2013 sistema rastreabilidade

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Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Trigo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigo Casiane Salete Tibola José Maurício Cunha Fernandes Jaqson Dalbosco Willingthon Pavan Embrapa Brasília, DF 2013

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Sistema de rastreabilidade

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Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuriaEmbrapa TrigoMinistrio da Agricultura, Pecuria e AbastecimentoSistema de Rastreabilidade Digital para TrigoCasiane Salete TibolaJos Maurcio Cunha FernandesJaqson DalboscoWillingthon PavanEmbrapaBraslia, DF2013Sistema de rastreabilidade digital para trigo / Casiane SaleteTibola,JosMaurcioCunhaFernandes,JaqsonDalbosco, Willingthon Pavan. - Braslia, DF : Embrapa, 2013.90 p. ; 14,8 cm x 21 cm.ISBN 978-85-7035-161-61. Trigo. 2. Cereal. 3. Rastreabilidade. 4. Segurana de alimentos. I. Tibola, Casiane Salete et al. II. Embrapa Trigo.CDD: 633.1133817 Embrapa - 2013Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na:Embrapa TrigoRodovia BR 285, km 294 Caixa Postal, 451Telefone: 54 3316-5800 Fax: 54 3316-580299001-970 Passo Fundo, RSHome page: www.cnpt.embrapa.brE-mail: [email protected] e edio: Embrapa TrigoComit de PublicaesPresidenteMercedes Concrdia Carro-Panizzi.Vice-Presidente: Joo Carlos Haas Membros: Douglas Lau, Flvio Martins Santana, Gisele Abigail Montan Torres, Joseani Mesquita Antunes, Maria Regina Cunha Martins, Leandro Vargas, Renato Serena Fontaneli.Tratamento editorial Vera RosendoSuperviso editorialDayana Fernanda MaldanerFotos da capaPaulo KurtzCapa Ftima Maria De MarchiNormalizao bibliogrfcaMaria Regina Martins1 edio 1 impresso (2013): 500 exemplaresTodos os direitos reservados.A reproduo no autorizada desta publicao, no todo ou em parte, constitui violao dos direitos autorais (Lei n 9.610).Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)Embrapa TrigoAutoresCasiane Salete TibolaDra., PesquisadoraControle de Qualidade, Rastreabilidade e CertifcaoEmbrapa TrigoRodovia BR 285, km 294Caixa Postal 45199001-970 Passo Fundo, RSE-mail: [email protected] Maurcio Cunha FernandesDr., PesquisadorFitopatologia e Sistemas de ModelagemEmbrapa TrigoRodovia BR 285, km 294Caixa Postal 45199001-970 Passo Fundo, RSE-mail: [email protected] DalboscoBacharel em Cincias da ComputaoMSc., Professor Universidade de Passo Fundo UPFRodovia BR 285, km 290Bairro So Jos99052-900 Passo Fundo, RSE-mail: [email protected] PavanBacharel em Cincias da ComputaoDr., Professor Universidade de Passo Fundo UPFRodovia BR 285, km 290Bairro So Jos99052-900 Passo Fundo, RSE-mail: [email protected] em busca por qualidade de vida, cada vez mais os consumidores esto exigindo alimentos saudveis e com qua-lidade. Diante deste cenrio, os sistemas de rastreabilidade so ferramentas que podem garantir a efccia dos mtodos de controle de qualidade adotados na produo de alimentos. Para tanto, as fases de produo, transformao e distribuio devem ser documentadas de maneira atualizada e fdedigna. Esta ampla e dinmica gerao, captao e transmisso de dados, demanda solues informatizadas, para conferir agi-lidade e confabilidade na comunicao destas informaes. Em um contexto de mercado de gros caracterizado majo-ritariamente pelas commodities, a cadeia produtiva do trigo diferencia-sepelacomplexidade,devidovariabilidadede aptido tecnolgica e a potencial presena de contaminantes. Nos sistemas atuais de produo, armazenamento e proces-samentodetrigo,asinformaesimportantessoindispo-nveise/ouinacessveisentreoselosdacadeiaprodutiva, inviabilizando a segregao e a garantia de autenticidade dos produtos disponibilizados aos consumidores. OlivroSistemadeRastreabilidadeDigitalpara Trigoapre-sentaumasoluoinovadoraeprtica,contribuindopara preservar a segurana dos alimentos, gerar critrios objetivos para a comercializao e disponibilizar produtos de acordo comasespecifcaesrequeridaspelosmoinhoseinds-trias. A viabilizao do sistema digital atravs de ferramentas intuitivas, interativas e seguras, potencializa a adoo deste sistema de rastreabilidade na produo de alimentos. Apresentadoemlinguagemsimplesedireta,estelivro direcionado para profssionais de diferentes reas.Especial-mente, para a cadeia produtiva do trigo, que planeja introduzir ou ampliar sistemas de rastreabilidade. O livro apresenta a estrutura para projetar e implementar um sistema confvel de rastreabilidade. Alm disso, oferece informaes bsicas paraaformulaoourevisodediretrizesdeacordocom itensespecfcosquepodem,ainda,seradaptadospara outras culturas.A equipe multidisciplinar de autores formada por pesquisa-dores da rea de agronomia e de informtica, com experin-cias em temas relativos a controle de qualidade, produo de alimentos seguros e solues digitais atravs da engenharia de software. AEmbrapaTrigosente-sehonradaemdisponibilizaresta publicao para a sociedade, acreditando que a adoo de sistemas de rastreabilidade importante estratgia para ga-rantir a produo de alimentos seguros, segregar lotes com caractersticasdiferenciadaseagregarvaloraosprodutos no mercado.Sergio Roberto DottoChefe-Geral da Embrapa TrigoAexpansodomercadodeprodutosdiferenciados, evidenciandocaractersticasespecfcasrelativas qualidade,aptidotecnolgicae/ouaindicaes geogrfcas,promoveraampliaodademandapor sistemasderastreabilidade,visandoaatenderexigncias de normativas e de mercado consumidor.Adisponibilidadedesistemaderastreabilidade,que possibilitedemonstraraprocednciaeaqualidadedos produtosobtidos,importanteparasegregarediferenciar lotesdeprodutosdiferenciadosnomercado,objetivando garantirmaiorliquideznacomercializao,almde incrementar o valor agregado.A rastreabilidade digital facilita a incluso e a comunicao de dados, a partir da utilizao de ferramentas de informtica edeaplicativoseletrnicos,minimizandoaocorrnciade erros, garantindo a autenticidade de produtos rastreados e a credibilidade nos registros. Oobjetivodestedocumentoapresentaraestruturaeas funcionalidadesdisponveisnosistemaderastreabilidade digitaldetrigoe,maisespecifcamente,comodevero serregistradasinformaesecomoserooacessoea transmisso de dados do manejo adotado na produo e na ps-colheita.Esta publicao foi elaborada no mbito do projeto Validao de um Sistema de Rastreabilidade Digital Aplicado Cadeia Produtiva do Trigo, com os objetivos de divulgar o sistema Prefcioderastreabilidadedigital,dedisponibilizarconjuntode instrues e de conferir suporte s aes de capacitao. Estedocumentodestinadoaprodutores,atcnicosea administradoresqueatuamnaproduodealimentos, especialmente na cadeia produtiva de trigo.Parailustrareexemplifcarosregistrosnasplanilhas destesistemaderastreabilidadedigital,foramutilizadas informaes de manejo para trigo disponveis na publicao Informaestcnicasparatrigoetriticale-safra2012 (REUNIO,2011),sendoqueautilizaodenomes comerciaisdeprodutosedecultivaresnoimplicana indicao dos mesmos pela Embrapa.NaIntroduo,soexploradososprincipaisconceitos quantorastreabilidadedigital,ocontextonoqualso aplicados, bem como os objetivos para a adoo de sistema de rastreabilidade.O captulo Tecnologias de informao para rastreabilidade sumarizaasferramentasdeinformticautilizadasparao desenvolvimentodosistemaderastreabilidadedigitaleo acesso eletrnico a estas informaes.OcaptuloCadastrosapresentacomoasinformaes podemserinseridasnosistemaderastreabilidade,bem comoobancodedadosdisponvel,agilizaefacilitaos registros nas fases de produo e de ps-colheita.Ainclusodecadernodecampopararegistraromanejo adotadonaproduodotrigoabordadanocaptulo Cadernodecampo-manejoadotadonaproduo.Os registros de manejo que podem ser inseridos no sistema de rastreabilidade, nesta fase, so disponibilizados no captulo Registros na produo.Nasequncia,estoincludasasprincipaisinformaes quepodemserobtidasnaetapadeps-colheita,atravs docaptuloCadernodeps-colheita-informaesde armazenamento e de processamento, sendo que registros especfcos de cada lote de trigo so abordados no captulo Registros na ps-colheita.Apresentamos,ainda,oscaptulos,Relatriose Recomendaesgerais,demonstrandooutras funcionalidadesparaaoperacionalizaodosistemade rastreabilidade digital. No captulo Consideraes fnais, os autores expressam as expectativas quanto adoo do sistema de rastreabilidade digital.Finalizando,foiincludoocaptuloGlossrio,com afnalidadededefnirtermostcnicosdeacordocomo contexto utilizado neste documento.Desejamos sucesso aos projetos de rastreabilidade digital!Os autoresSumrioIntroduo ...............................................................................13Segurana de Alimentos .....................................................17Rastreabilidade ...................................................................18Rastreabilidade Digital ........................................................22Sistema de Rastreabilidade ................................................24Tecnologias de Informao para Rastreabilidade ...............25Selos para Identifcao e Acesso Eletrnico s Informaes do Sistema de Rastreabilidade ...........................................27Rastreabilidade Digital para Trigo ........................................31Cadastros ................................................................................35Cadastro de Unidade Armazenadora ..................................35Cadastro de Pessoas/Usurios ...........................................36Cadastro de Parcelas ..........................................................37Cadastro de Cadernos de Campo e de Ps-Colheita .........39Cadastro de Estdios de Trigo ............................................39Cadastro de Insetos-Praga e Doenas de Trigo .................40Cadastro de Agroqumicos ..................................................40Outros Cadastros ................................................................41Caderno