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Os planos econômicos e o Os planos econômicos e o papel das instituições papel das instituições financeiras financeiras 05 de Agosto de 2009 05 de Agosto de 2009 Rubens Rubens Sardenberg Sardenberg Economista-chefe Economista-chefe

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  • Os planos econmicos e o papel das instituies financeiras

    05 de Agosto de 2009Rubens SardenbergEconomista-chefe

  • O processo inflacionrio e as tentativas de estabilizao nos anos 80/90; Descrio do problema as reivindicaes dos depositantes;O impactos dos planos e o papel das Instituies Financeiras;O Plano Vero Estudo de casoO Plano Vero e o cumprimento das exigibilidades no mbito do SBPEConcluses

    ndice

  • I. O processo inflacionrio e as tentativas de estabilizao nos anos 80/90 A partir da segunda metade dos anos 80, o Brasil atravessou um perodo de forte acelerao inflacionria com diversas tentativas de estabiliz-la; Os Planos tiveram xito parcial e quase sempre um mesmo padro. Queda abrupta da inflao, estabilidade por um certo perodo e retomadas cada vez mais fortes dos ndices de preos.

  • Plano BresserPlano VeroPlanoCruzadoPlano Collor IPlanoCollor IIFonte: IBGE.

  • Apesar do seu sucesso apenas parcial, os planos foram fundamentais para evitar a hiperinflao e a ruptura do padro monetrio; Com os planos, o Brasil foi capaz de:

    .. conter a fuga de capitais e afastar o risco de dolarizao da economia; .. preservar o sistema financeiro, a confiana na moeda ( indexada) e a poupana domstica; .. proteger os mais pobres dos efeitos nefastos da hiperinflao.

  • Hiperinflao nos pases da Amrica LatinaIPCsFonte: Bloomberg.

  • II. Descrio do problema as reivindicaes dos depositantesEmbora tenham suas particularidades, as aes judiciais referentes aos planos econmicos tm um fundo comum que a alegao de que os ndices de correo monetria nos perodos iniciais dos planos foram inferiores s que seriam devidas com base na legislao da poca.

  • Quadro Resumo(a) No Plano Collor II, em alguns casos considerado que a correo aplicada tenha sido de 7%, e a pleiteada de 21,87%. Nessas circunstncias a diferena de correo de 14,87%.Fonte: Ministrio da Fazenda; FEBRABAN

    PlanoMs de refernciandice Aplicadondice PedidoDiferenaBase de InadimplnciaBRESSER (12/06/1987)jul/87OTN (18,02%)IPC (26,06%)8,04%Contas com aniversrioentre os dias 1 a 15;Correo em Julho de1987.VERO (15/01/1989)fev/89LFT (22,35%)IPC (42,72%)20,37%Contas com aniversrioentre os dias 1 a 15; Correo em Fevereirode 1989.COLLOR I (15/03/1990)mai/90BTN (0,00%)IPC (44,80%)44,80%Todas as contas; Correo em Maio de 1990.jun/90BTN (5,38%)IPC (7,87%)2,49%Todas as contas; Correo em Junho de1990.COLLOR II (31/01/1991) (a)fev/91BTNF/TRD (mdia: 15,82%)BTN (20,21%)4,39%Todas as contas;Correo em Fevereirode 1991.

  • III. O impacto dos Planos e o papel das Instituies FinanceirasDe forma resumida,pretendemos mostrar que:

    No houve perda econmica para os depositantes equilbrio dos contratosNo ocorreram ganhos para as instituies financeiras foi dado o mesmo tratamento para os depsitos de poupana e para as operaes de financiamento imobilirio;As instituies financeiras cumpriram a legislao da poca.

  • IV. O Plano Vero Estudo de casoO Plano Vero foi editado em 15/Jan/1989 como resposta a uma forte acelerao inflacionria. Fonte: IBGE.

  • O Plano Vero propunha uma reduo da demanda agregada com polticas fiscal e monetria contracionistas. Principais medidas foram: Criao de nova moeda, o Cruzado Novo na relao de NCz$ 1=Cz$1000; Congelamento de preos e cmbio, na relao NCZ$ 1,00/US$ 1,00 ; desvalorizao de 18%; Converso de salrios pela mdia dos ltimos 12 meses (janeiro a dezembro de 1988) e atualizao pela URP pr-fixada de janeiro de 1989 (26,1%). A URP foi extinta a partir de fevereiro;

  • Aluguis de imveis residenciais- congelados pela mdia dos ltimos 12 meses.Retornariam a ter reajustes nos meses determinados em contrato aps o congelamento;Aluguis de imveis comerciais - foram congelados ao valor de janeiro de 1989, com retorno das regras contratuais aps o congelamento; Eliminao da OTN. Congelamento dos contratos atrelados a este indexador; Aplicao da tablita para contratos prefixados, congelamento de contratos ps-fixados no valor de 01/01/1989; Proibio de clusulas de indexao em contratos novos com prazo inferior a 90 dias.

  • O quadro a seguir mostra que em em todos os meses imediatamente seguintes ao Plano Vero,a variao do IPC foi menor que a da LFT, evidenciando que no houve perda econmica para os depositantes.Fonte: IBGE, BCB.

