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QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA 1 a Quinzena de Março de 2010 Ano XXX - No. 1081 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected] Ver páginas 15, 16 e 17 foto de jorge ávila “Yaúca” RÁDIO Terminou o Programa de Rádio “Ecos Portu- gueses” de Frank Dias A Estação de Rádio KSTN 107.3 FM de Stockton re- solveu alugar (lease) a sua programação à KLOV do Condado de Placer, perto de Loomis, California. Em resultado disso, o Programa de Rádio Ecos Por- tugueses e Hora Católica Portuguesa, da responsabi- lidade de Frank R. Dias terminou inesperadamente na semana passada. Pena foi, que uma Estação com a responsabilidade da KSTN, que tinha Frank Dias como produtor indepen- dente desde 1968, não tivesse tido a gentileza de comu- nicar o facto de uma maneira legal e simples, em vez de ter deixado sómente uma mensagem no telefone. São os sinais dos tempos. Frank Dias, em conversa com o Tribuna, quiz apro- veitar a oportunidade para agradecer a todos os seus anunciantes e ouvintes, os anos de boa amizade e com- preensão que tiveram para consigo. Ficámos assim com menos uma voz portuguesa no Norte da California. Larry Soares CEO da LALIS Leslie Pavão uma das vozes do Carnaval Larry Soares, Vice-Presidente Executivo e CEO da LALIS além de ser um excelente gestor é um apaixonado por John Steinbeck. Leiam a nossa conversa na página 32. Um exemplo a seguir por futuros gestores. Carnaval É a Dança verdadeira É a alma da Terceira Brindando os Açorianos Carnaval É um mar de euforia Uma onda de poesia Vai e volta todos os anos. by Azoriana

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www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected] excelente gestor é um apaixonado por John Steinbeck. Leiam a nossa conversa na página 32. Um exemplo a seguir por futuros gestores. Carnaval É um mar de euforia Uma onda de poesia Vai e volta todos os anos. by Azoriana Larry Soares, Vice-Presidente Executivo e CEO da LALIS além de ser um 1 a Quinzena de Março de 2010 Ano XXX - No. 1081 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual RÁDIO

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QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

1a Quinzena de Março de 2010Ano XXX - No. 1081 Modesto, California$1.50 / $40.00 Anual

www.portuguesetribune.com www.tribunaportuguesa.com [email protected]

Ver páginas 15, 16 e 17 foto de jorge ávila “Yaúca”

RÁDIO

Terminou o Programa de Rádio “Ecos Portu-gueses” de Frank Dias

A Estação de Rádio KSTN 107.3 FM de Stockton re-solveu alugar (lease) a sua programação à KLOV do Condado de Placer, perto de Loomis, California.Em resultado disso, o Programa de Rádio Ecos Por-tugueses e Hora Católica Portuguesa, da responsabi-lidade de Frank R. Dias terminou inesperadamente na semana passada.Pena foi, que uma Estação com a responsabilidade da KSTN, que tinha Frank Dias como produtor indepen-dente desde 1968, não tivesse tido a gentileza de comu-nicar o facto de uma maneira legal e simples, em vez de ter deixado sómente uma mensagem no telefone. São os sinais dos tempos.Frank Dias, em conversa com o Tribuna, quiz apro-veitar a oportunidade para agradecer a todos os seus anunciantes e ouvintes, os anos de boa amizade e com-preensão que tiveram para consigo.Ficámos assim com menos uma voz portuguesa no Norte da California.

Larry SoaresCEO da LALIS

Leslie Pavãouma das vozes do Carnaval

Larry Soares, Vice-Presidente Executivo e CEO da LALIS além de ser um excelente gestor é um apaixonado por John Steinbeck. Leiam a nossa conversa na página 32. Um exemplo a seguir por futuros gestores.

CarnavalÉ a Dança verdadeiraÉ a alma da TerceiraBrindando os Açorianos

CarnavalÉ um mar de euforiaUma onda de poesiaVai e volta todos os anos. by Azoriana

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2 1 de Março de 2010SEGUNDA PÁGINA

Year XXX, Number 1081, March 1st, 2010

A Pérola da Madeira

EDITORIAL

Estar constipado no Carna-val deu-nos a oportunida-de de poder “consumir” o Carnaval da Terceira em

doses duplas, através do meu com-putador. No primeiro dia vimos 12 horas de bailinhos e no segundo dia foram oito horas de novos bailinhos e muita emoção. Doía-me os olhos e possívelmente atrasei a minha cura em dois dias, mas valeu a pena.Ao mesmo tempo na California os bailinhos percorriam os nossos sa-lões, enchendo-os de gente alegre e feliz, esquecendo por momentos as agruras da vida dos nossos dias de crise.Gostaria no entanto de fazer eco de alguns casos que deram nas vistas.

Primeiro - o tratamento em muitos bailinhos dos homossexuais (“ma-ricas”) foi antiquado, com falta de verdade e muita banalidade em que já ninguém acredita. Deu para rir a muita gente, mas esses momentos foram muito infelizes. Trataram os homossexuais, na maioria da vezes, como gente que não se pode confiar, como gente que não é igual a todos nós.

Segundo - João Mendonça, da

Agualva, ficará na história como um dos melhores actores e autor de bailinhos de Carnaval. No entanto, o João Mendonça, de vez em quando nos seus bailinhos, atira para o ar as palavras mais degradantes do nosso dicionário. Para rir não precisamos usar tais palavrões. O João tem ex-periência e talento bastante para evi-tar essas calinadas que não adiantam nada ao Carnaval, nem acrescentam beleza à história que se quer contar.

Terceiro - o tratamento que o João Mendonça fez no baile que escreveu chamado “Os Palhaços”, foi mui-to infeliz, num curto texto sobre o casamento gay, que é um problema complexo e que ele gozou em termos a roçar a boçalidade. Fazer Carnaval nos dias de hoje requer mais inteli-gência de quem escreve do que nos tempos de outrora. Foi penoso ouvir-se tanta banalidade.

Quarto - depois de ter visto 22 bai-linhos da Terceira ficámos satisfei-tos por poder pensar que a maioria dos nossos bailinhos estão ao nível dos da Terceira e isso deixa-nos feliz. Mais importante ainda é que os nossos bailinhos maioritáriamen-

te são feitos por jovens já nascidos nesta terra, o que é de saudar e louvar.

Quinto - impressionante, quer cá quer na Terceira, ver centenas de jo-vens a tocar em toda a qualidade de instrumentos possíveis nos nossos bailinhos. Lindo de se ver e lindo de se ouvir.

Sexto - uma referência muito espe-cial a todos aqueles que quiseram transmitir os bailinhos da Terceira usando as novas tecnologias e a In-ternet - Via Oceânica, Azorestv, Vi-tec e possívelmente outras, e mais as televisões públicas como a RTP Aço-res e RTP Internacional (em muito menor escala). Tiro-lhes o chapéu.

Sétimo - é preciso compreender-se as despesas que os bailinhos têm e ajudá-los pagando entradas, mesmo que não as peçam. Muito, dividido por muitos, nada cabe a cada um.Também de referir que o Carnaval é bom para muitas das nossas organi-zações, que aproveitam a boa vonta-de dos seus amigos e associados para fazerem e venderem excelentes filho-ses e coscorões, de chorar por mais.

A orografia da Madeira é complexa e com muitas possi-bilidades de se criarem canais inesperados quando a água é demasiada e que não pode escoar pelos normais meios existentes. O povo da Madeira que foi capaz de fazer o trabalho extraordinário das levadas, que são um monu-mento histórico da arte do homem, em trazer e levar água a toda a ilha, vai ser capaz agora de reconstruir o que foi danificado.Infelizmente a Madeira, ou outra terra qualquer, não pode dar conveniente resposta, quando em cerca de 5 horas choveu um quinto das chuvas anuais na Ilha. Numa hora choveu o equivalente a um mês de muita chuva. Já como alguém disse, se estas chuvadas terríveis tivessem ocor-rido à noite, teria sido uma catástrofe que nem podemos imaginar.O povo da Madeira, tal como o povo da Agualva, e em geral todo o povo português, não deixará que esta tragédia os demova de ter um futuro como merecem. As desgraças causam sempre unidade.A nossa solidariedade a todas as vítimas.

A nossa repulsa vai para aqueles jornalistas que no dia da tragédia, em vez de fazer notícia, andaram, à procura de representantes da oposição política ao Governo Regio-nal da Madeira, com perguntas parvas e que não fizeram sentido a quem tem um pouco de inteligência, como se a tragédia fosse um caso político. Um mau exemplo de jor-nalismo. Uma vergonha em democracia. josé avila

Crónicas do Perrexil

J. B. Castro AvilaBailinhos de Carnaval

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3COLABORAÇÃO

Recordando o MestreFaquenim

Tribuna da Saudade

Ferreira Moreno

Reza um ditado francês que cada aldeia tem um maluquinho. Em português, diríamos

que cada um é para o que nasceu. Lembra-nos o velho adágio que de médico, poeta e louco todos têm um pouco, e um provérbio antigo avisa-nos que não há sábio nem douto que de louco não te-nha um pouco.Desde sempre e por toda a parte há conhecimento de figuras po-pulares, com certas característi-cas, que nas localidades do seu tempo, duma forma ou doutra, deixaram vinculada a sua marca original e pessoal, quiçá bizarra na maioria dos casos.Luís da Silva Ribeiro (1882-1955), no prefácio a Tipos da Mi-nha Terra de João Ilhéu, anotou devidamente: “Todas as épocas têm os seus tipos das ruas e, não sei bem porquê, a meus olhos pelo menos, eles imprimem às multidões que os perseguem com risos e mofas uma feição particu-lar até certo ponto característica. É que parece-me descobrir certa afinidade entre o tipo da rua com os seus ridículos, as suas manias, a sua filosofia, a sua indumentá-ria, e a multidão em cujo seio se gerou.Outrora os reis e os grandes se-nhores tinham, como o povo, os

bobos que os divertiam, mas di-ferente era a sorte duns e doutros. A evolução dos costumes da so-ciedade culta expulsou os bobos dos salões, mas não os dispensou o povo, que continuou e continu-ará certamente por muito tempo ainda, a rir-se das suas misérias com uma infantil e inconsciente crueldade”.Apropriadas amostras temo-las, por exemplo, no livrinho “Tipos Minha Terra” (1927) de Frederi-co Lopes Júnior, mais conhecido por João Ilhéu; no livro “Outros Tempos, Outras Gentes” (1978) de Cândido Pamplona Forjaz; e ainda através de “Filósofos da Rua” (1984) de Augusto Gomes; e mais recentemente em “Histó-rias com Peripécias” (1999) de Victor Rui Dores.Estou a lembrar-me que foi há já várias décadas atrás, no antigo Café Tamar de San Jose (Cali-fórnia), em convívio com o jovial João Garoupa d’Água d’Alto (S. Miguel), que ouvi falar pela pri-meira vez àcerca duma figura tí-pica de nome Mestre Faquenim. O que se segue, porém, é uma transcrição parcial do que escre-veu Bruno de Vasconcelos em “Paz Cinzenta” (1979), recordan-do o popular Faquenim de Ponta Delgada.

“Creio que ninguém sabia o seu verdadeiro nome, nem eu tão pouco o soube. Conheci-o por vê-lo nas ruas da cidade, e dizerem-me que era uma espécie de faz tudo, colo-cando vidros nas janelas, pintan-do portas e tabuletas, andando de casa em casa e de oficina em oficina, prestando pequenos ser-viços e vivendo assim à sorte e ao Deus-dará”.

Como descreveu Vascon-celos, o Mestre Faque-nim “era uma figura anedótica, de aparência

franzina e queixo anguloso, que fazia rir onde quer que chegas-se pelas graçolas proferidas. A voz tinha um som semelhante ao duma cana rachada, e ademais não pronunciava as últimas sí-labas das palavras. As pessoas metiam-se com ele. A rapaziada atirava-lhe pedras e soltava pia-das p’ra o irritar. Ele ripostava com palavrões e outros insultos do seu jocoso vocabulário”.

Passo agora a narrar uma picares-ca aventura que, até certo ponto e circunstâncias locais, trouxe-lhe laivos de fama...Certa vez, um talhante estabe-lecido na Rua da Canada (Rua Tavares Resendes), chamou o

F a q u e n i m p e d i n d o - l h e que pintasse o nome da firma na frontaria do Talho e fanta-siasse um boi sobre a relva a pastar. Claro que Faquenim acedeu sem demoras, mas primeiro per-guntou: “O se-nhô qué o bou cum corrente ou sin corren-te?” O talhante habituado aos gracejos, res-pondeu que isso ficava à conta dele. Faquenim prometeu, en-tão, representar uma pintura sem corrente.No dia seguinte, lá estava ele com as latinhas de tinta de baixa qua-lidade, mais as brochas e pinceli-nhos, empoleirado num escadote, a dar início aos desenhos. Ao fim de dias estava concluída a pintura das letras e do boi, sem corrente, pastando num relvado.Sucedeu que choveu na noite a seguir e a água diluiu por com-

pleto as tintas, já de si bastante fracas. Toda a fachada ficou uns bor-rões de tinta escorrida, e a pintura do boi jun-tamente com o relvado desapareceu, restando apenas manchas esver-deadas e pretas.Estupefacto, o talhan-te mandou chamar o Faquenim exigindo explicação. Este, com um sorriso irónico aflo-

rando em boca desdentada, numa cara ressequida e enrugada, com o ar mais natural deste mundo e cheio de calma, retorquiu: “Hom’essa agora! Ê-me, ei in-tances não parguntei ó senhô se qu’ia um bou sin corrente? Pois o bou fugiu!”A fechar, recordo-me de ter co-nhecido um cachorro de muita estimação chamado FAKNIN. Pertencia a gente amiga da Ribei-ra Grande de antigamente. Mas, diga-se a verdade, o nome do cão em nada era sinónimo com aqueloutro aparentado vocábulo inglês!

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4 1 de Março de 2010COLABORAÇÃO

Crónica de Montreal

Antonio Vallacorba

95° Aniversário de Estela NevesNa residência da sua filha mais nova e genro, Estela e Mário Simas, em Long Beach, perante os seus fa-miliares e um grupo de amigos, todos em conjunto celebraram as noventa e cinco primaveras da Faia-lense, D. Estela Neves, viúva do falecido Amaro Ne-ves. A partir das cinco da tarde do dia 6 do corrente mês de Fevereiro, familiares e amigos, iniciaram o momento social, alguns vindos do Norte do Estado, do Porto Rico e da Florida, o que tornou o ambien-te mais relevante entre algumas amizades, que se encontram apenas em circunstâncias idênticas. A seguir aos aperitivos seguiu-se um lauto jantar, em que não faltou a deliciosa feijoada com dobradinha, camarão e lagosta. Seguiram-se as palavras da pra-xe, Estela Neves Simas enalteceu as qualidades de sua mãe, sua irmã, Manuela Silveira, recordou com imensas saudades, maravilhosos momentos vividos na saudosa ilha do Faial, José Duarte Silveira, gen-

ro da aniversariante, Cônsul Honorário de Portugal em Porto Rico, pronunciou simpáticas palavras e seus netos, Mário Paulo Simas e Duarte Silvei-ra, também pronunciaram palavras de apreciação, incluindo algumas com certo humor. A aniversa-riante, vestida de princesa, onde não faltou faixa e coroa iluminada, um tanto ou quanto comovida, agradeceu às filhas, genros, netos e netas, a signifi-cativa festa que lhe proporcionaram e recitou vários e simbólicos versos recordando os seus tempos de infância. Cerca das nove horas, compareceu no lo-cal o grupo “Mariachi Show Juvenil”, que realmen-te durante uma hora ofereceu significativo ênfase ao alegre convívio.Congratulações à aniversariante extensivas a toda a família com votos de muitos mais idênticos ani-versários.

"Eu Conheço um País..."Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mor-talidade mundial de recém-nascidos, melhor que a média da UE.

Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mun-dial de tecnologia de transformadores.

Eu conheço um país que é líder mundial na produção de feltros para chapéus.

Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende no exterior para dezenas de mercados.

Eu conheço um país que tem uma empresa que concebeu um sistema pelo qual você pode escolher, no seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.

Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou um siste-ma biométrico de pagamento nas bombas de gasolina.

Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou uma bilha de gás muito leve que já ganhou prémios internacionais.

Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, permitindo operações inexistentes na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos.

Eu conheço um país que revolucionou o sistema financeiro e tem três Bancos nos cinco primeiros da Europa.

Eu conheço um país que está muito avançado na investigação e produção de energia através das ondas do mar e do vento.

Eu conheço um país que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os toda a UE.

Eu conheço um país que desenvolveu sistemas de gestão ino-vadores de clientes e de stocks, dirigidos às Pequenas e Medias Empresas.

Eu conheço um país que tem diversas empresas a trabalhar para a NASA e a Agência Espacial Europeia.

Eu conheço um país que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas.

Eu conheço um país que inventou e produz um medicamento anti-epiléptico para o mercado mundial.

Eu conheço um país que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça.

Eu conheço um país que produz um vinho que em duas provas ibéricas superou vários dos melhore vinhos espanhóis.

Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamento de pré-pagos para telemóveis.

Eu conheço um país que construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade pelo Mundo..

O leitor, possívelmente, não reconheceu neste país aquele em que vive...

