2008-08-15 gestao contemporanea parte 01
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Gestão Contemporânea Parte 01TRANSCRIPT
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GESTÃO CONTEMPORÂNEA Prof. Luiz Antonio 1. As Organizações
A sociedade humana é composta de organizações que fornecem os meios para o
atendimento das necessidades das pessoas. Serviços como água, saúde, energia, segurança
pública, alimentação, diversão, educação, etc. dependem das organizações.
As organizações fornecem os meios de subsistência para muitas pessoas que
trabalham direta ou indiretamente para essas organizações bem como seus familiares.
Existem organizações lucrativas e organizações não-lucrativas.
São exemplos de tipos de organizações em que o administrador trabalha:
• Pública ou privadas;
• Nacionais ou Multinacionais;
• Clubes;
• ONGs;
• Etc...
O desempenho das organizações é extremamente importante para clientes,
usuários, funcionários, acionistas, fornecedores e para a comunidade em geral.
Podemos então definir a Organização como sendo “um sistema de recursos que
procura realizar algum tipo de objetivo (ou conjunto de objetivos)”.
Figura 1.1 Principais componentes das organizações Fonte: Maximiano,2004.
RECURSOS Humanos Materiais
Financeiros Informação
Espaço tempo
PROCESSOS ● Processos de transformação ● Divisão do trabalho
OBJETIVOS Produtos
(Bens e serviços)
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Conforme verificamos na figura, os recursos representam os elementos necessários
para que a organização possa funcionar. Os processos representam as diversas ações que
devem ocorrer para atingir os objetivos, ou seja, as diversas atividades da organização que
devem ser executadas, sendo que essas atividades são divididas de acordo com a
característica do trabalho. Os objetivos representam os produtos (bens e serviços) que a
organização se propõe a produzir, ou seja, é a razão de ser da empresa.
Segue abaixo uma abordagem mais detalhada desses componentes da organização.
Objetivos
Os objetivos representam a razão da existência da organização. Toda organização
existe com a finalidade de fornecer algum tipo de produto: um bem, um serviço ou uma
combinação dos dois.
Por exemplo:
. Uma empresa montadora de veículos produz e comercializa ônibus, caminhões,
peças e componentes e presta serviços como assistência técnica e treinamento do pessoal
de suas concessionárias. Outro exemplo: a Prefeitura de uma cidade, ou o governo de um
Estado, tem inúmeros objetivos, nas áreas da saúde, educação, transportes, assistência
social e outros.
· Por meio do fornecimento de bens e serviços, as organizações procuram alcançar
outros resultados: proporcionar lucro e subsistência para seus proprietários e investidores
ou cumprir um papel na sociedade, sem objetivo de lucro.
Recursos
As pessoas são o principal recurso das organizações. Em essência, as organizações
são grupos de pessoas que usam recursos: recursos materiais, como espaço, instalações,
máquinas, móveis e equipamentos, e recursos intangíveis, como tempo e conhecimentos.
Para que as organizações possam funcionar é necessária a existência de desses recursos
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Processos de Transformação
Por meio de processos, a organização transforma os recursos para produzir os
resultados. Um processo é um conjunto ou seqüência de atividades interligadas, com
começo, meio e fim, que utiliza recursos, como trabalho humano e equipamentos, para
fornecer produtos e serviços. Um processo é a estrutura de ação de um sistema. Todas as
organizações podem ser desmembradas em processos. Como exemplo podemos citar
alguns processos comuns, que se encontram na maioria das organizações, que são os
seguintes:
- Produção: transformação de matérias-primas, por meio da aplicação de máquinas e
atividades humanas, em produtos e serviços.
- Administração de encomendas: transformação de um pedido feito por um cliente na
entrega de uma mercadoria ou prestação de um serviço.
- Administração de recursos humanos: transformação de necessidades de mão-de-obra em
disponibilização de pessoas, desde seu emprego até seu desligamento da organização.
Divisão do trabalho – Funções Organizacionais
Em uma organização, cada pessoa, bem como cada grupo de pessoas realiza tarefas
específicas que contribuem para a realização dos objetivos.
