Caldas Novas, Evandro Magal, defendeu a aprovação de uma emenda da deputada Magda Mofatto (PTB-GO), que visa resguardar a segurança jurídica dos mineradores e investidores que aguardam, por longo tempo, o deferimento de concessões de lavra. Goiás é o terceiro maior estado minerador do País, atrás apenas de Minas Gerais e Pará. Ouro, fosfato, nióbio e os chamados "metais de terras raras", usados na produção de componentes eletrônicos de alta tecnologia, estão entre os minérios mais rentáveis explorados no estado. Contribuição da sociedade civil Para o presidente da comissão especial da Câmara, deputado Gabriel Guimarães (PT-MG), o debate com a sociedade civil enriquece a tramitação do novo Código de Mineração. "O estado de Goiás, respeita, conhece e valoriza o setor mineral e, por isso, essa audiência vai contribuir muito com as sugestões que foram aqui apresentadas e com as opiniões colhidas. Tivemos a participação dos representantes, com muita inscrição para o debate e muita ansiedade das pessoas que têm a curiosidade para entender como será o novo modelo após a aprovação do texto pela Câmara dos Deputados e depois pelo Senado". O deputado estadual por Goiás José Vitti (DEM) elogiou a audiência pública por permitir a contribuição da sociedade civil com o texto. Vitti reclamou que a elaboração do projeto teria sido feita "a portas fechadas" pelo Ministério de Minas e Energia, sem ouvir os estados produtores. Audiências regionais Ainda nesta semana, a comissão especial pretende discutir o novo Código de Mineração em audiências públicas no Pará e no Amapá, além de outras duas em Brasília. O projeto de lei tramita com urgência constitucional e já tranca a pauta de votação do Plenário da Câmara. Fonte: Agência Câmara Notícias Data: 26/08/2013

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APESAR DA PIORA NO CENÁRIO INTERNACIONAL, SETOR DEVE CONTINUAR

INVESTINDO Indústria mineral vem apresentando bom desempenho nas últimas décadas

Apesar de a crise internacional ter piorado as perspectivas para a indústria mineral, esta veio apresentando crescimento vigoroso no Brasil nas últimas décadas. O que veio impulsionando este crescimento foi, principalmente, o processo de urbanização e desenvolvimento de países emergentes com expressivas áreas territoriais, alta densidade demográfica e alto PIB, como os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), os quais, coincidentemente, são de grande importância para a mineração mundial. O Brasil em particular tem importante participação mundial no setor de mineração. É o 1º maior produtor de nióbio (utilizado na produção do aço) e o segundo maior produtor de minério de ferro, manganês e tantalita do mundo. Além disso, segundo dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), em 2011 o País contava com 8.870 empresas mineradoras, a maior parte delas localizada na região Sudeste. Apesar de importante, a produção mineral no Brasil vem caindo nos últimos anos. De acordo com dados do IBGE, após subir 4% em 2011, a extração de minerais ferrosos apresentou queda de 1,4% em 2012, e em 2013 já acumula queda de 7,9% até abril. Para os minerais não ferrosos, a queda da extração nos últimos anos foi ainda mais expressiva: -1,7% em 2011; -2,8% em 2012 e - 18,8% em 2013 até abril. Boa parte desta desaceleração deve-se ao arrefecimento da economia chinesa e fraco crescimento da Europa, Japão e Estados Unidos, principais demandantes mundiais, o que se refletiu em uma queda nos preços internacionais e nas exportações. Além disso, em 2012 o setor extrativo mineral brasileiro acompanhou a desaceleração da economia nacional, em especial da produção industrial de setores seguintes na cadeia produtiva de mineração (ex. Siderurgia), bem como fraco desempenho do setor de construção e automotivo. Já no início de 2013, a desaceleração também ocorreu devido a problemas operacionais em algumas minas. Comércio exterior do setor Mineral Com a queda nos preços internacionais, exportações brasileiras de minérios desaceleram em 2012. O setor mineral possui a maior participação entre os produtos na balança comercial brasileira e, mesmo a exportação de minério apresentando queda em 2012, representou 13,7% das exportações em valor. Após um ano de 2011 bom para o setor mineral, com alta de mais de 40% nas exportações com relação a 2010, o ano de 2012 apresentou forte desaceleração nos preços internacionais, principalmente do minério de ferro, que tem a maior representatividade entre os minérios nas exportações brasileiras (80% em 2012). Tal fato ocasionou queda de 22% nas exportações brasileiras de minérios em valor. Este resultado é explicado quase na totalidade pela queda no preço internacional do minério de ferro, em virtude da menor demanda mundial. Além do minério de ferro, os principais minérios exportados são ouro e nióbio (responsáveis por, respectivamente, 6% e 5% do total exportado em 2012). Os principais destinos são China (em torno de 40% do total em valor) e Japão (em torno de 8% do total em valor). Já as importações brasileiras de minérios são predominantemente carvão mineral e cloreto de potássio, oriundas principalmente do Canadá (em torno de 20%) e dos Estados Unidos (em torno de 16%). Cotações

