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Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei n.º 9.610/1998, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Curso: Noções de Economia para o concurso da Polícia Federal Cargo: Agente de Polícia Federal Professora: Amanda Aires Aula inaugural

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Economia

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  • Este curso protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei n. 9.610/1998, que altera, atualiza e consolida a legislao sobre direitos autorais e d outras providncias.

    Curso:

    Noes de Economia para o concurso da Polcia Federal

    Cargo:

    Agente de Polcia Federal

    Professora: Amanda Aires

    Aula inaugural

  • Curso de Noes de Economia para Agente da PF Aula Inaugural

    Profa Amanda Aires

    Sumrio 1. Apresentao ......................................................................................... 2

    1. Definies e leis da economia ................................................................. 7

    1.1. O que economia? .............................................................................. 7

    1.2. As reas da Economia .......................................................................... 8

    1.3. Alguns conceitos bsicos importantes ................................................. 9

    1.4. Leis Econmicas ................................................................................ 14

    1.5. A escassez de recursos x necessidades e desejos ilimitadas ............. 15

    1.6. A trade dos problemas centrais e seu inter-relacionamento ............. 15

    1.7. A noo de custo de oportunidade ..................................................... 20

    2. Entendendo o funcionamento de uma economia .................................. 29

    2.1. O fluxo circular da riqueza ................................................................. 29

    2.2. Curva de possibilidade de produo .................................................. 40

    3. Exerccios ............................................................................................. 53

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    1. Apresentao

    Ol queridos alunos!

    Alguns de vocs, pelo Brasil afora, que iniciaram as preparaes para os concursos pblicos, j ouviram falar a meu respeito. Mas, eu aproveito esse nosso encontro para fazer uma rpida apresentao: Meu nome Amanda Aires. Sou economista pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com extenso universitria na Universitt Zrich, na Suia, Mestra em Economia pela UFPE, com dissertao premiada pela Federao Brasileira de Bancos e doutora em economia tambm pela UFPE, com extenso universitria pela Universit Laval, no Canad.

    Alm de estudar economia, tambm sou professora em alguns cursos preparatrios presenciais para concursos pblicos pelo Brasil e, assim, j trabalhei na preparao de alunos para as provas do Banco Central do Brasil, Polcia Federal e Secretarias da Fazenda estaduais. Na parte online, sou professora de Micro, macro, economia brasileira, finanas, contabilidade das instituies financeiras e econometria pelo www.euvoupassar.com.br e pelo Uniequipe Concursos www.uniequipeconcursos.com.br, de So Paulo.

    Atualmente, alm de ser professora universitria de vrias universidades e faculdades no Recife, ministrando aulas nas disciplinas de teoria econmica, matemtica financeira, estatstica e econometria em outras universidades e faculdades. O ponto comum dessas disciplinas que elas so voltadas para alunos que no so estudantes de economia, ou seja, contadores, administradores, engenheiros, pedagogos, mdicos. Acredito que esse seja um bom diferencial das aulas, pois agora estou acostumada a olhar o mundo como no-economista, o que facilita a comunicao entre mim e voc, aluno.

    Por fim, ainda na rea de concursos que pedem economia como disciplina de programa, escrevi o livro Economia Brasileira para Concursos, publicado pela Editora Campus/Elsevier. O segundo livro acabou de ser publicado: 1000 questes resolvidas de economia para concursos.

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    Bem, terminada essa minha breve apresentao (acredito que agora voc me conhea um pouco mais), vamos falar sobre o que faremos, juntos, aqui no site Concurseiro 24horas: Com a publicao do Edital do Concurso para Agente de Polcia Federal (com direito a muitos sustos, hein?), esse curso busca orientar voc, concursando, a compreender melhor as questes de economia que tm maior probabilidade de cair na prova, em se tratando do CESPE como banca avaliadora. A ideia fazer voc fechar as (possveis) 9 questes que estaro no seu certame!

    Mas vamos ao que interessa, no ? Como faremos esse estudo para dissecar as provas do CESPE? Fazendo diversos exerccios semelhantes da banca! Ao estudar grupos de questes anlogas, observaremos que a Banca tem um perfil bastante similar entre as questes e, assim, poderemos verificar o que h de comum entre elas. Observando, por fim, o padro de repetio e respostas. Um ponto interessante aqui e que voc entender melhor posteriormente, que em economia, pode mudar a historinha, mas a mecnica de soluo ser sempre a mesma! medida que o tempo for passando com as aulas, voc poder verificar isso com uma clareza solar!

    Espero que, com os nossos encontros, voc possa observar que a economia sim uma matria interessante e que pode ser vista de uma forma muito mais descomplicada. Alm disso, pode ser um determinante na sua aprovao.

    De acordo com o contedo do programa do edital de 2014, esse curso de Economia para a Polcia Federal ser dividido em 7 aulas, excluindo essa aula demonstrativa. Cada uma das aulas ser composta por quatro momentos distintos: em um primeiro momento ser visto o contedo terico da disciplina, sendo seguido por um segundo momento, de exerccios da primeira parte. A seguir, teremos mais uma parte de teoria sendo seguida pelo ltimo momento, a segunda parte dos exerccios. Um quadro resumo ser apresentado no fim da aula, como norteamento do que foi visto. Finalmente, sero sugeridos exerccios para que voc possa treinar um pouco. Esses ltimos exerccios tero gabarito, mas no sero resolvidos a princpio. As resolues dos exerccios propostos sero vistas na aula seguinte. Alm disso, uma pequena reviso na parte inicial da aula ser feita s para reavivarmos em nossas mentes o que foi visto na aula anterior. Mas preciso que voc fique em dias com a matria para no se atrapalhar, ok? As revises de incio de aula sero realmente bem rpidas.

    Hoje, nessa aula demonstrativa, comearemos fazendo uma anlise do que ser o curso. Ser uma aula para que voc possa compreender que a disciplina no complicada e pode at ser bastante interessante. O curso integral ter cerca de 400 pginas entre teoria e exerccios. As questes sero MANDATORIAMENTE do CESPE (mas, questes de outras bancas podero ser, ocasionalmente, resolvidas). No procurarei fazer voc pensar como economista, mas me dedicarei a levar a economia para a sua realidade, para que ela fique palatvel e para que, assim, voc tenha um grande xito na sua prova.

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    As aulas sero ministradas sem interrupes e sem atrasos. Abaixo, voc ver o cronograma da nossa disciplina:

    AULA Data de

    publicao Contedo Previsto

    Inaugural 13.10.2014 O que economia? Conceitos bsicos

    Micro e macroeconomia 01 15.10.2014 Determinao das curvas de procura 02 20.10.2014 Elasticidades

    03

    27.10.2014

    Teoria do consumidor, utilidades cardinal e ordinal, restrio oramentria, equilbrio do consumidor e funes demanda, curvas de

    Engel, demanda de mercado

    4

    31.10.2014

    teoria da produo, isoquantas e curvas de isocusto, funes de produo e suas propriedades, curvas de produto e

    produtividade

    05 05.11.2014 curvas de custo, equilbrio da firma, equilbrio

    de curto e de longo prazos. 06 10.11.2014 Estruturas de mercado 07 14.11.2014 SIMULADO NAPALM

    Com essa estruturao, vamos matar o edital inteiro em 7 aulas e ainda sobrar uma para fazer uma bateria de questes para que voc fique completamente afiado para a prova!

    importante que voc compreenda o seguinte: para que ns possamos, de fato, analisar todo o contedo previsto no edital, precisaremos, antes de mais nada, de alguns conceitos bsicos que sero vistos na aula de hoje. Assim, embora j na aula demonstrativa comeamos a ver alguns pontos importantes, eles sero vistos de forma mais superficial. Na aula de hoje, quero que voc compreenda as bases da economia, quero que voc tenha uma viso geral para no se perder nas definies. A partir disso, vamos cair em cima do edital da PF, j a partir da aula 01. Suporte com videoaulas do site EuVouPassar ?

    Pois , eis aqui o nosso grande diferencial!

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    Voc j deve estar acostumado com o meu ol alunos do EuVouPassar, tudo bem? e com ele que ns vamos trabalhar!

    Como assim?

    Quando eu vir que o contedo est um pouco mais complicado que o habitual, farei a indicao para que vocs assistam a aulas minhas no site do EVP!

    Meu objetivo que no restem dvidas sobre o assunto.

    S para que voc entenda a sistemtica de funcionamento desse projeto, o material em PDF ser 100% focado no Edital, por ele que voc dever se guiar. Contudo, pode sobrar alguma dvida que o PDF no foi capaz de sanar. para isso que serve o contedo em vdeo: como os cursos do EVP no so direcionados para edital, eu vou apontando as aulas que vocs devem assistir para complementar os estudos. No sero poucas as aulas, mas elas funcionaro com o objetivo de consolidar o raciocnio. Elas sero o suporte ao contedo que tenha ficado confuso ou sem o entendimento total.

    Veja que nessa formatao, os dois materiais podem andar separadamente, mas eu recomendo que eles andem sempre juntos para no ter brecha para o CESPE nos atrapalhar.

    Dessa forma, quando aparecer a foto abaixo, ela ser referenciada com o curso e o nmero da aula que vocs devem assistir.

    Por exemplo:

    Eu Vou Passar!

    Para complementar o seu entendimento sobre Curva de Possibilidade de Produo, veja a aula 06 do curso novo de microeconomia ou a aula 10 do curso de microeconomia completo (esse ltimo mais antigo, de 2011, mas o contedo est atualizado. Nele voc me encontrar mais jovem e mais magra )

    Foi justamente pensando no alinhamento entre PDF e vdeo que eu decidi fazer esse curso, dessa forma o aluno que tiver algum tipo de dificuldade para entendimento do material escrito, poder buscar a complementao com as videoaulas disponveis no EVP.

