ii aniversário dos numismatas... bem-vindos mensagem do fundador 05 chaves meus caros amigos...

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www.numismatas.com II Aniversário dos numismatas Encontro de numismatas em Chaves 8 e 9 Maio de 2010

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II Aniversário dos numismatasEncontro de numismatas em Chaves

8 e 9 Maio de 2010

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II Aniversário dos numismatasEncontro de numismatas em Chaves

8 e 9 Maio de 2010

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II ANIVERSÁRIO dos NUMISMATASChaves

Capa Fotografia: Narsélio PereiraComposição: Carlos Pernas

Colaboradores nesta ediçãoAlberto PraçaAvelino NascimentoCarlos PernasJosé Silva

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Laulo BaptistaPaulo AbreuPizarro BravoTeresa Guimarães

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01 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ii aniversáriodos numismatas

- Mensagem de Boas Vindas- Chaves - Programa - Convidados de honra - Medalha do encontro

02 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - best-of 2009 - Real de D. Beatriz Tópico do ano- Assassinato D’el rey D. carlos I Moeda do dia - Vencedores QQSN 2009 - Eurorevelações

03 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - cadernos numismáticos

- Grace Kelly- 100ª Aniversário da República Portuguesa- Milmanda - A ceca em que D. Fernando cunhou moeda com as letras M e M -I- entre 1369-1372

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01 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - II ANIVERSÁRIODOS NUMISMATAS

- Indice- Mensagem de Boas vindas- Chaves - Programa - Convidados de Honra - Medalha

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Bem-vindosMENSAGEM DO Fundador

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Meus caros Amigos Numismatas,

Mais um ano de Fórum e mais um grande Encontro, o II Aniversário do Fórum dos Numismatas, desta vez na linda e histórica Cidade de Chaves, berço de grandes e famosos numismatas.

É com um enorme prazer que anúncio, desde já, que será mais um grandioso sucesso esta nossa con-fraternização, virão numismatas de todo o País. Para uns, será um reencontro de velhos Amigos, para outros, será a primeira vez (espero de muitas), que estarão juntos e ao vivo, em pleno convívio e ami-zade e será para todos, membros e convidados, certamente, um evento inesquecível para a vida.

O nosso Fórum, pólo importante de união entre numismatas, tem tido uma evolução natural, resultante das experiencias vividas, é notório a excelência de alguns trabalhos realizados em prol da verdade e ciência numismática, trabalhos esses, discutidos ao longo dos tempos mas sem que nunca tenham um consenso comum, por isso, penso, que é de salientar a coragem de alguns dos nossos membros que, de uma maneira humilde mas rica, têm a ousadia de tocar em pontos nunca resolvidos, desta impor-tante ciência, no ponto histórico e sempre plausíveis de desmedida discussão.

Queria terminar com uma palavra de apreço a todos aqueles que, desde a fundação deste Fórum, têm apoiado com a sua presença on-line e trabalhado ao mais alto nível, trabalho esse, muitas vezes não reconhecido ou ignorado mas que, a sua insistência e sem nada em troca, tem sido o motor de precisão deste Fórum dos Numismatas.

A todos esses vai o meu enorme agradecimento.

Avelino NascimentoMAIO 2010

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A equipa: Alberto PraçaCarlos PernasCarlos PintoLuís NorteMiguel SoaresNarsélio PereiraPaulo AbreuPaulo CarreiraTeresa GuimarãesVitor Coelho

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Chaves, cidade termal fundada há mais de 2000 anos, situa-se no Norte de Portugal junto à fronteira com a Galiza (Espanha).

A sua fisionomia actual é o reflexo da uma vasta e rica História que por cá se foi desenhando, cabendo aos romanos o mérito da sua fundação e notoriedade. A passagem deste povo ficou marcada, de uma forma, especial, no centro da urbe.

Os vestígios presentes na região de Chaves, legados da Pré-História, levam a admitir a exis-tência de actividade humana no Paleolítico. São em grande quantidade os achados proveni-entes do Neolítico, do Calcolítico de Mairos, Pastoria e de S.Lourenço, dentre outros locais, e das civilizações proto-históricas, nomeadamente nos múltiplos castros situados no alto dos montes que envolvem toda a região do Alto Tâmega.

As legiões romanas que, há dois milénios, conquistaram aquelas terras instalaram-se de essencialmente no vale fértil do Tâmega, exactamente onde hoje se ergue a cidade e, construíram fortificações pela periferia, aproveitando alguns dos castros existentes.

Construíram muralhas protegendo o aglomerado populacional, construíram a majestosa ponte de Tra-jano, fomentaram o uso das águas quentes mínero-medicinais, implantando balneários Termais, explor-aram minérios, filões auríferos e outros recursos naturais. Tal era a importância desse núcleo urbano, que foi elevado à categoria de Município no ano 79 d.C. quando dominava Tito Flávio Vespasiano, o primeiro César da família Flávia. Daqui advém a antiga designação Aquæ Flaviæ da actual cidade de Chaves, bem como o seu gentílico - flaviense.

A estes vestígios juntam-se muitos outros, medievais essencialmente, românicos, barrocos e renascen-tistas fazendo do centro histórico uma miscelânea de recordações.

Aí podemos visitar a Torre de Menagem do Castelo de Chaves, que alberga o Museu Militar e pro-porciona um vista impar sobre a cidade, a Igreja Matriz e a Igreja da Misericórdia (ícones da reli-giosidade do povo), o Paço dos Duques (edifício onde se encontra instalada a Câmara Munici-pal) e o Museu da Região Flaviense (com colecções pré-romanas, pré-histórica, proto-histórica e, em contra-ponto, colecções de pintura contemporânea).

ChavesAquae Flaviae

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ProgramaPlano do Aniversário

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11:30- Início.- Check In dos participantes. - Entrega do Kit Forista (conjunto de pequenas ofertas onde se incluirá merchandising do Fórum dos Numismatas).- Inicio de workshop Numismático: Exposições Particulares, Trocas, Vendas, etc, que se prolongará por todo o dia.

13.45 - Welcome Drink - Porto de Honra

14:00 - Breve intervenção de boas vindas

14:05 - Inicio do Almoço.

15:25 - Divulgação do Forista do Ano 2009-2010- Entrega do Troféu - Breve alocução do premiado 15:30 - Intervenções a designar.

16:00 - Intervenção: Dr. Julio Montalvão Machado “História de Chaves - República em Chaves”.

16:15 - Apresentação e entrega da Medalha do evento.

