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Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF 16, 17 e 18 de abril de 2013 O MODELO DE MONITORAMENTO DE PROJETOS ESTRATÉGICOS NO GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: IMPLANTAÇÃO E DESAFIOS Iti Guimarães (Leonilse F. Guimarães) Beatriz Carlesso Fernando Ritzel Franco Vilmar Rama

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Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF – 16, 17 e 18 de abril de 2013

O MODELO DE MONITORAMENTO DE PROJETOS ESTRATÉGICOS NO GOVERNO

DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: IMPLANTAÇÃO E DESAFIOS

Iti Guimarães (Leonilse F. Guimarães)

Beatriz Carlesso Fernando Ritzel Franco

Vilmar Rama

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Painel 54/205 Monitoramento estratégico de governo

O MODELO DE MONITORAMENTO DE PROJETOS ESTRATÉGICOS

NO GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: IMPLANTAÇÃO E DESAFIOS

Iti Guimarães (Leonilse F. Guimarães) Beatriz Carlesso

Fernando Ritzel Franco Vilmar Rama

RESUMO Este trabalho apresenta a Sistemática de Monitoramento Estratégico do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, modelo de gestão desenvolvido pela Secretaria-Geral de Governo para o acompanhamento das obras e ações prioritárias da Gestão 2011-2014. A experiência gaúcha adota uma metodologia que associa ciclos continuados de análise dos projetos a um sistema web de informações (SME) alimentado pelos órgãos executores. O processo avalia a execução física e orçamentário-financeira dos projetos, bem como a efetividade de seus resultados segundo a percepção da população atendida. O objeto do monitoramento são os projetos selecionados para a concretização dos compromissos assumidos com a sociedade, que alinhados a objetivos estratégicos são aferidos semanalmente pelo Governador na Sala de Gestão. O monitoramento é parte da estratégia de gestão que organiza os órgãos governamentais e a sociedade numa rede - a Rede de Planejamento, Monitoramento e Gestão Estratégica - estruturada para atuar de forma integrada e transversal nos processos de decisão e execução das políticas públicas.

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1 INTRODUÇÃO

A crise do Estado, impulsionada pelo esgotamento e sobrecarga da

máquina pública e pela falta de capacidade para a manutenção da qualidade de

atendimento ao cidadão, dentre outros fatores, fizeram com que governos

começassem a buscar alternativas de gestão e de modelagem de políticas públicas.

Foi assim que o conceito de estratégia, que auxiliou grandes corporações a

alcançarem vantagens estratégicas e posições em seus mercados, passou a ser

incorporado por alguns estados em suas administrações.

A aplicação do conceito e de modelos de estratégia empresarial na

administração pública foi alcançada paralelamente a um abrupto aumento na

velocidade das mudanças econômicas, sociais e políticas do ambiente em que

estavam inseridas. Assim, veio à tona a necessidade por alternativas de melhor

direcionar as ações de instituições públicas (MOTTA, 2003), de modo racional e, na

medida do possível, controlável e previsível.

No setor público, tal conceito está mais fortemente vinculado à definição

de prioridades e à diminuição de ameaças às quais o Estado pode estar exposto

(PFEIFFER, 2000). Além disso, o Estado deve estar pautado tanto por resultados de

eficiência em produtos quanto em efetividade de resultados para a população,

possuindo funções únicas, tais como ser simultaneamente formulador e executor de

políticas e passível de uso do monopólio pela “força” (FERLIE, 2002). Tais

características obrigam, a partir de seu entendimento, a adaptação do que se

pretende implementar.

Para aplicação do ferramental de planejamento estratégico ao Governo

do Estado do Rio Grande do Sul, utilizou-se uma metodologia que evidencia os

processos de agilidade nas respostas aos anseios do cidadão.

O caminho estratégico (mapa estratégico) escolhido para a realização da

visão de futuro articulou objetivos estratégicos dispostos em dimensões, aos quais

foram alinhados projetos com metas capazes de atender as demandas do Programa

de Governo.

Assim, o mapa estratégico do Governo gaúcho é a representação gráfica

de sua estratégia, mostrando a integração dos seus objetivos estratégicos nas três

perspectivas “gestão pública”, “focos de atuação” “e sociedade”, com as ações

governamentais.

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Visão: RETOMAR O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COM EQUIDADE E PARTICIPAÇÃO

MAPA ESTRATÉGICO: Governo do Estado do Rio Grande do Sul

2.5Promover políticas

públicas de proteção, inclusão social e combate à

miséria

2.4Expandir a

infraestruturasocial

3.3Qualificar a gestão e o controle público do Estado, atuando de

maneira inovadora, participativa e transversal

3.2Recuperar as instituições públicas,

aprimorando os serviços e estabelecendo uma nova relação com os servidores públicos

2.1Aumentar o investimento produtivo e

tecnológico e fortalecer as

cadeias produtivas e os APLs

2.2Fomentar a

cooperação e integração

federativa e a cooperação

internacional, em especial com o

Mercosul

3.1Melhorar a capacidade de Investimento do Estado

Proposta v4

PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE

1.1Alcançar o crescimento do

investimento, do emprego e da renda

1.3Elevar a

qualidade de vida e erradicar

a pobreza extrema

1.2Promover o

desenvolvimento regional

1.4Aprimorar a cidadania,

promover a paz e os valores republicanos

2.3Fortalecer a infraestruturaeconômica, energética e logística com

sustentabilidadeambiental

2.6Desenvolver

políticas públicas de promoção dos

direitos humanos com equidade de

gênero e da diversidade cultural

Econômico Regional Social Democrático

O conceito central adotado no desenho do modelo de gerenciamento e

avaliação de ações e projetos estratégicos do Governo do Estado do Rio Grande

do Sul está inserido na perspectiva do desenvolvimento institucional da esfera

pública, ou seja, de criação de melhores condições para que o desempenho das

funções seja mais eficiente e eficaz.

No entanto, as ações de desenvolvimento institucional empreendidas,

devem corresponder às estratégias de fortalecimento do modelo de governança do

Estado. No caso do Rio Grande do Sul, a gestão estratégica das ações de governo

foi estruturada em rede, traduzindo a integração entre os diversos setores

governamentais e da sociedade, envolvidos nos processos de planejamento,

execução, monitoramento e avaliação dos projetos e programas.

