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Apuena Vieira Gomes Adja Ferreira de Andrade Autores aula 05 Comunidades virtuais de aprendizagem Informática e Educação DISCIPLINA 2ª Edição

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Page 1: 2ª Edição DISCIPLINA Informática e Educação · Nós abordaremos o papel das redes na Educação e a definição de comunidades virtuais de aprendizagem. Quais são os elementos

Apuena Vieira Gomes

Adja Ferreira de Andrade

Autores

aula

05

Comunidades virtuaisde aprendizagem

Informática e EducaçãoD I S C I P L I N A2ª Edição

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Governo Federal

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a Distância – SEEDRonaldo Motta

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ReitorJosé Ivonildo do Rêgo

Vice-ReitorNilsen Carvalho Fernandes de Oliveira Filho

Secretária de Educação a DistânciaVera Lúcia do Amaral

Secretaria de Educação a Distância- SEDIS

Coordenadora da Produção dos MateriaisCélia Maria de Araújo

Projeto GráficoIvana Lima

Revisores de Estrutura e LinguagemEugenio Tavares BorgesMarcos Aurélio FelipePedro Daniel Meirelles FerreiraTatyana Mabel Nobre Barbosa

Revisoras de Língua PortuguesaJanaina Tomaz Capistrano

Sandra Cristinne Xavier da Câmara

IlustradoraCarolina Costa

Editoração de ImagensAdauto HarleyCarolina Costa

DiagramadoresBruno Cruz de Oliveira

Maurício da Silva Oliveira JúniorMariana Araújo Brito

Thaisa Maria Simplício Lemos

Imagens UtilizadasBanco de Imagens Sedis (Secretaria de Educação a Distância) - UFRN

MasterClips IMSI MasterClips Collection, 1895 Francisco Blvd, East, San Rafael, CA 94901,USA.

MasterFile – www.masterfile.cpomMorgueFile – www.morguefile.com

Pixel Perfect Digital – www.pixelperfectdigital.comFreeImages – www.freeimages.co.uk

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BigFoto – www.bigfoto.comFreeStockPhotos.com – www.freestockphotos.com

OneOddDude.net – www.oneodddude.net

Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central “Zila Mamede”

Gomes, Apuena Vieira.Informática e educação: interdisciplinar / Apuena Vieira Gomes, Adja Ferreira de Andrade. – Natal, RN:

EDUFRN Editora da UFRN, 2005.316 p.1. Educação – Informática. 2. Sistemas de informação. 3. Internet. 4. Escola – Tecnologias.

I. Andrade, Adja Ferreira de. II. Título.

ISBN 85-7273-289-6 CDD 370RN/UF/BCZM 2005/49 CDU 37:004

Copyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização

expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

09/07/2007

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12ª Edição Aula 05 Informática e Educação

a aula 4, discutimos a utilização prática da Internet, suas ferramentas e seus serviços. Agora, refletiremos mais teoricamente sobre como aprender através dessas tecnologias, quais as dificuldades que surgem ao nos constituir enquanto

um grupo ou comunidade de aprendizes.

Nós abordaremos o papel das redes na Educação e a definição de comunidades virtuais de aprendizagem. Quais são os elementos que devemos considerar para a formação do grupo dentro de uma comunidade? Vários fatores devem ser observados, tais como a decisão, a coesão, a liderança, a estrutura afetiva e a personalidade. Durante o percurso, também iremos conhecer como se estabelece a mediação dentro de uma comunidade, especificamente refletindo sobre a interação, a cooperação e a colaboração. Com isso, você perceberá que as implicações pedagógicas resultam de toda uma concepção teórica e metodológica adotada pelo professor.

Apresentação

N

ObjetivosDiscutir os benefícios da utilização das redes de computadores e as implicações pedagógicas de sua aplicação na Educação.

Identificar o conceito de comunidade virtual de aprendizagem.

Identificar e relacionar os conceitos de interação, cooperação e colaboração com o conceito de comunidade virtual de aprendizagem.

Identificar os elementos que estão envolvidos na formação de grupos em uma comunidade virtual de aprendizagem.

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2 Aula 05 Informática e Educação 2ª Edição

Figura 1

Redes de computadoresna Educação

s universidades e escolas estão interligadas remotamente e seus usuários, distribuídos em diferentes tempos e lugares. As redes de computadores nos permitem encarar a aprendizagem colaborativa de uma maneira nova, na qual os

alunos podem trabalhar em equipe. Mas, isso requer mudanças na organização escolar. Os membros da rede se comunicam estritamente via computador e os alunos passam a estabelecer relações sociais e emocionais entre eles.

