2008 - fórum dos numismatas - Índice · a pergunta resume também uma das principais ideias ......

2 FEVEREIRO 2008

Director Javier Sáez Salgado

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NUMISMA CARAS & LEILÕES 3

O que é que o «Dodington» e Robert Clive têm a ver com a Numisma? Esta é a pergunta que fazemos no texto de apresentação do leilão 73, publicado neste número da revista. A pergunta resume também uma das principais ideias da actividade da Numisma: mostrar a História através da moeda. É isso que fazemos com a Peça de 1752, cunhada

em Lisboa, cujo terceiro exemplar, até hoje desconhecido da grande maioria dos coleccionadores e numismatas, vai ser apresentada no próximo leilão, a realizar no dia 21 de Fevereiro, no Hotel Meridien.

É uma moeda cunhada na época de D. José I e da qual só se conheciam dois exemplares descobertos a bordo do «Dodington», navio afundado ao largo da África do Sul no século XVIII e que transportava 1200 moedas de ouro portuguesas e brasileiras de Robert Clive, uma das fi guras do império britânico na Índia.

Intitulado Colecção Flor de Cunho, neste leilão são apresentados 634 lotes de moedas de Portugal e colónias, na sua maioria classifi cadas como Soberbas e Belas, e muitas à Flor de Cunho. É um leilão de qualidade para coleccionadores e investidores excepcionais que sabem separar o trigo do joio e valorizar investimentos seguros em épocas de turbulência fi nanceira. É, também de investimentos que falamos nas páginas desta revista, num artigo que sintetiza cinco conceitos fundamentais para investir em moedas de ouro.

Não esquecemos os principais destaques do leilão 72, o último de 2007. As medalhas de Salazar foram os lotes que mais despertaram a atenção do público cuja presença e interesse correspondeu, mais uma vez, às expectativas da Numisma.

Neste início de ano dominado pela incerteza ao nível da conjuntura económica, a Numisma aposta no optimismo e acredita que 2008 trará boas novidades para a numismática portuguesa. A Numisma espera que a Peça de 1752 seja apenas a primeira, de muitas raridades, que vai apresentar nos seus próximos leilões.

A nossa função é corresponder às expectativas dos nossos leitores, coleccionadores e investidores, apresentando moedas, medalhas e notas de grande qualidade, bem como, desenvolver todas as actividades numismáticas que possam melhorar o conhecimento desta ciência nas vertentes histórico- coleccionista e de investimento.

JAVIER SÁEZ SALGADO

EDITORIAL

4 FEVEREIRO 2008

D. JOSÉ I

HISTÓRIA

mais bem guardada

A históriade


Texto de HERMÍNIO SANTOS

Pouco passava da meia-noite do dia 17 de Julho de 1755 quando o «Dodington», um navio inglês

que se dirigia para a Índia, embateu nos rochedos situados numa ilha ao largo da África do Sul. Em 20 minutos o navio afundou-se, tendo sobrevivido apenas 23 das 270 pessoas que seguiam a bordo. Os sobreviventes viveram sete meses na ilha, hoje conhecida como Bird Island. Durante esse tempo conseguiram construir um barco que os levou a Moçambique.

A história trágica do «Dodington», propriedade de George Dodington, fun-dador do Banco de Inglaterra, seria igual a tantas outras que se passaram nas águas do Atlântico, especialmente junto ao Cabo da Boa Esperança, se não existisse um senhor chamado Robert Clive. O navio transpor-tava, entre outros tesouros, 1 200 moedas de ouro portuguesas e brasileiras, que se destinavam a fi nanciar os investimentos na Índia – Clive foi um dos obreiros do Império Britânico naquelas paragens.

Mas o que é que o «Dodington» e Robert Clive têm a ver com um leilão da Numisma? A resposta pode ser encontrada numa notícia de 28 de Agosto de 2000 do jornal The Independent, de Londres. O texto fala num leilão polémico da Spink onde seriam levadas à praça as moedas do «Dodington», localizadas no fi nal do século XX por dois mergulhadores Polémico porque a África do Sul defendia que as moedas eram um património seu e deve-riam ser devolvidas. O leilão acabaria por

realizar-se mas em 2001, numa operação monitorizada pela UNESCO. A África do Sul recebeu 405 moedas portuguesas do «Dodington», que foram expostas num museu em Port Elizabeth.

Dois dos três exemplares hoje conheci-dos da Peça 1752 de D. José I estavam a bordo do navio. Um deles viria a ser ven-dido no leilão 71 da Numisma, realizado em Junho de 2007.

