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Ano XIII | 223 | Janeiro 2014 ISSN 2178-5781 Na sombra do desserviço Produtores goianos cobram medidas para minimizar prejuízos relacionado às constantes falhas no fornecimento de energia elétrica Comercialização Seminários discutem importância da análise do mercado de grãos antes da colheita Fruticultura Cristalina aproveita clima frio e investe em produção de frutas antes não produzidas no Estado

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Ano XIII | 223 | Janeiro 2014

ISSN

217

8-57

81

Na sombra do desserviço Produtores goianos cobram medidas para minimizar

prejuízos relacionado às constantes falhas no fornecimento de energia elétrica

ComercializaçãoSeminários discutem importância

da análise do mercado de grãos antes da colheita

FruticulturaCristalina aproveita clima frio e investe em produção de frutas antes não produzidas no Estado

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Quem tem seu próprio negócio é um especialista. Mas para começar ou melhorar a sua empresa, até um especialista precisa de especialistas em pequenos negócios. Vai empreender? Vai ampliar? Vai inovar? Conte com o Sebrae.

Educação Empreendedora Consultoria Gestão Inovação Resultados

Como vai? Somos o Sebrae.Especialistas em pequenos negócios.

> Baixe o aplicativo do Sebrae na App Storeou na Play Store.

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Quem tem seu próprio negócio é um especialista. Mas para começar ou melhorar a sua empresa, até um especialista precisa de especialistas em pequenos negócios. Vai empreender? Vai ampliar? Vai inovar? Conte com o Sebrae.

Educação Empreendedora Consultoria Gestão Inovação Resultados

Como vai? Somos o Sebrae.Especialistas em pequenos negócios.

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EDITORIAL

A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela

Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR,

com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos

assinados são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

CONSELHO EDITORIAL

Bartolomeu Braz Pereira, Claudinei Rigonatto

e Eurípedes Bassamurfo.

Editora: Catherine Moraes (0002885/GO)

Reportagem: Catherine Moraes, Gilmara Roberto e

Michelle Rabelo

Fotografia: Larissa Melo e Mendel Cortizo

Revisão: Catherine Moraes

Diagramação: Rowan Marketing

Impressão: Gráfi ca Amazonas Tiragem: 12.500

Comercial: (62) 3096-2123

[email protected]

DIRETORIA FAEG

Presidente: José Mário Schreiner

Vice-presidentes: Leonardo Ribeiro, Antônio Flávio Camilo

de Lima.

Vice-presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira,

Wanderley Rodrigues de Siqueira.

Vice-presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da

Costa, Nelcy Palhares Ribeiro de Góis.

Suplentes: Flávio Augusto Negrão de Moraes, Flávio Faedo,

Vanderlan Moura, Ricardo Assis Peres, Adelcir Ferreira da

Silva, José Vitor Caixeta Ramo, Wagner Marchesi.

Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Estrogildo Ferreira

dos Anjos, Eduardo de Souza Iwasse, Hélio dos Remédios dos

Santos, José Carlos de Oliveira.

Suplentes: Joaquim Vilela de Moraes, Dermison Ferreira da

Silva, Oswaldo Augusto Curado Fleury Filho, Joaquim Saeta

Filho, Henrique Marques de Almeida.

Delegados Representantes: Walter Vieira de Rezende, Alécio

Maróstica.

Suplentes: Antônio Roque da Silva Prates Filho, Vilmar

Rodrigues da Rocha.

CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR

Presidente: José Mário Schreiner

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo

Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça.

Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,

Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago

de Castro Raynaud de Faria.

Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Elson Freitas e

Sandra Maria Pereira do Carmo.

Suplentes: Rômulo Divino Gonzaga de Menezes, Marco Antônio

do Nascimento Guerra e Sandra Alves Lemes.

Conselho Consultivo: Arno Bruno Weis, Alcido Elenor Wander,

Arquivaldo Bites Leão Leite, Juarez Patrício de Oliveira Júnior,

José Manoel Caixeta Haun e Glauce Mônica Vilela Souza.

Suplentes: Cacildo Alves da Silva, Michela Okada Chaves, Luzia

Carolina de Souza, Robson Maia Geraldin, Antônio Sêneca do

Nascimento e Marcelo Borges Amorim.

Superintendente: Eurípedes Bassamurfo Costa

FAEG - SENAR

Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300

Goiânia - Goiás

Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222

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Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o

e-mail: [email protected].

Para falar com a redação ligue:

(62) 3096-2114 – (62) 3096-2115 – (62) 3096-2226.

Sistema FAEG

Com o mesmo problema arrastado há mais de 10 anos, produtores rurais de Goiás so-frem com constantes quedas de energia e

prejuízos na produção. No sudoeste goiano, mu-nicípios como Cristalina e Região da Estrada de Ferro ficam sem energia quase que diariamente e, com tudo isso, os avanços tecnológicos não conse-guem suprir o déficit causado pelo apagão.

Se para os grandes produtores a perda é imensurável, para os pequenos o trabalho se torna inviável. O funcionamento de um gerador pode custar até R$ 100 por hora e com a ausên-cia dele se perde leite e produtos armazenados. Como consequência, o medo do investimento e a dúvida da viabilidade de aumentar a produção e, por consequência, aumentar a perda.

O Código de Defesa do Consumidor determina que o fornecimento de energia elétrica é um bem essencial, que deve ser oferecido de forma contí-nua. Ainda assim, esta não é a realidade atual do Estado. É por esse motivo que a Federação não deixará de buscar os direitos dos produtores que não podem arcar sozinho com o prejuízo. Com um PIB agropecuário que alavanca a economia de Goiás, é preciso garantir os direitos essenciais para crescermos juntos!

Avanços tecnológicos não

suprem apagão

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PAINEL CENTRAL

Agenda Rural 06

Fique Sabendo 07

Delícias do Campo 33

Campo Aberto 38

Treinamentos e cursos do Senar 36

28AGF do Feijão

Soja: Brasil aumenta representatividade no mercado mundial

Mediante solicitação da Faeg, Mapa libera compra do grão e aumenta valor máximo para mil sacas

Comercialização de grãos Seminários realizados em seis municípios goianos discutiram questões como balança comercial, alta do dólar e influências climáticas

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Laris

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Men

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Prosa

Gustavo Bezerra, consultor em gerenciamento de riscos da FCStone, comenta condições de exportação e riscos de comercialização do Brasil

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Soja safrinha

Caso de Sucesso

Produtores apostam no cultivo do grão fora de época

Maria Antonieta realizou curso de Bordados e Flores em Tecido e hoje produz e vende tiaras responsáveis pela maior renda da família

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Em todo o Estado, produtores reduzem investimentos para evitar prejuízos causados pelos constantes apagões na zona rural. Foto: Larissa Melo

Goiás: fruticultura em potencialCristalina aproveita clima mais frio e investe em produção de frutas

Constantes interrupções no fornecimento de energia elétrica causam grandes perdas materiais e prejudicam, principalmente, produtores de leite e armazéns no Estado

Apagões no campo 22

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Impostos Produtores se manifestam contra taxas da Agrodefesa

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AGENDA RURAL

Seminários Regionais de Comercialização e Mercado

AgrícolaData: 20 a 27 de janeiro

Horário: 19h30Local: São João D’Aliança, Cristalina, Goiatuba

Caiapônia, Rio Verde e Mineiros Informações: (62) 3096-2200

Shutt

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18/01 29/01Inauguração da unidade de armazenamento da

Comigo em Rio Verde

Horário: 19h30

Local: Ponte de Pedra – Rio Verde

Informações: (64) 3611-1500

Ciclo de Seminários – Cenário Econômico e Oportunidades

Horário: 19h30

Local: Sebrae Goiânia

Informações: (62) 3250-2000

6 | CAMPO Janeiro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

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FIQUE SABENDO

PESQUISA

Novo tomate pode prevenir doenças degenerativas

Governador almoça com lideranças rurais

REGISTRO

O governador Marconi Perillo recebeu o presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, e demais lideranças rurais para um almoço no Palácio das Esme-raldas no último dia 27 de dezem-bro. Produtores de mais de 50 municípios goianos participaram do encontro, que também tratou do balanço dos bons resultados

do agronegócio em 2013. Também participaram do al-

moço o presidente da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), Antenor Nogueira; o secretário Estadual de Agricul-tura, Pecuária e Irrigação, Antônio Flávio, e o deputado federal e ex--chefe da Casa Civil de Goiás, Vil-mar Rocha.

Laris

sa M

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ARMAZÉM

De forma didática, o livro Máquinas Agrícolas para Plantio, de Luiz Geraldo Mialhe, reúne informações sobre o princípio de funcionamento de diversos tipos de máquinas de plantio. A obra ensina a avaliar a performance dos equipamentos, além de ofe-recer orientações sobre a regula-gem mais eficiente para o mane-jo de campo. O livro, publicado pela Editora Millenium, apresen-ta ainda a evolução tecnológica das máquinas e técnicas de se-meadura, plantio, transplante, acondicionamento e tratamento de sementes.