Do ponto de vista pedagógico, há vários objetivos, quando utilizamos as redes de computadores na Educação:

demonstrar a interatividade, a colaboratividade e a autonomia;

propiciar a apropriação da tecnologia de informação para desenvolver trabalhos cooperativos;

explorar situações que motivem a aprendizagem autônoma.

Para que essas redes se constituam como aliadas ao processo de aprendizagem, não bastam os recursos tecnológicos e a conexão rápida. São necessárias novas posturas metodológicas. É essencial organizar as formas de interação.

A utilização das redes de computadores na sala de aula permite o acesso praticamente ilimitado às informações, como também, aumenta a capacidade de comunicar-se mundialmente. As informações são veiculadas rapidamente, através de textos, imagens, mensagens eletrônicas, entre outros. O aluno pode realizar cursos a distância, pesquisas e projetos colaborativos, participar de conferências e interagir com especialistas e colegas, criando verdadeiras comunidades virtuais de aprendizagem.

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32ª Edição Aula 05 Informática e Educação

O que são comunidadesvirtuais de aprendizagem?

ntes de iniciarmos nosso entendimento sobre o que é uma comunidade de aprendizagem, vamos refletir sobre os conceitos que estão relacionados nessa expressão. A “aprendizagem” é algo subjetivo e fruto da nossa experiência, de nosso

contato com ambiente social, cultural e tecnológico. Segundo Paulo Freire, aprender é um processo que desperta no aprendiz uma curiosidade crescente, que pode torná-lo mais e mais criador. Para tanto, necessita-se de um ambiente adequado que proporcione autonomia, liberdade de criação e interação social (FREIRE,1996).

Recentemente, a partir da disseminação das tecnologias de Educação a Distância (EaD) e suas possibilidades de apoio pedagógico, cada vez mais tem-se procurado a aprendizagem colaborativa, a interação, o diálogo, a troca de habilidades e conhecimentos, em detrimento ao ensino voltado à auto-instrução e ao individualismo.

Para que haja uma aprendizagem colaborativa, é preciso levar em consideração uma série de variáveis. Dentre estas, destacam-se: número de participantes e composição do grupo, características da tarefa, pré-requisitos dos indivíduos e tipo de interação. O número de componentes de um grupo deve ser reduzido dentro da comunidade, pois grandes grupos são geralmente mais competitivos e dispersos, enquanto o trabalho em duplas tende a ser melhor gerenciado e, conseqüentemente, mais cooperativo. A distribuição desses grupos não pode ser arbitrária e está diretamente relacionada ao tipo da atividade. Os pré-requisitos para a sua formação, portanto, dizem respeito às habilidades básicas do sujeito e a característica da tarefa, que deve ser cuidadosamente avaliada.

Segundo Pierre Lévy, as comunidades virtuais surgiram no final dos anos 80, quando jovens começaram a acessar as tecnologias de comunicação disponíveis, constituindo um espaço de encontro, de compartilhamento e de invenção coletiva (LÉVY,1999, p.26).

As comunidades virtuais podem ser definidas como um conjunto de pessoas com interesses comuns, que se comunicam em tempos diferentes e não necessariamente estão presentes, mas podem estar separadas por regiões geográficas.

Para criar uma comunidade de aprendizagem no ciberespaço, é preciso conhecer as habilidades e conhecimentos que cada indivíduo possui, juntamente com sua capacidade de aprender e ensinar. Esses conceitos formam a base das relações humanas nas quais os sujeitos necessitam se comunicar, negociar e interagir.

A

Figura 2

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4 Aula 05 Informática e Educação 2ª Edição

As comunidades virtuais se formam, quando grupos de pessoas estabelecem a interação e a troca de conhecimentos. No entanto, elas não visam necessariamente à aprendizagem. Para isso, é preciso não apenas interagir entre si, são necessários objetivos em comum, além de compartilhar conhecimentos, realizar tarefas e aprender conjuntamente. Em outras palavras, um dos recursos essenciais para dar sustentação a uma comunidade é o capital social, interpretado aqui como o conhecimento compartilhado pelo grupo que cria a base, motiva a colaboração e a cooperação.

Como já vimos, para o sucesso de uma comunidade de aprendizagem não é necessário apenas reunir um grupo de pessoas, é preciso que haja várias estratégias. São elas:

apoiar as práticas vigentes e tarefas cotidianas dos participantes;

coletar experiências, divulgando-as de uma maneira acessível;

fornecer um quadro de referência para orientar o processo de aprendizagem;

representar as identidades participantes e estabelecer um modelo de grupo.

