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www.cers.com.br MAGISTRATURA SÃO PAULO 2014 Direito do Consumidor Leonardo Garcia 1 www.leonardogarcia.com.br Direito do Consumidor Prof. Leonardo Garcia Melhor forma de estudar Dir. Consumidor Leitura atenta do CDC (principalmente arts. 1 ao 54 e 81 ao 104); Resolução de questões da VUNESP por assunto; Estudo da jurisprudência do STF e STJ (principalmente Recursos Repetitivos e novas súmulas). CDC Lei 8078/90 Norma de ordem pública e interesse social Art. 1º O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5º, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias. Relação de Consumo Elementos subjetivos: Consumidor e Fornecedor Elementos objetivos: Produto e Serviço Conceito de Consumidor Consumidor Stricto Sensu ou standart Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Conceito de Fornecedor Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou

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MAGISTRATURA SÃO PAULO 2014 Direito do Consumidor

Leonardo Garcia

1

www.leonardogarcia.com.br

Direito do Consumidor

Prof. Leonardo Garcia

Melhor forma de estudar Dir. Consumidor

Leitura atenta do CDC (principalmente

arts. 1 ao 54 e 81 ao 104);

Resolução de questões da VUNESP

por assunto;

Estudo da jurisprudência do STF e STJ

(principalmente Recursos Repetitivos e

novas súmulas).

CDC – Lei 8078/90

Norma de ordem pública e interesse social

Art. 1º O presente código estabelece normas

de proteção e defesa do consumidor, de ordem

pública e interesse social, nos termos dos arts.

5º, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição

Federal e art. 48 de suas Disposições

Transitórias.

Relação de Consumo

Elementos subjetivos:

Consumidor e Fornecedor

Elementos objetivos:

Produto e Serviço

Conceito de Consumidor

Consumidor Stricto Sensu ou standart

Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou

jurídica que adquire ou utiliza produto ou

serviço como destinatário final.

Conceito de Fornecedor

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou

jurídica, pública ou privada, nacional ou

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estrangeira, bem como os entes

despersonalizados, que desenvolvem atividade

de produção, montagem, criação, construção,

transformação, importação, exportação,

distribuição ou comercialização de produtos ou

prestação de serviços.

Conceito de Produto

Art. 3°, § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou

imóvel, material ou imaterial.

Conceito de Serviço

Art. 3°, § 2° Serviço é qualquer atividade

fornecida no mercado de consumo, mediante

remuneração, inclusive as de natureza

bancária, financeira, de crédito e securitária,

salvo as decorrentes das relações de caráter

trabalhista.

APLICAÇÃO DO CDC PELO STJ

I. Relação jurídica existente entre entidade de

previdência privada e seus participantes

(Súmula 321 do STJ);

II. Súmula 469 do STJ: “Aplica-se o Código de

Defesa do Consumidor aos contratos de plano

de saúde.”

III. Taxista;

APLICAÇÃO DO CDC PELO STJ

IV. SFH; (Resp. 436.815/DF)

* Observação: quando o SFH possuir a

cláusula de FCVS (Fundo de Compensação de

Variação Salarial), por importar a presença da

garantia do Governo em relação ao saldo

devedor, não se aplica o CDC. (REsp.

489701/SP).

V. Sociedades e associações sem fins

lucrativos quando fornecem produtos ou

prestam serviços remunerados; (Resp

436815/DF e REsp 519.310/SP)

APLICAÇÃO DO CDC PELO STJ

VI. Relação entre condomínio e

concessionária de serviço público

(REsp 650.791/RJ).

VII. Cooperativa de crédito; (AgRg no Ag

1224838)

VIII. Serviços funerários; (REsp

1090044/SP)

IX – Correios e usuários; (REsp 527137/PR)

Não aplicação do CDC PELO STJ

I. Crédito educativo (Resp 479.863/RS);

II. Relações decorrentes de condomínio

(condômino x condomínio) (REsp

187502/SP);

III. Relações decorrentes de contratos de

locação predial urbana (REsp

280577/SP);

IV. Atividade notarial (cartórios) não é

regida pelo CDC (REsp 625144/SP);

Não APLICAÇÃO DO CDC PELO STJ

V. Contrato de franquia – relação entre

franqueador e franqueado (REsp

687.322/RJ);

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VI. Execução Fiscal (REsp 641541/RS);

VII. Beneficiários da Previdência Social

(REsp 143.092/PE);

VIII.

