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Fundamentos da Leitura Um espaço de acesso aos conteúdos discutidos em sala de aula « Os sentidos, as emoções e a razão – 03 Debates » Leitura racional – 04 Por ronaldonezo Leitura racional – para muitos só agora estaríamos no âmbito do status letrado, próprio da verdadeira capacidade de produzir e apreciar a linguagem, em especial a artística. Enfim, leitura é coisa séria, dizem os intelectuais. Para muitos, relacionar a leitura às nossas experiências sensoriais e emocionais é reduzir a leitura, revela ignorância. Essa a postura intelectualizada e dominante – mantida por uma elite. Obviamente, faz-se necessário distinguir essa idéia de intelectuais que estamos utilizando em nossa aula. Entre outras coisas, esse tipo de intelectualismo limita a leitura à noção do texto escrito, pressupondo educação formal e certo grau de cultura e erudição do leitor. Nós estamos vendo a leitura como um processo de compreensão abrangente, no qual o leitor participa com todas as suas capacidade a fim de apreender as mais diversas formas de expressão. Nossa proposta é observar a competência para criar ou ler tanto por meio de textos escritos quanto de expressão oral, música, artes plásticas, artes dramáticas, realidades cotidianas etc. Também não estamos restringindo a leitura a atos de caráter científico, artístico… enfim, eruditos. Então, a leitura racional é intelectual quando elaborada por nosso intelecto – estamos falando de um processo eminentemente reflexivo, dialético. Ou seja, ao mesmo tempo que o leitor sai de si, em busca da realidade do texto lido, sua percepção implica uma volta à sua experiência pessoal e uma visão da própria história do texto, estabelecendo um diálogo entre o texto e o leitor com o contexto no qual a leitura se realiza. Isso implica dizer que os demais níveis de leitura são válidos. Entretanto, a leitura racional acrescenta o fato de estabelecer uma ponte entre o leitor e o conhecimento. A leitura racional implica em reflexão, em atribuir significado ao texto e questionar tanto a própria individualidade como o universo das relações sociais. A autora Maria Helena Martins cita um exemplo da professora Marilena Chauí que ajuda a compreender essa questão. Exemplo: estatueta de barro nordestina representando uma fábrica de farinha de mandioca. (faxineira – a estatueta era para ela a reprodução de algo concreto e memória. Ela contemplava a estatueta, mas sua contemplação e a da professora Marilena nada tinham em comum). (havia uma obra e dois destinatários – uma via a obra e o outro nada via). Não significa necessariamente que haja uma leitura verdadeira e a outra errada. O episódio e sua reflexão exemplificam o quanto significam para a leitura a história, a memória do leitor e as circunstâncias do ato de ler. O relato ainda coloca por terra a ilusão de que só os intelectuais têm condições de assimilar certas formas de expressão, especialmente a estética. Continuando… Freqüentemente confunde-se a leitura racional com a investigação de um texto, com o exame de sua estrutura interna enquanto sistema de relações que o compõem… Esse tipo de leitura, sem conectar o texto com o mundo e com as experiências do leitor, elimina a dinâmica da relação leitor-texto-contexto, limitando consideravelmente a compreensão maior do objeto lido. A leitura racional difere das outras formas de leitura porque, por exemplo, diferente da leitura sensorial, permite conhecer o texto sem apenas senti-lo. Já na leitura emocional, o leitor se deixa envolver pelos sentimentos que o texto desperta. 18/04/2011 Leitura racional – 04 « Fundamentos d… …wordpress.com/…/leitura-racional-04/ 1/3

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  • Fundamentos da Leitura

    Um espao de acesso aos contedos discutidos em sala de aula

    Os sentidos, as emoes e a razo 03Debates

    Leitura racional 04

    Por ronaldonezo

    Leitura racional para muitos s agora estaramos no mbito do status letrado, prprio da verdadeira capacidade de produzir e apreciar a linguagem, emespecial a artstica.

    Enfim, leitura coisa sria, dizem os intelectuais.

    Para muitos, relacionar a leitura s nossas experincias sensoriais e emocionais reduzir a leitura, revela ignorncia.

    Essa a postura intelectualizada e dominante mantida por uma elite.

    Obviamente, faz-se necessrio distinguir essa idia de intelectuais que estamos utilizando em nossa aula.

    Entre outras coisas, esse tipo de intelectualismo limita a leitura noo do texto escrito, pressupondo educao formal e certo grau de cultura e erudio doleitor.

    Ns estamos vendo a leitura como um processo de compreenso abrangente, no qual o leitor participa com todas as suas capacidade a fim de apreender asmais diversas formas de expresso.

    Nossa proposta observar a competncia para criar ou ler tanto por meio de textos escritos quanto de expresso oral, msica, artes plsticas, artesdramticas, realidades cotidianas etc.

    Tambm no estamos restringindo a leitura a atos de carter cientfico, artstico enfim, eruditos.

    Ento, a leitura racional intelectual quando elaborada por nosso intelecto estamos falando de um processo eminentemente reflexivo, dialtico.

    Ou seja, ao mesmo tempo que o leitor sai de si, em busca da realidade do texto lido, sua percepo implica uma volta sua experincia pessoal e uma viso daprpria histria do texto, estabelecendo um dilogo entre o texto e o leitor com o contexto no qual a leitura se realiza.