Assim como as organizações são especializadas em determinados objetivos, as
pessoas e os grupos que nelas trabalham são especializados em determinadas tarefas.
A divisão do trabalho é o processo que permite superar as limitações individuais por
meio da especialização. Quando se juntam as tarefas especializadas, realizam-se produtos e
serviços que ninguém conseguiria fazer sozinho.
As tarefas especializadas que as pessoas e os grupos executam, para que a
organização consiga realizar seus objetivos, em todas as organizações são praticamente as
mesmas. As mais importantes de qualquer organização são analisadas sucintamente a
seguir: produção (ou operações), marketing, pesquisa e desenvolvimento, finanças e
recursos humanos. A coordenação de todas essas funções especializadas é o papel da
administração geral.
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Figura 1.2 Atividades especializadas das organizações – Funções organizacionais
Fonte: Maximiano, 2004. Produção (ou operações)
O objetivo básico da atividade de produção é fornecer o bem ou serviço da
organização. Produção é uma palavra genérica, que indica todos os tipos de operações
para o fornecimento de bens ou serviços. No coração de qualquer organização, encontra-se
um sistema de operações produtivas, que utiliza e transformam recursos para fornecer bens
e serviços aos clientes, usuários ou público-alvo.
No fornecimento de bens, as matérias-primas são transformadas por meio da aplicação de
esforço de pessoas e do uso de máquinas.
Por exemplo:
- Na fabricação de pães, os materiais (farinha, fermento, etc.) são transformadas pelas
pessoas (padeiros) através das máquinas (forno, masseira, tabuleiro, etc.) em um produto
que é o pão.
- Na fabricação de automóveis, os materiais (rodas, volante, parafusos, e demais
componentes) vão sendo transformados através da montagem realizada pelas pessoas
(operários) com o auxílio de máquinas e equipamentos até alcançar o objetivo, que é o
automóvel pronto.
Na prestação de serviços, os próprios clientes são processados e transformados.
Por exemplo: pacientes tratados em hospitais e alunos educados nas escolas.
Produção (operações)
Marketing
Finanças
Recursos Humanos
Pesquisa e Desenvolvimento
Administração Geral
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- Em um hospital, o paciente (cliente) entra para uma intervenção cirúrgica e então o
próprio paciente vai sendo transformado pelas pessoas (médicos, enfermeiros, etc.) com o
auxílio de máquinas e equipamentos até alcançar o objetivo, que é a cirurgia realizada.
- Em uma universidade, o aluno (cliente) entra buscando uma formação e vai sendo
transformado pelas pessoas (professores, coordenadores, inspetores, etc.) com o auxílio de
equipamentos até alcançar o objetivo, que é formação do aluno.
Marketing
O objetivo básico da atividade de marketing é estabelecer e manter a ligação entre a
organização e seus clientes, consumidores, usuários ou público-alvo. Tanto as
organizações lucrativas quanto as não lucrativas realizam atividades de marketing.
Tradicionalmente o estudo de Marketing é direcionado através de quatro elementos
chamado os quatro P’s do Marketing: produto, preço, promoção e ponto de venda.
A função de marketing é muito ampla e abrange atividades de:
Pesquisa: identificação de interesses, necessidades e tendências do mercado.
Desenvolvimento de produtos: criação de produtos e serviços, inclusive seus nomes,
marcas e preços, e fornecimento de informações para o desenvolvimento de produtos em
laboratórios e oficinas.
Distribuição: desenvolvimento dos canais de distribuição e gestão dos pontos-de-venda.
Preço: determinação das políticas comerciais e estratégias de preço no mercado.
Promoção: comunicação com o público-alvo, por meio de atividades como propaganda,
publicidade e promoção nos pontos-de-venda.
Vendas: criação de transações com o público-alvo. (Em algumas organizações, vendas é
uma função separada de marketing.)
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)
O objetivo básico da atividade de pesquisa e desenvolvimento (P&D) é transformar as
informações de marketing, as idéias originais e os avanços da ciência em produtos e
serviços. A função de P&D tem também outras tarefas, como a identificação e a introdução
de novas tecnologias (novas matérias-primas e fórmulas, por exemplo) e melhoramentos
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nos processos produtivos, para reduzir custos.