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Mapa estratégico

Gestão de projetos e programas

$$Financiamento da

carteira de projetos

Planejamento dos projetos

-- Produtos e Metas

-- Indicadores e Prazos

-- Orçamento e Captação

-- Responsáveis: Secretários/Gerentes

Monitoramento da execução

Solução de problemas

Rede de planejamento, gestão e monitoramento

Assim, o modelo de monitoramento das ações do Governo foi estruturado

na perspectiva de uma gestão matricial, contribuindo para o desenvolvimento da

rede de controle das ações, do fluxo de informações verticais e transversais entre os

órgãos, e do processo de tomada de decisões do Governador e secretariado.

3 HISTÓRICO DO PROCESSO

O monitoramento das prioridades do Governo gaúcho foi iniciado em

2011, adotando uma metodologia que associa ciclos continuados de análise dos

projetos a um sistema de informações (SME) alimentado pelos órgãos executores.

Elaborados e alinhados a objetivos estratégicos, os projetos são

monitorados dentro de uma sistemática que inicia com gerentes, analistas e

coordenadores e culmina na Sala de Gestão, para apreciação do Governador.

A sistemática é apoiada por uma ferramenta digital totalmente web,

especialmente desenvolvida para dar suporte ao monitoramento e pode ser

consultada e alimentada por diversos atores, armazenando informações e

indicadores de execução física, de execução financeira, análises, evidências e atas.

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Até o presente momento, o monitoramento avalia a execução física e

orçamentário-financeira dos projetos. No entanto, ainda em 2013, em continuidade

do seu desenvolvimento passará a avaliar também a efetividade de seus resultados

segundo a percepção da população beneficiada.

O processo é coordenado pela Secretaria-Geral de Governo e executado

em conjunto com a Secretaria de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã,

tendo sido desenvolvido com a consultoria da Fundação Getúlio Vargas. A

Secretaria do Planejamento é dirigida por João Motta. A Secretaria-Geral foi dirigida

em 2011 por Estilac Xavier, eleito Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Em

2012 a tarefa foi entregue à Míriam Marroni, Deputada Estadual que retomou seu

mandato. Em 2013 a secretaria passou a ser dirigida por Vinícius Wu, que nos anos

anteriores foi Secretário Chefe-de-Gabinete do Governador.

A seguir passamos a relatar a experiência de implantação da Sistemática

de Monitoramento Estratégico, desenvolvida em 2011 e 2012.

2011: definição do modelo, início da implantação e identificação de entraves

O primeiro semestre de 2011 foi dedicado à definição da carteira de

projetos e à preparação dos instrumentos de gestão do monitoramento. O desafio

era construir uma carteira de projetos fortemente alinhada ao Programa de Governo,

com previsão de financiamento assegurada e com condições estruturais de

execução nos respectivos órgãos.

Nesse período o Governo trabalhava para retomar a capacidade de

financiamento do Estado, ampliando os convênios com a União e contratando

empréstimos tanto com organizações financeiras nacionais, como o Banco Nacional

de Desenvolvimento Econômico e Social/BNDES, quanto internacionais, como o

Banco Mundial/BIRD e o Banco Interamericano de Desenvolvimento/BID.

No segundo semestre de 2011 a metodologia e a ferramenta de apoio,

ainda em desenvolvimento, foram utilizadas em três ciclos completos de avaliação

da execução dos projetos estratégicos.

A Sala de Gestão foi instalada em 12 de Julho, quando 132 projetos

estratégicos, de 30 secretarias, passaram a ser monitorados. Vários destes projetos

eram inéditos no Estado, estando muitos ainda em fase de planejamento de ações e

captação de recursos para seu financiamento.

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Os dois principais resultados do monitoramento em 2011 foram: a

avaliação da viabilidade dos projetos; e a identificação de gargalos sistêmicos e

entraves administrativos para sua execução.

A experiência mostrou que, se a consistência técnica e a aderência

política ao Mapa Estratégico são as diretrizes essenciais para um projeto ser

considerado estratégico, a priorização de meios e recursos pelo órgão executor é o

fator decisivo para torná-lo viável.

Ao final do ano a carteira inicial de projetos foi reavaliada segundo os

critérios de alinhamento ao Mapa Estratégico, viabilidade financeira e estrutura para

sua efetiva execução. A carteira foi reduzida para 87 programas e projetos

estratégicos. Ao longo de 2012 a carteira chegou a ser composta por 102 projetos.

2012: continuidade da implantação e criação dos instrumentos de apoio ao monitoramento

A Sistemática de Monitoramento Estratégico foi aperfeiçoada ao longo do

ano de 2012, com a criação e implementação de instrumentos e estruturas de apoio

para a qualificação da coleta de informações, e, principalmente, para auxiliar na

agilização da execução dos projetos.

O Comitê de Acompanhamento de Recursos Federais, o selo físico e

eletrônico associado aos expedientes administrativos, o Comitê de Gestão de

Entraves e a integração da ferramenta de apoio (SME) com o sistema de controle

financeiro e orçamentário do Estado (FPE) são complementos essenciais ao modelo

pois, para além das suas funções operacionais, possibilitam a integração com as

áreas-meio, auxiliando na disseminação de uma cultura de gestão transversal e

cooperativa.

Tais medidas concretizam a mudança de foco da sistemática, no período

de planejamento dos projetos mais direcionado a levantar dados, analisar

viabilidades e apontar entraves a serem tratados na Sala de Gestão com o

Governador.

O primeiro passo de transparência para a cidadania foi dado com a

divulgação dos projetos estratégicos no site Portal de Acesso à Informação que

implementou a Lei de Acesso à Informação no Governo do Estado.. O mecanismo

de controle social pode ser conferido no endereço www.informacao.rs.gov.br .

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No segundo semestre de 2012 foram realizados ajustes na metodologia,

de modo a torná-la ainda mais adequada à necessidade de enfrentar entraves e

preparar os projetos para a chegada dos recursos de financiamento captados.

O novo ciclo, de seis reuniões, visou reforçar o protagonismo do gerente e

atribuir à equipe de monitoramento um papel mais reforçado na gestão de

problemas e identificação de oportunidades geradas pelos projetos e seu contexto

no período de Governo em curso.

Também foi concluída a adequação da sistemática para indicadores

relativos aos objetivos estratégicos e serviços públicos, tendo sido a equipe

capacitada para a sua utilização no processo analítico do monitoramento em 2013.

Entre as novas funcionalidades introduzidas destaca-se a gestão

orçamentária dos projetos, cujo desenvolvimento é descrito adiante.

Replanejamento da carteira de projetos estratégicos

Concluída a primeira metade do período de governo, se tornou necessária

uma avaliação pormenorizada do cumprimento das ações previstas pelo Programa

de Governo e Carta aos Gaúchos. Essa análise considerou a disponibilidade

orçamentária e as condições de recuperação das metas não executadas na primeira

metade da gestão governamental.