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    Por fim, crticas e sugestes podem ser enviadas para o e-mail: [email protected]

    Vamos trabalhar? Amanda

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    1. Definies e leis da economia

    Para estudar as decises econmicas de famlias, empresas e governos, necessrio, inicialmente, entender do que trata a economia. Apesar de ser uma palavra largamente utilizada como sinnimo de previdncia, o significado de economia no , muitas vezes, plenamente compreendido. Essa seo busca esclarecer esse aspecto, respondendo a seguinte questo: o que economia?

    1.1. O que economia?

    Um ponto inicial para compreender o conceito de economia diz respeito anlise etimolgica dessa palavra. O termo economia se origina do grego, oikonomia: oikos (casa), nomos (costume, lei, ou tambm, administrar, gerir) e (sufixo relativo a assuntos como cincia, doutrina e profisso). Assim, oikonomia poderia ser traduzida como a cincia da administrao da casa.

    Na administrao de um domiclio, um chefe de famlia precisa decidir com relao a diversos assuntos, tais como: o quanto adquirir de alimentos e energia eltrica; se deve comprar uma nova geladeira a prazo ou esperar at ser possvel comprar vista; se deve investir em uma reforma ou trocar de residncia; se deve contratar algum ou realizar os trabalhos domsticos por conta prpria; se deve aceitar a promoo em seu emprego (e trabalhar mais horas) ou recus-la (e ter mais tempo disponvel para o lazer).

    A tarefa de administrar envolve escolhas, no somente na casas, como tambm nas empresas e rgos pblicos. As decises esto relacionadas a objetivos que podem ser alcanados de maneiras diferentes, cada uma delas dependente de diferentes mtodos e condies para a utilizao dos recursos disponveis.

    Assim, a economia uma cincia social que estuda como os agentes econmicos decidem empregar recursos na produo de bens e servios, de modo a distribu-los entre as pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas.

    Essa noo mais fundamental de economia acabou sendo alterada ao longo dos anos. Mais recentemente, a maior parte dos livros tem trazido a noo do conceito de economia de uma forma diferente. Dentre as formas possveis, eu gosto de uma particularmente utilizada no livro de Introduo Economia do A. Gremaud et alli que diz o seguinte:

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    Assim, em cima desse conceito, eu gosto de reforar a idia da escolha! Na verdade, toda vez que se falar em economia, vai se falar no processo de escolher algo. E por que eu preciso escolher? Por uma razo simples: embora eu queira, eu no posso ter tudo! Se voc pensar dessa forma, nunca mais vai esquecer do conceito de economia!

    Toda vez que se falar em economia, voc vai sempre lembrar de ESCOLHA!

    Essa informao nos ser til mais na frente!

    Um vdeo que eu gosto demais apresentado no youtube para que voc possa dar uma olhadinha em como o conceito de escolha fica bastante ntido! Disponvel em: http://www.youtube.com/watch?v=HGizAyRFqYA

    Por que esse vdeo fala sobre economia? Por uma razo simples: As crianas precisam ESCOLHER se desejam consumir agora ou no futuro. A idia de previdncia no nem a parte principal do vdeo. O que eu quero que voc compreenda a necessidade de escolher, tpico fundamental quando se fala em economia.

    Logicamente, saber o que economia no o suficiente. Assim, na seo seguinte conversaremos um pouco sobre alguns dos principais conceitos bsicos de economia. Vamos dar uma olhada?

    1.2. As reas da Economia

    A teoria econmica dividida em trs grandes ramos: A microeconomia, a macroeconomia e o desenvolvimento econmico. A etimologia das duas primeira palavras j ajuda a perceber a diferena bsica a diferena bsica entre as suas reas de atuao: enquanto a microeconomia estuda as partes, a macroeocnomia estuda o TODO. Ao estudar e procurar relacionar os grandes agregados, a macroeconomia no analisa em profundidade o comportamento das unidades econmicas individuais, tais como famlias e firmas, a fixao de preos nos mercados especficos, os efeitos de oligoplios em mercados individuais, etc. Essas so preocupaes da

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    microeconomia. A macroeconomia aplicada no estudo das relaes entre os grandes agregados econmicos. Ela se ocupa com a economia como um todo, buscando respostas para a determinao de cada uma dessas variveis globais. Por exemplo, no mercado de bens e servios, o conceito de Produto Nacional um agregado de mercados agrcolas, industriais e de servios; no mercado de trabalho, a macroeconomia preocupa-se com oferta e demanda de mo-de-obra e com a determinao dos salrios e do nvel de emprego, mas no considera diferenas de qualificao, gnero, idade, origem da fora de trabalho, etc. Quando considera apenas o nvel da taxa de juros, no so destacadas devidamente as diferenas entre os vrios tipos de aplicaes financeiras. O custo dessa abstrao que os pormenores omitidos so muitas vezes importantes. A abstrao, porm, tem a vantagem de permitir estabelecer relaes entre grandes agregados e proporcionar melhor compreenso de algumas das interaes mais relevantes da economia, que se estabelecem entre os mercados de bens e servios, de trabalho e de ativos financeiros e no financeiros, assim como as intervenes do governo. Dessa forma, no existe confilito entre a teoria macro e a teoria microeconmica. A diferena fundamental seria uma questo de foco. Ao analisar os preos em determinado mercado, a microeconomia considera que os preos dos demais mercados no so alterados, seguindo a hiptese do coeteris paribus (que voc deve ter visto quando estudo para o edital passado). Na macroeconomia, analisa-se o nvel geral de preos, ignorando-se as mudanas de preos relativos de bens dos diferentes mercados (como veremos quando formos estudar inflao e desemprego!). Assim, a teoria macroeconmica preocupa-se tanto com questes conjunturais ou de curto prazo quanto com questes estruturais ou de longo prazo. Entre as questes conjunturais, destacam-se a anlise do desemprego e da inflao. (vistas na aula 02) As questes estruturais esto associadas a problemas como o desenvolvimento econmico, distribuio de renda, crescimento econmico, globalizao ou progresso tecnolgico.

    1.3. Alguns conceitos bsicos importantes

    Para definir economia, foram empregados alguns termos que podem no ser de conhecimento comum, ou que possuem sentidos diferentes em outros ramos do conhecimento como, por exemplo: necessidades, agentes econmicos e firmas. A fim de esclarecer o emprego desses termos na cincia econmica, definiremos,

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    tambm, alguns conceitos adicionais, que sero amplamente utilizados no decorrer do nosso estudo.

    Necessidade: sensao de desejar algo.

    O conceito de necessidade pode ser dividido em duas partes: a necessidade primria e a secundria. Vamos dar uma olhada nesses conceitos?

    o Necessidade primria: a satisfao imperiosa (obrigatria), como se alimentar.

    o Necessidade secundria: a satisfao no fundamental, como adquirir um carro novo.

    Bens e servios: os meios atravs dos quais as necessidades so satisfeitas.

    o Bens livres: abundantes, postos a disposio pela natureza (no produzidos pelo homem). Exemplo: ar, gua.

    o Bens econmicos: bens escassos, geralmente produzidos pelo homem. So classificamos como bens de consumo ou de produo.

    Bens de consumo: voltados para o consumo final (podem ser durveis ou no).

    Exemplo: peas do vesturio, televiso, carros.

    Bens de produo: destinados produo de outros bens. Podem ser bens de capital ou bens intermedirios.

    Bens de capital: bens de produo que podem ser utilizados vrias vezes. Exemplo: mquinas, computadores de alta tecnologia, fornos industriais.

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    Bens intermedirios: bens de produo que so utilizados uma nica vez (so transformados durante o processo produtivo).

    Exemplo: alguns artigos agrcolas, como o trigo e a soja.

    Fatores de produo (ou insumos produtivos): recursos bsicos na produo de bens e servios. Comumente so divididos em: terra, trabalho, capital e tecnologia.

    o Terra: fator de produo relacionado aos recursos naturais.

    o Trabalho: insumo produtivo relacionado mo-de-obra.

    o Capital: fator de produo relacionado aos equipamentos utilizados na produo.

    o Tecnologia: insumo relacionado ao conhecimento quanto forma de produzir algo (o modus operanis).

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    Aqui vale uma ressalva: veja que no grupo fatores de produo no se incluem as matrias primas (bens intermedirios)! A diferena entre o que um fator de produo e o que uma matria prima, visto no quadro abaixo.

    A diferena entre fator produtivo e matria prima est ligada reutilizao durante o processo de produo. Os fatores produtivos podem ser reutilizados aps a produo de um bem, enquanto a matria prima, no! Ou seja, eu posso reutilizar um trabalhador para fazer 600 carros, mas a chapa de ao que vai em um carro, no pode ser utilizada para fabricar o segundo carro!

    Agentes econmicos: entidades que atuam contribuindo e influenciando o funcionamento do sistema econmico. So as famlias, as firmas, o governo e o resto do mundo.

    o Famlias: indivduos e unidades familiares da economia. Desempenham o papel de consumidores e de proprietrios de alguns dos fatores de produo. (a essa altura, voc j sabe de cor os fatores de produo, no ?)

    o Firmas: unidades encarregadas de produzir e/ou comercializar os bens e servios. Tambm so compradoras dos fatores produtivos que so de posse das famlias.

    o Governo: todas as organizaes que, direta ou indiretamente, esto sob o controle do Estado, em todas as suas esferas (federal,

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    estadual, municipal). possvel que o Estado tambm atue na produo de algum bem, atravs de empresas estatais, mas ns, por simplificao do entendimento, no vamos entrar nesse mrito, ok?

    o Resto do mundo: indivdos, firmas ou governos que no esto localizados dentro de determinada rea geogrfica, mas que influenciam a economia local.