· As grandes organizações, em muitos casos, têm muitas pessoas trabalhando em atividades
de P&D. São técnicos de todas as profissões que trabalham em laboratórios, centros de
pesquisa e oficinas para idealizar e desenvolver produtos e serviços de todos os tipos.
· As pequenas organizações às vezes têm também atividades de P&D, mas, em muitos
casos, as idéias e as fórmulas são compradas ou copiadas de organizações maiores e mais
inovadoras.
Finanças
A função financeira cuida do dinheiro da organização. A função financeira de uma
organização tem por objetivo a proteção e a utilização eficaz dos recursos financeiros, o
que inclui a maximização do retorno dos acionistas, no caso das empresas. Ao mesmo
tempo, a função financeira busca manter certo grau de liquidez, para que a organização
consiga cumprir seus compromissos. A função financeira abrange as decisões de:
- Investimento: avaliação e escolha de alternativas de aplicação de recursos.
- Financiamento: identificação e escolha de alternativas de fontes de recursos.
- Controle: acompanhamento e avaliação dos resultados financeiros da organização.
- Destinação dos resultados: seleção de alternativas para aplicação dos resultados
financeiros da organização
Recursos Humanos
A atividade de recursos humanos, ou de gestão de pessoas, tem como objetivos
encontrar, atrair e manter as pessoas de que a organização necessita. Isso envolve
atividades que começam antes de uma pessoa ser empregada da organização e vão até
depois que a pessoa se desliga. A função de recursos humanos tem como componentes
outras funções como:
- Planejamento de mão-de-obra: definição da quantidade de pessoas necessárias para
trabalhar na organização e das competências que elas devem ter.
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- Recrutamento e seleção: localização e aquisição de pessoas com as habilidades
apropriadas para a organização.
- Treinamento e desenvolvimento: transformação dos potenciais das pessoas em
competências.
- Avaliação de desempenho: informação sobre o desempenho das pessoas e definição de
ações (como encaminhar para treinamento) que permitam o aprimoramento do
desempenho.
- Remuneração ou compensação: definição de mecanismos de recompensas para as pessoas
por seu trabalho.
- Higiene, saúde e segurança: proteção das pessoas que trabalham para a organização e,
em certos casos, de seus familiares.
- Administração de pessoal: realização de atividades de natureza burocrática, como
registro de pessoal, manutenção de arquivos e prontuários, contagem de tempo de serviço,
preparação de folhas de pagamento e acompanhamento de carreiras.
- Funções pós-emprego: recolocação, aposentadoria e outros tipos de benefícios para ex-
funcionários.
A origem da Divisão do Trabalho: Adam Smith X Taylor;
Divisão do trabalho significa a distribuição de tarefas entre os indivíduos ou grupos
sociais, de acordo com a posição que cada um deles ocupa na estrutura social e nas
relações de propriedade. Cada pessoa ou grupo torna-se um especialista para realizar um
tipo específico de atividade.
Adam Smith (1723-1790) é o fundador da economia clássica, cuja a idéia central é a
competição. Os mercados em que vigora a competição funcionam espontaneamente, de
modo a garantir (por algum mecanismo abstrato que Smith chamava de mão invisível que
governa o mercado) a alocação dos recursos e da produção, sem que haja excesso de
lucros. Por essa razão, o único papel econômico do governo (além do básico, que é
garantir a lei e a ordem) é a intervenção na economia quando o mercado deixa de
funcionar em condições satisfatórias, ou seja, quando não ocorre competição livre. Adam
Smith apregoa que a origem da riqueza das nações reside na divisão do trabalho e na
especialização das tarefas.