PORTUGALMas é verdade. Tudo o que leu acima foi feito por empresas funda-das por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses.

Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Sof-tware, Out Systems, WeDo, Quinta do Monte d´Oiro, Brisa Space Services, Bial, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lu-sospace, Skysoft, Portugal Telecom Inovação, Grupos Vila Galé, Amorim, Pestana, Porto Bay e BES Turismo.

Há ainda grandes empresas multinacionais instalada no País, mas dirigidas por portugueses, com técnicos portugueses, de reconhe-cido sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal, Bos-ch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal e a Mc Donalds (que desenvolveu e aperfeiçoou em Portugal um sistema que permite quantificar as refeições e tipo que são vendidas em cada e todos os estabelecimen-tos da cadeia em todo o mundo ) .

É este o País de sucesso em que também vivemos, estatísticamente sempre na cauda da Europa, com péssimos índices na educação, e gravíssimos problemas no ambiente e na saúde... do que se atrasou em relação à média UE...etc. Mas só falamos do País que está mal, daquele que não acompanhou o progresso. Do outro lado ninguem fala!

É tempo de mostrarmos ao mundo os nossos sucessos e nos orgulharmos disso.

Nicolau Santos, Director - adjunto do Jornal Expresso, In Revista "Exportar"

Comunidades do Sul

Fernando Dutra

A aniversariante, Estela Neves, com os seus cinco netos - Yolanda e Duarte Silveira, Mário Paulo Simas, Yvo-ne Silveira e Edgar Simas

COMUNICADODe: Diniz BorgesDirector do Departamento de Línguas EstrangeirasTulare Union High SchoolProfessor de Língua e Cultura Portuguesas

Assunto: Semana Nacional de Línguas Estrangeiras National Foreign Language Week 1 a 7 de Março de 2010

O Departamento de Línguas Estrangeiras da Escola Tulare Union High School celebrará a semana nacio-nal dedicada às línguas estrangeiras com uma amalgama de actividades. Actividades escolares:Celebrando as bandeiras de países e regiões lusófonosSegunda-feira, Brasil, os alunos vestem verde e vermelho.Terça-feira, os Açores os alunos vestem verde e amareloQuarta-feira, Cabo Verde os alunos vestem azul e brancoQuinta-feira, Angola, os alunos vestem vermelho e pretoSexta-feira, Portugal, os alunos vestem de vermelho e verde, podem ainda usar as camisolas desportivas da selecção Portuguesa de Futebol ou qualquer traje regional portuguêsOutras actividades:Segunda e terça-feira os alunos aprendem canções e uma dança portuguesa.Quarta e quinta-feira visitas de pessoas que falarão sobre a importância da aprendizagem das línguas estrangeiras.Terça-feira, os alunos celebrarão com actividades durante a hora do almoço.Quarta-feira pela noite, apresentação cultural para alunos, pais, e a comunidade em geral no auditório da escola Tulare Union. A netrada é livre e todos estão convidados. Sexta-feira, os alunos terão uma apresentação cultural no auditório da escola.Para além destas actividades todos os dias o boletim da escola trará informações sobre as várias línguas e culturas e haverá comidas portuguesas e mexicanas para o corpo docente. Nas aulas também haverá apresentações especiais sobre música e cultura incluindo apresentação de vídeos.

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Muito Bons Somos Nós

Joel [email protected]

COLABORAÇÃO

Boi sentado

Horrorizamo-nos: “Cre-do, que coisa tão por-tuguesa…” – e com isso nunca queremos

dizer mais nada senão: “De um terceiro-mundismo atroz!” Nada a fazer: trazemos connosco isto de que ser português é ser mes-quinho, pobre de espírito, egoísta – e, quando se trata de falar dos “portugueses em geral”, nunca somos um deles. Curiosidade: o hábito não é especialmente lu-sitano. A snobeira, já se sabe, é coisa de pobre – e não há país novo-rico onde não se suspire: “Ah, como o meu povo é mesqui-nho…” Os brasileiros fazem-no. Os angolanos fazem-no. Os eslo-vacos fazem-no. Os franceses não o fazem, mas porque são ricos há muito tempo – e, de resto, nunca lhes faltou a vaidade colectiva. Muitos americanos não o fazem, mas por etnocentrismo – e, em todo o caso, há sempre alguém, entre a classe “pensante” da costa Leste, disposto a fazê-lo.Portanto, isto não é um lamento sobre a portugalidade: é um de-sabafo sobre a espécie. Diz um daqueles emails que circulam

pela web, chegando-me à caixa de correio a cada três semanas, que “Ser português é: levar arroz de frango para a praia; guardar as cuecas velhas para polir o car-ro; tirar a cera dos ouvidos com a chave do carro; gastar uma for-tuna no telemóvel, mas pensar duas vezes antes de ir ao den-tista; viver em casa dos pais até aos 30; falar mal do Governo e esquecer que se votou nele (…)”. Ora, eu conheço uma dúzia de países onde também se leva ar-roz para a praia. Já estive noutra dúzia onde se guardam as cuecas velhas para polir o carro. Sei de pelo menos outra dúzia ainda onde se vive até aos 30 anos em casa do papá. E nunca ouvi falar de um só país, já agora, onde não houvesse a tradição de guardar lugar.E, porém, é uma das mais irri-tantes características do ser hu-mano quando confrontado com o tormento da espera: guardar lugar para um amigo, para a mu-lher, para o vizinho que se atra-sou, que foi virar o carro ou que fez um desvio para comprar os chupa-chupas. Uma pessoa chega à cafetaria, leva com uma fila de

vinte minutos para resgatar uma sopa e depois passa outros vinte às voltas pela sala, com o tabulei-ro na mão e a mochila às costas e a sopa a pingar, à procura de um sítio para comer. Há cadeiras vazias? Claro que há. Por exem-plo: naquela mesa à esquerda, onde uma senhora gorda espera sozinha, tamborilando os dedos e ajustando os botões do camiseiro. Naquela mesa ao meio, onde um grandalhão aguarda em silêncio, feito boi sentado, de olhar disper-so. Naquela mesa ao canto, onde uma rapariga fala alto ao tele-móvel, combinando a noitada de sábado. E o que é que cada um

deles nos responde se nos aproxi-mamos com o tabuleiro, ousando sequer olhar para uma das cadei-ras vazias? “Está ocupado.”Apetece virar a mesa. Apete-ce bater-lhes. Apetece fazer um chinfrim e chamar-lhes egoístas, anormais, filhos de uma grandes-síssima mãe – e era precisamente isso que faríamos, não fosse in-surgir-se o receio de o grandalhão efectivamente ser tão grandalhão como parece, de a senhora reben-tar de repente num pranto ou de a rapariga reconsiderar quanto a incluir-nos na sua tão promissora noitada. E, no entanto, nem uma hesitação: dizem-nos “Está ocu-pado”, como se fosse tão óbvio os lugares estarem ocupados como o céu ser azul e as nuvens bran-quinhas – e, no fim, ainda fran-zem a testa, esticam o pescoço e sugam o ar pelo canto da boca, num estalido, como quem diz: “Azarito…”Depois precisamos de ir às Fi-nanças, andamos uma hora às voltas para estacionar, avistamos um lugar milagroso entre dois Fiat Puntos – e lá está de novo a senhora gorda, agora em pé, ace-nando e franzindo a testa porque

o marido foi dar a volta ao carro e, portanto, o lugar já está ocu-pado. À noite vamos a um con-certo no Coliseu, chegamos um bocado em cima da hora, a maior parte dos lugares livres ficam por detrás dos pilaretes – e lá está a rapariga do telemóvel, com sete belas cadeiras vazias à volta, mas todas elas “ocupadas” por um dos pullovers velhos que ela traz numa mochila que tem es-pecialmente para o efeito. No dia seguinte vamos ao supermercado e lá está o grandalhão a ocupar uma caixa, com ar absolutamen-te respeitável, enquanto a mulher foi dar uma última volta pelo cor-redor dos frescos, porque afinal tinha faltado o Häagen-Dazs.Está mal. Está mal e, quando se trata de um Inverno tão longo como este, uma pessoa já só tem vontade de fazer como o Frank no seu sonho mais selvagem, re-gando tudo, acendendo um fósfo-ro e estacionando do outro lado da rua, a rir e a ver arder. Eu nun-ca consegui tolerar estes bois – e, em semanas assim, é sempre o Frank que me vale.

in NS’, 30 de Janeiro de 2010

Crónicas Terceirenses

Victor Rui Dores

[email protected] Pastelaria Lusa

Há cadeiras vazias? Claro que há. Por exemplo: naquela mesa à esquerda, onde uma senhora gor-da espera sozinha, tamborilando os dedos e ajustando os botões do camiseiro. Naquela mesa ao meio, onde um grandalhão aguarda em silêncio, feito boi sentado, de olhar disperso. Naquela mesa ao canto, onde uma rapariga fala alto ao telemóvel, combinando a noitada de sábado. E o que é que cada um deles nos responde se nos aproximamos com o tabuleiro, ousando sequer olhar para uma das cadeiras vazias? “Está ocupado.”

É bastante olfactiva a memória que guardo da Pastelaria Lusa, onde pairava um intenso aroma a café moído…

Acolhedor estabelecimento que se situava na Rua Direita, na cidade de Angra do He-roísmo, a Pastelaria Lusa era propriedade de Manuel Pereira da Costa, mais conhe-cido pelo senhor Manuel da Lusa, figura patriarcal e generosa, sorridente, cortês e afável, porte distinto, homem do convívio, da cavaqueira e dos ditos jocosos…Desta Pastelaria, espaço de afectos e ter-túlias, guardo os cheiros e os sabores da mais deliciosa doçaria terceirense: as “donas-amélias”, as cuvilhetes de leite, as cornucópias, as queijadas, as bolachas araruta…Recordo que, aos domingos de manhã, o sr. Manuel recebia uns deliciosos bolinhos que vinham ainda quentes... E, como nesse tempo eu morava ali por perto (Rua de San-to Espírito), criei o hábito de, ao domingo, entrar na Pastelaria Lusa para comer um desses bolinhos antes de ir para a missa do padre Gil, na Igreja do Colégio. Confesso que nunca mais comi doce tão saboroso e ainda hoje desconheço a respectiva recei-ta, certamente um segredo guardado pela esposa do sr. Manuel – doceira das mais prestigiadas da cidade. Não me esqueço que, por essa altura, ha-via um jovem estudante que, nos interva-los das aulas do liceu velho, arregaçava as mangas e pegava num pano húmido para limpar as mesas da exigente clientela, mas fazia-o com tão pouco jeito que dava para ver que o rapaz não estava destinado a se-guir as pisadas do pai. Chamava-se Vasco Pereira da Costa e, mais tarde, revelar-se-ia excelente poeta e homem de muitos ou-tros ofícios..A Pastelaria Lusa, ponto de encontro de conversas e amizade, foi meu espaço de descoberta e aprendizagem. Pairava ali uma serenidade boa, uma ambiência sa-

lutar e humaníssima. O sr. Manuel, no-bre cavalheiro, esmerava-se de atenções para com toda a gente. Os cândidos e fiéis clientes bebiam cerveja Cuca e comiam

tampinhas de fiambre. Ali ouvi, um dia, um apreciador de café, amigo de meu pai, a preceituar esta fórmula axiomática: “O café tem que ser quente como o inferno, preto como o diabo, aromático como o céu, e doce como os anjos”… E foi na Lusa que escutei, da boca de um oposicionista, este slogan, que, num tempo em que as paredes ainda tinham ouvidos, não tive a idade nem o discernimento para entender: “O governo salazarista tira onde faz falta e põe onde faz vista”…Há muitas histórias ocorridas na Pastela-ria Lusa. Não resisto à tentação de aqui contar duas: a primeira foi-me relatada por Carlos Alberto Moniz; a segunda faz parte do imaginário angrense e vem narrada no livro “Filósofos da rua”, de Augusto Go-mes.

1. Havia um pedinte insofrido, a quem

chamavam “ O Cara de Cu” e que, volta e meia, entrava na Pastelaria Lusa e per-guntava:-Ó sr. Manuel, posso comer uma queijada?

-Está bem, homem, tira lá uma queijada.-Obrigado, sr. Manel e seja pelas almas do Prigatório… Durante alguns tempos esta cena foi-se repetindo. O sr. Manuel acedia aos pedi-dos do pobre, mas como este já começava a abusar, o compassivo dono da Pastelaria pensou: “Este é pobre mas não é tolo. Es-pera lá que já te vou dar uma lição”.Certo dia, volta o pedinte à Pastelaria:-Ó sr. Manuel, posso comer uma queijada?E responde o sr. Manuel:-Olha, como eu hoje estou bem disposto, vamos aqui combinar uma coisa. Estás a ver aquelas três prateleiras cheias de do-ces, ali na montra? Pois fica à vontade e podes comer o que tu quiseres. Começas num prato, passas para o outro, vais de prateleira em prateleira e comes o que te apetecer…Foi o que o pedinte quis ouvir, e desatou

então a comer vorazmente as guloseimas. Em menos de um ai, “limpou” a primeira prateleira e ia já para a segunda quando o sr. Manuel, vendo o negócio mal parado, lhe pergunta:-Não queres um copinho de água para de-senjoar?Responde o pedinte, continuando a deli-ciar-se com os doces:- Mais lá p ró meio…

2. De entre os assíduos frequentadores da Pastelaria Lusa, contava-se um distinto cavalheiro, ocupando posição de relevo na sociedade angrense, e que, todos os dias, à mesma hora, solicitava a costumada “bica”. Ora, este cavalheiro tinha um es-tranho hábito: sempre que tomava o café, e como era muito guloso, despejava, de uma só vez, o conteúdo do açucareiro metálico para dentro da chávena.Um dia, a dita personagem entrou na Pas-telaria e, como era habitual, pediu o café ao sr. Manuel. Este, que já se afastara, pressuroso, a dar cumprimento ao solici-tado, parou repentinamente e, voltando-se, inquiriu solícito:-Meu caro senhor, tenha a bondade de me dizer uma coisa: quer a “bica” na chávena ou no açucareiro?...

Depois veio o tempo em que a Pastelaria Lusa encerrou para balanço e nunca mais voltou a abrir as suas portas. O espaço foi transformado em boutique e, posterior-mente, em imobiliária. Com grande pena minha, deixei de comer aquelas deliciosas cuvilhetes de leite. E nunca mais conheci cavalheiros com a distinção do sr. Manuel Pereira da Costa. Durante três décadas andei de país em país, visitei inúmeras cidades e frequentei muitos cafés – mas nenhum deles tinha aquele charme e aquele cheiro da Pastela-ria da Rua Direita.Sic transit gloria mundi.

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6 1 de Março de 2010COLABORAÇÃO

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Nanny emHollywoodAcabei de ler o interessante livro, “You’ll Never Nanny in This Town Again”, “Jamais Serás Ama Nesta Cidade”, da autoria de Suzanne Hansen que durante dois anos foi “nanny” em Hollywood. A vivência fascinante do mundo do cinema nem sempre é real. Há tanta gente egoísta e ambiciosa que não tem pejo em humi-lhar quem os serve com dedicação, só por se considerarem superiores. Muitas vezes, os seus filhos são deixados ao cuidado das “nannies”, de dia e de noite, e têm de pro-gramar encontros com eles como se se tra-tasse de mais uma reunião de negócios.Apesar da Suzanne identificar algumas pessoas, prefiro que elas fiquem no anoni-mato. O casal para quem ela trabalhava, gastou $20,000 num cruzeiro privado no Medi-terrâneo, mas, quando a esposa telefonou para casa (collect) para saber dos filhos, fi-cou irritada com a Suzanne por a chamada ter custado $15.00. Esta “nanny” comprou um novo ferro de engomar porque o outro estava com a corda estragada e até podia causar incêndio. Porém, a patroa ficou tão indignada, que o ferro teve de ser devol-vido à loja. A Suzanne teve sorte, porque o ferro velho ainda estava na lata do lixo antes de ter sido recolhido.Um casal que seguia uma dieta muito “ri-gorosa”, especialmente a esposa, uma ac-triz de meia-tigela, por razões estéticas, ti-nha o frigorífico fechado a cadeado e só o seu chefe particular o podia abrir, pois não fosse a tentação de um “snack” a meio da noite estragar a sua esbelta linha... Valha-nos Deus! E tanta gente a morrer à fome por esse mundo fora.Uma “nanny” que tratava de crianças de uma “super star”, por motivos de segu-rança, foi proibida de dar a direcção da

casa onde trabalhava à sua mãe, e teve de arrendar uma caixa postal para receber o correio.Os filhos de um famoso casal de actores ficaram muito surpreendidos ao entrarem num avião de carreira regular e verem tan-tos passageiros, pois estavam habituados a viajar somente em jactos privados. Coi-tadas crianças! Foram “forçadas” a parti-lhar o espaço com pessoas normais...Uma “nanny” que também costumava aju-dar nas lides da cozinha, um dia usou um esfregão impróprio causando alguns riscos num tacho. A patroa ficou tão indignada que obrigou-a a comprar não só um tacho para repor o estragado, mas um novo jogo de tachos que lhe custou mais de metade do ordenado mensal.Um agente que representava a maioria dos actores, em Hollywood, um dia pergun-tou à “nanny” se ela julgava que o filho sabia quem ele era porque quando saía e regressava do trabalho o filho estava sem-pre a dormir. Este mesmo indivíduo ficou exaltado com a sua secretária quando ela lhe pediu tempo disponível para assistir ao funeral de um tio. Ora, como é que ela se atrevia a fazer tal pedido numa segunda-feira que era o dia de mais movimento no escritório. Este indivíduo também irá ter o seu dia... Quando a Suzanne informou a família para quem trabalhava que iria terminar o emprego dentro de duas semanas, o “big boss” despediu-a no mesmo dia dizendo-lhe o que veio a ser o título do livro aci-ma referido: “You’ll Never Nanny in This Town Again”. Tal era a influência que ele tinha sobre os actores que representava, que julgava jamais alguém ter a ousadia de o contrariar e contratar a Suzanne.Felizmente, a Suzanne ainda trabalhou para mais duas famílias de actores, nor-mais, como ela dizia, que a tratavam com respeito e dignidade.