Divu

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ão

Tecnologia para produção

ARMAZÉM

Tecnologia para

Em parceria com a Agrocinco Co-mércio de Produtos Agropecuários, a Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) de-senvolveu recentemente o tomate híbri-do BRS Zamir. A hortaliça apresenta teores elevados de carotenoide licope-no, antioxidante tido com um dos mais eficientes na prevenção de doenças cardiovasculares e degenerativas, como câncer e mal de Alzheimer.

O tomate foi desenvolvido para aten-

der à crescente demanda por tomates especiais tipo “gourmet” e são nutricio-nalmente enriquecidos. Para os produ-tores rurais, essas vantagens são agre-gadas a outros componentes de cultivo. Em média, uma planta produz cerca de oito quilos de tomate, que duram até 15 dias na prateleira, após ser colhido. Além disso, a hortaliça possui um gene que estimula a bifurcação dos cachos e aumenta o número de frutos por penca.

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der à crescente demanda por tomates especiais tipo “gourmet” e são nutricio-nalmente enriquecidos. Para os produ-tores rurais, essas vantagens são agre-gadas a outros componentes de cultivo. Em média, uma planta produz cerca de oito quilos de tomate, que duram até 15 dias na prateleira, após ser colhido. Além disso, a hortaliça possui um gene que estimula a bifurcação dos cachos e aumenta o número de frutos por penca.

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PROSA RURAL

Luís

Vile

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Soja: Brasil aumenta representatividade no mercado mundial

GUSTAVO BEZERRAé engenheiro agrônomo e consultor em

gerenciamento de riscos da FCStone

Francila Calica | [email protected] Gilmara Roberto | [email protected]

A crise na produção de soja sofrida pelos Estados Unidos em 2012

levou o Brasil ao protagonismo da exportação do grão em nível

mundial em 2013. Gustavo Bezerra, consultor da FCStone, considera

que, apesar dos problemas de transporte sofridos durante o escoamento

da soja do ano passado – e que comprometeram o interesse pelo produto

brasileiro –, as próximas safras devem tornar o Brasil o maior produtor de soja

do mundo. Em entrevista à Revista Campo, o engenheiro agrônomo fala ainda

sobre a produção de milho e soja dos Estados Unidos e explica porque a

Bolsa de Chicago ainda influencia tão fortemente a economia mundial, mesmo

com o fortalecimento de exportadores como Brasil, Argentina e Ucrânia.

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Revista Campo: Que cenário o pro-

dutor de soja goiano e brasileiro en-

contrará no início de colheita da safra?

Gustavo Bezerra: O mercado está

pouco diferente do ano passado. No iní-

cio de 2013, existia uma demanda mui-

to grande pela soja brasileira porque os

Estados Unidos havia quebrado em 2012

e não tinha soja para exportar. Exporta-

mos, mas tivemos um enorme problema

referente ao transporte dos grãos. Em

razão disso, a China já comprou muita

soja dos Estados Unidos para fugir dos

problemas de logística do Brasil. Este

ano, a tendência é um frete mais caro

no Brasil. Desse modo, a expectativa

para fevereiro e março é de preços mais

baixos para a soja do que tivemos em

janeiro. Para o ano, o mais importante

será perceber qual será a nossa deman-

da por exportação e como vão se desen-

volver o plantio e a lavoura nos Estados

Unidos em 2014 e 2015, porque isso vai

ditar como o mercado vai se comportar

daqui para frente.

Revista Campo: Qual a expectativa

de área plantada de soja e milho nos

Estados Unidos para este ano?

Gustavo Bezerra: A expectativa

é de 6% a mais de área para soja e

2,25% a menos de área para milho.

Colocando um rendimento parecido

com o de 2013 e 2014, teremos uma

produção que elevaria os estoques de

soja a níveis confortáveis, de cerca de

250 milhões de buchos. Esse aumento

de área pode impactar muito em como

serão os preços de agora em diante.

O estoque de milho para setembro

nos Estados Unido já é muito grande,

mesmo com a redução da área plan-

tada. Dessa forma, o preço do milho

em Chicago deve variar entre US$ 0,17

e US$ 0,20 por quilo, a não ser que

ocorra algum tipo de quebra na cadeia

produtiva. E isso vai impactar direta-

mente nos nossos preços de exporta-

ção. Porém, como o preço dólar subiu

muito, teremos um preço de milho em

níveis razoáveis no Brasil. E, claro, o

frete consome muito desse preço. A

exportação vai precificar o milho. O

desafio será conseguir escoar esse mi-

lho para exportação.

Revista Campo: Você acredita que

o Brasil já consolidou sua posição no

mercado mundial de milho? Qual o

impacto dessas exportações na for-

mação de preços no Brasil?

Gustavo Bezerra: A exportação

impactou nos preços no Brasil por-

que este tipo de comercialização é

balizadora do mercado interno. Ou

seja, o mesmo valor pago pela expor-

tação será pago pelos consumidores

nacionais. Se a exportação for mui-

to agressiva, o mercado interno será

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agressivo também.

Quando os EUA quebrou e expor-

tou pouco mais de 18 milhões de to-

nelada, quando já chegou a exportar

mais de 60 milhões, ele abriu espaço

para novos exportadores no merca-

do. O Brasil exportava em torno de 11

milhões de toneladas e passou a ex-

portar mais de 22 milhões. Esse ano

foi uma prova de que, mesmo que o

Estados Unidos tenha produzido uma

supersafra de milho, o Brasil expor-

tou muito. O enfraquecimento da

moeda brasileira também tornou o

país mais competitivo. A tendência é,

mesmo ano que vem, quando os Es-

tados Unidos já estiver com estoques

confortáveis, o Brasil continue expor-

tando bem, acima até da projeção da

Conab, na minha opinião.

Outro fator que influenciou nesse

cenário é que, em 2012, o Brasil tinha

uma expectativa de queda de preço

absurda no mercado interno, porque

tinha um volume de milho safrinha

muito grande entrando no mercado.

A exportação que seria demandada

aos Estados Unidos foi atendida pelo

Brasil, Argentina e até a Ucrânia. Isso

acarretou, inclusive, em mudanças

culturais de comercialização. O mun-

do começou a ver o Brasil como um

exportador de milho, coisa que antes

não via. Hoje, o Brasil é visto como

um player que tem condições de ex-

portar com qualidade e boas condi-

ções de comercialização e de risco.

Revista Campo: Atualmente, a Chi-

na é o maior consumidor de soja do

mundo. Como você analisa a mudan-

ça nos rumos da economia chinesa

com a política de fortalecimento do

mercado interno? Como isso impac-

ta no Brasil?

Gustavo Bezerra: Qualquer forta-

lecimento no mercado interno, mu-

dança de hábitos culturais e de ali-

mentação da população vai impactar

diretamente na quantidade de soja

que a China vai importar. As fábri-

cas de esmagamento de grãos do país

ainda têm cerca de 50% de sua ca-

pacidade ociosa. Se o mercado inter-

no chinês continuar se fortalecendo,

podemos ver a China importar muito

mais. E o preço baixo da soja impac-

tará diretamente no volume que a

China irá importar. Se tivermos pre-

ços muito baixos, certamente vere-

mos a China importando mais de 69

milhões de toneladas. Em contrapar-

tida, se a China começar a importar

demais, o preço da soja no mercado

deve subir um pouco.

Revista Campo: A América do Sul

já produz mais de uma vez e meia o

volume de soja da safra americana.

Por que os Estados Unidos ainda é

tão forte na formação de preços da

soja a nível mundial?

Gustavo Bezerra: O Brasil deve se

consolidar como o maior produtor de

soja do mundo em breve, mas os Es-

tados Unidos sempre foi o maior pro-

dutor. Então, a Bolsa de Chicago, que

precifica a soja no país norte-america-

no, sempre foi o centro que baseava

todo mercado exportador para definir

preços de soja. Além disso, a Bolsa

de Chicago tem entrega física, coisa

que a bolsa brasileira, por exemplo,

não tem. Como os players estão acos-

tumados a trabalhar dessa forma, as

bolsas de países como Brasil e Chi-

na só terão significado futuramente.

Mas, culturalmente, o trabalho já é

balizado por Chicago e por isso o país

norte-americano ainda influencia tão

fortemente o mercado mundial. Ain-

da assim, a América do Sul impacta

diretamente nessa bolsa. Por exemplo,

se houver risco de falta de oferta na

América do Sul, significa que os Es-

tados Unidos poderão exportar mais e

isso impacta diretamente no mercado

mundial. Desse modo, a Bolsa de Chi-

cago não só afetada mercado interno

dos Estados Unidos, como também é

influenciada pelo sistema de oferta e

demanda mundial.

Hoje, o Brasil

é visto como

um player que

tem condições

de exportar

milho com

qualidade e boas

condições de

comercialização

e de risco

O Brasil deve se

consolidar

como o maior

produtor de

soja do mundo

em breve

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MERCADO E PRODUTO

Em meados de janeiro desse novo ano, em meio a grandes incertezas e inú-meras possibilidades, a safra de verão

em Goiás ainda segue em aberto. Apesar das perspectivas iniciais de um novo recorde de produção, frente aos problemas fitossanitá-rios e principalmente as perdas decorrentes da estiagem em algumas regiões do estado, este recorde pode não ser confirmado.