16:30 - Entrega dos prémios do concurso “Quem Quer Ser Numismata 2009”.

16:45- Sorteios Numismáticos, com aliciantes prémios para todos os foristas presentes.

17:30 - Corte do bolo e brinde de Aniversário.- Continuação do convívio.

22:30- Jantar acompanhado de animação especial

8 de Maio - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

09:45- Concentração automóvel, em local a definir.

10:00- Saída em caravana, rumo a Alijó.

11:00- Chegada a Alijó.

9 de Maio - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

11.10- Welcome Drink - Porto de Honra.

11.15- Visita à Casa Museu de Victor Nascimento.- Breve confraternização.

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Comissão de honra

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Dr. Alexandre Alves ChavesGovernador Civil do Distrito de Vila Real

Dr. João Martins Batista Presidente do Município de Chaves

Dra. Maria Isabel Viçoso FernandesPresidente do Grupo Cultural Aquae Flaviae

Dr. Júlio Augusto Morais de Montalvão Machado Historiador e Politico

Coronel Amaro Rodrigues Garcia Presidente da Associação Numismática de Portugal

Comandante Pedro Dias Vice- Presidente da Associação Numismática de Portugal

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ANVERSOA legenda “Centenário da República Portuguesa 1910-2010” descrita por uma circunferência perolada. Ao centro, 4 bustos da numária repúblicana portuguesa virados à esquerda.

Medalha do encontroAniversário dos numismatas e centenário da república

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REVERSOAs inscrições “II Aniversário dos Numismatas” e “Pecvnia Totvm Circvmit Orbem” separadas por cruzes simples, descritas por uma circunferência perolada. Ao centro, brasão de ideologia republicana com símbolo dos Numismatas e duas chaves cruzadas, encimado pela inscrição “Chaves”, tendo por baixo o endereço electrónico do Fórum.

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02 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - BEST-OF 2009 - Real de D. Beatriz Tópico do ano- Assassinato d’El Rey D. Carlos I Moeda do dia - Vencedores QQSN 2009 - EuroRevelações

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Real de D. BeatrizTópico do ano

D. Beatriz era a primeira filha de D. Fernando e de D. Leonor Teles. Por nascimento, era, assim, a legítima herdeira do trono português.

Por várias vezes foi negociado o seu casamento, nomeadamente com o infante D. Fernando, filho segundo de D. João I, rei de Castela. No entanto, D. João I enviuvou e acabou por desposar ele próprio D. Beatriz, em 1383. Ainda nesse ano, D. Fernando faleceu e D. Leonor Teles assumiu a regência, pro-clamando D. Beatriz rainha de Portugal.

Esta situação não foi aceite pelo povo, que via a independência de Portugal a ser posta em causa. Em Dezembro do mesmo ano, o mestre de Aviz foi proclamado Regedor e Defensor do Reino, após revolta em Lisboa. Ainda durante esse mês, o rei de Castela, acompanhado de D. Beatriz, invadiu Portugal, juntando-se a D. Leonor Teles em Santarém. Entretanto, D. Beatriz foi atingida pela peste, o que obri-gou os invasores a regressar a Castela.

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Em Portugal, o mestre de Aviz foi proclamado rei (com o título de D. João I), o que não agradou aos reis de Castela. Em 1385 travou-se a célebre Batalha de Aljubarrota, onde os castelhanos foram vencidos, resolvendo-se, deste modo, a crise.

Após a morte de seu marido em 1390, D. Beatriz tentou ainda fazer valer os seus direitos em Portugal mas não o conseguiu. Acabou por falecer em 1409 ou um pouco depois.

- - - - - - - - - - -Em 1385 travou-se a célebre Batalha de Aljubarrota,

- - - - - - - - - - - - Por: Alberto Praça

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A MoedaUma das mais importantes afirmações de poder e soberania, ou a simples pretenção ao seu exercicio, era a cunhagem de moeda própria, e D. Beatriz não foi excepção.

São conhecidos 3 ou 4 exemplares do Real em Prata. No anverso, encontra-se o busto coroado de D. Beatriz ladeado pelas letras S e A , e no reverso as armas de Castela, Leão e Portugal em esquar-telado heráldico.

Onde Estão?O primeiro exemplar, cuja imagem recolhemos da obra de Teixeira de Aragão, tinha a particularidade de apenas ter a letra S, e encontrava-se, segundo o autor, na Biblioteca Nacional de Madrid. Já Batalha Reis, refere-se a este exemplar, como o de Madrid.

Um segundo exemplar (página seguinte) encontra-se no Museu do Banco de Portugal. Este exemplar, acaba por ter um interessante percurso. Este era o exemplar do Sr. Judice dos Santos, que no inicio do séc. XX terá “desaparecido”, desconhecendo-se o seu paradeiro até meados dos anos 90, altura em que aparece num leilão em Zurique, e em boa hora o Banco de Portugal o adquire.

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““Este exemplar, da bibliotheca nacional de Madrid, é estimado pelo sr. A, Heiss em 100 pesetas. - 18$000 réis.O sr. Judice dos Santos possue um outro exem-plar, com o S à esquerda, e à direita um A. Pesa 67 grãos.”

Pedro Batalha Reis

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Um terceiro exemplar, fazia parte da monumental Colecção Carlos Costa, entretanto adquirida pelo Grupo Espirito Santo, constando agora no catálogo BES.

De um hipotético quarto exemplar, não encontrei qualquer referência, já que a menção a este “quarto exemplar” aparece recentemente com a edição do Catálogo BES (ver acima). Já na 5a Edição da obra de Alberto Gomes de 2006, apenas são referenciados 3 exemplares, e curiosamente a imagem que lá consta é a do mesmo exemplar do Catálogo BES.

Santarém ou Sevilha?Analisados diversos autores parece não ser de todo consensual, esta questão. Enquanto alguns dos principais autores como Teixeira de Aragão e Pedro Batalha Reis, apontam como Sevilha, a casa emis-sora, outros mais comtemporâneos, mas não menos importantes, como Ferraro Vaz e Alberto Gomes, indicam Santarém.

Convido-vos agora a debaterem este assunto e outro que achem pertinente.

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No dia 1 de Fevereiro de 1908, El rei D Carlos I e seu filho, o príncipe herdeiro Luis Filipe são barbara-mente assassinados em Lisboa, no Terreiro do Paço. Este acontecimento tinha sido previsto uns anos antes em 1890 pelo poeta Guerra Junqueiro através dos versos «O Caçador Simão» ( Simão é o ultimo dos nomes próprios do Rei ), onde previa que o caçador acabaria por ser caçado, numa clara alusão à paixão do rei pela caça e à possibilidade da Monarquia terminar com a sua morte violenta.

