2.1. formação de impressões 2.2. julgamento social 2.3...

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02-04-2009 Psicologia Social Licenciatura em Ciências da Comunicação 1 2. Percepção do outro 2.1. Formação de impressões 2.2. Julgamento social 2.3. Atribuição causal

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02-04-2009Psicologia Social

Licenciatura em Ciências da Comunicação 1

2. Percepção do outro

2.1. Formação de impressões

2.2. Julgamento social

2.3. Atribuição causal

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Para formar uma ‘impressão’:

forma directa: em interacção, com observação de comportamento

verbal

não-verbal

forma indirecta:

ouvir dizer…

Formar uma impressão significa organizar a informação disponível

acerca de uma pessoa de modo a podermos integrá-la

numa categoria significativa para nós.

(Asch, 1946)

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Componente fundamental na formação de impressões:

Categoria avaliativa – tipos:

1. afectivo (gostar/não gostar) mais importantes para

2. moral (bom/mau) primeiras impressões

3. instrumental (competente/incompetente)

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Perspectivas teóricas:

1. construtivista: processamento conceptualmente guiado – a formação de

impressões é determinada pelas estrutura e pelos processos cognitivos e

afectivos do percepcionador (estudo de Asch)

2. associacionista: processamento guiado pelos dados – a formação de impressões

é produzida pelas características físicas e comportamentais da pessoa-alvo

(Anderson, 1965, 1974)

Recentemente…

3. Abordagem ‘mista’: o processamento pode realizar-se dos dois modos (Brewer,

1988, Zebrowitz, 1990)

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Perspectivas históricas:

Três grandes períodos:

1. 1946 – finais 1950’s: abordagem ‘gestaltista’ ou configuracional de Asch

Na formação de impressões, integram-se os vários elementos informacionais e reinterpretam-

se até constituir um todo coerente: o significado é construído em função das relações

contextuais com os restantes

2. Início 1960’s – meados 1970’s: abordagem linear ou integração da informação (Anderson)

Cada elemento de informação tem um valor próprio, contribuindo independentemente para a

impressão geral

3. Desde finais 1970’s: abordagem da memória de pessoas ou cognição social (Hastie et al.,

1980)

Analisa os processos relativos à aquisição, armazenamento e recuperação da informação -

formar impressões é uma actividade dependente dos processos de memória

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1. Abordagem configuracional - Asch, 1946

O processo de formação de impressões tem um carácter holístico: os traços organizam-se de

forma que o todo é diferente da simples somas das partes;

Hipótese: algumas características são centrais e outras secundárias.

Sujeitos escreviam apreciações sobre a pessoa… (análise de conteúdo)

Sujeitos construíam lista de palavras para encontrar temas consistentes

Apresentação de uma lista com conjunto de pares de adjectivos opostos

Experiência: 2 grupos – 2 listas:

A: inteligente – hábil – industrioso – caloroso – determinado – prático – cauteloso

B: inteligente – hábil – industrioso – frio – determinado – prático – cauteloso

Sujeitos escreviam comentário sobre a pessoa

Seleccionavam traços numa lista de 18 pares de adjectivos

Impressões mais favoráveis no grupo com lista A.

As características não têm todas o mesmo peso: há qualidades centrais e periféricas.

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1. Abordagem configuracional - outros estudos

Wishner (1960) – a centralidade de qualquer traço depende da restante informação acerca da

pessoa e do tipo de julgamento pedido:

Caloroso/frio – relacionados com dimensão ‘sociabilidade’

Polido/rude – relacionados com dimensão ‘honestidade’

Rosenberg (1968) – 2 dimensões de distribuição dos traços: desejabilidade social e

desejabilidade intelectual

Um traço é central na medida em que tenha um valor extremo numa dimensão

Schneider (1973) – importância de outros estímulos para além da personalidade:

Estímulos não verbais: vestuário; aparência física; comportamento não verbal: cor da

pele, atractividade do rosto e do corpo, expressão facial, contacto pelo olhar, modo de

andar, postura corporal, ocupação do território, tom de voz, odor corporal e contacto

táctil

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2. Abordagem da integração da informação ou modelos lineares

Alternativa à perspectiva holística, com base no pressuposto associacionista de que cada

item dá uma contribuição própria para a formação de impressões.

Metodologia diferente: apresentar aos sujeitos uma lista de adjectivos que supostamente

caracterizam um indivíduo e pedir que assinalem numa escala qual a impressão geral

Escala bipolar com 7 ou mais intervalos (ex: gosto muito – não gosto nada)

Constroem-se listas de estímulos a partir de um total de 555 traços (Anderson, 1968),

em 4 grupos de 32 adjectivos de acordo com pontuação (Alto, Médio +, Médio -, Baixo).

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2. Abordagem da integração da informação ou modelos lineares

2.1. Modelo da média simples e ponderada (Anderson) – formar uma impressão é somar

pontuações e dividir pelo total de características, que terão a mesma importância. Se não –

média ponderada

2.2. Modelo aditivo (Fishbein e Hunter, 1964…) – ao formar impressões, os indivíduos

adicionam os valores de cada característica

Efeito da quantidade de traços: quando vão na mesma direcção (+/-) o aumento do número de

adjectivos leva a uma resposta mais extrema

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3. Abordagem da memória das pessoas (ex: Hastie et al., 1980, Srull e Wyer, 1989)

A formação de impressões depende de conhecimentos e informações anteriores, que conduz

a interpretação de nova informação. A dinâmica das relações sociais leva a reter informação

para facilitar interacção – importância da memória.

Processos de:

codificação – a informação é interpretada e organizada

armazenamento – retenção da informação já codificada

Recuperação – processos que permitem encontrar a informação armazenada

Metodologia: apresentar uma série de comportamentos sob forma escrita ou filmada e pedir

aos sujeitos que formem uma impressão - conceito avaliativo geral: ps10001.pdf

Representação descritiva

Representação avaliativa

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3. Outros modelos

Modelo dual de formação de impressões (Brewer, 1988) – a impressão é resultado de um

processamento de informação baseado em categorias (top-down ou theory-driven) ou em

representações de pessoas (Bottom-up ou data-driven)

2 tipos de processamento da informação: automático na etapa de identificação (não

consciente) e controlado nas outras etapas

Modelo do processo contínuo (Fiske e Neuberg, 1989) – supõe um processo contínuo desde a

criação de impressões a partir de conceito pré-existentes (theory-driven) a processos de

combinação linear, peça a peça, da pessoa-alvo (data-driven) ps40001.pdf; ps20001.pdf

Modelo de processamento paralelo e simultâneo (Kunda e Thagard, 1996) – os estereótipos,

os traços e os comportamentos podem ser representados como nódulos interconectados

numa rede de activação geral, a partir de associações positivas e negativas ps30001.pdf

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Componentes na formação de impressões (Leyens e Yzerbyt, 2008):

motivação: estratégia da suficiência (informações de confirmação) ou da necessidade

(informações infirmatórias)

atenção

informações

Traços centrais

primeiras informações

Informação concreta, figurada

Características raras

Características incoerentes