Inicialmente a expectativa era que Goiás alcançasse um novo recorde na sua produ-ção de grãos, chegando aos 17,4 milhões de toneladas colhidas nesta safra, um incre-mento de 2% em relação a 2013. Esse au-mento foi propiciado principalmente pelo aumento na área total plantada e a perspec-tiva de boas produtividades. No total, Goiás plantará nesta safra 4,67 milhões de hecta-res, um aumento de 2,4% em relação ao ano anterior, sendo a protagonista deste cresci-mento a cultura da soja, acompanhando a tendência nacional.

Delineando a situação de cada produto dentro do estado, podemos entender o mo-tivo de tamanho protagonismo da soja na produção goiana. A área plantada com soja neste ano chegou a 3,09 milhões de hecta-res, representando 66% de todo o território ocupado pelas lavouras de grãos no esta-do. Esta área é 7% maior que em 2013, e a expectativa inicial era de que fossem pro-duzidas aproximadamente 9,6 milhões de toneladas, número que dificilmente irá se confirmar frente a situação de estiagem na principal região produtora do estado. A cul-

tura do milho teve uma queda em sua área de verão de 23% em relação à safra anterior, sendo plantados 300 mil hectares neste ano.

Além dos elevados custos de produção enfrentados pelos produtores nesta safra, os fatores negativos ficam também por conta dos problemas fitossanitários e a forte estia-gem em algumas regiões. Em média, o custo de produção da soja ficou 20% maior que em 2013, enquanto que para o milho o au-mento foi de 12,4%. Outro fator que impac-tou no custo foi a forte infestação de pragas e doenças, principalmente o complexo de lagartas, como a Helicoverpa armigera e a falsa medideira, que exigiram maiores inves-timentos em defensivos químicos e outros métodos de controle.

Nas últimas semanas, as chuvas têm ocorrido de forma muito irregular, sendo que na região Sul e Sudoeste do estado inú-meras lavouras ficaram mais de 20 dias sem a ocorrência de precipitações. Com esta es-tiagem aliada ao forte calor nas últimas se-manas, com temperaturas diurnas acima dos 35ºC, os prejuízos em alguns locais foi muito elevado, sendo que é esperada uma queda de 10% na produção total de soja no estado.

A colheita já está iniciada, mas os desti-nos da safra de verão em 2014 ainda seguem indefinidos. Mesmo frente as inúmeras adversidades, os resultados ainda podem trazer números positivos, e junto com a se-gunda safra que já se aproxima, o estado poderá garantir sua elevada produção, base da economia em Goiás.

A chegada de 2014 e o destino da safra de verão goianaCristiano Palavro

Cristiano Palavro é consultor técnico do Senar Goiás para a área de cereais, fibras e oleaginosas.

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AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL

CEZARINA

PIRACANJUBAMINEIROS

PALMEIRAS

O Sindicato Rural de Cezarina realinhou entre os últimos dias 16 e 20 de dezembro o curso de Doma Racional de Equídeos para produtores da região. O curso foi ministrado pelo instrutor do Senar Goiás Fernando Marcos da Silva e capacitou treze participantes. Entre outros temas, os alunos aprenderam sobre conceitos e vantagens da doma racional, além de preparação, montaria e condução do animal.

No dia 20 de dezembro, foi realizada a eleição para a nova diretoria do Sindicato Rural de Piracanjuba. A chapa única foi encabeçada por Eduardo Iwasse, que foi eleito para seu terceiro mandado consecutivo à frende do sindicato. “Sinto grande satisfação em perceber que o associado reconhece o nosso trabalho. Minha responsabilidade só aumenta”, declarou Iwasse, que dirigirá o sindicato até 2016.

O Sindicato Rural de Mineiros inaugurou no último dia 14 de dezembro a reforma da sede da entidade. A revitalização durou cerca de um ano e incluiu ampliação de salas, reestruturação da fachada, além de revitalização das paredes. O sindicato, que funciona na Segunda Avenida, no Centro da cidade, agora está com estrutura ainda melhor para receber produtores e imprensa, destacou a diretoria.

Cerca de 220 produtores rurais participaram, no dia 1º de novembro, de duas palestra promovidas pelo Sindicato Rural de Palmeiras de Goiás, distante 94 quilômetros de Goiânia. Na ocasião, os produtores se informaram sobre o cenário climático da região e sobre a lagarta Helicoverpa armigera, que tem destruição culturas de milho, soja e algodão. “Realizamos as palestra para atender solicitações dos produtores. Acreditamos que esse encontro foi determinante para informar os produtores e impedir que a lagarta se alastrasse na região”, destacou o presidente do sindicato, César Savini Neto.

Doma racional

Festa do ProdutorSede revitalizada

Helicoverpa

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ITUMBIARA

CAIAPÔNIA

APORÉ

CAIAPÔNIA

Foi realizada, no último dia 21 de dezembro, a I Festa do Produtor de Itumbiara. Cerca de mil pessoas participara do evento, que foi realizado pelo Sindicato Rural de Itumbiara para comemorar o fim do plantio de 2013 e as festas de fim de ano. Compareceram ao evento produtores rurais e seus familiares, políticos, empresários do agronegócio e parceiros do segmento.

No dia 26 de outubro, o presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, participou da entrega da Comenda do Caiapó, em Caiapônia. O título é entregue pelo Sindicato Rural do município a personalidades que prestaram serviços relevantes ao agronegócio da região. Foram homenageados a deputada federal Flávia Morais (PDT), que lutou contra a criação do parque da Serra do Caiapó, a primeira presidente da Comissão das Produtoras Rurais, Odeth Goulart Fernandes, e o ex-presidente do Sindicato Rural de Caiapônia, Ricardo Farias Ramos.

Desde o último dia 27 de janeiro, o Sindicato Rural de Aporé tem nova diretoria. A chapa vencedora das eleições, presidida por Edil Yuti Morissugui, terá mandato até o mês de janeiro de 2017. A solenidade reuniu cerca de 60 pessoas no Auditório da Câmara Municipal de Vereadores entre parceiros colaboradores, produtores e lideranças locais. O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, foi representado gerente sindical da Federação, Antelmo Teixeira Alves. Também prestigiaram o evento os presidentes dos Sindicatos Rurais de Serranópolis, José Alves de Carvalho Neto, e de Itarumã, Elson Freitas.

No último dia 30 de dezembro, o Sindicato Rural de Caiapônia realizou o primeiro sorteio do Prêmio Sindical Rural. Produtores filiados e com as contribuições em dia concorreram a moto, TV e arreio. Raul Cezar Perozim foi contemplado com uma moto de 125 cilindradas, Gláucia de Sousa Lima, com uma TV de 40 polegadas e Daniel Paulo Coelho, com um arreio completo.

Festa do Produtor

Comenda do CaiapóPosse de diretoria

Prêmio Sindical

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Com diversidade de clima e altitude, Estado pode alavancar produção de frutas como maçã e tangerina

Catherine Moraes | [email protected]

Goiás investindo na produção de frutas

FRUTICULTURA

Pêssego, maçã, nectarina, caqui, ameixa, laranja, limão, abacate, uva, tangerina e outras várias fru-

tas típicas de clima mais frio sendo pro-duzidas em Goiás. Esta é uma realida-de que começa a ocorrer em Cristalina, município goiano localizado a 268 km da capital que tem altitude de até 1.250 metros em relação ao nível do mar. O clima também é propício e, com frio durante a noite e temperaturas mais quentes durante o dia, produção de fru-tas que antes quase não eram plantadas no Estado, se tornam possíveis.

Na fazenda Entre Rios, usada como experimento, 12 culturas diferentes di-videm a plantação. O plantio é direto e cada área se sustenta. Além disso, cultu-ras são intercaladas com pomar para ga-

rantir um retorno mais rápido de capital. No local, um grupo de estudo foi forma-do pela empresa Brava, com atuação do sócio-proprietário Edson Carlos da Silva, o proprietário da fazenda Edilson Danie-le e auxílio técnico do consultor em fru-ticultura Theodorus Daamen.

Theo, como se identifica, explica que o objetivo é garantir frutas duran-te todo o ano e agir com intensidade em épocas de entressafra. Para isso, algumas das culturas recebem hormô-nios para não frutificarem em épocas de colheita. Assim, é possível produzir em períodos que vão garantir maior rentabilidade ao produtor.

“Os produtores da região podem aproveitar o clima e desenvolver proje-tos de fruticultura garantindo uma al-

ternativa de rentabilidade. Já temos em demasia outras culturas em Cristalina, conhecida pelo plantio de alho, batata e cebola. Esta ideia, por exemplo, cabe mui-to bem ao pequeno produtor”, completa.

Irrigação sustentávelToda a plantação local é irrigada

por microaspersão e gotejamento, modalidades que utilizam pequenas quantidades de água. Isto porque a aplicação é feita próximos às raízes, em gotas. Além disso, possibilita ain-da economia quando o quesito é ener-gia elétrica, pois a baixa pressão traz como consequência um consumo mais baixo. No geral, a cada 100 litros apli-cados, estima-se que 95 sejam apro-veitados. Por fim, é possível diminuir

Edson Carlos, sócio da empresa Brava e Theodorus Daamen consultor em fruticultura exibem Dekopon

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custos com mão-de-obra aplicando fertilizantes durante o processo.