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Para Frederick W. Taylor (1856-1915) a análise do trabalho e o estudo dos tempos e
movimentos criaram um reestruturação das operações industriais, eliminando os
movimentos desnecessários e economizando energia e tempo. Uma das decorrência deste
estudo foi a divisão o trabalho e a especialização do operário a fim de elevar sua
produtividade. Com isso, cada operário passou a ser especializado na execução do uma
única tarefa ou de tarefas simples e elementares, para ajustar-se aos padrões descritos e às
normas de desempenho estabelecidas pelo método. A limitação de cada operário à
execução e uma única operação ou tarefa, de maneira contínua e repetitiva, encontrou a
linha da produção (ou linha de montagem) como sua principal base de aplicação. Essa
idéias tiveram rápida aplicação na indústria americana e estenderam-se rapidamente a
todos os demais países e a todos os campos de atividades. A partir daí, o operário perdeu a
liberdade e a iniciativa de estabelecer a sua maneira de trabalhar e passou a ser confinado a
execução automática e repetitiva, durante toda a sua jornada de trabalho, de uma operação
ou tarefa manual, simples, repetitiva e padronizada. A idéia básica era de que a eficiência
aumenta com a especialização: quanto mais especializado for o operário, tanto maior será a
sua eficiência. A figura abaixo demonstra esta atuação da divisão do trabalho.
Figura 1.3
Fonte: Chiavenato (2005, p. 37)
Divisão do trabalho e a especialização do operário
Um operário desempenha a tarefa total
Vários operários desempenham em paralelo partes da tarefa
Vários operários desempenham em série partes da tarefa total
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2. O Processo de Administrar
2.1 Funções Administrativas
Administração significa, em primeiro lugar, ação. A administração é um processo
dinâmico de tomar decisões e realizar ações que compreende cinco processos principais
interligados: planejamento, organização, direção e controle. Esses processos constituem-se
nas funções do administrador ou funções administrativas.
Figura 2.1. Funções administrativas Planejamento
O planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente quais são os
objetivos que devem ser atingidos e como fazer para alcançá-los.
O processo de planejamento é a ferramenta para administrar as relações com o futuro.
As decisões que procuram, de alguma forma, influenciar o futuro, ou que serão
colocadas em prática no futuro, são decisões de planejamento.
Organização
É o processo de dispor os recursos em uma estrutura que facilite a realização dos objetivos.
Consiste no ordenamento dos recursos e atividades necessárias para alcançar os objetivos,
atribuindo-os às posições e pessoas.
O processo de organizar consiste no ordenamento dos recursos, ou na divisão de um
conjunto de recursos em partes coordenadas, segundo algum critério ou princípio de
classificação. O resultado desse processo chama-se estrutura organizacional.
Direção
É a função administrativa que dinamiza e aciona a organização. Está relacionada com a
atuação sobre pessoas e a ação. É exercida através da comunicação, liderança e motivação
das pessoas.
Planejamento Organização Direção Controle
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Controle
É a função administrativa que serve para assegurar que os resultados do que foi
planejado, organizado e dirigido se ajustem tanto quanto possível aos objetivos
estabelecidos.
O processo de controle procura assegurar a realização de objetivos. Controlar é a função
que consiste em comparar as atividades realizadas com as atividades planejadas, para
possibilitar a realização dos objetivos.
As verificações feitas através do controle são informadas ao planejamento para
processar as devidas alterações no planejamento inicial, se necessário.
Figura.2.2 O ciclo administrativo
2.1.1 Planejamento As organizações não trabalham na base da improvisação. Quase tudo nelas é planejado
antecipadamente. O planejamento figura corno a primeira função administrativa, por ser
aquela que serve de base para as demais funções. O planejamento é a função
administrativa que determina antecipadamente quais são os objetivos que devem ser
atingidos e corno se deve fazer para alcançá-los. Trata-se, pois, de um modelo teórico
para a ação futura. Começa com a determinação dos objetivos e detalha os planos
necessários para atingi-Ias da melhor maneira possível. Planejar é definir os objetivos e
Planejamento
Controle
Direção
Organização
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escolher antecipadamente o melhor curso de ação para alcançá-los. O planejamento
define onde se pretende chegar, o que deve ser feito, quando, como e em que seqüência.