Agora, no seu primeiro leilão de 2008, a Numisma orgulha-se de apresentar aquela que é a segunda história mais bem guarda-da sobre esta moeda: o terceiro exemplar conhecido até hoje da Peça de 1752. Jul-gava-se que existiriam apenas duas destas moedas em todo o mundo mas há pelo menos mais uma que não esteve mais de 250 anos no fundo do mar, encontrando-se em excelente estado de conservação.

Os grandes numismatas como Lopes Fernandes, Teixeira de Aragão, Batalha Reis (1958) e Ferraro Vaz desconheciam a existência desta moeda. Ferraro Vaz, no seu livro Catálogo das Moedas Portuguesas 1640-1948, não referenciava a data de 1752. Porém no livro das Moedas de Portugal, dois volumes, 1969, já confi rma esta data. Presume-se que este terceiro exemplar de D. José I é o mesmo que o numismata Ferraro Vaz terá visto alguns anos antes de 1969.

Assim, foi graças aos dois mergulhado-res que na África do Sul encontraram o «Dodington» e pelo facto de uma das mo-edas ter aparecido num leilão da Numisma e, simultaneamente, ter sido publicitada a sua venda que «fez nascer» esta moeda que

agora vai a leilão. Por outro lado, se o aviso do Marquês de Pombal datado de 1777, para que se guardassem dois exemplares de cada moeda cunhada tivesse sido feito 25 anos antes, já hoje existiria este exemplar na colecção da Imprensa Nacional – Casa da Moeda.

O rei D. José I governou Portugal entre 1750 e 1777 mas quem mandou de facto no reino foi o seu primeiro-ministro, o Marquês de Pombal. Uma das suas acções mais conhecida foi a reconstrução de Lisboa logo após o terramoto de 1755, precisamente o ano em que o «Dodington» se afundou com o seu tesouro de moedas portuguesas e brasileiras.

A MOEDA NA ÉPOCADE D. JOSÉ IFoi no reinado de D. José que começaram a circular as primeiras formas de papel-moeda através das apólices das companhias criadas por Pombal, como a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro. Estes títulos eram aceites como dinheiro em transacções comerciais. Nas moedas de ouro emitiu seis espécies de valores diferentes: Peça, Meia Peça, Escudo, Meio Escudo, Quartinho e Cruzado Novo. Em prata foram cunhados Cruzados Novos, 12, 6 e 3 Vinténs, Tostão, Meio Tostão e Vintém; em cobre moedas de X, V e III Réis.

LEILÃO 73

No seu primeiro leilão de 2008, a Numisma orgulha-se de apresentar aquela queé a segunda história mais bem guardada sobre esta moeda: o terceiro exemplar conhecido até hoje da Peça de 1752

O que é que «Dodington» e Robert Clive têm a ver com a Numisma?

6 FEVEREIRO 2008

CARAS & LEILÕES

O Dr. José Miguel Noras muito atento às medalhas de Salazar

O sorriso discreto de Fernando Rocha e o espanto do Engº César Santos Gomes

Jaime Salgado, antes do Leilão, dá as suas dicas à jovem Sara, à Cláudia e à Sónia


Várias dezenas de lotes de medalhas de ouro e de prata que pertenceram ao ex-primeiro-ministro António

de Oliveira Salazar foram as grandes atrac-ções do último leilão do ano da Numisma, realizado a 22 de Novembro, no hotel Meridien, em Lisboa. Algumas chegaram quase a duplicar o seu valor base e uma delas, de 1966 e que representa a Ponte Salazar, triplicou o seu preço inicial.

Esta medalha, oferecida pelo Ministério das Obras Públicas ao primeiro-ministro por ocasião da inauguração da ponte, a 6 de Agosto de 1966 foi à praça com um preço-base de 800 euros e atingiu os 2 850 euros. Uma outra medalha, que representa o centenário do Banco de Portugal e foi leiloada com o respectivo estojo onde está

gravado o nome do ex-governante, passou de 1 250 euros para 2 200.

A medalha que deixou os colecciona-dores maravilhados foi a comemorativa da visita de SS.MM., El-Rei, o Senhor D. Carlos, e a Rainha, a Senhora D. Amélia a Inglaterra. Esta medalha foi cunhada em prata dourada, apenas quatro exemplares, com uma base de 2 000 euros atingiu 5 100 euros, preço de martelo.