    Racionalidade: em economia, entende-se pela busca do melhor para si por parte de um agente: o consumidor racional escolhe os produtos que o deixam mais satisfeito possvel, e as firmas racionais buscam o maior lucro possvel.

    Novamente, aqui, vale uma ressalva: existem indivduos que no agem de forma racional, a exemplo dos dependentes qumicos ou dos compradores compulsivos. Embora esses agentes faam parte da sociedade, eles no so ponto de estudo para a economia, dado que no sempre eles buscaro o que melhor para si. Dessa forma, s consideraremos como fonte de anlise em economia, os agentes racionais.

    Mercado: Local fsico ou no onde estabelecida a interao entre compradores (demanda) e produtores (oferta) de um determinado bem ou servio.

    Economia: Eventualmente, esse termo pode ser utilizado como um substituto para sistema econmico de uma determinada regio. Ento, quando se fala em economia brasileira, na verdade est se falando no sistema econmico brasileiro. a mesma coisa, ok?

    Otimizao: em matemtica, otimizar uma funo significa determinar qual o seu valor mximo (maximizao) e/ou seu valor mnimo (minimizar) dadas as restries existentes.

    Para que eu preciso do conceito de otimizao, professora? Porque, dado que os agentes so racionais e buscam o que melhor para si, eles iro buscar, continuamente, maximizar satisfao (para os consumidores) e luros (para as empresas) ou minimizarem despesas (para os consumidores) e custos (para as empresas). Assim, no fundo, no fundo, os agentes econmicos esto otimizando suas funes subjetivas!1

    Agora que ns compreendemos o que economia e alguns dos conceitos bsicos, precisamos compreender como a economia funciona. Para isso, vamos ter que compreender, antes algumas leis econmicas, nosso prximo tpico.

    1 Ns no entraremos no detalhe da anlise, dado que o nosso curso de noes fundamentais, mas s para que voc compreenda, consumidores e empresas buscam sempre otimizar funes matemticas sujeitas a restries de mesma ordem.

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    1.4. Leis Econmicas

    Um dos objetivos da cincia econmica encontrar as leis que possam reger o comportamento dos agentes e o efeito de suas decises no restante do sistema econmico. Para tanto, os economistas observam como os diversos agentes atuam com relao a situaes aparentemente semelhantes, de forma a identificar a existncia de algum tipo de padro.

    Contudo, uma dificuldade no trabalho dos economistas est associada ao fato de que essas situaes so apenas semelhantes. Para entender o porqu, pode-se tomar como exemplo o trabalho de um fsico, como Galileu, por exemplo. Para que discorresse sobre a gravidade, Galileu teve de repetir experimentos em ambientes exatamente iguais para, apenas assim, ser possvel a ele afirmar a existncia de uma fora que sempre atrai todos os corpos para a terra.

    No caso dos economistas, estudar situaes exatamente iguais difcil, principalmente porque repetir as condies no depende dos pesquisadores. Imagine que um economista contratado para analisar a procura dos consumidores por um determinado bem. A deciso de cada indivduo a respeito de comprar ou no o bem pode ser influenciada por diversos fatores, e o comportamento de um mesmo indivduo tambm pode ser diferente a depender das circunstncias que ele enfrente no momento. Por exemplo, basta pensar no valor que voc d a uma sombrinha em um dia de sol e em um dia de chuva!

    No entanto, apesar das dificuldades, o estudo econmico evoluiu bastante e os economistas conseguiram identificar um padro no comportamento dos agentes em diversas situaes. Assim, pode-se considerar a existncia de leis econmicas de dois tipos:

    Leis gerais: vlidas para qualquer estgio de evoluo da sociedade;

    Leis especficas: prprias de cada modo de produo ou de cada formao scio-econmica.

    As leis econmicas servem para fins prticos e transformam-se em regras quando utilizadas na busca por objetivos.

    Um exemplo das leis econmicas aparece no estudo dos mercados de bens e servios. As leis da oferta e da demanda (ou procura), analisadas com maior rigor no decorrer das aulas, explicam o funcionamento do mercado e como ele reage a mudanas nos comportamentos tanto de consumidores, quanto de produtores. A anlise de um determinado fato que altera a procura (ou a oferta) sob a luz dessas duas leis permite que sejam estabelecidos os seus possveis efeitos sobre a economia.

    Outro exemplo a lei da mo invisvel, primeiramente formulada por Adam Smith (considerado por muitos o pai da cincia econmica). Segundo essa lei, quando

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    firmas e indivduos atuam racionalmente, ou seja, cada um buscando o melhor para si mesmo, o sistema econmico opera de modo mais eficiente.

    Problemas Econmicos Como analisado anteriormente, observamos que os agentes econmicos precisam escolher como usar os recursos ou fatores produtivos2 que dispem de modo a atender suas necessidades. A partir dessa idia, ratificamos que a economia o campo das cincias sociais que estuda as escolhas.

    As decises dos indivduos, das firmas e dos governos so quase sempre difceis de serem tomadas devido complexidade das questes envolvidas. A partir de agora, passamos a analistar as singularidades que norteiam as decises econmicas.

    1.5. A escassez de recursos x necessidades e desejos ilimitadas

    Como visto, a economia definida como a cincia da escolha quando os recursos so escassos, ou seja, insuficientes para satisfazer necessidades e desejos ilimitados dos indivduos. O conceituado economista Paul W. Samuelson divide esse conceito em duas questes importantes:

    1. Os recursos so escassos;

    2. As necessidades so ilimitadas e se renovam.

    Considerando essas duas importantes questes, o economista N. Gregory Mankiw define ainda a economia como o estudo de como uma sociedade administra seus recursos escassos.

    Assim, nem sempre possvel atender TODAS as necessidades e desejos de modo simultneo, caracterizando um problema econmico muito relevante e de difcil soluo. A sociedade obrigada a escolher entre modos de produo e alternativas de distribuio dos resultados das atividades produtivas entre os vrios grupos da sociedade. A teoria econmica procura fornecer uma alternativa eficiente3 para a alocao dos recursos de modo a maximizar a satisfao das necessidades e dos desejos.

    Essa dita alternativa eficiente, por sua vez, deve responder aos trs principais problemas em economia. Quais so esses problemas o que veremos agora:

    1.6. A trade dos problemas centrais e seu inter-relacionamento

    A sociedade precisa escolher entre formas alternativas de utilizao dos recursos

    2 Os fatores de produo so necessrios no processo de fabricar bens e servios. Em economia, esses fatores so agrupados em trs grupos: Terra recursos naturais;Capital mquinas e equipamentos; Trabalho Mo de obra qualificada e no qualificada. 3 A eficincia uma propriedade que a sociedade tem de obter o mximo possvel a partir de seus recursos escassos.

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    disponveis de maneira a operar eficientemente. Para isso, a economia procura responder a trs questes:

    1. O que produzir e em que quantidade?

    Quais os produtos e servios devero ser produzidos para satisfazer da melhor forma possvel as necessidades da sociedade?

    2. Como os bens devem ser produzidos?

    Que tecnologias e mtodos de produo utilizar? Que matrias primas devero ser utilizadas para produzir determinado produto? Como maximizar a produo tendo em conta os recursos disponveis?

    3. Para quem os bens so produzidos?

    Como repartir os rendimentos disponveis entre os diferentes agentes econmicos? Quem dever ganhar mais e quem dever ganhar menos?

    A depender da forma como as sociedades respondem as estas trs questes, temos diferentes sistemas de organizao econmica como resultado. Os dois extremos dessas formas seriam: economias centralizadas e economias de mercado. Nas economias centralizadas, as principais decises relacionadas produo dos bens so tomadas pelo governo. J nas economias de mercado, o prprio mercado (interao entre oferta e demanda, que veremos na aula que vem) que responde s trs questes.

    Contudo, na prtica, no existem atualmente sociedades que se encaixem em nenhum dos dois casos extremos expostos. De fato, todas as sociedades atuais esto organizadas em economias mistas na medida em que contm caractersticas das economias de mercado e das economias de direo central. Na economia brasileira, por exemplo, o mercado determina o qu, como e para quem produzir, mas o governo desempenha papis importantes como a superviso e regulamentao das atividades econmicas, a oferta de servios pblicos ou a repartio dos recursos pelos agentes econmicos. Fatos que certamente analisaremos ao longo do curso.

    Apesar de bem simples, essa diferena entre economia planificada (ou centralizada) e economia de mercado (ou descentralizada) cai na prova. Vamos dar uma olhada em como isso visto pelo CESPE?

    Exerccio 1

    (Senado Federal, Consultor Legislativo Economia, Agricultura, 2002) O problema econmico bsico, cuja soluo depende da forma como as economias esto organizadas, gira em torno do binmio escassez e escolha. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

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    Em uma economia descentralizada, a preocupao maior dos diferentes agentes econmicos gerenciar o funcionamento do sistema de preos para, assim, garantir o bom desempenho das economias de mercado.

    Vamos a resoluo?

    Primeiro, depois de ler a questo, voc observa que ela pergunta sobre o funcionamento de uma economia descentralizada, no isso?

    Nesse caso, qual a maior preocupao dos agentes econmicos?

    Para responder essa pergunta, cito uma afirmao que eu gosto muito do Adam Smith, que li no livro Introduo Economia do Wonnacott & Wonnacott quando era primeiro perodo em economia:

    No da bondade do aogueiro ou do padeiro que podemos esperar o nosso jantar, e sim de seu interesse. Ns nos dirigimos no ao seu esprito humanitio, mas ao seu interesse e nunca lhes falamos de nossas necessidades, e sim de suas vantagens

    Adam Smith, caso voc no o conhea, o pai da economia clssica, uma escola do pensamento econmico que desconsidera, por total, a presena do governo na economia. ele o precursor do sistema econmico que considera a economia descentralizada!

