29 agosto 2012

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NÚMERO 47 DATA 29/08/2012 ANO I

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Page 1: 29 Agosto 2012

NÚMERO

47

DATA

29/08/2012

ANO

I

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Parceria com a JustiçaA corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, de-

fendeu ontem, durante debate sobre a judicialização da saúde organizado pela Academia de Medicina de Brasília, a cria-ção de um grupo técnico formado por médicos e profissio-nais de saúde capazes de ajudar os magistrados a avaliarem as ações relativas à saúde. Dados da Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) indicam que em 2010 tramitavam mais de 222 mil processos relativos ao setor nos âmbitos estaduais e federal. Para Calmon, em alguns casos ocorre abuso da po-pulação. “Muitas pessoas que não precisam de tal remédio ou procedimento estão recorrendo e acabam conseguindo. Isso ocorre porque um juiz não vai ser contra a Constitui-ção, que garante o direito à saúde, que é um direito à vida.”

Para ela, tais encaminhamentos poderiam ser evitados. “Existem medicamentos que têm indicação por semelhante no Sistema Único de Saúde, mas, quando o advogado faz a petição, ele exige um tipo específico. Por isso, temos de ouvir pessoas que entendem de medicina. Com esse aval, o magistrado poderá se sentir à vontade para decidir”, justifi-ca.

A proposta também foi defendida pelo presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo, Cid Carvalhaes. A chefe da judicialização da Secretaria de Saúde do Distri-to Federal, Lucimar Coser, destacou que a quantidade de demandas judiciais tem aumentado — só no DF tramitam mais de 500 petições. Calmon, entretanto, lamenta a demo-ra para a ideia sair do papel. “Estamos trabalhando em um esforço para essa aproximação, mas a longo prazo só vejo uma solução, dada pela cidadania, a revolução pelo voto”, afirmou. A criação desse grupo já foi sugerida pelo CNJ em 2009. (GC)

Correio braziliense - on line - 29/08/2012

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KATE YANDELLNova York, EUA. Os centros de transplantes de órgãos

dos EUA têm enfrentado um problema na doação entre pa-cientes vivos: um número cada vez maior de doadores em potencial tem se tornado inapto para a doação, por causa de seu excesso de peso. Foi o que aconteceu com Ed Guillen, que não pôde doar um rim para sua mãe porque, com 1,78 m de altura, pesava 140 kg na época da cirurgia. A doação só seria possível se ele perdesse mais de 35 kg - quando a cirurgia seria considerada segura para ele.

“É uma luta constante que todos os nossos centros de transplante precisam enfrentar”, conta a nefrologista Sandra Taler, da Clínica Mayo. As crescentes taxas de obesidade no país têm incentivado um esforço crescente para maior atenção aos doadores obesos de órgãos - para quem os riscos da cirurgia ainda não estão claros. Não há, oficialmente, um limite de peso para a doação de órgãos, mas mais da meta-de dos centros de transplantes traçou um máximo de 35 de massa corporal para a cirurgia ser realizada. Cerca de 10% não permitem um doador com IMC acima de 30, geralmente o limite para a obesidade.

“Parte da escassez de doadores vivos de rins se dá por causa do critério de exclusão que estamos aplicando aos nos-sos candidatos”, afirma a médica Mala Sachdeva, do Centro de Transplante do Hospital Universitário da Costa Norte. Lá, 23 dos 104 doadores em potencial que contataram o cen-tro nos últimos três anos eram obesos mórbidos. Outros 30 candidatos estavam acima de 30 no IMC e já fazem parte de um grupo que alguns centros excluem. Dados dos EUA sobre os candidatos a doadores excluídos por seu peso são escassos, mas os especialistas suspeitam de que os números são significativos.

A notícia vem em um momento em que mais de 92 mil norte-americanos esperam por um transplante de rim, e em que a incidência de falências do órgão tem subido. Mas, mesmo com a preocupação dos centros de transplante, a per-centagem de doadores acima do peso cresceu de 14% em 2000 para 20% em 2008. Os doadores com massa corporal acima dos 35 pontos ainda são raros - 2%. A real preocupa-ção dos médicos é com a saúde do doador nos anos seguintes à retirada do órgão, já que a obesidade aumenta os riscos de doenças nos rins. “A questão é: se você tem somente um rim, corre maior risco de ter falência desse rim ?”, pondera Taler.

Os doadores com peso normal, para quem os riscos já são mais conhecidos, têm um índice igual ou, em alguns casos, até menor, de falência dos rins, se comparados com o restante da população. Mas não houve, até o momento, estudos acompanhando doadores obesos de rins por um lon-go período. Os médicos temem que o único rim no doador obeso possa ficar sobrecarregado, colocando-o em um maior risco de desenvolver uma doença.

nova YorkConforme a legislação dos EUA, os centros de trans-

plante devem acompanhar os doadores por dois anos após a cirurgia, mas esse acompanhamento é feito por telefone, e muitos centros não conseguem coletar todas as informações necessárias.

Alguns hospitais norte-americanos, porém, estão fazen-do esforço para realizar esse acompanhamento pessoalmen-te e acrescentando programas de bem-estar após a doação. O hospital de Monte Sinai, em Nova York, por exemplo, convida os doadores a participar de um curso de bem-estar durante seis semanas.

Os defensores da saúde do doador esperam que mais centros de transplante comecem a ver a doação como oportu-nidade para essas pessoas assumirem um compromisso com seus próprios corpos. Como Ed Guillen, que queria doar um rim para sua mãe, mas foi impossibilitado pelo excesso de peso. Ele se inscreveu em um programa de emagrecimento e perdeu cerca de 45 kg em oito meses. (KY/NYT)

Situação é semelhante no Brasil

No Brasil, a situação é semelhante à dos Estados Uni-dos, diz o presidente da Associação Brasileira de Transplan-te de Órgãos (ABTO), José Medina Pestana. “Metade da po-pulação apresenta sobrepeso, e, quando a doação vai ocorrer em vida, sempre é levada em consideração a ausência de doenças. A obesidade aumenta muito o risco da doação. Isso acaba impedindo a cirurgia”, explica o cirurgião.

Medina afirma que, no país, também não há um limite de peso, mas é avaliado o índice de massa corporal (IMC). “Para a doação, o índice não pode ser superior a 30. Em-bora o doador seja magro, o índice maior que essa faixa e a concentração da massa de gordura nos órgãos e abdômen tornam-se um impeditivo. O IMC 35 já é considerado alto no Brasil para qualquer tipo de cirurgia”, afirma.

Nesses casos, o médico explica que devem ser avalia-dos outros fatores de risco, como fumo, sedentarismo, hiper-tensão arterial e doenças coronarianas e vasculares.

Segundo Medina, as chances de um fumante ou obeso ser um doador são menores. Por isso, ele afirma que, apesar de a expectativa de vida dos EUA ter aumentado ano após ano, deve começar a cair por causa da obesidade.

Em relação à incidência da falência dos órgãos, aqui também é semelhante. “Uma pessoa obesa desenvolve dia-betes por resistência à insulina, doenças vasculares, como colesterol alto, não faz atividade física e, com isso, a doen-ça se agrava”, alerta. Não há números exatos, mas Medi-na acredita que a percentagem de doadores acima do peso também deve ter apresentado um aumento no Brasil, onde o transplante de rins chega a mais de 90% dos casos. (Litza Mattos)

o temPo - on line - 29.08.2012

Obesidade é grave ameaça para transplante de órgãosPrincipal temor é como o obeso se comportará após a retirada de rim

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