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CASA DE PORTUGAL SÃO PAULO O SOM DE PORTUGAL Curso breve de História da Música Por José Maria Pedrosa Cardoso

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CASA DE PORTUGAL SÃO PAULO

O SOM DE PORTUGALCurso breve de

História da Música

Por

José Maria Pedrosa Cardoso

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2º DIA

O SOM DO IMPÉRIO SONHADO

O sonho do Império: os mares em vez da terra.

A fé e a cultura, troca sublimada: o que nós

somos, que outros sejam; o que os outros são,

que nós sejamos mais.

A Música que habitou Portugal: a música que

nós levámos e que nós trouxemos.

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RENASCIMENTO E HUMANISMO - 1

RENASCIMENTO (c1450-c1600). Acompanhando a cultura e as artes, auge da Polifonia clássica na Europa: a raiz de Borgonha e Países Baixos, cruzamento de influências e formação de escolas localizadas. Grandes representantes: Josquin dês Près, C. Jannequin, G. P. da Palestrina, R. de Lassus, T. L. de Vitoria…

HUMANISMO: interesse pela cultura e línguas e antigas. Marcas na música renascentista

Humanismo renascentista em Portugal, a partir da Itália e da França, sobretudo. Humanistas portugueses, na música: Damião de Góis, Vicente Lusitano…

Ensino e estudo da M. em Portugal: Já desde antes, Universidade; o papel de D. João III, dos Infantes Cardeais, da Casa de Bragança, dos Mosteiros…

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RENASCIMENTO E HUMANISMO - 2

A música na corte. A Capela Real: o seu historial, o seu papel exemplar. «A capella del Rey anda sempre com el Rey…»

D. Duarte… D. João II: «a milhor seruida capella que Rey Christão tem.» (Resende, 1973, p. 263).

D. Manuel: «tinha huma das melhores capellas de quantos Reis e Principes entam viviam» (Gois, 1790, 2º vol., p. 637)

Nos palácios: capelas dos príncipes e senhores. O caso particular dos Duques de Bragança em Vila Viçosa.

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RENASCIMENTO E HUMANISMO - 3

As catedrais e os mosteiros na época da expansão portuguesa: importância da música sacra.

A M. sacra: fidelidade à tradição e obediência à Contra-Reforma. Os géneros e as formas. Missas, Salmos e Motetos na polifonia clássica.

O cantochão como afirmação de portugalidade.

As primeiras notícias de polifonia: a sua linha estética e a sua aplicação às formas litúrgicas.

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A Música profana: vilancetes, cantigas e romances. O vilancico, uma forma ambígua. O teatro vicentino. Os cancioneiros renascentistas. Notícias da prática musical doméstica ou palaciana.

A música instrumental renascentista: instrumentos, formas, reportório.

Música na expansão. A responsabilidade portuguesa na enculturação da música ocidental, a partir dos descobrimentos e da evangelização.

RENASCIMENTO E HUMANISMO - 4

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ACULTURAÇÃO MUSICAL

Carta de Pero de Andrade Caminha…

Levamos melodias e guitarras… trouxemos

ritmos e marimbas…

Penetração colonial através da Igreja, a mesma

que originou escolas de polifonia…

Espécies miscigenados: os vilancicos negros…

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OS CANCIONEIROS RENASCENTISTAS

Peças profanas dispersas Romances: Puestos están…,

Niña era la infanta…

Miscelânea (1629) de Miguel

Leitão de Andrade e Cortes de

Júpiter de Gil Vicente, por

ocasião do casamento da Infanta

D. Beatriz com o Duque de

Saboia, em 1521.

Cancioneiro Geral (1516)

de Garcia de Resende

Centenas de poemas sem

música, mas pensadas para

música

Cancioneiro de Elvas, ou

da Biblioteca de Públia

Hortênsia

65 peças do início do séc.

XVI

Cancioneiro da Biblioteca

Nacional, fundo Ivo Cruz

19 peças profanas entre

outras religiosas, copiadas

Cancioneiro de Paris, da

Biblioteca da École

Supérieure des Beaux-Arts

131 peças, 54 das quais

polifónicas, copiadas cerca

de 1560.

Cancioneiro de Belém, do

Museu Nacional de

Arqueologia e Etnologia

18 peças, finais do séc. XVI

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A MÚSICA INSTRUMENTAL RENASCENTISTA

Referências várias Instrumentos nas igrejas e nos palácios.

Os órgãos das catedrais.