Auxílio prolongadoO estudo que está sendo feito na

propriedade conta com três etapas, a primeira foi antes do plantio, agora o acompanhamento e, por fim, a colheita. No decorrer do processo, mudas estão sendo produzidas para comercialização aos produtores que tiverem interesse em participar. Eles devem possuir terra para o plantio e terão auxílio até a fase de co-mercialização, ao consumidor final.

Metas para 2014O objetivo agora é aumentar, em

100 hectares a proporção do plantio. “Temos tecnologia e poder de co-mercialização. Goiás importa muito quando o assunto é fruta. Podemos ter preços ainda mais acessíveis. Com qualidade técnica faremos uma fruti-cultura de forma profissional. Para se ter uma ideia, o valor que conseguimos de retorno com 10 hectares de fruta é o mesmo que temos com 350 hectares de soja”, completa o consultor Theo.

A saborosa melancia coloca Goi-ás como segundo maior produtor do país. De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas o Rio Grande do Sul ultrapassa a produção goiana da fruta.

Em 2013, segundo dados do Gru-po Coordenador de Estatística Agro-pecuária do instituto, foram 5.365 hectares de área plantada no Estado. No total, 360 produtores consegui-ram colher 208.710 toneladas de me-lancia. A quantidade rendeu um valor bruto a Goiás de R$ 82,96 milhões.

Outras culturas de frutas, todas de clima quente e úmido, ocupam posições significativas no ranking nacional como: maracujá (8º), laranja (8º), abacaxi (9º) e banana (10º). Veja box ao lado:

Goiás, 2º maior produtor de melancia do país

RANKING GOIÁS - FRUTICULTURA

FRUTA GOIÁS BRASIL POSIÇÃO

Itapuranga, Carmo do Rio Verde,

AlexâniaBA, CE, MG, SE, ES 8º

Uruana, Itaguarú, Jaraguá, Pirenópolis

SP, BA, SC, MG, PA 10º

Itaberaí, Caldas Novas, Catalão,

Água FriaSP, BA, PR, MG, SE 8º

Jaraguá, São Luiz do Norte, Petrolina

PA, PB, MG, RJ, RN 9º

Uruana, Jaraguá, Ceres, Carmo do

Rio VerdeRS, GO, BA, SP, RN 2º

Propriedade em Cristalina produz maça em períodos de entressafra

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Fruta % Número de produtores

Total bruto (R$)

37,14% 2.085 141.232.720,00

23,43% 310 52.279.605,00

16,97% 360 82.962.225,00

11,29% 105 71.593.138,00

3,43% 149 3.953.065,20

Fruta % Número de produtores

Total bruto (R$)

3,06% 155 7.193.053,44

1,53% 59 1.614.778,00

0,75% 402 6.977.082,00

0,71% 8 11.601.975,00

0,45% 8 11.508.000,00

Quando o assunto é produção regional, nosso destaque fica com a banana. Somente em 2013, foram 11.745 hectares de área plantada, que

corresponde a 37,14% da produção de fruticultura em Goiás. Em segun-do lugar, laranja (23,43%); melancia (16,97%); abacaxi (11,29%) e tange-

rina (3,43%). Em menor proporção, outras frutas figuram na tabela de culturas temporárias no Estado. Con-fira a tabela.

Produção agrícola em Goiás

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Com sete treinamentos na área, o Se-nar Goiás desenvolveu, no ano de 2013, 143 cursos envolvendo fruticultura. No total, 1.656 pessoas foram habilitadas para o trabalho de plantio de abacaxi, mamão, banana, maracujá, melancia,

frutos do cerrado e pomar caseiro. Leonnardo Cruvinel, técnico adjunto

do Senar Goiás explica que, nesses treina-mentos de Formação Profissional Rural, os produtores aprendem a realizar o pla-nejamento estratégico de atividades, pro-

dução de mudas, todos os tratos cultu-rais, plantio, adubação, irrigação, manejo integrado de pragas e doenças, colheita, comercialização dos frutos e outros tópi-cos, a depender da demanda e da neces-sidade e dúvidas dos participantes.

Senar Goiás capacitou, em 2013, 1656 produtores na área de fruticultura

Treinamentos2013

Nº eventos Nº participantes

Treinamento em Formação e Condução de Pomar Caseiro 39 470

Treinamento em Fruticultura / Abacaxi 13 141

Treinamento em Fruticultura / Banana 23 257

Treinamento em Fruticultura / Mamão 1 14

Treinamento em Fruticultura / Maracujá 29 322

Treinamento em Fruticultura do Cerrado 16 187

Treinamento em Olericultura de Frutos / Melancia 22 265

Total 143 1656

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Seminários de grãos foram realizados pela Faeg em seis municípios goianos

Catherine Moraes | [email protected]

Francila Calica | [email protected]

Análise de mercado antes

da colheita

comercialização

Balança comercial, alta do dólar, exportação, oferta, demanda, e influências climáticas. Estes são

apenas alguns dos pontos que influen-ciam diretamente na produção e co-mercialização de grãos, tema discutido pelos Seminários de Comercialização de Grãos, realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). Realizadas sempre antes da colheita, os eventos tiveram início no último dia 20 de janeiro e passou por seis cidades.

Com uma expectativa de safra re-corde, de fretes até 20% mais caros e

sem conseguir vencer por completo os problemas logísticos, o produtor goia-no de soja tem um ano de 2014 cheio de desafios a serem enfrentados. Entre os principais aliados, a taxa de câmbio e o aumento crescente por demanda no mercado interno e externo.

Para o milho, a perspectiva é ain-da melhor que a da soja. Isso, segundo Gustavo Bezerra, consultor em gerencia-mento de riscos da FCStone, palestran-te dos Seminários de Comercialização de Grãos realizados pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg).

“Com as cotações da Bolsa de Chicago atingindo, no ano passado, os menores níveis desde setembro do ano de 2010, os preços do milho podem subir nos próximos meses”, completa.

Em 2013, produtores de Goiás en-frentaram turbulências com um custo de produção que subiu 12,4% e o preço que chegou a cair 6,1%. “Estou mais positivo quando o assunto é milho. Apenas neste mês de janeiro o Brasil já exportou mais de 1,5 milhão de toneladas de milho e o mês ainda não chegou ao fim”, pontuou. Para ele, a expectativa é de uma produ-

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ção menor, com preço melhor influen-ciado pelo dólar mais alto.Seminários

Realizados sempre no mês de ja-neiro, antes do início da colheita da safra 2013/14, os seminários têm como objetivo auxiliar os produtores goianos sobre mercado e a decidir sobre a mais vantajosa forma de comercialização da produção. Neste ano, seis cidades re-ceberam o evento: São João d’Aliança, Cristalina, Goiatuba, Caiapônia, Rio Verde e Mineiros.

Carlos Gomes de Oliveira, produtor em Goiatuba, Buriti Alegre e Tocan-tins afirma que, hoje, os produtores de uma forma geral estão mais inte-ressados nos impactos do mercado. “Queremos saber quando e como ven-der nossa produção e os fatores osci-lam muito. É claro que as informações recebidas em janeiro não servem para o ano todo, mas nos deixa alerta em relação a alguns pontos importantes a serem observados”, completou.

Crescimento certoPresidente da Faeg, José Mário

Schreiner afirma que o crescimento do mercado brasileiro é um caminho sem volta e que é preciso ficar atento aos benefícios que isso traz ao produtor. “A Confederação Nacional da Agricul-tura e Pecuária do Brasil (CNA) abriu escritórios em Pequim e em Bruxelas. Esta não é uma atitude em vão, es-tamos ganhando representatividade. Nosso setor começa a ser bem visto lá fora”, completou o presidente.

José Mário acrescentou ainda que acredita que o produtor brasileiro é o mais competente do mundo. Isto por-que, em 30 anos, conseguiram aumen-tar a produção de 30 sacas de soja por hectare para até 75 sacas em um mes-mo espaço. Se o assunto for milho, o número pulou de 70 para 200 sacas. “Tivemos todo esse avanço em um mesmo espaço físico e com os mes-mos recursos naturais. Qual segmento avançou tanto em tão pouco tempo?”, questionou o presidente.

Produtores e funcionaram realizam manifestação em frente à usina

Presidente José Mário Schreiner afirma que é preciso se atentar ao crescimento do país

Carlos Gomes avalia como positiva a realização dos seminários

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Na rota da expansão agrícola, o município de Caiapônia acompanha, há cinco anos, um crescimento ex-pressivo das áreas de agricultura. Na safra 2012/13, a área plantada de soja, carro chefe da produção, foi de cerca de 90 mil hectares. Para este ciclo, a estimativa é de que alcance os 120 mil hectares cultivados. De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Caiapônia, Ailton Viela, a agricul-tura, no sexto município goiano no ranking de área plantada, evolui rapi-damente, mas sofre de dificuldades como armazenagem e infraestrutura e logística para transportes.

Ainda assim, os produtores da região não perdem de vista a evo-lução do mercado e o desempenho dos preços, para garantir a compe-titividade dos grãos produzidos na região. De olho na safra americana, que começa a ser plantada em maio e tem sua formação finalizada em se-

tembro deste ano, os produtores se preparam para um ano de atenção.