Para o replanejamento foram inicialmente realizadas 25 reuniões nas

secretarias, com a presença de mais de 300 gestores, envolvendo os titulares das

pastas, responsáveis pelas prioridades estratégicas, gerentes de projetos e

servidores dos setores de apoio administrativo e orçamentário. Após a rodada de

orientações ocorreram reuniões de diagnóstico e a revisão das metas 2013/2014

para cada projeto, com validação da programação orçamentária, revisão dos

indicadores e cronogramas. O processo resultou na aprovação, pelo Governador e

secretariado, da carteira de Projetos Estratégicos para o biênio 2013-2014.

No segundo ano de implantação do monitoramento a superação dos

gargalos e entraves, identificados já no primeiro ano, foi parcial e de difícil solução,

indicando que a gestão de problemas seguirá sendo tarefa essencial do

monitoramento. Contribui para isto o fato de que a máquina administrativa assimila

muito lentamente os novos métodos e procedimentos de gestão, sendo essencial a

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ação que o Governo vem desenvolvendo na qualificação de seus mecanismos de

comunicação interna para orientação de seus gestores, e de comunicação externa,

para informar a cidadania e coesionar sua base social de sustentação.

O ano de 2012 encerrou com oito ciclos de monitoramento concluídos.

Foram cerca de 800 reuniões e 56 Salas de Gestão realizadas e um conjunto muito

importante de informações acumuladas e sistematizadas para o apoio da tomada de

decisões dos dirigentes de Governo, em especial do Governador.

Os textos, documentos e figuras apresentados a seguir desenvolvem os

conteúdos enunciados neste histórico.

4 MARCO LEGAL

Em 18 de junho de 2012, o Decreto Nº 49.249 deu caráter formal e legal

ao monitoramento dos projetos estratégicos, instituindo o Sistema de

Acompanhamento e Monitoramento das Ações Prioritárias da Administração Pública

do Estado do Rio Grande do Sul – SME.

O texto pode ser consultado no Diário Oficial do Estado de 20 de junho de

2012 http://www.al.rs.gov.br/legis/M010/M0100018.asp?Hid_IdNorma=57889&Texto

= &Origem=1.

O decreto do Governador Tarso Genro formalizou o ordenamento jurídico

do monitoramento estratégico dos projetos, oficializando procedimentos e instituindo

atribuições e prerrogativas aos integrantes do sistema, às secretarias e demais

órgãos públicos estaduais. Classifica o Sistema de Acompanhamento e

Monitoramento das Ações Prioritárias como ferramenta de apoio ao Governador e

secretários, cujo objetivo é monitorar a execução física e orçamentário-financeira

dos projetos estratégicos do Governo do Estado, bem como seu impacto na

sociedade.

A formalização da sistemática abrange a institucionalização de

ferramentas, estruturas de gestão e mecanismos de priorização da tramitação dos

expedientes relativos aos projetos estratégicos, atribuindo à Secretaria-Geral de

Governo a coordenação do sistema.

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5 SISTEMÁTICA DE MONITORAMENTO ESTRATÉGICO - SME

5.1 Objetivos do monitoramento de projetos estratégicos

Garantir que as ações prioritárias das secretarias e órgãos do

Executivo estejam alinhadas à estratégia do Governo.

Potencializar os projetos estratégicos do Governo através da gestão

compartilhada.

Organizar as informações para agilizar a tomada de decisões em

tempo hábil.

Facilitar os processos internos na execução dos projetos

estratégicos do Governo.

A metodologia de gestão e controle das ações governamentais

prioritárias, denominada Sistemática de Monitoramento Estratégico (SME), consiste

em um modelo de reuniões periódicas, nas quais são avaliadas perspectivas de

ação, viabilidade técnica, adequação político-administrativa, capacidade de

execução orçamentário- financeira e desempenho real das ações classificadas como

estratégicas.

As informações coletadas no exame sistemático da execução das ações

estratégicas são registradas numa ferramenta de apoio – o Sistema de

Monitoramento Estratégico - alimentada pelos agentes integrantes da rede de

monitoramento.

5.2 De ação governamental a projeto estratégico

A construção da carteira de projetos estratégicos tomou como ponto de

partida o Programa de Governo e a Carta aos Gaúchos e Gaúchas, documentos de

compromissos de campanha. As propostas foram formatadas metodologicamente e

convertidas em projetos, que foram agrupados por Objetivo Estratégico do Mapa

Estratégico de Desenvolvimento Econômico e Social.

A tradução de uma ação governamental em projeto estratégico cumpre

rito específico, que pode ser conferido na figura abaixo, com o passo a passo.

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Encerramento do Projeto-Conclusão de obras públicas-Qualificação e/ou ampliação de serviços-Implantação de novas políticas públicas

Ciclo de um projeto estratégicoFormulaçãoPlanejamentoMonitoramento

5.3 O ciclo de monitoramento

O ciclo de monitoramento compreende um período de 42 dias, quando

todos os projetos estratégicos, organizados nos objetivos que compõem o Mapa

Estratégico do Governo, são avaliados. O ciclo encerra-se quando ocorre a R5 (Sala

de Gestão) com a presença do Governador e secretários. Ao final destes 42 dias,

inicia-se um novo ciclo de avaliação dos projetos estratégicos.

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R0 AVALIAÇÃO

E DIRETRIZES

R0 - Avaliação e diretrizes - Etapa destinada a estabelecer o foco das

análises no período e alinhar o padrão do trabalho. É realizada avaliação

do período anterior e estabelecidas diretrizes gerais para o ciclo que se

inicia, com a participação de todas as equipes envolvidas no processo de

monitoramento.

R1 – Planejamento - Reunião de planejamento de cada projeto do

objetivo estratégico naquele ciclo, quando são identificados problemas de

execução física e orçamentário-financeira, pontos de atenção e

respectivos planos de ação, entraves e oportunidades e o andamento de

encaminhamentos da Sala de Gestão.

R2 – Diagnóstico - Reunião de análise dos dados registrados no sistema

de apoio (SME) pelos gerentes de projeto, que atualizam indicadores de

execução física, possibilitando a comparação dos indicadores de cada

projeto com suas respectivas metas e da previsão da execução

orçamentário-financeira com o devidamente realizado. Também são

analisados cronograma, riscos, pontos de atenção e respectivos planos

de ação, identificadas as agendas positivas e negativas, anexados

documentos e evidências de execução e percepção social.