Carlos Fernando Luís Maria Victor Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis José Simão de Bragança Sabóia Bourbon e Saxe-Coburgo-Gota, nasceu em Lisboa, no Palácio da ajuda em 28 de Setembro de 1863 e foi o penúltimo Rei de Portugal.Filho do rei Luís I de Portugal e da princesa Maria Pia de Sabóia.

D. Carlos nasceu na qualidade de príncipe herdeiro da coroa, pelo que recebeu desde cedo os títulos oficiais de Príncipe Real de Portugal e Duque de Bragança, tendo recebido desde cedo uma cuidada educação, onde se incluiu o estudo de várias línguas estrangeiras. Ainda jovem viajou por várias cortes europeias (Inglaterra, Alemanha, Áustria, etc.), tendo numa dessas deslocações conhecido a princesa francesa Amélia de Orleães, filha do pretendente ao trono de França, com quem viria a casar, na igreja de S. Domingos em Lisboa, após um breve noivado.

Em 19 de Outubro de 1889, na velha cidadela de Cascais, assiste ao fim da penosa ago-nia do rei D.Luis, tendo sido sua mãe a rainha D. Maria Pia a primeira pessoa a prestar-lhe homenagem. “Abençoo-te, Carlos, para que sejas tão bom rei como foste bom filho“

Assassinato de El-Rei D. CarlosMoeda do dia 1 de Fevereiro

“De súbito, do lado da praça, quase em frente do Ministério da Fazenda, agora estação dos CTT, ouve-se o estalido seco duma primeira detonação. Logo ao primeiro tiro acerta no pescoço de D. Carlos, quebrando-lhe a coluna vertebral e matando-o instantaneamente”.

- - - - - - - - - - - - Por: Teresa Guimarães

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Foi aclamado rei de Portugal em 28 de Dezembro de 1889, altura em que o país atravessava uma grave crise económica, tendo o seu reinado começado da pior forma.

Logo em Janeiro de 1890 o “Ultimato Inglês”, no qual a Inglaterra exigia que o governo português mandasse retirar os exércitos que se encontravam entre as colônias de Angola e Moçambique, caso contrário, declararia guerra ao país, veio complicar a situação.O governo cedeu. Os portugueses sentiram-se humilhados e atribuíram as culpas à incapacidade política do rei. Os republicanos aproveitaram esta oportunidade para reforçar a idéia de que a monarquia devia ser derrubada. Houve por todo o país muitas manifestações contra o “Ultimato” e os jornais encheram--se de artigos violentos contra a Inglaterra, contra o rei e contra a monarquia. Foi nessa época que apareceu um hino militar “A Portuguesa”, hoje, Hino Nacional. O Rei soube inverter a situação e, graças ao seu notável talento diplomático conseguiu colocar Portugal no centro da diplomacia europeia da primeira década do século XX. Para isso contribuiu também o facto de D. Carlos ser aparentado com as principais casas reinantes europeias.

D. Carlos era um apreciador das novas tecnologias, tendo mandado instalar luz eléctrica no Palácio das Necessidades e fez planos para a electrificação das ruas de Lisboa. Embora fossem medidas sensatas, contribuíram para a sua impopularidade visto que o povo as encarou como extravagâncias desne-cessárias. Foi ainda um amante da fotografia e autor do espólio fotográfico da Família Real. Foi ainda um pintor de talento, com preferências por aguarelas de pássaros que assinava simplesmente como “Carlos Fernando”.

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- - - - - - - - - - -D. Carlos I numa

visita a França 1905

(em cima)

D. Carlos I com a rainha D. Amélia

(à direita)

Moeda de 200 reis de 1891

(ao centro)

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Foi um apaixonado pela ornitologia e pela oceanografia. Ao longo de doze anos de campanhas, D. Carlos reuniu uma colecção zoológica de incalcu-lável valor histórico e científico. Esta colecção tem vindo a servir de base à realização de diversos estudos científicos, nomeadamente sobre peixes e crustáceos e a parte que resistiu a inumeros saques e mudanças de local de armazenagem, está hoje exposta no Aquário Vasco da Gama.

Honrando esta faceta do monarca, a Armada Portuguesa opera actualmente um navio oceanográfico com o nome de D. Carlos I. D. Carlos foi também um excelente agricultor, tendo tornado rentáveis as propriedades da Casa de Bragança , produzindo vinho, azeite, cortiça, entre outros, tendo também organizado uma excelente ganadaria e incentivado a preservação dos pres-tigiados cavalos de Alter.

Foi o rei mais culto de toda a história portuguesa. Mas durante todo o reinado de D. Carlos, o país encontrou-se a braços com crises políticas e económicas, tendo o rei nomeado o regenerador liberal João Franco como primeiro-min-istro. Este, solicitou ao Rei que dissolvesse o parlamento, adiando por algum tempo as novas eleições, ao que D. Carlos acedeu. A oposição (não só a republicana, mas também os monárquicos opositores de Franco) lançaram então uma forte campanha antigoverno, envolvendo também o próprio rei, alegando que se estava em ditadura. Este regime ditatorial foi o início do movimento republicano, que começava a ganhar adeptos em todo o país, e a causa directa do regicídio. No dia 31 de Janeiro de 1908, João Franco consegue convencer o rei a assinar um decreto que agravava grandemente a situação dos oposicionistas presos .

Era o tal decreto que, no fundo, habilitava o Governo a eliminar todos os discordantes da sua política e é a última recordação que o monarca vai deixar ao povo. Ao assiná-lo, dizem que murmurou: “Assino a minha sentença de morte”.

No dia seguinte, a família real regressa a Lisboa depois de uma temporada no Palácio Ducal de Vila Viçosa. Viajaram de comboio até ao Barreiro, onde apanharam um vapor para o Terreiro do Paço. Esperavam-nos o governo e vários dignitários da corte. Após os cumprimentos, a família real subiu para uma carruagem aberta em direcção ao Palácio das Necessidades. Nenhumas providências excepcionais foram tomadas para garantir a segurança da famí-lia real pois para João Franco não havia razões algumas para tal... D. Manuel alude a este facto no seu diário: «Aquele Terreiro do Paço estava deserto, nenhuma providência! Isso é que me custa mais a perdoar ao João Franco.» Da velha rainha-mãe Maria Pia o primeiro-ministro ouve incriminações con-tundentes: “Diziam que o senhor era o coveiro da monarquia. Foi pior. Foi o assassino de meu filho e de meu neto.”