Não aplicação do CDC PELO STJ

VIII. Aquisição de bens ou a utilização de

serviços para implemento ou

incremento de sua atividade comercial.

(REsp. 1.014.960-RS) No mesmo

sentido, envolvendo insumo agrícola

(adubo):(REsp 1016458/RS)

IX. Relação entre o contador e o

condômino.

X. Relação tributária.

Não APLICAÇÃO DO CDC PELO STJ

XI. Representante comercial autônomo e a

sociedade representada (REsp 761557

/ RS);

XII. Contratos firmados entre postos e

distribuidores de combustíveis (REsp

782852/SC);

XIII. Lojistas e Administradores de Shopping

Center (REsp 1259210/RJ);

XIV. Serviços advocatícios. Não aplicação do

CDC. (REsp 1228104/PR)

Dos Direitos Básicos do Consumidor

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

V – a modificação das cláusulas contratuais

que estabeleçam prestações desproporcionais

ou sua revisão em razão de fatos

supervenientes que as tornem excessivamente

onerosas;

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

VI – a efetiva prevenção e reparação de danos

patrimoniais e morais, individuais, coletivos e

difusos;

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

VIII – a facilitação da defesa de seus direitos,

inclusive com a inversão do ônus da prova, a

seu favor, no processo civil, quando, a critério

do juiz, for verossímil a alegação ou quando for

ele hipossuficiente, segundo as regras

ordinárias de experiências;

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Responsabilidade pelo fato do produto

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor,

nacional ou estrangeiro, e o importador

respondem, independentemente da existência

de culpa, pela reparação dos danos causados

aos consumidores por defeitos decorrentes de

projeto, fabricação, construção, montagem,

fórmulas, manipulação, apresentação ou

acondicionamento de seus produtos, bem

como por informações insuficientes ou

inadequadas sobre sua utilização e riscos.

Excludentes de responsabilidade

Art. 12. § 3o O fabricante, o construtor, o

produtor ou importador só não será

responsabilizado quando provar:

I – que não colocou o produto no mercado;

II – que, embora haja colocado o produto no

mercado, o defeito inexiste;

III – a culpa exclusiva do consumidor ou de

terceiro.

Responsabilidade do comerciante

Art. 13. O comerciante é igualmente

responsável, nos termos do artigo anterior,

quando:

I – o fabricante, o construtor, o produtor ou o

importador não puderem ser identificados;

II – o produto for fornecido sem identificação

clara do seu fabricante, produtor, construtor ou

importador;

III – não conservar adequadamente os

produtos perecíveis.

Parágrafo único. Aquele que efetivar o

pagamento ao prejudicado poderá exercer o

direito de regresso contra os demais

responsáveis, segundo sua participação na

causação do evento danoso.

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5

Responsabilidade pelo vício de qualidade

do produto

Art. 18. Os fornecedores de produtos de

consumo duráveis ou não duráveis respondem

solidariamente pelos vícios de qualidade ou

quantidade que os tornem impróprios ou

inadequados ao consumo a que se destinam

ou lhes diminuam o valor, assim como por

aqueles decorrentes da disparidade, com as

indicações constantes do recipiente, da

embalagem, rotulagem ou mensagem

publicitária, respeitadas as variações

decorrentes de sua natureza, podendo o

consumidor exigir a substituição das partes

viciadas.

§ 1o Não sendo o vício sanado no prazo

máximo de trinta dias, pode o consumidor

exigir, alternativamente e à sua escolha:

I – a substituição do produto por outro da

mesma espécie, em perfeitas condições de

uso;

II – a restituição imediata da quantia paga,

monetariamente atualizada, sem prejuízo de

eventuais perdas e danos;

III – o abatimento proporcional do preço.

§ 2o Poderão as partes convencionar a redução

ou ampliação do prazo previsto no parágrafo

anterior, não podendo ser inferior a sete nem

superior a cento e oitenta dias. Nos contratos

de adesão, a cláusula de prazo deverá ser

convencionada em separado, por meio de

manifestação expressa do consumidor.