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R3 – Sala de Situação – Sob a coordenação da Diretoria da Sala de

Gestão, o desempenho da carteira de projetos é analisado frente às

metas de seu objetivo estratégico respectivo, de modo a fazer com que

haja aderência e sejam consolidados seus propósitos de execução. A

execução física, a execução orçamentária-finaceira, os pontos de atenção

e planos de ação, e as agendas positivas e negativas são registrados em

resumos executivos a serem apresentados na R4 para validação dos

executores.

R4 – Pré-Sala de Gestão - Coordenada pelo titular da Secretaria-Geral

de Governo, reúne secretários e titulares de órgãos vinculados para

validação das análises e resumos executivos preparados na etapa

anterior. A partir desta reunião os resumos executivos são consolidados

para a R5.

R5 – Sala de Gestão - A última etapa do ciclo reúne o Governador,

titulares da Secretaria-Geral de Governo, demais secretários da

Governadoria, os secretários e titulares de vinculadas e a Diretoria da

Sala de Gestão. Os resumos executivos são apresentados pelos titulares

dos órgãos executores para a tomada de decisão do Governador sobre

aspectos essenciais ao bom andamento dos projetos e seu impacto

social.

Sala de Gestão

A Sala de Gestão é o espaço símbolo da Sistemática de Monitoramento

Estratégico, instituída para o controle e acompanhamento do desempenho dos

projetos estratégicos do Governo do Estado. Num ambiente físico localizado no

Palácio Piratini, a Sala de Gestão dispõe de um sistema de computadores

interligados e cinco telões para a visualização dos dados, análises e evidências dos

objetivos e projetos estratégicos.

A liderança do Governador é fator fundamental para transformar a etapa

final do ciclo em um momento para corrigir rumo e adotar ações estratégicas

destinadas a dirimir problemas e aprimorar as políticas públicas governamentais.

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5.4 Atores do processo de monitoramento

A Sistemática de Monitoramento Estratégico envolve gestores do conjunto

dos órgãos do Governo do Estado, incluindo o Governador e seu Secretariado, num

processo que vai desde a concepção e planejamento dos projetos, sua execução,

monitoramento e avaliação, até o replanejamento periódico de metas.

Diretor(a) da Sala de Gestão/Diretor(a) do Departamento de

Monitoramento Estratégico - DME/SGG: Coordena o processo de

monitoramento, sendo responsável pela sistematização das informações

e análises apresentadas ao Governador na Sala de Gestão, bem como

pela redação das atas de encaminhamentos e deliberações do processo.

Coordenador(a) de Objetivo Estratégico: Assessor do DME/SGG

responsável pela análise técnica e política dos projetos associados a cada

um dos objetivos do Mapa Estratégico de Governo.

Diretor(a) da Coordenadoria Executiva de Programas Federais -

Ceprofe/SGG: Coordena o Sistema de Convênios-MCO e o Comitê de

Articulação de Recursos Federais (Carfe).

Assessor Técnico Ceprofe/SGG: Responde pelo acompanhamento dos

convênios e contratos de repasses associados aos projetos estratégicos.

Diretor(a) de Assessoramento Técnico-DAT*/SGG: Coordena o Comitê

de Gestão de Entraves e as ações de gerenciamento intensivo dos

projetos estratégicos. *A estrutura está sendo transformada em Escritório

de Gerenciamento Intensivo.

Assessor Técnico do DAT/SGG: Equipe de assessoria direta ao

Gabinete da Secretaria-Geral de Governo, atua monitoramento apoiando

a identificação e solução de entraves.

Diretor(a) do Departamento de Projetos Estratégicos-Deproje/Seplag:

Coordena o trabalho dos analistas dentro do processo de monitoramento

estratégico.

Analista do Deproje/Seplag: Especialista em planejamento e gestão que

consolida informações e realiza o diagnóstico técnico do andamento dos

projetos estratégicos.

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Gerente de Projeto Estratégico: É o cuidador(a) do projeto, a quem

cabe assegurar os procedimentos técnicos e administrativos necessários

à execução das ações que compõem o projeto. Suas funções estão

formalizadas no Decreto 49.249/2012.

Responsável pelas Prioridades Estratégicas na Secretaria: Agente

responsável pela articulação político-institucional dos gerentes dos

projetos estratégicos com os diversos setores da sua secretaria e de

outras pastas, para a agilização da execução das ações e solução de

entraves.

5.5 Papel dos Gerentes de Projetos Estratégicos

Enquanto o Governador é o ator mais importante na tomada de decisão,

os gerentes são os atores indispensáveis no acompanhamento da execução e

transferência de informações sobre os projetos.

O Decreto 49.249/2012 formalizou as funções e tarefas dos gerentes de

projetos estratégicos, operadores que atuam nas respectivas secretarias

executoras. Ao gerente foram conferidas as atribuições de coletar, sistematizar,

lançar no sistema informatizado e fornecer aos integrantes da Equipe de

Monitoramento (Secretaria-Geral de Governo/SGG e da Secretaria de

Planejamento, Gestão e Participação Cidadã/SEPLAG) os dados referentes à

execução dos expedientes e aos procedimentos associados aos projetos

estratégicos. Ao gerente também cabe informar a existência de problemas e, junto

com a equipe de monitoramento, estabelecer plano de ação para superação dos

entraves à plena execução dos projetos.

O objetivo, em 2013, é que os gerentes atualizem tempestivamente o SME,

sempre que algum dado sofrer alteração ou alguma informação nova for obtida.

5.6 Gestão orçamentária dos projetos estratégicos

Em 2012, complementarmente ao monitoramento da execução física, foi

implantado o monitoramento da execução orçamentário-financeira dos projetos

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estratégicos, importante inovação que trouxe novos procedimentos tanto para a

gestão dos projetos, como para a gestão orçamentário-financeira do Estado.

Essa implantação tem como principais objetivos modernizar a gestão

orçamentária, qualificando o planejamento anual e o processo de monitoramento

dos projetos estratégicos.

Os principais procedimentos que fundamentam este instrumento são:

Identificação clara das fontes de financiamento dos projetos

estratégicos no orçamento anual dos órgãos executores dos referidos

projetos.

Classificação diferenciada destes recursos no Sistema de Finanças

Públicas do Estado (FPE), permitindo que os mesmos possam ser

vinculados e monitorados a partir de um projeto estratégico específico.

Elaboração de plano de desembolso anual e programação

orçamentária mensal que permitam a avaliação do desempenho

financeiro do projeto, comparando esta programação com a sua

execução ao longo do ano.