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Os preços ainda devem cair em 2013. A desaceleração da demanda global pelas commodities minerais causou, a partir do segundo bimestre de 2012, uma queda nos preços internacionais. Isso afetou especialmente o minério de ferro, principal substância produzida e exportada pelo Brasil. Além disso, a entrada em operação de novos projetos minerais só agravou esta situação, pois aumentou a oferta em um momento de demanda em desaceleração. A participação da China no mercado de metais básicos é mais relevante que em outros grupos de commodities (país importa cerca de 60% do minério de ferro e 40% do cobre exportados no mundo). Sendo assim, a desaceleração do crescimento chinês, bem como uma menor razão investimento/PIB nesse país devem reduzir a velocidade de crescimento da demanda por metais básicos, ainda que o processo de urbanização e elevação do consumo de duráveis em países emergentes continue. Com o crescimento menor da demanda internacional, os preços internacionais dos minérios devem manter trajetória de queda até o final deste ano. No caso do minério de ferro, o aumento da produção de mineradoras chinesas e indianas quando os preços estão acima de US$ 100/t dificulta a manutenção dos preços muito acima destes patamares quando há desaceleração da demanda. Portanto, a nossa projeção é que os preços internacionais mantenham a trajetória de queda, permanecendo numa média de US$ 130/t em 2013 e US$ 115/t em 2014. Minério de ferro O Brasil é o segundo maior produtor de minério de ferro, de acordo com levantamento da U.S. Geological Survey (USGS). Em 2012, segundo estimativa do instituto, os três maiores produtores foram a China com 1,30 bilhão t, a Austrália com 525 milhões t e o Brasil com 375 milhões t. No entanto, quando se leva em conta o teor médio do minério de ferro chinês, a produção daquele país pode ser considerada de 370 milhões t, comparativamente com o minério de ferro de Austrália e do Brasil. Juntos, Austrália e Brasil atendem cerca de 70% da demanda mundial. Esta participação deve continuar neste patamar nos próximos anos, dadas as reservas e investimentos em extração destes dois países. As maiores empresas produtoras no Brasil hoje são: Vale com 84,52%, CSN com 5,45%, Samarco, com 6,29%, MMX com 2,03% e Usiminas com 1,71% do total da produção. Já os principais Estados produtores no Brasil são Minas Gerais (67,0%) e Pará (29,3%). As reservas brasileiras de minério de ferro chegam a 29 bilhões t (USGS, 2012), situando o País em segundo lugar também em relação às reservas mundiais, que totalizam 170 bilhões t. Além disso, o teor de ferro encontrado nos minérios brasileiros também coloca o País em destaque. Cabe citar o alto teor nos minérios hematita (60% de ferro), predominante no Pará, e Itabirito (50% de ferro), predominante em Minas Gerais. O minério de ferro deve permanecer ainda por muito tempo a principal commodity mineral para a economia brasileira, atraindo grandes investimentos em novos projetos. Contudo, há riscos negativos para este cenário. Um deles é que muitos destes novos projetos dependem do marco regulatório, licenças ambientais e elevados investimentos privados em infraestrutura logística para o transporte do minério até o porto, o que têm tornado o ambiente de negócios do setor desafiador. Outro risco é uma desaceleração da economia chinesa maior que a já esperada, reduzindo de forma mais acentuada a produção de aço neste país e, consequentemente, reduzindo a demanda por minério de ferro brasileiro. Em 2012, a China foi o maior comprador do minério de ferro brasileiro, respondendo por 46% do total exportado, seguida pelo Japão (9,6%). Por outro lado, a demanda interna brasileira por minério de ferro para a produção de aço deve permanecer alta, com o andamento das obras de infraestrutura do PAC II, construções do setor imobiliário, Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016. Cobre: investimentos devem aumentar em 33% a produção nacional até 2015