§ 3o O consumidor poderá fazer uso imediato

das alternativas do § 1o deste artigo sempre

que, em razão da extensão do vício, a

substituição das partes viciadas puder

comprometer a qualidade ou características do

produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de

produto essencial.

§ 4o Tendo o consumidor optado pela

alternativa do inciso I do § 1o deste artigo, e

não sendo possível a substituição do bem,

poderá haver substituição por outro de espécie,

marca ou modelo diversos, mediante

complementação ou restituição de eventual

diferença de preço, sem prejuízo do disposto

nos incisos II e III do § 1o deste artigo.

(….)

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Serviços Públicos

Três questões importantes:

I. Quais os serviços públicos tutelados

pelo CDC?

II. Pode-se interromper o serviço público

de energia elétrica em caso de

inadimplemento?

III. Súmulas e jurisprudências do STJ.

Prescrição – art. 27

Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à

reparação pelos danos causados por fato do

produto ou do serviço prevista na Seção II

deste Capítulo, iniciando-se a contagem do

prazo a partir do conhecimento do dano e de

sua autoria.

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Jurisprudência do STJ sobre os prazos

prescricionais

1. Súmula 101 do STJ: Em se tratando de

ações entre segurados e seguradores, o STJ

tem aplicado o prazo de 1 ano, com base no

art. 206, § 1º, II do Código Civil.

2. Repetição do indébito da tarifa de água e

esgoto. Súmula 412 do STJ: “a ação de

repetição de indébito de tarifas de água e

esgoto sujeita-se ao prazo prescricional

estabelecido no Código Civil.”

3. Cigarro. Prazo de 5 anos do art. 27 para as

ações envolvendo danos causados pelo

tabaco.

4. Abusividades em contratos. Prazo para

discutir abusividades em contratos é do CC (10

anos) – inexistência de prazo específico no

CDC. (REsp 995995⁄DF0)

5. Acidente aéreo. Prazo de prescrição em

caso de acidente aéreo é de 5 anos (REsp

1281090/SP)

6. Prazo geral do Código Civil de 1916. Não

cabe aplicação do prazo prescricional geral do

Código Civil de 1916 – entendimento da

Segunda Seção do STJ

7. Cobrança do VRG nos contratos de leasing.

Prazo prescricional para cobrança do VRG nos

contratos de leasing é o geral de 10 anos.

(REsp 1174760/PR)

Desconsideração da Personalidade Jurídica

Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a

personalidade jurídica da sociedade quando,

em detrimento do consumidor, houver abuso

de direito, excesso de poder, infração da lei,

fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou

contrato social. A desconsideração também

será efetivada quando houver falência, estado

de insolvência, encerramento ou inatividade da

pessoa jurídica provocados por má

administração.

§ 1o (Vetado).

§ 2o As sociedades integrantes dos grupos

societários e as sociedades controladas são

subsidiariamente responsáveis pelas

obrigações decorrentes deste código.

§ 3o As sociedades consorciadas são

solidariamente responsáveis pelas obrigações

decorrentes deste código.

§ 4o As sociedades coligadas só responderão

por culpa.

§ 5o Também poderá ser desconsiderada a

pessoa jurídica sempre que sua personalidade

for, de alguma forma, obstáculo ao

ressarcimento de prejuízos causados aos

consumidores.

Desconsideração no CC

Art. 50 CC. Em caso de abuso da

personalidade jurídica, caracterizado pelo

desvio de finalidade, ou pela confusão

patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento

da parte, ou do Ministério Público quando lhe

couber intervir no processo, que os efeitos de

certas e determinadas relações de obrigações

sejam estendidos aos bens particulares dos

administradores ou sócios da pessoa jurídica.

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Cobrança de dívidas (art. 42)

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor

inadimplente não será exposto a ridículo, nem

será submetido a qualquer tipo de

constrangimento ou ameaça.

Cobrança de dívidas → consumidor não será:

1) exposto a ridículo;

2) submetido a constrangimento;

3) submetido a ameaça.

Cobrança indevida – repetição em dobro

Art. 42. Parágrafo único. O consumidor

cobrado em quantia indevida tem direito à

repetição do indébito, por valor igual ao dobro

do que pagou em excesso, acrescido de

correção monetária e juros legais, salvo

hipótese de engano justificável.