O instrumental em Santa Cruz de

Coimbra.

Dedicatória de El Maestro de Luiz de

Milán a D. João III: «… el reyno de

Portugal que es la mar de la musica:

pues en el tanto la estiman como la

entienden».

Notícias de métodos instrumentais

desaparecidoss

D. Heliodoro de Paiva,

+ 1552

Santa Cruz de Coimbra

António Carreira,

c. 1530-c.1594

Capela Real

Manuel Rodrigues

Coelho, 1555-1635?

Badajoz, Elvas e Lisboa Flores de Música,

Lisboa 1620

Gaspar dos Reis, s. XVI Braga

Pedro Araújo, s. XVII Braga

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COELHO, Manuel Rodrigues, 15---16--

Flores de musica pera o instrumento de

tecla, & harpa / compostas por o Padre

Manoel Rodrigues Coelho.... - Em

Lisboa : Na officinade Pedro

Craesbeeck, 1620. - http://purl.pt/68

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EUROPA Willaert, Gabrielli, Lassus, Palestrina, Victoria,

Monteverdi...

Santa Cruz de

CoimbraMosteiro de Cónegos

Regrantes

D. João de Noronha, + 1506

D. Heliodoro de Paiva, + 1552

D. Francisco de Sta Maria, + 1597

D. Pedro de Cristo, + 1618

D. Pedro da Esperança, + 1660

ÉvoraEscola e Colégio da Sé

sob a acção dos Cardeais

Infantes D. Afonso e D.

Henrique.

Pero do Porto, + c.1534 (Pedro Escobar, «el

portugués»)

Mateus de Aranda, 1528

Manuel Mendes, +1605

Filipe de Magalhães, c. 1565-1652

Duarte Lobo, c. 1565-1646

Fr. Manuel Cardoso, 1566-1650

Francisco Martins, + 1680

Vila ViçosaCapela criada por D.

Jaime e Colégio dos

Santos Reis Magos

criado por D. Teodósio

II.

António Pinheiro, c. 1550-1617

Francisco Garro, c. 1556-p.1623

Marcos Soares Pereira, c.1595-1655

D. João IV, 1604-1656

João Lourenço Rebelo, 1610-1661

LisboaVários conventos e a escola

da Sé

Filipe de Magalhães, Duarte Lobo, Fr. João Fogaça, Nicolau da

Fonseca, Fr. António da Madre de Deus, João Álvares Frouvo,

António Fernandes…

Capela Real António Carreira, c. 1530-c.1594, Francisco Garro, Filipe de

Magalhães, Marcos Soares Pereira…

Braga: a Sé e o Seminário Miguel da Fonseca, Gaspar dos Reis, Pedro de Araújo…

Viseu: a Sé Estêvão Lopes Morago

Espanha e América Gaspar Fernandes (Guatemala e México) João Duzid (Badajoz),

Manuel Machado (Madrid), Estêvão de Brito (Badajoz, Málaga),

M. Leitão de Avilez (Granada), Manuel Tavares (Murcia,

Cuenca)

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COIMBRA - 1

A janela da Europa: a polifonia clássica franco-flamenga e a emergência do maneirismo sacro e profano em Portugal. Coimbra renascentista, estaleiro de arte, oficina de música

Coimbra, Sé: prática musical, Vasco Pires, Fernão Gomes Correia… Matias de Sousa Vilalobos…

Coimbra, Santa Cruz: antecedentes, música e cultura; D. João de Noronha; reformas de D. Manuel, D. João III e Fr. Brás de Braga; D. Heliodoro de Paiva; D. Francisco de Sta Maria; D. Pedro de Cristo; D. Pedro da Esperança…

Coimbra, Universidade: teoria vs prática; Mateus de Aranda, Pedro Talésio, etc

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COIMBRA - 2

D. JOÃO DE NORONHA (+ 1506):

«Entre as partes boas, que tinha o Prior Dom João de Noronha, era huma, ser muy grande muzico, e munto exercitado nesta sciensia, e tinha huma voz muy sonora e suave; entre os Livros muzicos do mesmo mosteiro, andão alguns motetes ecclesiasticos, que elle mesmo compoz; faleceu em 24 de Agosto de 1506» (D. Marcos da Cruz apud Pinho 1981, p. 165)

DOM HELIODORO DE PAIVA (+1552), :

