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Casa de Portugal São Paulo O SOM DE PORTUGAL Curso breve de História da Música Por José Maria Pedrosa Cardoso

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Casa de PortugalSão Paulo

O SOM DE PORTUGALCurso breve de

História da Música

Por

José Maria Pedrosa Cardoso

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SÉC. XVIII:O SOM DA VAIDADE PORTUGUESA

Barroco = extravagância, festa, espectáculo

A Restauração de 1640, tb dos «momos» e «seraos de Portugal tão falados no mundo»?

Mais que o Império, D. João V promove o nome de Portugal

O teatro. Imagem e cenário da fé e diversão

Música-espectáculo

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Barroco:

a nova prática musical

Europa Portugal

Monodia

acompanhada

Monteverdi

, Schütz,

Lully,

Purcell, A.

Scarlatti,

A. Vivaldi,

J.S. Bach,

Haendel

Tonos humanos A. Marques Lésbio (1639-1709)

Manuel Machado (c. 1590-1646)

Fr. Manuel Correia (+ 1655)

Estilo

concertante

Concertados

Música policoral

Santa Cruz de Coimbra:

D. Teotónio da Cruz (+1653),

D. A. da Madre de Deus (+1656)…

J. Lourenço Rebelo (1610-1661)

D. Pedro da Esperança (c.1598-

1660)

Cantata Cantatas profanas André da Costa (+1722),

F. José Coutinho (1680-1724),

J. de la Té y Sagau (c. 1680-1736),

E. d’Astorga (1680-1757?)

M. dramática:

ópera e oratória

Vilancico barroco Gaspar Fernandes (+1629)

Fr. Manuel Correia (+1655)

Fr. Francisco de Santiago (+1644)

Francisco Martins (c.1620-1680)

Pedro Vaz Rego (1673-1736)

Fr. F. da Madre de Deus (c.1630-

1690)

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BARROCO IO Vilancico barroco: significado, abundância e

variedade de obras, quase só em libretos, mas com indicação de compositores: Francisco José Coutinho, André da Costa, Francisco Costa e Silva, Fr. Manuel dos Santos, Fr. Antão de Santo Elias. O fim do vilancico (1723?)

Cantata profana («tono humano»), como outra singularidade ibérica: Jayme de la Te y Sagau, Emmanuel d’Astorga…

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Folheto existente

na FLUC:

JF 8-7-52

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D. JOÃO V (1689-1750), 1 Aclamado Rei, 1706 Casado com Maria Ana de Áustria, 1708 Cortejo da Embaixada em Paris1715 Id em Roma, 1716 e 1718 Primeira pedra do Convento de Mafra, 1717 Chegada de artistas: Juvara, 19; Nasoni, 25; Quillard 26;

Canevari, 27; Mardel 33; Giusti, 47… Execução d’O Judeu, 1739 Hemiplegia do Rei, 1742 Título de “Fidelíssimo”, 1748 Morte, 1750

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D. JOÃO V (1689-1750), 2 As convergências: o ouro do Brasil, o casamento com

Maria Ana de Áustria

Os sonhos: Versalhes e Roma

Afirmação do poder pela Música: na corte, em Mafra

A italianização da música portuguesa

Um rei deliciado com a «ópera ao divino».

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D. JOÃO V (1689-1750), 3

Capela Real faz-se Colegiada de São Tomé, 1710 (6 dignidades, 12 cónegos, 18 beneficiados)

Transforma-se em Igreja Metropolitana e Patriarcal, em 1716. Divida Lisboa em duas dioceses, a Patriarcal é

A sede do Bispado de Lisboa Ocidental, 1716, com o Capelão-mor designado Patriarca (com insígnias papais, Cardeal desde 1737, com uma verdadeira corte eclesiástica)

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D. JOÃO V (1689-1750), 4 Seminário de Música da Patriarcal, 1713

Envio de estagiários para Roma: António Teixeira, Francisco António de Almeida, João Rodrigues Esteves.

Chegada de músicos italianos: até 1720, 14; até 1734, 36.

Domenico Scarlatti chega em 29.11.1719; Giovanni Giorgi, 1725.

