2012.1.lfg.obrigaes02 teoria do pagamento

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    MATERIAL DE APOIO

    DIREITO DAS OBRIGAES

    Apostila 02

    Direito das Obrigaes

    Teoria do Pagamento

    PROF.: PABLO STOLZE GAGLIANO

    1. Teoria do PagamentoO pagamento traduz o adimplemento voluntrio da obrigao.

    Dar, fazer e no-fazerso manifestaes do pagamento.

    Compe-se o pagamento de trs elementos fundamentais:

    a) o vnculo obrigacional: trata-se da causa (fundamento) do pagamento; no havendovnculo, no h que se pensar em pagamento, sob pena de caracterizao de

    pagamento indevido;

    b) o sujeito ativo do pagamento: o devedor, que o sujeito passivo da obrigao;c) o sujeito passivo do pagamento: o credor, que o sujeito ativo da obrigao.

    Para ser eficaz, o pagamento dever observar determinadas condies: Condies Subjetivas do

    Pagamento (Quem Deve Pagar, A Quem se Deve Pagar). Temos, ainda, as Condies Objetivas do

    Pagamento (Objeto do Pagamento e Sua Prova, Lugar do Pagamento, Tempo do Pagamento).Veremos, em sala de aula, detalhadamente, esses requisitos.

    Alm do pagamento natural, cujas condies indicamos acima, temos ainda as formas especiais de

    pagamento1:

    1 Veremos, aqui, no Intensivo I, dentre estas, as principais formas. A Consignao emPagamento (estudada principalmente como procedimento especial do CPC), a transao(tratada como forma contratual no CC) e a Arbitragem no integram a nossa grade.

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    a) consignao em pagamento;b) pagamento com sub-rogao;c) imputao do pagamento;d) dao em pagamento;e) novao;f) compensao;g) transao;h) compromisso (arbitragem);i) confuso;j) remisso.

    Veremos, no decorrer do nosso curso, as principais formas especiais (ressalvando as que integram outras

    grades do LFG), com investigao da posio jurisprudencial relevante para concurso, que ser objeto da

    nossa prxima apostila.

    2.Teoria do Adimplemento Substancial (substantial performance)

    A doutrina do adimplemento substancial sustenta que no se deve considerar resolvida a

    obrigao quando a atividade do devedor, posto no haja sido perfeita ou atingido plenamente o

    fim proposto, aproxima-se consideravelmente do seu resultado final.

    Para que haja o adimplemento substancial, lembra-nos Daniela Minholi, devem-se observar os

    seguintes requisitos: a proximidade entre o efetivamente realizado e o que estava previsto no

    contrato; que a prestao imperfeita satisfaa os interesses do credor e o esforo e a diligncia do

    devedor e adimplir integralmente.2

    Trata-se, de fato, em nosso sentir, de uma aplicao do princpio da boa-f objetiva, com especial

    incidncia nos contratos de seguro, conforme observa JOS VIANNA:

    2 MINHOLI, Daniela Collesi.A doutrina do adimplemento substancial e sua recepo pelo Direitobrasileiro. Disponvel emhttp://www.iuspedia.com.br19 mar. 2008. Acessado em 02 de abril de2010.

    http://www.iuspedia.com.br/http://www.iuspedia.com.br/http://www.iuspedia.com.br/http://www.iuspedia.com.br/
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    Nesse contexto, se nfimo, insignificante ou irrisrio o descumprimento diante do todo

    obrigacional no h de se decretar a resoluo do contrato, de maneira mecnica e autmata,

    sobretudo se isso conduzir iniqidade ou contrariar os ideais de Justia. O adimplemento

    substancial atua, portanto, como instrumento de eqidade diante da situao ftico-jurdica

    subjacente, permitindo solues razoveis e sensatas, conforme as peculiaridades do caso. A

    Teoria do Adimplemento Substancial tem sido aplicada, com freqncia, em contratos de

    seguro. Suponha-se um contrato desta natureza, firmado pelo prazo de um ano, em que se

    convencionou o pagamento do prmio em 12 (doze) parcelas mensais. Assim, se o sinistro

    ocorreu no 11 ms, ocasio em que o segurado se encontrava em atraso quanto prestao

    correspondente, no razovel a negativa da indenizao pela seguradora, mesmo que se

    invoque o art. 763, do CC/02, que contm a seguinte redao: " No ter direito a indenizao o

    segurado que estiver em mora no pagamento do prmio, se ocorrer o sinistro antes de sua

    purgao." Em casos tais, antes de se recorrer interpretao literal de dispositivos legais ou

    contratuais, preciso aquilatar o contrato em toda sua extenso; o comportamento das partes no

    decurso do vnculo; os efetivos e reais prejuzos, de parte a parte; a natureza e a finalidade do

    negcio; o nmero das prestaes pagas etc. Somente desta forma, poder-se- avaliar se, de fato,

    houve descumprimento real, e no meramente formal, do contrato. A no ser assim, corre-se o

    risco de se chancelar, por via oblqua, interpretaes que ofendam ao bom senso e conduzam aoabsurdo, o que colide com preceitos de hermenutica. Atenta a isso, a jurisprudncia, sensvel

    temtica, e no se deixando seduzir por regras que possam conduzir iniqidade, tem adotado

    uma postura mais flexvel. Observe-se: Alienao Fiduciria. Busca e apreenso. Falta da ltima

    prestao. Adimplemento substancial. O cumprimento do contrato de financiamento, com a falta

    apenas da ltima prestao, no autoriza o credor a lanar mo da ao de busca e apreenso,

    em lugar da cobrana da parcela faltante. O adimplemento substancial do contrato pelo devedor

    no autoriza ao credor a propositura de ao para a extino do contrato, salvo se demonstrada a

    perda do interesse na continuidade da execuo, que no o caso. Na espcie, ainda houve a

    consignao judicial do valor da ltima parcela. No atende exigncia da boa-f objetiva a

    atitude do credor que desconhece esses fatos e promove a busca e apreenso, com pedido

    liminar de reintegrao de posse. Recurso no conhecido. (STJ REsp 272739 / MG Min. Ruy

    Rosado de Aguiar 4 TurmaDJ 02.04.2001 p. 299).

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    Fonte: VIANNA, Jos Ricardo Alvarez. Adimplemento substancial . Jus Navigandi, Teresina, ano 12,

    n. 1897, 10 set. 2008. Disponvel em: .

    Acesso em: 27 set. 2008.

    Nessa mesma linha:

    Civil. Art. 1450 do Cdigo Civil. Inadimplemento de contrato de seguro. Falta de pagamento de mais da

    metade do valor do prmio.

    Indenizao indevida pelo sinistro ocorrido durante o prazo de suspenso do contrato, motivada pela

    inadimplncia do segurado.

    - A falta de pagamento de mais da metade do valor do prmio justificativa suficiente para a no onerao

    da companhia seguradora que pode, legitimamente, invocar em sua defesa a exceo de suspenso do

    contrato pela inadimplncia do segurado.

    - Apenas a falta de pagamento da ltima prestao do contrato de seguro pode, eventualmente, ser

    considerada adimplemento substancial da obrigao contratual, na linha de precedentes do STJ, sob pena de

    comprometer as atividades empresariais da companhia seguradora.

    (REsp 415.971/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 14/05/2002, DJ

    24/06/2002 p. 302)

    ALIENAO FIDUCIRIA. Busca e apreenso. Deferimento liminar.

    Adimplemento substancial.

    No viola a lei a deciso que indefere o pedido liminar de busca e apreenso considerando o pequeno valor

    da dvida em relao ao valor do bem e o fato de que este essencial atividade da devedora.

    Recurso no conhecido.

    (REsp 469.577/SC, Rel. Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA TURMA, julgado em 25/03/2003, DJ

    05/05/2003 p. 310)

    E ainda:

    DIREITO CIVIL. CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL PARA AQUISIO DE VECULO (LEASING).

    PAGAMENTO DE TRINTA E UMA DAS TRINTA E SEIS PARCELAS DEVIDAS. RESOLUO DO CONTRATO. AO

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    DE REINTEGRAO DE POSSE. DESCABIMENTO. MEDIDAS DESPROPORCIONAIS DIANTE DO DBITO

    REMANESCENTE. APLICAO DA TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL.

    1. pela lente das clusulas gerais previstas no Cdigo Civil de 2002, sobretudo a da boa-f objetiva e da

    funo social, que deve ser lido o art. 475, segundo o qual "[a] parte lesada pelo inadimplemento pode pedir

    a resoluo do contrato, se no preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos,

    indenizao por perdas e danos".

    2. Nessa linha de entendimento, a teoria do substancial adimplemento visa a impedir o uso desequilibrado

    do direito de resoluo por parte do credor, preterindo desfazimentos desnecessrios em prol da

    preservao da avena, com vistas realizao dos princpios da boa-f e da funo social do contrato.

    3. No caso em apreo, de se aplicar a da teoria do adimplemento substancial dos contratos, porquanto o

    ru pagou: "31 das 36 prestaes contratadas, 86% da obrigao total (contraprestao e VRG parcelado) e

    mais R$ 10.500,44 de valor residual garantido". O mencionado descumprimento contratual inapto a

    ensejar a reintegrao de posse pretendida e, consequentemente, a resoluo do contrato de arrendamento

    mercantil, medidas desproporcionais diante do substancial adimplemento da avena.

    4. No se est a afirmar que a dvida no paga desaparece, o que seria um convite a toda sorte de fraudes.

    Apenas se afirma que o meio de realizao do crdito por que optou a instituio financeira no se mostra

    consentneo com a extenso do inadimplemento e, de resto, com os ventos do Cdigo Civil de 2002. Pode,

    certamente, o credor valer-se de meios menos gravosos e proporcionalmente mais adequados persecuodo crdito remanescente, como, por exemplo, a execuo do ttulo.

    5. Recurso especial no conhecido.

    (REsp 1051270/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMO, QUARTA TURMA, julgado em 04/08/2011, DJe

    05/09/2011)

    3. Textos ComplementaresTEXTO 01 - Direito das Obrigaes: carter de permanncia dos seus institutos, as alteraesproduzidas pela lei civil brasileira de 2002 e a tutela das geraes

    Texto extrado do excelente site Jus Navigandihttp://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=4094

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    Giselda Maria Fernandes Novaes Hironakaprocuradora federal em So Paulo (SP), doutora em Direito pela USP, professora doutorade Direito Civil da USP, diretora da Regio Sudeste do Instituto Brasileiro de Direito de

    Famlia (IBDFam)

    Sumrio: 1. Primeiras consideraes2. Estabilidade no tempo e uniformidade no espao do direitodas obrigaes3. O Cdigo Civil de 2002 e seus reflexos no sistema obrigacional brasileiro4.Perspectivas do direito das obrigaes e as geraes futuras enquanto destinatrias das obrigaes.

    1. Primeiras consideraes

    O mundo jurdico e suas relaes privadas apresentam uma vertente tendencialmente dinmica eoutra tendencialmente esttica, como bem lembrava j Gustav Radbruch, apesar de este jusfilsofono ter utilizado a tendncia para justificar o seu discurso, nem seu pensamento.