Estabelecimento dos objetivos
O Planejamento é um processo que começa com os objetivos e define os planos para
alcançá-los. Esta definição faz do estabelecimento dos objetivos a serem alcançados o
ponto de partida do planejamento. A fixação dos objetivos é a primeira coisa a ser feita:
saber onde se pretende chegar para se saber exatamente como chegar até lá. Objetivos
são resultados futuros que se pretende atingir. São alvos escolhidos que se pretende
alcançar dentro de um certo espaço de tempo, aplicando-se determinados recursos
disponíveis ou possíveis. Assim, os objetivos são pretensões futuras que, uma vez
alcançados deixam de ser objetivos para se tornarem realidade.
Abrangência do Planejamento
Além da hierarquia de objetivos, existe também uma hierarquia do planejamento.
Nesse sentido, existem três níveis distintos de planejamento: o planejamento
estratégico, o tático e o operacional.
Planejamento estratégico
É o planejamento mais amplo da organização como um todo e abrange a alta
administração da empresa. É projetado a longo prazo, tendo seus efeitos e
conseqüências estendidos a vários anos pela frente.
Planejamento tático
É o planejamento que abrange cada departamento ou unidade da organização e
envolve a administração de nível intermediário. É projetado para o médio prazo,
geralmente para o exercício anual.
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Planejamento operacional
É o planejamento que abrange cada tarefa ou atividade específica e envolve a
administração de nível operacional. É projetado para o curto prazo, para o imediato.
Tipos de Planos
O Planejamento produz um resultado imediato: o plano. O plano é o produto do
planejamento e constitui o evento intermediário entre os processos de elaboração e de
implementação do planejamento.
O plano descreve um curso de ação para alcançar um objetivo e proporciona respostas às
questões: o quê, quando, como, onde e por quem.
Existem quatro tipos distintos de planos, a saber:
1. Planos relacionados com métodos, denominados procedimentos.
2. Planos relacionados com dinheiro, denominados orçamentos.
3. Planos relacionados com tempo, denominados programas ou programações.
4. Planos relacionados com comportamentos, denominados normas ou regulamentos.
2.1.2 Organização
Organização significa o ato de organizar, estruturar e integrar os recursos e os órgãos
incumbidos de sua administração e estabelecer as relações entre eles e as atribuições de
cada um.
A organização como função administrativa depende do planejamento, direção e controle
para formar o processo administrativo.
Organizar consiste em:
1. Determinar as atividades específicas necessárias ao alcance dos objetivos
planejados (especialização);
2. Agrupar as atividades em uma estrutura lógica (departamentalização);
3. Designar as atividades às específicas posições e pessoas (cargos e tarefas)
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2.1.3. Direção A direção constitui a terceira função administrativa e que vem logo depois do
planejamento e da organização. Definido o planejamento e estabelecida a organização,
resta fazer as coisas andarem e acontecerem. Este é o papel da direção: acionar e
dinamizar a empresa. A direção está relacionada com a ação, com o colocar-se em
marcha, e tem muito a ver com as pessoas. Ela está diretamente relacionada com a atuação
sobre os recursos humanos da empresa.
As pessoas precisam ser aplicadas em seus cargos e funções, treinadas, guiadas e
motivadas para alcançarem os resultados que delas se esperam.
Assim, a direção é a função administrativa que se refere às relações interpessoais dos
administradores em todos os níveis da organização e seus respectivos subordinados. Para
que o planejamento e a organização possam ser eficazes precisam ser dinamizados e
complementados pela orientação a ser dada às pessoas por meio de uma adequada
comunicação e habilidade de liderança e de motivação.
a. Abrangência da Direção
Dirigir significa interpretar os planos para os outros e dar as instruções sobre
como executá-los em direção aos objetivos a atingir. Os diretores dirigem os gerentes,
os gerentes dirigem os supervisores e os supervisores dirigem os funcionários ou
operários. A direção pode se dar em três níveis distintos:
1. Direção ao nível global: É a direção que abrange a organização como
uma totalidade. É a chamada direção propriamente dita. Cabe ao
presidente da empresa e a cada diretor em sua respectiva área.
Corresponde ao nível estratégico da organização.
2. Direção ao nível departamental: É a direção que abrange cada
departamento ou unidade da organização. É a chamada gerência. Envolve
o pessoal do meio do campo, isto é, do meio do organograma.