    Analisando esse segmento do texto de Smith, possvel observar que os interesses dos agentes econmicos, em uma economia descentralizada, no esto associados ao bom desempenho da economia, mas sim, satisfao dos seus interesses. Ou seja, famlias desejam maximizar sua satisfao em termos de consumo de bens e servios e as empresas buscam maximizar os lucros. Nesse sentido, ns no estamos preocupados em garantir o bom funcionamento da economia, mas em buscar uma forma de satisfazer nossos objetivos. Dessa forma, segundo Smit22h, com a busca dos interesses prprios, era possvel alcanar o equilbrio de uma economia.

    Considerando todos esses pontos, observa-se que a alternativa est incorreta.

    GABARITO: FALSO

    Antes de continuar, contudo, vale aqui um ponto adicional: quem se preocupa com o funcionamento do sistema de preos a economia centralizada ou planificada, que so bem retratadas pelos sistemas socialistas ou comunistas. Nesse caso, existe, sim, uma forte preocupao com o funcionamento da economia em termos de preos e tudo fica controlado pelo Planejador Social, retratado pelo agente econmico governo. ele quem controla todos os salrios e os demais preos da economia. Dessa forma, se a questo falasse sobre a economia centralizda, o item

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    estaria correto, ok?

    Mas vamos continuar com nossa aula e falar sobre Alocaes eficientes no sentido de Pareto.

    Alocao eficiente de Pareto!

    Eis a um conceito extremamente importante em economia!

    Pareto apresentou alguns conceitos importantes no sentido de bem estar. Assim, algumas noes, antes de responder a questo so necessrias:

    1. Uma alocao ou situao eficiente no sentido de Pareto se no h uma forma de melhorar a situao de uma pessoa sem piorar a situao de outra. Sobre isso, vamos ver um exemplo:

    Digamos que existam apenas duas pessoas na economia, o Sr. e a Sra. Silva.

    Digamos ainda que o total de riquezas dessa economia soma R$ 1.000,00 que so distribudos da seguinte forma: R$ 999,00 para o Sr. Silva e R$ 1,00 para a Sra. Silva.

    Nesse caso, ns observamos que a nossa economia est longe de ser justa, certo? Mas, ser que ela eficiente no sentido de Pareto?

    Veja, existe alguma forma de melhorar a situao da Sra. Silva sem piorar a situao do Sr. Silva?

    Por exemplo, se a Sra. Silva recebesse R$ 1,00, ela ficaria em uma situao melhor? Sim, certamente, mas veja que, para que isso acontecesse o Sr. Silva teria que ficar em uma situao menos boa, pois, para que a Sra. Silva recebesse R$ 1,00, ele teria que perder esse valor! Nesse caso, no h como melhorar a situao de um agente econmico sem piorar a situao do outro. Essa situao o que Pareto chamou de eficincia.

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    Mas, existem situaes ou alocaes ineficientes no sentido de Pareto?

    Sim, para ver isso, vamos fazer um outro exemplo:

    Imagine agora que o Sr. Silva possua R$ 900,00 e a Sra. Silva continue com o seu rico R$ 1,00. Continuamos dizendo que existem R$ 1.000,00 nessa economia, certo?

    Nessa situao agora, possvel melhorar o estado da Sra. Silva sem piorar a do Sr. Silva? Nesse caso, sim! Veja que, por exemplo, o governo pode dar a Sra. Silva R$ 50,00, sem que isso implique em uma retirada do Sr. Silva. Como essa situao permite a melhora de um agente sem a piora do outro, ela chamada como uma alocao ineficiente no sentido de Pareto.

    Quando uma alocao ineficiente no sentido de Pareto ns dizemos que exite a possibilidade de uma melhora de Pareto, ou seja, h uma forma de deixar um agente melhor sem deixar outro necessariamente pior!

    Compreendido?

    Ento vamos adiante!

    Uma pergunta que se faz : como responder, de forma eficiente a essas trs perguntas? se os recursos so escassos, como o agente econmico deve realizar suas escolhas? Em um mundo onde h escassez, qualquer escolha que se faa implica, necessariamente, na renncia de diversas alternativas disponveis. Esta renncia representa um custo, que um dos conceitos mais importantes da economia: o Custo de Oportunidade.

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    1.7. A noo de custo de oportunidade

    A definio de Custo de Oportunidade apresentada a seguir:

    O custo de Oportunidade pode ainda ser definido como:

    importante que voc note que as definies so, via de regra, a mesma coisa. Para compreender melhor essa importante definio da economia, vamos observar o seguinte exemplo:

    Imagine que Sr. Jos foi o ganhador da ltima edio do Big Brother Brasil e no sabe o que fazer com o dinheiro. Ele tem duas opes: (1) Virar scio de uma empresa j estabilizada ou (2) aplicar o dinheiro em um fundo de investimentos.

    Observemos a figura abaixo:

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    Vamos compreender o problema com o qual o Sr. Jos se defronta: Ele possui duas opes. A primeira delas virar scio da ACME Corporation e ganhar R$ 10.000,00 em um dado perodo. A segunda opo aplicar em um fundo de investimentos que render R$ 9.000,00. Como possvel observar, o Sr. Jos optar por virar scio da ACME Corporation, pois esse investimento traz um retorno maior do que a segunda opo. Eu tambm faria o mesmo, e voc?

    Bem, mas a pergunta que se faz : qual o custo de oportunidade de virar scio da ACME Corporation? O custo de no aplicar no fundo de investimento! Ou seja, ao aplicar na empresa, o Sr. Jos DEIXOU de aplicar no fundo de aes. Note que ele no perdeu por aplicar na ACME. Ele apenas deixou de ganhar! Observe ainda que, mesmo que existisse uma terceira opo melhor que o fundo de investimentos, mas pior que virar scio da ACME, ainda assim a sociedade seria escolhida! Digamos, por exemplo que virar scio da Maracutaia Corporation gerasse um retorno de R$ 9.500,00. Nesse caso, o Sr. Jos ainda investiria na ACME. Mas, qual seria o custo de oportunidade agora? R$ 9.000,00 (do fundo de investimentos)+ R$ 9.500,00 (do rendimento da Maracutaia S.A.)? Nesse caso, no! importante lembrar que o custo de oportunidade no a soma dos benefcios das alternativas perdidas, mas apenas o benefcio da melhor das alternativas abandonadas. No exemplo que considera a Maracutaia Corporation, ela seria a melhor opo abandonada por Sr. Jos, assim, o custo de oportunidade dele passa a ser de R$ 9.500,00.

    O custo de oportunidade no a soma dos benefcios das alternativas perdidas, mas apenas o benefcio da melhor das alternativas abandonadas.

    Um outro vdeo que eu gosto muito que analisa esse conceito o comercial do shampoo e condicionador Head & Shoulders (como assim, professora?). Vamos dar uma olhada nele? Disponvel em: http://www.youtube.com/watch?v=whoNm-qe8tE

    Sabe o que eu gosto nesse comercial? o erro de conceito econmico que ele traz! Lgico, para a parte do marketing, escolher entre um anti caspas ou um cabelo sedoso no necessrio e, para ser sincera, o comercial ficou realmente muito interessante! Mas, em economia, escolher abrir mo, sim! Nesse caso, se eu quisesse ter um cabelo sem caspas, eu precisaria abrir mo de um cabelo bonito e vice versa! Fica a o vdeo para ilustrar que o nosso conhecimento em economia est em todos os lugares!

    Bem, depois de tantos conceitos, vamos treinar algumas definies com questes de prova do CESPE?

    Exerccio 2

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    (CEARPORTOS, Analista de Desenvolvimento Logstico Economia, 2004, CESPE) O binmio referente escassez e escolha sintetiza o problema central da cincia econmica. A esse respeito, julgue os itens a seguir.

    Para um determinado estudante, o custo de oportunidade associado deciso de realizar um curso de ps-graduao, em tempo integral, em uma universidade americana, inclui as despesas com mensalidade e livros e a totalidade dos custos de moradia e alimentao.

    Alguma sugesto para resolver esse item? Aqui, j na soluo dessa questo, vale uma dica importante:

    As provas de economia se resumem a conceitos! A historinha vai mudar, mas o conceito envolvido e a mecnica de soluo (quando for o caso) sero os mesmos!

    Agora que voc j sabe como resolve, vamos ver esse item da prova do Cearportos: veja que a questo fala sobre o custo de oportunidade! Mas... no caso da questo, ele analisa o custo financeiro tambm! Vamos resolver juntos!

    Antes de resolver, contudo, vamos pensar em uma historinha: enquanto voc est lendo esse material, eu estou aqui no nada caloroso inverno do Canad (hoje est menos 15, eu acho), morando em um dormitrio nada atraente para poder estudar (coitada de mim! )!! Qual o custo de oportunidade de fazer isso? Bem, com o dinheiro que eu gasto no curso de francs (.. alm de estudar economia, tem que estudar francs tambm!), por exemplo, eu poderia ir a um restaurante no Brasil e tomar um bom vinho. Logo, como eu tenho uma opo alm do que eu estou fazendo hoje com o dinheiro do curso, o custo de oportunidade dele , por exemplo, deixar de tomar um vinhozinho (tinto e seco, por favor! ). Logo, sempre que se falar em custo de oportunidade, pode-se considerar os benefcios no realizados ou ainda um uso alternativo para determinado recurso financeiro!