    O dinamismo das relaes jurdicas privadas estaria representado pelas relaes de crdito, pelasrelaes obrigacionais, ao passo que os direitos reais, exatamente por tenderem garantia desituaes que implicam uso, fruio e eventual disposio ou aquisio das coisas, teriam de seapresentar de forma mais esttica, duradoura e por que no? segura.

    Se esta viso mesmo verdadeira, como tem sido proclamada e repetida, porque ela enxerga o

    fenmeno do ponto de vista do objeto das relaes jurdicas e da funo que estas ltimasdesempenham no mundo do ser. Assim, porque a funo primordial das relaes obrigacionais ajudar a desenvolver o fenmeno da colaborao econmica entre os homens, como j ressaltaraOrlando Gomes (p. 3), traa o legislador as regras supletivas destas relaes, pelo que as pessoas,quando contratam em seu dia a dia, no se lembram de pactuar expressamente: vendo-te este caf,em contraprestao deve-me 1 real; Aqui est um real, d c o caf... Ns no precisamos agir assimprimeiro porque nosso Direito, salvo raras e expressas excees, no um direito formalista, comoera o Direito Germnico, e depois nossa despreocupao intuitivamente tranqila porque sabemosque o legislador preocupou-se, por ns, desenhando nossos direitos e nossos deveres, com os quais,normalmente, concordamos; principalmente para essas coisas mais comuns...

    Por isso dispe o legislador acerca dos traos caractersticos das relaes, vale dizer, aqueles traosque normalmente esto presentes em cada contrato. E agindo como o matemtico que pe emevidncia os fatores comuns da expresso e encerra entre parnteses aquilo a que o comum serefere, na feliz imagem de Antunes Varela (p. 45), ressalta as regras comuns a todas as relaescreditrias e tambm aos negcios jurdicos em geral. Por isso tem-se no s uma parte geral dasobrigaes, como uma parte geral ao prprio Direito Civil como um todo.

    Mas isto no impede que eu modifique um destes traos, pactuando com a outra parte de umaforma um tanto quanto diversa, desde que isso no seja expressamente proibido. E por isso que,

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    quando eu sou cliente habitual daquela padaria e no tenho dinheiro trocado, o vendedor me vendeo caf a prazo, apesar de ser da essncia daquele negcio, o pagamento vista. Ns pactuamosdiferir o pagamento no tempo. A vida dinmica e cada vez mais exigente, rpida e ns somos, por

    definio, consumidores daquilo que no produzimos, uma vez que no somos auto-suficientes.

    Essa a dinmica a que se referia Radbruch, conjugada, por fim, com o carter transitrio destasrelaes, uma vez que, como lembra lvaro Villaa Azevedo (p. 31), se fosse perptua, importariaservido humana, escravido, o que no mais se admite nos regimes civilizados.

    Mas ser que o direito obrigacional mesmo to dinmico? Do ponto de vista da funo quedesempenha, quer dizer, da troca dos objetos economicamente apreciveis, no me resta dvidaque sim, e ento me alinho a Radbruch.

    Aquilo que me impede de usar o dinmico sem o tendencialmente uma outra faceta desse ramo do

    Direito Civil, faceta esta que , justamente, o objeto desta exposio: Por que que as regras dodireito creditrio no so assim to dinmicas? Por que que mudaram to pouco ao longo dostempos? E por que que so to semelhantes de Estado para Estado? Por que que ao cruzar afronteira de qualquer pas, em geral, eu compro ou vendo de forma to semelhante ao modo decomprar e vender em meu prprio pas?

    Sempre se ouve dizer ser o Direito das Obrigaes o ramo do Direito Privado que menos se sujeita aalteraes, pois a relao jurdica que ele envolve se mantm, temporal e espacialmente, quaseimutvel. No entanto, e por outro lado, no se deve desconsiderar que o direito positivo que lhe d aespecificidade normativa pode sofrer, e sofre, determinadas e bem importantes mudanas queinterferem, de modo bem profundo, nas relaes jurdicas das quais se originam os direitospatrimoniais obrigacionais. Isso porque as exigncias da contemporaneidade requerem umaevoluo cada vez mais dinmica, em toda a estrutura jurdica e relacional humana, o que no deixade alcanar, tambm, a ambincia da relao jurdica obrigacional, sem dvida.

    A transformao da vida e das relaes humanas to intensa que no pde mesmo, mais,permanecer despercebida; a crise instalou-se. Na esfera do direito e do direito privado, como umtodo imps-se prontamente uma nova conscincia moral, a ditar urgncia de reviso de conceitos,de institutos, de estruturas e de valores, a favor de uma mentalidade tica bem distinta daquela paraquem a arquitetura jurdica do passado houvera sido desenhada, e por fora da qual o trao dasolidariedade social e o trao da dignidade individual passaram a realizar sadio percurso paralelo.

    Nesse contexto, ento, o Direito das Obrigaes que um direito pessoal (jus ad rem), uma vez que

    essa relao jurdica que ele abriga vincula apenas as pessoas diretamente envolvidas mudatambm, conhece e exige a concreo de paradigmas novos, mesmo para um contexto to maisespecfico, como o dele, que o desenha como um direito relativo, j que respeita exclusivamente spessoas envolvidas na relao jurdica, em caso.

    Ele muda tambm, mas muda menos. Por qu? o que vou tentar explicar, comeando com a...

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    2. Estabilidade no tempo e uniformidade no espao do direito das obrigaes

    O ttulo desta parte foi tomado de emprstimo ao ttulo dado a um dos itens da Introduo aolivro do professor Antunes Varela (p. 25 e ss.), da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra,livro este que est dedicado de forma muito amvel memria de um dos grandes professores deDireito Civil brasileiro e dos grandes estudiosos de Direito das Obrigaes de que se tem notcia emnosso pas, Prof. Orlando Gomes.

    Em seu livro, Antunes Varela ressalta que o gnio dialctico dos latinos, temperado por um fortesentido das realidades prticas, permitiu, de facto, que o Direito romano previsse e regulasse em

    frmulas muito concisas e equilibradas grande parte das situaes tpicas que vieram a constituir-se

    ou continuaram a verificar-se nos sculos posteriores (p. 26). Assim que a autonomia privadacontinua a reger as relaes obrigacionais, ditando-se a vontade das partes mais ou menos pelos

    mesmos interesses e pelas mesmas convenincias.

    A isto, unem-se outros argumentos:

    1) O primeiro e principal aquele segundo o qual no possvel dizer que este ou aquele ramodo Direito mudou mais ou menos que os outros, se no se lanar mo da comparao. isto, comefeito, aquilo que se faz quando se diz que o Direito das Obrigaes mudou pouco! Compara-se esteramo com o Direito de Famlia, com os Direitos Reais e com o Direito das Sucesses e com asalteraes que estes ramos sofreram, ao longo dos anos, em decorrncia das mudanas dasociedade, das cincias sociais e de suas interpenetraes (fatores polticos, morais, sociais ereligiosos). E esta comparao , sem sombra de dvida, desigual, principalmente porque, comolembra lvaro Villaa Azevedo, o Direito das Obrigaes no sofre muitas influncias das injuneslocais, pelo que universal, quase imutvel, pois as situaes dele decorrentes so, praticamente, asmesmas em todo o mundo (p. 25).

    J o Direito de Famlia teve de acompanhar a evoluo dos costumes e suas especificidadesespaciais; teve de se abrir para a possibilidade de dissoluo dos vnculos matrimoniais; teve dereconhecer a unio estvel; teve de garantir a igualdade dos filhos, corrigindo sculos e mesmomilnios de injustias que confundiam as relaes mantidas pelos genitores com as relaesexistentes entre pais e filhos, irradiando efeitos daquelas relaes sobre estas.

    Os Direitos Reais tambm mudaram muito. A religio, os paradigmas das cincias humanas edas cincias sociais passaram a emprestar aos institutos primordiais do Direito das Coisas uma

    funo que no tinham, antes, e que fez com que a organizao da propriedade se alterassesignificativamente. Da a extirpao da enfiteuse do novo Cdigo, por exemplo. Da a previso dedesempenhar a propriedade uma funo social, cuja inobservncia autoriza a desapropriao.

    O mesmo se passou com o Direito das Sucesses, mas aqui mais por reflexos das modificaesanteriormente referidas, na medida em que cuida esse ramo da cincia civilista de regular atransferncia da propriedade dos bens do de cujus preferencialmente, se bem que noexclusivamente, a seus familiares. Por isso, cito a incluso do cnjuge ou companheiro suprstiteentre os herdeiros necessrios e em concorrncia direta com os descendentes e ascendentes do

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    morto, apenas como exemplo.

    2) Outro argumento o que se refere crescente necessidade de internacionalizao do

    comrcio jurdico, internacionalizao esta que se serve das estruturas bsicas do direito dasobrigaes, beneficiando-se de sua estabilidade e homogeneidade, o que impede, ou pelo menosatravanca, qualquer alterao unilateral dessas regras por um sistema jurdico, o que poderiadificultar o comrcio de bens e servios transfronteirios, alijando aquele Estado dos benefcios domercado global.

    Conseqncia deste argumento e, em certa medida, tambm do primeiro, a verificaoemprica da unificao planejada do Direito obrigacional, quer num mesmo pas, pela previso deregras comuns para as obrigaes civis e comerciais, como fizeram a Sua, a Polnia, a Itlia, aTurquia e agora o Brasil, se bem que a idia tenha nascido aqui, em nosso pas, pela pena de Teixeirade Freitas (cf. Villaa Azevedo, p. 25 e 26) quer, ainda, em vrios Estados, chegando-se mesmo a falar

    num Cdigo Universal de Obrigaes, decorrncia do Projeto Franco-italiano de Cdigo Unificado dasObrigaes. Se a universalidade parece exagerada e de difcil consecuo, d-se aqui a notcia, quepossivelmente j do conhecimento de muitos, de que, no seio da Unio Europia, h j um projetorelatado por Giuseppe Gandolfi que prev a adoo de um Cdigo Europeu dos contratos (Cf.Antunes Varela, p. 30).

    Orlando Gomes (p. 7 e 8) criticava, em sua obra, a mutilao do Cdigo Civil com a elaboraode um Cdigo das Obrigaes. Seu argumento ia no sentido de que era prefervel a concentrao dasobrigaes civis e comerciais no Cdigo Civil porque, se mutilao devesse haver, devia ela sersofrida pelo Cdigo Comercial, por ser, em seu entender, direito especial. Aduzia ainda o surgimentodo Direito das empresas e sua possvel incorporao ao direito econmico, ento acabado de surgircomo disciplina autnoma, e com tendncia para absorver o direito comercial.

    3) Para alm destes dois argumentos que relatei, verifica-se, ainda, uma tendncia deinterveno estatal pontual, limitando ou delimitando a autonomia contratual (cf. Silvio de SalvoVenosa, p. 30 e 31), sempre que a sociedade enxerga na relao creditria um desequilbrio ou umadesproporo entre as foras contrapostas, porm complementares. Tal interveno pontual se faz,por vezes, em decorrncia de uma contingncia histrica passageira, determinada por razes o maisdas vezes de cunho econmico, como o caso das sucessivas leis que buscaram disciplinar asrelaes de locao de imveis, conforme a escassez maior ou menor dos bens disponveis para estefim.