Mas o leilão não viveu só de medalhas. Nas moedas merecem destaque alguns exemplares raros que foram vendidos nessa noite. Foi o caso, por exemplo, de uma Peça de 1819 R, de D. João VI, que reinou entre 1816 e 1826, estava classifi cada como rara e em excelente estado de conservação e foi adquirida por 8 400 euros.

Medalhas de Salazar dominaramúltimo leilão de 2007

No leilão de Novembro o lote 251, atingiu um preço mais elevado do que a moeda daquele monarca mas era cons-tituído por quatro moedas de 1 000, 500, 200 e 100 Réis de 1836, cunhadas no tempo de D. Maria II. Foram vendidas por 9 000 euros.

A rainha, fi lha de D. Pedro IV e nascida no Rio de Janeiro em 1819, viveu tempos conturbados, tendo enfrentado diversas revoltas como a Belenzada (1836) e a Maria da Fonte (1846). O Banco de Portugal foi fundado no seu reinado e resultou da fusão do Banco de Lisboa com a Companhia Confi ança Nacional.

No top-five das moedas mais valiosas aparece em terceiro lugar um Tostão deD. António Prior do Crato, que governou Portugal apenas durante três meses, em 1580. As suas tropas não conseguiram fa-zer frente às investidas de Filipe II de Espa-nha, o primeiro monarca a acumular as co-roas portuguesa e espanhola. A moeda deD. António com carimbo de um açor, – o que indica que terá sido cunhada nos Aço-res – atingiu o valor de 8 000 euros.

Do último leilão do ano da Numisma merecem ainda destaque ½ Peça 1781 B do tempo de D. Maria I e D. Pedro III, vendida por 7 500 euros, e um Tremissis em ouro do tempo dos Visigodos, que atingiu os6 600 euros.

LEILÃO 72

8 FEVEREIRO 2008

Texto de JAVIER SÁEZ SALGADO*

Os três exemplos de moedas de ouro apresentados na página seguinte têm uma característica em comum:

a sua valorização não aconteceu de um dia para o outro. Este é o primeiro de cinco conceitos fundamentais que se devem ter em conta quando se pretende investir em moedas de ouro. Quem espera um re-torno fácil, imediato e com rentabilidades interessantes deve pensar duas vezes antes de investir neste mercado. Num leilão de moedas não se sente a mesma adrenalina de uma sala de mercados, do sobe e desce da bolsa, das fl utuações cambiais ou dos investimentos em produtos fi nanceiros de alto risco. Mas quem vai a um leilão de moedas tem a certeza de que fez um inves-timento seguro e de que a sua valorização está garantida.

Quem pretende investir em moedas de ouro também sabe que não terá angústias (ou euforias…) com a instabilidade dos mercados, os subprimes ou a alta do preço do petróleo.

Mas sabe que o investimento realizado não é só um investimento fi nanceiro. É tam-bém um acto de cultura. Este é o segundo conceito para quem quer investir em moe-das de ouro. Uma moeda é um testemunho privilegiado da História. É o refl exo da economia, da vida social, da prosperidade, da pobreza, do apogeu e queda dos impérios e da arte de cada povo.

A numismática portuguesa, por exemplo, é uma das mais apreciadas no mundo in-teiro e as suas diversas fases testemunham na perfeição os bons e os maus períodos da História do país.

Quando o Império estava no apogeu foi batido o “Português”, uma moeda global que além de prestigiar Portugal foi conhe-cida desde Lisboa a Malaca. Numa altura em que o Império já estava em declínio, afortunadamente, chegou o ouro do Brasil e D. João V mandou cunhar moedas de ouro deslumbrantes.

Este rei absolutista, que mandou cons-truir o Convento de Mafra é responsável por um conjunto extraordinário de moedas de ouro, hoje consideradas como das mais belas do mundo e cunhadas um pouco por todo o lado, desde o Brasil a Goa, passando por Lisboa e Porto. Entre as moedas mais espectaculares do seu reinado está a Do-bra de 24 Escudos (86 gr), a maior moeda cunhada em Portugal. No seu sistema mo-netário é possível encontrar, em espécies de ouro, 14 moedas de valores diferentes.

O terceiro conceito para quem preten-de investir nestes produtos é o recurso a especialistas. Como em todas as áreas de investimento ligadas à arte e ao coleccio-nismo, o investimento em moedas requer cultura técnica e histórica que não é do conhecimento de todos os investidores.

