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Sistemasadministrativos
Aula: 05 Março 2010
Isabel Ferreira 1 AP (CONT)
Isabel Ferreira
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3. Os Sistemas Administrativos
1. Introdução
2. Sistemas administrativo tradicional
3. Sistema administrativo de tipo britânico ou deadministração judiciária
4. Sistema administrativo de tipo francês ou deadministração executiva
5. Confronto entre os sistemas de tipo britânico e detipo francês
6. Evolução dos sistemas administrativos britânico efrancês
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1. Introdução
Os modos jurídicos de organização,
funcionamento e controlo da AdministraçãoPública, ou seja, o seu modo de estruturação
varia em função do tempo e do espaço.
A tipificação desses diferentes modos jurídicos de
estruturação dá lugar ao estudo dos sistemasadministrativos.
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1. Introdução
Sistemas Administrativos:
Sistema Tradicional (séc. XVII e XVIII)
Sistemas Modernos:
Sistema britânico (ou de administração
judiciária)
Sistema francês (ou de administração
executiva)
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2. Sistema administrativotradicional
Monarquia tradicional:
Indiferenciação das funções administrativas e
jurisdicional e, consequentemente, inexistência de
uma separação entre órgãos do poder executivo e
judicial – não havia separação de poderes;
Não subordinação da Administração Pública ao
princípio da legalidade e, consequentemente,
insuficiência do sistema de garantias jurídicas face
à Administração – não havia Estado de Direito AP (CONT)
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62. Sistema administrativotradicional
Não havia separação de poderes:
O Rei exercia simultaneamente a função
administrativa e a função judicial;
“Atribuições diferentes eram dadas indiferentemente, e
sobre o esmo indivíduo eram acumuladas jurisdições não
só incompatíveis, mas destruidoras umas das
outras” (Mouzinho da Silveira)
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2. Sistema administrativotradicional
Não havia Estado de Direito
Não havia normas que regulassem a actuação da
Administração Pública;
Ou então, essas normas não revestiam carácter
jurídico, podendo ser meras instruções ou directivas
internas;
Normas que não vinculavam o poder soberano, queapenas obrigavam os funcionários subalternos perante os
respectivos superiores hierárquicos, mas que não
conferiam quaisquer direitos aos particulares face à
Administração Pública;
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82. Sistema administrativotradicional
Os particulares não se podiam queixar de ofensas cometidas pela
Administração aos seus direitos ou interesses legítimos, invocando
para o efeito as referidas normas;
Existiam algumas regras que vinculavam a Administração Pública,
mas:
Tratavam-se de regras avulsas,
Podiam ser afastadas por razões de conveniência
administrativa ou de utilidade política;
O soberano podia dispensar quem quisesse dos deveres
gerais impostos por essas normas, ou atribuir direitos especiais
a determinadas pessoas ou entidades.
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2. Sistema administrativotradicional
Com as Revoluções Liberais (Inglesa-1688; Francesa-1789):
Separação de Poderes: separação entre actividades
administrativas e judicial, cujas funções passaram a ser executadas
por órgãos diferenciados: actividade administrativa – órgão
administrativos; actividade judicial – órgão judicial;
Estado Direito: proclamam-se os direitos do homem direito
naturais e anteriores ao do Estado; a Administração fica submetida a
verdadeiras normas jurídicas de carácter externo e obrigatório para
todos; os particulares ganharam o direito de invocar essas normas a
seu favor na defesa de direito ou interesses ofendidos pela
Administração Pública;
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102. Sistema administrativotradicional
Revolução
liberal
Sistema
administrativotradicional
Sistema
administrativomoderno
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3. Sistema administrativo do tipobritânico ou de administração judiciária
Aspectos fundamentais do direito anglo-saxónico:
Lenta formação ao longo dos séculos;
Papel destacado do costume como fonte de direito;
Função primacial dos tribunais na definição do direito
vigente;
Vinculação à regra do precedente;
Grande independência dos juizes e forte prestígio do
poder judicial;
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Características:a) Separação dos poderes;
b) Estado de Direito;
c) Descentralização;
d) Sujeição da Administração aos tribunais comuns;
e) Subordinação da Administração ao direito comum;
f) Execução judicial das decisões administrativas;
g) Garantias jurídicas dos administrados;
Sistema de administração judiciária: devido aopapel preponderante nele exercido pelos
tribunais
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Separação dos poderes: o Rei foi impedido de
resolver, por si ou por conselhos, questões de
natureza contenciosa (Star Chamber); foi proibido de
dar ordens aos juizes, transferi-los ou admiti-los (Act
of Settlement);
Estado de Direito: os direitos, liberdades e
garantias dos cidadãos foram consagrados no Bill of