    Mas pode tambm se dar no apenas por uma contingncia histrica, mas por uma realidade

    histrica duradoura ou permanente. Por isso que os contratos de locao de servios e o deempreitada deixaram de se reger pelas normas relativas s obrigaes privadas, "publicizando-se" eautonomizando-se de forma a constituir uma nova disciplina jurdica, o Direito do Trabalho, se bemque uma nova conformao da realidade histrica possa estar a se avizinhar, autorizando opensamento de alguns no sentido do retorno ao Direito Privado.

    Tambm a conscincia, por parte do Estado, de que a autonomia da vontade pode serconstantemente prejudicial a uma das partes, posta na relao material creditria em uma situaode hipossuficincia, pode autorizar tal interveno, como ocorreu nos contratos de seguro, nos

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    contratos bancrios, nas relaes de consumo.

    Mas estas mudanas pontuais, ditadas pela necessidade prtica, e que, em ltima anlise, tm

    mesmo a finalidade de proteger a funo do direito das obrigaes que garantir o comrciojurdico, acabam por no modificar substancialmente a estrutura da relao obrigacional.

    A teoria geral das obrigaes permanece esttica, inerte, quase imutvel, apesar do aumentodo comrcio jurdico (crescentepulverizao das relaes obrigacionais, segundo Venosa p. 29 eintensificao da atividade econmica, na expresso de Maria Helena Diniz p. 4), dos impulsos deconsumo estimulados pela propaganda e pela publicidade, e apesar, ainda, das novas tecnologias,como a internet, que cria formas novas de obrigao, mas que continuam a se reger pelas regras deantanho. Por qu?

    Certamente o esprito prtico dos juristas romanos contribuiu, em grande parte, para esta

    imutabilidadeposterior. Uma imutabilidade que no se imps pela fora, nem pela hierarquia, ouseja, uma imutabilidade que no teve de ser defendida pelo uso do poder, nem pela previsibilidadede rigidez do ordenamento jurdico obrigacional.

    J salientei, e volto a faz-lo, agora na companhia de Silvio de Salvo Venosa (p. 30), que estaimutabilidade relativa e que ocorreram modificaes e no poucas, mas algumas at mesmorelevantes, como aquela verificada ainda no Direito Romano relativa economicidade da obrigao,retirando-se a possibilidade de execuo pessoal, garantindo-se o cumprimento do pactuado com opatrimnio, presente e futuro, do devedor (Lex Poetelia Papiria).

    O mais interessante de notar a homogeneidade com que as modificaes se foram operandono direito obrigacional posterior, nos diversos pases e nas diversas regies, bem como asimultaneidade mais ou menos rigorosa com que foram se verificando. Tudo devido s necessidadeseconmicas que iam se produzindo. Tambm hoje, ainda, se verifica o mesmo fenmeno, tudo sepassa dessa forma, neste contemporneo tempo em que as comunicaes se aceleraram e asdistncias entre os povos tendem virtualidade, construindo um crescente reclamo de conforto peloindivduo, na expresso sempre refinada de Silvio Rodrigues (p. 3)...

    Rodolfo Sacco (p. 37 e ss.) quem chama a ateno para uma caracterstica muito peculiar daorigem remota da obrigao enquanto liame jurdico: para este professor da Universidade de Turim aobrigao nasce, ainda no perodo neoltico, por uma questo de necessidade econmica, deimpossibilidade pessoal para a obteno de todas as necessidades individuais. , assim, o coletivoque se obrigaa facilitar a consecuo das necessidades de um de seus membros o qual,

    posteriormente, se sente na obrigao de retribuir. A fonte da obrigao , ento, a necessidade degrupo.

    Essa mesma necessidade de grupo permanece presente, ainda que latente, quando se atentapara o seguinte: uma necessidade de repudiar e corrigir um desequilbrio, um enriquecimentodesproporcionado. Por isso, quem experimenta uma vantagem, fica obrigado a proporcion-la, deforma justa e equivalente, quele que lha proporcionou. Aqui, a prestao anterior obrigao, talcomo ocorre, segundo lembra o mesmo autor, nos contratos de fato, nos quase-contratos.

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    Mas da natureza, ou da fraqueza humana como preferiro alguns, transformar rapidamente

    as necessidades econmicas em ambies. Acumular capital, aumentar o patrimnio. No difcilimaginar os engenhos arquitetados pela alma humana no sentido de se safar do cumprimento de

    uma obrigao, depois de ter j auferido a prestao.

    Bem por isso, as regras relativas ao incumprimento foram sendo talhadas. As prescries paraos casos de perda do objeto por culpa de quem o detivesse, de impossibilidade da observncia dodever, foram, a pouco e pouco, se desenvolvendo.

    Mas tambm no difcil perceber o interesse quotidiano de todos no bom cumprimento dasobrigaes; as sensaes de justia que desperta. E aqui est a explicao para o enormedesenvolvimento doutrinrio e jurisprudencial da matria at nossos dias. Desenvolvimento este queno foi s grande. Foi tambm e principalmente slido. Aqui a razo de certa imutabilidade nosconceitos e nas normas, a que no ficou imune o Cdigo Civil aprovado em janeiro deste ano.

    3. O Cdigo Civil de 2002 e seus reflexos no sistema obrigacional brasileiro

    Com efeito, o Livro I da Parte Especial do Cdigo Civil aquele que apresenta o menor nmerode alteraes substanciais. Modificaes no sentido da reordenao de suas normas foram, noentanto, operadas, a comear pela colocao deste livro logo na abertura da Parte Especial doCdigo, como de resto j vinha sendo feito nas Faculdades de Direito de nosso pas, na esteira dacolocao das matrias operada pelo Cdigo Civil alemo.

    Composto por dez Ttulos, trata o Cdigo, nos quatro primeiros Ttulos, das regras geraisatinentes s obrigaes. Nos dois Ttulos subseqentes versa a respeito dos contratos, separando asdisposies comuns a todos, daquelas atinentes a cada contrato em especial. O stimo Ttulo ocupa-se dos atos unilaterais que obrigam aquele que tenha agido por si. Cumprindo o intuito de unificarasobrigaes civis e comerciais, passa o Cdigo Civil a ocupar-se dos ttulos de crdito no Ttulo oitavo.O penltimo Ttulo traa asprescries atinentes responsabilidade civil, quer quanto obrigao deindenizar, quer ainda no que respeita indenizao em si. Por fim, no ltimo Ttulo, versa acerca daspreferncias e privilgios creditrios.

    Vou me restringir, nesta exposio, aos quatro primeiros Ttulos deste Livro, uma vez que sobre isto que falei at aqui e tambm porque o tempo me obriga a ser sinttica nesta fase de nossaconversa.

    O primeiro Ttulo do Livro I da Parte Especial cuida das modalidades das obrigaes, ou seja,desenha o perfil das obrigaes tal qual elas podem se expressar no mundo do ser.

    O primeiro perfil , ento, aquele pelo qual uma ou mais pessoas se obrigam diante de outra ououtras a entregar uma coisa. Nesse caso, ento, a prestao se verifica em um objeto que dado, emvirtude do acordo de vontades. Este objeto que dado pode ser uma coisa certa ou incerta, como sesabe. Mas a coisa incerta deve ser indicada ao menos pelo gnero (espcie, segundo o projeto de leido Dep. Fiza) e pela quantidade, cabendo a uma das partes, normalmente o devedor, proceder

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    escolha, individuao do objeto segundo as regras do direito positivo. A nica modificaosubstancial que este modelo de obrigao sofreu no novo Cdigo est assente no art. 245, segundo oqual, quando se trate de obrigao de entrega de coisa incerta, passam a vigorar as regras atinentes

    obrigao de dar coisa certa, com a conseqente distribuio da culpa pelo perecimento eventualdo objeto, assim como as regras a respeito dos frutos e melhoramentos, no mais a partir domomento em que a escolha efetivada, mas sim do momento em que esta escolha foi levada aoconhecimento da outra parte. Apesar do artigo mencionado s se referir cientificao do credor(tendo em conta, portanto, o comum das situaes que a escolha pelo devedor), deve este artigoser lido segundo a mesma ratio, em sendo a escolha facultada ao credor, pelo pactuado, quandoento estar este obrigado a dar a conhecer sua deciso ao devedor, at mesmo para que esteproceda entrega da coisa...

    Mas importante notar que esta pequena modificao no infirma aquilo que foi dito at aqui.As regras no mudaram. Mudou apenas um pormenor. Importante, verdade, porque d maior

    certeza e estabilidade distribuio dos nus relativos aos danos, mas estas regras, que dizemrespeito substncia da obrigao de dar, no se alteraram.

    O segundo grande modelo traado pelo legislador e que diz respeito tambm ao objeto daprestao aquele relativo quer faco, quer no faco de uma certa tarefa. Refiro-me sobrigaes de fazer e no fazer. Nestes modelos o legislador incluiu uma regra nova, repetida querno art. 249, quer no art. 251, regra esta que permite ao credor, verificada a urgncia que requeira amedida, e independentemente de autorizao judicial para tanto, mandar executar o fato, s suasexpensas, ressarcindo-se do prejuzo ao depois, ou desfazer aquilo a que o devedor era obrigado ano fazer, cabvel tambm o posterior ressarcimento, sempre pelo devedor. bvio que no curso daao de ressarcimento dever o credor demonstrar que a situao era de urgncia extrema que lheimpedia at a tentativa de buscar autorizao judicial para tanto.

    Esta modificao operada pelo legislador, tambm importante e tendente manuteno dobem jurdico envolvido, modificao que joga a favor da segurana jurdica, refere-se tambm mais auma questo procedimental que material. Vale dizer: o credor j poderia ser ressarcido segundo aletra dos arts. 881 e 883 do CC/1916. Apenas no estava expressa esta quase auto-tutela. Dissequase auto-tutela porque, como j salientei e fao questo de reafirmar, poder o juiz entender quea urgncia no era tamanha que autorizasse a faco ou o desfazimento do fato, devendo o credorter agido com maior prudncia e cautela, constatando que a ao poderia ter sido praticada a melhorpreo, por exemplo, pelo que poder o juiz determinar, nesse caso e ausente a urgncia, que oressarcimento se faa pelo preo menor, por ter sido precipitado o credor. Ou seja, a auto-tutela noexiste porque o juiz mantm a tutela estatal em seu poder, ainda que por verificao a posteriori.

    As obrigaes alternativas, por sua vez, modificaram-se tambm de forma supletiva, na medidaem que o acrscimo de dois pargrafos ao art. 252, pargrafos estes sem paralelo na vetustalegislao, torna claro a quem cabe a escolha no caso de multiplicidade de optantes, os quais nochegam a bom acordo no prazo determinado pela autoridade judicial, bem como no caso de caber aescolha a um terceiro que no possa ou que se recuse a optar. Nestes casos, ser o juiz quemescolher a prestao para a hiptese sob litgio. Tambm aqui, portanto, o aperfeioamento doCdigo Civil de 2002 pertinente a regra secundria, que supre a "deficincia" (se que e tratava

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    mesmo de uma deficincia...) do sistema anterior, mas no modifica tal sistema.