Segundo Argyle (1976), para criar uma comunidade de aprendizagem, sugere-se, ainda, analisar alguns comportamentos que possam influenciar o grupo. Os traços comportamentais, relacionados a seguir, foram extraídos e adaptados do estudo sobre personalidade e interação social:

o padrão sociabilidade observa se os sujeitos são mais ou menos extrovertidos ou introvertidos dentro das comunidades;

o grau de liderança analisa a capacidade de uma pessoa para coordenar ou mediar o grupo. Sua tendência em aconselhar, persuadir, explicar, sugerir e não ordenar ou criticar negativamente o outro;

a ansiedade também é analisada e pode estar relacionada a pessoas mais tímidas, ou a situações em que há pressão de tempo. O padrão geral das pessoas com esse traço é ficar pouco à vontade no grupo, sentindo-se atrapalhada e tensa. Em geral, tem dificuldade para cooperar e ficam constrangidas ao expor suas idéias e comentários, tornando-se omissas durante a interação. Essa sensação pode ser considerada “ansiedade de platéia” e é comum ser observada em sessões de chat, nas quais muitas pessoas ficam em silêncio, enquanto outras interagem intensamente.

a habilidade de um sujeito assumir o papel do outro pode ser uma qualidade essencial para a interação efetiva. Esse jogo de papéis pode ser importante para avaliar o grau de criatividade dos sujeitos.

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Em termos operacionais, as comunidades virtuais de aprendizagem emergem dos cursos realizados através da Internet, sendo firmadas durante ou após o término do curso. Sua existência depende do tempo em que seus membros se interessam em permanecer interagindo, colaborando e aprendendo conjuntamente.

A interação, a cooperação e acolaboração na comunidade virtual

Você sabe como acontece a integração virtual entre as pessoas conectadas às comunidades virtuais de aprendizagem? Há três principais possibilidades: a interação, a cooperação e a colaboração.

Vejamos cada uma delas. O termo interação (SILVA, 2000) é composto de um prefixo derivado do latim (inter) e um núcleo, também derivado do latim (actiõ), os quais possuem os respectivos significados: entre, no meio de; ação, atuação, ato, feito, obra. Numa comunidade virtual de aprendizagem, a interação ocorre através de troca de informações, promovendo reflexões e mudanças, sejam elas permanentes ou não.

Mas, com o uso do computador e da Internet, a interação em diversos ambientes não acontece apenas pela comunicação escrita, pela imagem ou pelos sistemas sonoros. Outras formas, tecnologicamente avançadas (teleconferência, videoconferência etc.), podem servir como meios através dos quais esse contato virtual se efetiva.

Segundo Tjara (2002), cooperar é o ato de agir em conjunto. É necessário definir objetivos comuns, respeito mútuo entre os participantes, tolerância, ações de negociação, saber conviver com diferenças e saber lidar com uma liderança que pode mudar entre os membros do grupo, conforme suas competências e habilidades.

Em comunidades virtuais de aprendizagem, a utilização, cada vez mais freqüente, de trabalhos em grupo estimula a participação e o desenvolvimento compartilhado, sendo que os desequilíbrios, membros que não participam, ou participam pouco, são vistos como oportunidades de construção de novos conhecimentos.

O termo colaboração, para alguns autores, é usado de maneira semelhante ao termo cooperação. Aquele difere deste por não ser apenas um auxílio ao colega para realizar alguma tarefa ou indicar formas de acessar determinada informação. A colaboração pressupõe que as atividades sejam resolvidas de forma coletiva, ou seja, a tarefa de um complementa o

Figura 3

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6 Aula 05 Informática e Educação 2ª Edição

e onde vem a idéia de grupo? Como constituí-lo dentro de uma comunidade de aprendizagem? A origem desse vocábulo enquanto “reunião de pessoas” é originária do século XVIII. Segundo Barros, citado por (STREY,1998), o termo pode estar ligado

à idéia de “laço, coesão”.

Olmsted, citado por (STREY,1998), define um grupo como “uma pluralidade de indivíduos que estão em contato uns com os outros, que se consideram mutuamente e que estão conscientes de que têm algo importante em comum”.

A metáfora para a formação do grupo é como seguir numa viagem de barco, em que as estratégias devem ser colaborativamente construídas e os benefícios e fracassos, compartilhados.