«Foi também grande escriuão de todas as letras, illuminaua, & pintava excellentemente. Era cantor, & musico mui destro, & e contrapontista; compoz muitas missas, & magnificas de canto de orgão, & motetes mui suaves; tangia orgão, crauiorgão com notauel ar, & graça; tangia viola de arco, & tocaua harpa, & cantaua a ella com tanta suauidade, que eleuava os ouuintes. E com ter tantas partes juntas, era muito humilde, & nunca usou delas com soberba, ou vangloria mas com muita modestia & mansidão.» (D. Nicolau de Santa Maria, apud, Pinho, 166

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COIMBRA - 3

Martin Azpilcueta: «que era de parecer que houvesse música de canto de

órgão nas igrejas na condição que se cantasse com a perfeição com que se

cantava no Mosterio de Santa Cruz de Coimbra em Portugal» (seg. D.

Nicolau de Santa Maria, apud Pinho 34-35)

D. Jorge de Ataíde, capelão-mor, em resposta a Filipe II, no Mosterio de El

Escorial: «Que vos parece, Haverá por ventura em toda a Christandade

Igreja, ou Mosteiro, em que se fação os Officios Divinos com a perfeição

com que se fazem neste meu Escurial? Responde o Bispo: Se Vossa

Magestade me der licença direi aonde os vi, & ouui fazer tão bem, &

melhor. El-Rey, admirado da resposta perguntou: E aonde? Disse o Bispo:

Com licença de Vossa Magestade, em o Mosterio de Santa Cruz de Coimbra

em Portugal, que he de conegos Regrantes de S. Agostinho». (D. Nicolau...

apud Pinho 45-46)

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D. Pedro de Cristo (c. 1550 - 1618)

Obras todas mss:

Cug MM 8; MM 18; MM 33;

MM 36; MM 44; MM 53.

Ln LC 57.

Arouca: Livro de Coro

Motetos: 75;

Antífonas: 17;

Hinos: 12;

Cânticos: Benedictus e Magnificat

(8 versões)

Missas completas: Salve Regina a 4;

duas Missas De feria; Gloria.

Salmos: 42

Responsórios: 51

Paixões: 7

Chansonetas, Chansonetas em

linguagem, Chansonetas ao divino

[Vilancicos]: 5 (MM 36 e 53, mas

muitos outros anónimos se

encontram nos MMs 229 a 240 e

243)

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ÉVORA - 1

Évora. Uma cidade na encruzilhada histórica: monumentalidade, cultura como causa e efeito da protecção real. A Música na Catedral eborense antes do século XVI.

O papel do Cardeal Infante D. Afonso (1522-40):

Pero do Porto…

Mateus de Aranda: a criação de uma escola de música catedralícia.

O papel do Cardeal Infante D. Henrique (1540-64): organização da Capela, 1544;

fundação do Colégio da Sé, 1552

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ÉVORA - 2

Papel dos Arcebispos D. João de Melo: Regimento da

Capela, 1565, e

D. José de Melo: Regimento dos Moços do Coro,

1616

As grandes linhas e nomes da Escola de Évora:

de Mateus de Aranda a Manuel Mendes

de Filipe de Magalhães a Diogo Dias Melgás

de Pedro Vaz Rego até ?

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Duarte Lobo, c. 1565-1646Total de composições: 19 motetos, 16 Missas, 16 Magnificat

Eduardi Lupi civis olisiponensis, in

Metropolitana eiusdem urbis Ecclesia

beneficiarii et musices praefecti

Opuscula: natalitiae noctis

responsoria quaternis vocibus et

octonis… Antuérpia: Oficina

Plantiniana de Johannes Moretus,

1602.

Oito responsórios de Natal a 4 e 8;

Missa de Natal a 8;

Antífonas de N. Senhora:

Alma Redemptores, Ave Regina coelorum e Regina coeli a 8; Salve Regina a

11

Eduardi Lupi… Cantica Beatae

mariae Virginis, vulgo Magnificat

quaternis vocibus… Antuérpia:

Plantiniana, J. Moretus, 1605

Versos do Magnificat em dois grupos:

O primeiro versos ímpares nos oitos tons,

O segundo com os versos pares nos oito tons.

São 16 composições num total de 96 versos polifónicos.

Eduardi Lupi…Liber Missarum IV, V,

VI, VIII vocibus… Antuérpia:

Plantiniana, 1621

Asperges e Vidi aquam a 4; Missas:

De Beata Virgine, a 4; Santa Maria a 4; Dicebat Jesus a 4; Valde

honorandus est a 4; Elisabeth Zachariae a 5; Veni Domine a 6; Cantate

Domino, a 8; Pro defunctis a 8;

Motetos: Pater peccavi a 5 e Audivi cocem de coelo a 6.

