22 di maggio-e-powell
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A gaiola de ferro revisitada:isomorfismo institucional e racionalidade coletiva nos campos organizacionaisPaul J. DiMaggio; Walter W. Powell
Apresentação por Gislaine Aparecida Gomes da Silva
Mestranda Engenharia Produção – linha pesquisa IOT
Professores: Dr Mauro Rocha Côrtes; Dr Luís Fernando Paulillo
A Gaiola de Ferro
Imagem da gaiola de ferro (rigidez organizacional) associada ao espírito racionalista e burocracia: Para Max Weber (1952), sob o capitalismo, a ordem racionalista torna-se uma “gaiola de ferro” em que a humanidade é aprisionada, sendo que a burocracia é a manifestação organizacional do espírito racional e é irreversível, porque é muito eficiente para controlar o trabalhador.
Dentre as causas à burocratização levantadas por Weber, a competição entre empresas capitalistas no mercado é a mais importante.
A burocracia já é uma forma de homogeneização, pois Weber já havia constatado que as grandes empresas capitalistas da época seguiam modelos semelhantes de organizações burocráticas.
Questão do artigo:
Por que há a homogeneização das formas e práticas organizacionais? O que torna as organizações tão similares?
Enquanto alguns autores estudam a diversidade e diferenciação das organizações em termos de estrutura e comportamento, DiMAGGIO & POWELL (1991) estudam a homogeneização das formas e práticas organizacionais, focando a homogeneidade e não a variação.
Tese: Isomorfismo: para DiMAGGIO & POWELL (1991), as causas para a burocratização e
outras formas de mudança organizacional mudaram: não é mais a competição, mas sim processos que tornam as organizações mais similares (o isomorfismo), sem necessariamente tornálas mais eficientes. A mudança estrutural nas organizações parece cada vez menos orientada pela competição ou pela necessidade de eficiência.
Estruturação/institucionalização dos campos organizacionais e aumento da influência do Estado e das categorias profissionais: As formas de homogeneização das organizações resultam da estruturação dos campos organizacionais dos quais pertencem (Giddens, 1979), em que o Estado e as categorias profissionais detêm um papel importante como racionalizadores. Então, para os autores, o mecanismo da racionalização e burocratização se deslocou do mercado competitivo para o Estado e as categorias profissionais.
Organizações homogêneas: Assim, em síntese, campos organizacionais altamente estruturados/institucionalizados formam um contexto em que esforços individuais (de uma organização) para lidar racionalmente com incerteza e restrições, geralmente, levam, de maneira conjunta, à homogeneidade em termos de estrutura, cultura e resultados.
Campo Organizacional Estágios iniciais: Diversidade Campo bem estabelecido – Homogeneização (Isomorfismo)
Definição: organizações que em conjunto constituem uma área reconhecida da vida institucional: fornecedores-chave, consumidores, agências regulatórias e outras organizações que produzem produtos/serviços similares.
Estruturação do campo é determinada a partir de pesquisa de campo e de um processo de definição institucional composto por 4 partes: 1) aumento da amplitude da interação entre as organizações do campo;2) emergência de estruturas de dominação e padrões de alianças interorganizacionais (coalizões) bem definidos; 3) aumento da carga de informação com a qual as organizações dentro de um campo devem lidar;4) desenvolvimento de uma conscientização mútua entre os participantes de que estão envolvidas em um negócio comum.
Isomorfismo:
Competitivo
Institucional
coercitivo miméticonormativo
Isomorfismo Institucional “Processo de restrição que força uma unidade em
uma população a se assemelhar a outras unidades que enfrentam o mesmo conjunto de condições ambientais”.
As respostas ineficientes (não-ótimas) são excluídas.
Tomadores de decisão das organizações de um campo aprendem respostas adequadas e ajustam seus comportamentos de acordo com elas.
Isomorfismo Coercitivo
Pressões formais ou informais exercidas sobre a organização por outras organizações das quais depende.
Expectativas culturais da sociedade em que a organização atua.
Ordens governamentais Ambiente legal comum
Isomorfismo Mimético Incerteza simbólica - Resposta Tomar outras organizações como modelo
Modelos difundidos Involuntariamente – transferência ou rotatividade de funcionários Explicitamente – consultoria ou associações de comércio e indústria
↑ população de pessoas empregadas ou qtde de clientes.
↑ pressão sentida pela organização para oferecer programas e serviços oferecidos por outras.
Isomorfismo Normativo Deriva da profissionalização:
Luta coletiva de membros de uma profissão para definir as condições e métodos de seu trabalho e estabelecer uma base cognitiva e de legitimação para a autonomia de sua profissão.
Apoio da educação formal Crescimento e constituição de redes profissionais
que perpassem as organizações e por meio das quais novos modelos são rapidamente difundidos
Seleção de pessoal Comportamentos e atitudes dos indivíduos dentro
da organização: Estilo de vestimenta, vocabulário, métodos padronizados de
discursar, fazer piadas ou se dirigir aos outros.
Isomorfismo x Eficiência
Processos de isomorfismo ocorrem sem nenhuma evidência de que, com eles, a eficácia organizacional será alcançada.
Organizações semelhantes = mais legítimas, mais respeitadas, mais reconhecidas
O que não assegura que serão mais eficazes.
Preditores de mudança isomórfica
Nível organizacional
↑ dependência ↑ similaridade em estrutura, ambiente e foco comportamental Pressões coercitivas são construídas em relacionamentos de intercâmbio
↑ centralização do fornecimento de recursos ↑ dependência da organização Mesmas fontes de recursos, pessoas e legitimidade coerção
↑ incerteza de relacionamento entre meio e fins Isomorfismo mimético: “importação” de esquemas
↑ ambigüidade de metas Ambigüidade dependência de aparências para se legitimarem “Mais fácil” imitar outras organizações
↑ confiança em credenciais acadêmicas para seleção de pessoal Padrão de regras e modelos interiorizados
↑ participação de gestores em associações de comércio e profissionais ↑ redes de relacionamentos = ↑ organização coletiva do ambiente
Preditores de mudança isomórfica
Nível do campo
↑ isomorfismo ↓ nível de variação e diversidade no campo
↑ dependência de recursos vitais de uma única fonte = centralização de recursos Coloca organizações sob pressões similares dos fornecedores, interage com Incerteza
e ambigüidade das metas aumentando o seu impacto
↑ interação com agências governamentais Maior o grau de isomorfismo no campo como um todo
↓ alternativas de modelos organizacionais Para qualquer dimensão relevante de estratégias ou estruturas organizacionais em
um campo haverá um “Limiar” / “Ponto de inflexão”
↑ incertezas a tecnologia ou ↑ ambigüidade de metas Após período de experimentação - isomorfismo
↑ profissionalização Padrão de referências
↑ estruturação do campo Estrutura de difusão de modelos e normas é mais rotineira
Implicações para a Teoria Social Paradoxo:
Elites-chave – “inteligentes” Organizações – “ignorantes”
Seleção Natural Elites-chave assumem poder em momentos cruciais
Elites-chave = detém o poder (econômico, político ou social) e determinam modelos de estrutura e política organizacional que perduram por anos sem serem questionados.
Bibliografia
DIMAGGIO, Paul J. e POWELL, Walter W. A gaiola de ferro revisitada: isomorfismo institucional e racionalidade coletiva nos campos organizacionais. RAE clássicos.