de Campo - Manejo Adotado na Produo ...........43Registros na Produo ..........................................................45Tratamento de Sementes ....................................................45Semeadura ..........................................................................46Anlise Qumica do Solo .....................................................46Adubao ............................................................................47Plantas Daninhas ................................................................48Monitoramento de Insetos-Praga ........................................48Monitoramento de Doenas ................................................49Sisalert - Modelo Climtico para Previso de Giberela e de Brusone ..........................................................................50Aplicao de Agroqumicos .................................................52Reguladores de Crescimento ..............................................52Fenmenos Meteorolgicos ................................................53Histrico de Eventos ...........................................................53Caderno de Ps-Colheita - Informaes de Armazenamentoe de Processamento...............................................................55Registros na Ps-Colheita .....................................................57Recebimento .......................................................................57Pr-Limpeza ........................................................................58Secagem .............................................................................59Termometria ........................................................................60Monitoramento de Insetos-Praga ........................................60Aerao ...............................................................................61Expurgo ...............................................................................62Aplicao de Inseticidas ......................................................62Presena de Micotoxinas ....................................................63Resduos de Agroqumicos .................................................65Anlises Microbiolgicas .....................................................65Qualidade Tecnolgica de Trigo ..........................................66Histrico de Eventos ...........................................................67Relatrios ................................................................................69Recomendaes Gerais .........................................................71Consideraes Finais ............................................................75Referncias .............................................................................77Glossrio .................................................................................8513Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoIntroduoOBrasiltornou-seumdoslderesmundiaisem agricultura,equacionandoproblemassecularesde produo, abastecimento interno e insero no mercado internacional de alimentos, fbras e energia renovvel. Opastemapresentadograndedesempenhonas exportaes de produtos do agronegcio e conquistado novosmercadosemdiferentespartesdomundo. Ilustrando, na safra 2010/2011, foi colhida a maior safra de gros registrada no Brasil, superior a 162 milhes de toneladas (CONAB, 2012). Em um contexto de impactos negativos da crise de alimentos, da crise econmica e de mudanas climticas em nvel mundial, o aumento na demanda, os bons preos no mercado, as condies climticasfavorveiseaadoodeinovaes tecnolgicasfavoreceramaobtenodamaiorsafra agrcola brasileira. Desta forma, o Brasil apresenta-se comopotencialprodutoreexportadordealimentos, capaz de atrair e manter mercados consumidores. Para tanto,torna-sefundamentalaadoodesistemasde gesto de qualidade e de rastreabilidade que promovam aprofssionalizaonacadeiaprodutiva,gerando critrios claros para comercializao.O mercado de gros diferenciados est em expanso, asindstriasapresentamnovasdemandaspara apreservaodaidentidade,dasegregaoeda rastreabilidadedosprodutos,visandoaatenderao mercado consumidor cada vez mais exigente. No setor tritcola, os lotes podem ser segregados de acordo com cultivar, classe comercial e resultados de anlises como umidade, qualidade de glten e presena de micotoxinas, 14Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigodentre outros atributos que caracterizam a qualidade e aaptidotecnolgicadetrigo.Essesparmetrosso infuenciadospelacultivar,pelascondiesclimticas epelaregioprodutora,demandandosistemas derastreabilidadeparaidentifcaraprocednciae disponibilizar informaes sobre o manejo e a qualidade dosprodutos. Asegregaopossibilitaagregarmaior valoraotrigo,minimizandoperdaseincrementando aqualidade,commelhorplanejamentodaproduo, desdeaescolhadacultivaratadefniodelotes para armazenamento e comercializao. Omercadodeprodutosdiferenciadosdemanda estabelecimentodecritriosquantoaindicadoresde qualidade, bem como demanda contratos com garantias quantocomercializao.Aliquidezimportante porqueosriscosinerentessopotencialmente maiores, devido seleo de gentipos homogneos e concentrao geogrfca.Nocasodetrigo,pasescomgrandetradio exportadora,comoEstadosUnidosdaAmrica, Canad, Austrlia e Argentina, j adotaram estratgias de segregao visando comercializao. Nos Estados Unidos, o sistema de identifcao e rastreabilidade de gros inicia nos produtores com unidade armazenadora napropriedade,queconcentraminformaese produo de outros produtores menores, classifcando e formando lotes homogneos de acordo com padres sanitrioseatributosdequalidadeexigidospela indstria (LEONELLI; TOLEDO, 2006). Na Europa, foi desenvolvidooprojeto TRACE-TracingtheOriginof Food,quevisaagarantiraqualidadeeasegurana dosalimentos,almdeminimizarriscosdefraudes, 15Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigobaseando-senarastreabilidadequmicaegeogrfca. Dentre os componentes analisados neste projeto, foram includas anlises de marcadores geoqumicos, de perfl de solo, de clima da regio produtora e de composio qumicadoalimento,gerandobancodedadosque possibilitaidentifcarediferenciaraautenticidade daprocednciadosalimentos(BRERETON,2009; ASFAHA et al., 2011). No Canad, segregao e rastreabilidade de trigo so orientadasdeacordocomalogsticadoCanadian WheatBoard(CWB),quecomercializaotrigo produzidonaregiodapradariacanadense,ecujo objetivoprincipaloatendimentodasespecifcaes dos clientes. Para tanto, lotes de trigo, com diferentes origens e classifcao quanto ao nvel de protena, so misturadoseuniformizadosparaobterconsistncia quantoaparmetrosdequalidade,deacordocoma demanda dos compradores. O sistema de segregao previamenteutilizadobaseava-seemmtodovisual, sendo substitudo pela declarao obrigatria de cultivar queestsendocomercializadapeloprodutor. Acada ano,sorealizadasanlisesindependentesquanto qualidadedetrigopeloCanadianGrainComission, conferindocertifcadoqueespecifcaaclassedetrigo eonveldeprotena.Sobdemandadeclientes,so realizadas anlises de resduos de agroqumicos e de micotoxinas.Entretanto,osistemaderastreabilidade parcial, considerando que a rastreabilidade completa dosgrosnosistemacanadense,caracterizadopor misturas e intensa movimentao de gros (produtor - armazenador - transporte ferrovirio - porto - navio para exportao),acrescentariacustosirrecuperveispara a competitividade no mercado (WHITE, 2009). 16Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoNoBrasil,aproduointegradadestaca-sedentre asiniciativasquefomentamparceriasentreagentes dacadeiaprodutivavisandoaobteralimentos seguros,rastreadosecommaioroportunidadena comercializao.AInstruoNormativan27,de 30deagostode2010,doMinistriodaAgricultura, PecuriaeAbastecimento(MAPA),estabelece diretrizes gerais para fxar preceitos e orientaes para programas e projetos que fomentem e desenvolvam a Produo Integrada Agropecuria (PI-Brasil) (BRASIL, 2010).Deacordocomestainstruonormativa, osprincpiosconstitutivoseestruturaisdaPI-Brasil devem contemplar a busca pela qualidade, segurana dosprodutosagropecurios,sanidadedosprodutos, sustentabilidade,certifcao,rastreabilidadee monitoramento de processos e registro de informaes.A produo integrada um sistema de certifcao de adesovoluntria,orientadanascadeiasagrcolas epecuriasatravsdedocumentos,queincluem: normastcnicasespecfcas,queorientamomanejo que deve ser adotado na produo e na ps-colheita; agroqumicosregistradosparaacultura;cadernode campo e de ps-colheita para os registros pertinentes rastreabilidade;elistasdeverifcaoparaorientar as auditorias de avaliao da conformidade. Asnormastcnicasespecfcasparaproduo integradadetrigoforamelaboradascomampla participao da cadeia produtiva, preconizando as boas prticasemtodasasetapas,almderegistrosnos cadernosdecampoedeps-colheita,paraviabilizar aimplementaodesistemasderastreabilidadeede certifcaodeprodutos.Estanormativafoiutilizada 17Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigocomoreferencialparaavalidaodosistemade rastreabilidade digital.Segurana de AlimentosAgarantiadeseguranadosalimentos,assegurando queosmesmosestoisentosdecontaminantes biolgicos, fsicos e qumicos no momento do consumo humanoouanimal,questocentralemtodasas cadeias produtivas.Incidentesrelacionadoscomseguranadealimentos determinaram a necessidade de estabelecer sistemas de rastreabilidade apropriados para identifcar e retirar domercadoalimentoscontaminados,assegurandoa qualidade de produtos a consumidores. Como exemplos deincidentesalimentares,citam-seaencefalopatia espongiformebovina(BSE),maisconhecidacomo doenadavacalouca,enfermidadedecorrenteda alimentao de bovinos com raes base de protena animal, que provocou grande impacto no consumo de carne,reduzidopelametadenaEuropa(REZENDE; LOPES,2004).Tambmpodemsercitadosoutros exemplos,comoasfraudesenvolvendoqueijoe vinho na Europa e a gripe aviria (H5N1) no Japo. A adulterao de alimentos pode provocar consequncias gravesparaasadepblica.Comoexemplo,o incidentedemelamina,quetevesuaorigemem cenrio comum adulterao de alimentos, ou seja, de fraudadores tentando obter ganhos fnanceiros atravs derotulageminadequadadeseusprodutos.Nocaso demelamina,houveinformaoinadequadaquanto aoteordeprotenasdoleite(BRERETON,2009). NoBrasil,podemsercitadososcasosdedoenade 18Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoChagas transmitidos por caldo de cana e suco de aa, devidofaltadehigienenoarmazenamentoeno processamento; do arroz produzido no Maranho que, devidosprecriascondiesdearmazenamento, desenvolveufungosqueocasionaramberibriem pessoas;doleitecontaminadointencionalmentecom soda custica e gua oxigenada, dentre outros. Todos estes incidentes obtiveram ampla divulgao nos meios decomunicao,tornandocrescenteapreocupao dosconsumidoreseaexignciaporprodutoscom certifcao de origem e de qualidade.Para trigo e outros cereais, a presena de contaminantes qumicos, como resduos de agroqumicos e micotoxinas, imperceptvel visualmente no produto fnal, tornando-seumdesafoparaproduodealimentosseguros. Poressesmotivos,estescontaminantessouma preocupaocrescente.Combaseemdadosde monitoramento,limitesmximosdetolernciaesto sendoestabelecidosereguladosporlegislao emnormativasinternacionais,emnveiscadavez maisrestritivos,visandoagarantiraseguranados alimentoscomercializados.Destaforma,paraque sejapossvelatendersexignciasdalegislaoe garantiracomercializaodealimentossegurose comqualidade,hnecessidadedeaesintegradas paramanejoecontroleemtodasasfasesdacadeia produtiva. RastreabilidadeRastreabilidadeahabilidadederastrearahistria, aaplicaooualocalizaodeumloteatravsde dados registrados (ISO, 2005a). Em 2007, a normativa 19Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoISO22005:2007,queestabelecerequerimentos parapadronizarsistemasderastreabilidadeem alimentosparaconsumohumanoeanimal,defne rastreabilidadecomoahabilidadedeseguiro movimento do produto atravs de estgios especfcos deproduo,processamentoedistribuio(ISO, 2007). Rastreabilidade a capacidade de acompanhar omovimentofrente(adiante),atravsdeestgios especfcosdacadeiaprodutiva,erastrearparatrs ahistria,aaplicaooualocalizaodoproduto queestsendoconsiderado(GS1,2010).APortaria doINMETRON443,defnequerastreabilidadeo processoquepermiteresgataraorigemdoprodutoe todasasetapasadotadassoboregimedeProduo Integrada (INMETRO, 2011). Os principais objetivos do sistema de rastreabilidade so: melhorar a administrao da cadeia produtiva, recolher lotesemcasodeincidentesalimentares,atendera requisitos legais, atender a demandas especfcas para comercializao,diferenciarprodutosnomercadoe aprimorarocontroledequalidade(MIRAGLIAetal., 2004).Almdestes,aassociaodesistemasde rastreabilidadecominformaesgeogrfcaspermite avalorizaoderegiesespecfcas,podendoser utilizada em indicaes geogrfcas ou denominaes deorigem,nosprodutosquepossuamcaractersticas diferenciadas.De acordo com a normativa da Comunidade Europeia 178/2002,arastreabilidadedeveserassegurada emtodasasetapasdeproduo,deprocessamento ededistribuiodealimentos,sendocompulsria parapasesqueexportamprodutosparaaEuropa 20Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigo(EUROPEANCOMMISSION,2002).Exportaesde produtosagroalimentaresparaosEstadosUnidos tambmdevempossuirsistemaderastreabilidade, regulamentadopelaLeideBioterrorismo,como objetivo principal de prevenir contaminao biolgica e qumica de alimentos (USDA, 2004).No Brasil, rastreabilidade de alimentos no obrigatria, entretanto algumas iniciativas voluntrias esto sendo preconizadas.Comoexemplo,produointegrada eagriculturaorgnica,regulamentadaspeloMAPA. Estessistemasdeproduoenvolvemaadoode boas prticas em todas as etapas do sistema produtivo, atestandoqueasmesmasforamobtidasdeacordo com requisitos pr-estabelecidos em Normas Tcnicas Especfcas para cada produto. Dentreasiniciativasprivadasparapromover rastreabilidadedeprodutosnoBrasil,podemser citadasaquelasdesenvolvidasporgrandesredesde supermercados no Brasil, como Grupo Po de Acar, Carrefour e Wal-Mart. Quanto aos alimentos rastreados, apredominnciasodefrutas,legumeseverdurase aqueles de origem animal como carne, leite e ovos.O Grupo Po de Acar lanou o programa 'Qualidade desde a Origem', visando a proporcionar ao consumidor oconhecimentodaregioprodutoraetransmitir maiorconfabilidadenacompradecarne,frutas, legumeseverduras.Maisinformaes:http://www.qualidadedesdeaorigem.com.br/ OCarrefourimplementouoprograma'Garantiade Origem'queestabeleceparceriascomempresas/21Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigopropriedadesqueestosituadasemregiesonde culturaseraasestomelhoradaptadasparaos produtoscertifcados.Maisinformaes:http://www.garantiadeorigem.com.br/OWal-MartBrasillanou,em2010,oprograma 'QualidadeSelecionada,OrigemGarantida',que permiteaoconsumidorverifcar,pormeiododomnio daempresa,localdeproduoecaminhopercorrido porprodutosperecveis,dafabricaosprateleiras dosupermercado,incluindocarneehortifrutis.Mais informaes:http://walmart.rastreabilidadeonline.com.br/A complexidade do sistema produtivo de gros difculta a adoo de sistemas de rastreabilidade completos. A complexidadepodeserexpressaporfatores,como: diferentesescalasdeproduo;numerosasetapas evariabilidadedeoperadoresenvolvidosaolongo dacadeiaprodutiva;carnciadeestruturafsica paraarmazenagem;logsticadefciente;escassezde treinamento e de capacitao; ausncia de segregao deprodutosagrcolas,deacordocomsuaqualidade tecnolgica e inocuidade; e ausncia, no mercado, de reconhecimento e de preferncia a produtos rastreados (TIBOLAetal.,2011).DeacordocomLanini(2003), as principais estratgias para superar difculdades para implementao de rastreabilidade so sistematizao, padronizaoeintegraodedadosatravsda informatizao,quefacilitaatransfernciade informaes entre segmentos da cadeia produtiva.Dentreasiniciativasparaestimulararastreabilidade nareadegros,podesercitadaaRastreabilidade 22Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoIntegradadeGros(RIG),cujafnalidadeindicar passosgerenciaisquepossibilitempromovergesto integradaderastreabilidadenacadeiaprodutivade soja(LEONELLI,2006).Outrainiciativaquanto rastreabilidadedegrosfoidesenvolvidacomfoco principal no armazenamento e controle de pragas na ps-colheita de gros (CERUTI, 2007). Tibola e Fernandes (2009) publicaram o 'Manual tcnico de rastreabilidade paracadeiaprodutivadotrigo',elaboradodeacordo comaproduointegrada,paraatenderdemanda de moinhos e de indstrias de alimentos que possuam sistemasdegestodequalidadecompulsriose/ou voluntrios implementados. Rastreabilidade DigitalRastreabilidade digital um sistema computadorizado utilizadoparaidentifcarprocednciaedisponibilizar informaessobremanejoequalidadedeprodutos, tendocomorefernciaregistrosobtidosemtodasas etapas da cadeia produtiva. Asinformaessoinseridasnosistemaemformato digital,comopodeacessoemdispositivosmveis, para agilizar transmisso e acesso a dados. Dispositivos mveis,comonotebooks,tabletsecelulares,podem ser utilizados para coletar dados em diferentes locais, sendoatransmissoefetuadaatravsdepontosde acesso sem fo (Wi-Fi) ou de redes mveis, atualizando o banco de dados do servidor hospedado na sede da cooperativa ou empresa.Almdestafacilidade,osistemaderastreabilidade digital permite: armazenar e disponibilizar informao, 23Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigoembancodedados;utilizarmapasdigitais georreferenciadosparalocalizaodeparcelasda propriedade;eassociarprocessosdosistemade produo a outras fontes de informao disponveis na Internet.Osprincipaisobjetivosparaadoodosistema derastreabilidadedigital,pelosagentesdacadeia produtiva, so:Exatido e velocidade de acesso s informaes;Produo de alimentos seguros e com qualidade;Organizao de informaes;Segregaodeprodutoscomcaractersticas diferenciadas;Promoo da confana de consumidores; Atendimento a requisitos de programas de controle de qualidade; e Certifcao.OacessoacomputadoreseInternetnospases emdesenvolvimento,relativamenterestrito, quandocomparadocompasesdesenvolvidos. Especifcamente,quandosoanalisadosdadosda zonarural,ondeestadisponibilidadecorrespondea umadcimapartequandocomparadareaurbana (ZAMBALDEetal.,2011).Mesmoassim,estesetor promissore,noBrasil,aevoluodoacessono setor rural, no perodo 2005-2008, foi de 80% no caso decomputadores,100%nocasodaInternete70% quando considerados telefones celulares (ZAMBALDE et al., 2011). A disseminao de uso destas tecnologias, alm de integrao social e de desenvolvimento rural, 24Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigoviabiliza adoo de ferramentas para melhorar a gesto da propriedade, incluindo sistemas de rastreabilidade.Sistema de RastreabilidadeOsistemaderastreabilidadepossuiasfnalidades degarantiraseguranadosalimentos,asseguraro direitodoconsumidorinformao,destacarorigem equalidadedaproduoeaperfeioaraorganizao dascadeiasprodutivasatravsdavalorizaodo trabalho e das inovaes tecnolgicas (ITALIA, 2006). Alm da capacidade de rastrear alimentos ao longo da cadeia produtiva, outro importante objetivo do sistema de rastreabilidade assegurar segurana e qualidade de produtos (THAKUR et al., 2011).Os termos acompanhamento (tracking) e rastreamento (tracing)incluemoconceitodesistemade rastreabilidade,quemaisamplo.Almderegistros atualizados e fdedignos, inclui reas como tecnologia deinformaoenormasdegestodequalidadeem alimentos.Emtermosgerais,oalvodossistemas derastreabilidadegarantiradiferenciaoentre alimentoscomdiferentesatributos,apresentando instrumentos para comprovao, de maneira confvel e documentada (MIRAGLIA et al., 2004). Outra aplicao do sistema de rastreabilidade constitui-se na defnio precisa do alvo de recolhimento (recalls), em casos de incidentesalimentares.Osistemaderastreabilidade podesertratadocomoumaferramentanaturale necessriaparagarantiralimentosseguros,eno