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O Brasil é o 15º maior produtor mundial de minério de cobre, com produção estimada em 2012 de 450 mil t (em torno de 2,7% do total mundial). Contudo, investimentos das empresas do setor nos Estados do Pará, Alagoas e Goiás devem aumentar em 33% a produção nacional até 2015. Estima-se que a produção mundial de cobre foi de 17 mil t em 2012, sendo o Chile o maior produtor, responsável por 33,7% deste total, seguido pelo Peru (7,58%), China (7,5%) e Estados Unidos (6,96%). No Brasil, as principais reservas de cobre encontram-se no Pará (85% em 2012), Goiás (8%) seguido pela Bahia (4%) e Alagoas (3%). A indústria da construção, eletrônica e de transmissão de energia são os principais consumidores de cobre. O metal é muito usado na fabricação de cabos e fios e para a construção civil. Sendo assim, a continuidade do andamento das obras do setor imobiliário e de infraestrutura, principalmente com a proximidade da Copa de 2014, deve contribuir para manter a demanda interna por cobre aquecida em 2013 e 2014. Bauxita: demanda interna sugere boas oportunidades para o setor De acordo com levantamento norte-americano da USGS, o Brasil atingiu em 2012 a terceira posição na produção mundial de bauxita, com 34 milhões t, em 2012 (12,9% da produção mundial), ultrapassando a Indonésia. A Austrália é líder em produção, com 27,7% do total, seguida pela China com 18,2%. Com relação às reservas mundiais de bauxita, o Brasil possui a 3ª maior, com 2,6 bilhões t de bauxita metalúrgica (9,2% do total em 2012). A maior reserva está na Guiné, seguida por Austrália, Brasil e Vietnã. De acordo com o Ibram, aproximadamente 98% da bauxita produzida no Brasil é utilizada na fabricação de alumina, enquanto o restante é destinado às indústrias de refratários e de produtos químicos. O consumo interno per capita de bauxita cresceu 100% nos últimos dez anos no Brasil, atingindo 3,9 kg, mas ainda é muito baixo se comparado ao de outros países: 37 kg nos Estados Unidos, 31 kg no Japão. A maior parte da extração mundial de bauxita é utilizada para a produção de alumínio (cerca de 90%), porém o processo é caro uma vez que 5t de bauxita produzem apenas em média 1t de alumínio. Segundo a ABAL, entidade brasileira que representa a indústria produtora de alumínio, o consumo de produtos deste metal no Brasil deve crescer 3,7% em 2013. A demanda deverá ser puxada principalmente pela indústria de bebidas, construção civil e linhas de transmissão de energia. Ainda que o Brasil seja um país com boas oportunidades de investimentos na produção de bauxita, a desaceleração na demanda mundial de alumínio pode diminuir as exportações do minério nos próximos trimestres. Nióbio: Brasil detém mais de 95% das reservas O Brasil é o maior produtor mundial de nióbio (responde por mais de 95% das reservas mundiais e 92% da produção estimada para 2012). As maiores jazidas brasileiras encontram-se nos estados de Minas Gerais (75,1% do total), Amazonas (21,3%) e em Goiás (3,6%). O nióbio é utilizado em pequenas quantidades para a produção de ligas de aço, que por sua vez são utilizadas em tubos e condutores de água e petróleo. Também é empregado em automóveis, turbinas de avião, gasodutos, tomógrafos de ressonância magnética, indústria aeroespacial, bélica e nuclear, além de outras inúmeras aplicações como lentes óticas, lâmpadas de alta intensidade e bens eletrônicos. É um dos metais mais resistentes à corrosão e a temperaturas extremas. No Brasil 100g de nióbio são utilizadas em média por tonelada de aço. A indústria chinesa ainda utiliza uma porção bem menor de nióbio (cerca de 25 gramas por tonelada de aço), diferentemente de economias desenvolvidas como Estados Unidos, Europa e Japão, onde as siderúrgicas costumam fazer adições de 80 a 100 gramas do minério por tonelada de aço. As exportações brasileiras de ferro-nióbio contribuem para o superávit da balança, e o metal é hoje o 3º item mais importante da pauta mineral de exportação. Os principais metais concorrentes do nióbio para ligas especiais são o tântalo, o vanádio e titânio. Contudo, a farta oferta brasileira é o que vem garantindo a o aumento do consumo e da penetração do nióbio na indústria mundial. A demanda mundial por nióbio tem crescido nos últimos