Todos participando de um mesmo barco que busca estabelecer uma rota. Talvez, o porto não seja seguro, porque não existe um destino final. Quando isto acontece o processo acaba e o grupo se dissolve. Enquanto o grupo persiste é um constante navegar. Um constante questionar a rota. Um aprender a conviver com a insegurança e com a incerteza... (STREY, 1998, p. 204).

D

Figura 4

Como construir um grupo dentro de uma comunidade de aprendizagem?

trabalho do outro. Todos dependem de todos. Isso exige que os participantes interajam permanentemente, respeitando o pensamento do outro, superando as diferenças e buscando os resultados que possam beneficiar a coletividade.

Assim, podemos dizer que uma comunidade virtual se estabelece quando ocorrem interações entre seus membros a partir de relações recíprocas, que garantam a cooperação, a colaboração e sustentação ou permanência de seus membros (KENSKI, 2003).

Em uma comunidade de aprendizagem constituída a partir de um grupo, deve haver uma divisão de responsabilidades. É importante assumir as decisões, atribuindo ao grupo, e não a cada um de seus membros isoladamente, o resultado do sucesso ou do fracasso.

Como formar um grupo coeso dentro de uma comunidade virtual? A coesão refere-se a diversos sentimentos que influenciam no grau de permanência de um conjunto de pessoas enquanto grupo. Vários termos utilizam como sinônimo de coesão, a moral do grupo, o espírito de grupo, a lealdade e a solidariedade.

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Um grupo, para coexistir, necessita de um grau mínimo de coesão. Já pensaram em analisar como podemos medir a coesão em uma comunidade virtual? Na verdade, poderíamos analisar as nossas interações, utilizando as ferramentas de comunicação da Internet, como o e-mail e o chat.

A liderança é um dos fenômenos grupais mais estudados. Muitos autores relacionam a capacidade de um líder com sua inteligência, autoconfiança, sociabilidade, persistência, dominância, criatividade, otimismo, dentre outros. Essas características, sem dúvida, ajudam, mas não tornam, necessariamente, uma pessoa líder.

Como encontrar os líderes dentro de uma comunidade? É possível se tornar um líder virtual, sem ser um líder presencial? Dúvidas como essas nos faz refletir sobre o conceito de liderança como sendo algo que na maioria das vezes não é nato, mas que se constitui durante a interação com o ambiente social.

Segundo Argyle, o fato de uma pessoa tornar-se líder não dependerá do grau de motivação de que ela dispõe. “Algumas pessoas estão motivadas para liderar, outras para ser dependentes, outras se tornarão líderes emocionais”. (ARGYLE, 1976, p. 278). Os líderes emocionais influenciam o grupo com sua habilidade social. Em uma interação, é comum alguns participantes imitarem ou concordarem demasiadamente com o líder.

Cabe notar que o líder de uma comunidade virtual de aprendizagem não é, necessariamente, o professor, ao contrário, em sua maioria, são alunos que possuem uma habilidade social mais expressiva e interagem com maior freqüência no grupo.

Há vários grupos humanos dentro de uma comunidade de aprendizagem reunidos pelo laço de família, trabalho, hobby ou amizade. A estrutura afetiva fornece o elo dentro da comunidade. Para que duas ou mais pessoas interajam com qualquer ferramenta de comunicação, deve haver uma prova contínua de que está existindo nesta relação uma atenção mútua e correspondente. Devemos ser capazes de interpretar sinais afetivos como ( ). Esses signos afetivos são também considerados de “emblemas”, imagens utilizadas em lugar de palavras para efetivar a comunicação e o diálogo.

Será que a nossa personalidade pode ter alguma reflexão com o desempenho social na interação? Nas comunidades virtuais de aprendizagem, nas quais a interação é mediada computacionalmente, muitos dos elementos individuais não podem ser analisados. Não analisamos fatores como: contato físico, aparência física, postura, movimentos faciais, direção do olhar ou tom emocional da fala; embora esses elementos possam ser avaliados em sessões de videoconferência, dotadas de recursos de som, imagem e vídeo de alta capacidade. O que normalmente podemos ter como objeto de análise é o conteúdo da falaque poderá ser observado em nossos e-mails, fórum e chats.

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8 Aula 05 Informática e Educação 2ª Edição

Implicações pedagógicasde uma comunidade virtualde aprendizagem

potencial pedagógico de uma comunidade de aprendizagem resulta de toda uma concepção teórica e metodológica adotada pelo professor. O objetivo é investigar que implicações são essas, quais posturas devem ser incentivadas ou evitadas por parte

dos professores e alunos e quais as implicações para a comunidade.