somentecomomeioderepassarrtulosinformativos para consumidores (GRIFFITHS, 2004).25Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoTecnologias de Informao para RastreabilidadeOsistemaderastreabilidadepodefuncionar adequadamenteemversesbaseadasemregistros manuais.Noentanto,estatarefadispendiosa emtempoeemrecursos,oquetornadifcilsua implementao em complexas cadeias alimentcias. Os sistemas eletrnicos so robustos e incluem diferentes plataformas,vriaslinguagensdeprogramao, bancodedadosemapeamentos,quetornamo sistemaaplicvelparadiferentesprodutos,almde seremfacilmenteutilizveispordiferentesagentes dacadeiaprodutiva.Soadequadosparacapturar, armazenareorganizarinformaesprovenientesde diferentes usurios. Assim, necessria a aplicao de sofsticadastcnicasdeengenhariadesoftwarepara harmonizar demandas de agentes da cadeia produtiva, prevenindodistorodeinformaeseperdadeseu valor intrnseco.Asprincipaistecnologiasutilizadasnossistemas derastreabilidadeso:mtodosanalticos,que fornecemresultadosdeanlisesqueidentifcam procednciaequalidadedoproduto;dispositivos eletrnicos,como,identifcaoporrdiofrequncia (RFID),queestorelacionadoscomestadodo produto,condiesambientaisoudeposicionamento; esistemasdeinformao,queenvolvemredese sistemasdetransfernciadedados,quepermitema operacionalizao de toda a gama de funcionalidades dosistemaderastreabilidade(FRITZ;SCHIEFER, 2009). Asprincipaisreasdeaplicaodatecnologia deinformaonoagronegcioforamamplamente descritas por Zambalde et al. (2011).26Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoNodesenvolvimentodestesistemaderastreabilidade digital,foramempregadastcnicasatualizadasna readainformtica,visandoagarantiraintegridade eadisponibilidadededadosarmazenadosede informaes geradas. Acomplexidadedosistemaderastreabilidadefoi minimizadapelaadoodesubsistemas,baseados emprocessounifcado,interativoeincremental.A modelagemincluiuoplanejamentodassolues computadorizadas,asmanutenes,asinteraes comusurioseadefniodaarquiteturadetodaa soluo gerada.Nosistemaderastreabilidadedigital,ousode caractersticasdeweb2.0edecomponentespara RichInternet Application(RIA)possibilitaramexplorar interfacesdinmicas,comresultadosgrfcose experinciasvisuaisricaseinterativas,tantopara entradadedadoscomoparasadaevisualizaode informaes.Foramagregadosnovosrecursospara aaplicao,comoaportabilidadeeafacilidadede distribuio, atravs da utilizao de um cliente universal, o navegador, que executa a aplicao da mesma forma, independentedosistemaoperacionalutilizadopelos usurios.Navisualizaoforamutilizadasdiversas tecnologias,comoexemploApplicationProgramming Interface(API)doGoogle,parageraodosmapas dinmicos para lavouras e parcelas.Arecuperaodeinformaes,atravsderelatrios dos registros efetuados no sistema de rastreabilidade, tambmfoidisponibilizada,emummesmolocalpara todos os subsistemas.27Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoO banco de dados um componente crtico em qualquer sistema,poisnelequesoarmazenadosdadose, apartirdele,soobtidasasinformaes.Naseleo do Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD), para o sistema de rastreabilidade digital, foi priorizado oprojetoopen-source-PostgreSQL.Estebancode dados robusto, confvel, fexvel e rico em recursos, quepossibilitaacriaodefunesparaclculos, verifcaes, validaes, dentre outras.Selos para Identifcao e Acesso Eletrnico s Informaes do Sistema de RastreabilidadeCadacadeiadesuprimentospossuidiferentes estruturas de rastreabilidade. A ligao dos elos entre as cadeias produtivas necessria para a comunicao deinformaes.Dentreasalternativasparaa comunicaoeocompartilhamentodeinformaes norastreamentoeletrnicodealimentos,podemser citados os cdigos de barras, intercmbio eletrnico de dados(EDI),identifcaoporradiofrequncia(RFID), cdigoeletrnicodeprodutos(EPC)esistemasde informao.O sistema GS1 um conjunto de padres que possibilita agestoefcientedecadeiasdesuprimentosglobais emultissetoriais,identifcando,comexclusividade, produtos,unidadeslogsticas,localizaes,ativose servios. Esse sistema facilita os processos de comrcio eletrnico,disponibilizandosoluesestruturadas paracomunicao,viabilizandoarastreabilidade dasoperaes.Ocdigodebarrasumaforma derepresentarnumerao,eproporcionacaptura 28Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigoautomticadedadospormeiodeleituraptica,nas operaes automatizadas. Na tecnologia de cdigo de barras, outra opo o cdigo de barras compacto RSS (Simbologia de Espao Reduzido), que combina cdigo bidimensional com maior capacidade de armazenagem de informaes, e que permite codifcao de produtos muitopequenos,comoumafruta.OGTIN(Nmero Global de Item Comercial), um nmero especfco de 14 dgitos baseado no prefxo nico emitido pela GS1 para a empresa, combinado com um nmero de referncia doitemcombaseemvriosatributosdaembalagem edoprodutonointerior. Atecnologiadeidentifcao porradiofrequncia(RFID)utilizaumchipqueemite ondasderdioepermiteacapturadeinformaes semcontatofsicoevisual.Maisinformaesquanto s opes de identifcao do sistema GS1 podem ser obtidas em GS1, (2010) e GS1, (2012).QRCodes,abreviaode'QuickResponse',so cdigosdebarrasbidimensionais(2D)cujaestrutura matricialpermitearmazenarmaisinformaesqueos cdigos de barra tradicionais. Esses cdigos so mveis tambm, na medida em que se pode utilizar a cmera de um celular para capturar e decodifcar as informaes nelescontidas.Asinformaescadastradaspodem sermensagensdetexto,umendereonaInternet, umnmerodetelefone,alocalizaogeogrfcaou umcontato.Oformatointerativoeacapacidadede armazenamentodeinformaes(numrico,7.089 caracteresealfanumrico,4.296caracteres)tornam estaferramentamuitointeressanteparaserutilizada emetiquetaspararastreamento.NoBrasil,empresas que prestam servios para implementao de sistemas de rastreabilidade j esto utilizando o QR Code, como exemplos a Paripassu e a Checkplant.29Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoTambm esto sendo utilizados selos ou atestados de conformidadequeidentifcamosistemadeproduo e,aomesmotempo,apresentamnmerosdelotes, atravsdosquaispossvelacessarinformaes quanto rastreabilidade. Como exemplos, os selos de conformidade da produo integrada (PI-Brasil) e o de agricultura orgnica (Produto Orgnico Brasil).30Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigo31Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoRastreabilidade Digital para TrigoOsistemaderastreabilidadedigitalparatrigofoi desenvolvido atravs de parceria estabelecida entre a EmbrapaTrigoeoGrupodePesquisasMosaico,da Faculdade de Cincias da Computao da Universidade dePassoFundo.Estesistema,validadonacadeia produtiva do trigo, viabiliza a insero e a transmisso deinformaesparaidentifcaresegregarlotesde trigo a partir de registros do manejo adotado nas fases de produo e de ps-colheita, conforme preconizado naProduoIntegradadeTrigo(PIT).Destaforma, diferentesestruturasnacadeiaprodutivadetrigo, incluindoprodutor,armazenador,moinhodetrigoe indstria de alimentos, foram envolvidas no sistema de rastreabilidade. Nocasodearmazenamentodegros,geralmente nopossvelsegregarumloteutilizandoa produodeumprodutorespecfco.Asestruturas paraarmazenamentoealogsticadetransporte,no atendem capacidade produtiva. Nesse caso, tem-se difculdadeparaassegurararastreabilidadeemnvel de produtor ou parcela. Portanto, na defnio de lotes paraarmazenamento,adotou-searastreabilidade parcial, viabilizando o rastreamento em termos de lotes detrigoprovenientesdemaisdeumprodutor.Esse problemafoiminimizadoatravsdaimplementao daPIT,baseadaemnormativas,oqueproporcionou aproduomaishomognea,considerandoqueso defnidosagroqumicosemanejoquedeveroser adotados. 32Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoFigura 1. Tela inicial do sistema de rastreabilidade digital.Aoperacionalizaodosistemaderastreabilidade digitalrealizadaatravsdaInternet,nodomnio http://www.e-rastrear.com.br, com restrio de acesso, atravs de cadastro de usurio e senha (TIBOLA et al., 2012) (Figura 1).Osregistrossoefetuadosatravsdedispositivos eletrnicos,possibilitandotransmissoautomticade informaes para o banco de dados. O banco de dados armazenatodasasinformaesdeformasegurae efciente, viabilizando captura, anlise, processamento ecomunicao,visandoamelhoraraexatidoea velocidade de acesso s informaes do trigo rastreado. No sistema de rastreabilidade digital preconizado para trigo,naproduo,amenorunidaderastrevela parcela, que corresponde rea homognea semeada com a mesma cultivar de trigo. Na etapa de ps-colheita, a menor unidade rastrevel composta por um lote de trigo, que corresponde a um silo, no armazenamento. 33Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoNosistemaderastreabilidade,fundamentalque asinformaesregistradasnafasedeproduo sejammantidasnasfasesdearmazenamentoede processamento.Paratanto,ovnculoentreasetapas de produo e de ps-colheita foi estabelecido a partir dageraoaleatriadeumcdigoautomtico.Este cdigocompostopor11caracteres,sendoqueos ltimosdoissodgitosverifcadores.Estecdigo nicoeexclusivoenopodeserrepetidonobanco dedados,correspondendoaonmerogeradopara cada caderno de campo. Esta identifcao utilizada paraformarolotenaps-colheita,quepoderconter mltiploscdigos,dependendodacapacidadede armazenamentodosilo,quecorrespondeaolotena etapa de ps-colheita. Estes nmeros - do cdigo de cada caderno de campo -podemgerarumcdigodebarras,viabilizandoa leitura automtica das informaes, que se constitui em mtodo rpido, efcaz e seguro.O sistema de rastreabilidade digital proposto para trigo temfoco,principalmente,emetapasdeproduoe dearmazenamento,comvistasagarantirqualidade eprocednciadamatriaprima.Aassociaodeste sistemadeveserefetuadacomoutrosprogramas decontroledequalidade,dedicadosparaetapasde processamentoedeproduodealimentos,como oAPPCC-AnlisedePerigosePontosCrticosde Controle,eaISO22000-SistemasdeGestoda Segurana de Alimentos, para garantir a rastreabilidade atacomercializaodeprodutosfnaispara consumidores.34Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoOsistemaderastreabilidadedigitaldivididoem doismdulosprincipais.Oprimeirocompostopor cadastrosformadospordiferentesbancodedados dosistemaderastreabilidadedigital,comunsparaas etapas de produo e de ps-colheita. Estes bancos de dados possibilitam a seleo no momento do registro, agilizando a atualizao de informaes, padronizando os dados e minimizando o risco de erros na digitao. O segundo mdulo composto por registros, onde so inseridasasinformaesquesoespecfcasparaa parcela ou para o lote de trigo.35Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoCadastrosOs cadastros bsicos so efetuados por administradores do sistema de rastreabilidade digital, visando a manter ocontroledasinformaesquesodisponibilizadas paraosregistros.Osusuriospoderorealizaros seguintescadastros:parcelas;cadernosdecampoe deps-colheita;devoluodeembalagensvaziasde agroqumicos; e de usurios na mesma instituio.Comoexemplosdecadastrosnaproduo, podemsercitados:cultivaresdetrigo;estdiosde desenvolvimentodotrigo;principaisinsetos-pragae doenas;agroqumicosedosesrecomendadospara trigo.Nafasedeps-colheitatambmhcadastros disponveis para agilizar registros, dentre estes: pontos demonitoramentodeinsetos-praga;equipamentos, maquinrioseveculosutilizadosparatransportede gros.Aseguirsodescritososprincipaiscadastros disponveis no cadastro do sistema de rastreabilidade digital.Cadastro de Unidade ArmazenadoraA unidade armazenadora corresponde instituio na qual so vinculados os cadernos de campo e de ps-colheita. Os usurios cadastrados na instituio podero visualizar os registros efetuados pelos demais usurios damesmainstituio.Entretanto,umainstituiono temacessoaoscadastrosdasdemaisinstituies usurias do sistema de rastreabilidade digital. Na Figura 36Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigo2 est o exemplo de informaes que so inseridas na planilha de cadastro de unidade armazenadora. Cadastro de Pessoas/UsuriosNestaseo,poderoserincludosresponsveispor registros e manutenes nos cadernos de campo e de ps-colheita (Figura 3). O acesso controlado atravs decadastrodeusurioedesenha.Cadausurio poder consultar e incluir informaes de acordo com orespectivonveldeacesso.Osnveisdeacesso disponveisparacadacadernodecampooudeps-colheitaso:responsvelprincipaleresponsvelpor manutenes. Somente estes usurios podero inserir novasinformaes.Asinformaescadastradasso confdenciais,esomentepoderoservisualizadas pelosusuriosdainstituio.Exemplifcando,um produtor de trigo ter permisso para registro e acesso somentesparcelasdesualavoura.Oresponsvel pela assistncia tcnica de 10 produtores ter acesso e poder registrar dados em todas as parcelas dos 10 produtores assistidos. Os demais usurios cadastrados, nestainstituioespecfca,podemvisualizaras informaes cadastradas.Figura 2. Cadastramento de unidade armazenadora no sistema de rastreabilidade digital.37Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoOcadastrodenovosusurios,namesmainstituio, podeserefetuadoporusuriosjcadastradosno sistema.Paraagilizarregistrosdeendereo,osistema disponibilizacadastrocomestadosecidadesdas principais regies produtoras de trigo no Brasil.Cadastro de ParcelasOcadernodecampodigitalespecfcoparacada parcela, que corresponde rea homognea semeada Figura3.Cadastramentodeusuriosnosistemade rastreabilidade digital.38Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoFigura 4. Cadastramento de novas parcelas no sistema de rastreabilidade digital.Figura5.Mapasdigitaisdeparcelas,nosistemade rastreabilidade digital, utilizando o Google Maps.comamesmacultivardetrigo(Figura4),econtm informaesdemanejoadotadonalavoura.Nesta seo,tambmestdisponvelplanilhapararegistro da rotao de culturas efetuada na parcela. As parcelas poderoserdemarcadasnoGoogleMaps(Figura5), etambmassociadasscoordenadasgeogrfcas quepodemserincludasnaidentifcaodaparcela, quando esta for georreferenciada. 39Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoCadastro de Cadernos de Campo e de Ps-ColheitaCadacadernodecampocorrespondeaumaparcela, na propriedade. Ao caderno de campo so vinculadas informaesdomanejoespecfcasparaaparcelae asafracorrespondentes.Nocadernodecamposo identifcados:oanodeproduo;aprodutividade obtida na parcela; a parcela, que deve ser selecionada nobancodedados;ovnculo,queocdigonico eexclusivo,equedevesergeradonestaetapapara identifcar o caderno de campo (Figura 6).Similarmente,ocadastrodecadernodeps-colheita para cada lote de trigo pode ser includo no sistema de rastreabilidade digital.Cadastro de Estdios de TrigoDisponibiliza os principais estdios de crescimento e de desenvolvimento da cultura do trigo, que so teis para monitoramento de doenas dentre outros registros.Figura6.Cadastramentodocadernodecampono sistema de rastreabilidade digital.40Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoFigura 7. Cadastramento da doena odio do trigo no sistema de rastreabilidade digital.Cadastro de Insetos-praga e Doenas de TrigoDisponibilizaoprincipaisinsetos-pragaedoenasda culturadotrigo,incluindoinformaessobrecomo realizaromonitoramento,padronizandoinformaes tcnicas para orientar a tomada de deciso quanto ao manejo a ser adotado. Na Figura 7 pode ser visualizada a doena odio do trigo e as respectivas informaes para monitoramento.Parainformaesadicionaisquantoaomanejode insetos-praga e de doenas no trigo, foi disponibilizado olinkparaaAgnciadeInformaoEmbrapa -trigo,quepodeseracessadoem:http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia35/AG01/arvore/AG01_7_259200616450.html/Cadastro de AgroqumicosEsta seo inclui os principais agroqumicos registrados para a cultura do trigo, na produo e na ps-colheita, incluindo a dose mnima e mxima permitida (Figura 8). Esta seo apresenta um link de acesso ao AGROFIT 41Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigoonline,doMAPA,paraconsultaseatualizaesde agroqumicos registrados para a cultura. Outros CadastrosAdicionalmente,foramincludoscadastroscomos principais sistemas de preparo de solo, as culturas para inserirnosistemaderotao,ascultivaresdetrigo para agilizar o cadastro de novas parcelas, as unidades de medida necessrias para os registros, o destino de embalagens de agroqumicos utilizados na propriedade eosequipamentosemaquinriosdisponveis,como pulverizadoresecolhedoras,estescomoobjetivode registrar calibraes e demais manutenes realizadas. Figura8.Cadastramentodeagroqumicosedoses indicadasparaaculturadotrigo,nosistemade rastreabilidade digital.42Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigo43Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoCaderno de Campo - Manejo Adotado na ProduoNo sistema de rastreabilidade digital preconizado para trigo,naproduoamenorunidaderastrevela parcela, que demanda caderno de campo especfco.Oscadernosdisponveissoaquelesquejforam inseridosnosistemaequecorrespondemauma parcela na produo, que est vinculada a uma cultivar detrigo(Figura9).Nocasodecomplementaode informaes, deve-se selecionar a opo trabalhar com cadernoselecionado.Nocasodeiniciarosregistros de uma nova parcela, deve-se incluir novo caderno no sistema de rastreabilidade (Figura 6).No item registros, acessar as planilhas para completar as informaes de manejo que devem ser inseridas. No item status, o caderno pode estar A - aberto ou E - encerrado. Quando encerrado, no podero mais ser realizadas alteraes no caderno. Figura 9. Cadernos de campo disponveis no sistema de rastreabilidade digital.44Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoNoitemresponsveis,devemserinseridos oresponsvelprincipaleoresponsvelpelas manutenes. Somente estes usurios podero inserir e/oualterarasinformaesnocadernodecampo (Figura 10). Figura10.Responsveispelosregistrosnocaderno de campo no sistema de rastreabilidade digital.45Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoRegistros na ProduoDentre os manejos vinculados parcela, e que podem ser inseridos no caderno de campo, citam-se: tratamento desementes,semeadura,anlisequmicadosolo, adubao,controledeplantasdaninhas,aplicao dereguladoresdecrescimento,monitoramentode doenas e de insetos-praga, aplicaes de fungicidas e de inseticidas, alm de informaes meteorolgicas. Os registros de manejo podem ser visualizados de maneira integrada,deacordocomadatadeexecuo.Alm disso, podero ser gerados relatrios resumidos de todos os manejos registrados, em formato de impresso. Na sequnciadestedocumento,asrespectivasplanilhas para registros sero apresentadas.Tratamento de SementesPermitevisualizarosregistrosexistentes,ouincluir novas informaes do tratamento de sementes (Figura 11). Figura11.Planilhacomtratamentodesementesno sistema de rastreabilidade digital.46Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoSemeaduraA semeadura limitada em uma incluso por caderno de campo, com datas de incio e trmino (Figura 12).Figura12.Planilhacomregistrodesemeadurano sistema de rastreabilidade digital.Anlise Qumica do SoloPermiteainclusodeinformaesderesultadode anlisequmicadosolo(Figura13),quedevemser consideradas para orientar a adubao.47Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoFigura13.Planilhacomanlisequmicadosolo,no sistema de rastreabilidade digital.AdubaoPermite a insero de dados de adubao de base, de cobertura ou foliar no trigo (Figura 14). Figura14.Planilhacomregistrodeadubaesno sistema de rastreabilidade digital.48Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoPlantas DaninhasPlanilha para incluir informaes de manejo e controle de plantas daninhas (Figura 15). Figura 15. Planilha com o manejo de plantas daninhas no sistema de rastreabilidade digital.Monitoramento de Insetos-PragaPermiteainclusodeinformaesdemonitoramento deinsetos-praga(Figura16).Asindicaesde monitoramento cadastradas no item pragas/doenas, podemservisualizadas(abaixo,naFigura16),para padronizar os registros.

49Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoFigura16.Planilhaparamonitoramentodeinsetos-praga no sistema de rastreabilidade digital.Monitoramento de DoenasAs informaes de monitoramento de doenas podem serregistradasemplanilha(Figura17),sendoque asindicaesdemonitoramentocadastradasnoitem pragas/doenas, podem ser visualizadas na direita da tela, no momento do preenchimento. 50Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoFigura 17. Planilha para monitoramento de doenas no sistema de rastreabilidade digital. SISALERT - Modelo Climtico para Previso de Giberela e de BrusoneDevidoaocurtoperododesuscetibilidadedetrigo edependnciadefatoresclimticos,epidemias degiberela(Fusariumgraminearum)edebrusone (Pyricularia grisea) podem ser preditas por modelos de previso.Estesmodelosincorporamvariveiscomo temperatura,umidaderelativadoar,chuva,produo deinculoeestdiodedesenvolvimentodaplanta. Osistemadealertaparaocorrnciadegiberelaede brusone no trigo - Sisalert, foi associado ao sistema de rastreabilidadedigital,viabilizandoomonitoramento destas doenas, com base em modelos climticos.Para giberela e brusone, selecionar Sisalert no menu eativaromonitoramentodeinformaesclimticas, 51Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigoinformandodatadeespigamentodotrigo(Figura18). Apartirdocadastro,seroenviadosalertasatravs doe-mailcadastradopelosusuriosnosistemade rastreabilidade digital. As notifcaes de alerta tambm aparecero no histrico de eventos (Figura 21). Figura 18. Planilha para o monitoramento de informaes climticas atravs do Sisalert.Adicionalmente,nodomniohttp://www.sisalert.com.br (SISALERT, 2008), os riscos relativos de giberela e de brusonepodemserestimadosparalavourasdetrigo. ParautilizarestaaplicaonoSisalert,aculturade trigodeveserselecionada.Posteriormente,escolhe-seaestaometeorolgicamaisprximadalavoura; seleciona-se a opo simulaes e informa-se a data de espigamento do trigo, para obter-se informao de risco de ocorrncia de giberela ou brusone. A simulao realizadaapartirdedadosclimticoscorrentes eoprognsticoparaosprximoscincodias.Esta simulao de risco pode servir de auxlio a produtores na tomada de deciso, quanto aplicao de fungicida emsituaesemqueosmodelosindicaremriscode doena.52Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoAplicao de AgroqumicosCadastrainformaesdeaplicaodeagroqumicos (Figura 19). Este registro importante para disponibilizar informaesquantoaoagroqumicoutilizado,dosee data de aplicao. Figura19.Planilhapararegistrodeaplicaode agroqumicos no sistema de rastreabilidade digital.Reguladores de CrescimentoInforma aplicao de regulador de crescimento no trigo, para aquelas cultivares com tendncia ao acamamento (Figura 20). 53Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoFigura 20. Planilha para registrar redutor de crescimento no sistema de rastreabilidade digital.Fenmenos MeteorolgicosPermiteregistrarocorrnciadefenmenos meteorolgicos extremos, como geada, granizo e chuva intensa, os quais podem afetar a conduo da lavoura.Histrico de EventosEstaferramentapermiteavisualizaogeraldo manejo realizado na parcela, diferenciando os registros por colorao. Esta seo, est localizada no menu e apresenta os principais registros de manejo realizados nocadernodecampo,deacordocomadatade execuo (Figura 21). 54Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoFigura21.Planilhadevisualizaogeralderegistros efetuadosnaetapadeproduo,nosistemade rastreabilidade digital.55Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoCaderno de Ps-colheita - Informaes de Armazenamento e de ProcessamentoArastreabilidadedigitalnaps-colheitafoi desenvolvidaparamanterasinformaesdelotesde trigonasdiferentesetapasdearmazenamentoede processamento. Lotesdetrigopodemsersegregadosconformea cultivar, a qualidade tecnolgica, o histrico da lavoura (por exemplo, gros colhidos aps perodos chuvosos) eoresultadodasanlisesfsico-qumicasrealizadas no recebimento do produto. A formao de lotes de trigo homogneos, confere maior rendimento na moagem e melhoria na qualidade reolgica da farinha, dispensando misturas para obter produtos fnais especfcos.Para manter a identidade e prevenir misturas, os lotes formadosdevemserconduzidosisoladamentenas diferentesetapasnaunidadearmazenadora(moega, secador, elevador e silo), atravs de nmeros nicos e exclusivos. Os cadernos de ps-colheita j cadastrados aparecem no item cadernos disponveis. No caso de complementar informaes, selecionar a opo trabalhar com caderno selecionado.Nocasodeiniciarregistrosdemanejo para um novo lote de trigo, incluir novo caderno de ps-colheita no sistema de rastreabilidade.No item registros no menu, acessar as planilhas para completar com informaes de manejo que devem ser inseridas. 56Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigo57Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoRegistros na Ps-ColheitaDentreosmanejosquepodemserinseridosna rastreabilidadedeumlotedetrigo,citam-se: recebimento,pr-limpeza,secagem,limpeza, termometria,monitoramentodeinsetos-praga, aerao,expurgoeaplicaodeinseticidas. Tambm sodisponibilizadasplanilhasparainserirresultados deanlisesdecontaminantes,como:presenade micotoxinas,resduosdeagroqumicoseanlises microbiolgicas.Osresultadosdeanlisesreferentes qualidadetecnolgicadetrigotambmpodemser registrados.Adicionalmente,podemserinformados calibragem de equipamentos, medidas de higienizao, controlederoedores,resfriamentoetransilagemde gros. A seguir, so apresentadas as principais planilhas para registros na ps-colheita.RecebimentoEstaetapaobjetivaobterregistrosdeinformaes dorecebimentodegrosnaunidadearmazenadora, incluindo resultados de anlises realizadas. Os dados obtidosnorecebimento,comoumidadeeteorde impurezas,poderogerarrelatrioparaoprodutor. Esta a ltima etapa na qual as informaes do sistema de rastreabilidade so vinculadas parcela. A partir do recebimento, so formados lotes que correspondem unidade rastrevel na ps-colheita.Paragarantirarastreabilidade,fundamental queinformaesregistradasnafasedeproduo 58Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigosejammantidasnasfasesdearmazenamentoede processamento. Desta forma, no item vnculo (Figura 22)deveserdigitadoocdigogeradonocadernode campo,paraformarolotenaetapadeps-colheita. Quandoolotenaps-colheitaforgeradoapartirde diferentes parcelas na produo, podero ser inseridas quantasplanilhasderecebimentoforemnecessrias para identifcar a origem do trigo. Figura22.Planilhapararegistrodeinformaesno recebimentodegrosnaunidadearmazenadorano sistema de rastreabilidade digital. Pr-limpezaNesta planilha, podem ser includas informaes sobre a pr-limpeza (Figura 23). A fase de limpeza, realizada depoisdasecagem,tambmpodeserregistradaem planilha similar.59Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigo Figura23.Planilhapararegistronaetapadepr-limpeza de gros na unidade armazenadora no sistema de rastreabilidade digital. SecagemAsinformaesquantoetapadesecagemso apresentadas na planilha da Figura 24. Figura 24. Planilha para registro na etapa de secagem degrosnaunidadearmazenadoranosistemade rastreabilidade digital. 60Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoTermometriaOsparmetrosreferentestermometriaso apresentados na Figura 25. Figura25.Planilhapararegistrodedadosde termometrianaunidadearmazenadoranosistemade rastreabilidade digital. Monitoramento de Insetos-pragaOmonitoramentodaocorrnciadeinsetos-pragana ps-colheita de gros (Figura 26) realizado conforme especifcado no programa Manejo Integrado de Pragas (MIP Gros) (LORINI, 2007). 61Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoFigura 26. Planilha para registro do monitoramento de insetos-praganaarmazenagemdegrosnosistema de rastreabilidade digital. AeraoAsinformaesquantoetapadeaeraoso apresentadas na planilha da Figura 27. Figura 27. Planilha para registro da etapa de aerao degrosnaunidadearmazenadoranosistemade rastreabilidade digital. 62Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoExpurgoAsinformaesreferentesaoexpurgo,quando realizadonolotedegros,podemsercadastradas, conforme exemplo na Figura 28. Figura 28. Planilha para registro de expurgo de gros na unidade armazenadora no sistema de rastreabilidade digital. Aplicao de InseticidasAsinformaesreferentesaplicaodeinseticidas naps-colheitapodemsercadastradasconformea planilha apresentada na Figura 29. 63Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoFigura29.Planilhapararegistrodaaplicaode inseticidasemgrosarmazenadosnosistemade rastreabilidade digital. Presena de Micotoxinas Paraprevenircontaminaesdealimentospor micotoxinas,muitospasesestabeleceramnveis mximospermitidosparaestescontaminantes. Comoexemplo,noBrasilaatuallegislaopara micotoxinasdeterminaqueolimitemximotolervel (LMT)dedeoxinivalenol(DON)paracereais destinados alimentao infantil deve ser de 200 ppb. Adicionalmente, para 2012, determina o limite mximo de 2000 ppb para trigo integral e 1750 ppb para farinha detrigo;osnveispermitidosdeDONnosalimentos sero reduzidos progressivamente na legislao e, em 2016, estes limites mximos sero reduzidos para 1000 ppb e 750 ppb, respectivamente (ANVISA, 2011).Anlisesdecontroledequalidadeviabilizama segregao de lotes conforme a exigncia de diferentes 64Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigosegmentosdemercado.Comoexemplo,lotescom teoresnodetectveisdemicotoxinas,comunsem safrascomclimaseconosperodosdeforaoede colheita, podero ser direcionados para mercados mais exigentes, como produo de alimentos para lactantes e bebs. Tambm podero ser adotadas estratgias de manejo diferenciadas na unidade armazenadora, como maiorintensidadededescartenasetapasdelimpeza edepr-limpezadelotesdetrigoqueapresentarem maior incidncia de gros danifcados. NaplanilhadaFigura30,podemserregistradosos resultados de anlises de micotoxinas em lotes de trigo. Figura30.Planilhapararegistroderesultadosde anlisesdemicotoxinasemlotesdetrigonosistema de rastreabilidade digital. 65Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoResduos de AgroqumicosResultadosdeanlisesderesduosdeagroqumicos noslotesdetrigo,podemserefetuadosnaplanilhaa seguir (Figura 31). Figura31.Planilhapararegistroderesultadosde resduos de agroqumicos em lotes de trigo no sistema de rastreabilidade digital.Anlises MicrobiolgicasResultadosdeanlisesmicrobiolgicasnoslotesde trigo, podem ser efetuados na planilha representada na Figura 32. 66Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoFigura32.Planilhapararegistroderesultadosde anlisesmicrobiolgicasemlotesdetrigonosistema de rastreabilidade digital.Qualidade Tecnolgica de TrigoCada indstria de alimentos adota diferentes parmetros epadresdequalidade,atendendoasexigncias dosmercadoscompradores.NoBrasil,aInstruo Normativa n. 38 (BRASIL, 2010), defne padres para qualidade tecnolgica do trigo e orienta a classifcao comercial.Anlisesdeparmetrosdequalidadetecnolgicae depropriedadesfuncionais,comoprotena,forade glten e colorao, podem ser registradas na planilha da Figura 33. 67Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoFigura33.Planilhapararegistroderesultadosde anlise de qualidade tecnolgica de trigo no sistema de rastreabilidade digital.Histrico de EventosSimilarmenteetapadeproduo,osistemade rastreabilidadenaps-colheitatambmapresenta visualizaodosprincipaisregistrosdemanejo realizados,deacordocomadata(Figura34).Esta ferramentapermiteavisualizaogeraldomanejo, diferenciando cada item por colorao. 68Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoFigura34.Planilhadevisualizaodosregistros efetuadosnaetapadeps-colheita,nosistemade rastreabilidade digital.69Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoRelatriosEstafuncionalidadedisponibilizainformaesde manejo registradas para cada parcela ou lote de trigo, com formato compacto e resumido, gerando documento paravisualizaoderegistrosouparaimpresso (Figura 35). Figura35.Planilhacomrelatrioresumidodetodos osmanejosregistradosnaproduonosistemade rastreabilidade digital.Estaopoderelatriosfuncionalparatransmitir informaes entre os elos da cadeia produtiva, ou seja, se um lote de trigo armazenado possuir caractersticas diferenciadas,possvelobterorelatriodafasede produoeidentifcaromanejoquefoiadotadona etapa anterior.70Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoOprodutorpoderobterrelatriocomresultadosde anlisesrealizadasnorecebimentodecadacargade trigo,encaminhadaparaaunidadearmazenadora. Omoinhodetrigo,queocompradornaunidade armazenadora, poder obter relatrio com os principais manejos adotados na ps-colheita de um lote especfco de trigo (Figura 36). Figura36.Planilhacomrelatrioresumidodetodos os manejos registrados na ps-colheita no sistema de rastreabilidade digital.71Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoRecomendaes Gerais1.Cadaplanilhapararegistrodemanejo independente.Opreenchimentodasplanilhas disponveisopcional,conformeanecessidade decadausurio.Nocasodonopreenchimento dealgumaplanilha,porexemplo,aaplicaode reguladores de crescimento, esta no aparecer no relatrio,masnointerferirnacomunicaodos demais cadastros.2.Todososcamposidentifcadoscomasterisco(*) devem ser preenchidos, antes de gravar os registros nas planilhas.3.Em todas as telas h trs opes: incluir, na qual soinseridasnovasinformaes;gravar,para salvar as informaes registradas; e cancelar, para apagar as informaes digitadas (Figura 37).Figura37.Controlesparainserir,salvarecancelar registros no sistema de rastreabilidade digital.4.Apssalvarosregistros,seomesmonecessitar serexcludo,porerronadigitao,porexemplo, haopodeestorno.Naqual,quandoseexclui determinado registro, este aparece tachado (Figura 38)eumcampoparaincluirjustifcativaaberto. Estafuncionalidadeimportanteparafnsde certifcao de produtos.72Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigo5.Nasplanilhasderegistros,quandoaparecero conepesquisar(lupa)aoladodireitodoitem, signifcaqueainformaoestdisponvelepode serselecionadanocadastro,nodemandando digitao.6.Todas as planilhas possuem um campo para digitar observaes,visandoaespecifcarinformaes importantes e que no foram previstas nos campos disponveis para o registro do manejo.7.No menu, a opo utilitrios apresenta a estrutura easferramentasdeinformticautilizadas nodesenvolvimentodosoftwaresistemade rastreabilidade digital.Figura38.Planilhacomexemplodelanamento estornadonocadernodecampodosistemade rastreabilidade digital.73Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigo8.Para fnalizar o acesso ao sistema de rastreabilidade, deve-seclicarnobotosair,direita,nabarra domenu.Nonecessriofechartodasastelas abertas; entretanto, as informaes includas devem ser salvas, para serem recuperadas posteriormente. 9.Paraefetuaratrocadecadernodecampooude ps-colheita,todasastelasabertasdevemser fechadas.10. Amodalidadedeacessoaosistemade rastreabilidadedigital,nasetapasdeproduoou de ps-colheita, deve ser selecionada na tela inicial. O acesso dos usurios ao caderno de campo e ao deps-colheitadeveserefetuadocomomesmo usurio e senha.11. Napginadosistemaderastreabilidadedigital (http://www.e-rastrear.com.br)enapginada EmbrapaTrigo(http://www.cnpt.embrapa.br/e-rastrear), estdisponvelumtutorialnoformatodevdeo, queexemplifcaasprincipaisfuncionalidadese aplicaesdosistema.Asapresentaesforam divididasemtrsmdulos:cadastro,cadernode campo e caderno de ps-colheita. 74Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigo75Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoConsideraes FinaisCadaagentenacadeiaprodutivapossuiobjetivos especfcosquantoimplementaodesistemade rastreabilidade.Entretanto,necessriotrabalho colaborativoentretodos,paraatingiroobjetivode disponibilizarinformaesfdedignaseatualizadas quanto procedncia e ao manejo de produtos. Outrofatorimportanteparaadoodesistemasde rastreabilidade a organizao de produtores atravs deassociaesoucooperativas.Estaorganizao permiteplanejar,antecipadamente,quaisseroas culturasecultivaresasersemeadas,deacordo comdemandascomerciais.Estaestratgiatambm viabiliza escala de produo e regularidade, fdelizando compradoreseatendendomercadosmaisexigentes. Outravantagememadotarsistemadegestode qualidade, em associao de produtores, a diluio de custos, desde a aquisio de insumos at a certifcao, para diferenciar produtos no mercado. Soma-se a estes fatoresamaiorfacilidadeemestabelecercontratos paracomercializao,garantindoreconhecimentode atributos diferenciados, gerando renda e liquidez para todos os elos do sistema produtivo. Registros do sistema de rastreabilidade so vinculados com a posio geogrfca, permitindo o reconhecimento de caractersticas especfcas relativas procedncia de produtos. Alm disso, a associao com outras fontes dainformaodisponveisnaInternet,comomodelos de previso de doenas, serve de auxlio na tomada de deciso quanto aplicao de agroqumicos. 76Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoAadoodosistemaderastreabilidadedigital possibilitaoacesso,emtemporeal,sinformaes deprocedncia,demanejoedequalidadedelotes detrigo,viabilizandoadiferenciaodeprodutos nomercado,almdeseradequadaparafnsde certifcaodeacordocomdiferentesprogramasde controle de qualidade. Este diferencial constitui-se em importantecritrioparasegregaoeagregaode valor para esses produtos rastreados. Adicionalmente, proporcionaorganizaodeinformaesemtodos osnveisdacadeiaprodutivaemonitorariscosde incidentes alimentares, contribuindo para obteno de vantagens competitivas na comercializao. A disponibilizao do sistema de rastreabilidade digital paradiferentesaplicativosmveis,comotablete celular,promoveramploacesso,facilitandoacoleta atualizada de registros em todas as etapas.Osistemaderastreabilidadedigital,porsergenrico emodular,umavezvalidadoparaacadeiaprodutiva detrigo,poderseradaptadoeutilizadoparaoutras cadeiasprodutivas,especialmentegros,viabilizando a rastreabilidade de outros produtos.77Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoRefernciasANVISA. Regulamento tcnico sobre limites mximos tolerados (LMT) para micotoxinas em alimentos. Resoluo RDC n 7, de 18 de fevereiro de 2011. ANVISA, Braslia, DF, 2011.ANVISA. Alimentos: boas prticas. 