    Quanto s obrigaes divisveis ou indivisveis a nica modificao do legislador foi no sentido

    de incluir um novo artigo neste Captulo, artigo este que define as hipteses de indivisibilidade daobrigao, na esteira, alis, do pensamento doutrinrio a respeito.

    No que respeita s obrigaes solidrias, acresce o legislador regras solidariedade ativa queso relacionadas mais defesa do devedor e s conseqncias do julgamento do que substncia dasolidariedade mesma, confirmando, ainda uma vez mais, as teses defendidas no incio destaexposio... at porque quanto solidariedade passiva nenhuma modificao de monta se podeverificar.

    O segundo Ttulo deste mesmo Livro trata da transmisso das obrigaes e se reportasubstancialmente, em dois Captulos, cesso de crdito, que no Cdigo anterior tinha o status de

    Ttulo, e assuno de dvida, figura no tratada no Cdigo Civil de 1916.

    Relativamente cesso de crdito uma importante modificao foi procedida, do ponto devista positivo. Trata-se da previso, agora expressa, de que o cessionrio de boa-f no poder serconfrontado com uma eventual clusula que proibisse a cesso do crdito, se tal clusula no estiveraposta no instrumento da obrigao. Mas a esta concluso j se chegava no sistema anterior peloraciocnio lgico. Como lembra Silvio de Salvo Venosa (p. 330), o terceiro poder ter tomadoconhecimento da proibio de outra forma, o que lhe suprime a boa-f, o que dever ser examinado

    no caso concreto.

    Outra alterao no quadro geral positivo da cesso de crdito a previso, no art. 293 do CC,de que o cessionrio poder, ainda que desconhecida a cesso pelo devedor, ou seja, ainda odevedor no tenha sido notificado da modificao subjetiva operada no plo ativo da relaocreditria, exercer os atos conservatrios do direito cedido. A notificao sempre foi tida como algonecessrio para que a cesso passasse a produzir efeitos relativamente ao devedor, inclusive paraque este a impugnasse, fosse este o caso. Mas a doutrina j aceitava (cf. Silvio de Salvo Venosa, p.337) que o cessionrio conservasse os direitos cedidos anteriormente notificao at porque, comoj ressaltara Orlando Gomes (p. 209), a notificao no elemento essencial validade da cesso,mas to-s elemento essencial para que ela seja eficaz relativamente ao devedor. Esta lio dosaudoso mestre foi, alis, acolhida pelo legislador quando este substitui no art. 290 a expresso novale do art. 1.069 por no tem eficcia.

    Quanto assuno de dvida, tambm chamada, mesmo depois da aprovao do Cdigo, de

    cesso do dbito por parte da doutrina, como Silvio Rodrigues e Maria Helena Diniz, por exemplo,cabe a verificao da conformidade das regras institudas pelo Cdigo com aquelas anteriormentepreconizadas pela doutrina, como forma de se verificar a estabilidade ou no de suas regras. Ater-me-ei, ainda, ao Projeto de Lei apresentado pelo Deputado Ricardo Fiza ao Parlamento no sentidode alterar uma srie de disposies do Cdigo Civil ainda no em vigor, projeto este que alteraalgumas das regras atinentes assuno de dvida.

    Segundo Orlando Gomes (p. 215), para quem no existe uma melhor denominao para oinstituto em nosso vernculo, assuno de dvida a traduo literal do ttulo que o instituto recebe

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    no Direito alemo, um dos primeiros sistemas jurdicos, ao lado do Suo, a prev-lo. Trata-se dasubstituio do sujeito passivo da relao creditria, sem que isto implique modificao daobrigao, quando ento, estar-se-ia diante de uma novao subjetiva passiva. A obrigao, assim,

    permanece a mesma, com mera substituio do devedor. Mas como a substituio do devedor podeimplicar o no cumprimento da obrigao, por ser o novo devedor insolvente, por exemplo, exige alei a concordncia expressa do credor, se a assuno tiver sido pactuada pelo devedor primitivo como terceiro. Mas ela pode tambm se configurar pelo acordo de vontades diretamente levada a efeitoentre o credor e o terceiro, vendo-se assim o devedor primitivo liberado do vnculo.

    A vantagem da assuno de dvida sobre a novao subjetiva passiva reside, segundo o mesmoautor, na circunstncia de que no extingue os direitos acessrios nem as garantias da dvida (p.225). Com efeito, se o acessrio segue o destino do principal, extinta a obrigao anterior, pelanovao, extintas estaro as obrigaes secundrias, a menos que previstas no novo negcio. Assimtambm as garantias dadas relativamente quela dvida: extinta, no subsistem. J se configurada a

    assuno da dvida, subsiste a obrigao primitiva, in totum, salvo as garantias especiaisoriginariamente dadas pelo devedor ao credor, a menos que aquele concorde com uma eventualmanuteno contratada (CC, art. 300).

    O Projeto de Lei referido modifica a redao deste art. 300 para restringir a no subsistnciadestas garantias especiais apenas s hipteses em que estas mesmas garantias sejam inseparveis dapessoa do devedor primitivo. O projeto acrescenta, ainda, um pargrafo nico a este artigo segundoo qual as garantias do crdito que tiverem sido prestadas por terceiro s subsistiro com oassentimento deste. No parece uma boa previso legal, posto que desfigura o carter da assunode dvida que justamente a sua continuidade no tempo. Exigir a concordncia do garante d a idiade que se trata de uma nova obrigao, o que falso. Por isso, parece que a melhor soluo a noaprovao deste pargrafo nico projetado ou seu veto pelo Presidente da Repblica.

    O Projeto modifica ainda o art. 299, tornando-o verdadeiramente extenso, ajuntando lei oscaracteres doutrinrios do instituto, sem, no entanto, modificar-lhes.

    Avanando, o Ttulo III trata do adimplemento das obrigaes, seja pelo pagamento, seja poroutras formas a este assemelhadas, acarretando, em conseqncia, a extino das obrigaes.

    Relativamente ao pagamento, subjetivamente considerado, ou seja, relativamente s pessoasque devem efetuar o pagamento e quelas que tm o interesse, o direito ou mesmo o dever dereceber a prestao, a nica modificao de pequena monta refere-se ao pagamento efetuado porterceiro que no tinha interesse na relao e que tenha efetivado o pagamento por sua prpria

    conta. Neste caso, f-lo por sua conta Erisco, na medida que o art. 306 determina que o devedor sreembolsar o terceiro se no dispusesse de meios de se exonerar do cumprimento da obrigao porestar esta prescrita, por exemplo. Concorda-se com Silvio de Salvo Venosa (p. 183 e 184), quandoeste afirma que o dispositivo encontra-se redigido de forma pouco clara, merecendo mais cuidadaredao. O dispositivo encontra-se redigido com elegncia, verdade, e no difere de seu ancestral,o art. 932 do CC/1916, em substncia, mas poderia mesmo ser juridicamente mais claro. Da que oProjeto de Lei a que j me referi acrescente uma parte final ao artigo para aclarar a lei no sentido queaqui expus.

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    J quanto ao objeto do pagamento e sua prova, sofreu a seo alguma modificao formal, pelo

    reordenar dos artigos deste livro, vindo para c ter, regras que at ento encontravam-se dispersaspelos outros captulos ou ttulos, mas que ficam melhor ordenadas neste local.

    Alm disso, previram-se nesta mesma seo as regras relativas ao pagamento das obrigaesque se devam operar em dinheiro, prevendo-se como regra geral o pagamento em moeda correntenacional, parmetro este que deve ser seguido ainda para a fixao do valor da prestao,nulificando-se os pactos que tenham o ouro ou uma moeda estrangeira como parmetro de aferiode valor ou reposio do poder de compra da moeda nacional, em escala mundial, salvo os casosprevistos na legislao especial.

    Prev-se, ainda, a possibilidade de que o juiz reajuste o valor das prestaes, sempre que, apedido de uma das partes, verifique-se a desproporo manifesta entre o valor da prestao eaquele que a mesma assumia no momento da pactuao, mas apenas quando esta desproporo

    configurar-se imprevisvel ao tempo do ajuste das partes. Previses deste tipo so assumidas emdecorrncia das sucessivas crises financeiras que assolaram o pas, bem como a to sonhadaestabilidade da moeda nacional...

    No que concerne quitao, passou-se a prever expressamente a possibilidade de esta serdada por instrumento particular, o que j se admitia, bem como tornou-se claro que a falta de um deseus requisitos no a invalida, se resultar de seus elementos a concluso de que a dvida foiefetivamente paga (CC, art. 320).

    Espao-temporalmente, as previses acerca do pagamento tambm no se alteraram de formasignificativa. No entanto, foram somados dois artigos a este tema, mais especificamente no quetange ao lugar do pagamento. Um deles deixa claro que na hiptese de se verificar um motivo graveque impea, dificulte ou torne invivel o pagamento no local pactuado, ser lcito ao devedoraperfeio-lo em outro local, sem que isto cause prejuzo para o credor (CC, art. 329). A outra"inovao" refere-se presuno de que o pagamento reiteradamente efetuado em local diverso dodeterminado na obrigao, sem que o credor a isto se tenha oposto, faz presumir que este ltimorenunciou ao seu direito de receber a prestao no local contratado.

    Relativamente s outras formas de extino das obrigaes que no o pagamento, tambmtratadas neste Ttulo III sob anlise, h que se fazer referncia transferncia de dois Captulostratados neste local pelo Cdigo Civil de 1916 para o Ttulo V deste Livro, relativo s vrias espciesde contrato. Trata-se da transao e do compromisso, sendo certo que este ltimo captulo, noCC/1916, estava expressamente revogado pela Lei 9.307/1996, relativa a arbitragem, tendo agora

    retornado ao Cdigo Civil de 2002, sem necessidade nenhuma, posto que melhor sistematizado epormenorizado na referida lei.

    Mas no que se refere s formas de extino da obrigao que permaneceram neste Ttulo,convm deixar claro que a maioria delas no sofreu qualquer modificao nos dispositivos que asregulamenta. Assim: opagamento em consignao, salvo a expressa meno de sua modalidadebancria, entretanto j prevista no ordenamento jurdico nacional; a imputao do pagamento; anovao e a compensao no sofreram alteraes, salvo aquelas ligadas redao e gramtica...

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    Apenas nos Captulos relativos dao em pagamento e remisso de dvidas, que se

    ressalvou, agora expressamente, os direitos atinentes a terceiros, quer quanto aos credores evictosda coisa dada em pagamento (CC, art. 356), quer quanto aos prejudicados pela remisso aceita pelo

    devedor (CC, art. 385), como sejam os credores do remitente. Em ambas as hipteses a conseqncia o restabelecimento da obrigao primitiva. Ademais, ressalte-se que a aceitao da remisso dadvida pelo devedor, agora legalmente prevista, era j exigida pela doutrina e pelo direito comparado(Cf. Venosa, p. 327).