Traços do Quotidiano

Margarida da [email protected]

A Foto da Quinzena Onde estão estes jovens?

Thursday, March 11, 2010Maude Fife Room, Wheeler HallUniversity of California, Berkeley

9:30 am Registration (201 Moses Hall)

10:00 – 12:00 Campus Tours

12:00 – 1:00 Rally at Sproul Plaza Celebrating the 25th of April, Portugal’s Carnation Revolution. Information about the 25th of April, 1974. Portuguese/Azorean traditional dances Portuguese- American School Students.

1:00 – 1:30 Lunch

1:30 – 2:00 Visit to Centennial of the Portuguese Republic Exhibit – Bancroft Library

2:10 – 2:30 Enrollment & Financial Aid Workshop

3:00 – 3:30 Portuguese Clubs Meeting

Sponsored by:

Portuguese Studies Program, University of California, Berkeley; Luso-American Edu-cation Foundation; Direcção Regional das Comunidades – Governo Regional dos Açores

For information contact: Deolinda Adão - [email protected] / 510-643-0980

Portuguese Youth Day @ CAL

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7COLABORAÇÃO

Rasgos d’Alma

Luciano [email protected]

Já lá vai. Mas, uma vez mais, deixou saudades.O Carnaval é mesmo assim. Quem o vive e desfruta com rijo entusiasmo

guarda recordações para o resto do ano. Quem, ano após ano, lhe dedica o melhor da sua abnegada carolice, saboreia-as para o resto da vida.São dias de folia inigualável, de diverti-mento sem rival. O seu convívio é mágico, a sua magia…contagiosa.É inevitavel o salutar contágio que o Car-naval exerce sobre as massas quando se transforma em benigna “doença”, feliz-mente tratável com uns bem apetecidos “comes e bebes” de pé e sempre a aviar porque não há tempo a perder. Tambem sofri em tempos dessa contagiante febre carnavalesca. Não me fez mal nenhum. Antes pelo contrário, marcou-me agrada-velmente para o resto dos meus dias. Ti-nha eu, sei lá, talvez uns vinte anos. Dei a volta à ilha por mais do que uma vez a cantar e a dançar até me faltar a voz e me trairem os pés.Este ano traíu-me a gripe. Passei o Carna-val em casa mas, graças aos meios tecno-lógicos, cada vez mais sofisticados, quase dava a volta à ilha. Vontade não me falta-va. Queria poder abraçar a minha gente, aplaudir os dançarinos, felicitar as dança-rinas, congratular os ensaiadores e dizer a todos do orgulho imenso que sentimos cá ao longe nesta típica tradição cultural sem paralelo à vista no globo inteiro. Cul-tivamo-la, os que podemos, participando activamente na diáspora. Quando não po-demos, auscultamos. Foi o que eu fiz.

Graças às imagens sonoras da Rádio Co-mercial, às gravações oportunas da R.T.P. Internacional e ao milagre ao vivo dos prodigiosos clicks da Internet, percorri

vários salões da ilha sem sequer sair do cantinho que tenho cá em casa destinado a botar uma vista d’olhos pelo mundo fora. Nestes dias de intensa farra, o nosso pe-quenino mundo ilhéu reveste-se duma in-contornável dimensão sócio-cultural. Sa-lões, como sempre, à cunha, inspiram-nos de sobremaneira. Enredos brilhantemente escritos convidam-nos à gargalhada. Vo-zes doces em rostos bonitos deliciam-nos os olhos e enchem-nos os ouvidos. As me-lodias, os instrumentos, as piadas, o afino e o incandescente brio dos vistosos guar-da-roupas encarregam-se de nos encher as medidas.

O garrido Carnaval terceirense, em tempos idos dominado pelo rigor dramático das danças de espada e pela exclusiva partici-

pação masculina, tem mudado muito para melhor em todos os aspectos. A óbvia melhoria na dicção, na representação, na orquestração, na coreografia mas, sobre-tudo, a graca e beleza da juventude feme-nina em cima do palco dão outra vida e oferecem outro fulgor ao espectáculo, que não cessa de nos divertir. Mais qualidade, mais frescura, mais colorido proporciona-ram este ano aos nossos olhos bem como aos de muitos milhares de telespectadores por esse mundo fora um produto cultural único que merece ser refinado, reproduzi-do e redimensionado sem receios. O nosso dignificante património cultural fala por si e não fica a dever nada a nin-guem.

Quem não teve oportunidade de ver ao vivo os bailhinhos locais nem tempo para apreciar as imagens teledifundidas do Carnaval de lá para cá, aproveite para re-ver com atenção a reportagem fotográfica desta edicão, ou, se a curiosidade assim o

demandar, experimen-te a espreitar os vídeos disponiveis para deliciar todos os interessados. Tanto lá como cá, hou-ve trabalhos este ano de apreciável qualidade que continuam a merecer o aplauso geral e consti-tituem forte incentivo para que se possa fazer ainda melhor para o ano que vem.

A p r e s e n ç a massiva da juventude em cima dos palcos, sobretudo no nos-so caso, a dos filhos e filhas

da diáspora que aproveitam o Carnaval para aperfeiçoarem o idioma de seus pais e avós, começa a revelar-se aposta ganha para um futuro que se antevê animador na promoção continuada desta folgazona tra-dição cultural. Claro que, fechadas as cortinas e apagadas as luzes, aqui e acolá, na ressaca comum do rescaldo final, há sempre pormenores delicados a merecerem um reparo opor-tuno. A coor-denação mais adequada nos horários das actuações, por exemplo, se for bem organiza-da entre todos com a devida antecedência, pode livrar a plateia das sem-pre aborrecidas

“horas mortas”. Ninguem gosta de estar num salão tempo demais a namorar as cortinas ou a olhar para as moscas. É cha-to e escusado, mas perfeitamente evitável. Basta que se combinem as coisas a tempo e horas. Para isso, tal como o povo diz, o remédio já é antigo e não custa nada: a fa-lar é que a gente se entende. Francamente, para quem dança, canta e entôa tão bem, falar custará porventura alguma coisa?Pois, então, falem e entendam-se antes de recomeçarem com os ensaios. Acho que é do interesse geral.

Rescaldo Oportuno

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8 1 de Março de 2010COLABORAÇÃO

Radiocirurgia: maior esperan-ça de VIDA?

No dia 2 de Março pró-ximo, vou ser sub-metido a uma forma nova de tratamento

em virtude do aparecimento de mais dois cancros no cérebro - um relativamente pequeno ain-da e outro já com 2 cm.Foi algo completamente inespe-rado, pelo menos para mim, e que me deixou bastante dececio-nado e desanimado, na medida em que tenho reagido de forma muita posi-tiva aos tratamentos, tudo indicando que a doença estava dor-mente e/ou estável nos pulmões, estômado e cérebro.Fomos de facto todos apanhados de surpre-sa, e foi preciso que eu, à falta do resulta-do do TAC (tomogra-fia computadorizada) que me tiraram à ca-beça em Novembro de 2009, ti-vesse perguntado por ele a uma pessoa amiga que trabalha na unidade hospitalar onde estou a ser tratado.Na próxima vez que me encon-trei com a minha oncologista, o meu filho chamou à atenção para tal contrariedade e lapso. A médica consultou prontamen-te o computador; logo ficando a saber que realmente tinha havi-do uma alteração, para pior, no meu estado de saúde, evolução essa comparada entre o referido TAC de Novembro e o do mês de Maio anterior.Verdade se diga, logo a médica me falou do novo tratamento actual, Radiocirurgia, para tal

me referindo a um especialista daquela nova tecnologia. Acto contínuo, foi logo agendado um exame IRM (imagem de resso-nância magnética), que confir-mou a existência das referidas células cancerosas. Depois, nova consulta no departamento de Radioterapia, onde me fizeram um molde à cabeça, para asse-gurar que fique completamente imobilizada enquanto estiver na

mesa a receber o tratamento, no Hospital Notre-Dame, de Mon-treal.Estive, pois, cerca de três meses com a doença em progressão, sem que ninguém soubesse ou desconfiasse, porque realmente houve negligência ou omissão na leitura do resultado encon-trado no dito TAC.

É por essa e por outras que costumo dizer que a ciência poderá estar cada vez mais adian-

tada, que tenhamos muita fé e coragem, mas que um pouco de sorte nunca fez mal a ninguém.Pensando bem, realmente tenho andado desde há alguns meses

com a falta de equilíbrio, mas nunca atribuí tal facto a qual-quer coisa de anormal que es-tivesse a acontecer. A médica também nunca se pronunciou a esse aspecto, pois tal como eu, terá erróneamenete assumido que era devido aos efeitos do tratamento quimioterapêutico.Dessa nova tecnologia, a Radio-cirurgia, nasceu o robô que me vai agora tratar, de nome “Cy-

berKnife”, ou faca (bis-turi) cibernética, de que o Centro Hospitalar da Universidade de Mon-treal foi o primeiro no Canadá a adquiri-lo.Quanto à Rádiocirurgia (vi há dias esse nome ilustrado na fachada de um departamento do Hospital do Funchal, Madeira), é a tecnologia inovadora presentemen-te usada no tratamento de uma variedade de te-

cidos humanos, desde a pele até às células mais interiores, numa operação em que são usadas ondas radiofónicas em vez do bisturi.A vantagem desta forma de tra-tamento para o utente, é, entre várias, a de que, por exemplo, as ondas de baixa temperatura usadas com a radiocirurgia, não queimarem os tecidos como su-cede com o tratamento à base de electrocirurgia.A ver vamos, pois nada mais me resta do que experimentar tudo o que me puserem pela frente. E se posso ser um pouco irónico, veremos quem é mais teimoso!

Crónica de Montreal

Antonio [email protected]

RAUL A. DE MEDEIROS

Segunda-feira passada, dia 15 de Fevereiro, de-vido a complicações pós-cirúrgicas, faleceu no Hospital do Espírito Santo, em Ponta Delgada, Raul Alberto Tavares de Medeiros, de 65 anos, antigo gerente da seccão peças & acessórios da Empresa Varela, e pessoa geralmente muito es-timada em São Roque, na sua terra natal. Era casado com Leonilde Amaral-Medeiros, domés-tica, pai de Mário João de Medeiros, advogado em Ponta Delgada, e Pedro Medeiros, gerente industrial em Lisboa. Era também irmão de João-Luís de Medeiros, José M. Medeiros (am-bos imigrantes nos USA) e ainda Mário Jorge de Medeiros, residente nos Arrifes.

Tribuna Portuguesa envia condolências a toda a familia enlutada, muito em especial ao nosso amigo e colaborador João-Luís de Medeiros.

Falecimentos

Grupo Folclórico Tempos de Outrora

16° Aniversário

SOPASSociety of Portuguese-American StudentsTulare Union, Tulare Western & Mission Oak High Schools755 East Tulare AveTulare, Califórnia--93274

A associação estudantil SOPAS das escolas secundárias Tulare Union, Tulare Western e Mission Oaks High Schools promoverá, no Domingo, 7 de Março de 2010 (o dia que marca o fim da semana nacional para o ensino de línguas estrangeiras) o seu Nono anual pequeno almoço - Portuguese-American Style Country Breakfast. Este evento ocorrerá entre as oito da manhã e o meio-dia. A ementa constará de ovos mexidos, pancakes, linguiça frita, feijão guisado, café, leite e sumo de laranja. O preço para este evento é de apenas 7 dólares para adultos e 5 dólares para crianças com menos de 12 anos. A refeição será preparada pelos pais dos alunos desta Associação, e os próprios jovens membros, no refeitório da escola Tulare Union. Para a compra de bilhetes, ou mais informações, podem ligar para o professor encarregado, Diniz Borges através do (559) 686-7611. Po-dem ainda comprar os seus bilhetes através dos estudantes membros da associação SOPAS nas escolas secundárias Tulare Union , Tulare Western e Mission Oak. Entre as 3 escolas a cidade de Tulare tem cerca de 320 alunos inscritos nos cursos de língua e cultura portu-guesas dos quais cerca de 95 são membros do SOPAS. Não haverá bilhetes à porta. Podem tomar a refeição no refeitório da escola Tulare Union ou podem levar o pequeno-almoço para casa.

Gratos pela divulgação

Diniz [email protected]

Luís Rebelo, presidente na Tulare UnionVictória Simas, presidente na Tulare WesternSerena Silva, presidente na Mission Oak

MANUEL DUARTE SILVEIRA

Faleceu no Hospital Ema-nuel Medical Center, em Turlock, no dia 11 de Fe-vereiro, Manuel Duarte Silveira Jr. (Manuel Juca). Era natural dos Cedros onde tinha nascido a 14 de Agosto de 1943. Seus pais, já falecidos, eram Manuel e Maria Silveira.Emigrou com a família em 1959. Nos primeiros cinco anos trabalharam para seus primos Frank e Maria Brindeiro. Em 1965 a familia Silveira comprou o seu próprio rancho no Faith Home Road, em Turlock.Em 1970 Manuel Duarte casou com o amor da sua vida, Lucy Maria Toste. Em 1972 compraram terra em Hilmar e aí viveram toda a vida.Além da sua esposa Lucy, deixa de luto seu filho Manuel Silveira III, filha AnnaMaria Silveira, neto Xavier Manuel Silveira, além de seus irmãos Joe Sil-veira, de Hilmar, Mário Silveira, de Hanford, Tony Silveira, de Hilmar.Condolências a toda a família. Paz à sua alma.

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9COLABORAÇÃO

Falar sobre o carnaval do Brasil seria repetir o que a maioria já sabe, uma vez que, para quase todo

mundo, nosso país está ligado a essa festa - assim como o futebol - e muito se tem dito a respeito. Entretanto, quando num piscar de olhos, um português torna-se a personalidade número um do carnaval do Rio de Janeiro, aí sim, tem-se que “dar a Cesar o que é de Cesar”! A “Escola de Samba Unidos da Tijuca”, presidida pelo português Fernando Horta e tendo, atual-mente, Paulo de Barros como carnavalesco, fez por merecer o título de campeã de 2010. Foi uma belíssima e surpreendente apresentação, como poucas vezes se viu. Não são palavras minhas - sou leiga – que julgo o que vi só esteticamente e, sim, afirmações de comentaristas especializados, que dizem ter sido este desfile um novo marco na história dos car-navais. Falam mais: que de ago-ra em diante, muita coisa deve mudar, assim como no final dos anos 70, quando o carnavalesco Joãozinho Trinta, com sua inven-tividade, revolucionou os desfiles das Escolas de Samba. Do princípio ao fim, tudo foi per-feito. A “comissão de frente” deu um verdadeiro “show de mágica” ao mostrar seus participantes com diferentes fantasias, troca-das diversas vezes, ali, em pleno sambódromo, deixando curiosos e atônitos os milhares de olhos voltados para aquele espetáculo diferente e deslumbrante, com cenas jamais vistas - e com tal precisão - num desfile de carna-val, que levantou o público da Marquês de Sapucaí, com o grito de “è campeã”! Vibrante, com uma bateria afi-nadíssima, uma Rainha nota 10, alegorias impactantes e alas com coreografias muito bem desen-volvidas, a “Unidos da Tijuca”, fundada em 1931, terceira Escola

mais antiga do Brasil, depois de um jejum de 74 anos, torna-se a campeã do carnaval carioca pela segunda vez e de quebra leva o Estandarte de Ouro como a me-lhor de 2010. Sagrou-se campeã, pela primeira vez, em 1934.Mas, como se explica a presen-ça de um emigrante português à frente de uma Escola de Samba? Segundo o próprio José Fernando Horta de Souza Vieira, foi uma relação de amor e reconhecimen-to à comunidade tijucana que o recebeu de braços abertos quan-do, há muitos anos, jovem ainda, abriu o seu próprio negócio no ramo de cristais e inaugurou sua primeira loja no bairro da Tijuca. Formava-se, assim, sua estreita ligação com os tijucanos. Nascido na localidade de Lixa, região do Alto D’Ouro, Portugal, Fernando Horta veio para o Bra-sil aos 12 anos, na companhia dos pais. Cresceu nas imediações da Lapa, bairro boêmio do Rio de Janeiro e conta que desde cedo freqüentou as quadras das Es-colas de Samba. Muito festeiro, explica, integrou-se rapidamente aos costumes brasileiros e, entre um chope e um sambinha, foi

Um Português, o “Rei do Carnaval” no Rio

aprendendo o jeito carioca de viver. Seu primeiro con-tato com a “Uni-dos da Tijuca” aconteceu há 27 anos quando re-cusou convite do então presidente – seu funcionário - para assumir a presidência da Es-cola, mas passou a ajudá-la finan-ceiramente. Anos mais tarde, quando foi rebaixada para o segundo grupo e a comunidade lhe apresentou um abaixo-assinado com mais de 17 mil assinaturas

pedindo-lhe que assumisse a pre-sidência, decidiu aceitar o posto que lhe ofereciam e seu trabalho

e da sua equipe garantiu à Esco-la o retorno ao grupo da elite do carnaval carioca. Desde então tem se dedicado a agremiação e não mede esforços para que o seu carnaval seja, a cada ano, melhor e mais competitivo. Pelo menos seis carnavais, sob sua orienta-ção, tiveram inspiração lusa e fez Portugal brilhar no sambódro-mo.A “Unidos da Tijuca” orgulha-se de ter em sua Escola pessoas de todos os níveis sociais e se de-nomina a única representante da colônia portuguesa no carnaval carioca. Deduz-se, conforme es-tatísticas, que pelo menos metade dos componentes e torcedores da Escola é composta de portugue-ses e seus descendentes, inclusi-ve sua diretoria. Como a Escola não tem e não conta com a ajuda financeira da figura de um “Pa-trono”, os comerciantes do bairro – na sua grande maioria lusitanos

- são os colaboradores financei-ros da Escola, que se alegra, ain-da, em fazer a integração entre brasileiros e portugueses, que se misturam entre seus quase 4000 participantes, sem distinção de cor, idade, cultura ou religião.Ao festejar o título conquistado pela Escola, como campeã do carnaval carioca de 2010, Fernan-do Horta foi aclamado por mais de quatro mil pessoas que esta-vam na quadra e emocionado, ao erguer a taça, disse que “ É difí-cil explicar essa emoção. Estava frustrado comigo mesmo. Estava devendo isso pra minha comuni-dade. Estou de alma lavada”.