Corresponde ao nível tático da organização.
3. Direção ao nível operacional: É a direção que abrange cada grupo de
pessoas ou de tarefas. É a chamada supervisão. Envolve o pessoal da base
do organograma. Corresponde ao nível operacional da organização.
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Níveis de Organização
Níveis de Direção Cargos Envolvidos Abrangência
Institucional Direção Diretores e altos executivos.
A empresa ou áreas da empresa.
Intermediário Gerência Gerentes e pessoal do meio do campo.
Cada departamento ou unidade da empresa.
Operacional Supervisão Supervisores e encarregados.
Cada grupo de pessoas ou tarefas.
2.1.4. Controle
A finalidade do controle é assegurar que os resultados do que foi planejado,
organizado e dirigido se ajustem tanto quanto possível aos objetivos previamente
estabelecidos. A essência do controle reside na verificação se a atividade controlada está
ou não alcançando os objetivos ou resultados desejados. O controle consiste
fundamentalmente em um processo que guia a atividade exercida para um fim previamente
determinado. Como processo o controle apresenta fases que merecem uma explicação.
a. Fases do controle O controle é um processo cíclico composto de quatro fases, a saber: Figura 2.3 As quatro fases do controle
Estabelecimento de padrões:
Comparação do desempenho com o padrão estabelecido
Estabelecimento de padrões
Observação do desempenho
Ação corretiva
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Os padrões representam o desempenho desejado, ou seja, os objetivos que o controle deve
assegurar ou manter. Os padrões devem ser expressos em tempo, dinheiro, qualidade,
unidade física, custos ou por meio de índices.
Observação de desempenho
A observação do desempenho ou do resultado busca obter informação precisa a respeito do
que está sendo controlado.
Comparação do desempenho com o padrão estabelecido
É a comparação do que foi feito com o padrão estabelecido de forma a detectar possíveis
erros ou desvios.
Ação corretiva
É estabelecer as ações para a correção dos erros ou desvios detectados.
Resumidamente o processo administrativo pode ser mostrado na figura abaixo. Figura 2.4 O processo administrativo 2.2 Eficiência, Eficácia e Efetividade
As organizações realizam essas funções, adquirindo e usando recursos, para
desenvolver e fornecer produtos e serviços, com o objetivo de resolver problemas de seus
usuários e das pessoas que as criaram. Quando as organizações resolvem problemas e são
eficientes no uso de recursos, todos ficam satisfeitos: clientes, usuários, funcionários,
acionistas, a sociedade de forma geral. O desempenho de uma organização é aceitável ou
satisfatório, portanto, quando os problemas dos usuários são resolvidos por meio da
utilização correta dos recursos.
Planejamento .Definir missão .Formular objetivos .Definir os planos para alcançá-los .Programar as atividades
Organização .Dividir o trabalho .Designar atividades .Agrupar atividades em órgãos e cargos . Alocar recursos .Definir autoridade e responsabilidade
Direção .Designar pessoas .Coordenar esforços .Comunicar .Motivar .Liderar .Orientar
Controle .Definir padrões .Monitorar o desempenho .Avaliar o desempenho .Ação corretiva
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Duas palavras são usadas para indicar que uma organização tem desempenho de
acordo com as expectativas dos usuários e das pessoas que mobilizaram os recursos:
eficiência e eficácia.
Eficiência é a palavra usada para indicar que a organização utiliza produtivamente, ou de
maneira econômica, seus recursos. Quanto mais alto o grau de produtividade ou economia
na utilização dos recursos, mais eficiente a organização é. Em muitos casos, isso significa
usar menor quantidade de recursos para produzir mais. Porém, há outros significados que
serão explorados oportunamente.
Eficácia é a palavra usada para indicar que a organização realiza seus objetivos. A eficácia
é atingida na medida em que a organização, departamento ou setor alcança as metas ou
resultados estabelecidos.
Efetividade é o alcance da eficiência e da eficácia simultaneamente.