Os autores do atentado Alfredo Costa e Manuel Buíça foram mortos no local por membros da guarda real.

A morte de D.Carlos e do Principe Herdeiro indignou toda a Europa, espe-cialmente a Inglaterra, onde o Rei Eduardo VII lamentou veementemente a impunidade dos chefes do atentado. Os restos mortais d’El Rei D.Carlos repousam no Panteão dos Braganças, no mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa, ao lado do filho que com ele foi assassinado.

- - - - - - - - - - -O Sobreiro (177 x 91 cm) 1905, pastel sobre cartão Palácio Ducal - Vila Viçosa Fund. da Casa de Bragança

- - - - - - - - - - -Túmulos do Rei D. Carlos I e Príncipe Luís Filipe

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Quem Quer Ser NumismataOS vencedores do QQSN 2009

O concurso Quem Quer Ser Numismata, foi uma das primeira apostas ganhas pelo Fórum dos Numismatas. A segunda edição não foi diferente, ultrapassando o êxito obtido no primeiro ano.

Recordamos aqui os 3 finalistas, tendo o forista A.Rocha vencido novamente. Parabéns a todos.

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1º A.Rocha

2º MS

3º Lapa*

3º amaf1976

*O forista Lapa, decidiu de livre vontade concorrer extra-concurso, pelo que apesar de figurar nesta galeria, a “medalha” vai para o concorrente seguinte.

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EuroRevelações 2009Vencedoras 2009

O Fórum dos Numismatas elege anualmente as melhores emissões numismáticas do ano transacto.

1- São eleitas as melhores emissões numismáticas em 4 categorias:a) Melhor Moeda Comemorativa Portuguesa (EURO)b) Melhor Set Oficial Europeu (EURO)c) Melhor Moeda Comemorativa Europeia (EURO)d) Melhor Moeda Comemorativa do Mundo 2- A administração/Moderação do fórum elege 5 moedas nomeadas por cada categoria.3- Após a apresentação das candidatas todos os foristas elegem as melhores através de votação pública no site http://www.numismatas.com.4- Encerrada a votação serão oficialmente anunciados os vencedores.5- Durante a World Money Fair, feira anual em Berlim, serão entregues os respectivos diplomas às casas da moeda vencedoras pela mão do companheiro Gomen, mentor desta incitava.

MELHOR MOEDA COMEMORATIVA PORTUGUESA

1,5€-Tesouros Numismáticos Portugueses - O Morabitino de D. Sancho II

As primeiras moedas de ouro portuguesas que se conhecem, dos reis D. Sancho I, D, Afonso II e D. Sancho II, foram feitas com métrica semelhante à da dinastia dos Almorávidas, chamado morabitino entre os cristãos, nome que eles também adoptaram. Essa moeda muçulmana, aparecendo em abundância, com um ouro de muito bom teor, proveniente das regiões a sul do deserto do Sahara, numa época de fome de metais preciosos, logo se espalhou por toda a Europa. Encontra-se referida um grande número de documentos contratuais e compromissos de venda, em especial da Península, por onde passou desde a última metade do século XI até aos finais do século XII, atravessando o velho continente até à Ásia, que parece ter sido sempre o destino final de todo o ouro. Os morabitinos portugueses, presumi- velmente emitidos de início em grande quantidade, são hoje de relativa raridade, mas muito apreciados pelos coleccionadores e difíceis de aparecer à venda. Em nome de Afonso II são muito raros e o de D. Sancho II é único. A moeda recria o Morabitino de ouro batido em Braga ou em Lisboa no reinado de D. Sancho II (1223-1248), de que se conhece apenas um exemplar, pertencente ao Museu Nu-mismático Português, sendo hoje considerado um dos mais importantes numismáticos.

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MELHOR MOEDA COMEMORATIVA DA EUROPA (EUROS)

AÚSTRIA - 10€ Ricardo Coração de Leão

Ricardo I (8 de Setembro, 1157 - 6 de Abril, 1199) foi Duque da Aquitâ-nia (1168-1199), Conde de Anjou, Duque da Normandia e Rei de Inglaterra (1189-1199). Ricardo é também conhecido por vários cognomes, entre eles Coração de Leão (Coeur de Lion, Lionheart), Oc et No (sim e não em pro-vençal) e Melek-Ric (Rei-Ric[ardo]) pelos muçulmanos do Oriente Médio, que usavam a sua figura para ameaçar as crianças que se portavam mal. Ricardo foi um dos líderes da Terceira Cruzada e foi na sua época considerado como um herói. Ricardo tornou-se então rei da Inglaterra, duque da Normandia e conde de Anjou, sucedendo ao pai que detestava, sendo coroado em 3 de Setembro, na Abadia de Westminster. Livre para perseguir os seus próprios interesses, Ricardo não permaneceu muito tempo na Inglaterra. Imediata-mente após a subida ao trono, começou a preparar a expedição à Terra Santa que seria a Terceira Cruzada.

MELHOR SET OFICIAL DA EUROPA (Euros)

GRÉCIA- Carteira BNC- Ano Internacional da Astronomia

O Ano Internacional da Astronomia é um ano de celebração da astronomia, celebrado em 2009, para coincidir com o 400.o aniversário das primeiras observações astronómicas feitas com um telescópio por Galileu Galilei e da publicação de Astronomia nova por Johannes Kepler no século XVII. O Ano foi declarado pela 62.a Assembleia Geral da ONU. Um regime mundial, esta-belecido pela União Astronómica Internacional (IAU), também foi aprovada pela UNESCO - órgão da ONU responsável pela Educação, Ciência e Cultura. A União Astronómica Internacional e a UNESCO estão a coordenar o Ano Internacional de Astronomia em 2009. Esta iniciativa é uma oportunidade para os cidadãos da Terra para adquirirem um conhecimento mais profundo da astronomia e o seu papel no enriquecimento das culturas humanas. Além disso, irá servir como uma plataforma para informar o público sobre as mais recentes descobertas astronómicas e destacar o papel essencial da educa-ção na ciência da astronomia.