Dados: http://unidosdatijuca.com.br

Sabor Tropical

Elen de [email protected]

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10 1 de Março de 2010COLABORAÇÃO

A hipocrisia anda à solta...Reflexos do Dia–a–Dia

Diniz [email protected]

O mundo político de Washington está cada vez mais partidário e cada vez mais ino-

peracional. É o que nos dizem, diariamente, os políticos ligados ao Partido Republicano e alguns dos seus acólitos na comunica-ção social, desde o megafone dos conservadores, a Fox News, aos “tradicionais” órgãos da comuni-cação social, como a CNN. Nem que os Democratas não tivessem sido os vencedores das eleições legislativas e presidências em 2008. Nem que as sondagens nacionais não indicassem que a maioria dos cidadãos apela mais e melhor governação e menos obstrução pela parte da oposição. Porém, sem pisca de vergonha, as forças mais reaccionárias do mo-vimento conservador americano atravancam, sistematicamente, toda e qualquer peça legislativa significante apresentada pelos Democratas nas câmaras legisla-tivas e, hipocritamente, semeiam na comunicação social america-na uma amalgama de embusti-ces que têm por objectivo, ainda mais uma vez, espalhar o pavor, a perturbação e a confusão do elei-torado, que por seu turno acaba por votar contra os seus próprios interesses económicos.Recentemente, o antigo Speaker (presidente da câmara) da Câma-

ra dos Representantes, e líder da “revolução conservadora” que em 1994 extraiu a maioria aos Democratas no Congresso, Newt Gingrich, num artigo de opinião escrito em parceria com John Goodman, presidente do institu-to conservador National Center for Policy Analysis, alertou para o facto de que a reforma legisla-tiva sobre a saúde nacional (que está como se sabe em compasso de espera no Congresso) contem reduções (diminuições em despe-sas desnecessárias) no plano de saúde para a terceira idade, o Me-dicare, na ordem dos 500 biliões de dólares. O que para o antigo líder do movimento conservador, e aspirante à presidência dos Es-tados Unidos, é um assalto aos mais idosos da nossa sociedade. A afirmação de Gingrich tem sido repetida ad nauseam por ou-tros conservadores como forma de mais uma vez assarapantar o cidadão comum. E o mais curio-so é que os esforços do Partido Republicano, o partido qu nunca viu um programa social que gos-tasse, têm, em termos de política efémera, sido frutíferos.É impressionante como os Repu-blicanos, que desde a era de Ro-nald Reagan, na década de 1980, têm tido como prioridade princi-pal aniquilar o Medicare e o So-cial Security (o sistema de saúde e as reformas estatais para a ter-ceira idade) apresentam-se como

os resgatadores destes sistemas, os mesmo que afirmam ser, des-truidores das liberdades america-nas. É a hipocrisia no seu mais requintado aparato! Será que os cidadãos americanos já se esque-ceram que em 1995 o próprio Gingrich tentou desmantelar o Medicare, ao ponto de fechar toda a actividade do governo federal como tentativa para forçar o en-tão presidente Bill Clinton a acei-tar as reduções propostas pelos conservadores? As quais seriam, indubitavelmente, o principio do fim dos planos nacionais de saúde e reformas publicas para os ame-ricanos mais idosos. Que somos de memória curta já o sabemos, mas não estar ciente das medidas destrutivas dos republicanos, que incluem a tentativa de privatizar o Social Security durante a admi-nistração de George W. Bush, é, simplesmente, não ter memória.

E é precisamente o que acontece com ainda ou-tra acção fingidora dos Republicanos. É que

enquanto promovem comícios, discursos, debates e sessões pú-blicas para destruir a tentativa do presidente Barack Obama de transformar o sistema de saúde nos Estados Unidos num proces-so mais abrangente e muito mais equitativo, os líderes do Partido Republicano, alimentam, à boca do cenário, os papões duma le-

gislação que retirará direitos e serviços aos mais idosos, en-quanto que na retaguarda, nos bastidores, apresentam legislação alternativa que destruirá toda e qualquer rede de segurança para os mais idosos e para os mais vulneráveis desta sociedade. Como exemplo poder-se-á citar o “Roadmap for America’s Future” (Mapa para o Futuro da Améri-ca) recentemente anunciado pelo legislador Paul Ryan. O plano deste legislador conservador re-sume-se a alimentar os fracassos económicos da administração de George W. Bush, incluindo o pla-no que há cinco anos Bush tentou vender à nação: a privatização do sistema nacional das reformas. Um verdadeiro galardão para a alta finança. Felizmente, o povo americano compreendeu que, ainda mais uma vez, os Republi-canos queriam vender-nos gato por lebre. O plano do congressis-ta Ryan passa por dar senhas aos utentes do Medicare, com fundos governamentais, para compra-rem o que o Medicare fornece, às grande seguradoras. Aliás, a visão e o plano do congressista Ryan, estão repletos de rebuça-dos para o sector privado à custa do sector publico. Conclui-se, sem o mínimo esfor-ço, que a cruzada do Partido Re-publicano contra a reestruturação da saúde pública nos EUA tem

sido um dos processos mais hi-pócritas dos últimos tempos. É nauseante ver-se os políticos que querem privatizar todos os pro-gramas sociais do governo fede-ral embrulhados na duplicidade de os defenderem. Espero que o cidadão comum não alinhe. Mais, espero que os Democratas tenham a audácia e a pertinácia para combater mais esta batalha repulsiva. Se não o fizerem per-derão as próximas eleições. Por-que se é certo que a propaganda dos conservadores é extrema-mente bem orquestrada e por vezes sem escrúpulos ou qual-quer respeito pela verdade, não é menos certo que, e utilizando um provérbio popular america-no, fugindo para as montanhas, não vai trazer qualquer benefício ao Partido Democrático. Como disse o presidente Barack Obama no discurso “O Estado da União”, este não é o momento para se desistir das nossas aspi-rações e do nosso trabalho em prol de uma América mais equi-tativa.Há que trabalhar e avançar a luta perpétua para se demolir os con-tínuos, e cada vez mais disfarça-dos, artifícios dos conservado-res. A América não precisa, nem merece, esta hipocrisia.

LUSO AMERICAN 2013 CONVENTION COMMITTEE

REALIZA FESTA DE ANGARIAÇÃO DE FUNDOS, NO SÁBADO, DIA 6 DE MARÇO NO MPPA PORTUGUESE HALL EM MODESTO E COM O SEGUINTE PROGRAMA: 6.00 HORAS DA TARDE, HORA SOCIAL.

7.00 HORAS: JANTAR DE SOPA E COZIDO PREPARA-DO PELO SR. MANUEL BORGES E SEUS RESPECTIVOS ACOMPANHAMENTOS, VINHOS E REFRESCOS.

DEPOIS DO JANTAR, LEILÃO (AUCTION) E BAILE COM O DJ TEIXEIRA.

PREÇO DE ENTRADA, ADULTOS $20.00, CRIANCAS $10.00 E HAVERÁ BILHETES À VENDA À PORTA.

PARA COMPRA DE BILHETES E OUTRAS INFORMAÇÕES TELEFONAR PARA:

PAULO MATOS 209-603-8619, MANTECADOMINIC BARROSO 209-652-6422, MERCEDTONY MEIRINHO 209-652-4785, MODESTOMANUEL SILVA 209-668-1587, TURLOCK

COMUNICADO

O Consulado Geral de Portugal em San Francisco apresenta osseus melhorores cumprimentos aos Orgãos de Comunicação Social e tem a honra de informar que decorrerá em Portel de 10 a 15 de Maio de 2010, a 7ª edição do Concurso Nacional Escolar - VIII Festival de Cinema “O Castelo de Imagens”.Para mais informações os interessados podem contactar o Con-sulado Geral de Portugal em San Francisco, da Segunda a Sexta -feira, das 9 da manhã as 2 da tarde, pelo telefone (415) 346-3400 ou fax (415) 346-1440 ou aceder à página [email protected].

San Francisco, California, aos 18 de Fevereiro de 2010

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11COLABORAÇÃO

Nem todas as notícias da agropecuária são negativas, os promotores dos produtos do leite da California estão introduzindo os ingredientes do mesmo na indústria de panificação Asiática

No passado Outono “California Milk Advisory Board” promoveu uma série de eventos com a fina-lidade de exportar produtos do leite da California e introduzi-los numa série de mercados na in-dustria de panificação Asiática.Para promover a qualidade dos ingredientes derivados do leite e seus benefícios no fabrico de pão e outros produtos das pada-rias (CMAB) preparou uma série de sessões de treino e recessões comerciais em seis importante cidades, com a finalidade de cha-mar a atenção dos comerciantes e consumidores da grande varie-dade e qualidade dos produtos e ingredientes do leite produzidos pela industria de lacticinios daCalifornia.Segundo os promotores, estas ac-tividades tiveram um sucesso tre-mendo em chamar a atenção para o mercado da California como fornecedor destes produtos para a Ásia com mercados importantes e em crescimento tais como, Chi-na, Indonesia, Filipinas,Tailândia e Vietname.Embora as exportações da Cali-fornia e Estados Unidos em ge-

ral para a Asia tenham crescido significantemente nos anos mais recentes. Estamos ainda muito aquém da Australia e Nova Ze-landia em termos de mercado e identificação dos productos. Pro-gramas como este podem real-mente demonstrar a viabilidade e qualidade como alternativa a es-tes fornecedores pelos produtores da California.Espera-se que o consumo de pro-dutos de leite na Ásia continuará a aumentar depois de uma curta paragem económica, por exem-plo, a indústria de panificação tem crescido significativamente nos anos mais recentes, e espera-se que continuará no futuro e nós devemos informar o comércio destes países de que a California é um enor-me produtor de leite que produz produtos de qualidade que po-dem ajudar ao suces-so nos seus próprios negócios.Depois de experi-mentarmos um dos piores anos econó-micos na indústria de lacticínios, os produ-tores de leite de toda a Nação receberam outro grande ataque ético quando a ABC News e ABC Ni-ghtline, resolveram publicar vídeos clan-

destinos de uma exploração em New York, que não representam a indústria em geral, mas sim um produtor apenas, que por sinal demonstrou falta de responsabili-dade, em geral os produtores de leite sao cumpridores dos seus deveres e amam os seus animais. Publicar qualquer coisa diferen-te não é justo, e é apenas usado por grupos controversiais para se promoverem a si próprios.

Temas de Agropecuária

Egídio [email protected]

Sabores da VidaQuinzenalmente convidaremos uma pessoa a dar-nos a receita do seu prato favorito, com uma condição - que saibam cozinhá-lo.

A nossa convidada nesta quinzena é Deborah Vale Stone, residente em San José, California.

Arroz com Linguiça e Espargos

Ingredientes

1/4 colher de chá de pimenta branca, 3 copos de água, 2 copos de caldo de galinha "chicken broth", 3 colheres de sopa de manteiga ou margarina (dividida), 2 toros de linguiça, normal ou picante, depende do gosto da pessoa, cortada às rodelas, 1 libra de espar-gos frescos cortados em diagonal do tamanho de 1", 1/2 meio copo de cebola picada, 1 copo de arroz "Arborio", 1/4 copo de queijo ralado "Parmesan", 1/2 colher de chá de sal, 1/2 copo de natas.Mistura-se a água com o "chicken broth" num tacho e vai ao lume. Assim que ferver apaga-se o fogão. Num tacho maior, derrete-se 2 colheres de sopa de manteiga em lume brando, junta-se os espar-gos e coze até ficarem tenros, mas não cozidos demais. Tiram-se para fora e põem-se de lado. Usa-se o mesmo tacho para refogar a cebola e linguiça com 1 colher de sopa de manteiga. Junta-se o arroz e mexe-se por 2 ou 3 minutos, adiciona-se 1 copo da mistura da àgua com o "chicken broth", até este ter sido absorvido. Coze destapado, mexendo-se com frequência, continua-se a mexer e assim que fica mais ou menos seco, junta-se mais outro copo do líquido, e vai-se juntando 1 copo do caldo de cada vez. Leva apro-ximadamente 25 a 30 minutos até o arroz estar cozido. Depois do arroz cozido, juntam-se os espargos, natas, queijo, sal e pimenta. Mexe-se até a mistura ficar como um creme, por cerca de 2 a 3 minutos.Serve-se imediatamente. Bom apetite.

Bem-vindos a San Jose Gastroenterology (SJGI)Agradecemos a oportunidade de oferecer os melhores cuidados médicos em Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva.

Dois escritórios para o servir em San JoseMONTPELIER OFFICE: 2340 Montpelier Dr., Suite AO'CONNOR OFFICE: 231 O'Connor Dr.

Telefone: (408) 347-9001

SJGI tem o prazer de apresentar

Eduardo daSilveira, M.D.Diplomado em Gastroenterologia.Especialista em Doenças do Fígado e do Aparelho Digestivo.

O Dr. Eduardo da Silveirafala múltiplas línguas incluindo o Português, Inglês, Espanhol e Francês.

Podem ser boas notícias para a agropecuária

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12 1 de Março de 2010COMUNIDADE