A numismática portuguesa é uma das mais apreciadas no mundo inteiro e as suas diversas fases testemunham na perfeição os bons e os maus períodos da História do país

Moedas de OuroInvestir

em

Alguns conceitos a considerar quando se pretende investirem moedas de ouro

INVESTIMENTOS


MOEDAS DE OURO

MOEDAS EM DESTAQUE

1. Uma Peça de D. João VI, cunhada em Lisboa em 1818, vendida em Outubro de 1989 no terceiro leilão da Numisma por 11 700 contos (58 360 euros), tinha uma base de licitação de 3 000 contos (14 964 euros).

2. Morabitino de D. Afonso II vendido em 2006 pela Numisma Leilões por 150 000 euros. Os Morabitinos de D. Afonso II são extremamente raros. Os Morabitinos de D. Sancho I – as primeiras moedas de ouro portuguesas – duplicaram o seu valor de 10 para 20 mil euros, nos últimos 5/6 anos.

3. Um escudo batido no Porto, no período gótico de D. Afonso V (séc. XV) foi o exemplar que, em Abril de 2000, atingiu mais de 200 mil euros, moeda ‘record’ em Portugal.

É preciso conhecer, por exemplo, o esta-do de conservação da moeda, a data da sua cunhagem, o grau de raridade e se de facto é verdadeira ou falsa. Os investidores que vão a leilões de moedas de ouro devem-se fazer acompanhar por especialistas em nu-mismática ou aconselhar-se, previamente, sobre como e o que devem comprar.

Saber quais os períodos históricos em que se pretende investir é o quarto concei-

to para os investidores em moedas de ouro. Em Portugal, por exemplo, vale a pena apostar em moedas de ouro da Monarquia, porém existem algumas moedas muito importantes da República, que não sendo de ouro se têm valorizado. Na monarquia a escolha é difícil porque a maior parte dos reis cunharam moedas de ouro (desde

D. Sancho I – 1185 até 1889, o último ano da governação do rei D. Luís I). Mas isso também vai depender da forma como pretende orientar a sua colecção/investi-mento. Este não é apenas um simples detalhe pois o interesse do investidor pode ser por alguns reinados, tipologias, épocas históricas ou apenas por moedas raras.

Finalmente, e para concluir, há um quinto conceito que diz respeito às futuras tendências do investimento em valores relacionados com o coleccionismo.A moeda de ouro é apenas a ponta visível

de um conjunto de produtos que estão disponíveis no mercado, cuja procura e respectiva valorização irão certamente aumentar. Alguns exemplos são as me-dalhas dos séc. XVI a XIX, condecorações, notas de banco, acções antigas, cédulas e todo um conjunto de papéis fi duciários que vão desde o papel selado às lotarias, entre outros.

* Gestor da Numisma Leilões

Como em todas as áreas de investimento ligadas à arte e ao coleccionismo, o investimento em moedas requer cultura técnica e histórica

10 FEVEREIRO 2008

18 MOEDAS DE OURO DE PORTUGAL

Re.6 Egitania+RECCAREDVSREx +EGITANIAPIVS

X

CNV 101.

Re.7 Elvora+RECCAREDVSREX +TVSELVORAIVS

3 500

CNV 102. Col. Cernuda*. 1,28 g

Re.8 Eminio+RECCARIDVSRE +IMINIOPIVS

IVSTVS X

CNV 109. Col. Costa*. 1,38-1,48 gPIVS

15 000

Re.9 Flavas+RECCARIDV•SRE• +FLAVASPIVS

U

CNV 83.

Re.10 MonecipioRECCA+RIDVSRE+ MONE+ÇI+OIVSTVS

X

CNV 110.2. Col. Costa*. 1,45 g

Re.11 Olisipona+RECCAREDVSRE +OLISIPONAIVSTVS+

U

CNV 112. Col. Salgado *. 1,38 g

Re.12 Palentucio+RECCAREDVSRE +PALANTUCIoPIVS+

U

CNV 86bis. 1,45 g

Re.13 Portocale+RECCARIPVSREx +PORTOCALEPI·S

X

CNV 90. Col. Orol *. 1,47-1,56 g

Re.14 Totela+RECCAREDVSREX +TOTELAVECTOR

U

CNV 115. 1,47 g

Re.15 Vallegia+RECCARIDVSRE +VALLEGI·AT

U

CNV 97. 1,48 g

Re.16 Vallesalsa+RECCAREPVSREx +VALLESALSAPIVS

U

CNV 98. Col. Cores*. 1,53 g

U

U

X

U

U

U

MOEDAS DE OURO DE PORTUGAL 49

JS

BELA

A5.2 Escudo P

Extremamente Rara

A5.3 Escudo de Toro

Única

Cabinet des medailles de Paris

MEIO ESCUDO (22 mm; 3,55g)RX PORTUGALIE ALGACEPT DOMIQ

A5.4 Meio Escudo de Ceuta3 exemplares conhecidos, todos diferentes

CRUZADO (22 mm; 3,50g)

CRVZATVS : ALFONSVS : QUINTI

ADIVTORIVM : NOSTRUM : IN : NOM

A5.6 Cruzado Lisboa

4 000A5.7 Cruzado “P” góticoPorto

17 500

Re.6 Egitania+RECCAREDVSREx +EGITANIAPIVS

CNV 101.