Eduardi Lupi…LiberII Missarum IIII.

V. et VI. vocibus… Antuérpia:

Plantiniana, 1639

Dedicado ao Duque de Bragança, futuro D. João IV.

Asperges e Vidi aquam a 4; Missas:

Hic est praecursor a 5; Vox clamantis a 6; Hic est vere martyr a 4; Ductus

este Jesus a 4; Dum aurora a 4; Brevis oratio a 4; Pro defunctis a 6.

Responsório Memento a 4.

Perdidos na Biblioteca Real, constando

da Primeira Parte do Index da Livraia

de Musica do muyto alto e poderoso

Rey Dom João o IV. Nosso Senhor

Dois vilancicos a solo e a 5; Duas missas sobre canções profanas em

castelhano a 7 e 8 e outras duas sobre canções profanas italianas, a 7 e 8 vv;

mais um missa de Defuntos a 6;

as quatro grandes sequências da Missa: Victimae paschali laudes a 4, Veni

Sancte Spiritus a 8, Lauda Sion a 8 e Dies irae a 4; etc.

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Fr. Manuel Cardoso,1566-1650

Total de composições: 24 missas, c. 50 motetos, 16 Magnificat

Cantica Beatae Mariae Virginis quaternis

et quinis vocibus…

Lisboa: Pedro Craesbeck, 1613

16 composições: 8 a 4 vv e 8 a 5 vv, sobre o Magnificat, para se

cantarem alternatim

Liber primus missarum… auctore Fratre

Emmanuele Cardoso Lusitano de

Fronteira.

Lisboa: Pedro Craesbeck, 1625

Dedicado a D. João Duque de Barcelos (futuro D. João IV), quando

ele tinha 21 anos.

Contém:

Duas antífonas a 4: Asperges e Vidi aquam;

Sete missas: entre elas, a missa Miserere mihi Domine, cujo cantus

firmus rigidus se ouve de princípio a fim

Liber secundus Missarum…

Lisboa: Lourenço Craesbeck, 1636

Dedicado ao Duque de Bragança, D. João II (futuro D. João IV).

Contém: missas compostas sobre temas dados pelo próprio Duque

de Bragança (vd. Alegria 1983, 56ss);

Todas elas com cânones enigmáticos no Agnus Dei II.

Liber tertius missarum…

Lisboa: Lourenço Craesbeck, 1636

Dedicado a Filipe IV,. Contém:

Seis missas sobre o tema do moteto Ab initio et ante saecula ouvido

em Madrid, em 1631: duas a 4, duas a 5 e duas a 6…

Missa Philippina a 4 sobre um tema dado por Mateo Romero, «El

Capitán», que nunca espera mais que um compasso.

Livro de varios motetes.Officio da Semana

Santa. E outras cousas. Dirigido a Real

Magestade delrey nosso senhor Dom Joam

IV… Lisboa: L. de Craesbeeck, 1648.

Dedicado a D. João IV

22 motetos: dez a 4, onze a 5 e um a 6;

três hinos: Gloria laus, Tantum ergo e Panis angelicus;

oito responsórios, quatro lamentações de Jeremias e cinco lições de

Trevas; salmo Miserere;

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VILA VIÇOSA - 1

Os Duques de Bragança: Não havia senhorio

que se igualasse ao seu em património e

rendimentos...

Poder cultural: Públia Hortênsia de Castro,

Diogo Sigeu, Pedro de Andrade Caminha…

D. Jaime, desde 1505: Paço Ducal, capela

privada à imitação da Capela Real

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VILA VIÇOSA - 2

«A minha Capella andara sempre com a minha Caza por onde quer que for, e Não auendo igreja no meu apozento aiustarei com o Deão como se dirão as missas e rezarão as horas, tendo respeito a que estiver perto do meu apozento» (1º § dos Estatutos da Capella originais)

«Todos os dias do anno cantarão Prima, tersa e Vesporas, e Completas, e Missa, saluo quando ouuer procissção, ou algum oficio... » (§ 9)

No seu testamento: «Lembro a meu filho o Duque que a milhor couza que lhe deixo neste mundo he a minha capella...»