Requisitos:

1) cobrança indevida,

2) pagamento em excesso e

3) inexistência de engano justificável.

Bancos de Dados e Cadastros de

Consumidores (art. 43)

É necessário compreender 4 direitos dos

consumidores previstos neste artigo:

– Direito de acesso (art. 43, caput),

– Direito à informação (art. 43, § 2°),

– Direito à retificação (art. 43, § 3°),

– Direito à exclusão (art. 43, § 1°, e 5°)

Art. 43, § 4°: entidades de caráter público

Art. 43, § 4°: Os bancos de dados e cadastros

relativos a consumidores, os serviços de

proteção ao crédito e congêneres são

considerados entidades de caráter público.

Art. 5o, LXXII, da CF: Conceder-se-á habeas

data: a) para assegurar o conhecimento de

informações relativas à pessoa do impetrante,

constantes de registros ou bancos de dados de

entidades governamentais ou de caráter

público; b) para a retificação de dados, quando

não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,

judicial ou administrativo.

5 súmulas sobre Bancos de Dados

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Súmula no 359: “Cabe ao órgão mantenedor do

Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação

do devedor antes de proceder à inscrição”.

Súmula no 404: “É dispensável o Aviso de

Recebimento (AR) na carta de comunicação ao

consumidor sobre a negativação de seu nome

em bancos de dados e cadastros.”

Súmula no 323. “A inscrição do nome do

devedor pode ser mantida nos serviços de

proteção ao crédito até o prazo máximo de

cinco anos, independentemente da prescrição

da execução.”

Súmula no 385: “Da anotação irregular em

cadastro de proteção ao crédito, não cabe

indenização por dano moral, quando

preexistente legítima inscrição, ressalvado o

direito ao cancelamento.”

Súmula no 380 do STJ: “A simples propositura

da ação de revisão do contrato não inibe a

caracterização da mora do autor."

STJ : para permitir o cancelamento ou a

abstenção da inscrição do nome do

consumidor é necessário a presença

concomitante de três elementos:

a) a existência de ação proposta pelo

devedor, contestando a existência integral ou

parcial do débito;

b) a efetiva demonstração de que a

cobrança indevida se funda em jurisprudência

consolidada do Supremo Tribunal Federal ou

do Superior Tribunal de Justiça (houve uma

certa relativização, exigindo apenas “fumaça do

bom direito”);

c) o depósito do valor referente à parte

incontroversa do débito ou que seja prestada

caução idônea.

Proteção Contratual

Art. 46: Os contratos de consumo somente

obrigarão aos consumidores quando:

– For dado aos consumidores a

oportunidade de tomarem prévio conhecimento

do conteúdo do contrato;

– Os contratos não forem redigidos de

modo a dificultar a compreensão de seu

sentido e alcance.

Direito de arrependimento

Art. 49. Direito de arrependimento: Quando a

contratação de fornecimento de produtos e

serviços ocorrer fora do estabelecimento

comercial → 7 DIAS para desistir do contrato

contados:

– da assinatura do contrato OU

– do recebimento do produto ou serviço

Cláusulas abusivas mais cobradas em

concursos

Art. 51, I. Relações entre fornecedor e

consumidor pessoa jurídica → indenizações

poderão ser limitadas, em situações

justificáveis.

Art. 51, VI. É nula a cláusula contratual que

estabelece inversão do ônus da prova em

prejuízo do consumidor.

Art. 51, VII. Vedada a arbitragem compulsória.

Art. 51, XVI. Renúncia do direito de

indenização por benfeitorias necessárias.

Art. 51, § 2º. A nulidade de uma cláusula

contratual não invalida todo o contrato → salvo

quando decorrer ônus excessivo a qualquer

das partes (princípio da conservação dos

contratos).

Concessão de crédito (art. 52)

Multa de mora. Não poderá ser superior a 2%

(dois por cento) do valor da prestação. (art. 52,

§ 1°)

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Liquidação antecipada do débito (total ou

parcial) → redução proporcional dos juros e

demais acréscimos. (art. 52, § 2°)

Superendividamento. (STJ, AgRg no REsp

1206956/RS, DJe 22/10/2012)

“LIMITAÇÃO DA MARGEM DE

CONSIGNAÇÃO A 30% DA REMUNERAÇÃO

DO DEVEDOR. SUPERENDIVIDAMENTO.