Eficiência Eficácia
Ênfase nos meios Ênfase nos resultados Fazer corretamente as coisas Fazer as coisas certas Resolver problemas Atingir objetivos Salvaguardar os recursos Otimizar a utilização dos recursos Cumprir tarefas e obrigações Obter resultados Treinar os subordinados Dar eficácia aos subordinados Manter as máquinas Máquinas em bom funcionamento Presença nos tempos Prática dos valores religiosos Rezar Ganhar o céu Jogar futebol com arte Ganhar a partida
As organizações podem ser extremamente ineficazes ou ineficientes, ou as duas coisas ao mesmo tempo, e criar problema em vez de resolver. Tudo depende da forma como as organizações são administradas. O papel da administração, em resumo, é assegurar a eficiência e eficácia das organizações.
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3. O ambiente das empresas
3.1 Dado, informação e conhecimento:
ii. Dados são quaisquer estímulos não selecionados que o gestor receba através
de seus canais de percepção (visual, auditivo ou sinestésico). Esses estímulos
estão nas revistas, jornais, livros, internet, intranet, conversas, palestras, local
de trabalho, etc.
iii. Informações são os dados já selecionados pelo gestor, consciente ou
inconscientemente e que servirão aos propósitos desse gestor.
iv. Conhecimento é o conjunto de cognições que instrumentalizam nosso cérebro
e que servem como sensores críticos na busca de informações.
Processo de transformação de dados em conhecimentos:
Os dados estão soltos em todo o ambiente em que o gestor está inserido a todo o
momento. Utilizando seu conhecimento, o gestor ou o responsável pelo
fornecimento de informações a este, seleciona o que realmente tem significado
específico. Por fim esta informação acaba por se tornar um aprendizado (cognição)
ampliando o conhecimento deste gestor.
Importância do conhecimento nas organizações:
O conhecimento é relevante na medida em que as organizações se inserem,
atualmente, num ambiente de negócios em constante mutação, a partir da inovação
(seja por criação ou adaptação) na busca de vantagem competitiva. As organizações
que conseguem converter este conhecimento acumulado em produtos e serviços
Dados
Informação
Conhecimento
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mais efetivos ao mercado conseguem destaque maior, se colocando em posição
mais a frente neste mercado.
3.2 Componentes ambientais:
3.2.1 Macroambiente:
Todas as organizações operam num macroambiente, que é definido pelos
elementos mais gerais no ambiente externo que potencialmente possam
influenciar decisões estratégicas. Apesar de uma equipe de executivos de ponta
poder ter forças e idéias internas singulares sobre os seus objetivos, ela deve
considerar fatores externos antes de agir. (BATEMAN & SNELL, 2006, p. 47-
48)
Fonte: Bateman & Snell (2006, p. 48)
Ambiente competitivo
Leis e política
Economia
Tecnologia
Demografia
Valores sociais
Organização
Novos entrantes
Substitutos
Compradores
Rivais
Fornecedores
AMBIENTE COMPETITIVO
MACROAMBIENTE
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3.2.2 Cadeia de suprimentos;
A cadeia de suprimentos é formada a partir do primeiro fornecedor da matéria-
prima mais bruta, mais próxima à natureza, passando por todos os fornecedores
que, em suas organizações compram estes produtos de seus fornecedores anteriores,
transformando-os e vendendo-os a novos compradores. Quando esses subprodutos
chegam à fábrica do produto principal em questão, estes subprodutos são
processados e transformados em um produto acabado. Este produto será então
armazenado em depósitos específicos e distribuído por atacadistas a revendedores
finais chamados varejistas e que por sua vez os revendem aos consumidores finais.
Figura: Fluxos Logísticos
Fluxo de materiais Fluxo de informações Fluxo de dinheiro
Figura: Cadeia de suprimentos
Fornecedor
Consumidor
Varejista
Distribuidor
Manufatura
Fabricantes de componentes
Fornecedores de matéria-
prima
Empresa principal
Varejistas Consumidor final
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4. O Problema da Economia
4.1 Recursos limitados versus necessidades ilimitadas:
Em qualquer sociedade, os recursos produtivos ou fatores de produção (mão-de-
obra, terra, matérias-primas, dentre outros) são limitados. Por outro lado, as
necessidades humanas são ilimitadas e sempre se renovam, por força do próprio
crescimento populacional e do contínuo desejo de elevação do padrão de vida.