    Por fim, o Ttulo IV do Livro Primeiro trata do inadimplemento das obrigaes, daquelasobrigaes que no so levadas a bom termo ou que l chegam de forma defeituosa, incompleta.

    Nestes casos, o patrimnio do devedor que responde pelo seu inadimplemento, ou seja, ocredor ir buscar a satisfao de seu crdito no conjunto de bens pertencentes ao devedor, podendopara tanto requerer a penhora e a venda em hasta pblica de tantos quantos sejam necessrios para

    a satisfao do crdito. Esta regra qual j me referi advm da Lex Poetelia Papiria, a partir da qual odevedor deixou de ver seu corpo ou sua liberdade respondendo por suas dvidas (salvo ainda no casode obrigaes alimentares e, para alguns, do devedor fiducirio), mas s agora entrou para o CdigoCivil brasileiro. Nem por isso pessoas eram reduzidas a escravas ou mortas por seus credores, tendoseu corpo dividido no mesmo nmero daqueles. Est bem, a regra constava do Cdigo de ProcessoCivil. O que eu quis ressaltar foi to-s a estabilidade das regras obrigacionais. Desde Lex PoeteliaPapiria isso assim...

    Outra modificao mais palpvel e mais economicista, mas nem por isso menos necessria, foia previso de o devedor inadimplente responde por perdas e danos, como sempre o fez, mas agora o prprio Cdigo quem prev a penalizao por juros, o reajuste destes valores pelos ndices oficiaisregularmente estabelecidos e o pagamento dos honorrios de advogado.

    Relativamente mora, prev-se agora a sua constituio por interpelao judicial ouextrajudicial, em lugar da interpelao, da notificao ou do protesto, o que vem a dar no mesmo...O art. 401 no traz, por sua vez, a previso da purgao da mora por ambas as partes, uma vez que,no caso, no havia mesmo como purgar a mora, como lembravam j os doutrinadores, falando Silviode Salvo Venosa (p. 247), com mais propriedade, em uma anulao da mora, na medida em que,sendo ambas as partes devedoras, uma nada poderia imputar outra.

    Relativamente s perdas e danos, traz o Cdigo Civil aprovado em janeiro deste ano umaimportante previso que no constava do Cdigo anterior e que atende aos reclamos de justia,funo primordial do Direito. Segundo o pargrafo nico do art. 404, o juiz poder conceder ao

    credor prejudicado uma indenizao suplementar, sempre que restar comprovado que os juros damora no cobriram suficientemente o prejuzo experimentado e sempre que, cumulativamente, noestivesse prevista na obrigao inadimplida uma pena convencional, a chamada clusula penal.

    Os juros legais, aplicveis na hiptese de omisso na conveno estabelecida pelas partes,anteriormente fixados de forma estanque pelo legislador civil na base dos 6% (seis por cento) ao ano,encontram-se agora pendentes da verificao da taxa praticada pela Fazenda Nacional para a morano caso de no pagamento de impostos federais. Apesar de ser silente a norma acabada de explicar,incidir a taxa vigente no dia da citao inicial do inadimplente, segundo dispem os arts. 406 e 405,

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    combinados.

    No que concerne clusula penal, duas alteraes mostram-se significativas:

    A primeira diz respeito possibilidade de o magistrado reduzir o seu valor no apenas nahiptese de cumprimento parcial da obrigao pactuada, como tambm se verificar que o montanteda penalidade, apesar de no ultrapassar o valor da obrigao principal, mostra-se manifestamenteexcessivo em comparao com a natureza e a finalidade do negcio.

    A segunda reporta-se ao pargrafo nico do art. 416, segundo o qual as partes poderoconvencionar que, na hiptese de o prejuzo experimentado pela parte em razo do inadimplementoda outra ser superior ao valor previsto em clusula penal, ser possvel a imposio de indenizaosuplementar pelo juiz, valendo a clusula penal como mnimo da indenizao, cabendo ao credor aprova do prejuzo excedente. Mas isso s ser possvel se existir expressa previso no instrumento da

    obrigao. Caso contrrio, prevista clusula penal, impossvel a dupla penalizao. Bem por isso, noassiste razo ao pensamento de Maria Helena Diniz, j na primeira edio de sua obra publicada apsa aprovao do Cdigo Civil de 2002 quando esta afirma, s pginas 389, que impossvel acumular amulta com as perdas e danos, salvo em caso de dolo do devedor, desfalcando, p.ex., a coisa a ser

    devolvida, hiptese em que a indenizao cobrir o ato lesivo em toda a sua extenso. No atentou ailustre Professora da PUC de So Paulo para a permisso legislativa para conveno em contrrio.

    Por fim, no Captulo referente s arras ou ao sinal, o tratamento dado pelo novo Cdigo foimais moderno e adequado jurisprudncia mais recente, como ressalta Silvio de Salvo Venosa (p.538), suprimindo-se inclusive dois dispositivos que se mostravam desnecessrios segundo omagistrio de Silvio Rodrigues (p. 284) autor que, entre ns, mais se dedicou ao estudo das arras, emuma monografia especfica.

    Chegando ao fim deste percurso que pode ter sido maante e desagradvel para a maioria dosque tiverem a pacincia de me ouvir, s me cabe pedir as devidas desculpas e comprovar aquilo queme dispus fazer: as parcas alteraes sofridas pelo Cdigo Civil no que concerne Parte Geral doDireito das Obrigaes mostram-se alteraes lgicas a que se chegava pela aplicao dos princpiosgerais do direito e da matria em apreo; outras so transcries do gnio dos autores queescreveram sobra a matria, idias agora positivadas. E se atentarmos, juntos, eu e vocs, sprincipais alteraes, aquelas mais interessantes e revolucionrias que se encontram neste ltimoTtulo relativo ao inadimplemento das obrigaes so regras de responsabilidade civil e no de teoriageral das obrigaes...

    4. Perspectivas do direito das obrigaes e as geraes futuras enquanto destinatrias dasobrigaes

    Mas no quero me ir embora daqui sem deixar-lhes um algo para pensar. Sem que possamos,mais uma vez juntos, olhar para o futuro. Um futuro no qual no mais estaremos aqui. Um futuroque diz respeito s geraes futuras, tema este que tem preocupado muitos juristas, principalmentenos Estados Unidos da Amrica do Norte e da Europa e que comea a preocupar tambm a ns,

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    brasileiros.

    Segundo um esquema tradicional, dizemos que est numa situao de obrigao quem

    renunciou a um privilgio anterior, representado pela absteno de uma obrigao, para conferir aalgum um direito, fundando-se assim no consentimento, vale dizer, na adeso de uma parte proposta feita pela outra. A esta troca de consentimentos d-se o nome de acordo de vontades.

    Todo este esquema lgico a que chegou o Prof. Jean-Yves Goffi (p 234 a 237), baseando-se noesquema de relaes jurdicas traado pelo jurista estadunidense do comeo do sculo XX, WesleyNewcomb Hohfeld, permite pr em cheque o esquema das relaes obrigacionais sempre queverificarmos a tutela das geraes futuras, um termo que tem ganho os mais diversos significados noramo da biotica e da sociologia, mas que pode ser sumariamente definido aqui, como premissa, poraquelas geraes com as quais nem eu nem vocs vamos conviver, com absoluta certeza. No setrata portanto da prole eventual de alguns de vocs, nem da prole eventual de meus filhos, nem dos

    filhos dos demais. muito possvel que eu possa conviver com os meus netos e, quem sabe, tambmcom os meus bisnetos. Estas no so as geraes futuras. As geraes futuras so os netos dos meusnetos, dos meus bisnetos.

    Fcil perceber que estas pessoas, que no dispem de personalidade (nem mesmo o nascituroa detm!), no podem ter vontade, no podem, portanto, renunciar ao privilgio de no estarobrigado, porque nem privilgios eles tm...

    A tendncia dos juristas proteger esta classe de seres indeterminados, garantir que elestenham a possibilidade de estar aqui neste planeta daqui a algumas dcadas ou sculos. Da porqueo Conselho da Europa tenha declarado, em 1979, a fauna e a flora um patrimnio que importapreservar e transmitir s geraes futuras; da porque o Congresso Americano tenha imposto, em1969, o dever de proteger o meio ambiente para o bem das geraes futuras (Cf. em Goffi, p. 233).

    A grande pergunta que se faz, ento, a seguinte: estas pessoas tem mesmo o interesse deviver neste mundo que vivemos? -nos lcito condicion-los desta forma, se ns no fomoscondicionados a viver nem na Idade Antiga, nem na Idade Mdia?

    Mas o que que tudo isso tem a ver com o Direito das Obrigaes?

    Em interessante artigo publicado nos Arquivos de Filosofia do Direito (Archives de philosophiedu droit), o professor de Filosofia do Direito Jean-Yves Goffi abordou esta temtica, confrontando oesquema das relaes de crdito at hoje pensado com base no acordo de vontades, no

    consentimento, ofertando um novo esquema para estas relaes de crdito e dbito baseadas nomais no consentimento, mas, sim, no interesse protegido. Desta forma, pensa o Professor Goffi,poder-se- garantir s geraes futuras a tutela de sua possvel existncia.

    bem verdade que o estudo do Professor Goffi tenha sido desenvolvido propositadamentepara um colquio acerca do Direito das Obrigaes, da ter ele centrado sua anlise, de uma formaat um pouco forada, na possibilidade de serem as geraes futuras sujeitos de obrigaes civis.

    Mas como se tratava de discutir com vocs, aqui nesta bela cidade, neste Belo Horizonte, a

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    tendencial imutabilidade do Direito das Obrigaes, achei por bem fomentar o debate, dando notciadesta interessante questo que mais me suscita dvidas que certezas. Espero que possa acontecer omesmo com vocs, porque isto que o mundo moderno nos vais exigir.

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    Agradeo a colaborao do Bel. Gustavo Ferraz de Campos Mnaco que me auxiliou na organizaodessas notas, tantas delas constantes dos originais de meu livro Direito das Obrigaes, no prelo.

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    Sobre a autora

    Giselda Maria Fernandes Novaes HironakaE-mail:Entre em contatoHome-page:www.usp.br/fd/departamentos/civil/docentes/giselda.html

    Sobre o texto:Palestra proferida no Seminrio Nacional sobre o novo Cdigo Civil, promovido pela Escola Superior deAdvocacia de Minas Gerais, em Belo Horizonte, 29 de agosto de 2002.Texto inserido no Jus Navigandi n65 (05.2003)Elaborado em 08.2002.

    Informaes bibliogrficas:Conforme a NBR 6023:2000 da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), este texto cientficopublicado em peridico eletrnico deve ser citado da seguinte forma:HIRONAKA, Giselda Maria Fernandes Novaes. Direito das Obrigaes: carter de permanncia dos seusinstitutos, as alteraes produzidas pela lei civil brasileira de 2002 e a tutela das geraes . Jus Navigandi,Teresina, ano 7, n. 65, maio 2003. Disponvel em: .Acesso em: 27 set. 2008.