    Alm do gasto com o francs, eu tambm pago pelo meu dormitrio e pela minha alimentao, certo? O que eu poderia fazer com esse dinheiro, alm de pagar essas despesas? Bem, digamos que no Brasil eu poderia morar melhor e pagar menos (ser?!), mas, certamente, uma parte do meu dinheiro iria para o aluguel, no ? Nesse caso, embora exista um custo de oportunidade em pagar o aluguel aqui, eu no posso dizer que toooodoo o meu gasto com aluguel ser o meu custo de oportunidade, tendo em vista que, inevitavelmente, eu pagaria algum dinheiro nessa despesa no Brasil.

    Ok, ok, voc mora com os seus pais? No tem problemas! O raciocnio no vale para o aluguel, mas vale para os seus gastos com alimentao! E no venha me dizer que voc no gasta NADA de alimentao fora que eu vou dizer que mentira, ok?

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    Todos ns gastamos algum dinheiro com alimentao, mesmo que seja naquele churros delicioso do meio da rua! Nesse caso, fica a dica: O custo de oportunidade est associado aos gastos alternativos que voc poderia ter com determinado recurso financeiro. Isso no quer dizer que a totalidade desses recursos ser o seu custo de oportunidade. Uma parte desses poder estar ligada ao mesmo gasto (em uma outra situao), ficando a sobra como o seu custo de oportunidade.

    Ento, s para deixar ainda mais claro, nem todo o gasto financeiro que ns temos faz parte do nosso custo de oportunidade. Em alguns casos, inevitavelmente teremos determinados tipos de gasto (sade, alimentao, moradia, etc). Assim, apenas a parte exdente desses gastos que pode ser includa como nosso custo de oportunidade, ok?

    Depois dessa historinha toda, vamos resolver a questo?

    Como uma questo do CESPE, vale aqui mais uma dica:

    Para o caso das provas do CESPE, o ideal, em economia, dividir a questo por partes e analisar separadamente. SE, eu disse SE, as partes estiverem corretas, vale a pena verificar se o todo tem ligao. No raro, as partes estaro corretas, mas o todo no possui qualquer ligao! Em breve veremos como isso possvel.

    Agora, sim, vamos a questo:

    Para um determinado estudante, o custo de oportunidade associado deciso de realizar um curso de ps-graduao, em tempo integral, em uma universidade americana, inclui as despesas com mensalidades e livros e a totalidade dos custos de moradia e alimentao.

    Primeira parte: Para um determinado estudante, o custo de oportunidade associado deciso de realizar um curso de ps-graduao, em tempo integral, em uma universidade americana...

    At aqui, nenhum problema, apenas a parte da historinha, que eu havia falado.

    Segunda parte: inclui as despesas com mensalidades e livros e a totalidade dos custos de moradia e alimentao.

    Aqui vamos analisar com mais calma. De fato, as despesas com mensalidades e livros fazem parte do custo de oportunidade, como o meu curso de francs, ok? Ento, por hora, a questo est correta. O erro da questo est justamente na ltima parte: a totalidade dos custos de moradia e alimentao. exatamente o que eu conversei com voc anteriormente! O erro est na palabra TOTALIDADE!

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    No podemos incluir a totalidade dos gastos com moradia e alimentao por causa dos churros que eu falei acima! Assim, a questo est falsa!

    Veja que todo o resto da questo est correto! Alis, o nico erro est no fato de se considerar a TOTALIDADE. Se essa palavra fosse suprimida do texto da questo, a questo estaria correta!

    GABARITO: FALSO

    Exerccio 3

    (Basa, Tcnico Cientfico, 2004, CESPE) Utilizando os conceitos bsicos da teoria econmica, julgue os itens subsequentes.

    O custo de oportunidade de determinada atividade, por ser independente dos usos alternativos do tempo necessrio para desenvolv-la, , usualmente, o mesmo para todas as pessoas nela envolvidas.

    Nessa questo, o texto diz que o custo de oportunidade no depende dos usos alternativos. Como assim?

    Deixa eu te fazer uma pergunta: O custo de oportunidade de ler esse texto o mesmo na sexta s 22h50 e na tera, no mesmo horrio? Claro que no, n? Sexta bombando e todo mundo na rua! O custo de oportunidade nesse caso mais alto porque voc est abrindo mo de sair com o(a) namorado(a), conversar com os amigos, etc. J na gloriosa tera-feira noite, o que voc poderia estar fazendo? Bem, digamos que no assistir o paredo BBB no traga um grande custo de oportunidade, ok? Nesse sentido, a questo est falsa porque dependendo sim do que voc pode fazer o custo de oportunidade diferente! Assim, ele no ser igual no apenas para cada pessoa (cada um de ns tem um custo de oportunidade diferente), mas tambm para uma mesma pessoa em momentos diferentes do dia! GABARITO: FALSO

    Exerccio 4

    (Basa, Tcnico Cientfico, 2007) Quando h escassez, a escolha e as diferentes formas de organizao das economias so quetes relevantes para a anlise econmica. A esse respeito, julgue os itens subsequentes.

    O custo de oportunidade da deciso de assumir um novo emprego, cujo salrio superior quele que pago na ocupao anterior, inclui tanto o valor da remunerao atual como o aumento do tempo de transporte necessrio para se chegar ao novo local de trabalho.

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    Veja s, quando ns consideramos a possibilidade de trocar de emprego, pensamos, antes de mais nada, na diferena de remunerao, certo? Esse , na maior parte dos casos, o vetor que nos faz querer trocar de emprego. Mas, no apenas esse fator que nos faz pensar se vale ou no a pena trocar de emprego. Imagine o seguinte: Voc convidado a ir para uma empresa que fica a 200km da sua atual moradia, ganhando, digamos, 50% a mais. Nesse caso, no apenas o salrio que conta, mas tambm, toda a parte de deslocamento entre a sua casa e o seu novo trabalho.

    No caso acima, por exemplo, pode ser que no seja vantajoso pegar esse novo emprego uma vez que voc ter aumento de salrio, mas tambm ter aumento de despesas como, digamos, um valor maior a ser pago de aluguel, um gasto adicional com combustvel para visitar a famlia. Todo esse montante financeiro pode ser considerado como seus custos de oportunidade, certo? j que voc poderia utilizar esse dinheiro de outra forma se o novo emprego fosse mais perto de sua casa.

    Vamos adiante.... digamos agora que voc no quer morar no lugar do novo trabalho. Voc prefere ir e vir todos os dias. Digamos ainda que a empresa onde voc trabalha sabe disso e paga para um motorista para levar e trazer voc diariamente (que empresa boazinha, hein?). Nesse caso, no teramos mais custo de oportunidade? Ser?

    E o tempo que voc passa dentro do carro? Por hiptese, 2 horas e meia para ir e vir. Ser que no tem nenhum custo de oportunidade nisso? CLARO QUE SIM! Nesse caso, voc poderia utilizar esse tempo para, por exemplo, ficar com seus filhos ou pais. Ou ainda, voc poderia passar esse tempo assistindo TV ou estudando para um concurso melhor!

    Nesse caso, a questo apresentada est correta, uma vez que, na mudana de emprego, voc considera no apenas a diferena salarial, mas tambm a distncia entre a sua residncia e o novo local de trabalho.

    GABARITO: CERTA!

    A questo seguinte a mais fcil de todas at agora. No do CESPE, mas como fala sobre o assunto, no custa dar uma olhada, n?

    Exerccio 5

    (FUMARC, Prefeitura de Governador Valadares, Economista, 2010 e CEMIG, Analista de Planejamento Econmico Financeiro, 2010) Sabendo-se que os recursos so escassos, o conceito econmico de custo relevante o custo:

    a) contbil.

    b) Oportunidade.

    c) Ambiental.

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    e) Histrico.

    Para resolver essa aqui, d para fazer isso de olhos fechados agora, hein? Toda vez que se falar em recursos escassos, ns vamos lembrar de dois pontos, vamos ver:

    1. Conceito de economia 2. Conceito de custo de oportunidade

    Dessa forma, toda vez que se falar em escassez ou em recursos escassos, ns vamos fazer uma conexo direta com esses dois conceitos, ok? Nesse sentido, eu no preciso nem dizer qual a alternativa correta, n? A alternativa correta a letra (B), que traz o custo de oportunidade. Na verdade, custo de oportunidade por uma questo simples. Como h escassez, eu preciso escolher! E como eu tenho que fazer essa escolha, eu tenho que ver o custo dela. O custo de uma escolha est diretamente ligado ao custo de oportunidade, j que ele reflete tudo que eu abri mo quando optei por determinada ao! Compreendido? De toda forma, no nos custa analisar as demais alternativas: A alternativa (A) fala sobre o custo contbil. O custo contbil nada mais do que a soma de todos os custos envolvidos em um processo produtivo, tanto os fixos (que no variam com a alterao do nvel de produo), quanto os variveis (que so alterados medida que a produo varia). Nesse caso, no existe nenhuma relao com o conceito de escassez! O custo contbil apenas soma os custos fixo e varivel. Dessa forma, a alternativa (A) falsa. Apenas salientando, a noo de custos ser vista quando analisarmos o agente econmico empresa ou firma, na aula 3. A letra (C), por sua vez, fala sobre o custo ambiental. Esse, por sua vez, est ligado, como o prprio nome diz, aos prejuzos causados ao meio ambiente. Ou seja, quando determinada empresa lana desejos nos rios, temos um caso de custo ambiental. Normalmente, os custos ambientais so vistos na parte de externalidades, que veremos, na aula 05, como uma falha de mercado. Como o conceito de custo ambiental no tem ligaes com escassez, logo, a alternativa falsa. Por fim, a assertiva (D) fala sobre o custo histrico. Bem, para ser sincera, nunca ouvi falar nesse tipo de custo. Procurei tambm na literatura bsica de economia, e at na mais avanada, e ningum falou sobre esse danado desse custo histrico. Ento, acredito que ele nem exista! A banca colocou na prova apenas para apresentar uma pegadinha e deixar voc com dvidas. Finalmente, a alternativa correta a letra (B) GABARITO: (B)

    Exerccio 6

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    (Economia, STM, 2011, Analista Judicirio, CESPE) A respeito dos conceitos bsicos da teoria econmica, julgue os itens subsequentes.