  • Em relao aos depsitos de poupana e operaes do SFH, o plano estabelecia:

    MEDIDA PROVISRIA N 32, DE 15 DE JANEIRO DE 1989 (convertida na Lei n 7.730, de 31.01.89)

    Art. 16. Os saldos devedores dos contratos celebrados com entidades do Sistema Financeiro da Habitao - SFH e os relativos ao crdito rural, lastreados pelos recursos das respectivas cadernetas de poupana, sero corrigidos de acordo com os critrios gerais previstos no artigo 17 desta Lei, observando-se:I - o princpio da equivalncia salarial na primeira hiptese; II - critrios prprios para cada espcie de contrato.Pargrafo nico. O disposto neste artigo ser regulamentado pelo Poder Executivo.

  • Art. 17. Os saldos das cadernetas de poupana sero atualizados:I - no ms de fevereiro de 1989, com base no rendimento acumulado da Letra Financeira do Tesouro Nacional - LFT, verificado no ms de janeiro de 1989, deduzido o percentual fixo de 0,5% (meio por cento);II - nos meses de maro e abril de 1989, com base no rendimento acumulado da Letra Financeira do Tesouro - LFT, deduzido o percentual fixo de 0,5% (meio por cento), ou da variao do IPC, verificados no ms anterior, prevalecendo o maior; III - a partir de maio de 1989, com base na variao do IPC verificada no ms anterior.

  • Um dos objetivos do plano era manter equilbrio econmico-financeiro dos contratos, fixando o mesmo ndice de correo para as operaes passivas (depsitos) e ativas (financiamentos); As Instituies financeiras tiveram papel passivo na execuo, apenas implementando as determinaes do CMN e do Banco Central; No foi estabelecida qualquer diferena de tratamento entre as cadernetas com aniversrio de 1 a 15 e as de 16 a 30 a nova regra se aplicava igualmente a todos os depsitos.

  • BANCO CENTRAL DO BRASILCOMUNICADO DIMEC N 30Comunicamos que os fatores de atualizao dos saldos das contas de poupana com data de aniversrio no ms de fevereiro de 1989, calculados com base na variao nominal da OTN de dezembro de 1988 e janeiro de 1989 e no rendimento acumulado da Letra Financeira do Tesouro Nacional (LFT) em janeiro de 1989, sero os seguintes:- TRIMESTRAL (DEZ/88, JAN/FEV/89), PARA PESSOAS JURDICAS:1,000085 (hum vrgula zero zero zero zero oito cinco)- MENSAL (FEV/89), PARA PESSOAS FSICAS E ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS (RES. 1380/87):0,223591 (zero vrgula dois dois trs cinco nove um).Braslia (DF), 31 de janeiro de 1989ANTNIO CAETANO FILHODiretor, em exerccioExemplificando este papel passivo das IF, reproduzimos abaixo o Comunicado em que o Banco Central estabelece o ndice de correo a ser aplicado a (todas) as contas de poupana com data de aniversrio em fevereiro de 89 .

  • V. O Plano Vero e o cumprimento das exigibilidades no mbito do SBPEConforme a Resoluo 1446 (05/01/1988), as instituies financeiras deviam respeitar as seguintes condicionantes em relao aos saldos de poupana (mdia dos seis meses anteriores) : 65%, no mnimo, deveriam ser destinados a financiamentos habitacionais; 15% para encaixe obrigatrio no Banco Central; Recursos remanescentes para disponibilidades financeiras e operaes na faixa livre.

  • Caso a instituio financeira no cumprisse a exigibilidade, a diferena deveria ser recolhida ao Banco Central e seria remunerada com base no mesmo ndice aplicado s cadernetas de poupana (Circular 1214);

    No havia possibilidade, portanto, da instituio financeira ficar com estes recursos e aplicar em outros ativos para beneficiar-se de uma diferena entre as taxas de juros destes ativos;

  • As tabelas a seguir mostram que em praticamente todo o perodo analisado, os bancos aplicaram em financiamento imobilirio mais do que a exigibilidade;

    Neste caso, faz ainda menos sentido falar em ganhos decorrentes de aplicao em outros ativos de recursos no aplicados em financiamentos imobilirios.

  • Quadro de direcionamento de recursosValores nominaisFonte: BCBFinanciamentos habitacionais para aquisio, produo, desemb. Futuros, financ. Compromissados, aquisio de mat. de construo e cartas de crdito formalizadas.Inclui financiamentos de imveis a taxas de mercado (imveis comerciais), crdito junto ao FCVS, letras e cdulas hipotecrias adquiridas, fundos e outros (letras hipotecrias novas, FABRA, FESTA, Lei 8004, operaes de faixa especial, entre outras modalidades).Valores obtidos atravs da correo dos valores de dezembro de 1988 pela taxa de 28,786%.

  • Quadro de direcionamento de recursosValores constantesFonte: BCBFinanciamentos habitacionais para aquisio, produo, desemb. Futuros, financ. Compromissados, aquisio de mat. de construo e cartas de crdito formalizadas.Inclui financiamentos de imveis a taxas de mercado (imveis comerciais), crdito junto ao FCVS, letras e cdulas hipotecrias adquiridas, fundos e outros (letras hipotecrias novas, FABRA, FESTA, Lei 8004, operaes de faixa especial, entre outras modalidades).Valores obtidos atravs da correo dos valores de dezembro de 1988 pela taxa de 28,786%.

  • VI. ConclusesApesar do seu sucesso apenas parcial, planos de estabilizao foram fundamentais no combate hiperinflao e proteo da poupana domstica;Em relao ao sistema poupana/SFH, acreditamos que: a-) no houve perda econmica para os depositantes e nem ganho para as IF; b-) as IF cumpriram o definido na legislao da poca; No caso especfico do Plano Vero, mostramos estes pontos em detalhe inexistncia de perdas, mesmo tratamento para ativos e passivos e cumprimento da Legislao.