    TEXTO 02 - Obrigao alimentar e o descabimento de sua atualizao pelo IGP-M Profa. MARIA BERENICE

    DIAS

    Disponvel no excelente site:www.ibdfam.com.br(acessado em 04.04.2009)

    27.11.2006Recentes decises das 7 e 8 Cmaras Tribunal de Justia do Rio Grande do Sul, proferidas em aesrevisionais de alimentos alteraram, de ofcio, o ndice de correo da obrigao alimentar. Fixados osalimentos em salrios mnimos, e independentemente de solicitao de qualquer das partes, o valor dosalimentos passou a ser estipulado em importncia certa em dinheiro e determinada sua atualizao anualpelos ndices do IGP-M.

    A mudana levada a efeito mesmo sem a comprovao da forma de correo dos ganhos do devedor.Independente da profisso do alimentante e da origem de sua renda, no sequer questionada a ocorrnciade descompasso de seus rendimentos com a valorao do salrio mnimo. A inteno garantir aequalizao do valor dos alimentos para o futuro e, com isso, evitar novas demandas. Seja qual for ofundamento da ao, como, por exemplo, o nascimento de outro filho, vem desencadeando a automticamudana do ndice de correo.Talvez o mais inusitado seja o fato de que tal alterao ocorre at quando o credor quem recorre aoTribunal. Ou seja, manejado recurso pelo alimentado pleiteando a majorao dos alimentos, o ndice deatualizao do encargo alterado, adotando-se outro que lhe desfavorvel. De modo claro trata-se de umareformatio in pejus, o que vedado pelo sistema jurdico ptrio.

    http://contactar%28%27q0g%27%2C%204094%29/http://contactar%28%27q0g%27%2C%204094%29/http://contactar%28%27q0g%27%2C%204094%29/http://www.usp.br/fd/departamentos/civil/docentes/giselda.htmlhttp://www.usp.br/fd/departamentos/civil/docentes/giselda.htmlhttp://www.usp.br/fd/departamentos/civil/docentes/giselda.htmlhttp://www.ibdfam.com.br/http://www.ibdfam.com.br/http://www.ibdfam.com.br/http://www.ibdfam.com.br/http://www.usp.br/fd/departamentos/civil/docentes/giselda.htmlhttp://contactar%28%27q0g%27%2C%204094%29/
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    Um dos fundamentos de tais julgados que o reajuste do salrio mnimo supera os ndices da inflao.Porm, no se pode olvidar que durante dcadas o salrio mnimo perdeu seu poder de compra e sempre foireajustado bem abaixo da inflao. Somente nos ltimos anos a atual poltica governamental vem buscando

    assegurar sua valorizao. Os dois ltimos Presidentes da Repblica, com forte comprometimento de ordemsocial, procuraram recuperar o seu valor. Ainda assim, no atende sua finalidade constitucional, de sercapaz de atender s necessidades vitais bsicas do trabalhador e de sua famlia, como moradia, alimentao,educao, sade, lazer, vesturio, higiene, transporte e previdncia social. (C. F., art. 7, IV).Para superar o hipottico descompasso entre o valor dos alimentos fixados em salrios mnimos e osrendimentos do alimentante foi eleito como ndice de atualizao o IGP-M. No entanto, se a inteno corrigir o encargo pelo ndice de inflao, dito indexador o menos indicado, porquanto no mede aevoluo do poder de compra dos itens que compem a penso.O IGP-M calculado com base em ndices que levam em considerao elementos alheios s despesas quecusteiam os alimentos. So eles:- 60% do IPA (ndice de Preos do Atacado), que mede o preo de 431 produtos do atacado, sem relao

    imediata com o consumidor final.- 30% do IPC (ndice de Preos ao Consumidor), que consiste na pesquisa de preos de 388 produtos no eixoRio-So Paulo e apura a inflao diretamente das famlias que ganham de 1 a 33 salrios mnimos.- 10% do INCC (ndice Nacional da Construo Civil), que mensura a variao de preos de materiais deconstruo e de mo-de-obra, destinando-se primordialmente atualizao dos contratos de construocivil.No se pode descartar outro fato. O ajuste de valores por indicador econmico depende de clculosmatemticos de certa complexidade. Assim, se o alimentante foi condenado, em julho de 2005, a pagaralimentos de R$ 1.000,00, com correo anual pelo IGP-M, para calcular o valor da penso, dever ouconsultar um contador ou encontrar jornais onde constem os ndices de at um ano atrs. Pode aindaacessar a Internet, que o leva ao Manual da FGV, o qual explica em treze pginas como efetuar aatualizao.[1] Assim, aps identificar o ndice anual, que foi de 1,20%, precisar fazer o seguinte clculo:

    1.000,00 x (1 + ( 1,20) = 1.012,00100Isso tudo para descobrir que o novo valor dos alimentos: R$ 1.012,00.Mas no tudo. Caso os alimentos sejam ajustados conforme ndice do IGP-M, dependendo do ms, h orisco de que ocorra decrscimo no valor da penso alimentcia, pois em muitos perodos esse ndice negativo.Assim, na hiptese de se pretender utilizar um ndice de atualizao dos alimentos, parece que o maisadequado no seria o IGP-M mas o IPCA, que o termmetro para medio das metas inflacionrias, poisverifica as variaes dos custos com os gastos das pessoas que ganham de um a quarenta salrios mnimosnas regies metropolitanas de Belm, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio deJaneiro, Salvador, So Paulo, Goinia e Distrito Federal.

    De qualquer modo nenhum indexador empresta segurana para medir os custos dos produtos de primeiranecessidade. Sequer o IPCA serve como indicador para o ajuste do valor da obrigao alimentar, que, de ummodo geral, a nica fonte de subsistncia de crianas e adolescentes.Finalmente, no se pode olvidar que inmeros indexadores econmicos j foram extintos e ensejaramenxurradas de demandas judiciais. A esta ciranda no se podem sujeitar os credores de alimentos.Ainda que a Constituio Federal (art. 7, inc. IV) vede a vinculao do salrio mnimo para qualquer fim, e oCdigo Civil determine a atualizao da das prestaes alimentcias segundo ndice oficial (art. 1.710) no serevela inconstitucional a indexao das prestaes alimentcias pelo salrio mnimo. H longa data oSupremo Tribunal Federal, de forma pacfica, permite a sua utilizao como base de clculo de penses

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    alimentcias (RE 170203 Ministro Relator Ilmar Galvo, julgado em 30/11/1993). Esta posio mantm-seat os dias de hoje (RE 274897 Ministra Relatora Ellen Gracie julgado em 20/9/2005).A legitimidade de tal indexao est cristalizada na Smula 490: A penso correspondente indenizao

    oriunda de responsabilidade civil deve ser calculada com base no salrio mnimo vigente ao tempo dasentena e ajustar-se- s variaes ulteriores.Ademais, a utilizao do salrio mnimo como base de clculo dos alimentos foi recentemente confirmadapelo legislador, por meio da Lei 11.232/05, que, incluindo no Cdigo de Processo Civil o art. 475Q, 4,determinou a aplicao do salrio mnimo para fixao dos alimentos oriundos de indenizao por ato ilcito.Esta explicitao foi bem aceita pela doutrina.[2] Na opinio de Glauco Gumerato Ramos:[3] a fixao dovalor da penso em salrios mnimos viabiliza uma maior segurana em relao aos valores devidos a estettulo, independentemente das discusses no plano nacional acerca do poder aquisitivo do valor nominal dosalrio mnimo. O mais importante, j que se trata de obrigao alimentar, o firmamento de critriosseguros quanto aos limites da prestao imposta, o que sem dvida importante tanto sob a tica do credorquanto do devedor.

    Ora, se por fora de lei os alimentos devidos em razo de ato ilcito, que sequer so fixados atentando snecessidades do credor, devem ser fixados com base no salrio mnimo, maior razo h para que as pensesalimentcias do mbito do Direito de Famlia tambm o sejam. Nada justifica deixar de fazer uso do mesmocritrio atualizador na dvida alimentar decorrente de obrigao que visa a garantir a subsistncia doalimentando.Eleito pela lei o salrio mnimo como parmetro, descabida sua substituio por qualquer ndice deatualizao monetria na fixao dos alimentos. No h como simplesmente alterar a base de clculo semque alguma das partes tenha buscado reverter o critrio de atualizao. Nada justifica que passe a Justia, deofcio, a fixar penses alimentcias de acordo com indexador sujeito a flutuaes que no guardamconsonncia com a variao dos itens que integram o encargo.Alis, sequer est havendo a preocupao de saber se a receita do alimentante est sujeita a qualquerdefasagem, qual a forma de atualizao de sua renda ou qual o ndice de crescimento de seus lucros. Nem

    sempre os profissionais liberais ou os empresrios deixam de ter ganhos compatveis com o aumento dosalrio mnimo. Ao menos seria necessria a comprovao de que os rendimentos do devedor noacompanham o reajuste do salrio mnimo. Assim, sem a prova de que os rendimentos do alimentante noalcanam os seus ndices, inadmissvel a modificao, de ofcio, do fator atualizador dos alimentos. sclaras que este proceder, sem que seja buscada tal alterao em juzo, se evidencia flagrantementeprejudicial ao alimentando, no se revelando apto preservao do princpio da proporcionalidade.No bastasse tudo isso, inadequado o ndice escolhido. O IGP-M leva em considerao elementos alheioss despesas a serem custeadas pela prestao alimentcia. Alm da insegurana em face da possibilidade dasua extino, tambm h o risco da ocorrncia de deflao, o que poderia levar a eventual reduo do valordos alimentos. Finalmente, h o inconveniente da mensurao de tais valores, inacessvel maioria dapopulao por exigir clculos com significativo grau de complexidade.

    O salrio mnimo como indexador possui a vantagem da simplicidade. Todos sabem, com antecedncia, qualser o valor dos alimentos, e conseguem determinar, com facilidade, o que deve ser pago e o montante a serrecebido. Portanto, de todo desarrazoado deixar de aplic-lo, em prol da utilizao de um ndice difcil decalcular e que sequer possui relao com as despesas que devem ser custeadas com a prestao alimentcia.O compromisso da Justia resguardar o critrio da proporcionalidade, no podendo, por mera expectativade que futuramente possa haver eventual desequilbrio, alterar o fator de atualizao, sujeitando o credordos alimentos insegurana das alteraes do ndice escolhido.

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    Ainda que este motivo no deva nunca ser invocado, no h como deixar de atentar avalanche dedemandas que j esto sendo ajuizadas com a finalidade de alterar o ndice de correo, uma vez que aquase integralidade das penses alimentcias so fixadas segundo o salrio mnimo.

    De forma aleatria, e partindo da hipottica premissa de que eventualmente venha a ocorrer desequilbriofuturo no binmio alimentar, no pode a Justia colocar em risco a vida e a sobrevivncia de crianas eadolescentes a quem o Estado assegura, com prioridade absoluta, especial proteo.