O livro Bodas de Ouro dos Cur-sos Entrados na Escola do Exército em 1956, editado pela Academia Militar em 2006 e

coordenado pelo Coronel Alberto Ribeiro Soares, contém um vasto somatório de in-formações sobre essa instituição (1) e por-menorizados verbetes biográficos de cada um dos cadetes em 1956 admitidos e a sua posterior carreira militar.Todos estes dados permitem extrapolar preciosas conclusões sobre o cunho assu-mido pelos escalões mais altos do Exército Português desde a segunda metade do sé-culo XX.A admissão ao 1º ano dos cursos das ar-mas de Infantaria, Cavalaria, Artilharia e Engenharia da então denominada Escola do Exército estava condicionada por um bom aproveitamento no Curso Geral Pre-paratório, (2) com a duração de um ano, realizado em precárias condições de con-forto no Aquartelamento da Amadora (3) e extremamente rigoroso quanto à prepara-ção física e ao nível académico. Os futuros oficiais do Serviço de Adminis-tração Militar entravam directamente para a Escola, após haverem concluído pelo me-nos dois anos de estudos de Contabilidade e Administração no Instituto Profissional dos Pupilos do Exército de Terra e Mar (4) ou num Instituto Comercial.Os cadetes admitidos no CGP, que incluía candidatos para os três ramos das Forças Armadas, haviam sido aprovados nos exames finais do 7º ano do ensino liceal, neste ano completados por doze deles no Colégio Militar. (5) Não recebiam soldo e deviam adquirir por conta própria os seus uniformes e um “enxoval” composto por um baú, um colchão, três ou quatro mudas de roupa de cama e um talher.O programa escolar consistia nas cadeiras de Formação Militar Básica, Matemáticas Gerais, Física Geral, Geometria Descritiva e Desenho Rigoroso. Dos 253 candidatos ao CGP, apenas 164 conseguiram admis-são, entre eles dois oficiais e três sargentos da Força Aérea e um furriel do Exército. Desses 164 dois desistiram e quatro foram eliminados por falta de aproveitamento. No exame final 44 reprovaram, o que re-presentou uma perda total de 50, ou seja 30,5 % do contingente inicial. Dos 114 res-tantes, oito foram transferidos para a Es-cola Naval, 13 incorporaram-se na Força Aérea e 93 ingressaram no 1º ano da Esco-la do Exército. Dos 32 candidatos ao curso de Adminis-tração Militar só quatro não eram oriundos do Instituto dos Pupilos do Exército. Os restantes haviam completado nessa insti-tuição pelo menos o 2º ano do programa de Contabilidade e Administração, enquanto que outros tinham obtido um bacharelato nessa matéria. Esta preparação justificava a dispensa da frequência do CGP. Estra-nhamente, Bodas de Ouro apenas propor-ciona escassíssimas referências à vida aca-démica após o ingresso na Escola.Uma análise dos dados biográficos relata-dos ao longo destas páginas ilustra o pro-cesso de alargamento social do oficialato militar então já em curso, que iria culmi-nar após o início das guerras do Ultramar.Recorde-se que em épocas anteriores os oficiais do Exército provinham em geral de classes abastadas e mesmo da aristo-cracia. Muitos eram membros de famílias de longa tradição militar, Com o decorrer dos anos as exigências da mobilização ate-nuaram em alto grau a situação.No caso presente, Bodas de Ouro revela que os cadetes admitidos em 1956 na Esco-

la do Exército eram maiormente oriundos de pequenas freguesias do Norte ao Sul do País ou, em muito menor número, de uma capital de distrito, além de um punhado vindo das Ilhas Adjacentes, da África Por-tuguesa, Estado da Índia e Macau.Das principais manchas populacionais portuguesas, Lisboa, Porto e respectivas zonas suburbanas chegaram 39 cadetes. Na base dos dados fornecidos por alguns, poderia talvez deduzir-se que as suas fa-mílias habitavam bairros de classe média (entre os da Grande Lisboa um, contudo, havia nascido nas imediações do Chiado e outro no Monte Estoril) ou em subúrbios algo modestos. Ainda outro, surpreenden-temente, provinha do não muito respeitável Bairro Alto. Vários deles indicaram como naturalidade a freguesia de S. Sebastião da Pedreira, o que faz pressupor uma residên-cia nas razoavelmente prósperas Avenidas Novas lisboetas. Também pelo que alguns destes divulgaram, os pais inseriam-se num nível social relativamente alto, como um general, um coronel e dois advogados.Na totalidade, julgando pelos seus apeli-dos, 29 parece terem pertencido a baixas camadas sociais e cinco a famílias de mais alto coturno. Os apelidos dos restantes, muitos bastante comuns, como Silva, Fer-reira, Santos ou Costa, não permitiam uma significativa avaliação.Pelo que se pode deduzir das profissões dos pais, quando indicadas nos verbetes biográficos do livro, a maior parte era oriundo de uma baixa classe média:Sargentos das forças armadas ou militari-zadas 12 (6)Oficiais do Exército 8Professores primários 6 Funcionários públicos, bancários 6Bacharéis ou licenciados em Direito, jui-zes, advogados 5Praças ou agentes das forças militarizadas 4Professores liceais 4Comerciantes 4Industriais 3 (7)Proprietários 2Artesãos 2Agricultores 2Empreiteiro da construção civil 1

Desta contagem não é surpre-endente verificar que cerca de 40% dos cadetes referidos proviessem de famílias com

afinidades militares, ainda que não neces-sariamente a nível superior. Por outro lado teria decerto sido inaudito, décadas atrás, que um agente da PSP ou um guarda fis-cal pudessem aspirar a um filho oficial de carreira.Uma vez promovidos a alferes no verão de 1960, os cadetes de 1956 viram–se con-frontados, uns seis meses depois, com o eclodir da guerra em Angola e um pouco mais tarde com a invasão dos territórios da chamada Índia Portuguesa. Com a ex-cepção de um, todos foram mobilizados para o Ultramar. Em idêntica situação en-contraram-se quase todos os 39 ex-colegas reprovados ou desistentes, agora oficiais milicianos.Dos egressados da Academia um oficial piloto-aviador morreu ao fim de uma mis-são quando pretendia aterrar na sua base. Outros 13 oficiais sofreram ferimentos ou doenças graves, incluindo um que pisou uma mina em Angola e perdeu 95% da sua visão. 16 sofreram meses de cativeiro como prisioneiros de guerra em Goa. (8)Um caso dissonante, ocorrido em 1963,

foi o de um tenente piloto-aviador que no seu avião desertou para a Tanzânia (o li-vro menciona diplomaticamente apenas que “saiu para o estrangeiro”). Após a in-dependência de Moçambique assumiu o comando da Força Aérea do novo país e atingiu o posto de Major-General. Treze anos de guerra passaram. Em 2006 36 doa antigos cadetes já haviam falecido. De um modo geral todos os adolescentes inscritos no CGP da Amadora vieram a alcançar considerável êxito na sua vida. Assim, deste curso viriam a emergir 19 generais, 74 coronéis, 18 tenentes-coronéis e 15 oficiais abaixo destes postos.Os que optaram pela vida civil também ob-tiveram consideráveis êxitos ao nível pro-fissional. Entre os que após o 25 de Abril enveredaram pela política contaram-se um deputado, um subsecretário de estado e quatro ministros.Todos fizeram História, já que constituí-ram a primeira geração de oficiais do Qua-dro Permanente a entrar em missões de combate desde 1918. Representaram tam-bém uma das últimas classes demonstran-do o forte interesse de numerosos jovens por uma vida militar, posto que é conheci-do que pouco depois do lnício das guerras coloniais a Academia experimentou enor-me dificuldade no recrutamento de alunos, tendo chegado ao ponto de haver lançado apelos televisivos para inscrições. (9)Bodas de Ouro dos Cursos Entrados na Es-cola do Exército em 1956 não é pois mais um livro comemorativo de um determina-do evento, de interesse particular para os seus participantes. Muito mais do que isso, oferece valiosas pistas para uma análise da evolução do corpo de oficiais do Exército Português no sentido da sua democratiza-ção e, por consequência, de uma emblemá-tica fase da história moderna do País.

NOTAS

(1) Embora precedida desde o século XVII por várias academias de preparação mili-tar, a primeira instituição a ser criada em Portugal especificamente para formar o oficialato de terra foi a Escola do Exérci-to, de 1837, que contudo, através dos anos, se designou de vários modos: Escola de Guerra em 1911, Escola Militar em 1918, de novo Escola do Exército em 1927 e por fim Academia Militar em 1959, nome que mantém até hoje. (2) O curso de 1956-1957 era o nono a ser realizado. Anteriormente exigia-se aos fu-turos cadetes um ciclo preparatório de Ma-temática, Física e Química a ser efectuado numa Faculdade de Ciências,(3) A sede da Escola do Exército locali-zava-se em Lisboa, no chamado Paço da Rainha. O nome do edifício deve-se ao facto de para aí ter ido viver D. Catarina de Bragança, esposa do Rei Carlos II de Inglaterra, após o falecimento deste,

(4) O Instituto Profissional dos Pupilos do Exército de Terra e Mar (hoje denominado Instituto Militar dos Pupilos do Exército e aberto aos dois sexos) foi criado em 1911 como um internato destinado a propor-cionar instrução técnica e militar a jovens do sexo masculino filhos de militares e de civis.(5) O Colégio Militar teve a sua origem no Colégio da Feitoria, criado em Oeiras no ano de 1803 para a educação dos filhos dos oficiais do Regimento de Artilharia de Costa, aquartelado nessa localidade. Com o nome de Real Colégio Militar foi trans-ferido em 1814 para a zona da Luz, em Lis-boa, onde ainda hoje funciona.Pelos fins da década de 1950 oferecia as aulas do ensino liceal até ao 7º ano. De cunho consideravelmente elitista, contras-tava com o Instituto dos Pupilos do Exérci-to, vocacionado para o ensino técnico pro-fissional aos níveis secundário e médio.(6) Nesta categoria, num critério algo ar-bitrário, inclui-se os apenas mencionados como “militares”.(7) Posto que os designados como “co-merciantes” ou “industriais” provinham predominantemente de zonas rurais, a me-ados do século passado ainda pouco de-senvolvidas, seria talvez plausível pensar em lojistas ou donos de pequenas oficinas.(8) O livro não menciona se ao seu regres-so foram punidos, como ocorrera com bastantes dos seus camaradas. Recorde-se que Salazar havia exigido nas vésperas da invasão que só houvesse “soldados e ma-rinheiros vencedores ou mortos” e que se sentiu fundamente indignado quando a sua determinação não foi obedecida.(9) No período anterior ao início da guer-ra em África a Academia Militar admitia uma média anual de cerca de 200 cadetes. Em 1961 e 1962 as admissões aumenta-ram respectivamente para 257 e 266 mas a partir de 1963 os números começaram a decair vertiginosamente atingindo 88 em 1973, 81 em 1972, 74 em 1970 e apenas 36 em 1969.Após o restabelecimento da paz voltou a ser atraente o acesso a uma carreira militar. Em 2009 1 714 candidatos concorreram às 136 vagas anunciadas pela Academia.

Minha Língua Minha Pátria

Eduardo Mayone [email protected]

Aqueles Cadetes de 1956

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14 1 de Março de 2010PATROCINADORES

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15 COMUNIDADE

Carnaval 2010 cada vez melhor

Bailinho do Velho Carnaval de Tulare

Bailinhos de Newark

Comédia de Gustine - "Uma Viagem ao Canadá" de José Ribeiro

Bailinho de N.Sa. da Assunção, Turlock - "Quando o Amor é mais forte" de Daniel Arruda

Grupo de N.Sa. da Assunção, Turlock - "Quando o Amor é mais forte" de Daniel Arruda, tendo como mestras: Melanie Oliveira e Virgínia Pereira. Até o nosso Jornal entrou no Carnaval, o que é um bom sinal

Máscaras feias num Carnaval friorento e chuvoso

O Carnaval da California está bem e recomenda-se. Cada ano que passa melhor estamos. Basta ver as centenas de jovens que aderem a este evento teatral e musical, além dos milhares de pessoas que enchem os nossos Salões do Norte ao Sul da California. É um fenómeno incrível que polariza milhares de pessoas e cada ano com melhores actores e melhores músicos. Também se nota uma melhoria nos as-suntos tratados e só é pena que não tenhamos mais autores residentes na California, que pudessem exprimir em assun-tos carnavalescos muitas situações da nossa comunidade.

Um dia será...

FOTOS de Jorge Ávila “Yaúca”

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16 1 de Março de 2010COMUNIDADE

Bailinho do Sporting Clube Lusitânia de Toronto, Canadá

Bailinho da Banda Portuguesa de San José - "Capítulo de Freiras" de Daniel Arruda

Bailinho da Casa dos Açores de Hilmar. Mestra: Doriza Teixeira

Bailinho do Chino de Margarida Gomes e amigos

Bailinho do Grupo Carnavalesco do Chino - "A Visita do Presidente" de José Fernandes Andrade

Bailinho do Chino (Margarida Gomes)

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17COMUNIDADE

Bailinho do Grupo Alma Açoriana do Vale de San Joaquin - "Manolito em Acção" de

Hélio Costa. Mestres: Tabitha e Kevin Alves

2º Bailinho do Velho Carnaval de Tulare

Bailinho do Portuguese Athletic Club, de San José - "Agora estamos em crise" de João Costa. Mestra: Leslie Pavão

Bailinho do Grupo de Newark

2º Bailinho do Velho Carnaval de Tulare

Salão e Cozinha de Nossa Senhora da Assunção em Turlock - dizem que as suas filhoses são das melhores da California

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18 1 de Março de 2010COMUNIDADE

Quando é que começou a construir lan-chas da baleia?

As primeiras lanchas que eu me lembro de construir era eu ainda uma criança com 6 ou 7 anos. Uma tábua cortada com uma ponta bicuda e outra quadrada pregada em cima com um prego para fazer a cabine. Brincava na areia, quando o Varadouro ainda tinha uma praia. Já aqui nos Estados Unidos quando era rapaz, fiz muitos bar-cos e navios de “kit” em plástico. Tinha 26 anos quando comecei a dedicar-me ao tipo de lanchas que faço agora. Em 1982 fui de passeio aos Açores, dei a volta ao Pico um dia, só à procura das lanchas baleeiras antigas, mas as que en-contrei estavam num triste estado de de-gradação, abandonadas e apodrecendo. Talvez foi isso o que me motivou para as fotografar e ao menos salvar um pouco da sua memória em maquete. Agora felizmente muitas delas já foram recuperadas o que é uma grande alegria pessoal.

Porque não botes baleeiros?

Eu sempre gostei dos botes baleeiros, são uma das embarcações mais belas do mun-do, mas a minha paixão sempre foi pelas lanchas. Quando era criança passava o verão no Varadouro com o meu avô, e via as lanchas Walkiria e o Cetáceo que esta-vam ancoradas lá. Passava horas na rocha a olhar para elas, e vê-las a ir e vir da ba-leação.Quando ia à cidade (Horta) corria sempre à doca para ver as lanchas baleeiras que lá estavam, e também via outras, como a Calheta, Espalamaca, Velas, Picarota, e o Terra Alta. Gostava delas todas.

O Eugénio tem familiares que andaram na baleação?

Na minha família só me lembro de meu avô ser pescador, mas conhecia os baleei-ros quase todos do Varadouro e os mestres das lanchas.

Além das lanchas da baleia que outro tipo de construção é que faz?

Em termos de modelos já fiz barcos de pes-ca (boca-aberta), de vela e navios. Gosto de trabalhar com madeira, para casa faço

móveis, desenhei o nosso pátio, construí a minha oficina, já fiz estantes e mesas em feitio de barco e outras obras quando há tempo, mas o meu “hobby” são as lan-chas.

A construção das lanchas é feita à esca-la?

Se tenho as medidas de uma lancha, com-primento e largura, uso uma escala de 1:24. Uma lancha de 40 pés é feita com o comprimento de 20 polegadas, mas o resto dos detalhes é feito a olho e fotografias. É mais ou menos em escala, mas está claro que às vezes deve haver coisas que não es-tão exactas em medida.

Fala-nos de si, onde nasceu, hobbys. etc

Nasci na ilha do Faial, e emigrei para a Ca-lifornia quando tinha nove anos.Depois de acabar o Liceu, estive 4 anos na aviação da marinha americana.Depois graduei-me na Universidade com um curso aeronáutico e agora trabalho para a NASA a fazer pesquisa aeronáutica. Também tenho licença de piloto privado, pois a minha vida tem sido sempre envol-vido na aviação, é uma coisa que também gosto muito, mas a minha paixão sempre foi barcos e o mar. Já tive vários barcos, o meu último era de 38 pés, era um lindo barco, mas agora com dois filhos na Universidade e o preco da gasolina, os brinquedos foram vendidos, e para dizer a verdade a água no Delta e na Baía não tem grande proveito para an-dar de barco, não é como o nosso mar dos Açores.O meu sonho é recuperar uma das lanchas baleeiras antigas que ainda existem no Faial ou Pico, talvez depois de me refor-mar.

As vossas lanchas estão à venda?Qual é o preço médio de uma lancha da baleia?

Nunca tentei vender as minhas lanchas, já dei várias a amigos de presente.Se fosse para pôr um preço, nem sei, é di-fícil de calcular. Se eu vendesse uma por 500 dólares, não fazia 3 dólares por hora pelo meu trbalho, pois leva muitas horas. Para mim é um entertinimento. Se fosse para fazer e vender talvez eu perdesse o

entusiasmo.Mas não sei, se alguém estivesse verdadei-ramente interessado era capaz de lhe fazer uma, mas o preço era só para as despesas, porque nunca podia cobrir o meu tempo, ou seja a mão-de-obra.

Se alguém quiser uma lancha diferente daquelas que já construíu, poderá fazê-la?

Eu posso fazer qualquer tipo de lancha logo que tenho um bom desenho ou então muitas fotografias. Já fiz uma, a Marota, só com duas fotografias, mas tive que “adi-vinhar” alguns dos pormenores.

Quanto tempo é que leva a construir uma lancha?

Em termos de tempo leva-me três ou qua-tro meses para construir uma lancha com-pleta. Só tenho os fins de semana para trabalhar nelas, penso que em termos de

horas, nunca calculei, mas perto de 200 horas não é exagerado.

Que materiais é que usa na feitura das lanchas?

O material que uso depende da obra. Se só vou fazer uma lancha, o casco é feito de ti-ras de madeira numa armação temporária em duas partes, se vou fazer várias lanchas iguais, então faço um molde e depois pos-so construir vários cascos idênticos.A cabine, bancos, janelas, mastros, etc. é de madeira, certas peças da palamenta são feitas de bronze e plástico, a roda e a hélice quase sempre compro já feitas.Outras peças são feitas com coisas que encontro à roda de casa, por exemplo, a bússola da Walkiria que estou construin-do neste momento, foi feita usando a capa de uma caneta cortada ao meio. São coisas assim que fazem um projeto interesante.As letras e os números eu faço no com-putador e depois copio num papel transpa-rente especial para colar.

Qual foi a lancha mais complicada de construir?

Até aqui tem sido a lancha Cigana, do Pico, porque tem muitas linhas finas para pintar, e o quebra vento é arredondado, muito complicado para fazer em madeira.Tem que se pôr a madeira em água quen-te por umas horas e depois dobrar de roda de uma forma até secar. Todas as peças de madeira que tem uma curvatura são feitas assim, porque a madeira não curva fácilmente seca sem rachar. Para a Ciga-na fiz três quebraventos até acertar com um bom. Às vezes é assim, se não fica bem tem que se fazer outra vez. O pior é a pintura, leva horas e horas de preparação, primar e lixar muitas vezes até ficar todo lisinho e sem defeitos, e se há uma falha na pintura final tem que ser tudo lixado e pintado de novo.É o ponto do projeto que dá mais satisfa-ção, porque a lancha começa a tomar a sua forma ou aparência final, mas é tambem o tempo de mais nervos.Depois de estar completamente acabada com todas as suas “coisinhas” dá-nos um grande sentido de satisfação.