Rights, determinado que o direito comum seria
aplicável a todos os ingleses – império do direito;
3. Sistema administrativo do tipobritânico ou de administração judiciária
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Descentralização: distinção entre administração
central (central government ) e administração local(local government ); a administração local gozava de
uma ampla autonomia face a uma administração
central diminuta; nunca houve delegados gerais dopoder central nas circunscrições locais;
Sujeição da Administração aos tribunaiscomuns: os litígios que surjam entre as entidadesadministrativas e os particulares não são, em regra,
da competência de tribunais especiais, entram na
jurisdição normal dos tribunais comuns;
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Subordinação da Administração ao direito comum:
tanto o Rei, como os seus conselhos e funcionários regem-
se pelos mesmos direitos que os cidadãos anónimos; todos
os órgãos da administração Pública, central ou local, estão
como os simples particulares, em princípio, submetidos ao
direito comum;
Execução judicial das decisões administrativas: asdecisões unilaterais da administração não têm em princípio
força executória própria, não podendo, por isso, ser
imposta pela coacção sem uma prévia intervenção do poder
judicial;
3. Sistema administrativo do tipobritânico ou de administração judiciária
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Garantias jurídicas dos administrados: os
particulares dispõem de um sistema de garantias contra
as ilegalidades e abusos da Administração Pública; os
tribunais comuns gozam de uma plena jurisdição face àAdministração Pública, tal como em relação a qualquer
cidadão, ou empresa privada, o juiz pode não apenas
anular as decisões, como ordenar às autoridades
administrativas que cumpram a lei, fazendo o que ela
impõem ou abstendo-se de a violar.
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4. Sistema administrativo do tipofrancês ou de administração executiva
Traços gerais do direito romano – germânico, em geral:
Escassa relevância do costume;
Sujeição a reformas globais impostas pelo legislador emdados momentos;
Papel primordial da lei como fonte de direito;
Distinção básica entre direito público e direito privado;
Função de importância muito variável dos tribunais naaplicação do direito legislado;
Maior influência da doutrina jurídica do que da jurisprudência;
Mais prestígio do poder executivo do que do poder judicial.
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Características iniciais:a) Separação de poderes;
b) Estado de Direito;
c) Centralização;
d) Sujeição da Administração aos tribunais administrativos;
e) Subordinação da Administração ao direito administrativo;
f) O privilégio da execução prévia;
g) Garantias jurídicas dos administrados
Sistema administrativo executivo, dada a autonomiareconhecida ao poder executivo relativamente aos
tribunais
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Centralização:
os funcionários da administração central são organizadossegundo o princípio da hierarquia;
o território é dividido em departamentos chefiados por perfeitos, de livre nomeação governamental , formandouma poderosa administration locale de l´Etat;
os municípios perdem autonomia administrativa efinanceira, sendo dirigidos por um maire nomeado peloGoverno e assistido por um conseil municipal , tambémnomeado, ambos colocados na dependência do perfeito;
as autarquias locais, embora com personalidade jurídica própria, não passam de instrumentos administrativos dopoder central;
4. Sistema administrativo do tipofrancês ou de administração executiva
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Sujeição da Administração aos tribunais administrativos:
O poder político tomou providências no sentido de impedir
intromissões do poder judicial no normal funcionamento do poder
executivo;
O poder executivo não podia imiscuir-se nos assuntos decompetência dos tribunais e o poder judicial não podia, também,
interferir no funcionamento da Administração Pública;
São criados os Tribunais Administrativos, que não eram
verdadeiros tribunais , mas órgãos da Administração
independentes e imparciais, incumbidos de fiscalizar a
legalidade dos actos da Administração e julgar o contencioso
dos seus contratos e da sua responsabilidade civil;
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Sujeição da Administração ao direito
administrativo:
Os órgãos e agentes administrativos não estão na
mesma posição que os particulares, exercem
actividades de interesse público e utilidade geral e,
por isso, devem dispor quer de poderes de
autoridade, quer de privilégios ou imunidades pessoais;
Distinção entre direito público e direito privado,
tradição na corrente romano – geremânica;
4. Sistema administrativo do tipofrancês ou de administração executiva
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Sujeição da Administração ao direitoadministrativo:
Nasce um conj. de normas jurídicas de direito público,
bem diferentes das do direito privado: diferentes para
mais, na medida em que a Administração é dotadade poderes de autoridade, de que os particularesnão dispõem; diferentes para menos, na medida em
que a Administração é sujeita a deveres e restriçõesque não vigoram em relação aos particulares.