Implantação de pontos de controle, por meio dos subprojetos

orçamentários, de forma a permitir, quando necessário, o

acompanhamento de investimentos específicos de um projeto, como

por exemplo, o acompanhamento da execução financeira de cada obra

que compõe o Plano de Obras Rodoviárias ou a construção e

ampliação dos presídios e penitenciárias.

Para operacionalizar este monitoramento da execução orçamentário-

financeira, de forma a garantir informação tempestiva com qualidade gerencial e

segura, o sistema de apoio ao monitoramento estratégico foi adequado para:

Receber diariamente, de forma automática, as informações de

execução orçamentária diretamente do Sistema Finanças Públicas do

Estado, sem interferência humana.

Receber da Secretaria do Planejamento, sempre que houver

alterações, as informações atualizadas sobre a programação

orçamentária dos projetos estratégicos.

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Demonstrar de forma gerencial e objetiva, através de sinalizadores

gráficos, o desempenho orçamentário-financeiro dos projetos

estratégicos.

A implantação foi efetivada num trabalho conjunto entre Secretaria-Geral

de Governo, Secretaria da Fazenda do Estado, Secretaria do Planejamento, Gestão

e Participação Cidadã, Companhia de Processamento de Dados do Estado, com

consultoria da Fundação Getúlio Vargas.

Esse instrumento gerencial está permitindo avaliar de forma conjunta e

complementar a execução física e orçamentária dos projetos estratégicos,

propiciando maior capacidade de análise quanto ao desempenho do projeto e

quanto ao entendimento dos pontos de atenção e entraves que podem colocar em

risco o pleno atingimento dos resultados pretendidos. Além disso, permite uma

gestão mais dinâmica dos recursos orçamentários apropriados aos projetos

estratégicos, pois quando um projeto não consegue executar seu orçamento dentro

do inicialmente previsto, parte desse orçamento pode e deve ser realocado em outro

projeto estratégico, cujo ritmo de execução necessita ou oportuniza o uso de mais

recursos.

Essa gestão orçamentária mais dinâmica busca garantir e ampliar a

execução das políticas públicas finalísticas priorizadas pelo Governo do Estado, com

impacto direto na economia e na sociedade gaúcha.

Adequação às Empresas de Economia Mista

A SME - Sistemática de Monitoramento Estratégico - preconiza a análise

de projetos estratégicos em três dimensões distintas: a física (cronograma e

indicadores de desempenho físico), a orçamentário-financeira e a de percepção da

população-alvo beneficiada pelos produtos do projeto, quando aplicável.

A natureza orçamentário-financeira de um projeto depende da natureza

jurídica do seu ente executor, podendo ser ele da administração direta ou da

administração indireta. Os órgãos da administração direta utilizam a lógica

orçamentária pública, como o Plano Plurianual (PPA), para quatro anos, e a

respectiva Lei Orçamentária Anual (LOA), além da contabilidade pública e eventos

como empenho, liquidação e pagamento. Os entes da administração indireta, em

especial as empresas de economia mista (por exemplo, CEEE e CORSAN), utilizam a

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18

lógica da contabilidade de empresas privadas, onde não há o mesmo tipo de eventos

da execução orçamentária da administração pública, como liberação e empenho.

A automatização do monitoramento da execução orçamentária dos

projetos estratégicos ocorreu por meio da integração com o sistema FPE (Finanças

Públicas do Estado do RS), o que não se aplica às empresas de economia mista,

cujo orçamento não faz parte do sistema FPE. Para se efetivar o monitoramento da

execução orçamentária dos projetos das empresas de economia mista, foi

necessário desenvolver um módulo na ferramenta de apoio à Sistemática de

Monitoramento Estratégico, com as seguintes características:

Monitoramento dos eventos de previsão e de execução orçamentário-

financeira para as empresas estatais, a partir de dados que constam

nos sistemas financeiro e orçamentário destas empresas;

Adaptação do sistema para o envio automatizado dos dados por meio

de webservice;

A associação do valor orçamentário com a obra da estatal é feita por

intermédio de um identificador desta obra, que deve constar na relação

de obras da estatal monitoradas pela Sistemática de Monitoramento

Estratégico, na estrutura de sistema denominada "template".

Uma nova aba no item Execução Orçamentária, especial para as

estatais, foi criada no Sistema. Nesta aba deverá constar a relação de

obras, com identificador e valores de previsão orçamentária e

execução orçamentária, este último caracterizado pelo valor

efetivamente faturado para cada obra monitorada.

O monitoramento da execução orçamentária inicia no Grupo CEEE e

na Corsan, permitindo a inclusão de novas estatais que apresentem

projetos estratégicos a serem monitorados.

5.7 Indicadores de Objetivos Estratégicos

O mapa estratégico do governo do estado do Rio Grande do Sul remete a

que seus indicadores sejam vinculados a políticas públicas. Assim, os indicadores

apontam, aproximam e traduzem, em termos operacionais, as dimensões de

interesse definidas a partir de escolhas teóricas ou políticas realizadas.

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19

Os indicadores tornam-se, assim, instrumentos fundamentais para

subsidiar as propostas de intervenção na realidade, visando a um impacto positivo: o

monitoramento e a avaliação são necessários à gestão governamental.

O processo de construção de um indicador para uso no ciclo de políticas

públicas se inicia a partir da explicitação da demanda de interesse programático. A

partir desse objetivo programático, busca-se então delinear as dimensões,

componentes ou ações operacionais vinculadas (JANUZZI, 2001).

Durante o processo de construção da metodologia e das ferramentas para

implantação da Sistemática de Monitoramento Estratégico, a equipe de

monitoramento constatou a necessidade de atribuir indicadores que permitissem

acompanhar no médio prazo os resultados dos objetivos do Mapa Estratégico de

Governo.

A pesquisa e seleção dos indicadores de Objetivos Estratégicos foram

iniciadas em junho de 2011, sob a coordenação da Secretaria-Geral de Governo

(SGG), por intermédio do Departamento de Monitoramento Estratégico (DME). O

trabalho, realizado em conjunto com a SEPLAG e a Fundação de Economia e

Estatística (FEE), com a consultoria da Fundação Getúlio Vargas, resultou na

consolidação de um grupo de indicadores que visa mensurar a capacidade de

execução de metas estabelecidas, subsidiar a tomada de decisões e permitir o

redirecionamento de ações e metas.