Eugenio Vargas vive em Newark, Calif.

Eugénio VargasO que mais gosto de fazer são lanchas da baleia

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19COLABORAÇÃO

Este 2010 está a ganhar velocidade, tal como o ano anterior, a toque de águarrás, como quem tem pressa de chegar a lugar seguro ou de fugir às desgraças. E muitas têm acontecido.

Diz o Provérbio que Fevereiro quente, diabo no ventre. De facto, tem havido tanto mau tempo no canal, tanto mar a galgar a terra, a chuva pesada a fazê-la deslizar em derrocadas enormes, estradas abertas a meio e o mais que se tem visto, não só em lugares lindíssimos como na Itália, mas também no nosso Continente português, nos nossos Açores, na nossa Madeira mais recentemente, onde infelizmente muitas vidas se perderam, deixando de luto muitos lares que só por si desmoronados, ainda mais pelos desaparecidos nas enxurradas. Parece tocar a todos. Se de um lado chove, no outro troveja, para que ninguém se sinta melhor que o visinho do lado. Para todos vai o meu sentido pesar, em todos os sentidos. Não vou dizer que seja o fim do Mundo; a Natureza faz os seus ciclos muito próprios até acomodar-se, mas na ver-dade todos estes casos dão que pensar. Sinais dos Tempos sempre os houve, o Mundo está sempre em mudança e é preferível pensar que outros dias melhores virão. Que a Terra seja um paraíso para todos com a bênção de Deus.Entramos em Março, o mês da Primavera, o despertar, renascer, renovar, florescer da Natureza que é também o mês dedicado à Mulher - dia 8, entre outras datas im-portantes e algumas sempre no feminino, onde sem-pre o masculino manda, impera, governa, escraviza, se apodera, reduz à insignificância, desde o princípio dos séculos, passando pelas cavernas, de onde e para onde as mulheres eram levadas ou arrastadas pelos cabelos e apedrejadas por quem delas se servia. Jesus Cristo, a esse propósito chamou a atenção dos homens com a Sua com-preensão, tolerância, exemplo de vida, muito amor e mui-ta inteligência, a que alguns patetas, como Elton John, atrevidamente chamam de “gay”. Nem o Cristo escapa à mediocridade humana. Que cada um se assuma com as suas realidades, sem promiscuir-se nem atentar contra a Divindade. É que já não se consegue ter paciência para ouvir tanta barbaridade e insensatez, nem estômago para aguentar sem vomitar tanta porcaria que alguns reisinhos nos querem fazer engolir.

Melhor aturamos o Rei-Momo, que esse é simples, engraçado, divertido e só rei-na três dias de cada ano, para fazer rir os mais sisudos e trazer com graça os defeitos

e qualidades que temos, sem pretender ofender os por-menores pessoais de cada um. E todos nos divertimos, passamos bem o tempo, sentados a comer as filhós ou outras guloseimas do momento, entre amena cavaqueira com os que gostam de nós e os que apenas nos suportam no dia da festa.Afinal de contas, cada um tem o seu modo de celebrar a Vida.

Agua Viva

Filomena [email protected]

1600 Colorado AvenueTurlock, CA 95382Telefone 209-634-9069

Fevereiro quente, diabo no ventre

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20 1 de Março de 2010COLABORAÇÃO

Ao Sabor do Vento

José [email protected]

É muito possível que alguns dos leitores ao lerem os meus artigos perguntem a si mesmos o que lhes interessa saberem de certas

coisas que se passam na minha vida.

Quando eu escrevo crónicas sobre algo que me acontece ou sobre as minhas peri-pécias é sempre com o intuito que possam vir a prevenir ou ajudar o leitor se por aca-so se encontrar nas mesmas situações. Não é nem nunca foi com a intenção de propagar a minha vida particular aos qua-tro ventos. Todos nós sabemos que o mun-do atravessa uma grande crise. Alguns de nós fomos obrigados a fazer decisões, tais como vender a casa, por motivos de saúde ou por uma questão económica. Finalmen-te depois de 2 meses exactos conseguimos a casa que queríamos e no lugar que dese-jávamos. Temos que fazer alguns ajustes porque é mais pequena do que a que tínhamos e fracamente podemos viver perfeitamente sem as quinquilharias que acarretámos para casa durante 23 anos. Vamos ter me-nos roseiras, menos pombas, menos ca-nários e algumas coisas serão eliminadas por completo. Não sei quais porque eu sou uma das pessoas que guardo tudo. A tia de

minha mulher com quem eu vivi durante 13 anos dizia: - “Guarda o que não presta terás o que precisas”. Infelizmente aqui o que normal-mente acontece é: - “Guarda o que não presta e vais pagar para deitar fora.” Mas, a vida é assim mesmo e temos que nos ajustar à época em que vivemos, ao lo-cal e a tudo mais o que nos rodeia. Eu não me considero perito algum em ma-térias de finanças. Sou deveras pessimis-ta e estou sempre esperando o pior. Se o pior acontecer, estou preparado para isso e se as coisas correm bem, melhor ainda. Quando foi o problema que tivemos com a poluição na lavandaria, perdemos umas quantas centenas de milhares de dólares e esteve quase tudo a ir por água abaixo. Fiz das tripas coração, lutei, argumentei com advogados, companhias de seguros e o diabo a quatro e no fim se bem que não fosse da maneira que eu queria resolvemos o problema e ficamos com a cabeça fora de água e a poder respirar. Há poucos dias comecei a preparar a nossa relação de impostos para mandar para o IRS. Receitas para um lado, despesas para o outro, a venda da casa fez com que ti-

véssemos que preencher mais formulários mas, o compu-tador toma conta da maio-ria dessas coisas desde que a gente coloque os números nos lugares certos. A minha mulher normalmen-te nunca quer saber de contas. Toda a sua vida trabalhou ar-duamente mas deixou sempre as contas à minha responsa-bilidade. Agora com a venda da casa ela sempre se interessou mais um pouco e lá me ia pergun-tando. Uma vez pergunta-me quan-to dinheiro cresceu da venda da casa, quanto vamos exac-tamente pagar pela outra, etc. etc. Eu disse: - Ó mulher. Escuta. - Pela primeira vez na vida temos casa paga, tudo o que temos está pago, temos di-nheiro no banco e não devemos nada a ninguém. Diz ela:

-Devemos muito, o amor da família e a amizade dos nossos amigos, aqueles que amigos são...

Aqueles que amigos são

Portuguese Athletic ClubO PAC convida todos os seus sócios e amigos para

mais uma noite de convívio

“Uma Noite de Fados” Zélia Freitas, Max Grácio

e Leslie PavãoAcompanhados pelo Grupo “Sete Colinas”

Sábado, 13 de Março de 2010Hora Social: 6:00-7:00 pm

Jantar: 7:00 pm Preço: $40.00Reservas até ao dia 10 de Março 408-287-3313

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21 COLABORAÇÃO

Não é incomum encontrar quem julgue que Portugal tem as fronteiras mais estáveis e du-radouras da Europa. Boa par-

te dos portugueses, talvez a maioria, crê que o território de Portugal Continental não sofre alterações há quase oito séculos (desde a conquista do Algarve, muitos te-rão aprendido), e que as fronteiras oficiais do nosso país estão totalmente definidas. Tal não é absolutamente verdade.Ao contrário até de países como a Alema-nha (que apesar das severas perdas de ter-ritório sofridas após 1945, não tem actu-almente nenhuma indefinição fronteiriça), a realidade é que parte da fronteira luso-espanhola é ainda hoje motivo de quezília, não surgindo delineada nos mapas oficiais portugueses.Falamos da margem do rio Guadiana limí-trofe ao termo da vila de Olivença, ocupa-da por Espanha desde 1801, na sequência dum conflito que a História recordaria como “Guerra das Laranjas”, instigado por complicações decorrentes do relacio-namento entre as potências europeias e a França revolucionária.Muito haveria a escrever sobre os porme-nores do diferendo e das razões de Portu-gal, todavia nem todas as páginas deste jornal seriam para tal suficientes. Resuma-mos apenas que, finda a guerra, Portugal foi obrigado a assinar a paz pelo Tratado de Badajoz, que previa, entre outros pon-tos, a entrega de Olivença a Espanha. Se bem que alguns afirmem prontamente que tal situação, por si só, violou o princípio da validade dos negócios jurídicos (pois nenhum compromisso poderia existir sob coacção), certo é que, independentemen-te do atrás descrito, o próprio Tratado de Badajoz previa a sua nulidade caso certas situações se verificassem, nomeadamente a posterior quebra da paz entre as duas na-ções. Tal não tardou a suceder, e a invasão franco-espanhola de 1807 deveria ter ime-diatamente anulado qualquer justificação espanhola de soberania sobre Olivença.

Posteriormente, o Tratado de Paris (1814) estipulou a anulação do Tratado de Ba-dajoz, e a acta final do Tratado de Viena (1815) estabeleceu que todas as potências signatárias se esforçariam para que os ter-ritórios perdidos por Portugal em 1801 fos-sem restituídos por Espanha o mais pron-tamente possível. Tal nunca aconteceu…A “Olivenza” actual é, de facto, cidade e município da comunidade autónoma espa-nhola da “Extremadura”. Por todo o lado ouve-se falar o castelhano (a Língua de Camões é agora materna quase exclusi-vamente para os mais idosos, sobretudo nos meios rurais) e a bandeira espanhola ergue-se nos edifícios oficiais. Boa parte da actual população local já nem sequer descende de oliventinos.Contudo, ao passear pela localidade, caminhando pelas suas ruas de calça-da portuguesa, seu castelo, por entre as casas caiadas de branco (bem ao estilo alentejano), admirando as inúmeras mo-numentais edificações lusitanas, algumas até obras únicas do nosso tão exclusivo estilo manuelino (como a Igreja de Santa

Maria Madalena), sempre sob a presença constante das armas e brasões nacionais, sente-se fervilhar ainda toda a pujança da História de Portugal. Esta percepção é tão profunda que, enquanto português, se tor-na inevitável sentir um certo sentimento de injustiça, até frustração…E todavia, no que concerne às relações in-ternacionais, a posição de Portugal é estra-nhamente dúbia. Se, por um lado, não re-conhece a soberania espanhola, por outro, nada parece fazer quanto à reivindicação da reintegração de Olivença no território nacional.Pior, a posição de Portugal é até bem dis-tinta daquela da própria Espanha em rela-ção a um problema similar, o de Gibral-tar, pertença do Reino Unido desde 1704. Novamente sem entrar em detalhes, seria teoricamente bem mais fácil a Portugal obter, pelo menos, argumentação moral para iniciar negociações sobre Olivença junto de Espanha, do que para Espanha fazê-lo com o Reino Unido relativamente a Gibraltar. Não só os detalhes históricos e

jurídicos são, em meu entender, bem mais favoráveis à causa portuguesa, como a po-sição oficial espanhola, de ambivalência total de tratamento perante questões simi-lares, não é eticamente compatível com o respeito pelas instituições democráticas e o direito internacional. Assim, não deveria ser impossível ao diplomata hábil conectar a questão de Olivença à resolução do pro-blema de Gibraltar…Alterar-se-á um dia a condição deste ter-ritório? Do passado conclui-se que dificil-mente, porém ninguém poderá adivinhar o futuro. Garantido é que, da parte de Por-tugal, muito ficou por fazer ao longo dos anos, e o esquecimento volvido a esta terra é, no mínimo, extraordinário, inusitado e de certa forma até inexplicável. Veremos se o futuro nos trará mudanças, e se os portugueses, enquanto cidadãos, governo e nação, definitivamente adquirem a sabe-doria do carácter pró-activo, para serena e afincadamente perseguirem e aproxima-rem-se dos seus objectivos, não só nesta, mas em todas as questões.

Olivença - Portugal esquecido? José Alexandre Monteiro

Cães de Fila para VendaP'ra uma casa guardar, não há nada como um cãosó precisa ele ladrar

para fugir o ladrão.

Para mais informações contactar António Carvalho 559-351-2181

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22 1 de Março de 2010DESPORTO

Liga Europa Sporting ganhou ao Everton por 3-0

Os leões carimbaram em grande estilo a passagem aos oitavos-de-final da Liga Europa ao ven-cerem em Alvalade os ingleses

do Everton por três golos sem resposta. Venha o Atlético de Madrid!Um Sporting de alma chegou e sobrou para sacudir a crise que assolava Alvalade. Há sete jogos sem ganhar, em boa altura a equipa de Cavalhal voltou para jogar fute-bol e durante 90 minutos em Alvalade foi sempre a equipa que esteve por cima.Um pouco nervoso, o Sporting entrou em jogo um pouco nervoso e os primeiros pas-sos raramente acertaram no destino.Mas durou pouco o desacerto verde e branco, com Marat Izmailov a dispor da primeira ocasião para celebrar em Alvalade.Djaló recebeu na área de costas para a ba-liza e o russo na passada levou a bola e com um remate frouxo obrigou Tim Ho-ward à primeira defesa da noite.O lance não deu golo mas teve o condão de despertar a equipa de Carlos Carvalhal, que passou a ser mais dominante e a ter mais posse de bola.Rápido mas nem sempre lúcido, o Sporting jogava mais perto da área inglesa e num desses lances Djaló arrancou uma falta a Senderos.À entrada da grande área, o capitão Mouti-nho encarregou-se da marcação do livre e

atirou com estrondo à barra. Na recarga Tonel não fez melhor do que atirar para a bancada. Era a melhor oportunidade do jogo.Mais uma oportunidade aos 30’ e de novo por Izmailov, que até pode estar de saída. O russo hesitou numa primeira fase do lance e quando rematou a bola acabou por embater em Phil Neville.A primeira parte chegava ao fim com amargo de boca para os leões: exibição positiva mas o 0-0 dava o apuramento ao Everton.Mas o Sporting entrou na segunda parte decidido a conseguir a única coisa que não tinha conseguido no primeiro tem-po: golos.E logo aos 5’ Djaló, sem medos, atirou forte e pouco acima da trave de Howard. Era o primeiro sinal de revolta em Alvala-de e aos 15’ Moutinho deu o mote ao apa-recer na área para responder ao cuzamento de Abel que só uma defesa por instituto de Howard impediu que o Sporting chegasse à vantagem.Sem nunca baixar os braços, a equipa de Carvalhal haveria de conseguir os seus intentos, mas antes o sul-africano Pienaar gelou Alvalade e Rui Patrício que apenas conseguiu seguir com os olhos um remate que quase beijou o poste.Era o primeiro lance de perigo do Everton

em todo o jogo e Miguel Veloso não quis esperar mais: entrou pela esquerda, rece-beu de Saleiro e atirou forte e a contar para a equipa leonina.O 1-0 dava apuramento para os oitavos, mas os leões não descansaram.O Everton reagiu, com mais posse de bola e Rui Patrício salvou o Sporting do empate com uma extraordinária defesa a remate de Saha.Mais uma vez, na resposta, Djaló sentou Phil Neville com um túnel e rematou for-te para defesa (mais uma) de Howard. O norte-americano não segurou e sobrou para Izmailov, que depois de se embrulhar

com a bola teve ainda discernimento para ver Pedro Mendes à entrada da área.O médio não esteve com meias medidas, encheu o pé e bateu Tim Howard pela segunda vez. Alva-lade ao rubro.Era tempo de cerrar fi-leiras, pois um golo do Everton empatava a eli-minatória. A defesa le-onina passou então por maior aperto, mas deu sempre conta do recado.E o melhor ainda estava para vir. A jogar em con-

tra-ataque, a última jogada do encontro foi a cereja no topo do bolo de Alvalade.Djaló arrancou sozinho para a baliza dos ingleses, deu para Matias e o chileno deu-se ao luxo de tropeçar na bola e inventar uma finta que ele próprio ainda vai tentar perceber.Resultado: sozinho, perante Howard, des-viou do norte-americano e só teve de en-costar para o 3-0.

in sapodesporto

COSTINHA no SportingO ex-jogador Costinha, que foi hoje desvendado como o novo direc-tor de futebol do Sporting, afirmou que espera que a sua passagem pelo clube seja "fabulosa" e quer colocar a equipa a "ganhar o mais rapidamente possível"."É uma nova etapa da minha carreira, que espero que seja fabulosa. Sempre ambicionei, um dia, servir o meu clube, não se proporcio-nou como jogador mas aconteceu agora como director de futebol. Depois de algumas conversas com o presidente deu-me a convicção de que a linha que ele quer que o clube siga é a linha que penso ser a mais correcta", disse Costinha.Em declarações ao site oficial do Sporting, o antigo internacional português assumiu o desejo de "ganhar o mais rapidamente possí-vel", mas que para isso é necessário "trabalhar em conjunto"."O Sporting é um clube centenário, possui uma história muito rica. É um clube que formou grandes jogadores, que tem uma massa as-sociativa fantástica e merece voltar a ganhar. Não é voltar a ganhar daqui a quatro, ou cinco anos. É voltar a ganhar o mais rapidamente possível", apontou.Também em declarações ao site "leonino", o presidente José Eduar-do Bettencourt destacou a ambição e o currículo de Costinha como jogador de futebol."Tem tudo aquilo que o Sporting precisa. É das pessoas que pas-sou pelo clube com mais currículo, é um ganhado nato, é uma pes-soa muito ambiciosa, tem sofrido muito como sportinguista e vem juntar-se a uma equipa que se quer vencedora e para ajudar, com a sua formação e experiência, o Sporting a ser mais forte", afirmou Bettencourt.Costinha foi apresentado oficialmente no dia 27 de Fevereiro.

in sapodespoerto c/Lusa

Jorge Jesus acredita que o Benfica vai eliminar o Marselha

O treinador encarnado conside-ra que a sua equipa tem todas as condições para ultrapassar o Mar-selha nos oitavos-de-final da Liga Europa e aponta mais uma vez o título nacional como o grande ob-jectivo da época.Jorge Jesus falou à entrada da 106ª gala do Benfica, no Casino Estoril, sobre as metas traçadas pelos encarnados para esta tem-porada e sobre os jogos que se avizinham.