Direito Administrativo
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O Privilégio da execução Prévia
Permite à Administração executar as suas
decisões por autoridade própria;
A Administração Pública tem em regra força
executória própria, e podem por isso mesmoser impostas pela coacção sem necessidade
de qualquer intervenção prévia do poder
judicial.
4. Sistema administrativo do tipofrancês ou de administração executiva
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Garantias Jurídicas dos administrados
Este sistema, por assentar num Estado de Direito, também
oferece aos particulares um conjunto de garantias jurídicas
contra os abusos e ilegalidades da Administração Pública;
Essas garantias são efectivadas através dos tribunais
administrativos, e não por intermédio dos tribunais comuns;
Mas, nem os tribunais administrativos gozam de plena
jurisdição face à Administração;
As garantias dos particulares face à Administração são aqui
menores do que no sistema britânico;
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Este sistema, que nasceu em França, vigora:
Em quase todos os países continentais da Europa
Ocidental;
Em muitos dos novos Estados que acederam à
independência no séc. XX depois de terem sido
colónias desses países Europeus;
Existem variantes nacionais: Itália, República
Federal Alemã, Portugal, mas tratam-se espécies de
um único género.
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Este sistema, que nasceu em França, vigora:
Em quase todos os países continentais da Europa
Ocidental;
Em muitos dos novos Estados que acederam à
independência no séc. XX depois de terem sido
colónias desses países Europeus;
Existem variantes nacionais: Itália, República
Federal Alemã, Portugal, mas tratam-se espécies de
um único género.
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5. Confronto entre os sistema de tipobritânico e de tipo francês
Pontos em comum:
Ambos consagram o Princípio da
Separação de Poderes e o Estado
de Direito;
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5. Confronto entre os sistema de tipobritânico e de tipo francês
Sistema de tipobritânico ou de
administração judiciária
Sistema de tipo francês oude administração executiva
Quanto à
organizaçãoadministrativa Sistema descentralizado Sistema centralizado
Quanto aocontrole jurisdicionaldaAdministração
Está entregue aos
tribunais comuns. Existeunidade de jurisdição.
Está entregue aos tribunais
administrativos. Existedualidade de jurisdição.
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5. Confronto entre os sistema de tipobritânico e de tipo francês
Sistema de tipo britânicoou de administração
judiciária
Sistema de tipo francês ou deadministração executiva
Quanto àexecução dasdecisõesadministrativas
Fá-la depender de sentençado tribunal
Atribui autoridade própria a essasdecisões e dispensa a intervenção
prévia de qualquer tribunal
Quanto às
garantias jurídicas dosadministrados
Confere aos tribunaiscomuns amplos poderes de
injunção face à
Administração que lhe ficasubordinada como a
generalidade dos cidadãos.
Só permite aos tribunaisadministrativos que anulem as
decisões ilegais das autoridades
ou as condenem ao pagamentode indemnizações, ficando a
Administração independente dopoder judicial.
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6. Evolução dos sistemas administrativos
Sistema de tipo britânico oude administração judiciária
Sistema de tipo francês ou deadministração executiva
Em termos deorganizaçãoadministrativa
Tornou-se mais centralizada:
- dado o grande crescimentoda burocracia central,
- a criação de vários serviçoslocais do Estado,
- transferência de tarefas eserviços antes executadas anível municipal para órgãosde nível regional, maissujeitos à tutela e
superintendência do Governo
Foi perdendo, gradualmente, ocarácter de total centralização:
- aceitando a autonomia dos
corpos intermédios,- a eleição livre dos órgãosautárquicos,
- uma certa diminuição dospoderes dos prefeitos
- e, bem recentemente, uma
reforma descentralizadora quetransferiu numerosas e
importantes funções do Estadopara as regiões.