Escola de cantochão para Mafra

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D. JOÃO V (1689-1750), 5 Música religiosa:

Cantochão romano substitui o tradicional português

Grande estilo concertante, nas missas, nos ofícios litúrgicos, nos grandes Te Deum

Composições notáveis de Almeida, Esteves, Teixeira e Carlos Seixas

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Teixeira, TD 1734

1º and., Allegro,

Início, concertato

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A. Teixeira, Te Deum 1734 Sinfonia: Adagio-Andante, ob, trpte da caccia, cordas,

B.C.

O salutaris: Aria S, cordas; aria A, cordas; coro a 5; Amendo Tantum ergo

Te Deum: 16 andamentos

Tantum ergo com um Amen muito especial, i.e., destacado do hino eucarístico.

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3

TE

DEUM2

O salutaris

1Sinfonia/Abertura

4

Tantum ergo

5. O «grande TE DEUM»: Uma macro-forma musical

IntroduçãoConclusão

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A ópera em Portugal, 1 A introdução da ópera em Portugal. Explicações

possíveis de um atraso em relação à Europa:

Situação político-económica

Prática de géneros intermédios: vilancicos, tonos humanos, zarzuelas

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A ópera em Portugal, 2 Influência de Maria Ana de Áustria:

A chegada de D. Scarlatti

Serenatas na corte

O gosto italiano, trazido de Viena pela Rainha e despertado na embaixada de Portugal em Roma (obras em música dedicadas a portugueses por A. e D. Scarlatti, Nicola Porpora, A. Bononcini e Francesco Grillo, entre 1713 e 1721)

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Europa Portugal

Paço da Ribeira T. do Bairro Alto

(marionetas, em

port.)

Ac. da Trindade e T.

da Rua dos Condes

1728, The

Beggar’s

Opera de

John Gay

1728, Il Don Chischotte de la

Mancha, intermédios com música

de D. Sacarlatti

1733, La

serva

padrona de

Pergolesi

1733, La pazienza di Socrate¸

dramma comico da cantarsi, de

Alexandre de Gusmão e Francisco

A. de Almeida,

1733, Vida do grande D.

Quichote de la Mancha,

de António José da Silva,

«O Judeu»

1734 Il Don Chischotte de la

Mancha, intermédios com música

de D. Sacarlatti

1734, Esopaida, id. e

música de António

Teixeira

1735, La finta pazza, dramma per

musica, de Francisco A. de

Almeida

1735, Os encantos de

Medeia, id, id.

1735, 1º espectáculo

público de ópera, pelas

Paquetas, na Academia

da Trindade com

Farnace¸ de Gaetano M.

Schiassi

1736 La risa di Dimocrito 1736, Anfitrião e O

labirinto de Creta, id.

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1737,

Castor et

Pullux de

Rameau

1737, Guerras de

Alecrim e

Manjerona e As

variedades de

Proteu, id.

1738 L'asilo d'Amore,

serenata

1738, Precipício

de Faetonte., id.

1738, Teatro da

Rua dos Condes.

Só até 1742: 25

óperas sérias dos

autores em voga.

1739, La Spinalba ovvero

il vechio matto, dramma

comico da rappresentarsi

in musica, de Francisco

A. de Almeida.

1740, Madama Ciana,

dramma per musica

1742, proibição dos espectáculos teatrais, devido à doença do

Rei

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Grandes nomes

Vivaldi,

Bach,

Haendel

Domenico Scarlatti

(1685-1757)

Compositor da Capela

Patriarcal, Mestre de

Música da Corte: Infanta

Maria Bárbara e D.

António.

Centenas de sonatas para

cravo, algumas óperas e

abundante música sacra:

algumas peças apenas em

fonte portuguesa.

Francisco A. de

Almeida (c.1702-1755)

Organista da Capela

Patriarcal

Três óperas. Duas oratórias:

La Giuditta, estreada em

Roma em 1726, motetos…

João Rodrigues

Esteves (1700-1755?)