    [1] Informao Econmica On Line. Busca por assunto. Rio de Janeiro.[2] CARNEIRO, Athos Gusmo. Revista Dialtica de Direito Processual n. 38. Do "Cumprimento da Sentena",conforme a Lei n. 11.232. Parcial Retorno ao Medievalismo? Por que no? p. 38. OLIVEIRA, C. A. Alvaro. ANova Execuo: Comentrios Lei n 11.232, de 22 de dez. de 2005. Editora Companhia Forense, 2006. p.229 e 230. THEODORO JUNIOR, Humberto. Revista Dialtica de Direito Processual n. 43. Ttulos ExecutivosJudiciais: o Cumprimento da Sentena segunda a Reforma do CPC Operada pela Lei n. 11.232, de 22 dedezembro de 2005. p. 70.

    [3] RAMOS, Glauco Gumerato. LIMA, Rodrigo da Cunha. MAZZEI, Rodrigo Reis. NEVES, Daniel AmorimAssumpo Neves. Reforma do CPC. Cumprimento da Sentena e Obrigao Alimentar. So Paulo: Revistados Tribunais, 2006, p. 288.

    Maria Berenice Dias desembargadora do TJRS e vice-Presidente Nacionaldo Instituto Brasileiro de Direito de Famlia - IBDFAM

    Portal IBDFAM - http://www.ibdfam.org.br/

    4. Bibliografia Bsica do Curso

    Fonte: Novo Curso de Direito Civil vol. II Obrigaes. Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho

    (Ed. Saraiva)www.editorajuspodivm.com.brouwww.saraivajur.com.br

    5. Fique por Dentro

    Texto publicado segunda, dia 24 de agosto de 2009NOTCIASJuiz impede apreenso de carro quase todo quitado

    POR GLUCIA MILCIO

    O juiz Paulo de Toledo Ribeiro Junior, da 4 Vara Especializada de Direito Bancrio de Cuiab (MT), se valeuda doutrina sobre o instituto do adimplemento substancial para impedir o banco Toyota de apreender umcarro alienado pela instituio com seis parcelas em atraso. Ainda cabe recurso da deciso.

    http://www.editorajuspodivm.com.br/http://www.editorajuspodivm.com.br/http://www.editorajuspodivm.com.br/http://www.saraivajur.com.br/http://www.saraivajur.com.br/http://www.saraivajur.com.br/http://s.conjur.com.br/dl/sentenca-teoria-adim.pdfhttp://s.conjur.com.br/dl/sentenca-teoria-adim.pdfhttp://www.saraivajur.com.br/http://www.editorajuspodivm.com.br/
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    No Direito Civil, o termo adimplemento significa o pagamento efetuado pelo devedor de uma obrigao, peloqual se satisfaz a dvida com o credor. O juiz explica que a teoria do adimplemento substancial surgiu naInglaterra, no Sculo XVIII, como reparao das injustias praticadas nos julgamentos dos tribunais. Segundo

    ele, os tribunais defendiam de forma absoluta o direito do credor de extinguir o contrato quando constatadoa falta de pagamento mesmo se o devedor j havia cumprido a maior parte de sua obrigao.

    Atento ao instituto, o juiz derrubou liminar concedida ao banco, com pedido de busca e apreenso, paralivrar o autor de perder o seu bem com mais de 90% dos valores pagos. O carro, que foi alienado pelainstituio financeira, foi financiado em 36 parcelas e restavam apenas as ltimas seis para ser quitado.Como o cliente atrasou o pagamento, o banco recorreu Justia para ter o carro de volta.

    O autor, por sua vez, tambm buscou auxlio do Judicirio. No pedido, ele alegou que o bem estava quasetodo quitado e pediu para afastar a liminar que concedeu a busca e apreenso do veculo.

    Ao analisar o pedido, o juiz destacou que, seguindo os rigores do diploma legal, a medida a ser tomadadeveria ser manter a liminar concedida ao banco e consolidar a posse e a propriedade nas mos do bem,haja vista que a lei clara nesse sentido, mas acrescentou que isso no fazer Justia.Nem sempre devemser seguidos os rigores da lei, sob pena de ferir princpios constitucionalmente tutelados, que comomagistrado, devo observar no sentido de prioridade mximo como umjuiz ativo, destacou.

    Paulo de Toledo registrou que o contrato foi adimplido substancialmente, no podendo o autorsimplesmente perder as parcelas pagas e ter o bem retirado do seu patrimnio. Motivo: j pagou 30 das 36parcelas. Ele acrescenta que, no adimplemento substancial, necessrio avaliar se a relao obrigacionalconcreta foi atingida, isto , se o contrato atingiu seus objetivos. A relao obrigacional complexa exige asatisfao dos interesses do credor, porm tem que se levar em considerao, tambm, os interesses dodevedor, de acordo com a boa-f, fundamentou.

    Ainda segundo o juiz, o banco deveria ajuizar outros tipos de ao para satisfazer seus interesses comoexecuo de contrato, perdas e danos ou at mesmo ao de cobrana. Assim, no merece outro desfechoseno assegurar ao autor, em respeito ao princpio da boa-f objetiva e a vedao do enriquecimento ilcitodo credor, a manuteno do bem em sua posse, registrou o juiz ao suspender a liminar de busca eapreenso.

    O juiz tambm declarou extinto o processo com resoluo do mrito, nos termos do artigo 269, inciso I, doCdigo de Processo Civil e condenou o banco a pagar as custas processuais e honorrios advocatcios fixadosem R$ 2 mil.

    Clique aqui para ler a deciso.

    GLUCIA MILCIO reprter da revista Consultor Jurdico

    Fonte:http://www.conjur.com.br/2009-ago-24/banco-nao-apreender-bem-alineado-foi-todo-quitado?imprimir=1acessado em 02 de abril de 2010.

    Segunda Seo uniformizar entendimento sobre dano moral por inscrio indevida de devedor contumaz

    http://s.conjur.com.br/dl/sentenca-teoria-adim.pdfmailto:glaucia%40consultorjuridico.com.brmailto:glaucia%40consultorjuridico.com.brhttp://www.conjur.com.br/2009-ago-24/banco-nao-apreender-bem-alineado-foi-todo-quitado?imprimir=1http://www.conjur.com.br/2009-ago-24/banco-nao-apreender-bem-alineado-foi-todo-quitado?imprimir=1http://www.conjur.com.br/2009-ago-24/banco-nao-apreender-bem-alineado-foi-todo-quitado?imprimir=1http://www.conjur.com.br/2009-ago-24/banco-nao-apreender-bem-alineado-foi-todo-quitado?imprimir=1http://www.conjur.com.br/2009-ago-24/banco-nao-apreender-bem-alineado-foi-todo-quitado?imprimir=1http://www.conjur.com.br/2009-ago-24/banco-nao-apreender-bem-alineado-foi-todo-quitado?imprimir=1mailto:glaucia%40consultorjuridico.com.brhttp://s.conjur.com.br/dl/sentenca-teoria-adim.pdf
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    05/05/2011

    A Segunda Seo do Superior Tribunal de Justia (STJ) deve uniformizar o entendimento sobre indenizao

    por danos morais decorrente de inscrio indevida em cadastro de inadimplentes para o caso de devedorcontumaz. O desembargador convocado Vasco Del La Giustina admitiu o processamento de uma reclamaoem que o Banco Cacique S/A se ope a uma deciso da 1 Turma Recursal dos Juizados Especiais Cveis eCriminais do Estado do Rio de Janeiro (RJ), que manteve a condenao do banco ao pagamento daindenizao.

    Segundo a instituio financeira, a deciso da turma recursal diverge da jurisprudncia pacifica desta Corte,baseada na Smula 385 do STJ. Assim, sustenta a inocorrncia de danos morais, pois a autora j possuiriaoutras inscries desabonadoras.

    O desembargador convocado admitiu o processamento da reclamao, destacando que o STJ firmou o

    entendimento de que a anotao irregular em cadastro de proteo ao crdito, no gera indenizao pordano moral, quando preexistente legitima inscrio, ressalvado o direito ao cancelamento.

    O relator determinou o aviso sobre a deciso liminar ao presidente do Tribunal de Justia do Rio de Janeiro,ao corregedor-geral da Justia do Rio de Janeiro e ao presidente da Turma Recursal, informando oprocessamento da reclamao e solicitando informaes.

    Outros interessados sobre a instaurao da reclamao devem se manifestar no prazo de 30 dias a partir dapublicao do edital no Dirio da Justia. A autora da ao principal tem cinco dias para se manifestar.Depois de prestadas as informaes, o processo ser remetido ao Ministrio Pblico Federal para parecer. Oprocessamento segue o estabelecido na Resoluo n. 12/2009 do STJ.

    Siga@STJnoticiase fique por dentro do que acontece no Tribunal da Cidadania.Processos: Rcl 5650Fonte:http://www.stj.jus.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area=398&tmp.texto=101697acessado em 08 de maio de 2011.

    Smula garante saque do FGTS em anulao de contrato por falta de concurso pblico25/10/2010

    A Primeira Seo do Superior Tribunal de Justia (STJ) aprovou a Smula n. 466, que trata do saque do saldodo Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS) pelo empregado pblico, quando seu contrato de trabalho

    for declarado nulo por falta de prvia aprovao em concurso.

    O texto da smula, cujo relator foi o ministro Hamilton Carvalhido, o seguinte: O titular da conta vinculadaao FGTS tem o direito de sacar o saldo respectivo quando declarado nulo seu contrato de trabalho porausncia de prvia aprovao em concurso pblico.

    O entendimento expresso na smula foi reiterado pelo STJ ao decidir vrios processos que envolviampessoas contratadas sem concurso pelo municpio de Mossor (RN). A Constituio Federal determina que,ressalvados os cargos de livre nomeao previstos em lei, a investidura em cargo ou emprego pblico

    http://bit.ly/stjnoticiashttp://bit.ly/stjnoticiashttp://bit.ly/stjnoticiashttp://www.stj.jus.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area=398&tmp.texto=101697http://www.stj.jus.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area=398&tmp.texto=101697http://www.stj.jus.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area=398&tmp.texto=101697http://www.stj.jus.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area=398&tmp.texto=101697http://www.stj.jus.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area=398&tmp.texto=101697http://bit.ly/stjnoticias
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    depende de aprovao prvia em concurso pblico. Por essa razo, as contrataes foram anuladas.

    Segundo a Caixa Econmica Federal (CEF), administradora das contas do FGTS, o nico direito trabalhista dos

    empregados pblicos contratados sem concurso seria o recebimento dos salrios pelo perodo trabalhado.Como os contratos foram considerados inconstitucionais, eles no teriam nenhum efeito em relao aoFTGS, razo por que a CEF restituiu aos cofres do municpio os valores que haviam sido depositados emnome desses empregados.

    De fato, a jurisprudncia do Tribunal Superior do Trabalho (TST) diz que a anulao do contrato por falta deconcurso no tira do trabalhador o direito de receber os salrios pelos servios prestados. Ora, havendopagamento de salrio por servio prestado por trabalhador regido pela CLT, no se discute que tal fato gera aobrigao de o ente pblico, na qualidade de empregador, proceder ao depsito na conta vinculada, porfora do artigo 15 da Lei n. 8.036/1990, afirmou a ministra Eliana Calmon, do STJ, ao julgar um dosprocessos sobre o tema.