De acordo com o consultor da FCStone, Gustavo Bezerra, haverá safras cheias nos Estados Unidos e nos principais produtores de grãos na América Latina, incluindo o Bra-sil. A evolução da safra e dos es-toques de soja dos Estados Unidos influenciará diretamente nos pre-

ços do produto.Enquanto observam atentamen-

te o desenrolar da safra americana, os agricultores goianos também observam as estimativas de im-portação de soja pela China, maior consumidor mundial do produto. Para 2014, o país asiático importa-rá 69 milhões de toneladas; 10 mi-lhões a mais que ano passado.

De olho na safra americana e na demanda da China

Produtores estão de olho no mercado externo

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NO ESCURO

Ricardo Peres, presidente do Sindicato Rural de Rio Verde, afirma que Celg é doença crônica

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Constantes interrupções no fornecimento de energia elétrica causam grandes perdas materiais e limitam produtores de todo o Estado

Karina Ribeiro | Especial para Revista Campo

[email protected]

Freio no desenvolvimento e prejuízos na produção

Se por um lado o produtor rural se automatizou, investiu em tec-nologia e lida com uma fazenda

cada vez mais aos moldes de uma em-presa especializada, por outro, o se-tor energético do Estado de Goiás está parado no tempo. O descompasso é tão gritante que praticamente obriga o setor agropecuário a puxar as rédeas da ampliação da produção enquanto assiste o cavalo passar arreado.

O consumo de alimentos no mer-cado externo e interno tem se elevado ano a ano e dá sinais de sustentabili-dade. Nesse caso, a teoria mercadoló-gica é simples: se há demanda, deve-se aumentar a oferta.

Mas, na prática, o setor rural vive um momento de agonia. O chamado custo Brasil, referente às altas taxas tributá-rias do país, a falta de infraestrutura e políticas públicas adequadas resultam em perda de competitividade para ou-tros países com vocação agrícola. Como se não bastasse, os produtores goianos ainda sofrem um problema caseiro. As constantes interrupções e falhas na dis-tribuição da Celg emperram a expansão da produção agropecuária e ainda en-carecem o que está sendo produzido.

Ou seja, vai na contramão da boa saúde financeira de qualquer empresa.

Produtores afirmam que há anos lutam pelo fornecimento de um servi-ço de energia de qualidade na zona ru-ral para garantir melhor desempenho da atividade. Mas, ao contrário dos es-forços, a situação agora piorou ao pon-to de atingir também a zona urbana de vários municípios do Estado. “A Celg é uma doença crônica”, afirma o pro-dutor rural e presidente do Sindicato Rural de Jataí, Ricardo Peres.

A descredibilidade é tanta que pro-dutores afirmam só voltarão a sentir confiança nos serviço depois que as ações para melhoria da distribuição e manutenção da energia começarem a fluir. “Não adianta mais falar que com-prou, vendeu, fazer propaganda em mídia. O produtor não acredita mais em nada”, atesta.

Ricardo Peres explica que é impos-sível ‘tocar’ uma propriedade rural no Sudoeste do Estado sem motores ge-radores de energia. Cada um custa, em média, entre R$ 50 mil e R$ 100 mil. É nesse ponto que outra situação fica evidente. “Pequenos e médios produ-tores estão sofrendo demais, porque

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muitas vezes não tem condições de comprar e manter o gerador”, afirma. Com isso, a ausência de energia por al-gumas horas reflete, por exemplo, em desperdício do leite que não se man-tem resfriado. “Eu mesmo sai da ati-vidade leiteira. Não tem condições de trabalhar no setor com essa frequente falta de energia”, ressalta.

Ricardo explica que existem proprie-dades rurais que funcionam à base de gerador de energia de alta potência. Os motores mantem armazenagem de grãos e tratamento de semente, ordenhadeira, resfriador de leite e também confina-mento de gado. “Hoje é tudo industriali-zado, tudo precisa de energia”, destaca.

Além da falta de energia, Ricardo explica que as oscilações energéticas provocam queima de aparelhos no campo. Como exemplo, informa que, somente em um dia, um armazém de grãos da região teve vários geradores de energia queimados.

GeneralizadoRepresentando a Federação da

Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), no conselho do consumi-dor da Celg, Félix Curado, explica que as interrupções e oscilações de energia são generalizadas em todo o Estado, embora algumas regiões sofram mais com a prestação de serviço. “Há lu-gares onde ocorrem picos de energia quase que diariamente, como o Su-doeste Goiano, Cristalina e

a Região da Estrada de Ferro”, conta. No caso dos produtores de leite, o

problema é que, sem energia elétrica, é impossível resfriar o leite para a capta-ção para a indústria. “Isso pode refletir para o consumidor final”, alerta.

A situação é tão séria que a última reivindicação do conselho não mais diz respeito a qualidade ou manuten-ção do serviço. O conselho afirma que espera que a concessionária consiga avisar, por meio de call center, o perí-odo em que o produtor ou consumidor vai ficar sem energia. “Para ele poder se prevenir”, justifica.

OrientaçõesSegundo o advogado e chefe de

gabinete da Faeg, Fabrício Freitas, o Código de Defesa do Consumidor (CDC), determina que o fornecimento de energia elétrica é um bem essencial, que deve ser oferecido continuamente, sem oscilações ou interrupções. Além disso, o Código Civil prevê reparação de prejuízos sofridos.

Outro ponto é que uma resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), afirma que o fornecimento de energia só pode se interrompido, sem aviso prévio, por até quatro horas. “Após esse momento, existe

uma fórmula em que se calcula o tem-po adicional em que o consumidor ficou sem energia. O resultado é abatido na próxima conta”, diz Fabrício. Na prática, conforme o advogado, isso não é feito.

CelgHá mais de 10 anos, produtores

rurais espalhados em todo o Estado sofrem com a má gestão incrustada na Celg. Desde a venda da Usina Ca-choeira Dourada, ocorrida em 1998, algumas alternativas foram colocadas sobre a mesa para que a situação não chegasse a esse ponto: privatização, acordo com a Eletrobrás e a federali-zação da empresa.

Sem recursos para atender a de-manda ou mesmo realizar uma manu-tenção preventiva, a empresa padece no escuro. A luz no fim do túnel pode estar surgindo agora. Caso ocorra sem sobressaltos o entendimento acertado entre o Ministério das Minas e Energia para transferência de 51% das ações do Estado para a Eletrobrás, os mora-dores de Goiás ainda terão que aguar-dar dois anos para sentir uma melhora sensível na prestação de serviço.

Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), no conselho do consumi-dor da Celg, Félix Curado, explica que as interrupções e oscilações de energia são generalizadas em todo o Estado, embora algumas regiões sofram mais com a prestação de serviço. “Há lu-gares onde ocorrem picos de energia quase que diariamente, como o Su-doeste Goiano, Cristalina e

da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), afirma que o fornecimento de energia só pode se interrompido, sem aviso prévio, por até quatro horas. “Após esse momento, existe

dar dois anos para sentir uma melhora sensível na prestação de serviço.

Estação Celg

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“Fico até sem jeito de falar. Não aguento mais reclamar sobre fal-ta e qualidade de energia”. Essa foi a primeira reação do produtor rural de Cristalina, Luiz Figueiredo, ao ser procurado pela reportagem. Mas em um segundo momento, disparou in-contáveis reclamações que tem como alvo a concessionária.

Luiz Figueiredo é o maior produ-tor de leite de Goiás. Por dia, tira 25 mil litros do produto. “Verticalizar os negócios é o trabalho que todos nós precisamos fazer. Isso significa pro-duzir o máximo possível dentro de sua área. Mas, como, se a energia é insuficiente?”, questiona indignado. Há mais de quatro anos ele solicita recorrentemente mais energia elétri-ca para a produção láctea. Nunca foi atendido.

Figueiredo, que também é pro-dutor de grãos, conta ainda que em sua propriedade rural, a Celg é res-ponsável pelo abastecimento e distri-buição de energia em 3 mil hectares.

Luiz afirma que essa área poderia ser 50% maior. Isso porque realizou um projeto para au-mentar a área para um total de 4,5 mil hectares. Investiu na documentação necessária, como liberação ambiental e outorga de água. Embora tenha conse-guido todas as anuên-cias necessárias para a expansão da área irriga-da, foi tolhido pela falta de energia. “Você faz todo o in-vestimento primeiro, tem toda essa despesa, para depois saber se haverá ou não energia para o projeto. Isso é absurdo”, diz. Ele conta que toda a documentação já está vencida e que precisaria pagar novamente para reaver essas libera-ções. “Novamente sem nenhuma ga-rantia da Celg”, reclama.

Prejuízos são ainda maiores entre os produtores de leite

Prejuízo aos produtores de leite

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Luiz afirma que essa área poderia ser 50% maior. Isso porque realizou um projeto para au-mentar a área para um total de 4,5 mil hectares. Investiu na documentação necessária, como liberação ambiental e outorga de água. Embora tenha conse-guido todas as anuên-cias necessárias para a expansão da área irriga-da, foi tolhido pela falta de energia. “Você faz todo o in-vestimento primeiro, tem toda essa despesa, para depois saber se haverá ou não energia para o projeto. Isso é absurdo”, diz. Ele conta que toda a documentação já está vencida e que precisaria pagar novamente para reaver essas libera-ções. “Novamente sem nenhuma ga-rantia da Celg”, reclama.