A primeira versão do estudo foi concluída em dezembro de 2011,

momento em que todas as Secretarias de Estado foram consultadas para

complementação e validação do trabalho. Como critério, foram selecionados os

indicadores possíveis de serem utilizados por disporem de variáveis e séries

históricas já utilizadas pelas secretarias afins. Tais indicadores inseridos no SME

contêm suas respectivas fichas, com definição, método e fórmula de cálculo, as

variáveis envolvidas, unidade de medida, período de medição, polaridade e

cumulatividade, fonte de dados e a linha de base.

A partir de 2013, esse importante instrumento de gerenciamento estará

disponível para utilização no processo analítico do monitoramento, especialmente na

Sala de Gestão. Os indicadores, analisados periodicamente, também contribuirão

para avaliar o cumprimento dos Objetivos do Milênio (ODMs). Órgãos do Governo ou

outras instâncias de análises ou de tomada de decisão também poderão valer-se

desses indicadores do ponto de vista temático.

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20

A utilização dos indicadores na Sala de Gestão pretende medir a eficácia

e o nível de contribuição dos projetos estratégicos aos objetivos do Mapa

Estratégico do Governo. Acompanhando o alcance das metas, é possível identificar

avanços ou retrocessos nas políticas públicas implementadas, permitindo ao Estado

uma divulgação confiável das suas realizações, bem como correções de rumos nas

suas ações e metas.

5.8 Instrumentos e estruturas de apoio ao monitoramento

Sistema de Finanças Públicas do Estado - FPE

A Sistemática de Monitoramento Estratégico possibilita comparar a

execução física dos projetos estratégicos com sua execução orçamentário-

financeira, pois seus orçamentos têm uma classificação específica no Sistema de

Finanças Públicas do Estado (FPE) que operacionaliza e registra a execução

orçamentário-financeira da Administração Pública Estadual e são apresentados de

forma automatizada no Sistema de Monitoramento Estratégico – SME. O sistema é

gerenciado pela Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) e a integração com o SME

foi realizada pela Procergs.

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21

Comitê para Articulação de Recursos Federais - CARFE

O Comitê para Articulação de Recursos Federais foi instituído no âmbito

da Secretaria-Geral de Governo, por maio do Decreto nº. 49.062/12, como estrutura

de apoio à Sistemática de Monitoramento Estratégico, visando potencializar as

ações da junto aos órgãos federais, na articulação de recursos destinados a

projetos, bem como, propiciar agilidade e transparência à tramitação de convênios e

contratos celebrados entre a Administração Pública Estadual e a União.

O Comitê é coordenado pela Coordenadoria Executiva de Programas

Federais (Ceprofe/SGG) e composto por representantes da Casa Civil, Secretaria da

Fazenda do Estado (Sefaz), Secretaria de Planejamento, Gestão e Participação

Cidadã (Seplag) e Companhia de Processamento de Dados (Procergs). Cabe ainda

ao Carfe, designar e treinar gestores de convênios, bem como, manter controle de

senhas do Sistema de Convênios do Governo Federal (Siconv).

Integração com Fontes Externas de Dados – Sistema de Monitoramento de Convênios – MCO

O Sistema de Monitoramento de Convênios (MCO) está sendo

desenvolvido como estrutura de apoio à Sistemática de Monitoramento Estratégico.

O objetivo do sistema MCO é manter um cadastro de oportunidades de convênios

identificadas no Orçamento Geral da União (OGU) e monitorar a avaliação e o

encaminhamento de propostas ao Governo Federal. Desenvolvido em plataforma

livre pela Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Sul (Procergs)

e gerenciado pelo CERFE (Comitê para Articulação de Recursos Federais), o MCO

permitirá o monitoramento, do nascedouro ao arquivamento, de todos os projetos

que captam recursos no Governo Federal.

Com o MCO em pleno funcionamento, os setorialistas dos órgãos

estaduais receberão, diariamente, em suas caixas eletrônicas, informações a

respeito de oportunidades para captação de recursos federais, constantes dos

programas disponíveis no SICONV, já devidamente alinhados com a carteira de

projetos estratégicos do SME, a partir do trabalho realizado pelos assessores

técnicos da Ceprofe. Recebida a informação da oportunidade, terão prazo para

manifestar-se sobre o interesse pela captação. Se não houver interesse, justificam e

informam ao sistema.

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22

Os órgãos estaduais continuarão tendo autonomia para captar os

recursos que julgarem mais adequados, porém terão a obrigação de informar no

MCO suas operações. A partir de 2013, novas funcionalidades serão acrescentadas

para integrações operacionais com o Sistema de Monitoramento Estratégico (SME),

com o Módulo de Convênios do FPE e com o SICONV, do Governo Federal.

O MCO qualifica a ação desenvolvida pelo CARFE, conferindo agilidade,

transparência e controle público à prospecção e à execução de convênios, contratos

de repasse, operações de crédito e outros projetos com recursos externos por ele

monitorados.

Selo dos projetos estratégicos

Implantado pelo Decreto 49.249/2012, o selo é uma marcação que

objetiva a tramitação prioritária dos processos administrativos associados aos

projetos estratégicos. O selo físico é uma etiqueta adesiva numerada, com controle

e distribuição sob a responsabilidade da SGG, aplicado na capa dos processos

identificando a condição de prioritário.

A versão eletrônica do selo permite a marcação do expediente no Sistema

de Protocolo Integrado (SPI), no qual são cadastrados todos os expedientes

administrativos, para acompanhamento do processo desde a abertura até seu

arquivamento.

Comitê de Gestão de Entraves

A identificação de deficiências na estrutura da máquina pública e nos

procedimentos do cotidiano foi um dos resultados da primeira fase do

monitoramento estratégico. A execução dos projetos estratégicos deparou-se com

inúmeros entraves provenientes das dificuldades normativas e estruturais para a

execução dos investimentos públicos, além de deterioração das estruturas do

Estado pela falta de pessoal e de equipamentos. Essa constatação resultou em uma

determinação do Governador para que fossem criadas estruturas que dessem apoio

e produzissem soluções aos gargalos sistêmicos e aos entraves burocráticos que

causam tais dificuldades.

O Comitê de Gestão de Entraves foi criado para, além de dar apoio ao

monitoramento estratégico, convencionar as ações de tramitações de processos,

diminuir prazos, contornar limites burocráticos e estabelecer padrões para orientar

as secretarias, autarquias e estatais.

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23

Coordenado pelo Departamento de Assessoramento Técnico –

DAT/SGG, é composto pelos órgãos de suporte aos processos, os chamados

órgãos-meio: Secretaria da Fazenda, Contadoria e Auditoria Geral do Estado,

Procuradoria Geral do Estado, Casa Civil, Coordenação da Assessoria Superior,

Secretaria de Administração e Recursos Humanos, Centarl de Licitações, Fundação

Estadual de Proteção Ambiental, Secretaria de Obras Públicas, Secretaria de

Planejamento e Gestão e Companhia de Processamento de Dados.