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6. Evolução dos sistemas administrativos
Sistema de tipobritânico ou de
administração judiciária
Sistema de tipo francês oude administração executiva
Quanto aocontrole jurisdicionaldaAdministração
(mantêm-se noessencial asdiferenças desistemas analisadasanteriormente)
Surgiram os chamados
administrative tribunals
Aumentaram,
significativamente, as relaçõesentre os particulares e o
Estado submetidas àfiscalização dos tribunais
judiciais.
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6. Evolução dos sistemas administrativos
Sistema de tipo britânicoou de administração
judiciária
Sistema de tipo francês ou deadministração executiva
Quanto aodireitoregulador daAdministração
A transição do Estado Liberalde Direito para Estado Socialde Direito, aumentou o
intervencionismo económicoe fez avolumar a função deprestação de serviçosculturais, educativos, entreoutros, da Administração
britânica, dando origem aoaparecimento de leisadministrativas
A Administração francesa teve deactuar sob a égide do direitoprivado: foi o que sucedeu com as
empresa públicas, obrigadas afuncionar nos moldes do direitocomercial, e com os serviçospúblicos de carácter social ecultural, em muitos casos
estatutariamente vinculados a agir nos termos do direito civil.
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6. Evolução dos sistemas administrativos
Sistema de tipo britânicoou de administração
judiciária
Sistema de tipo francês ou deadministração executiva
Quanto àexecução dasdecisõesadministrativas
Surgem os administrativetrubunals, que não sãoautênticos tribunais mas sim
órgãos administrativosindependentes, criados juntoda Administração Central,para decidir questões dedireito administrativo que a
lei manda resolver por critérios de legalidade estritae, portanto, fazendo preceder a decisão administrativa deum due process of law.
O Direito Administrativo francêsconcede aos particulares apossibilidade de obter dos
tribunais administrativos asuspensão da eficácia dasdecisões unilaterais daAdministração Pública: ou seja, nodireito francês muitas das decisões
da Administração só vêm a ser executadas se um tribunaladministrativo, a pedido doparticular interessado, a tal se nãoopuser.
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6. Evolução dos sistemas administrativos
Sistema de tipo britânicoou de administração
judiciária
Sistema de tipo francês ou deadministração executiva
Quanto àsgarantias jurídicas dosparticulares
As garantias individuais dosparticulares continuamconsideravelmente
superiores neste sistema
comparativamente aosistema francês.
Surge a mais modernainstituição de protecção dosparticulares frente à
Administração Pública:ombudsman, em Portugal, Provedor da Justiça
Os tribunais administrativosganham cada vez mais poderesdeclarativos face á Administração,
no exercício dos quais, se não
podem condenar as autoridadesadministrativas a fazer ou a nãofazer alguma coisa, já podemtodavia ir mais longe do que a
mera anulação dos actos ilegais.
Surge a mais moderna instituiçãode protecção dos particularesfrente à Administração Pública:Médiateur, em Portugal, Provedor da Justiça.
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6. Evolução dos sistemas administrativos
Será que os sistemas britânicos e francês já não sedistinguem um do outro?
Ou será que se mantêm todas as diferençasessenciais que desde o início os separaram?
Nem uma coisa, nem outra.
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6. Evolução dos sistemas administrativos
O princípio fundamental que inspira cada um dossistemas é diverso, muitas das soluções que vigoram nume noutro lado são diferentes, a técnica jurídica utilizada por um e por outro não é a mesma;
Áreas de aproximação: organização administrativa, nodireito regulador da Administração, no regime de execução
das decisões administrativas e no elenco das garantias jurídicas dos particulares;
Áreas de diferença: tribunais a cuja fiscalização ésubmetida a Administração Pública – Inglaterra, tribunaiscomuns, unidade de jurisdição; em França, tribunaisadministrativos, dualidade de jurisdições.
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