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VILA VIÇOSA - 3

Ao tempo de D. Teodósio I, seg. Caetano de Sousa, a Casa era constituída por 324 pessoas que venciam moradias e salários, 16 fidalgos, 9 moços fidalgos, 61 cavaleiros fidalgos,, 14 escudeiros fidalgos, 16 cavaleiros, 12 escudeiros, 54 moços de câmara... 16 capelães e 27 músicos e cantores à estante, entre os quais 5 violas de arco» (Caetano de Sousa).

O número de músicos aumenta ao tempo de Teodósio II (1583-1626), sendo mais de 100, cujos nomes aparecem no Livro das Mercês de D. Teodósio.

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VILA VIÇOSA - 4

O Colégio dos Reis Magos, 1609: internamento de 8 anos, 8 colegiais, de preferência originários do Ducado; aulas diárias de M., uma hora de manhã e hora e meia de tarde; um reitor e um mestre de canto.

A livraria de música: compra sistemática e organização. «Até hoje não houve no mundo livraria, como a que Sua Majestade tinha ajuntado de todo o mundo, e de todos os famosos mestres de todas as idades» (A. Vieira).

Levada para Lisboa, em 1640. Catálogo da «Primeira Parte…» com c. dois mil impressos e c. de quatro mil manuscritos, publicado em 1649. Destruída no Terramoto de 1755.

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VILA VIÇOSA - 5

Mestres em Vila Viçosa:

Ginés de Morata, Cristóbal Herrera,

A. Pinheiro desde 1576,

Francisco Garro desde 1610,

Roberto Tornar desde 1616,

Marcos Soares Pereira, desde 1629 (depois

mestre de Capela Real).

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VILA VIÇOSA - 6

D. João IV: a sua formação musical, a sua produção musical e musicológica: Crux fidelis, Adiuva nos… Defensa de la música moderna… 1649; Respuestas a las dudas que pusieron…

João Lourenço Rebelo, o “Rabelinho”: o seu perfil, a sua obra e o seu significado no domínio da seconda prattica e da música proto-barroca. Psalmi tum Vesperarum tum Completorii. Item Magnificat, Lamentationes et Miserere. Roma: na Tipografia de Maurício e Amadeu Belmontiarum, 1657

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LISBOA - 1

A Sé de Lisboa, antes de Duarte Lobo: Estatutos de 1551: «…dez capellaes, 10 cantores com seu Mestre de Capella… oito moços de coro…» Mestres de capela: Alfonso Lobo, Baltazar Garcia

A Escola da Sé com Duarte Lobo, desde 1594?: mestre e reitor da escola

Os discípulos de Duarte Lobo: «grande multidão & copia de discípulos que de trinta annos a esta parte tem sahido do claustro da Sancta Se de Lisboa pera muitas & diversas destes reinos de Portugal & Castela…» (A. Fernandes, 1626)

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LISBOA - 2

Outros mestres de capela de Lisboa: Nicolau

da Fonseca, João Álvares Frouvo, Francisco

Luis…

Outros centros musicais de Lisboa:

Hospital de Todos os Santos

Convento do Carmo

Conv. de São Vicente de Fora…

Crist. Rodr. de Oliveira, séc. XVI: «escolas pubricas de canto

dorgão treze».

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PORTO

O caso do Porto: Interposto de música entre o Sul e o Norte? Dependência económica?

Notícias de uma escola de música polifónica na Sé, com Jorge Vaz, pelo menos de 1542 a 1563.

Influência de D. Baltazar Limpo (1536-50): órgãos e livros de coro… Tudo se perdeu?

Nomes de organistas (Miguel de Melgar, Andres Martínez, Fernão Lopes), organeiro (Heitor Lobo), cantores (Gonçalo Rodrigues, Ant. Martins…)

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BRAGA

Grande tradição medieval: «meninos de coro» no tempo de D. Luís Pires (1453-64)

Prática polifónica documentada desde D. Diogo de Sousa (1505-32)

Ligação Sé e Seminário após Conc de Trento

Mestres de Capela: Miguel da Fonseca (desde 1533) Pero de Gamboa (desde 1585), Lourenço Ribeiro (desde 1595)

Séc. XVII: Gaspar dos Reis e Pedro de Araújo

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OUTROS CENTROS

VISEU: capela dirigida por Ambrosio de Pinho (desde 1570) e Estêvão Lopes Morago, desde 1599.

LAMEGO: prática polifónica desde 1606 com A. Lucas Delgado

ELVAS: diocesde de 1570, mestre de Capela Manuel Garcia, mais tarde Francisco Martins