O grupo reúne-se semanalmente para encaminhar os mais diversos

assuntos, como contratos, obras, projetos de lei, convênios, licitações, seleções,

entre outros. O encaminhamento dos temas se dá por meio de atas e notas técnicas,

além da designação de responsáveis externos para acompanhar a pauta até uma

resolução definitiva ou seu tratamento em outras esferas de Governo.

Registro de evidências

O Registro de Evidências dos Projetos Estratégicos apoia a Sistemática

de Monitoramento da Sala de Gestão por meio de imagens, reportagens, vídeos,

maquetes, dentre outros, anexadas aos projetos.

As evidências visam dar a visão real do andamento dos projetos. Cada

projeto apresentado na Sala de Gestão é acompanhado por meio de visualizações

fotográficas, com legendas descritivas, para que, logo após, fique evidenciada sua

evolução, desde o início até sua finalização. O Registro de Evidências ajuda a

demonstrar ainda, a amplitude e o alcance dos projetos estratégicos do Governo

do Estado.

Essa ação conta com o apoio da Secretaria de Comunicação e Inclusão

Digital (Secom) e de todas as assessorias de imprensa das secretarias e órgãos

estaduais. A meta é registrar em imagens a evolução e a conclusão de todos os

projetos estratégicos monitorados pela SME.

Capacitação e formação de gestores

Os gestores responsáveis pelo monitoramento dos projetos estratégicos

receberam treinamentos sobre a metodologia e uso da ferramenta de apoio à

implantação da Sistemática de Monitoramento Estratégico. Os cursos foram

desenvolvidos com a consultoria da FGV.

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24

No entanto, desde o início do processo de monitoramento, foi observada

a necessidade de ampliar a qualificação dos gestores para o desenvolvimento das

ações governamentais. As demandas envolvem todas as áreas da administração

pública, desde o conhecimento da legislação para os processos licitatórios, a

elaboração e planejamento de projetos, até atualização sobre as normas que regem

os conveniamentos e financiamentos externos. Assim, vários cursos para atender a

esta necessidade vêm sendo oferecidos, especialmente pelas secretarias de

Administração/SARH, de Planejamento/SEPLAG e Casa Civil.

Para promover a formação continuada dos servidores o Governo do Estado

do Rio Grande do Sul implantou em 2011 a Rede Escola de Governo, por intermédio

da Fundação de Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH). Esse sistema

inovador organiza redes coletivas e transversais de cooperação com instituições de

ensino superior, públicas e sem fins lucrativos, para multiplicar práticas inclusivas na

gestão pública, consolidando um espaço de reflexão e formulação sobre o papel do

Estado, da democracia e das inovações no serviço público.