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anos a uma taxa de 10% ao ano. O maior salto ocorreu a partir de 2004, puxado principalmente pelo aumento do consumo chinês de aço. “Setor mineral é de grande relevância para a economia brasileira, e elevados investimentos trazem boas perspectivas para os próximos anos” O setor mineral é um dos que mais investem no País (cerca de US$ 15 bilhões por ano, segundo o Ibram). Estes investimentos contemplam diversos minérios, sendo que o minério de ferro é o principal, com 63% dos US$ 75 bilhões previstos para serem investidos no setor até 2016. Os principais Estados brasileiros que irão receber estes investimentos são Minas Gerais, com US$ 26,1 bilhões, ou 34,9% do total, o Pará, com US$ 18,1 bilhões, ou 24,1% do total, e a Bahia com US$ 6,5 bilhões, ou 8,7% do total destinados para Ferro, Ouro, Vanádio, Níquel e Cromo. Contudo, a dificuldade na obtenção de licenças ambientais e os custos logísticos elevados têm reduzido o anúncio de novos investimentos. O novo marco regulatório recentemente anunciado deve tornar o ambiente mais convidativo a novos investimentos, ao reduzir as incertezas. A indústria extrativa mineral vem ganhando participação no PIB brasileiro, e chegou a representar 3,6% em 2012. Apesar da relevância, o cenário adverso traçado neste estudo vem prejudicando bastante a indústria extrativa mineral nos últimos trimestres, principalmente o setor de petróleo e gás, que tem peso maior. Contudo, a expectativa é de alguma retomada desta indústria como um todo já nos próximos trimestres de 2013. O aumento do consumo de bens duráveis e urbanização nos países emergentes deve levar à continuidade da expansão da demanda. Do lado da oferta, o grande montante de investimentos programados deve garantir expansão ainda maior do setor no Brasil. O maior risco deste cenário de melhora é uma desaceleração da economia chinesa maior que a já esperada. Autor(a): Ilan Goldfajn Fonte: Revista Minérios & Minerales Data: 26/08/2013

PACIFIC PODE SE TORNAR MAIOR EXPLORADORA DE POTÁSSIO NA AMAZÔNIA A Pacific Potash deu início às negociações para fusão com a júnior Cowley

Mining, detentora de direitos de exploração de potássio na Bacia Amazônica. A

Pacific poderá, com a fusão, se tornar a controladora da segunda maior área

para exploração de potássio na região, com 1.725.041 hectares A Pacific Potash anunciou ontem (27) que começou as negociações para fusão com a Cowley Mining. Se a fusão se concretizar, a Pacific Potash será a controladora da segunda maior porção de terras para exploração de potássio na Bacia Amazônica. Serão 1.725.041 hectares, uma área de tamanho similar as áreas da Petrobrás e da Brazil Potash, na mesma região, somadas. A fusão vai reduzir a competição na bacia entre os dois principais exploradores, a Brazil Potash e a Pacific Potash. A Pacific Potash deve fazer uma proposta à Cowley ou renunciar à intenção de fazer a oferta, até o dia 24 de setembro. As partes também pretendem levantar US$ 12 milhões em financiamento para que a entidade resultante da fusão seja concluída no fechamento da transação.

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Os direitos minerários da Cowley provavelmente abrigam depósitos de potássio, de acordo com dados históricos e baseando-se nas recentes descobertas na bacia. Parte das áreas controladas pela Cowley são adjacentes às áreas da Brazil Potash, que apresentam recursos inferidos de 381 milhões de toneladas @31,2% de cloreto de potássio, de acordo com o último relatório apresentado pela Ercosplan e com código NI 43-101. Parte das áreas da Cowley também são adjacentes a depósitos da Petrobras, Fazendinha e Arari. Como resultado da junção dos recursos, a fusão vai possibilitar a realização dos seis principais programas de sondagem orçados em US$ 10 milhões. A entidade resultante da fusão será a maior companhia publicamente listada com direitos sobre a terra na Bacia Amazônia, para exploração de potássio. O Brasil é o terceiro consumidor de potássio no mundo, com 8,1 milhões de toneladas (Mt), em 2012. A expectativa é que o consumo de potássio, no Brasil, chegue a 13 Mt ou 14Mt, em 2020. O país depende de importações de mais de 90% da demanda anual. O fornecimento pelo mercado interno poderia oferecer vantagens nos custos de transporte, de acordo com os dados do relatório da Pacific Potash. A Cowley é uma empresa júnior privada, não listada em bolsa, que tem escritórios em Brasília e em Londres, com sede em Isle of Man. A companhia tem foco na exploração e desenvolvimento de três explorações de potássio nos estados do Amazonas e do Pará. A Cowley controla 929.000 hectares na bacia de potássio na Amazônia, incluindo as áreas adjacentes aos depósitos provados da Petrobras, Fazendinha e Arari. A área a ser explorada na bacia Amazônica, pela Pacific Potash, tem atualmente cerca de 796 mil hectares nos municípios de Itacoatiara e Parintins, no Pará. A região está sendo estudada pela empresa desde o ano passado. Fonte: Notícias de Mineração Brasil Data: 28/08/2013