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MELHOR MOEDA COMEMORATIVA DO MUNDO

PALAU- 10 Dólares - Ambar Room

O original Amber Room (Inglês, por vezes, Amber Câmara, em russo: Янтарная комната komnata Yan-tarnaya, alemão: Bernsteinzimmer), no Palácio de Catarina de Tsarskoye Selo perto de São Petersburgo é uma câmara de decoração completa de painéis de âmbar com suporte de folha de ouro e espelhos. Devido à sua beleza singular, às vezes era chamado de “Oitava Maravilha do Mundo”. A Original Sala do Âmbar representou um esforço conjunto de artesãos, alemães e russos. A construção da Sala de Âmbar começou em 1701-1709 na Prússia. A sala foi projectada pelo escultor barroco alemão Andreas Schlüter e construída pelo artesão dinamarquês de âmbar Gottfried Wolfram e permaneceu no Palácio de Charlottenburg, até 1716, quando foi dada pelo rei prussiano Frederico Guilherme I, ao seu aliado, o czar Pedro, do Grande do Império Russo. Na Rússia, foi ampliada e depois de várias reformas, que abrangeu mais de 55 metros quadrados e com mais de seis toneladas de âmbar. A Sala de Âmbar foi saqueado durante a II Guerra Mundial pela Alemanha nazi, que trouxe o âmbar para Königsberg. O seu paradeiro foi perdido no caos, no final da guerra. Seu destino ainda é um mistério, e a busca continua.Em 1979 iniciou-se os esforços para reconstruir a sala de Âmbar em Tsarskoye Selo. Em 2003, depois de décadas de trabalho pelos artesãos russos, a reconstruída Sala Do âmbar foi reinaugurada no Palácio de Catarina, em São Petersburgo, Rússia. A moeda incluí um pedaço original de âmbar.

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03 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - CADERNOS NUMISMÁTICOS

- Grace Kelly- 100ª Aniversário da República Portuguesa- Milmanda - A ceca em que D. Fernando cunhou moeda com as letras M e M -I- entre 1369-1372

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Grace Kelly 25o Aniversário da Morte da Princesa

Quem foi afinal Grace Kelly?Grace Kelly nasceu a 12 de Novembro de 1929 em Pensilvânia, Estados Uni-dos da América. Desde muito nova, Grace participava em diversas peças de teatro, e com 22 anos já intrepretava um papel de cinema. Em 1954 no filme “The Country Girl” venceu um Óscar, um filme de George Seaton.

Como princesa do Mónaco, tudo começou em 1955 quando foi convidada pelo governo francês para participar no Festival de Cannes, onde conheceu o príncipe Rainier III. Em 1956 deu-se o matrimónio com Rainier III. Apenas dois anos mais tarde “1958” nasceu o actual príncipe Albert II.

Grace Kelly faleceu a 14 de Setembro de 1982 com um derrame cerebral, após ter sofrido um acidente de viação nas estradas Monegascas.

Emissão: Flor-de-Cunho 20.001 Moedas

Emissor: MónacoKM#186

- - - - - - - - - - - - Por: José Silva

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República Portuguesa100º Aniversário

O que foi o 5 de Outubro de 1910?Nos dias 4 e 5 de Outubro de 1910 alguns militares da Marinha e do Exército iniciaram uma revolta nas guarnições de Lisboa, com o objectivo de derrubar a Monarquia. Juntamente com os militares estiveram a Carbonária e as estruturas do PRP (Partido Republicano Português). Na tarde desse dia, José Relvas, em nome do Directório do PRP, proclamou a República da varanda da Câmara Municipal de Lisboa.

Apesar de o 5 de Outubro não ter sido uma verdadeira revolução popular, mas sobretudo um golpe de estado centrado em Lisboa, a nova situação acabou por ser aceite no país e poucos acreditaram na possibilidade de um regresso à Monarquia.

Seguiu-se um período de democracia republicana, caracterizado por forte instabilidade política, conflitos com a Igreja, mas também grandes progres-sos na educação pública.

A chamada I República Portuguesa terminou em 1926, com o golpe de 28 de Maio, a que se seguiram muitos anos de ditadura.

A moeda apresenta na coroa exterior as 12 estrelas da UE. No núcleo da numisma está representado o escudo português, sobreposto pela efígie da República Portuguesa.

Ao longo do núcleo da moeda, apresenta-se ainda o centenário “1910-2010” e ainda o país emissor, “República Portuguesa”.

Autoria de José Cândido e casa da moeda INCM.

Emissão:Normal - 2.000.000 BNC - 20.000 Moedas PROOF - 15.000 Moedas

Emissor: Portugal

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Após o 5 de Outubro foi substituída a Bandeira Portuguesa. As cores verde e vermelho significam, respectivamente, a esperança e o sangue dos heróis. A esfera armilar simboliza os Descobrimentos. Os sete castelos representam os castelos do Algarve conquistados por D. Afonso III. As cinco quinas significam os cinco reis mouros vencidos por D. Afonso Henriques. Finalmente, os cinco pontos em cada uma das quinas lembram as cinco chagas de Cristo.

O hino A Portuguesa, composto em 1890, com letra de Henrique Lopes de Mendonça e música de Alfredo Keil, tornou-se o Hino Nacional.

- - - - - - - - - - - - Por: José Silva

Algumas moedas e notas do extinto escudo!

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Esta Vila encontra-se situada em zona fronteiriça ao reino de Portugal desde a sua funda-ção, no concelho de Cela Nova e integrada na província de Orense foi das primeiras locali-dades que por sua voz tomaram partido por D. Fernando a quando da Invasão de Caste-la em Junho de 1369 , pelo assassinato de D. Pedro I por seu irmão bastardo Henrique de Transtâmara, mais tarde Henrique II , respondendo o nosso rei Formoso ao apelo da sociedade e nobreza galega pelo direito que tinha à sucessão da coroa Castelhana por morte de seu primo. A fronteira era um espaço de convivência Galaico-Minhota no relacionamento entre os habitantes de um e de outro lado, como escreveu José Marques.

“Não obstante as dificuldades que o “zêlo” dos oficiais régios levantavam ao intercâmbio e convivência das populações de um e de outro lado das fronteiras , sabemos que os moradores de Araújo e Milmanda vinham a Ponte da Barca, onde se abasteciam de mercadorias que aí chegavam por via fluvial, regressando a suas terras , subindo ao longo do rio Lima e que muitos outros vinham abastecer-se a Valença , donde seguiam até Valadares , desviando-se depois pelo monte da Cumieira , rumo a Lamas de Mouro e ao Porto dos Asnos aí passando para a Galiza. Evitavam assim a passagem por Melgaço reclamada pelas autoridades locais a fim de taxarem a mercadoria transportada.”