PRESERVAÇÃO DO MÍNIMO EXISTENCIAL. “

Claúsula de decaimento - art. 53

Nulidade de cláusula que estabeleça a perda

total das prestações pagas nos contratos

(chamada de CLÁUSULA DE DECAIMENTO):

de compra e venda de MÓVEIS OU IMÓVEIS

mediante pagamento em prestações;

de alienação fiduciária em garantia.

QUESTÕES DE CONCURSOS DA

MAGISTRATURA

VUNESP

Prova: VUNESP - 2013 - TJ-RJ – Juiz

1. Quanto à inversão do ônus da prova em

favor do consumidor no processo civil

individual, segundo o enfoque da

jurisprudência dominante do STJ, é correto

afirmar que:

a) não é cabível para o fim de determinar às

instituições financeiras a exibição de extratos

bancários, enquanto não estiver prescrita a

eventual ação sobre eles.

b) caso decretada, não tem o condão de

obrigar o fornecedor a custear a prova

requerida pelo consumidor.

c) pode ocorrer na sentença.

d) sempre deve ocorrer, dada a

verossimilhança das alegações do consumidor

aliada a sua hipossuficiência.

Prova: VUNESP - 2014 - TJ-RJ - Juiz

Substituto

2. No que concerne às cláusulas abusivas,

constantes de contratos de consumo,

assinale a alternativa correta.

a) A nulidade de uma cláusula contratual

abusiva não invalida o contrato, exceto quando

de sua ausência, apesar dos esforços de

integração, decorrer ônus excessivo a qualquer

das partes.

b) As cláusulas abusivas constantes de

contratos de adesão, se redigidas com

destaque, permitindo sua imediata e fácil

compreensão pelo consumidor, tornar-se-ão

válidas.

c) Nos contratos bancários, é lícito ao julgador

conhecer, de ofício, da abusividade das

cláusulas.

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d) É abusiva a cláusula contratual de plano de

saúde que limita no tempo a internação

hospitalar do segurado, desde que não seja

dado prévio conhecimento da íntegra do

contrato de adesão ao consumidor.

Prova: VUNESP - 2014 - TJ-RJ - Juiz

Substituto

3. A respeito das sanções administrativas

reguladas pelo sistema jurídico de proteção

ao consumidor, é correto afirmar que:

a) é de competência exclusiva da União baixar

normas relativas à produção, industrialização,

distribuição e ao consumo de produtos e

serviços, com vistas à aplicação de eventuais

sanções administrativas aos fornecedores que

as descumprirem.

b) a multa, a suspensão temporária de

atividade e a inutilização do produto são

espécies de sanções administrativas que não

podem, porém, ser aplicadas cumulativamente

pela autoridade competente.

c) a pena de multa deverá ser graduada de

acordo com a gravidade da infração, a

vantagem auferida e a condição econômica do

fornecedor; e reverterá exclusivamente para o

fundo único nacional de defesa do consumidor

de que trata a lei da ação civil pública.

d) as penas de cassação de alvará de licença,

de interdição e de suspensão temporária da

atividade, bem como a de intervenção

administrativa, serão aplicadas mediante

procedimento administrativo, assegurada

ampla defesa, quando o fornecedor reincidir na

prática das infrações de maior gravidade

previstas na legislação consumerista.

Prova: VUNESP - 2014 - TJ-RJ - Juiz

Substituto

4. A respeito dos crimes contra as relações

de consumo, assinale a alternativa correta.

a) Se assim recomendar a situação econômica

do indiciado ou réu, a fiança poderá ser

reduzida até a metade do seu valor mínimo, ou

aumentada pelo juiz até trinta vezes.

b) No processo penal, o Procon poderá

intervir, como assistente do Ministério Público,

sendo-lhe, também, facultado propor ação

penal subsidiária, se a denúncia não for

oferecida no prazo legal.

c) A prática em época de crise econômica, a

ocorrência de grave dano coletivo e a prática

por pessoa cuja condição econômico-social

seja igual à da vítima, são circunstâncias

agravantes.

d) Além das penas privativas de liberdade e de

multa, pode ser imposta, apenas

alternadamente, a publicação, em órgãos de

comunicação de grande circulação ou

audiência, às expensas do condenado, de

notícia sobre os fatos e a condenação.