CRISE AFETA NEGOCIAÇÃO DA CSA, DIZ VALE Mineradora espera ser beneficiada por indenização antes de a sócia alemã, que

hoje administra a siderúrgica sozinha, se desfazer do ativo A Vale descarta a possibilidade de a sócia alemã Thyssen Krupp desistir da venda da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), novela que se arrasta há mais de um ano. Para o diretor executivo de Ferrosos da mineradora, José Carlos Martins, a lentidão no processo tem como pano de fundo o a piora no cenário do setor. "O negócio depende muito de timing. Provavelmente, a Thyssen entrou na hora errada e quer sair na hora errada", afirmou Martins. Em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o executivo confirmou que o grupo alemão, antes de fechar a venda da CSA, terá de indenizar a siderúrgica por erros de gestão. Segundo ele, o tema já vem sendo discutido com os alemães. O ressarcimento deve vir na forma de perdão de dívidas que a CSA tem com a Thyssen. A companhia alemã tem garantido sozinha a manutenção da operação da siderúrgica brasileira, aportando recursos na forma de empréstimos. Martins, porém, não descarta a hipótese de uma disputa judicial em torno do valor da indenização. "Toda cláusula contratual está sujeita a disputas", diz. O executivo não quer mencionar valores e brinca: "Nós achamos que é grande; eles acham que é pequena." No mercado financeiro, as apostas giram em torno de R$ 300 milhões.

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A origem da disputa está no acordo de 2009, que modificou o contrato original. Prejudicado pela crise financeira mundial, o grupo alemão pediu socorro à mineradora, que colocou mais R$ 2,5 bilhões no projeto e ampliou sua participação de 10% para 27% na siderúrgica. Garantias. No rearranjo societário, a Thyssen preferiu continuar sozinha na gestão. Para se garantir, a mineradora incluiu no contrato uma cláusula prevendo o reembolso, caso a siderúrgica perdesse dinheiro por erros cometidos por má administração. Em contrapartida, abriu mão de uma opção de venda, que obrigaria os alemães comprarem a fatia da Vale. "Isso foi uma demonstração de que fizemos de tudo para ajudar o projeto. Abrimos mão de uma série de direitos, colocamos mais dinheiro lá - cedemos demais", afirmou. Agora, garante, a fase é de acompanhar o desenrolar das negociações da Thyssen em busca de um comprador para a fatia na CSA. Nesse processo, o objetivo é garantir a manutenção dos direitos já adquiridos, como o contrato de longo prazo de fornecimento de minério de ferro e o reembolso por erros de gestão. "A eventual indenização por deficiências na implantação do projeto ou operação se enquadra entre esses direitos", diz. Martins reiterou que a mineradora só irá se pronunciar sobre a venda quando a Thyssen apresentar uma proposta. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) é a única na disputa pelas ações do grupo alemão. O negócio, segundo ele, tem esbarrado no momento crítico vivido pela siderurgia mundial. Com mais de 35 anos de siderurgia, o executivo afirma nunca ter visto uma crise como a atual, que atinge todos os mercados. Mesmo na China, onde o mercado permanece mais forte, as siderúrgicas amargaram resultados mais fracos. "É a mais profunda crise que eu já vi", afirmou. Apesar do quadro preocupante, Martins é otimista em relação ao futuro da siderurgia diante da necessidade de obras de infraestrutura, especialmente na China, principal mercado consumidor do minério de ferro produzido pela Vale. Autor(a): Mônica Ciarelli Fonte: O Estado de S.Paulo Data: 28/08/2013

Para maiores informações: http://sbgq.org.br/14cbgq/

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Para maiores informações: http://www.geosudeste.com.br/

Para maiores informações: http://www.ufpe.br/geologia/xxvsimposiodegeologiadonordeste