5.9 Carteira de projetos estratégicos, alinhados por Objetivo Estratégico

2.1 Aumentar o investimento produtivo e tecnológico e fortalecer as

cadeias produtivas e os APLs

15.01 - Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária - SUASA

15.05 - Expansão da Agropecuária Irrigada - Mais Água, Mais Renda

16.03 - Programa Gaúcho de Microcrédito

23.02 - Plano Diretor do Turismo para o Estado do Rio Grande do Sul

25.03 - RS Tecnópole - Apoio a Parques, Polos e Incubadoras

Tecnológicas

25.05 - Prouni RS - Programa Universidade para Todos no Rio Grande do

Sul

26.01 - RS - Indústria Oceânica

26.03 - Fortalecimento das Cadeias e Arranjos Produtivos Locais - APLs

31.02 - Irrigando a Agricultura Familiar

31.09 - Fortalecimento dos Sistemas Produtivos da Agricultura Familiar

84.01 - Programa de Combate às Desigualdades Regionais

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25

2.3 Fortalecer a infraestrutura econômica, energética e logística com

sustentabilidade ambiental

04.03 - RS Mais Energia

04.06 - Restauração e Ampliação da ERS-118

04.10 - Manutenção e Melhoramento de Rodovias Pavimentadas

04.13 - Pavimentação de Acessos Municipais

04.14 - Adequação de Aeroportos

04.17 - Duplicação de Rodovias

04.19 - Ligações Regionais

05.03 - RS Biodiversidade, Zoneamento Ecológico-Econômico e Bioma

Pampa

26.05 - Implantação de Novos Espaços Físicos Industriais e Melhorias

dos Existentes

2.4 Expandir a infraestrutura social

12.05 - Ampliação das Vagas Prisionais

12.06 - Qualificação da Segurança Pública

19.02 - Reforma, Ampliação e Construção de Escolas de Ensino

Profissional

19.03 - Ampliação e Qualificação do Espaço Físico e Modernização

Tecnológica das

Escolas com Ensino Básico

20.01 - Aqui tem Saúde: Ampliação e Qualificação da Estratégia de

Saúde da Família

20.02 - Ampliação e Qualificação da Rede de Urgência e Emergência -

UPAs

20.03 - Ampliação e Qualificação de Hospitais Públicos Regionais

22.01 - Barragem Taquarembó e Sistemas Associados

22.02 - Barragem Jaguari e Sistemas Associados

22.03 - Novas Barragens e Sistemas Associados

32.01 - Produção de Ações Habitacionais

32.02 - Regularização Fundiária

32.04 - Implantação e Ampliação de Sistemas de Esgotamento Sanitário

32.05 - Ampliação e Manutenção de Sistemas de Abastecimento de Água

32.06 - Saneamento para Pequenas Comunidades

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26

2.5 Promover políticas públicas de proteção, inclusão social e

combate à miséria

16.01 - Apoio e Desenvolvimento de Empreendimentos da Economia

Solidária

21.03 - Consolidação da Política de Segurança Alimentar e Nutricional

Sustentável

21.07 - PRONATEC

29.01 - Desenvolvimento do Esporte: Formação e Alto Rendimento

31.03 - Qualificação da Infraestrutura Básica e Produtiva dos

Assentamentos

31.05 - Erradicação da Pobreza no Meio Rural do RS

80.04 - RS Mais Renda

86.01 - Plano Gaúcho de Inclusão Digital – PGID

2.6 Desenvolver políticas públicas de promoção dos direitos

humanos com equidade de gênero e da diversidade cultural

06.01 - Mulheres Construindo Autonomia RS

11.02 - Implantação de Pontos de Cultura

11.04 - Sala Sinfônica OSPA

12.03 - RS na Paz

20.05 - Linha de Cuidado a Usuários de Álcool, Crack e Outras Drogas

20.07 - Rede Cegonha e Primeira Infância Melhor - PIM

28.01 - Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas

28.03 - Nova FASE

84.02 - Plano Estadual de Mobilização pela Segurança no Trânsito

3.1 Melhorar a capacidade de Investimento do Estado

13.04 – Macrogestão do financiamento BNDES

13.05 – Macrogestão do financiamento BIRD

3.2 Recuperar as instituições públicas, aprimorando os serviços e

estabelecendo uma nova relação com os servidores públicos

13.09 - Gestão de Risco de Desastres

15.02 - Reestruturação do Parque de Exposições Assis Brasil

15.03 - Melhoria da Infraestrutura em Centros de Pesquisa da Fepagro

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27

19.04 - Valorização dos Trabalhadores em Educação: Formação Inicial e

Continuada e Realização de Concurso Público

19.05 - Reestruturação Curricular das Escolas de Ensino Médio

20.06 - Implantação da Política de TI no SUS do Rio Grande do Sul

24.02 - Rede Escola de Governo: Formação Continuada para Servidores

e Agentes Sociais

25.01 - Revitalização da UERGS

86.03 - Reestruturação da Fundação Cultural Piratini - TVE e Rádio FM

Cultura

3.3 Qualificar a gestão e o controle público do Estado, atuando de

maneira inovadora, participativa e transversal

13.03 - Sistema de Participação Cidadã

14.07 - Infovia – RS

24.03 - Gestão de Ativos do Estado

5.10 CONCLUSÃO

Para 2013 está prevista a conclusão da implantação do modelo de

monitoramento com o desenvolvimento de metodologia para aferição da percepção

social sobre os projetos e uma avaliação externa do funcionamento da sistemática

em seus fluxos e processos.

Ao desafio de focar o monitoramento na melhoria da gestão dos projetos

para executar seus resultados finalísticos, soma-se a tarefa de ampliar a

transparência e o controle social sobre o Estado. Trabalha-se para consolidar uma

postura pró-ativa da Sistemática de Monitoramento Estratégico, que deverá, sem

perder o foco no levantamento e sistematização dos dados, contribuir efetivamente

na dissolução dos nódulos burocráticos que entravam o desenvolvimento dos

projetos estratégicos, antevendo situações fáticas e jurídico-normativas que possam

dificultar ou impossibilitar o alcance das metas.

Para tal estão sendo adotadas outras iniciativas de qualificação da gestão

dos projetos e das ferramentas de controle, como a criação do Escritório de Gestão

Intensiva – EGI, o desenvolvimento do Sistema de Monitoramento de Convênios –

COM, e a adequação das metas dos projetos estratégicos monitorados à previsão

orçamentária em 2013 e 2014.

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Ao apresentar nossa experiência, ainda inconclusa e em evolução,

queremos contribuir para que a troca de informações e o processo crítico e

autocrítico sejam alavancas de qualificação de uma gestão pública eficaz e

transparente, motora da realização do compromisso de retomada do

desenvolvimento econômico, social e sustentável no Rio Grande do Sul.

Participantes da Equipe de Monitoramento Estratégico 2011/2012

Secretaria-Geral de Governo

Beatriz Carlesso, Celso Toscano Paz, Celson Lucas Ferreira, Christine

Bauce Santana, Daledier Jorge, Fernanda Costa Corezola, Fernando

Ritzel Franco, Francisco Jorge Vicente, Hildebrando Pereira Neto,

Huberlan da Silva Rodrigues, Iti Guimarães (Leonilse Fracasso

Guimarães), Jorge Caputo Maciel, Juliana Souza Lemons, Julio Cesar de

Oliveira Sá, Karen Alves Barros, Laura Soares Sito Silveira, Marcelo

Albuquerque, Marcelo Gayardi Ribeiro, Márcio Tavares dos Santos, Mario

Campello, Milton Luiz Bernardes Ferreira, Paulo Ricardo Aquino de

Campos Velho, Pedro Santos de Azevedo, Sandra Maria Fenner, Sandro

Severo, Tânia Regina Maciel Antunes, Tatiana Saldanha, Valmor Braga

Simonetti e Vilmar Rama.

Secretaria de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã

Adroal Silveira Bom, André Benetti, Aruaque de Mello Terroso, Christiano

Moritz da Silva, Daniel Dourado Ramos, Daniela Canepa, Everton Luiz

Pohlmann, Fernando Boklis, Fernando Maya Mattoso, Marilana

Zimmermann, Ricardo Marques Almeida, Ricardo Anele, Rosa Maria

Vasconcellos Schlichting, Thiago Dapper Gomes e Vanderlea Rabelo

Kich.

Secretaria-Geral de Governo (SGG) – Governo do Estado do Rio Grande

do Sul

[email protected]

saladegestã[email protected]

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REFERÊNCIAS

BRASI, MPOG. Manual Técnico do Orçamento. Brasília, 2011.

CLELAND, D.I. e IRELAND, L.R. Gerência de Projetos. Rio de Janeiro: Reichmann &

Affonso Editores, 2002.

FERLIE, E. Quase Strategy: Strategic Management in the Contemporary Public

Sector. In: Pettigrew, A; Thomas, H. e Whittington, R. (eds). Handbook of Strategy

and Management. London: Sage, 2002.

JANNUZZI, PAULO DE MARTINO. Indicadores Sociais no Brasil: Conceitos, fontes

de dados e aplicações. Editora Alinea. 2001.

KAPLAN, ROBERT; NORTON, DAVID. Estratégia em ação: balanced scorecard. Rio

de Janeiro: Campus, KPMG, 1998.

LUCK, H. Metodologia de projetos – uma ferramenta de planejamento e gestão. 12ª

Edição, Rio de Janeiro: Vozes Editora, 2004.

MOTTA, P. R. Gestão contemporânea: A Arte e Ciência de ser Dirigente. 14ª Edição.

Rio de Janeiro: Record, 2003.

ORTIZ. R. Mundialização e cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.

PFEIFFER, P. Planejamento estratégico municipal no Brasil: uma nova abordagem.

Brasília: ENAP, 2000.

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AUTORIA

Iti Guimarães (Leonilse F. Guimarães) – Secretaria-Geral de Governo do Estado do Rio Grande do Sul /Diretora do Departamento de Monitoramento Estratégico.

Endereço eletrônico: [email protected] Beatriz Carlesso Fernando Ritzel Franco Vilmar Rama