Novas ligações

A Celg informou por meio de nota que foram aprovados projetos

para 7,6 mil novas ligações em todo o Es-tado. Deste total, 3 mil são para a conclusão

do contrato Luz para Todos, do Governo Fe-deral, 2,5 mil oriundo da parceria do Governo do Estado e Secretaria de Infraestrutura e 2,1 para a população quilombola. O valor deste

investimento é de R$ 57,6 milhões.Já o valor de investimentos desti-

nado à melhoria das redes é de R$ 15,4 milhões. Esse valor é des-

tinado a instalação de 657 religadores, troca de cabos na zona rural e melhoria de redes de distribuição.

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Apresente reclamação direta-mente à concessionária, em até 90 dias após o dano.

A partir da data do pedido de res-sarcimento, a empresa terá prazo de até 10 dias corridos para inspecionar e vistoriar o equipamento danificado e um dia para os equipamentos que

acondicionam alimentos perecíveis.Depois da vistoria, a empresa

terá prazo máximo de 15 dias cor-ridos para informar ao consumidor, por escrito, sobre o deferimento ou não do seu pedido.

Após o vencimento do prazo de 10 dias sem a vistoria da concessio-

nária, o consumidor poderá provi-denciar o conserto do equipamento.

No caso de deferimento, a dis-tribuidora pode efetuar o ressarci-mento em moeda corrente, provi-denciar o conserto ou a substituição do equipamento danificado em até 20 dias corridos.

O que fazer em caso de perdas materiais?

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O Bayer Contra Lagartas é uma iniciativa que irá suportar o manejo

sustentável de pragas da sua lavoura. O programa contempla uma série de medidas que vão

desde o monitoramento adequado até a recomendação das melhores

soluções ao produtor, para que a agricultura brasileira seja cada vez

mais competitiva.

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DEVOREM A PRODUÇÃO BRASILEIRA DE SOJA.

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Ao queimar um aparelho ele-trônico com a queda de energia, o consumidor tem até 90 dias para fazer a reclamação administrati-va junto à concessionária. Além disso, Fabrício Freitas orienta ain-da que diante de qualquer dano a equipamentos, o produtor registre boletim de ocorrência junto à Polí-cia Civil. “Ele deve ir até a conces-sionária e preenche um formulário com todas as especificações do aparelho. Já o boletim de ocorrên-cia é importante por ser um docu-mento oficial que atesta a perda”, justifica. Fabrício Freitas orienta ainda que é importante não con-sertar o aparelho.

Assim, um técnico da conces-sionária deverá ir até a residência ou empresa em até 10 dias para re-alizar uma vistoria. Só depois des-se período, caso o técnico não tenha comparecido, há possibilidade de fazer

o orçamento em duas empresas credenciadas, de preferência, com sede no município. “O consumi-dor deve solicitar os laudos técni-cos comprovando que o aparelho queimou em função da oscilação de energia”, diz.

O advogado explica que, em caso de produtos perecíveis, ao contrário de 10 dias, o técnico da Celg precisa comparecer ao local em até 24 horas. Caso não visite a propriedade, empresa ou resi-dência, o consumidor deve colher o maior número de provas do pro-duto estragado. Vale fotos e teste-munhas. “O ideal é pedir para um agrônomo fazer um laudo e nun-ca esquecer de fazer o boletim de ocorrência”, orienta.

Celg deve cobrir prejuízos com queima de aparelhos

ou empresa em até 10 dias para re-alizar uma vistoria. Só depois des-se período, caso o técnico não tenha comparecido, há possibilidade de fazer

Nas áreas onde há pivôs de irriga-ção instalados, as constantes quedas de energia também provocam prejuí-zos, principalmente em tempos como o do início deste ano, com chuvas em menor quantidade e altas tempe-raturas. Ele explica que há incentivo para que os produtores irriguem as plantações durante a noite, mas nem sempre podem contar com energia elétrica para o funcionamento do equipamento. “Não conseguimos irri-gar a noite e depois temos que correr atrás do prejuízo. O clima está quente e é a irrigação que nos salva”, diz.

Luiz explica que é visível a falta de estrutura da companhia energética. Ele explica que os cabos de energia rom-pidos nunca são trocados. “Eles são emendados uns com os outros. Eles estão velhos e não suportam mais esse tipo de ação. O cabo perde a resistên-cia e desperdiça energia”, explica.

Ele conta que, há mais de um ano, um cabo da Celg rompeu e caiu den-tro de sua propriedade rural. Solici-tou reparos, em vão. A sorte do pro-dutor rural é que há a possibilidade de alimentar a rede por meio de outra empresa energética.

O gerador de energia instalado no armazém é o que dá segurança ao produtor rural na secagem e limpeza dos grãos. Entretanto, essa tranquili-dade pesa no bolso. Um gerador che-ga a consumir cerca de 40 litros de óleo diesel por hora. Contabilizando que o preço médio do litro no merca-do custa R$ 2,50, em média, alimen-tar o sistema com o gerador por uma hora custa R$ 100.

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Após pedido da Faeg, ministério libera compra de produto e aumenta valor máximo para 1000 sacas

Catherine Moraes | [email protected]

Mapa concede AGF para feijão

Após solicitação da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), o Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) liberou a Aquisição do Gover-no Federal (AGF) para o feijão. A Com-panhia Nacional de Abastecimento (Conab) também elevou o número de sacas de 600 para 1.000 por produ-tor. A operação já foi confirmada tan-to pelo Mapa, quanto pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e também foi acertada a disponibilidade de verba para início imediato das ope-

rações de compra pelo governo.O pedido da Faeg ocorreu porque

houve acentuada queda nos preços da leguminosa. Atualmente, produtores goianos vendem a saca por preço bem abaixo do valor mínimo estabelecido. O preço atual pago ao produtor em Goiás, pela saca de 60 Kg do feijão tipo 1 carioca, é de R$ 70. Com a decisão, produtores poderão entregar o produ-tor pelo preço mínimo do produto, fi-xado em R$ 95 no ano passado, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A aquisição engloba também o tipo 2.

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Saiba maisO produtor interessado na operação deverá encaminhar de ime-

diato o número de sacas, que interessa fazer o AGF, para a Superin-tendência da Conab em Goiânia, no telefone 3269-7410 ou no e-mail: [email protected]

Saiba maisO produtor interessado na operação deverá encaminhar de ime-

diato o número de sacas, que interessa fazer o AGF, para a Superin-tendência da Conab em Goiânia, no telefone 3269-7410 ou no e-mail: [email protected]

Para reverter a queda dos preços, José Mário Schreiner, presidente da Faeg, solicitou que a compra do pro-duto seja feita por AGF, mecanismo no qual o governo adquire o produto diretamente dos agricultores quando o preço de comercialização está abaixo do preço mínimo.

Além do pedido de compra, o pre-sidente da Faeg solicitou ainda que a quantidade máxima, a ser comprada pela Conab fosse elevada. A quanti-dade que a Conab estava autorizada a comprar de cada produtor de feijão, pelas normas em vigor, era de 500 sa-cas de 60 Kg. O pedido foi de que o valor subisse para 2 mil sacas.

Além de encaminhar o pedido for-malmente, o presidente levou o pedido ao secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, durante audiência, no dia 21 de janeiro. Por fim, a federação continuou acom-panhando o processo diariamente. “A maioria dos produtores goianos é de médio porte e eles utilizam moderna tecnologia, além de elevados índices de produtividade. Não podemos dei-xar que os produtores recebam abaixo do valor mínimo. Agradecemos ao Mi-nistério da Agricultura e à Conab por atenderem nossa solicitação”, come-mora José Mário. Somente a partir da

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primeira semana após o carnaval os re-cursos estarão disponíveis.

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Plantio safrinha

Cultivo do grão fora da época é aposta arriscada

Cristiano Palavro | [email protected]

Michelle Rabelo | [email protected]

Soja safrinha é cultivada em Goiás

Em Goiás, o cultivo da safrinha geralmente é realizado logo após a colheita da soja de ve-

rão, sendo que no estado, o período é utilizado tradicionalmente para o cul-tivo de milho ou sorgo, com plantios no mês de janeiro se estendendo até o início de março.

Influenciados pelos bons preços na comercialização da soja nos últimos meses e pelas incertezas no mercado de milho, alguns produtores goianos optaram pelo cultivo da soja também na safrinha. Este é o caso dos agricul-tores Valdemar Alves Pereira, e Val-

demar Pereira Júnior, produtores de Piracanjuba, no sul de Goiás. Pelo pri-meiro ano pai e filho plantaram soja no período da safrinha, buscando am-pliação de renda.

Além dos mais de mil hectares cultivados com milho na segunda safra, os produtores plantaram 150 hectares de soja. Eles explicam que mesmo com expectativa de menor produção, a rentabilidade pode ser favorável, devido a redução nos cus-tos de produção, resultado dos bai-xos custos com sementes e preparo do solo, com menor necessidade de

alteração nos teores de adubação.O fato é que plantar soja na safri-

nha apresenta um alto risco, princi-palmente pela grande possibilidade de aumento nos problemas fitossani-tários e pela falta de adaptação das variedades de soja a este período, que podem gerar forte redução no potencial produtivo da lavoura.