    Quando pessoas altamente qualificadas e bem pagas se dispem a pagar mais caro por bens e servios entregues em domiclio, para evitar filas em lojas e supermercados, observa-se um comportamento que reflete o fato de que esses indivduos se confrontam com um custo de oportunidade do tempo mais baixo.

    Para responder essa pergunta, ou ainda, antes de responder essa questo, eu te fao uma pergunta:

    Voc acha que a Madonna faz faxina na casa dela?

    Voc possivelmente respondeu: No, porque ela rica!

    De fato, ela rica (acredito que ningum duvida disso), mas no essa a justificativa econmica que eu estou procurando.

    Veja, o que explica a razo da Madonna no fazer faxina ou quaisquer servios do lar no o fato de ser rica ou no, mas, apenas, o custo de oportunidade! Ora, o tempo que ela gasta fazendo faxina, ela poderia, por exemplo, estar dando uma entrevista e ganhando muuuiito mais do que ela economizaria no pagando a diarista.

    Vamos a um exemplo:

    Imagine que, ela pague, por uma hora de limpeza domstica, aproximadamente US$ 50,00. Imagine ainda que com essa mesma hora ela possa ela possa dar uma entrevista e faturar US$ 50.000,00. Nesse caso, o custo de oportunidade da Madonna quando ela decide organizar a casa de US$ 50.000! Ou seja, ela deixou de ganhar 50.000 pilas (j diriam os amigos gachos), para economizar US$ 50,00! No parece nada razovel, no ?

    Nesse caso, quanto maior for o valor da hora de uma determinada pessoa quando ela faz aquilo que tem maior conhecimento, maior o custo de oportunidade dessa pessoa quando ela opta por fazer outras atividades!

    Vamos conversar ainda um pouco mais sobre o mundo das celebridades:

    Recentemente, fizeram uma pesquisa para saber se caso Bill Gates encontrasse uma nota de US$ 100,00 no cho, se valeria ou no a pena pegar esse dinheiro! Sabe o que se observou com essa pesquisa? Que se o Bill Gates se abaixar e pegar essa grana, ele vai deixar de ganhar muito mais do que o que ele acabou de recolher na rua! Ou seja, para o Bill, prefervel que ele continue caminhando a pegar o dinheiro!

    Custo de oportunidade, meus queridos!

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    Depois dessas estorinhas ficou fcil responder a questo, no ?

    Para responder essa questo, simples: Quanto mais qualificada for a pessoa, maior ser o seu custo de oportunidade. Na questo, afirmado exatamente o contrrio! Ento, pode marcar a, ela falsa!

    GABARITO: FALSO

    Exerccio 7

    (BASA, Economista STM, 2010, CESPE) Considere que o estado do Par pode produzir, em um ano, 200 milhes de sacas de castanha-do-par ou 600 milhes de sacas de aa, ou uma combinao desses dois produtos. O estado do Maranho pode produzir 200 milhes de sacas de castanha-do-par ou 200 milhes de sacas de aa, ou uma combinao desses dois produtos. A partir dessas informaes, julgue os itens que se seguem.

    Os custos de oportunidade da produo de uma saca de castanha-do-par para os estados do Par e Maranho sero, respectivamente, iguais a 1/3 de saca de aa.

    A nossa ltima questo , possivelmente, a mais complicadinha. Mas, no criemos pnico! Vamos resolver juntos porque se cair na prova, voc j sabe!

    Vamos por partes, primeiro, vamos compreender os custos de oportunidade marcados acima atravs de uma tabela para facilitar as nossas vidas!

    Produto Quantidade (milhes de saca)

    Par Maranho

    Castanha-do-Par 200 200

    Aa 600 200

    Compreendidas as informaes, vamos assertiva:

    Ela pede os custos de oportunidade para os dois estados quando da produo da castanha-do-Par!

    Vamos ver, primeiro, para o estado do Par. Para essa UF, cada vez que se produz uma saca de castanha-do-Par, deixam de ser produzidas 3 sacas de aa. Assim, fazendo uma razo, temos o seguinte:

    1 saca de castanha / 3 sacas de aa.

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    Nesse caso, de fato, a razo de 1/3.

    Para o caso do Maranho, contudo, podemos ver que essa razo no vlida, j que para cada saca produzida de castanha, deixa-se de produzir 1 saca de aa. Nesse caso, a razo de 1!

    Ou seja, a alternativa est incorreta! Na verdade, como acabamos de ver, as razes que medem o custo de oportunidade sero de 1/3 e 1 para os estados do Par e Maranho, respectivamente.

    Compreendido?

    GABARITO: FALSA

    Com essa questo, finalizamos a parte mais introdutria de economia!

    Vamos continuar nossas anlises!

    2. Entendendo o funcionamento de uma economia

    2.1. O fluxo circular da riqueza

    No concurso para Agente da Polcia Federal, agora com edital novo, fica bastante clara a necessidade de compreender as interaes entre os agentes econmicos a fim de melhor compreender as intervenes governamentais. Embora no seja pedida diretamente a compreenso grfica do que ocorre em uma economia, uma vez entendida a direo e o que ocorre em cada mercado, voc no ter problemas para verificar o que acontece em toda a economia e poder analisar, com tranquilidade, se determinada assertiva da questo est correta. Por isso, essa parte da nossa aula ser destinada a sua compreenso mais geral do que estudaremos ao longo das nossas cinco aulas. Uma vez compreendido esse mapa da mina, farei meno diversas vezes ao longo de todas as nossas aulas para que fique bem reforado e para que voc possa ter uma viso ampliada, ok?

    Para compreender a macroeconomia, precisamos, inicialmente, saber o que um modelo: um modelo como um mapa; ele ilustra a relao entre as coisas. Assim como um mapa no mostra todos os detalhes da paisagem, omitindo rvores, e pontos menos relevantes, o modelo simples no poder mostrar tudo que acontece na complexidade de um sistema econmico4. Contudo, assim como o mapa nos

    4 Sistemas Econmicos so arranjos historicamente constitudos, a partir dos quais os agentes econmicos so levados a empregar recursos e a interagir via produo, distribuio e uso dos produtos gerados, dentro de mecanismos institucionais de controle e de disciplina, que envolvem desde o emprego dos fatores produtivos at as formas de atuao, as funes e os limites de cada um dos agentes.

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    leva ao local onde desejamos chegar, o modelo simples desenvolvido nessa parte permitir ter uma compreenso melhor das relaes econmicas.

    Para saber o que acontece em um sistema econmico, preciso, antes de qualquer coisa, compreender quais so os agentes econmicos que atuam nesse sistema. Um agente econmico, como j vimos, uma pessoa ou entidade que toma decises econmicas. Em uma economia simplificada, dizemos que existem quatro agentes econmicos: as famlias (que buscam maximizar o nvel de satisfao atravs de um processo de otimizao), as firmas ou empresas (que buscam maximizar os lucros tambm atravs de um processo de otimizao), o governo (que busca maximizar o bem-estar social) e o resto do mundo (uma representao dos trs agentes citados que no esto dentro do territrio em anlise).

    Esses quatro agentes interagem em espaos chamados mercados. Assim, apenas reforando, um mercado um local, fsico ou no, no qual agentes econmicos procedem troca de bens por uma unidade monetria ou por outros bens. Em uma economia, existiro trs mercados-chave: bens e servios (onde so comercializados os bens destinados ao consumo final), Fatores Produtivos (onde so comercializados fatores necessrios produo, como trabalho, terra e capital) e ativos financeiros.

    Em uma economia, os quatro agentes (famlias, empresas, governos e resto do mundo) interagem em trs mercados: bens e servios, fatores produtivos e ativos financeiros.

    Antes de estudar a economia acima descrita, iniciaremos analisando uma economia mais simplificada: uma situao em que s existem dois agentes: famlias e empresas (economia fechada no h comunicao com o resto do mundo e sem governo); e apenas dois mercados: bens e servios e fatores produtivos, conforme mostrado na figura abaixo, denominada de fluxo circular da riqueza.

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    Figura 1: Fluxo econmico para o caso de uma economia fechada e sem governo.

    De forma simplificada, nesse fluxo circular da riqueza, as famlias so proprietrias de fatores de produo (terra, capital e trabalho) e os fornecem s firmas, atravs do mercado dos fatores de produo. As firmas combinam os fatores de produo e produzem bens e servios, que so fornecidos s famlias por meio do mercado de bens e servios. Essas so as transaes formam os fluxos reais, descrito na figura em cor de rosa.

    Assim, as firmas produzem bens e servios e os ofertam no mercado de bens e servios. Esses produtos sero adquiridos pelas famlias que, para poder pagar por esses bens, precisam ofertar seus fatores s empresas. Assim, a terra, o capital e o trabalho, que so de propriedade das famlias, sero utilizados pelas empresas para produzir bens e servios que sero consumidos pelas famlias.... Seguindo um fluxo indefinido que se retroalimenta.