Mestre de capela da Sé de

Lisboa

Missa a 8, Magnificat, salmos,

responsórios, motetos

António Teixeira

(1707-p.1770)

Cantor na Patriarcal Óperas em português para o

Teatro do Bairro Alto.

Te Deum a 20 vv

Carlos Seixas

(1704-1742)

Vice-mestre e organista da

Capela Patriarcal

Abertura, Sinfonia em Si

bemol e Concerto para cravo e

orquestra.

105 sonatas para cravo.

Missa a 4, salmos e motetos.

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Frag. de Precipício de Faetonte d’O

Judeu e A. Teixeira.

P-Cug MM 876

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M. Instrumental C. Seixas: Sonatas, Concerto para cravo e cordas,

Sinfonia, Abertura… D. Scarlatti: Sonatas, Essercizi per gravicembalo…

(Londres, 1738), dedicado a D. João V.Outros: José António Oliveira (minuetes em P-Cug

MM 64), António Pereira da Costa (c. 1697-1770), na Sè do Funchal, com 12 Concertos Grossos Com doys violins e Violão de Concertinho Obrigados… (Londres, c. 1741) e XX Serenatas for the Guitar.

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Josephus Antonius

Carolus et Seyxas.

Vixit annos 38. Obiit

die 25 Augusti 1742.

Gravura em aço por

Daullé.

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Italianismo confirmado, 1 D. José (1714-1777) e a paixão pela ópera, 1

Novos convites

a músicos: 1752, Chega David Perez, mestre de capela e director

musical da corte. Chegam também grandes cantores: Gizziello, Raaf, Caffarelli..

e artistas italianos: 1752, Chega Giovani Carlo Galli-Bibiena,

arquitecto e desenhador da corte, com uma equipa de pintores e

decoradores

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Italianismo confirmado, 2 D. José e a paixão pela ópera, 2

Envio a Nápoles de compositores portugueses, futuros compositores de ópera: João Cordeiro da Silva, 1760?

João de Sousa Carvalho, 1761

Jerónimo Francisco de Lima, 1761

Brás Francisco de Lima, 1761

Contrato com Nicolò Jomelli, 1769: 400 sequins por ano

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Ópera, 1 Ópera do Tejo (31 de Março a 01 de Novembro de

1755)

Obra de Bibiena e sua equipa

inaugurada com pompa e circunst., em 31-03-1755, com cenários magníficos de Berardi, Dorneua e Monteux. Para a inauguração, Alessandro nell'Indie Metastasio e David Perez

Depoimentos:

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Ópera do

Tejo,Jacq. Ph. Le

Bas sculp

1757. Lx. Museu

da Cidade

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Ópera, 2 Outros locais de ópera da corte:

teatro provisório da Casa da Índia (paço da Ribeira), 1752;

Teatro permanente do palácio de Salvaterra de Magos, 1753;

Teatro da Ajuda, 1756;

Teatro de Queluz, ?

Cabo Espichel, p. 1770

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Ópera, 3 Ópera pública:

Teatro do Bairro Alto, 1760

Corpo da Guarda (Porto), 1760

Rua dos Condes, 1762

Rua do Salitre, 1782

Teatro de São Carlos, 1793

Teatro de São João, 1798

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Filho de pais espanhois, em Nápoles, aí aprende, mas vai trabalhar para

a Cicília, voltando mais tarde a Nápoles e sendo disputado por todas as

cidades italianas, é convidado por D. José para mestre dos seus filhos e

compositor da corte.

Chega a Lisboa em 1752, não sem antes ter enviado um partitura, que

existe autógrafa na P-La.

Compõe óperas para o tetatro montado na Casa da Índia e compõe

Alessandro nell'India, para a inauguração da Ópera do Tejo (em que

tomou parte uma falange de 400 homens de cavalaria, figurando os

macedónios.)