SafrinhaPara plantar a soja na safrinha, Val-

demar utilizou a mesma variedade do cultivo de verão, de ciclo super pre-coce, com desenvolvimento em 100

Men

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ortiz

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O agricultor, Valdemar Alves Pereira e seu filho Valdemar Júnior, acompanham plantio nas lavouras da propriedade

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Men

del C

ortiz

odias e aproveitou as sementes recém--colhidas para o plantio na safrinha, reduzindo seu custo de produção.

Um fator diferente no cultivo da safrinha é o fato de o desenvolvimen-to das plantas ser menor neste perío-do, fato contornado pelo aumento da população de plantas utilizadas.

Na safra de verão, pai e filho ob-tiveram boas produtividades em sua soja, ficando com médias em torno das 60 sacas por hectare. Os agri-cultores colheram cedo, tendo a soja safrinha sido plantada no dia 10 de janeiro, com expectativa de colheita para abril, fugindo do período de res-trição de chuvas.

ProblemasAo optar pela não rotação de cul-

turas os agricultores devem se deparar com fatores negativos, como proble-mas fitossanitários e o aparecimento precoce de doenças e pragas já pre-sentes nas lavouras de verão. Além disso, com a colheita das áreas de

soja vizinhas, as pragas como a mosca branca e complexo de lagartas, devem migrar para a lavoura de Valdemar.

Um outro fator a ser avaliado é que a manutenção de uma mesma cultura no campo por um longo pe-ríodo de tempo, aumenta a chamada “ponte verde” para as pragas e doen-ças, o que pode prejudicar os cultivos

na próxima safra de verão.Mesmo com tantos pontos negati-

vos, e apesar de pouco recomendado pelos especialistas, o cultivo da soja na segunda safra passou a ser considerado uma nova possibilidade aos produtores brasileiros e muitos deles estão con-fiantes que a prática também pode ser uma alternativa rentável para o setor.

Colheitadeira e plantadeira trabalham juntas na propriedade do agricultor

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Decisão agora corre no Poder Judiciário

Catherine Moraes | [email protected]

Produtores contra as taxas da Agrodefesa

IMPOSTOS

O mês de janeiro foi de gran-de debate sobre as taxas da Agência Goiana de Defesa

Agropecuária (Agrodefesa) que inci-dem em toda a cadeia vegetal e animal no Estado de Goiás. Entre mandado de segurança protocolado pela Federa-ção da Agricultura e Pecuária de Goi-ás (Faeg) e recursos do governo por meio da Procuradoria Geral de Estado (PGE), a busca pelos direitos continua.

Em pauta na Assembleia Legisla-tiva desde 2011, o projeto de aumen-to das taxas foi retirado de pauta em dezembro de 2012, após intensas ma-nifestações do setor. A previsão era de aumentos que superariam 200%. Com a ausência do projeto na Câma-ra, a Agrodefesa retomou a discus-

são quando os valores voltaram a ser cobrados, desta vez, em forma de decreto, em maio e agosto de 2013. Assim, vários municípios decidiram não pagar pelas taxas e começaram a receber multas e autuações.

Dessa forma, a Federação entrou com mandado de segurança contra os Decretos Estaduais nº 7.887/2013, nº 7.888/2013 e 7.956/2013 alteraram os valores cobrados para trânsito animal e para cadastros de áreas agrícolas no Estado. Além de criar taxas para ca-dastros em áreas destinadas à cultura do algodão, tomate e cana-de-açúcar. A primeira decisão da Justiça foi uma liminar suspendendo as taxas, mas o governo recorreu.

Em segunda decisão, a juíza Zil-

mene Gomide da 1º Vara determinou o arquivamento do mandado de se-gurança e o fim dos efeitos da limi-nar deferida. A Faeg já determinou a propositura do Recurso de Apelação e volta a recorrer nos próximos dias.

Manoel Caixeta, presidente do Sindicato Rural de Silvânia e também produtor de soja e sorgo mostrou insatisfação. “Esta taxa veio de ma-neira irregular, imposta goela abaixo aos produtores e pecuaristas, feita em gabinetes fechados. Para se ter uma ideia, a Agrodefesa pede que, 15 dias após o plantio, cada produ-tor faça a medição da área e informe para poder ser cobrado por isso. Não tiveram, sequer, o trabalho de fazer a medição”, finalizou.

Produtores contestam taxas da Agrodefesa e manifestam no Tribunal de JustiçaM

ende

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DELÍCIAS DO CAMPO

INGREDIENTES:1 caixa de leite condensado3 copos de açúcar3 copos de coco ralado2 copos de leite

MODO DE PREPARO:Queime o coco para soltar a casca da castanha. Em seguida rale a castanha na face mais grossa de um ralo de quatro faces. Leve todos os ingredientes para cozinhar. Mexa até a cocada começar a se soltar do fundo da panela. Retire a panela do fogo e mexa até o doce perder o brilho e começar a açucarar. Modele as cocadas com colher de sopa e deposite-as sobre papel manteiga, em superfície lisa, para esfriar.

SUGESTÃO: Para fazer a cocada de chocolate, basta acrescentar ½ copo de cacau ou de achocolatado em pó aos outros ingredientes no momento do cozimento.

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De uma fazenda simples no município de Ouro Verde, dez mãos habilidosas trans-

formam tecido, fitas e miçangas em peças artesanais primorosas. Entre nós e alinhavos, duas meninas e três mulheres confeccionam acessórios de cabelo que hoje são mais do que tia-ras e faixas: são sonhos realizados.

Maria Antonieta Rodrigues Olivei-ra desejava exercer um ofício que gos-tasse, fosse lucrativo e que a permitis-se conciliar o trabalho com a rotina da família. Em busca disso, a produtora rural participou do curso de Bordados e Flores em Tecido, oferecido pelo Ser-

viço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) em parceria com o Sin-dicato Rural de Anápolis. Pouco mais de um ano depois do treinamento, a artesã já produz cerca de 280 tiaras por semana, que são vendidas em sete lojas de Goiânia, Damolândia, Petroli-na, Anápolis e Ouro Verde.

Uma confecção do município de Jaraguá, distante 66 quilômetros de Ouro Verde, usou as tiaras de Maria Antonieta no figurino da atriz mirim Larissa Manoela, que posou para catá-logo da indústria. A jovem interpretou

a personagem Maria Joaquina em re-cente remake da novela Carrossel pro-duzido pelo SBT.

Com a ajuda das filhas Maria Cân-dida (10) e Maria Elisa (8), da mãe, Maria Terezinha e da irmã Ana Paula, Maria Antonieta criou a marca Art’s Maria, que não poderia ter nome mais representativo. “Antes, só fazia as pe-ças para as minhas filhas e para pre-sentear amigas. Hoje, só não vendo mais porque não tenho condições de produzir um número maior de peças. Pretendo ampliar a produção, mas sem deixar de manter a qualidade do produto artesanal”, projeta.

A artesã já criou mais de 50 modelos de tiaras e faixas para bebês, crianças, jovens e adultas. As tiaras são vendidas a R$ 5 no atacado e R$ 10 no varejo e já são responsáveis pela maior fonte de renda da família. O faturamento supe-ra, inclusive, os lucros de produção da granja que Maria Antonieta administra em sociedade com o pai.

Ajuda da famíliaMaria Elisa e Maria Cândi-

da ajudam a mãe no acaba-mento das tiaras. Pela contri-buição, recebem mesada que gastam como quiser. “Com a mesada, juntei dinheiro para comprar este celular”, comenta Maria Cândida mostrando o smartphone

Produtora rural realizou curso de Bordados e Flores em Tecido e hoje produz e vende tiaras responsáveis pela maior renda da família

Gilmara Roberto | [email protected]

Arte de Maria

CASO DE SUCESSOLa

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família. Em busca disso, a produtora rural participou do curso de Bordados e Flores em Tecido, oferecido pelo Ser-

logo da indústria. A jovem interpretou Pretendo ampliar a produção, mas sem deixar de manter a qualidade do produto artesanal”, projeta.

A artesã já criou mais de 50 modelos de tiaras e faixas para bebês, crianças, jovens e adultas. As tiaras são vendidas a R$ 5 no atacado e R$ 10 no varejo e já são responsáveis pela maior fonte de renda da família. O faturamento supe-ra, inclusive, os lucros de produção da granja que Maria Antonieta administra em sociedade com o pai.

Ajuda da famíliaMaria Elisa e Maria Cândi-

da ajudam a mãe no acaba-mento das tiaras. Pela contri-buição, recebem mesada que gastam como quiser. “Com a mesada, juntei dinheiro para comprar este celular”, comenta Maria Cândida mostrando o smartphone

Junto com a mãe Maria Terezinha e as fi lhas também Marias, o trabalho é executado na residência

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que não sai de suas mãos. Maria Elisa ainda tem desejos de criança: “Eu jun-tei o dinheiro e mamãe me comprou a boneca que eu queria”, conta timi-damente. Os meninos Johnatan (12) e Braian (10), filhos de Maria Antonieta, ajudam com os afazeres da fazenda e da casa para que a mãe tenha mais tempo para a produção das tiaras.