Algumas comunidades são constituídas nos moldes tradicionais de ensino, em que o estudante é visto trabalhando sozinho. Numa espécie de auto-instrução, seus hábitos de estudo e aprendizagem são satisfeitos pela transmissão de informações. Nesse modelo, a relação de ensino predominante é vertical, do professor para o aluno, não havendo, na construção do grupo, interação entre os estudantes.

Dessa forma, o ensino preocupa-se mais com a variedade e quantidade de conceitos apresentados do que com a formação do pensamento reflexivo. Na verdade, parece que houve apenas uma mudança de ambiente, ou mídia, em que a sala de aula tradicional foi adaptada para o contexto virtual. Em contraposição a essa abordagem, uma alternativa é promover ambientes interativos de qualidade que promovam o diálogo efetivo entre alunos e professores, a troca social e a colaboração.

De modo geral, o caminho para se estabelecer uma comunidade de aprendizagem deve encontrar suporte em metodologias que ultrapassem os limites da reprodução, repetição e cópia dos materiais existentes. Nesse sentido, a pesquisa e a interação são meios importantes para que os conhecimentos impliquem a compreensão, a crítica e a produção do próprio conhecimento.

No ambiente de colaboração, os alunos deixam de ser receptores passivos de informações, para serem construtores de conhecimento, passando a agentes de busca, seleção e assimilação das informações, com participação ativa, a fim de incentivar novas formas de aprendizagem e interação.

O futuro da comunidade vIrtual é combinar pedagogia, tecnologia e prática social. Refletir sobre como melhor usar a tecnologia na sala através de instrumentos tecnológicos interativos. Investir na formação de professores, com focus na criatividade.

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92ª Edição Aula 05 Informática e Educação

Atividade 1

1Você considera que a utilização das redes de computadores na Educação tem contribuído significativamente para a aprendizagem?

Quais os comportamentos que podem influenciar o grupo dentro de uma comunidade? O que deve ser incentivado?

Quais as dificuldades existentes para criar e consolidar um grupo e conseqüentemente uma comunidade de aprendizagem?

2

3

Reflita e descreva de maneira subjetiva as questões abaixo.

sua

resp

osta

1.

2.

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10 Aula 05 Informática e Educação 2ª Edição

ResumoO surgimento da Internet e a utilização de seus serviços nos permitem uma nova forma de educação on-line. Possibilita criar ambientes de aprendizagem e formar comunidades constituídas por pessoas que desejam aprender e cooperar umas com as outras. As reflexões trazidas nesta aula nos levam a perceber que a aprendizagem é um processo social. A utilização das redes de computadores na Educação representa um espaço para dar suporte à aprendizagem, possibilitando compartilhar projetos e trocar experiências. Para construir uma comunidade virtual de aprendizagem é preciso estar atento a vários elementos. As estratégias usadas podem variar de uma região para outra e dependem de fatores como: atitudes, crenças, comportamento, dentre outros. Como se pode concluir, a justificativa para constituir esse tipo de comunidade está cada vez mais relacionada à capacidade de comunicação e colaboração. Ao enfatizar essa relação, fica claro o papel do grupo e não apenas do indivíduo.

3.

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112ª Edição Aula 05 Informática e Educação

Auto-avaliaçãoEm sua opinião, quais os benefícios de usar redes de computadores na Educação?1

Descreva resumidamente quais os cuidados que devem ser observados para estabelecer e consolidar um grupo dentro de uma comunidade.3

Você considera que uma comunidade é um espaço de colaboração, apoio, informação e debate? Justifique sua resposta.2

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12 Aula 05 Informática e Educação 2ª Edição

O que torna uma rede de aprendizagem efetiva? Quais os tipos e interações que podem ocorrer em uma comunidade desse tipo?4

ARGYLE, M. A interação social. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1976.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

KENSKI, V. M. As tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas: Papirus, 2003.

LÉVY, P. Inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo:Edições Loyola, 1999.

PALLOFF, Rena M. Construindo comunidades de aprendizagem no ciberespaço.Tradução Vinícius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2002.

SILVA, M. Sala de aula interativa. Rio de Janeiro: Quartet, 2000.

STREY, Marlene Neves et al. Psicologia social contemporânea. Petrópolis: Vozes, 1998.

TJARA, S. F. Comunidades virtuais: um fenômeno na sociedade do conhecimento.São Paulo: Érica, 2002.

Referências

Discuta as respostas das questões anteriores com o seu tutor.