“...as cartas régias de privilégio outorgadas a cada uma destas localidades há pormenores especificos, como o caso dos pastores de Baiona virem apascentar os seus gados a Portugal,ou os de Castro Laboreiro in-vocarem que a terra é fragosa e que não poderiam sobreviver sem o comércio com Araújo e Milmanda, na Galiza. Assim os pastores de Baiona e de outras localidades galegas entravam em Valença “ sem contradiçom al-guma” com gados , cavalos e armas e moedas e todallas outras cousas vedadas”........E em defesa dos moradores de Baiona, os homens bons dessa localidade galega vizinha, alegavam junto de D. Afonso V, que eles não se dedicavam ao contrabando, mas recebiam essas coisas “em sorte de casa-mento”, reagindo assim, contra as “muitas injúrias” que os oficiais régios lhe faziam, revistando-os, contra o antigo costume, na mira de encontratem ouro, prata, armas e impedirem a entradas de gado bovi-no e cavalos. Interessado como estava na conservação das boas relações entre as populações fronteiriças, D. Afonso V, transformou este costume em privilégio , que lhes permita “levar pam , vinho pêr terra pêra sua provisom e mantimento de suas casas cada hua pesoa e nam pêra averem de vende “

MILMANDA A CECA EM QUE D. FERNANDO CUNHOU MOEDA COM AS LETRAS M e M -I- ENTRE 1369-1372

- - - - - - - - - - - - Por:

Laulo Baptista

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Teresa de Jesus Rodrigues em “A fronteira do minho nos finais da idade média: aspectos sócio-económi-cos” num parágrafo descrevia o relacionamento entre vizinhança , com este pequeno texto:

“...Quanto aos moradores de Castro Laboreiro, por carta outorgada por D. Afonso V, sabemos que era cos-tume antigo vizinharem com as vilas galegas de Milmanda e Araújo, substanciado no privilégio de fronteira livre, que lhes permitia transaccionar e transportar, sem quaisquer “ “embarguo” ou “ contradiçom”, pão, vinho e outras coisas necessárias e na regalia de irem lá apascentar os seus gados, podendo por sua vez, os moradores das referidas vilas galegas vir apascentar os seus nos montes de Laboreiro.”

Alguém escreveu que as fronteiras entre a Galiza e Portugal na Idade Média eram bastan-te plásticas isto para dizer que foram sempre vulneráveis por conveniência social e económi-ca e aceites tacitamente pelos governos dos dois reinos e imposta pelos povos que se liga-vam entre si para além da vizinhança, também pelo casamento e pelos bens e haveres. Estes apontamentos observados do lado de cá da fronteira , seriam semelhantes vistos do lado da Galiza , motivo mais que suficiente para que D. Fernando I , depois entrar na Galiza por Tuy , em Junho de 1369 seguiu em direcção a Milmanda , ocupando-a sem resistência e com apoio do povo galego ; historicamente é reconhecido que D. Fernando ali se instalou com a sua corte e cunhou moeda nesta vila, seguindo as suas tropas para outras vilas e cidades que também tomaram a sua voz e lhe deram apoio sem grande resistência fixando-as estrategicamente nas cidades de Corunha e em Zamora, onde pouco tempo depois Henrique II , “com o fiel Du Guesclin, organizava a ofensiva : em Julho de 1369, caía Samora e com a ajuda dos bretões, rumava à Galiza , com excepção da Corunha , Tuy e Milmanda , onde os galegos resistiram mais tempo às tropas mercenárias integradas nas fileiras de Henrique II , e que o Tratado de Alcoutim em 31 de Março de 1371, veio repor as fronteiras alteradas pela Guerra Fernandina.

D. Fernando permeneceu em Milmanda até 1372 , para além da assinatura do Tratado de Alcoutim, pelo compromisso assumido de casar com a filha de Henrique II , Leonor de Castela , que não aconte-ceu; quebrado o acordo ficou estabelecido pela Convenção de Tuy, a restituição das vilas de Milman-da, Allariz y Monterrey que lhe tinham sido oferecidas . Entretanto D. Fernando casa secretamente com D. Leonor de Teles em 15 de Maio de 1372 em Leça do Balio.

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Milmanda recebeu o primeiro foral de Alfonso IX no ano de 1199 com privilégios idênticos aos que Fernando II tinha concedido a Benavente no ano de 1164 a esta localidade leonesa, beneficiando de liberdade e paz os seus habitantes, situando-se Milmanda a sul da Galícia na fronteira do Minho com Portugal.

16. Fuero de MilmandaLa localidad de Milmanda, en el municipio de Celanova, provincia de Orense, recibe un fuero brevede Alfonso IX en el año 1199. El texto es, en esencia, una transcripción del fuero de Benavente, concedido por Fernando II en 1164 a esa localidad leonesa, al que se le unen toda una serie de privilegios y de libertades a favor de los habitantes de la nueva villa creada en el sur de Galicia, zona fronteriza con el recién creado reino de Portugal. “In nomine Domini nostri Ihesu Christi, amen. Inter cetera que regiam maiestatem dec-orare uidentur et precipus est iusticiam excolere, atque inter sibi humiles et deuotos pacem et concordiam seminare; per hanc siquidem et loca inculta coluntur et que raro incolebantur habitatore innumera gencium multitudine regio subdita obsequio habitantur. Hinc est quod ego Alfonsus, Dei gratia Legionensis rex, una cum uxore mea regina domna Berengaria, damus et concedimus omnibus habitantibus in villa que Mil-manda dicitur uel ad habitandum ibi conuenientibus ipsam villam Milmanda ad populandam, cum talibus terminis et hereditatibus, uidelicet, Candanes, Soutobade, Caluos, Penesionas, Deua cum de Molendinis, Reuora de Rege, Ceio et Cobreros, Trasmires, Sancta Marta. Damus uobis alfoz contra regnum Portuga-lensium, quomodo diuiditur Legionensis regnum cum regno Portugalensium, et quomodo diuiditur flumen Arnoia et intrat in Mineum, et quomodo diuiditur per flumen Sorga, et quomodo diuiditur Reuoeira de Rege cum Sancta Vaia. Damus itaque uobis et concedimus Milmandam, ad populandam, cum supra nominatis terminis et hereditatibus, per forum de Beneuento.