    Para cada elo do fluxo real, descrito acima, existe um fluxo monetrio. Os fluxos reais possuem uma contrapartida monetria, ou seja, so efetuados pagamentos na moeda corrente: as firmas remuneram as famlias quando adquirem os fatores de produo, e as famlias pagam as firmas pelo consumo dos bens e servios

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    produzidos. Essas operaes compem o fluxo monetrio. Percebe-se que toda renda dos agentes se deve a alguma contribuio sua no processo produtivo. Por isso, o fluxo econmico tambm denominado de fluxo circular da renda. Esse fluxo monetrio representado em azul na figura.

    Logicamente, voc percebe que esse modelo no condiz com a nossa complexa realidade, mas ele cai na prova, viu (veremos como, nos exerccios)?! No comum encontrarmos economias fechadas, sem o contato com o resto do mundo, e ainda mais improvvel encontrar uma economia sem governo. Por isso, embora bastante simplificado, o fluxo acima descrito no se reporta a uma realidade factvel.

    Observando isso, comearemos a tornar o nosso modelinho mais completo. Comeando, adicionaremos o agente GOVERNO na anlise. Nessa economia, conforme voc observa na figura 2, o governo no se comunica diretamente com as empresas. O nico contato que o agente governo estabelece com o outro agente, famlia. Esse fato deve ser levado em considerao, pois, o governo deseja maximizar, entre outras coisas, o bem estar social.

    Para atingir a esse objetivo, o governo deve tirar recursos das

    famlias ricas (atravs dos impostos) e destinar s pobres

    (atravs das transferncias governamentais), sendo

    desnecessrio o contato direto com as empresas.

    Alm de tributar e transferir recursos, o governo atua ainda na economia atravs das compras governamentais de bens e servios realizadas no mercado de bens e servios. Note que, nessa economia, o governo no atua no mercado de fatores (veremos como isso acontece na aula 01).

    Uma coisa que voc poder notar posteriormente, que a nica forma que o governo tem de se comunicar com as empresas atravs do mercado de bens e servios. Como, nessa economia hipottica, o governo no atua no mercado de fatores, poder fazer essa ligao com as firmas atravs da imposio de impostos sobre os bens (no sobre os rendimentos auferidos pelas empresas) ou ainda impondo preos mximos ou mnimos, alm de tarifas e subsdios. Um ltimo ponto que se pode considera a respeito da existncia do governo e de seu contato com as empresas, diz respeito s compras governamentais, pois o governo tambm compra! Ele adquire os bens e servios providos pelas empresas quando deseja realizar uma obra pblica, por exemplo. Tudo isso pode ser visto na figura abaixo:

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    Figura 2: Fluxo circular da riqueza de uma economia fechada e com governo

    Agora, a nossa economia comea a ficar um pouco mais alinhada com o que acontece nos sistemas econmicos mais complexos.

    Veja que, s com esses pontos iniciais, ns j comeamos a compreender melhor o Estado e suas funes econmicas governamentais (reduo da desigualdade de renda) assim como a atuao do governo na economia (atravs de impostos, transferncias e compras governamentais). Logicamente, como foi dito anteriormente, essa uma verso bastante introdutria, nada muito complexo. Na aula que vem, vamos entrar fundo nesses conceitos.

    Dando continuidade, precisamos verificar o surgimento do agente resto do mundo na nossa economia, at porque a maioria esmagadora dos pases se comunica com outros pases. E como o resto do mundo se comunica com a nossa economia? Atravs do mercado de bens e servios, comprando produtos nacionais e vendendo produtos de outras nacionalidades. Assim, quando o resto do mundo adquire nossas mercadorias no mercado de bens e servios, estamos exportando e quando o resto do mundo vende bens no nosso mercado de bens e servios, estamos importando. A figura 3 mostra o surgimento do resto do mundo na economia.

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    Figura 3: Fluxo circular da riqueza de uma economia aberta

    At agora, observamos que os quatro agentes se encontram, simultaneamente, apenas no mercado de bens e servios. Cabendo ao mercado de fatores a interao entre empresas e famlias, apenas.

    O modelo at aqui formulado bastante complexo, mas no mostra a totalidade das relaes existentes entre os agentes. Isso porque at agora desconsideramos a existncia de um mercado vital no sistema econmico: o mercado financeiro ou de ativos financeiros5. Assim como no mercado de bens e servios, o mercado financeiro tambm conta com a presena simultnea dos quatro agentes econmicos: as famlias atuam nesse mercado enviando a parte da renda no consumida (a poupana privada), as empresas operam no mercado atravs da tomada de emprstimos para investimentos e a posterior emisso de ttulos da dvida e emisso de aes, enquanto o GOVERNO e o resto do mundo podem

    5 O Mercado Financeiro formado por quatro segmentos de mercado:

    1. Mercado de Crdito: destinado, prioritariamente a fornecer recursos financeiros para as famlias; 2. Mercado de Capitais: destinado, fundamentalmente, a emisso de crdito para capital de giro das

    empresas; 3. Mercado Monetrio: utilizado pelo governo para emitir moeda e fazer poltica monetria; 4. Mercado Cambial: utilizado para a converso entre a moeda nacional e as demais moedas

    estrangeiras.

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    tanto tomar quando conceder emprstimos ao sistema financeiro nacional. O fluxo circular da riqueza expandido mostrado na figura 4.

    Figura 4: Fluxo circular da riqueza de uma economia fechada e com governo

    O fluxo circular da riqueza conecta os quatro setores da economia: famlias, firmas, governos e resto do mundo, atravs dos trs tipos de mercados: os fundos fluem das firmas para as famlias na forma de salrios (remunerao do fator produtivo trabalho), juros (remunerao do fator produtivo capital), e aluguis (remunerao do fator produtivo terra), atravs do mercado de fatores. Depois de pagar os impostos ao governo e receber do governo as transferncias, a famlia aloca a renda restante, ou seja, a renda disponvel, entre poupana privada e gastos com o consumo. Atravs dos mercados financeiros, a poupana privada e os fundos do resto do mundo so canalizados para gastos de investimentos das firmas, tomada de emprstimo pelo governo, tomada e concesso de crdito de estrangeiros e transaes de estrangeiros com aes. Alm disso, os fundos fluem do governo e das famlias para as firmas, para pagar pela compra de bens e servios. Finalmente, exportaes para o resto do mundo geram um fluxo de fundos que entra na economia e as importaes levam a um fluxo de fundos que sai da economia.

    Assim, quando se soma os gastos de consumo com bens e servios, os gastos de investimentos pelas firmas, as compras governamentais de bens e servios e as exportaes e, em seguida subtrai-se o valor das importaes, o fluxo total de riqueza representado por esse gasto o gasto total com bens e servios produzidos em um pas, uma varivel muito importante para uma economia, conforme veremos

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    adiante. De modo equivalente, esse o valor de todos os bens e servios produzidos no pas, isto , o Produto Interno Bruto (PIB) da economia. claro que isso aqui est, de fato, extremamente simplicado, mas, como eu j tinha dito, isso faz parte da noo de modelo enquanto simplificao. Mas, disso tudo o que que, de fato, nos interessa em um primeiro estgio? interessante que voc saiba que, no mercado de bens e servios no existe apenas um tipo de mercado, mas ALGUMAS estruturas. So elas: Concorrncia Perfeita, Concorrncia Monopolstica, Oligoplio e Monoplio. Existem ainda outras, como o oligopsnio e o monopsnio, mas elas nunca caem na prova. H, ainda, o mercado contestvel, mas ns vamos falar sobre essa estrutura quando nos reportarmos ao mercado em concorrncia perfeita. Alm disso, interessante que voc compreenda como os consumidores e empresas atuam no mercado de bens e servios e como o governo pode influenciar esse mercado. Por fim, importante que voc note que esses mercados podem ter falhas e que, quando essas falhas acontecem, cabe ao governo fazer intervenes atravs de um processo regulatrio! Viu como est tudo conectado desde o incio?

    Exerccio 8

    (Analista Judicirio Economia - STM, 2010) A respeito dos conceitos bsicos da teoria econmica, julgue os itens subsequentes.

    No fluxo circular de bens e servios, as firmas demandam fatores de produo que so ofertados pelas famlias e, nesse processo, os fluxos monetrios vo das empresas para as famlias.

    Vamos resoluo??

    Para responder a questo, basta dar uma olhada no fluxo circular da riqueza original.

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    Agora, vamos analisar ponto a ponto o que a questo afirma: primeiro ela chama de fluxo circular de bens e servios, o que ns chamamos previamente de fluxo circular da riqueza Embora a nomeclatura seja diferente, elas dizem respeito a mesma coisa, ok? Continuando, a questo afirma que as firmas demandam fatores de produo que so ofertados pelas famlias. Pelo grfico acima, ns podemos perceber que isso verdade. Vamos conferir?

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    Pelo corte feito no fluxo, possvel ver que existem as setinhas vermelhas, que representam o fluxo real de fatores, saindo das famlias e entrando nas empresas. Ou seja, as famlias esto ofertando esses fatores e as empresas esto demandando (procurando) esses mesmos fatores. A explicao para isso, como j vimos, que as empresas precisam desses fatores para que seja possvel realizar a produo dos bens e servios que sero ofertados s famlias. As famlias, por sua vez, precisam ofertar esses fatores para que seja possvel adquirir os bens e servios que sero oferecidos pelas empresas.

    Um ponto importante aqui que voc no precisar, necessariamente, fornecer o fator para a empresa que voc deseja comprar algo. Por exemplo, no porque eu vou jantar na pizza hut que eu preciso, depois de jantar, lavar os pratos! Na verdade, eu presto meu trabalho para

    outra(s) empresa(s) e, com o fluxo monetrio recebido pelo(s) meu(s) fator(es), posso adquirir bens e servios em quaisquer outros lugares! Esse formato de fluxo acabou por facilitar muito o processo de trocas. Ou seja, as pessoas no ficam mais amarradas s empresas que trabalham!