Orgulho do sucessoPara a instrutora do Senar Jânia

Rodrigues Araújo, que ministrou o

treinamento a Maria Antonieta, o maior mérito da artesã foi aplicar a técnica na criação de peças inovado-ras. “O sucesso dela é muito gratifi-cante para mim e ainda mais para o Senar, que vê em Maria Antonieta seu papel cumprido junto ao homem e à mulher do campo”, considera.

Jânia Rodrigues destaca ainda que a artesã teve a iniciativa de investir num segmento que tem tido cada vez mais espaço e condições de crescer no mercado. “O artesanato nunca esteve tão em alta porque a internet possibi-lita o compartilhamento de ideias, e

O Curso de Artesanato e Flores em Tecido foi instituído em 2011 e, desde então, já capacitou 1.769 pessoas. Durante o treinamento, os participantes aprendem sobre a histó-ria do bordado e a realizar identificação de motivos, transferência de riscos, seleção e corte de retalhos. Em 32 horas, os artesãos aprendem ainda a confeccionar flores, além de acabamento e diversos pontos de bordados.

Laris

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Os interessados em treinamentos e cursos do Senar, em Goiás, no município de Anápolis devem entrar em contato com o Sindicato Rural pelo telefone (64) 3311-5055.

Maria Antonieta e as fi lhas Maria Elisa e Maria Cândida exibem tiaras

a indústria disponibiliza muito mate-riais a preços acessíveis para a criação de novas tendências”, explica.

O Sindicato Rural de Anápolis tam-bém se orgulha do sucesso de pesso-as como Maria Antonieta, que usaram a capacitação como instrumento de transformação da realidade econô-mica e financeira de suas famílias. “É muito satisfatório ver que ela foi além do treinamento. Em Anápolis e muni-cípios próximos é fácil ter sucesso com artesanato porque a região carece de bons artesãos e boas peças”, comenta

Nerci Ribeiro, mobilizadora do Sindi-cato Rural de Anápolis.

Maria Antonieta acorda às 6h da manhã e há dias em que vai dormir às 4h da madrugada, pois é durante a noite que sua criatividade produz os melhores modelos. A artesã chega a dormir apenas duas horas por noite, mas se mostra feliz. Porque é acorda-da, trabalhando com o que gosta, que ela alimenta seus sonhos.

“Na próxima visita, quero receber vocês no ateliê que pretendo montar”, despede-se. Até lá, Maria Antonieta...

Curso de Bordados e Flores em Tecido

desde então, já capacitou 1.769 pessoas. Durante o treinamento, os participantes aprendem sobre a histó-ria do bordado e a realizar identificação de motivos, transferência de riscos, seleção e corte de retalhos. Em 32 horas, os artesãos aprendem ainda a

Os interessados em treinamentos e cursos do Senar, em Goiás, no município de Anápolis devem entrar em contato com o Sindicato Rural pelo telefone (64) 3311-5055.

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EM DEZEMBRO, O SENAR PROMOVEU

425 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 98 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*

3.770PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

49 160 14 18 14 141 2 41 37 10 4 9 38 0

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

agroindústria

Na área de

aquicultura

Na área

de

pecuária

Na área de

extrativismo

Em

atividades

relativas à

prestação de

serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

CURSOS E TREINAMENTOS

Produção de orgânicos fomenta minhocultura

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Para mais informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar Goiásentre em contato pelo telefone (62) 3412-2700 ou pelo site www.senargo.org.br

A crescente demanda por produtos orgâ-nicos tem impulsionado a minhocul-tura, atividade de baixo investimento

que rende ao produtor a extração de dois pro-dutos mensalmente: a minhoca e o húmus.

O húmus, ou esterco de minhoca, pode ser aplicado no solo para reestabelecer a fertili-dade, o que reduz ou anula a necessidade de aplicação de fertilizantes químicos. O material não agride o meio ambiente, além de oferecer nutrientes para a planta e facilitar a hidratação e a ventilação do solo. A minhoca, por sua vez, pode ser utilizada na alimentação de pequenos animais, como aves, peixes e rãs.

Para atender esse mercado, o Senar Goiás realiza curso de formação profissional na área de minhocultura. O treinamento tem duração de 16 horas e oferece aprendizado sobre tipos, anatomia e fisiologia de minhocas, colheita e beneficiamento de húmus, além de tratar da construção e do manejo de minhocários.

Gilmara Roberto | [email protected]

EM NOVEMBRO, O SENAR PROMOVEU

425 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 98 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*

3.770PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

49 160 14 18 14 141 2 41 37 10 4 9 38 0

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

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agroindústria

Na área de

aquicultura

Na área

de

pecuária

Na área de

extrativismo

Em

atividades

relativas à

prestação de

serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

*Cursos promovidos entre os dias 26 de novembro a 25 de dezembro

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CAMPO ABERTO

A implantação de um novo programa energé-tico mundial está ligada

à disponibilidade de combustí-veis tradicionais e a possibilida-de de produção de novas fontes renováveis. Este cenário está di-retamente relacionado aos bene-fícios sociais gerados decorren-tes do alto índice de geração de empregos por capital investido, promoção do trabalhador rural, valorização das propriedades e mão-de-obra qualificada para o beneficiamento dos óleos.

De acordo com a ANP (Agên-cia Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), em 2013, 75% do biodiesel produzi-do é oriundo de óleo de soja, 19% de sebo bovino, 2% de óleo de algodão e os outros 4% são das demais oleaginosas. A produção anual de biodiesel avançou de 736 metros cúbicos em 2005 para 2,4 milhões de metros cúbicos em 2013. O Centro-Oeste brasileiro é a região com maior participação na produção de biodiesel, repre-sentando 42% da produção na-cional, seguido de 37% da região Sul, 10% da região Nordeste, 9% da Sudeste e apenas 2% da região Norte do Brasil. Goiás assumiu em 2011 a liderança na produção de biodiesel entre os estados da região Centro-Oeste e a segunda colocação na produção nacional, atrás apenas do Rio Grande do Sul. O estado permanece nes-

sa posição até o presente, sendo responsável por 47,7% e 20% das produções da região Centro-Oes-te e do Brasil, respectivamente.

Os óleos vegetais aparecem como uma alternativa para subs-tituição ao óleo diesel em mo-tores de ignição por compres-são. Porém, se faz necessário a transesterificação com etanol ou metanol, para a obtenção do biodiesel, cujas propriedades são similares às do óleo diesel. Como combustível, o biodiesel apre-senta algumas vantagens sobre os combustíveis derivados do petróleo, principalmente por ser proveniente de fonte renovável.

Fatores geográficos, climá-ticos e socioeconômicos deter-minam o óleo vegetal de maior interesse para a produção do bio-diesel. O trabalho tratado a se-guir teve como objetivo compa-rar a porcentagem de óleo, massa do órgão vegetal, que originou o óleo, e produtividade média anu-al em quilos, do órgão originário por planta, em oito espécies co-muns ao Cerrado goiano.

As espécies selecionadas são plantas nativas, espontâneas e/ou cultivadas no bioma Cerrado, são elas popularmente conheci-das como: Bacuri (Platonia insig-nis Mart.), Barú (Dipteryx alata Vog.), Buriti (Mauritia flexuosa Linn.), Jerivá (Syagrus romanzo-ffiana Glas.), Macaúba (Acrocomia aculeata Jacq.), Monguba (Pachira

aquatica Aubl.), Fava de sucupira (Bowdichia virgilioides Kunth) e Cajú-de-árvore-do-cerrado (Ana-cardium othonianum Rizz). A cole-ta das espécies e as análises quími-cas foram realizadas no município de Rio Verde – Goiás, no Instituto Federal Goiano – Câmpus Rio Verde em diferentes meses do ano.

As espécies selecionadas, nas quais se avaliou o teor de óleo, a massa do órgão em aná-lise e a produção média anual do órgão em análise por planta, por meio da análise de multicritério, identificou a Monguba como a mais promissora das espécies para a produção de biodiesel. Seguindo em ordem decrescen-te de importância as espécies estão: Barú, Buriti, Macaúba, Caju-de-árvore-do-cerrado, Je-rivá, Bacuri e Fava de Sucupira.

Com um aumento em 2014 de 6% do valor do biodiesel vendido nos leilões da ANP, em relação à dezembro de 2013, o mercado da produção de óleo vegetal é evidentemente atrativo e viável no âmbito econômico e social, além de ambientalmente corre-to na redução do consumo de combustíveis derivados de fon-tes esgotáveis, como o petróleo. E nesse mercado, os produtores goianos apresentam destaque na produção atual, com um diferen-cial da variedade de fontes de matérias-primas encontradas no Cerrado, como a Monguba.

Produção de óleo vegetal para biodiesel: o Cerrado Goiano em destaque

Leonnardo Cruvinel

Furquim

é engenheiro

agrônomo do Senar

Goiás.

Laris

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Leonnardo Cruvinel Furquim | [email protected]

Instituições �nanceiras Emissora O�cial

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Instituições �nanceiras Emissora O�cial

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Parâmetros de saúde da glândula mamária

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Vacas com mais de 200.000 células/ml 1 3 0,01

Casos clínicos 2 4 -

CCS* média (x1000)/ml 55,58 237,7 0,056

CCS* - Contagem de Células Somáticas ** Análise estatística realizada pelo teste do qui-quadrado.

Fonte: Cortinhas (2009).

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