    Quanto movimentao, o STJ j consolidou o entendimento de que a anulao do contrato de trabalho, emrazo da ocupao de emprego pblico sem o necessrio concurso, equipara-se ocorrncia de culparecproca na resciso trabalhista, o que garante ao trabalhador a liberao dos saldos da conta vinculada.Essa garantia foi, depois, explicitada na Medida Provisria n. 2.164-41/2001, que alterou a Lei n. 8.036/90.

    As contas vinculadas do FGTS, de acordo com o STJ, integram o patrimnio dos empregados, estando emseus nomes os respectivos crditos. Uma vez depositados em favor do empregado, os valores ficamprotegidos contra a ingerncia de terceiros. Os ministros do STJ consideraram inadequadas as condutas daprefeitura, que requereu o estorno dos valores depositados a ttulo de FGTS, e tambm da CEF, que atendeuao pedido. Segundo eles, foi uma interveno indevida no patrimnio do titular da conta.

    A CEF teve de pagar os valores dos saldos do FGTS aos ex-empregados municipais de Mossor. O STJ,contudo, assinalou que a instituio financeira oficial poderia buscar o ressarcimento do prejuzo em aesprprias contra o municpio.Processos: Resp 1110848; Resp 827287; Resp 863453; RespFonte:http://www.stj.gov.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area=398&tmp.texto=99562acessado em 29 de outubro de 2010.

    Exame de DNA produzido aps sentena pode ser considerado documento novo em ao rescisria02/10/2009

    O exame de DNA, realizado posteriormente, considerado documento novo, apto a ensejar a aorescisria. Com este entendimento, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justia (STJ) decidiu que oprocesso de um ferrovirio ser julgado novamente na instncia de origem, depois que ele conseguiucomprovar, por meio de exame de DNA, no ser o pai biolgico da criana. A deciso foi unnime.

    Consta no processo que a representante legal da menor props ao de investigao de paternidade compedido de penso alimentcia atribuindo ao ferrovirio a paternidade da menor. O ferrovirio, por sua vez,negou que fosse o genitor da criana. Inconformada, a me sugeriu que fosse realizado o exame de DNA,mas ele se omitiu. O processo tramitou na Comarca de Corinto, Minas Gerais, e a ao foi julgada procedente

    http://www.stj.gov.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area=398&tmp.texto=99562http://www.stj.gov.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area=398&tmp.texto=99562http://www.stj.gov.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area=398&tmp.texto=99562http://www.stj.gov.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area=398&tmp.texto=99562http://www.stj.gov.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area=398&tmp.texto=99562
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    aps o juiz colher depoimentos de testemunhas que o indicaram como provvel pai da menor.

    Desta deciso, o ferrovirio apelou. No Tribunal de Justia de Minas Gerais (TJMG) apresentou exame de

    DNA atestando no ser o pai biolgico da criana. Assim, entrou com ao rescisria, mas o Juzo da segundainstncia negou o pedido sob o fundamento de que o exame no considerado documento novo por terdeixado de ser produzido na ao principal.

    Inconformada, a defesa recorreu. No STJ, afirmou que o exame de DNA obtido posteriormente aojulgamento da ao de investigao de paternidade julgada procedente considerado documento novo.Desta forma, alegou violao ao artigo 458, incisos III, VI, VII e IX do Cdigo de Processo Civil (CPC).

    Em seu voto, o relator, desembargador convocado Honildo de Mello Castro, ressaltou que pacfica ajurisprudncia do STJ no sentido de que o DNA, realizado posteriormente, considerado documento novo.Assim, o relator classificou a deciso do TJMG limitada ao negar o pedido.

    Segundo o ministro, faltou o pressuposto de embasamento legal para o exerccio desta espcie de ao,interposta com fundamento de que pode ser rescindida a sentena transitada em julgado, quando o autorobtiver documento novo, cuja existncia ignorava, ou de que no pde fazer uso (artigo 485, inciso VII, doCdigo de Processo Civil).

    Processos: Resp 653942Fonte:http://www.stj.jus.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area=398&tmp.texto=94036acessado em 04 de outubro de 2009.

    possvel desmembrar imvel para aplicao de penhora parcial do bem

    02/04/2009

    permitido o desmembramento de imvel protegido pela Lei 8.009/90 (impenhorabilidade) para aplicao

    de penhora parcial. O entendimento foi mantido pela Terceira Turma do Superior Tribunal de Justia (STJ),

    que se manifestou parcialmente favorvel ao recurso especial dos proprietrios do bem contra execuo do

    Banco do Estado do Rio Grande do Sul S/A Banrisul.

    A Turma, acompanhando o entendimento da relatora, ministra Nancy Andrighi, manteve concluso final da

    Justia gacha, a qual afirma que parte do imvel, usada para comrcio, no possui qualquer restrio

    penhora, e modificou a deciso apenas no que diz respeito multa de 1% cobrada sobre o valor da causa,

    no permitindo sua cobrana.

    O imvel em questo possui dois pavimentos. Apenas um andar tem fim residencial, sendo o outro usado

    para empreendimento comercial. Os donos entraram com ao judicial alegando ser invivel a penhora do

    http://www.stj.jus.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area=398&tmp.texto=94036http://www.stj.jus.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area=398&tmp.texto=94036http://www.stj.jus.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area=398&tmp.texto=94036
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    bem. A defesa baseou-se nos termos da Lei 8.009/90. garantido, no seu artigo 1, que o imvel residencial

    da entidade familiar impenhorvel e no responde por qualquer tipo de dvida civil, comercial, fiscal,

    previdenciria ou de outra natureza. Um casal, parte da ao, reside no andar superior do prdio e o trreo,

    locado para terceiros, abriga uma empresa de confeces e garagem.

    Em primeiro grau, o magistrado julgou parcialmente procedente o pedido, afirmando que a penhora deve

    subsistir apenas em relao ao andar inferior da residncia. Na segunda instncia, o Tribunal de Justia do

    Estado do Rio Grande do Sul (TJRS) manteve a deciso. Os proprietrios recorreram ao STJ.

    A Terceira Turma, por unanimidade, deu parcial provimento ao recurso, seguindo as consideraes da

    ministra Nancy Andrighi, relatora do processo. Ela destacou que correta a manuteno da penhora sobre o

    primeiro andar da residncia e concluiu que a proteo conferida pela Lei da impenhorabilidade limita-se ao

    segundo andar do imvel, pois somente este usado como moradia de fato. A ministra ressaltou que, para

    permitir a separao do imvel, deve-se avaliar a no descaracterizao do bem e a existncia de prejuzo

    para a rea residencial, requisitos no encontrados nos autos do processo. Para que se determine a

    viabilidade do desmembramento, faz-se imprescindvel que os julgados analisem as condies particulares

    de cada imvel, afirmou a relatora no voto.

    Processos: Resp 968907Fonte:http://www.stj.jus.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area=398&tmp.texto=91494, acessado em 04 de abril de 2009.

    STJ julga recurso envolvendo danos morais no Orkut

    Ao de indenizao por danos morais pode ser proposta no nome de proprietrio de empresa atacada por

    mensagens difamatrias em comunidades do Orkut. Com esse entendimento, a Terceira Turma do Superior

    Tribunal de Justia (STJ) manteve a deciso que considerou legtima a ao proposta pelo empresrio W.V.

    contra duas pessoas que teriam difamado o seu criatrio de avestruzes.

    No caso, a ao de indenizao foi proposta por W.V. contra V.M.P.G. e J.G., acusando-as de ter prejudicado

    o seu negcio estrutiocultura ou criao de avestruzes e o levado runa ao manchar a boa imagem de

    seu criatrio no conhecido site de relacionamentos Orkut.

    http://www.stj.jus.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area=398&tmp.texto=91494http://www.stj.jus.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area=398&tmp.texto=91494
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    De acordo com a inicial, as duas teriam difamado o criatrio e o seu proprietrio na tentativa de cobrar, de

    maneira ilcita, uma dvida contrada por seu filho, divulgando tais mensagens nas comunidades do Orkut

    destinadas criao de avestruzes e ligadas cidade de domiclio de W.V. e regio. Assim, o criador pediu

    indenizao em valor a ser arbitrado pelo Juzo e, em tutela antecipada, a retirada de todas as mensagens

    enviadas para as comunidades do Orkut, sob pena de multa diria.

    Agravo

    O juzo de primeiro grau deferiu a W.V. os benefcios da assistncia judiciria, bem como ordenou que

    V.M.P.G e J.G retirassem do Orkut todas as mensagens difamatrias contra ele e o seu criatrio em 72 horas,

    sob pena de multa diria de R$ 100, at o limite de R$ 17,5 mil.

    Contra essa deciso, as duas interpuseram um agravo de instrumento (tipo de recurso) alegando a

    ilegitimidade ativa do proprietrio, j que os supostos danos teriam sido causados apenas a seu criatrio e

    atacaram a concesso dos benefcios da assistncia judiciria.

    Quanto tutela antecipada, alegaram que no possuem mais conta no Orkut e que aps o encerramento deuma conta, o usurio fica totalmente impossibilitado de reabri-la, ou mesmo de apagar suas mensagens, o

    que levaria impossibilidade de cumprir a ordem judicial. O Tribunal de Justia de Minas Gerais manteve a

    deciso do juzo.

    Recurso especial

    No STJ, V.M.P.G. e J.G. questionam, novamente, a legitimidade ativa do criador para o ajuizamento da ao,

    a presena dos requisitos para concesso de antecipao de tutela e a concesso da assistncia judiciria

    para W.V. e para J.G.

    Segundo a relatora, ministra Nancy Andrighi, depreende-se do teor das mensagens divulgadas que elas no

    foram ofensivas to-somente empresa ou ao filho do proprietrio, mas tambm a este e ao criatrio. Alm

    disso, ela destacou que a existncia e a profundidade dos danos morais impostos a W.V. sero determinadas

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    quando do julgamento do mrito da ao de indenizao.

    Quanto presena dos requisitos para a antecipao da tutela, a ministra ressaltou a viabilidade da

    imposio de multa diria, com fixao de prazo razovel para cumprimento da ordem judicial, alm de

    outras medidas, por estarem previstas no Cdigo de Processo Civil.

    A relatora destacou, ainda, que, de um lado, inexiste qualquer prejuzo para as duas com a retirada das

    mensagens consideradas ofensivas enquanto, do outro lado, no h nenhum ganho ao criador com sua

    manuteno na rede mundial de computadores durante todo o trmite processual.

    Fonte: http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=89344, acessado

    em 27 de Setembro de 2008

    6. Mensagem

    Quando a noite esconde a luz, Deus acende as estrelas

    (Pe. Fbio de Melo - http://www.frasesnaweb.com.br/tags/estrelas/)

    Um abrao!

    Fiquem com Deus!

    O amigo,

    Pablo

    Contato:www.pablostolze.com.br

    Revisado.2012.1.ok C.D.S.

    http://www.pablostolze.com.br/http://www.pablostolze.com.br/http://www.pablostolze.com.br/http://www.pablostolze.com.br/