    Concluindo, a questo finalmente afirma que e, nesse processo, os fluxos monetrios vo das empresas para as famlias. Como voc pode perceber, a questo est toda correta! Para notar isso, basta ver o sentido das setinhas azuis, saindo das empresas e entrando nas famlias!

    GABARITO: CERTA

    Exerccio 9

    (ECONOMIA E ESTATSTICA IJSN/ES, 2010)

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    O modelo do fluxo circular de renda possibilita mensurar o produto da economia pelas despesas ou pela renda. Na viso das famlias e considerando o fluxo circular da renda, a despesa para a aquisio de bens e servios equivalente ao valor recebido pela venda dos bens e servios. Assim, produto = renda = despesa.

    A assertiva afirma que O modelo do fluxo circular de renda possibilita mensurar o produto da economia pelas despesas ou pela renda.

    At aqui, verdade. S para que voc compreenda, eu posso medir o PIB, Produto Interno Bruto de uma economia, utilizando trs ticas diferentes: a produo propriamente dita, a despesa agregada e os rendimentos. Ou seja, de acordo com essa identidade, tudo que produzido ser comprado pelos agentes econmicos (as famlias realizam consumo, as empresas fazem investimentos, o governo faz compras ou gastos governamentais e o resto do mundo compra as nossas exportaes) e, para que seja possvel existir o processo de compras, preciso que os agentes econmicos possuam renda, seja ela proveniente de trabalho (salrio), do fator terra (aluguis) ou ainda do fator capital (juros). Considerando isso, podemos dizer que toda produo ser igual ao somatrio das despesas que, por sua vez, ser igual aos rendimentos. Ento, aqui, tanto faz, por onde voc vai medir o PIB, nesse caso, todos os caminhos levam a Roma!

    Dessa forma, AT AQUI, nada errado! Mas a questo continua...Na viso das famlias e considerando o fluxo circular da renda, a despesa para a aquisio de bens e servios equivalente ao valor recebido pela venda dos bens e servios. E eis que achamos o erro! Vamos ler, novamente, com cuidado?

    Veja que a alternativa diz que, para as famlias, a despesa para aquisio de bens (o consumo das famlias) ser equivalente ao valor recebido pela venda de bens e servios. Mas as famlias no vendem bens e servios!!! Alis, importante que voc note que quem vende bens e servios o agente econmico empresas, no famlia! Nesse caso, a alternativa est falsa, j que as famlias vendem (ou ofertam, com queiram) fatores produtivos! E a, por causa desse detalhe que passaria perfeitamente desapercebido, a questo incorreta!

    Finalmente, para terminar, a assertiva diz que: Assim, produto = renda = despesa. O que verdadeiro, conforme vimos anteriormente!

    GABARITO: FALSO

    A pergunta que voc pode estar se fazendo agora : quanto, no mximo, uma economia pode produzir? Para analisar isso, precisamos ter o conhecimento de uma

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    fronteira muito importante na economia: a Curva de possibilidade de produo6.

    2.2. Curva de possibilidade de produo

    A curva ou fronteira de possibilidades de produo ilustra como a questo da escassez impe um limite capacidade produtiva de uma sociedade. Devido escassez de recursos, a produo total de um pas tem um limite mximo. Esse estabelecido quando todos os recursos disponveis esto plenamente empregados. A curva ou fronteira de possibilidae de produo mostra, o quanto, no mximo, ser possvel produzir nessa situao. Imagine uma economia que produza, apenas computadores e automveis. Considere tambm que se todos os recursos forem utilizados na produo de computadores, 3.000 unidades podem ser fabricadas, enquanto que se forem integralmente utilizados na produo de automveis sero capazes de produzir 1.000 unidades. A figura abaixo mostra a produo mxima que esse determinado pas imaginrio pode fabricar. A produo de 3.000 unidades de computadores marcada, no grfico, pelo ponto A, enquanto que a produo de 1.000 unidades de automveis marcada pelo ponto B.

    6 A Curva ou Fronteira de Possibilidade de Produo um grfico que mostra as combinaes de produto que a economia tem possibilidade de produzir dados os fatores de produo e a tecnologia de produo disponveis.

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    Logicamente, um de determinado pas no precisa produzir s computadores ou s automveis, ele pode, por exemplo, escolher uma combinao intermediria entre esses dois extremos. Essa situao pode ser vista, por exemplo, no ponto C, em que essa determinada economia produz 2.200 unidades de computadores e 600 unidades de automveis.

    importante qe voc note que a seguinte combinao est situada na curva de possibilidades de produo essa economia. Isso significa que, se a sociedade escolhe produzir 2.200 unidades de computadores, os recursos que ficaro disponveis sero capazes de produzir no mximo 600 unidades de automveis, e vice-versa. Nesse caso, o ponto C estar sobre a curva de possibilidade de produo, indicando que, assim como os pontos A e B, essa situao tambm eficiente, logo qualquer ponto ao longo da curva ou fronteira de possibilidade de produo eficiente. Uma situao semelhante ao ponto C pode ser vista quando essa economia produz 2.000 computadores e 700 automveis. Um ponto importante que voc observe diz respeito a posio, ao longo da curva, que determinada economia estar. Por exemplo, essa economia produzir 2.200 ou 2.000 computadores? Nesse caso, a produo depender dos objetivos de determinada economia. Imagine, por exemplo, uma outra economia que possa produzir armas e alimentos. Se essa economia estiver em guerra, possivelmente estar em um ponto em que produza mais armas e menos alimentos. J se estiver em uma situao de paz, produzir mais alimentos e menos armas. Assim, apenas reforando, o que determina em que ponto a economia estar est ligado aos objetivos estratgicos dessa economia. Vejamos uma combinao que se encontra alm dos limites impostos pela curva, digamos 2.200 unidades de computadores e 1.000 unidades de automveis, como mostrado no ponto D, abaixo. Nesse caso, no h recursos disponveis nessa

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    economia que torne possvel a produo dessas quantidades. Essa situao, que graficamente mostrada por qualquer ponto que esteja fora da curva de possibilidade de produo chamada de tecnologicamente invivel, ou seja, atravs de avanos tecnolgicos, possvel alcanar esse nvel de produo. Isso representado, graficamente, pelo deslocamento da curva de possibilidade de produo, saindo da curva preta e indo para a curva verde.

    Por outro lado, imagine que, por alguma razo, essa economia no opere de forma eficiente, deixando de utilizar algum recuso que estava disponvel. Essa situao mostrada atravs do ponto E na figura. Nessa situao, como existem recursos ociosos, possvel observar que essa economia seria capaz produzir mais de ambos os bens, se empregasse, de forma eficiente, os seus fatores produtivos. As setas indicam de que forma a economia poderia ser eficiente a partir do ponto E.

    A figura 5, abaixo apresenta todos os conceitos ligados eficincia da curva ou

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    fronteira de possibilidade de produo.

    Figura 5: Fronteira ou curva de possibilidade de produo

    A curva de possibilidade de produo mostra o quanto, no mximo, poder ser produzido se todos os fatores disponveis na economia forem utilizados.

    Um conceito importante, relacionado curva de possibilidade de produo, o de taxa marginal de transformao (TMT)7. A TMT mede a taxa pela qual devemos abrir mo da produo de um dos bens para produzir mais de outro bem, ou ainda, se deixarmos de produzir uma unidade de um determinado bem x, o quanto a mais poderamos produzir de outro bem y, com os recursos disponibilizados pela produo de menos unidades de x. Seguindo esse raciocnio, teramos ento a TMT dada pela seguinte expresso:

    onde xQ a variao ocorrida nas unidades produzidas de x, e Qy a variao ocorrida nas unidades produzidas de y. Observe que, ao produzir sobre a fronteira de produo, uma unidade adicional de um bem (variao positiva) s pode ser obtida se unidades de outro bem deixarem de ser produzidas (variao negativa), ou seja, a TMT assume um valor negativo. Voltando ao exemplo anterior, para aumentar a produo de computadores em 200 unidades (de 2000 para 2200) seria necessrio reduzir a de automveis em 100 unidades (700 para 600), ento, 7 A Taxa Marginal de Transformao mede a taxa pela qual deve-se abrir mo da produo de um dos bens para que seja possvel produzir mais de outro bem.

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    teramos que a TMT seria igual a -2.

    Um ponto importante que voc note que, normalmente, a inclinao da CPP diferente ao longo dos diversos pontos da curva, por isso a curva tem esse formato. Considerando isso, teremos que a TMT que mede a inclinao da CPP, tambm varivel ao longo da curva. Em casos extremos, podemos ter uma CPP com inclinao constante. Nesse caso, diremos que ela uma linha reta! Uma questo ser analisada com mais profundidade, mas, adianto a voc que, nesse caso, a TMT uma constante! importante que voc compreenda que a Curva de Possibilidade de Produo uma simplificao da realidade. Contudo, ela bastante til para que possamos compreender se um pas est alocando corretamente os seus fatores ou no. Dado que os desejos so ilimitados e os recursos escassos, a alocao eficiente importante porque possibilita a produo mxima de bens em uma economia.

    Exerccio 10

    (Economia, STM, 2011, Analista Judicirio, CESPE) A respeito dos conceitos bsicos da teoria econmica, julgue os itens subsequentes.

    A reduo dos impostos sobre a cadernetea de poupana e os fundos de investimentos concorre para deslocar, para cima e para a direita, a fronteira de possibilidades de produo da economia.

    Como assim poupana, professora? Veja s, imagine que