(I) Morator de Milmanda uindicet omnes suas hereditates ubicumque illas habuerit cum casa de Milmanda.(II) Populator de Milmanda infra terminos quibus partiuntur non det portaticum neque uassallus eius neque suas hereditates.(III) Omnes uicini de Milmanda habeant unum forum. Et damus uobis feriam unum mensem ante Natiuita-tem Sancti Iohannis Babtiste, cautione autem quod nullus sit ausus contrariare uel disturbare seu ... illam, uel satutibus in ea ...d inde sit eius inimicus uel debitor uel fideiussor. Et si aliter fecerit mille morabetinos pectabit, medios ad regem, medios ad concilium et alcaldes.(IV) Vicinus de Milmanda qui tendam rotundam in fossatum leuauerit, excuset quatuor homines pedites; alcalde excuset tres; signa escuset XIIcim; notarius excuset unum.(V) Si uir uxorem cum qua bona uitam facere solet percuserit, et inde hobierit, non pectet homicidium neque de suo aliquit perdat nec sit homicida. Et de filiis a patre uel a matre percussis inde hobierit 300

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de Historia del Cuadernos Derecho 2003, 10 257-343(1) Victória Armesto em Verbas Galegas , escreveu Fer-nando I , chegou ás portas de Cruña o primeiro de Maio de 1369(2) Univ Minho – Casa Sarmento.

Do mesmo modo , do que há um ano, ao apresentamos um trabalho na Revista no. 1 do encontro do Forum dos Numismatas em Santarém , sobre Miranda do Douro e as moedas de emergência que D. Fernando mandou cunhar em diversas localidades que ocupou com as siglas ou letras monetárias de Tuy - T ; TU ; TV ; TVY - Milmanda M ; MI - Cória Q - Zamora ÇA ; Ç - Corunha C-V ; CRV - V – Valência de Alcântara , para satisfazer os custos da guerra e do pagamento dos salários aos seus soldados e impor a soberania sobre as terras conquistadas , aqui estamos para que os nossos colegas Galegos possam corroborar com os seus argumentos de que Milmanda foi a vila onde foram cunhadas as moedas atrás mencionadas.

Na Ceca de Milmanda com a letra monetária gótica M e M-I , foram cunhadas Barbudas ,Meias bar-budas , Graves , Pilartes de Coroa , Tornes e Meio tornes de cruz , todas elas entre Junho de 1369 e me Em alguns registos de autores Galegos e Castelhanos que encontramos e a seguir descriminamos não se lhes suscitaram dúvidas para que nos seus trabalhos considerassem Milmanda o local de cunha-gem referenciado nas moedas a que nos referimos com M e M-I, e que alguns colegas portugue-ses vão insistindo em atribuir a Miranda do Douro, a Casa da Moeda onde essas moedas foram batidas, mas sobre isso já o grande professor Leite de Vasconcelos em 1916, há quase 100 anos esclareceu claramente, num excelente trabalho em o Archeólogo Português e publicado no Diário de Notícias no mesmo ano ; decorridos estes anos ainda ninguém apresentou trabalho que o contrarie com factos convincentes ; não é abundante o material que pesquisamos acessível ao tema na língua castelhana, de qualquer modo sendo curto é elucidativo.

Durante algum tempo fomos observando o registo em algumas Revistas Numismáticas de vários textos sobre o assunto, com o balanceamento, uma vezes para o lado português e de outras para o castelhano, não sendo unânime uma posição definida nem uma opinião coerente sobre a verdade que humildemente Leite de Vasconcelos não se importou de corrigir, até que recentemente na Revista da Numisma No. 66 de Setembro de 2009, vem relançar o tema com a publicação do seu trabalho já publicado no princípio do século passado .

Observemos os textos e imagens que os autores e escritores numismáticos, espanhóis foram publi-cando ao longo de muito anos, com referência à ceca de Milmanda.

Retemo-nos um pouco no texto de entrada como introdução histórica de Alcazar de Milmanda ou, à História de la moneda espanhola por Octávio Gil Farrés; Glossário Hispânico de Numismática por Felipe Mateu y Lopis; La Moneda Hispano Musulmana y Cristiana 711-1981, por Carlos Castán yJuan Ramon Cayon e a muitos outros trabalhos que não localizámos.

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Ainda, com referência às moedas de D. Fernando cunhadas en Galícia, escreveu:

Jaime Paz, responsável pelo Ciclo Numismático e Filatélico de Orense, escrevia... La ceca de da Mil-manda posiblemente fuera acuñada en Santa Eufemia de Milmanda, cerca de Celanova (Orense) y la de Quiroga (Quiroga Lugo), esta última no la incuímos neste catálogo por no disponer de suficiente información. Seguem-se outros textos localizados na literatura galega relativos ao mesmo tema:

“Em las guerras por la corona de Pedro I era señor de Milmanda , Suero Yañez de Parada e alcaide mayor Payo Araújo . Em 1366 , Juan Rodriguez de Biedma se alzó por don Enrique com las fortalezas reales. Der-rotado Biedma por los leales a don Pedro, que mandaba el cuñado de éste don Fernando de Castro, ocupó las tenencias de Allariz y Milmanda Men Rodriguez de Sanabria, que com don Fernando y Yañez Parada acompañó a dom Pedro em el itinerário que terminó em Montiel. Yáñez y Men Iograron fugarse, y trajeron a Galicia las nuevas.”

“Yáñez y Araújo se exiliaron a Portugal y se pusieron al servicio del yerno del rey asesinado. Fernando I, con el apoyo de la nobleza gallega puso su corte en Milmanda en mayor de 1369, y ocupó las ciudades gal-legas : y aunque Enrique envió las Compañias Blancas, es probable que la base de Milmanda se sostuviesse hasta 1372 en que terminó esta fase de guerras.”

Ricardo Luis Pita Fernandèz, em “A Moeda en Galícia y Galícia na Moeda” “ISBN:84-605-9958-2,Santiago, 1999... Fernando I establece dos nuevas casas de la moneda en el sur de Galícia, en Tui y Milmanda (en Celanova)....de la ceca de Milmanda con marca M: Tornès de plata: Fernan-dus Rex Portugal Algarve/Dominus Michi Aiutor Et Ego. Y del mismo estilo, Grave, Médio tornès, Barbuda, Meia Barbuda y Pilarte....Por otra parte , Dom Fernando utiliza la activa la ceca coruñesa...”

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Na Crónica de Henrique II, extraímos o seguinte:

Na Galipedia, a wikipedia na língua galega se descreve a moeda Barbuda:

“Barbuda (moeda)A barbuda foi unha moeda portuguesa batida durante o reinado de D. Fernando I de Portugal (1367-1383). No anverso mostra a efixie do rei e no reverso un helmo do que recibe o nome a moeda xa que esa clase de helmos era coñecidos como barbudas.Era unha moeda de bellón que ó primeiro equivalía a unha libra de 20 soldos, e tras de 1371 valía 14 soldos, ó final acabou equivalendo tan só a 2 soldos e 4 diñeiros. Ademais de en Portugal labrouse tamén en Galicia, na Real Casa da Moeda da Coruña e nas cecas de Tui e Milmanda durante o tempo que o rei portugués ocupou esas vilas na súa pretensión ó trono castelán.”