Independentemente do grau de desenvolvimento do país, nenhum deles dispõe de
todos os recursos necessários para satisfazer todas as necessidades da coletividade.
Tem-se então um problema de escassez: recursos limitados contrapondo-se a
necessidades humanas ilimitadas.
Em função da escassez de recursos, toda sociedade tem de escolher entre
alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva
entre os vários grupos da sociedade. Essa é a questão central do estudo da
economia: como alocar recursos produtivos limitados para satisfazer todas as
necessidades da população.
Evidentemente, se os recursos não fossem limitados, ou seja, se não existisse
escassez, não seria necessário estudar questões como inflação, desemprego,
crescimento, déficit público, vulnerabilidade externa e outras. Mas a realidade não
é assim, a sociedade tem de tomar decisões sobre a melhor utilização de seus
recursos, de forma a atender ao máximo as necessidades humanas.
(VASCONCELOS, 2005, p. 2-3)
• Processos de transformação
• Divisão do trabalho
• Produtos
• Serviços
LIMITADOS NECESSIDADES ILIMITADAS
RECURSOS OBJETIVOS
• Humanos
• Materiais
• Financeiros
• Espaço
• Tempo
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4.2 Fatores de Produção
Os fatores de produção são os recursos necessários para a produção de bens ou
serviços em qualquer organização. Os economistas salientam que todo processo produtivo
depende de três fatores de produção: natureza, capital e trabalho.
A natureza representada pela terra e recursos naturais fornece os insumos
necessários, a matéria-prima, a energia etc.
O capital fornece o dinheiro necessário para comprar os insumos, as instalações,
máquinas e equipamentos, bem como pagar os empregados.
O trabalho é realizado pela mão-de-obra que transforma, através de operações
manuais ou através de máquinas e equipamentos, os insumos em produtos acabados ou
serviços prestados.
4.3 Curvas de oferta, demanda e equilíbrio de mercado em função do preço
Curva de demanda: A demanda (ou procura) pode ser definida como a
quantidade de certo bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em
determinado período de tempo. A curva da demanda representa a relação entre a
quantidade procurada e o preço do bem. A curva de procura inclina-se de cima
para baixo, no sentido da esquerda para a direita, refletindo o fato de que a
quantidade procurada de determinado produto varia inversamente proporcional a
seu preço (VASCONCELLOS & GARCIA; 2005, p. 38-39).
D
Quantidade
Preço
P1
P2
P3
QD1 QD2 QD3
22
Curva da oferta: Pode definir-se oferta como as várias quantidades que os
produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. A
curva da oferta, tal como a curva da demanda também representa uma relação
entre quantidade e preço. Porém, neste caso, a quantidade que o produtor deseja
ofertar em relação ao preço de determinado bem. Neste caso, a curva inclina-se
de baixo para cima, também no sentido da esquerda para a direita, demonstrando
que a quantidade ofertada de determinado produto varia diretamente com relação
a seu preço (VASCONCELLOS & GARCIA; 2005, p. 42-43).
Ponto de equilíbrio entre oferta e demanda: (lei da oferta e da procura) A
interação das curvas de demando e oferta determina o preço e a quantidade de
equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado. (VASCONCELLOS &
GARCIA; 2005, p. 45-46).
S
D
Quantidade
Preço
P1
Pe E
P2
QS2 QD1 QD=QS QD2
Excedente QD1>QS1
Falta QS2>QD2
S
Quantidade
Preço
P1
P2
P3
QS3 QS2 QS1
23
BIBLIOGRAFIA CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração,. Rio de Janeiro: Campus, 2000. CHIAVENATO, Idalberto. Princípios da Administração,. Rio de Janeiro: Campus, 2006. MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Atlas, 2006. MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Introdução à Administração. São Paulo: Atlas, 2004.
http://www.professorcezar.adm.br acesso em 15/ 08/ 2006.