No que diz respeito à Liga Euro-pa foi conhecido esta noite o ad-versário do Benfica nos oitavos-de-final: o Marselha. Jorge Jesus revelou que conhece bem o ad-versário, antevê uma eliminató-ria complicada, mas acredita que esta vai ser resolvida em favor do

Benfica: “É um adversário que nós já conhecemos, sabíamos que praticamente estava apurado e hoje confirmou-se. Um adversá-rio forte, que tem as mesmas am-bições que o Benfica,no entanto nós temos todas as condições para passar esta eliminatória”.

Para a gala que decorre esta noite, no prémio para melhor treinador do ano não consta o nome de Jorge Jesus, uma vez que este galardão se refere à temporada anterior.O técnico do Benfica quando ques-tionado sobre se aguarda poder vencer este prémio na gala do ano que vem, remeteu essa possibili-dade para segundo plano: “Estou mais preocupado é que nos últi-mos dez jogos que faltam que o Benfica seja campeão. Esse é que é o meu grande objectivo, isso é que importa”.

Outra questão na ordem do dia,

no que diz respeito ao Benfica, é a suspensão de dois de Javi Gar-cia por parte da Comissão Disci-plinar da Liga.

Este facto impede a participação do espanhol na partida do próxi-mo fim-de-semana, a contar para o campeonato, frente ao Leixões. Jorge Jesus não se quis pronun-ciar sobre a justiça ou não da punição, preferindo referir que o plantel do Benfica tem jogadores com qualidade suficiente para su-plantar situações como esta: “Não importa se foi justo ou não. O que interessa é que é uma realidade e temos que aceitar e trabalhar so-bre essa realidade. Para a partida com o Leixões vai jogar outro jogador nessa posição e acredito que quem jogar vai estar à altura.

Por Miguel Henriques in sapo-desporto

Benfica vai eliminar Marselha

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24 1 de Março de 2010TAUROMAQUIA

Ministra da Cultura cria Secção de Tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura

Quarto Tércio

José Á[email protected]

Atiro-me para o chão de contente, dou dois saltos mortais triplos, e quase que participei nos Jogos Olímpicos de Inverno, ao saber que uma MULHER com M grande, foi a primeira pessoa no Portugal de mil anos a criar uma Secção Taurina no Conselho Nacional da Cultura.Se eu tivesse sido Ministro ou Secretário da Cultura sentir-me-ia enxovalhado pelo banho de inteligência dado por esta Mulher, Ministra, Pianista de renome e portuguesa de muito gabarito.Durante muitos anos, quer ministros, quer secretários de Estado (homens), sempre emprenharam pelos ouvidos e nunca quiseram compreender o fenómeno taurino/ cultural do nosso País.Nunca o fizeram por medo e cobardia, e foi preciso uma artista portuguesa, que foi Directora Regional dos Açores, ser catapultada para Ministra, para ter a coragem de fazer o que fez.Grande Mulher, Grande exemplo de liberdade de acção e o Governo Português está de parabéns por não ter dificultado tal decisão.Esperamos agora que os convidados desta Secção sejam verdadeiros aficionados, que não levem agendas escondidas para esses encontros e que sejam realmente defensores acérrimos da verdadeira Festa Brava.Todos os meus chapéus estão consigo, minha cara Ministra Gabriela Canavilhas.

Diga-se em abono da verdade que esta senhora Ministra, quando ainda Directora Regional da Cultura nos Açores proferiu um discurso na Terceira, aquando do Fórum Mundial da Cultura Taurina, que faria prever que poderia ser ela um elemento dinamizador da cultura taurina no nosso País.Todos nós aficionados deveremos estar muito contentes.Mulheres ao poder e já! Os homens, não aficionados, esses, podem ir para o futebol encher o Estádio da Luz.Bye, bye...

As notícas da temporada de 2010 têm-se sabido às pinguinhas e ao fim e ao cabo não sabemos de quase nada. Umas por não convir ainda dizer, porque as contratações estão em boas águas, mas não finais, outras, porque ninguém as quer divulgar.Bom senso, pensamento artístico e custos controláveis, são os nossos desejos.

Os grupos de forcados já começaram a treinar para a temporada que se avizinha, o que é um bom sinal. Não se pode querer aventurar em terras longíquas sem se ter os motores todos bem oleados.

Os Toiros como Património da Humanidade

A União das Cidades Taurinas Francesas decidiu na sua Assembleia Geral do passado sábado iniciar o processo junto do Observatório Nacional das Culturas Taurinas e do Ministério da Agricultura francês para conseguirem que a Festa seja inscrita como Património não-material da Humanidade, definido pela UNESCO.

Realiza-se no próximo dia 27 de Março mais uma edição da Festa do Forcado, levada a efeito pela empresa Terra Brava na Arena D’Évora.Para além de toda as iniciativas com a figura do forcado que se realizam pela tarde, Carlos Pegado preparou um cartel que certamente será do agrado de todos os aficionados.Em praça irão estar os cavaleiros António Ribeiro Telles, Vítor Ribeiro e o praticante João Salgueiro da Costa, que irão lidar um curro da ganadaria Herdade de Pégoras, como já aqui havíamos noticiado.Nas pegas estarão os vencedores do Torneio de Cernelhas 2009, os Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense e o Grupo vencedor do 3º Torneio de Cernelhas.

Mais boas notícias

A Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, criou uma secção especializada em Tauromaquia no Con-selho Nacional de Cultu-ra (CNC). Um despacho de 11 de Fevereiro, ontem publicado em Diário da República, cria a entidade destinada a “emitir parece-res e recomendações sobre questões relativas à con-cretização de políticas, ob-jectivos e medidas a desen-volver” na tauromaquia.A nova secção, que será presidida pelo inspector-geral das Actividades Cul-turais, junta representantes do Estado (Direcção-Geral das Artes, da Saúde e de Veterinária) a figuras esco-lhidas por associações do sector. Terão assento tou-reiros, forcados, criadores de touros de lide, directo-res de corrida, veterinários com actividade taurina e empresários tauromáqui-cos.Contactado pelo CM, Rui

Bento Vasques, responsá-vel pelo Campo Pequeno, elogiou a ministra por uma medida que “fortalece toda a actividade do sec-tor” e é o “melhor golpe e no momento mais oportu-no” contra quem contes-ta as touradas. Gabriela Canavilhas é aficionada e participou, enquanto di-rectora-geral da Cultura dos Açores, no Fórum Mundial da Cultura Tau-rina, que decorreu na Ter-ceira em 2009. Segundo o gestor da principal praça de touros portuguesa, a criação da secção permi-tirá “alterar para melhor” o regulamento dos espec-táculos taurinos.

in correio da manhã

Primeira Corrida da TemporadaFesta de Santo Antão

A primeira Corrida da temporada 2010 vai ter lugar na Praça de Stevinson na Segunda-feira, 19 de Abril pelas 8 horas da noite, a fechar a Festa de Santo Antão.O Cartel é constituido pelos Cavaleiros Paulo Ferreira e Sário Cabral, com os três grupos de Forcados do Norte a pegarem - Forcados Amadores de Turlock, Forcados do

Aposento de Turlock e Forcados Amadores de Merced.Seis toiros serão corridos das seguintes ganadarias: Pico dos Padres (2), Joe Sousa (2) e Manuel da Costa Jr. (2).

Que a sorte se reparta por todos.

Se quer saber mais de toiros, de artistas, da California Taurina, então assine este Jornal

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26 1 de Março de 2010ARTES & LETRAS

Para o Rui Melo

A página de artes e letras desta Tribuna Portuguesa é hoje dedicada a um jovem extremamente talentoso que tive o privi-légio de conhecer há pouco mais de uma década. Foi, no ano de 1999 que o ar-tista Rui Melo, então ainda mais jovem, veio a Tulare com uma magnífica expo-sição. Foi uma das quatro exposições integradas no simpósio literário/dramá-tico Filamentos da Herança Atlântica, que durante 12 anos teve como palco a cidade de Tulare. Os quatro artistas plásticos que Tulare teve a honra de re-ceber foram: Dimas Lopes, José Nuno da Câmara Pereira, Carlota Monjardino e Rui Melo. Foram anos de grande efer-vescência cultural na pequena e pacata comunidade portuguesa (e na comuni-dade em geral) da cidade de Tulare. Hoje destacamos um desses artistas generosos que trouxeram a Tulare e à Califórnia a sua arte. Destacamos Rui Melo, com um texto escrito por Álamo Oliveira e inserido no Vento Norte do Diário Insular e outro para um catálogo por José Nuno da Câmara Pereira.Destacamos ainda algumas imagens do artista Rui Melo assim como seu impres-sionante currículo.Bem hajas, Rui. Os nossos parabéns e a nossa eterna gratidão por teres trazido à pequena cidade de Tulare, e às nossas comunidades o teu talento.abraçosdiniz

No campo ilimitado da inter-venção artística que o séc. XX proporcionou, vemos o jovem artista num saudável jogo ex-

ploratório, como de um pêndulo oscilante se tratasse em busca de sentido e espaço de identidade.Dá gosto vê-lo navegando no plural labi-rinto da interdisciplinaridade, manipulan-do recursos tradicionais ou tecnologias de onde sobressai o computador num enten-dimento estético que o seu tempo lhe per-mite e lhe propõe. Da fotomontagem dos seus auspiciosos auto-retratos gráficos ao tributo prestado à pintura antiga, numa salutar viagem de

Rui Melo

SOBRE A PINTURA DE RUI MELO

Ver o Rui Melo entregue, sem quaisquer reservas, aos seus primeiros contactos com as co-res, às tentativas de as dispor

esteticamente na tela, à sua própria surpre-sa perante o comportamento, imprevisível da matéria, à forma – digamos que realista – como organizava as suas primeiras pa-letas, foi o poder fruir de momentos en-cantatórios que, ainda hoje, retenho como lição sobre o que é isso de ser artista, cres-cendo. Rui Melo, sem pensar nisso sequer, quando me dava o privilégio de poder ver, num ambiente de intimidade muito amiga e, da parte dele, muito tolerante, ensinava-me, de forma intuitiva também, que nascer com a pancada de artista não é o suficien-te para o ser; que o talento, se preguiçoso também não dá; e a imaginação descon-trolada pode dar, aquela de «uma no cra-vo, outra na ferradura». Está provado que talento e imaginação, sem transpiração, conduzirão, quando muito, a um caos de futilidades.Até frequentar a Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, as exposições de Rui Melo mostraram-nos a lógica de um caminho percorrido com um fôlego límpi-do, seguro, meticuloso, subindo, subindo sempre, mostrando uma apetência cada vez mais definida por um entendimento de Pintura – um entendimento prático, quase nada teórico – e que o foram recomendan-do a espaços cada vez mais internacionais, nomeadamente europeus e americanos.Mas nada disto foi meteórico, nem sequer repentino. Pelo contrário. Foi a transpira-ção aliada ao talento e à imaginação, sem qualquer preconceito perante essa forma de dominar o espaço da tela.Rui Melo sabe deste domínio, conquistan-do. Em cada quadro, torna-se sempre mais visível a harmoniosa distribuição cromáti-ca, mesmo quando recorreu ao figurativo. A lava dos Biscoitos, por exemplo, é duma negridão ostensiva e o seu contraste com a inconstância das cores do mar e do céu não passou despercebido. Quase nos sentimos dispostos a esperar que anoiteça. Lembro sempre o arrepio desse negro franjado de espuma branca e de um mar perdido em azuis que chegavam ao céu.Mas, ainda mais a meu gosto, as suas ex-

periências com cartão «kapeline». A sua curiosidade vai ultrapassar a condenação sumária de tal material. Ele vai autopsiá-lo, arrancando-lhe a pele de um dos lados. Perante a delicada camada de músculos moles, vai talhá-los ao jeito de goiva, de-volvendo-nos uma espécie de pauis mari-nhos, a que não faltam juncos e musgos. Mais do que a sua captação do inefável plástico, surpreendeu-me a capacidade de enobrecer, em termos de linguagem esté-tica, materiais susceptíveis de serem con-siderados lixo. E não se trata de qualquer favorecimento à reciclagem. O material sedu-lo enquanto matéria e é essa matéria que ele valoriza utilizando e recriando. Das experiências sucedidas – e sempre na pes-quisa de outros materiais e de expressões com objectivos pré-definidos – Rui Melo andou também (e anda) nos espaços da fic-ção arquitectónica e plástica, criando-os para representações teatrais específicas. Se se tem que enaltecer, mais uma vez, o seu gosto estético, não se pode deixar de apreciar a noção exacta do que é um es-paço cénico, envolvido pelo cenário e este com a monumentalidade necessária para ilusionar o espectador, fazendo-o acredi-tar numa realidade do faz-de-conta.Antes de frequentar a Faculdade de Belas Artes, Rui Melo conquistara já os códigos específicos da Pintura e reescrevera uma «gramática plástica» pessoal, de forma que o seu «discurso» pictórico fosse entendido no seu conteúdo universal. Sem se deixar algemar a nenhum dos «discursos» que foi explorando, a sua evolução, sobretudo a qualitativa, foi sempre uma constante. E sempre são notórios a sua meticulosidade, o seu perfeccionismo e, até, os seus objec-tivos. Ele sabe que não sabe pintar. Isto é: ele sabe que é pintando que aprende; que é aprendendo que pinta; tudo contínuo e em continuado. Ele ainda está longe dos compêndios, dos abecedários, das fórmu-las químicas para a preparação das telas, dos segredos óbvios sobre mistura de pig-mentos e definição de paletas. Fez tudo isso sem aval académico. Até que, um dia, teve de ser.E foi. Mais uma vez, Rui Melo surpreende. Surpreende, porque sabendo tanto, aceita a sua condição de caloiro, reaprendendo o alfabeto da expressão plástica. Aprovei-tou o tempo da Escola para reconfirmar o que já firmara, mas, sobretudo, para rea-dquirir conhecimentos que se prendem às mais vanguardistas expressões plásticas.

As técnicas são diversificadas e múltiplas. As objectivas fotográficas, por exemplo, vão permitir-lhe uma aproximação, muito válida, aos processos da digitalização. No entanto, nunca enjeitou aquilo que, even-tualmente, poderia ser-lhe fastidioso e sem proveito, como as aulas de desenho. O Rui Melo tem também essa vantagem sobre o potencial de muitos outros artistas plásti-cos: sabe desenhar. Qualquer quadro do Rui mostra o harmonioso domínio da for-ma, tanto com o lápis como com o pincel.O Rui Melo, que regressa da Faculdade de Belas Artes, afinal, não é o mesmo. Terá, de alguma forma, perdido a inocência da expressão plástica, perante a abundante, cúmplice e promíscua carga informati-va, regulada e reguladora de opiniões, de materiais, de técnicas e, sobretudo, de sa-beres. Com certeza, não deixaram de lhe dizer que Van Gogh tinha uma predilecção especial pelo amarelo e que, só por acaso, descobriu que o roxo seria a cor da sombra sempre que o amarelo fosse tocado pela luz solar.E nem mesmo estas trivialidades Rui Melo descurou. Continua a respeitar o princípio de que a sabedoria é uma prática porfiante e porfiada, sem meta alcançável.Mas, o que pinta Rui Melo? Poderíamos filosofar sobre a estética significante das suas manchas abstractizantes e sentir-nos-íamos satisfeitos por conseguirmos envaidecer o nosso ego artístico. Mas tan-to quanto percebo, o abstractismo de Rui Melo não tem a função redutora de nos deixar amolecer pelo que o abstracto tem de indecifrável. Não é só com isso que os quadros do Rui nos seduzem. O que seduz é apreender o equilíbrio entre volumetria e ausência dela, no duelo saudável entre luz e sombra. Aliás, uma das fases mais sedutoras da pintura de Rui Melo aposta em paisagens inlocalizáveis e indefiníveis, mas onde luz e sombra se digladiam para se afigurarem em luminosidades subterrâ-neas, assim como momento genesíaco da separação das trevas e da luz, ou, porque foi essa a minha impressão inicial, a luz uterina do encanto. A fase dos azuis con-firma esse jogo entre o claro e o escuro, o som e o silêncio, o etéreo e o palpável, o odor que se deixa tocar para que se cumpra a paleta dos sentidos.Se falarmos de sentidos, teremos de falar de sentimentos; se de sentimentos, tere-mos de falar de afectos. Não sei se é de-feito ou qualidade, mas a pintura de Rui

Melo desestabiliza apaziguando; serve-se dos sentimentos para provocar emoções; através da abstracção, disciplina a estética da nossa relação com a obra de Arte. E fica com a mesma força lírica da poesia.Parecem-me ser estes os princípios temá-ticos que movem Rui Melo; se calhar até, a filosofia que o anima. De resto, não o entendo a reinventar signos e símbolos de interpretação labiríntica; a dar aos enig-mas o sortilégio dos sorrisos; a complicar a simplicidade da pintura, para justificar o por que pinta. Aliás, Rui Melo é um subs-tantivo das transparências. Não precisa de recorrer a truques e a adjectivos para ape-lar ao olhar.Mas, agora, se tivesse de desenhar um per-curso sobre o mapa da vida, referindo o que Rui Melo já cumpriu, penso ser realis-ta se disser que tudo está no princípio. Ele tem muito para fazer, aprendendo; para aprender, fazendo. Assim, garantirá que a sua busca pela perfeição será um trabalho persistente, respeitando os silêncios da pa-ciência, ousando desafiar, com humildade, a alva virgindade da tela, tal como Penélo-pe, que não desistiu de Ulisses, tecendo e destecendo o seu tapete de esperança. Ela sabia que a chegada de Ulisses era sinóni-mo de perfeição e que esta, há muito, ul-trapassara o lado mítico da Arte. Por isso, um artista, nunca pode desistir de sonhar.