Re.7 Elvora+RECCAREDVSREX +TVSELVORAIVS

CNV 102. Col. Cernuda*. 1,28 g

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CARAS & LEILÕES

Javier Salgado exibe a fabulosa medalha da visita real a Londres (em cima) e o Dr. Gonçalo Ramos e Costa a contar uma anedota à Sónia (à esquerda)

Ferreira Leite, muito concentrado, a licitar com a

esferográfi ca do Meridien

12 FEVEREIRO 2008

LEILÃO 73

As Raridades do Leilão 73• Morabitino D. Sancho I – Colecção Paiva Pessoa• 500 Reais dos Governadores• 4 Cruzados D. Filipe II• Dobrão 1724 M |SOBERBA|• ½ Dobrão 1724 M |SOBERBA|• Peça 1752 Lisboa |3 exemplares conhecidos|• Peça 1826 D. Pedro IV• Peça 1828 e 1830• ½ Peça 1828, 1830 e 1831• Peça 1833• Cruzado Novo 1837• 500 Reais 1894 |SOBERBA|• 50 Centavos 1925• 1 Escudo 1935

• 10 Centavos 1970

Estátua de Dom Sancho I em frente do Castelo de Torres Novas, escultura de João Cutileiro. 1

1 Imagem em: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f6/Est%C3%A1tua_de_D._Sancho_I_frente_ao_Castelo_de_Torres_Novas.JPGFotografi a: Paulo Juntas cc-by-sa-2.5


Uma moeda de ouro da época de D. José I com 250 anos e desconhecida até aos dias de hoje

é apresentada com um preço-base de55 000 euros no próximo leilão da Numisma, a realizar no dia 21 de Fevereiro, a partir das 18 horas, no hotel Meridien, em Lisboa.

A moeda, uma Peça 1752, fi cou famosa no fi nal do século XX quando dois mergulhadores encontraram no fundo do mar, ao largo da África do Sul, os restos do «Dodington», um navio que transportava para a Índia 1 200 moedas de ouro de Robert Clive, um dos obreiros do Império Britânico naquelas paragens. Entre as moedas estavam dois exemplares da famosa Peça 1752.

Julgava-se que eram os únicos conhecidos até hoje, mas a Numisma encontrou um terceiro exemplar que

MOEDAS DE PORTUGAL | Colecção Flor de Cunho

Um milionário,um navio euma moedade ouropor 55.000 euros

apresenta no seu leilão 73. Em excelente estado de conservação – não esteve 250 anos no fundo do mar como os outros exemplares – é a «jóia da coroa de um leilão que se distingue pela qualidade das moedas, quase todas classifi cadas como Soberbas e Belas», diz Javier Salgado, gestor da Numisma.

Por isso é que o leilão se chama «Colecção Flor de Cunho» pois muitas das moedas parecem ter saído directamente das casas de cunho para a colecção. Entre os principais destaques contam-se os quatro Cruzados em ouro de D. Filipe II, e um Dobrão e um Meio Dobrão 1724 de Minas de D. João V, que vão à praça por 25 000 euros cada, 50 Centavos 1925 por 23 000 euros e um Escudo 1935 com um preço inicial de13 500 euros.

Legenda das Imagens: Lord Robert Clive, 1725-1774 (em cima, à esquerda) e Barco da East India Company por Charles Brooking, 1759 (em cima, à direita).

14 FEVEREIRO 2008

«... Se não te agradar o estylo, e o methodo,

que sigo, terás paciência, porque naõ posso

saber o teu genio; mas se lendo encontrares

alguns erros, (como pode suceder, que

encontres) fi car-tehey em grande obrigação se

delles me advertires, para que emendando-os

fi que o teu gosto mais satisfeito».

Bento Morganti, Nummismalogia,Lisboa, 1737, no Prólogo: «A Quem ler».

O Conselho Científi co da NUMISMAsubscreve a fi losofi a de Bento Morganti


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Tels: 217 931 838 / 217 932 194Fax: 217 941 814

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