Prova: VUNESP - 2014 - TJ-RJ - Juiz

Substituto

5. No que tange às relações de consumo, é

correto afirmar que

a) as instituições financeiras respondem

objetivamente pelos danos gerados por fortuito

interno relativo a fraudes e delitos praticados

por terceiros no âmbito de operações

bancárias.

b) a decadência sobre o direito de reclamar

pelos vícios aparentes ou de fácil constatação

é aplicável à prestação de contas para obter

esclarecimentos sobre cobrança de taxas,

tarifas e encargos bancários.

c) reconhecida a conexão, necessariamente,

devem ser reunidas na Justiça Federal as

ações civis públicas ou coletivas propostas

nesta e na Justiça Estadual.

d) a Anatel será sempre parte legítima nas

demandas entre a concessionária e o usuário

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de telefonia decorrentes de relação contratual

de consumo.

Prova: VUNESP - 2013 - TJ-SP - Juiz

6. Considerada a lei e a jurisprudência do

STJ sobre abu- sividade de cláusulas de

contratos bancários, é correto afirmar que

a) a estipulação de juros superiores a 12% ao

ano por si só indica abusividade.

b) nos contratos bancários, é vedado ao

julgador conhecer, de ofício, da abusividade

das cláusulas.

c) a Comissão de permanência deve ser

determinada de antemão, sendo potestativa e,

por isso, nula a cláusula que a atrele a taxas

médias de mercado, apuradas pelo Banco

Central.

d) é vedada a estipulação de multa moratória

em contratos com o consumidor.

Prova: VUNESP - 2013 - MPE-ES - Promotor

de Justiça

7. Quanto à responsabilidade por vício do

produto, assinale a alternativa correta.

a) Poderão as partes convencionar a

ampliação do prazo para a escolha do

consumidor quando o vício não for sanado, que

não poderá ultrapassar 90 (noventa) dias

b) O consumidor poderá pleitear o abatimento

proporcional do preço pago quando não for

possível a substituição do produto por outro da

mesma espécie, ou a restituição imediata da

quantia paga, se, pela extensão do vício, a

substituição das partes viciadas puder

comprometer a qualidade ou características do

produto, diminuir-lhe o valor ou quando se

tratar de produto essencial.

c) Tendo o consumidor optado pela

substituição do produto por outro da mesma

espécie, em perfeitas condições de uso e não

sendo possível a sua substituição, poderá

haver substituição por outro de espécie, marca

ou modelo diversos, mediante

complementação ou restituição de eventual

diferença de preço, sem prejuízo da restituição

imediata da quantia paga, monetariamente

atualizada e de eventuais perdas e danos, bem

como do abatimento proporcional do preço.

d) No caso de fornecimento de mercadoria in

natura, será responsável perante o consumidor

o fornecedor imediato, exceto quando

identificado claramente seu distribuidor.

e) Pode o consumidor exigir, caso o vício não

seja sanado, no prazo máximo de 6 (seis) dias,

a substituição do produto por outro da mesma

espécie, em perfeitas condições de uso.

Prova: VUNESP - 2013 - TJ-SP - Advogado

8. De acordo com o Código de Defesa do

Consumidor (Lei n.º 8.078/90), havendo vício

do produto, pode o consumidor exigir.

a) a substituição do produto e a restituição da

quantia paga, a título de perdas e danos.

b) que o fornecedor exerça sua opção legal de

substituir o produto ou restituir imediatamente a

quantia paga.

c) imediatamente após a constatação do vício,

a substituição do produto por outro em

perfeitas condições de uso.

d) a restituição da quantia paga, que poderá

se dar em até 30 (trinta) dias do apontamento

do vício ao fornecedor.

e) a restituição imediata da quantia paga,

desde que decorridos 30 (trinta) dias sem que

o vício fosse sanado.

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GABARITO:

1. B

2. A

3. C

4. B

5. A

6. B

7. C

8. E