Na P-La, existem várias partituras autógrafas:, óperas, missas, motetos,

Te Deum (na Sé); grande Te Deum em P-Cug MM 27

Teve grande influência nos músicos dos seu tempo, incluindo

Luisa Todi, Sousa Carvalho, Marcos Portugal…

David Perez, 1711-1778

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ORQUESTRA DA REAL CÂMARA

«A capela da Rainha de Portugal é ainda a primeira da Europa; pelo que

se refere a excelência vocal e instrumental, nenhuma outra instituição do

género, incluindo a do próprio Papa, se pode gabar de possuir uma tal colecção

de admiráveis músicos. Para onde sua Majestade vá eles seguem-na; quando

vai caçar o falcão para Salvaterra, ou caçar saúde para os banhos das Caldas.

Mesmo nestes rochedos e montes selvagens [de Sintra] ela está rodeada de um

séquito de delicados cantores, gordos como codornizes e melodiosos como

rouxinóis. Os violinistas e violoncelistas às ordens de Sua Majestade são

todos de primeira categoria, e em flautistas e oboistas a sua ménagerie não

tem rival» In William Beckford The History of the Caliph Vathek and European Travels.

Londres: Ward, Lock anda Cº 1891, p. 353)

«A corte portuguesa, rica pelo seu império e o seu comércio colonial, e para a

qual a música era o divertimento favorito, quase uma religião, assegurava a

estes músicos notáveis um estilo de vida e um nível social sem rival… Lisboa

beneficiava de uma vida musical muito intensa… Não seria exagerado

designar a Lisboa do século XVIII como 'o paraíso dos músicos'» In

Scherpereel, p. 118.

Música instrumental, 1

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Abade António da Costa (c. 1714-p.1780).Forçado a fugir do Porto em 1750, viveu em Roma, Veneza, Paris e

Viena, onde conviveu com o futuro Duque de Lafões e com Gluck.

Burney chama-o de «a kind of Rousseau, but still more original». A sua

música mereceu a atenção de Tartini, que compôs uma Sonata à Violino

solo, e Basso … sopra lo stile che suona Il Prette dalla chitarra

portoghese. Amigo do Pe. Martini.

Pedro António Avondano (1714-1782), que recebeu na sua casa a

Assembleia das Nações estrangeiras, publicou em Londres três

colecções de minuetes para dois violinos e BC, autor de duas sinfonias

para orq. de cordas, três concertos para vlc, e orquestra e várias sonatas

para cravo e vlc. e BC, a ópera Il mondo de la luna.

Outros membros da família… João Baptisa André Avondano (+1800)

Música instrumental, 2

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João Pedro de Almeida Mota (1744 - 1817 )

Lisboa, cantor da capela real;

Braga (1761, ao serviço do Infante D. Gaspar - 1771),

Santiago de Compostela (1771 - 1772);

Mondonhedo (1772 - 1774); Lugo (1774 - 1779);

Astorga (1783-88) ; Madrid (1793-1817).

Obra: 104 composições de música sacra (19 missas,

2 Requiem, 12 Vésperas, 24 salmos, 22 lamentações,

18 hinos, etc); 65 de música religiosa (63 vilancicos,

1 oratória e 1 moteto); 35 peças de música profana (19

com voz acompanhada e 16 quartetos).

Música instrumental, 3

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A teoria musical:

Francisco Ignacio de Solano, Nova instrução musical ou theorica pratica

da musica rythmica…Lisboa, 1764…;

Manuel da Paixão Ribeiro, Nova arte da viola…Coimbra, 1789;

António da Silva Leite, Um estudo de guitarra…Porto 1795, tendo

publicado em 1792 Seis sonatas de guitarra com acompanhamento de

um violino ou duas trompas ad libitum ),

Construtores de instrumentos:

Manuel e Joaquim José Antunes - cravos, clavicórdios e fortepianos

António Machado e Cerveira – órgãos (Mafra, etc)

Teoria, Instrumentos

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oratória La passione di Gesu Christo de J. P. Almeida Mota; Isacco

figura del Redentore, de Sousa Carvalho; Esther, de Leal

Moreira…) e

música litúrgica (documentada nos arquivos de todo o Portugal; caso

dos Mattutini dei morti (1774) de David Perez,

o Requiem de Jomelli (citados por Beckford),

os grandes Te Deum de Sousa Carvalho e outros, ETC…

A grande música religiosa

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