ÁLAMO OLIVEIRA

in :Jornal “DIÁRIO INSULAR”

reconhecimento aos seus dilectos antepas-sados Bosch, Tiepolo, Géricault, e outros, em “flashbacks”, fragmentos da memória que o alimentam, sem perder neste pers-crutar retrospectivo o pulsar da contempo-raneidade.Neste olhar para trás, ganha balanço para novas viagens ao sabor de uma aventura que o leva a mergulhar no plasma delirante da matéria líquida (oh! Como eu me reco-nheço aí também), deixando que a imagi-nação da matéria o deslumbre e o conduza à porta do caos sensível – esse mistério de delírios que os fluidos revelam – e aí saber parar a tempo; o que aconteceu contigo na série de trabalhos que se seguiram com as figuras recortadas, contidas e suspensas no silêncio raso da tela.Não surpreende que uma nova investida nasça da experiência de contrários e re-meta o artista para uma assumida relação com o conflito, agora já não só no plano formal, mas também no campo semântico, na série do conjunto de imagens a que cha-

marei paisagens foto-mecânicas e onde o “ruído” reaparece mais problemático, mer-cê de uma vontade de provocar, de impor objectos heteróclitos na paisagem (?) sus-citando um confronto gramatical da mais complexa solução plástica.A aventura prossegue em felizes foto-composições em faixa contínua onde se desenrolam instantâneos arquitectónicos, anatómicos ou de design e se colam e re-petem em frisos longitudinais, de um raro equilíbrio e beleza formal.Resta-me augurar a Rui Melo um futuro promissor – não sem antes lembrar-lhe a necessidade de ciclos de silêncio e reflexão após cada etapa deste peregrinar – a fim de cimentar as propostas de um discurso estético que tantos desejam se torne cons-tante e duradouro.

José Nuno da Camara PereiraIN: catálogo da Exposição de Dezembro de 2003, Palácio dos Capitães Generais,

Angra do Heroísmo

Diniz [email protected]

Apenas Duas Palavras

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28 1 de Março de 2010COMUNIDADE

READERS’ TRIBUNE

LINO PEDRO DE SOUSA

On December 30, 2009 Lino Pe-dro de Sousa died at Mercy Me-dical Center in Merced. He was 81 years of age, married to Nor-ma Jean de Sousa since 1961, the father of Michael and Richard, father-in-law of Marci and Adele, and grandfather of Mateo, El iza-beth, Carol ine and Maya.A resident of Atwater, Lino be-longed to several Portuguese fraternal organizations, and ser-ved as secretary-treasurer of the U.P.E.C. Merced Council for 47 years. He was also a charter member and co-founder of the Festa do Santo Cristo of Buhach (1988). Lino was born in 1928 in the town of Ribeira Seca, coun-

ty of Ribeira Grande, island of São Miguel, in the Azores. He attended the Seminary in Angra (Terceira) from 1940 to 1945, and was later employed at the Secre-taria Notarial in Ribeira Gran-de. He served in the Portuguese Army with the rank of Sargento Miliciano, and worked as a travel 1ing salesmam for the Comissão Reguladora dos Cereais do Ar-quipélago dos Açores. Together with a cousin, Lino came to the United States in 1959, and establ ished residence in Stockton, whe-re he taught Portuguese classes in the evening. From 1960 to 1965he worked as sa1es agent for the U.P.E.C. Supreme Council, after which he worked for the Housing Authority’ of Merced County, un-til his retirement 25 years later.In 1989 Lino was recognized by the State Department of Housing

and Community Developmentfor his unique status as the “Se-nior Migrant Center Manager” with the Statewide Migrant Farm Labor Program. In May 1990 the Tenant Council requested that Center Road be named after him, and henceforth be known as “De-Sousa Road.” As a Notary Public, for a period of 30 years, Lino hel-ped many Portuguese immigrants with documentation and prepara-tion for U.S. citizenship.Following are some excerpts from the eulogy given by Micha-el de Sousa at the time of Lino’s funeral:“Because of my father, I learned to love my Portuguese heritage. My father made sure to take our family back to the Azores several times throughout my childhood, so that I could share his connec-tion with that very special place

where he was born and grew up.Because of my father, I learned to love the islands so much that I, like him, developed a longing in my heart for which the Portu-guese have a special word - Sau-dade.Because of my father, I also lear-ned to be a man of integrity and service. My father was a man of humble beginnings, growing up in the Azores. He attended the local Seminary, where he formed a strong spiritual foundation and many great lasting friendships. He was a devout Cathol ic and a big-hearted man of service, who loved to help the community, from his membership in many Portuguese fraternal societies to his involvement in his parish.Because of my father, I Iearned to value dedication and the value of hard work, as well as the love

for adventure and travel. Most of all, I learned from my father the power of family. Because of his love and service we are all the ri-cher for it. His spirit lives on in our hearts, and his love remains to inspire us now, as he enters the Kingdom of Heaven to join the Holy Family.”Personally, I have always tre-asured Lino’s friendship, from the long-gone days of our you-th in Ribeira Grande, and later I equally’ enjoyed his cheerful company at many social events throughout California.To Lino’s family, my heartfelt condolences and prayers.

Ferreira Moreno

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29COMUNIDADE

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30 1 de Março de 2010

When the young and reckless Portugue-se king Sebastião was killed on Au-

gust 4, 1578at the battle of Alca-cer Quibir in Morocco, his feeble 66-year-old grand-uncle Cardi-nal Henrique assumed the duties of chief of state with the title of king. After the Cardinal’s death on January 31, 1580 there was no direct descendant to the throne, but rather a number of potential candidates ready to fill the royal vacancy. Among them was Phi-lip II of Spain, whose pretension was based on being the grandson of Portuguese king Manuel I on his maternal side.According to Richard Pattee, (Portugal & The Portuguese World, 1957), when Philip was proclaimed the new sovereign, Portugal ceased to exist as an in-dependent entity.The sixty years (1580-1640) of Spanish rule that followed cons-tituted a hiatus in the history of Portugal.Marion Kaplan (The Portugue-se, The Land & Its People, 1991) wrote that none of the Spanish monarchs spent much time in Portugal. Initially, Philip II stayed a few months, Philip III made a short visit in 1619, and Philip IV took virtually no interest at all.In 1640 a group of Portuguese conspirators persuaded a reluc-tant and cautious Duke of Bra-gança, a man whose pleasures were music and hunting, to be-come king. The Bragança family was the wealthiest in Portugal, with vast properties and nume-rous titles.On December 1st, early in the morning, the conspirators char-

ged the palace in Lisbon, where they apprehended the Duchess of Mântua, Margaret of Savoy, vi-ceregal and cousin of Philip IV, and shot her adviser, Miguel de Vasconcelos, who had hidden hi-mself inside a bedroom closet.After the surrender of the Spa-nish garrisons and coastal forts, the Duke of Bragança left his life of ease in Vila Viçosa to be ac-claimed King João in Lisbon on December 15. Supporting him to the hilt was his wife, Luisa de Gusmão, a noble Spanish lady no-netheless, who assured the cons-pirators, “I would rather die as a queen than live as a servant.” It must be emphasized that the 640 conspiracy was organized by a group of aristocrats, histori-cally known as Conjurados, even though there were several rebell ions promoted by peasants at va-rious other times and places in Portugal.Presently, I would like to broach another aspect of intrigue, albeit obscure and never revealed in his-tory books, but closely associated with the conspirators’ scheme. I still recall how we were told that the Conjurados began their secret meetings on October 12 by gathe-ring at night in the palatial resi-dence of Antão de Almada.However, and more preferably, the Conjurados held their nightly meetings outdoors at Almada’s gardens, as a clever way to avoid suspicion, for the 1ighted win-dows certainly would attract the attention of any passerby.Writing in the Azorean newspaper “A União” (December 2, 1995), a good friend of mine, Dr. Alvaro Monjardino, presented another curious and quite plausible ac-

count. In the neighborhood of Almada’s residence stood the Mancebias of Lisbon, which in English are called brothels. Pos-sibly, that was the place chosen by the Conjurados to hold theirclandestine meetings. Beside being disguished in heavy’ coats and under cover of the night, they were able to approach any brothel from different directions, arri-ving separately and departing at different times.That way, people would think of it merely as a casual occurence, with no fears of a dangerous ploy in the making. Such ingenious escapade served as the best stra-

tagem to provide the security ne-eded by the Conjurados. At least, it was more prudent than taking the high risk of either entering or leaving the Almada’s palatial residence.Curiously enough, a similar sce-ne occured in the movie “Gone With The Wind”, when, to avoid suspicions of conspiracy, Rhett Butler (Clark Gable} stated that some individual had spent the ni-ght with him in a local bordello.Maybe someday it will be pro-ven that the Conjurados used the Almada’s residence and gardens as a detour to reach the Mance-bias, and thus prevented suspi-

cions about their conspiratory ac-tivities. It is all quite possible and even suggestive. Evidently, themost important story is that the Conjurados not only retrieved an independence that had been lost, but also re-established Portugal as an independent power in the world after six decades of the suspension of its sovereignty.In closing, the first of December, the day of the overthrow of Spa-nish rule in 1640, is now a Portu-guese national holiday.

ENGLISH SECTION

California Chronicles

Ferreira Moreno Conspirators & Brothels

March 6

9:00 AM

Official Visit

District # 56

IDES Co # 173

SES Co # 49

UPEC Co # 43

Carrows Fami-ly Restaurant12325 Moun-tain AveChino, CA

Albertina Goulart909-731-9876Lucia Batista909-797-0879

March 14

Social:12:00Lunch: 1:00

Official Visit

PFSA Co # 18

IDES Co # 33

UPEC Co # 24

UPPEC Co 138

Stockton Ball-room9650 Thornton RdStockton, CA

Gerry Trigueiro209-952-9012

Addico Cattuzzo209-369-4318

March 28

Cost per person: $10.00 prepaid by 3/10$12.50 at the door

Official Visit PFSA Co # 45

FRESNO

Hometown Buffet458 W. ShawClovis, CA(Peach/Shaw)

Cleda Rodrigues

559-875-6187

RSVP by3/10

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as nossas festas

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31 COMUNIDADE

3 dias de Matança em Watsonville

Quando visitámos a cozinha já a morcela estava a ser frita Mais cozinha, mais batata doce e mais morcelas penduradas

Alcides Machado alegrou a noite com a boa música portuguesa Malassadas em São Miguel, filhoses nas outras ilhas

O desfile das máscaras foi um momento de boa disposição, porque houve muitas dificuldade em adivinhar quem eram as pessoas mascaradas

Depois do jantar, o habitual bailarico, vendo-se Joe Rosa e esposa em primeiro plano

As matanças em Watsonville devem ter começado em 1972, como se pôde ver nas fotografias expostas no Salão.Este ano foram três dias de festa, o que deve ser único na California. Começou

tudo na Sexta-feira, dia 19 de Fevereiro, com um jantar de caldo de peixe.No Sábado, o almoço foi de peixe - atum e salmão. Uma delícia.Jantar de matança à tarde, com morcela,

linguiça, fígado, batata doce, inhames, arroz doce, seguido de baile abrilhantado pelo Alcides Machado. A meio do baile houve desfile de mascarados e arremata-ções. O almoço do Domingo consistiu em

caldo de couves e para acabar a festa, ao jantar serviu-se novamente produtos de porco, como no Sábado e com torresmos. Houve actuação do Grupo Folclórico de Newark. Um fim de semana em grande.

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32 1 de Março de 2010ÚLTIMA PÁGINA

Why did you apply for CEO of Luso-American Life Insurance Society (LA-LIS)?

There are several reasons why I applied for the position of Chief Executive Officer. I grew up in the Luso-American Fraternal Federation becoming a member at the age of one when my grandfather purchased my first policy. Growing up in San Jose I was an active member of Youth Council #2. Later, I was also involved in 20-30’s Re-gion #1 and served as a council officer of Council 47B prior to becoming Secretary of Council 21B of Los Banos. I am curren-tly President of Council 21B.On the State level, I served as a Director and Honorary Director of the Luso-Ame-rican Fraternal Federation prior to joining Luso-American Life Insurance Society in 1992 as a Regional Field Manager and la-ter as the Society’s Secretary.As you can see, the Society has been a part of my life for as long as I can remember. The position as the Society’s CEO presents me an opportunity to help LALIS conti-nue as a strong Fraternal Benefit Society. I appreciate and accept the challenges this position presents.

What are your daily challenges that need to be addressed? During this time of crisis, what are the LALIS priori-ties?

During this time of crisis one of our Society’s main priorities continues to be membership. As with all Fraternal Be-nefit Societies, whether ethnic based or

religious based, obtaining new members has become a major challenge. Luso-American Life In-surance Society is a mem-ber of the National Frater-nal Congress of America (NFCA). There are various challenges facing the fra-ternal benefit system and the NFCA continues to help with these issues.

Being your competi-tors, how did you see the merger that formed the PFSA?

My view of the merger of the IDES, SES, UPEC, and UPPEC to form the Por-tuguese Fraternal Society of America (PFSA) was a good thing for the fraternal benefit system. It is some-thing to be proud that these four societies were able to come together to form one larger and stronger society.I attended the Unification Mass and Lun-cheon honoring the formation of the PFSA on January 10, 2010. This was a beautiful event.The question was the PFSA as our compe-titor. I look at it as though the PFSA is our partner in keeping the Fraternal Benefit System strong.

What are your expectations for this

year’s convention? Any new activities?

We expect our conventions to be success-ful in every way with the coming together of our directors, officers, delegates, and members. Our 2010 fraternal convention on the East Coast will be held on June 25-27, in Mineola, New York. The Portuguese Continental Union, our fraternal division on the East Coast, will be conducting their sessions, elections, and other activities.The 2010 Fraternal Convention on the West Coast will be held on August 6-9, in Burlingame, California. The fraternal di-visions on the West Coast, the Luso-Ame-rican Fraternal Federation and the Socie-dade Portuguesa Rainha Santa Isabel, will be holding their activities.As far as new activities, this will be the second year both the Luso-American Fra-ternal Federation and the SPRSI will be

holding their activities at the same con-vention.

Tell us about yourself and family.

To tell you something about myself, as I stated earlier, I was born and raised in San Jose, California. I grew up on a dairy farm that was located on what is now Lake Cunningham Park and Raging Waters. My education took place in San Jose, in-cluding a Bachelor of Science in Business, with a Concentration in Office Adminis-tration, from San Jose State University.My wife, Margaret, and I live in Pacific Grove, California. Margaret is a retired teacher having taught 4th grade at St. John Vianney in San Jose and later teaching 5th grade at Our Lady of Fatima in Los Ba-nos. Our daughter, Jenny, graduated from the University of San Diego and currently lives in San Diego with her husband Tim and their daughter Erin (3 years old) and son Jack (one year old). Our son John is a Junior at the University of Southern Cali-fornia (USC) in Los Angeles.

What do you like to do in your spare time?

In my spare time I enjoy spending time with my family and traveling. I especially enjoy combining the two.

Have you visited the Azores and what are your impressions?

I have had the opportunity to visit the Azo-res both as a child with my parents, and as an adult with my wife and daughter. I was able to visit the majority of the islan-ds during my visits. However, most of my time has been spent on the island of Sao Jorge where all of my grandparents were born and raised. This year I plan to visit the Azores, and mainland Portugal, with my son.

I have found the Azores to be a location of Natural Beauty in the world. The islands always seem to be changing through tech-nology.

What is the book of your life?

My favorite author is John Steinbeck. I appreciate both American and California history and Steinbeck has written some of my favorite books/stories dealing with areas I like reading about. I’ve especially enjoyed Of Mice and Men and Tortilla Flat and the areas where they took place. Ho-wever, my favorite book by John Steinbe-ck is Cannery Row and the characters such as Doc Ricketts.

portuguese S E r v i N g t h E p o r t u g u E S E – A m E r i c A N c o m m u N i t i E S S i N c E 1 9 7 9 • E N g L i S h S E c t i o N

Ideiafix

Miguel Valle Á[email protected]

Larry Soares - CEO of LALIS

...the Society has been a part of my life for as long as I can remember.