    Isso implica dizer que os demais nveis de leitura so vlidos. Entretanto, a leitura racional acrescenta o fato de estabelecer uma ponte entre o leitor e oconhecimento.

    A leitura racional implica em reflexo, em atribuir significado ao texto e questionar tanto a prpria individualidade como o universo das relaes sociais.

    A autora Maria Helena Martins cita um exemplo da professora Marilena Chau que ajuda a compreender essa questo. Exemplo: estatueta de barronordestina representando uma fbrica de farinha de mandioca.

    (faxineira a estatueta era para ela a reproduo de algo concreto e memria. Ela contemplava a estatueta, mas sua contemplao e a da professora Marilenanada tinham em comum).

    (havia uma obra e dois destinatrios uma via a obra e o outro nada via).

    No significa necessariamente que haja uma leitura verdadeira e a outra errada.O episdio e sua reflexo exemplificam o quanto significam para a leitura a histria, a memria do leitor e as circunstncias do ato de ler.

    O relato ainda coloca por terra a iluso de que s os intelectuais tm condies de assimilar certas formas de expresso, especialmente a esttica.

    ContinuandoFreqentemente confunde-se a leitura racional com a investigao de um texto, com o exame de sua estrutura interna enquanto sistema de relaes que ocompem

    Esse tipo de leitura, sem conectar o texto com o mundo e com as experincias do leitor, elimina a dinmica da relao leitor-texto-contexto, limitandoconsideravelmente a compreenso maior do objeto lido.

    A leitura racional difere das outras formas de leitura porque, por exemplo, diferente da leitura sensorial, permite conhecer o texto sem apenas senti-lo.

    J na leitura emocional, o leitor se deixa envolver pelos sentimentos que o texto desperta.

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    Na leitura racional o leitor visa mais o texto, tem em mira a indagao; quer mais compreend-lo, dialogar com ele.

    A leitura racional algo exigente, pois implica no desprendimento do leitor, em vontade de aprender, num processo de criao.

    Essa leitura requer um esforo especial; no pode simplesmente querer se apropriar do texto ou aceit-lo passivamente.

    A leitura racional estabelecida a partir da quantidade de leituras feitas ao longo da vida.

    Por exemplo, quem leu um nico romance, pode ter opinio sobre literatura de fico. Mas no tem parmetro para julgar se um bom livro.

    Portanto, ao se ampliares as fronteiras do conhecimento, as exigncias, as necessidades e interesses tambm aumentam As possibilidade de leitura dequalquer texto, multiplicam-se.

    O intercmbio de experincias de leituras desmistifica a escrita, o livro, levando-nos a compreend-los e apreci-los de modo mais natural tornando-nosleitores efetivos nas inmeras mensagens do universo em que vivemos.

    A leitura racional feita a partir do preparo do leitor e tambm das pistas deixadas pelo texto.

    Todo texto conta alguma coisa nada gratuito; tudo tem sentido fruto de uma inteno consciente ou inconsciente.

    A leitura racional se d a partir do reconhecimento dos indcios textuais.

    Aprendemos a ler esses indcios medida que nossas experincias de leitura se sucedem comeamos a perceber como so construdos a inteno doautor

    No entanto, mesmo sabendo como e porque so armados os indcios no quer dizer que o texto se torne transparente para ns (sempre haverambigidades).

    A INTERAO DOS NVEIS DE LEITURANo h uma hierarquia entre os nveis de leitura. Entretanto, a tendncia de que a leitura sensorial anteceda a emocional e tenhamos, por fim, a leituraracional.

    Tambm no se deve supor a existncia isolada de cada um desses nveis.

    Curioso que mesmo que o leitor esteja se propondo uma leitura a um certo nvel, a dinmica de sua relao com o texto que vai determinar o nvelpredominante.

    Salientamos que, h tantas leituras quantos so os leitores h tambm uma nova leitura a cada aproximao do leitor com um mesmo texto (ainda quandomnimas as suas variaes).

    A LEITURA AO JEITO DE CADA LEITORPara se efetivar, a leitura precisa preencher uma lacuna em nossa vida, vir ao encontro de uma necessidade (vontade de conhecer mais).

    A isso se acrescentam os estmulos e os percalos do mundo exterior, suas exigncias e recompensas.

    Concluindo, a leitura mais cedo ou mais tarde sempre acontece, desde que se queira realmente ler.

    Contedo extrado do livro O que leitura (Maria Helena Martins)

    Essa entrada foi postada em junho 12, 2007 s 5:21 pm sob a(s) categoria(s) Uncategorized. Voc pode acompanhar as respostas desse post atravs do RSS 2.0feed. Voc pode responder,ou rastrear de seu prprio site.

    Uma Resposta para Leitura racional 04

    1. marcos Disse: maro 24, 2008 s 7:52 pm | Responder

    `Na verdade um texto bastante sucinto, no restando dvidas que mesmo trazendo o esprito crtico sobre a Leitura que a autora imprimiu ao texto,falta uma crtica com relao aos indcios ontolgicos da prpria incompletitude da realizao do assunto em voga: A leitura.Pois, a mesma nuncaacontece. como um rio no pensamento de Herclito.Melhor seria dizer atualizao em vez de acontecimento. O mais est no contexto orbital doSein und Zeit que trata Heidegger, e, melhor conpreendido por Gadamer

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