2008. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2012. ASFAHA, D. G.; QUTEL, C. R.; THOMAS, F.; HORACEK, M.; WIMMER, B.; HEISS, G.; DEKANT, C.; DETERS-TZELSBERGER, P.; HOELZL, S.; RUMMEL, S.; BRACH-PAPA, C.; BOCXSTAELE, M. 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[Rio de Janeiro, 2011]. 24 p. Disponvel em: . Acesso em: 17 jul. 2012. ISO. ISO 22005: 2007: traceability in the feed and food chain - general principles and basic requirements for system design and implementation. 2007. Disponvel em: . Acesso em: 22 out. 2012. ISO 9000:2005: quality management systems fundamentals and vocabulary. 2005a. Disponvel em: http://www.iso.org/iso/home/store/catalogue_ics/catalogue_detail_ics.htm?csnumber=42180>. Acesso em: 22 out. 2012. ISO. ISO 22000:2005: food safety management. 2005b. Disponvel em: . Acesso em: 22 out. 2012. ITALIA. Senato della Repubblica. Atti parlamentari n. 823, il 19 luglio 2006. Norme per la sicurezza degli alimenti mediante la tracciabilita. 5 p. Disponvel em: . Acesso em: 20 ago. 2012.LANINI, L. Rintracciabilit delle merci e tecnologia dellinformazione, i nuovi servizi della logstica. Revista Frutticoltura, Bologna, n. 2, p. 11-12, 2003. 81Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoLEONELLI, F. C. V. Rastreabilidade integrada de gros (RIG): um modelo de referncia. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUO - ENEGEP, 26.; INTERNATIONAL CONFERENCE ON INDUSTRIAL ENGINEERING AND OPERATIONS MANAGEMENT - ICIEOM, 12., 2006, Fortaleza. Anais... Rio de Janeiro: ABEPRO, 2006. 1 CD-ROM.LEONELLI, F. C. V.; TOLEDO, J. C. de. Rastreabilidade em cadeias agroindustriais: conceitos e aplicaes. So Carlos: Embrapa Instrumentao Agropecuria, 2006. 7 p. (Embrapa Instrumentao Agropecuria. Circular tcnica, 33).LORINI, I. Manual tcnico para o manejo integrado de pragas de gros de cereais armazenados. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2007. 80 p.MANUAL sobre la aplicacin del sistema de anlisis de peligros y de puntos crticos de control (APPCC) en la prevencin y control de las micotoxinas. Rome: FAO, 2003. 130 p. Disponvel em: . Acesso em: 22 mar. 2009.MIRAGLIA, M.; BERDAL, K. G.; BRERA, C.; CORBISIER, P.; HOLST-JENSEN, A.; KOK, E. J.; MARVIN, H. J. P.; SCHIMMEL, H.; RENTSCH, J.; VAN RIE, J. P. P. F.; ZAGON, J. Detection and traceability of genetically modifed organisms in the food production chain. Food and Chemical Toxicology, Amsterdam, v. 42, p. 1157-1180, 2004.82Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoREUNIO DA COMISSO BRASILEIRA DE PESQUISA DE TRIGO E TRITICALE, 5., 2011, Dourados. Informaes tcnicas para trigo e triticale - safra 2012. Dourados: Embrapa Agropecuria Oeste, 2011. 204 p.REZENDE, E. H. S.; LOPES, M. A. Identifcao, certifcao e rastreabilidade na cadeia da carne bovina e bubalina no Brasil. 2004. 40 p. Disponvel em: . Acesso em: 25 jun. 2012. SISALERT. Monitoramento de epidemias atravs do GoogleMaps. 2008. Disponvel em: . Acesso em: 14 jan. 2013.SOUTO. R. F. O sistema brasileiro de produo integrada. In: MATOS, A. P. de. Produo integrada de fruteiras tropicais. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2011. p. 6-10.THAKUR, M.; SORENSEN, C.-F.; BJORNSON, F. O.; FORAS, E.; HURBURGH, C. H. Managing food traceability information using EPCIS framework. 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CertifcaoAsseguraaconformidadedoprocessoprodutivoem relao s normas tcnicas estabelecidas. A expresso dessaqualidadepodeseratravsdeselooude certifcado de conformidade, que propicia a identifcao de origem do produto, alm da indicao de organismos deacreditaoedecertifcaoqueatestama confabilidadedosistema.Aauditoriacorrespondea exame sistemtico, independente e documentado, para determinar se o manejo adotado e seus resultados esto deacordocomasdisposiesplanejadas,seessas foram implementadas com efccia e se esto adequadas consecuo dos objetivos (INMETRO, 2011).AcertifcaonaProduoIntegrada(PI-Brasil),de adeso voluntria, consiste no reconhecimento formal, atravsdeauditoriasconduzidasporinstituies deterceiraparte,noenvolvidasnaproduoe 87Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigonacomercializao,atestandoqueoconjuntode caractersticasdoprodutoestdeacordocomos requisitosestabelecidosnasnormativasespecfcas paracadaproduto.Acomprovaodoatendimento aosrequisitosdeavaliaoresultanaemissodo Certifcadodeconformidade,emitidopeloOrganismo de Certifcao de Produto, com validade de trs anos. Nocasodeprodutosfnais,tambmpoderoser utilizadosselosdeidentifcaodeconformidadena embalagem.LoteCorrespondeunidaderastrevel.Deverestar associadoainformaesquepermitamacessara procedncia e a qualidade do mesmo.ISO 22000:2005 - Sistemas de Gesto da Segurana de AlimentosObjetivanormalizareharmonizarinternacionalmente aquestodaseguranadealimentos.Anorma especifcarequisitosparaosistemadegestode seguranadealimentos,noqualacadeiaprodutiva precisademonstrarsuahabilidadeemcontrolaros perigos, com o objetivo de garantir que o alimento est seguronomomentodoconsumo.AISO22000,por meio de requisitos auditveis, combina o plano APPCC com programas de pr-requisitos (boas prticas) (ISO, 2005b). A ISO 22000 alinhada com os requerimentos da ISO 9001:2000 - Sistemas de Gesto da Qualidade. Essacompatibilidadefacilitaajunoouexecuo integradadasnormas.NoBrasil,aISO22000:2005 foitraduzidapelaABNTeregulamentadaatravsda norma NBR ISO 22000:2006 (ISO, 2005b). 88Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoProduo integrada (PI)SurgiunaEuropanadcadade70,comoextenso do manejo integrado de pragas. A produo integrada baseia-se no fomento da produo sustentvel, difuso etransfernciadetecnologias,inovaotecnolgica, boas prticas agropecurias e bem-estar animal, como elementosbsicosdetransformaodaproduo convencionalemsustentvel,certifcvelerastrevel (BRASIL, 2010).AsreasprioritriasdaPIso:sustentabilidade, preservaodosrecursosnaturais;monitoramento deinsetos-praga,doenasecondiesambientais, visando a minimizar a utilizao de insumos; qualidade, atendimento das expectativas e das necessidades dos clientes; rastreabilidade, registro de todas as etapas que conferem qualidade e inocuidade de lotes especfcos; ecertifcao.Informaesatualizadasquanto produointegradanoBrasilpodemserobtidasem Souto (2011).Segurana alimentarTratadaimplementaodepolticaspblicaspara garantiroacessodapopulaoaosalimentos,em quantidadeequalidadeadequadas.norteadapor questesdeinteressesglobais,comodistribuioe escassez de recursos naturais, mudanas geo-poltico-climticaserecursosenergticos,destacandoas possveis implicaes na produo e na disponibilidade de alimentos para a populao. De acordo com Manual (2003),aseguranaalimentarexistequandotodas as pessoas, em todo o tempo, possuem acesso fsico 89Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigoeeconmicoalimentaosufciente,saudvele nutritiva, para atender a suas necessidades dietticas eprefernciasalimentaresparaumavidaativae saudvel.Segurana de alimentosSinnimodealimentosseguros,objetivaassegurar ainocuidade,garantindoqueosalimentosesto isentosdecontaminantesnomomentodoconsumo. Oscontaminantespodemserdenaturezabiolgica (micro-organismos patognicos); qumica (micotoxinas, resduos de agroqumicos e de metais pesados) e fsica (fragmentosdeinsetos,vidros,pedrasemateriais estranhos).Osincidentesdeorigemalimentarmais comumenterelatadossoasinfeces(ingesto dealimentoscontendomicro-organismos)eas intoxicaes(presenadetoxinasdefungosoude bactrias no alimento). SegregaoOsetordegros,tradicionalmentecaracterizadopor grandesvolumeshomogneos(commodities),estcada vezmaisorientadoparadiferenciaodeprodutose parasegmentao,comoobjetivodegarantiracesso aomercado,aumentarsuacompetitividadeeatender melhorsespecifcaesdoprodutofnaledocliente. Comoexemplos,podemsercitadosprodutosorgnicos, produtosnotransgnicoseprodutoscomindicaode procedncia.90Sistema de Rastreabilidade Digital para TrigoSistema de gesto da qualidadeOsprincipaissistemasdegestodaqualidadepara grosso:aproduointegrada;omanejointegrado depragas;asboasprticas/anlisesdeperigos epontoscrticosdecontrole(APPCC)eanorma ISO22000-SistemasdeGestodaSegurana deAlimentos.Essessistemasobjetivamgarantira disponibilizaodealimentossegurosatravsda identifcao, do monitoramento e do manejo adequado de possveis contaminantes em todas as etapas. Esses programas so baseados em protocolos reconhecidos internacionalmente,quepossibilitamimplementar sistemas de rastreabilidade e de certifcao, permitindo acomercializaodeprodutoscomqualidade,que atendam s demandas de mercado.