Os quadros que se seguem continuam a mencionar Milmanda nas cecas Castelhanas

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Mostramos mais um quadro de apresentação e venda de moedas de D. Fernando I, numa grande loja numismática do país vizinho, especificamente Barbudas de várias Casas da Moeda onde o nosso rei as mandou lavrar, como a de Milmanda de Cória, Corunha, Tuy e Zamora, clarificador para o nosso trabalho.

Extraímos ainda esta página sobre a História de Ribadavia e sus arredores, datado de 1920.

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Por último, deixamos um apontamento que julgamos importante para que se perceba e entenda por que razão nas Cortes de Lisboa de 1371, e que Aragão apresenta parte dela transcrita no Comprovativo no. 10, na página 348, no art. 34, em que descreve que o rei D. Fernando mandou recolher as moedas da “Crunha, Tuy e Çamora”, e pelo facto de não mencionar também as que se cunharam em Milmanda e Valência de Alcântara, é argumento para que alguns numismáticos sejam partidários de Miranda do Douro para as moedas com a letra monetária M; então porque seria que assim aconteceu? Expliquemo--nos: as Cortes de Lisboa foram realizadas em 6 de Agosto de 1371, cinco meses após a assinatura da Paz ou Tratado de Alcoutim, em 31 de Março desse ano; nessa Convenção se estabeleceram-se diversos acordos para que os dois reinos entrassem de uma vez por todas numa paz duradoura; a parte que nos interessa agora esclarecer do Tratado, é aquela em que o nosso rei se comprometeu a casar com a filha de Henrique II, a Infanta Leonor de Castela ; não seria correcto- nas Cortes de Lis-boa levantar o problema das moedas de Milmanda ou mesmo Valência, porque estava acordado que D. Fernando receberia como oferta desse casamento as Vilas de Milmanda , Allariz e Monterrey; elas persistiram em nosso poder desde Março de 1371 a Abril de 1372 , data em que foi dada continuidade ao Tratado de Alcoutim com a assinatura de nova Convenção realizada em Tuy, para que o reino de Castela recebesse de volta as vilas ainda na posse das forças partidárias do nosso Rei e anulasse o casamento com a filha de Henrique II.

Em “Beatriz de Portugal, La Pugna dinástica Avis-Transtâmara” , pg. 53 , 54 e 55 , de César de Oliveira Serrano : Cap. 2 - EL MATRIMÓNIO DE FERNANDO I Estando reunidas las Cortes con sones de boda, Enrique II, recebiò la desagradable notícia de que Fer-nando I acababa de casarse, en enero de 1372, con Leonor Téllez (o Teles) de Meneses, rompiendo la paz de Alcoutim, recién firmada. Pedro López de Ayala vuelve a contar el episodio con su habital estilo directo:

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“ Estando el Rey Don Enrique en las Cortes que facia en Toro llegaraon y a él mensageros del Rey de Por-togal, por los quales le facia saber , que él casara e era casado con una dueña del su Regno de Portogal, que dician Doña Leonor Téllez de Meneses : que le rogaba que lo non oviese por enojo, por quanto non podia casas con la Infanta Doña Leonor, su fija del Rey Don Enrique , ca antes quel dicho casamiento se firmasse , él oviera tomado por muger a la dicha Doña Leonor Tellez de Meneses ; pero con todo eso que su voluntad era de quedar su amigo, e otrosi de la mandar entregar las villas de Castilla que tenia e le ...rogaba que se las ficiese dar e entregar luego, e que ellos fincasserm amigos. E los mensaxeros de Portogal dixeron que los tenian poder para ello ; e el Rey envió con ellos e entrgaronle las villas.

...La boda de Fernando I , en la medida que suponía una afrenta a Enrique II , significaba una reanu-dación de las hostilidades a corto plazo, aunque de momento se firmó el Tratado de Tui (Abril de 1372), que devolvia las fronteras a la situación anterior à la guerra.”

Era desajustado levantar essa questão nas Cortes de Lisboa em princípios de Agosto de 71, D. Fer-nando guardou bem esse trunfo do casamento sabendo à partida que o não iria cumprir; a Paz era o mais importante para o nosso rei. A história diz-nos que D. Fernando era mulherengo e era mui formoso e tinha um romance que nem os portugueses sabiam ou desconfiavam, e mais tarde vieram a rejeitar, terminando ele com o casamento oficioso em Maio de 1372, em Leça do Balio , com Leonor Teles de Meneses, pelo que a partir desta data estava rompido o compromisso que havia assinado no Tratado, para casar com a filha do rei castelhano.

Ora, com a devolução de Milmanda e outras vilas a Castela, pelo Tratado de Tui, em Abril de 1372 a moeda que havia circulado até esta data, não mais tinha justificação nem direito para continuar a ser cunhada ali, nem circular nestas vilas que o nosso rei foi obrigado a restituir

Estivemos em Milmanda de Junho de 1369 a pelo menos até Abril ou Maio de 1372.

O facto de não estar registado no articulado e não se fazer alusão nas Cortes de Lisboa de 1371 , à quebra da moeda de Milmanda juntamente com as da Corunha, Tuy e e Samora , leva a que alguns coleccionadores argumentem e sejam partidários de Miranda do Douro, como a Oficina que cunhou as moedas com M e M-I., não estavam nem podia lá estar escrito porque o compromisso de casamento se prolongou muito para além das Cortes e se manteve válido por muito tempo, conforme atrás se faz referência. É esta a mais correcta explicação plausível para que tal tivesse acontecido

Ora, o que dissemos no trabalho que apresentámos em 09 de Maio de 2009 na Revista n.1 do 1º Encontro do “Forum dos Numismatas” em Santarém, sobre o mesmo tema, repetimo-lo novamente; não pretendemos vincular os conteúdos que aqui transcrevemos a qualquer verdade absoluta, mas continuamos até prova em contrário, a sermos partidários dos que consideram que em Milmanda se cunharam Barbudas; Meias Barbudas; Tornezes; Meio Tornezes; Graves e Pilartes, e não em Miranda do Douro, cuja importância à época se reduzia a pouco mais de uma dúzia de vizinhos, homizíadas, ao Castelo e à Fortaleza de Outeiro de Miranda.

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