2 aula - história da igreja

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história da Igreja

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HISTRIA ECLESISTICA II

A Reforma de LuteroHistria Eclesistica IIPr. Andr dos Santos Falco NascimentoBlog: http://prfalcao.blogspot.comEmail: [email protected] Teolgico Shalom1Quem foi Lutero?

Nascido em Eisleben, Alemanha, em 1483Pai de origem camponesa livre ganhou bons recursos nas minas, mas teve dificuldades posteriores.Infncia infeliz, devido a severidade da disciplina familiarEstudou em Eisenach at 1501, formando-se em latim

Quem foi Lutero?Faz filosofia na Universidade de Erfurt, onde se forma Bacharel em Artes em 1502 e Mestre em Artes em 1505Contrariando seu pai, que desejava que se tornasse advogado, Lutero entra para um mosteiro agostiniano em Erfurt, aps enfrentar uma tempestade e pedir a Santa Ana que fosse poupado, em troca de sua dedicao ao ministrio. Os rigores do lar ajudaram na deciso.

Quem foi Lutero? ordenado em 1507, celebrando sua primeira missa. Sua viso de Deus de um juiz severo, o que impunha a necessidade da participao contnua nos sacramentos.1508: Comea a lecionar teologia na nova universidade de Wittenberg, criada por Frederico da Saxnia.Viaja a Roma entre 1510 e 1511, ficando escandalizado com a decadncia moral do clero na cidade.

Quem foi Lutero?Retorna a Wittenberg, tornando-se doutor em teologia ainda em 1511.At 1515, dedica-se ao monacato de corpo e alma, devido a um profundo reconhecimento de seu estado pecaminoso. Porm, compreende que seu estado de vida pecaminoso o impedia de cumprir efetivamente o sacramento da penitncia.Busca sada nos msticos, sem soluo.

O comeo da mudanaEm 1513, comea a lecionar sobre o livro de Salmos, lendo-os cristologicamente e vendo as suas aflies espelhadas em Jesus.Em 1515, inicia suas aulas sobre Romanos e descobre a justificao pela f em Romanos 1.17, encontrando uma nova viso sobre a justia divina.

O comeo da mudanaA viso da justificao pela f ia contra o sistema sacramental da penitncia e o sistema de venda de indulgncias.Para debater sobre a questo, elabora 95 teses sobre o assunto. Porm, o debate inicial s alcana o meio acadmico.

A criseEm 1514, Alberto, arcebispo de duas provncias e prncipe da casa dos Hohenzollern, decide comprar o arcebispado de Mainz, principal da Alemanha.

Para tal, resolve pegar os recursos emprestados com os ricos Fuggers, de Augsburg, pagando-os com a venda de indulgncias.A criseAs indulgncias eram decretos papais que davam o perdo plenrio dos pecados a todos aqueles que as recebessem, suprimindo a obrigao do pagamento temporal da culpa, aqui ou no purgatrio.A sua ideia vem da noo de que o papa poderia usar o mrito excedente de Cristo e dos santos para reduzir ou anular o tempo das pessoas no purgatrio.

A criseO acordo do papa Leo X com Alberto era que metade do que fosse arrecadado com as indulgncias poderia ser usado na compra do bispado de Mainz, enquanto a outra metade iria para a igreja, para financiar a construo da Baslica de So Pedro.

A criseA venda de indulgncias na Alemanha foi realizada por Johann Tetzel, que utilizou-se de subterfgios para convencer as pessoas a adquirir o benefcio, como dizer que as pessoas sairiam mais limpos do que saram do batismo ou mais limpos do que Ado antes de cair, ou mesmo que a cruz do vendedor de indulgncias tinha tanto poder como a cruz de Cristo ou que to pronto a moeda casse no cofre, a alma saa do purgatrio.

O ato de ousadiaChocado com os atos de Tetzel e do arcebispo Alberto, Lutero resolve pregar suas 95 teses na porta da igreja de Wittenberg. Seu desejo no era causar uma ruptura com a igreja, mas sim iniciar um debate pblico sobre seus abusos. Porm, os sentimentos nacionalistas e a viso de explorao por parte de Roma sobre o povo alemo levaram a uma comoo impensvel.

O ato de ousadiaAs 95 teste de Lutero continham inmeras questes telogicas, porm as mais incendirias eram a sua crtica venda de indulgncias. Lutero pensava que, se o papa tinha poder de perdoar plenariamente os pecados do povo, deveria faz-lo de graa.

O advento da imprensa e do uso da lngua verncula fez com que as teses rapidamente fossem difundidas na Alemanha. Lutero enviou uma cpia a Alberto, que a reenviou a Roma, pedindo a interveno papal.A solidificao da reforma1518: Lutero segue a Heidelberg, onde apoiado por muitos pares agostinianos. Alguns da poca trataram o caso como uma crise entre ordens (Tetzel era dominicano).1518: Lutero conhece Melancton, o telogo da reforma.Dieta de Augsburgo (1518): Cardeal Cajetano tenta convencer os prncipes alemes a empreender uma cruzada contra os turcos, buscando obrigar Lutero a retratar-se, ou lev-lo preso a Roma. O debate no evolui e Lutero foge no meio da noite, solicitando um conclio geral. Durante todo o perodo, apoiado pelo eleitor Frederico da Saxnia, que buscava um julgamento justo para Lutero, evitando-se o crime contra John Huss, 100 anos antes.

A solidificao da reforma1520: Aps um debate contra John Eck que no gera resultados, Lutero publica trs obras: Apelo nobreza germnica, atingindo a hierarquia romana, O Cativeiro Babilnico, que desafiava o sistema sacramental, e Sobre a Liberdade do Homem Cristo, que atingia a teologia catlica, ao reafirmar a salvao pela f pessoal em Cristo. Como consequncia do debate, Leo X emite uma bula excomungando Lutero e ordenando que seus livros fossem queimados. No trajeto da bula, porm, alguns lugares resolveram demonstrar seu apoio a Lutero, queimando obras que combatiam os ensinamentos luteranos.A rupturaPara tentar resolver a questo, Carlos V convoca uma reunio dos prncipes em Worms, para responder por suas ideias. Com o apoio de Frederico da Saxnia, Lutero chega a Worms e se recusa a se retratar se no fosse provado errado pelo testemunho das Escrituras. Sem consenso e sofrendo o risco de ser preso, Lutero sequestrado por seus amigos no retorno a Wittenberg, levando-o ao refgio no castelo de Wartburg, onde fica escondido at 1522, tempo que usa para continuar suas obras. O luteranismo, enquanto isso, condenado como heresia.

O legado1522: Lutero usa a verso grega de Erasmo de Roterd para traduzir o NT para o alemo.1534: Aps mais de 10 anos de trabalho intenso na traduo do texto hebraico, Lutero completa a traduo do AT ao vernculo, incluindo os livros apcrifos.Entre vrias obras, publica uma denominada Sobre os Votos Monsticos, estimulando monges e freiras a repudiarem seus votos, deixarem a clausura e se casarem.

As polmicas1522: Dois profetas de Zwickau, Nicolau Storch e Markus Stubner, pregam em Wittenberg que tinham revelaes diretas de Deus e no precisavam conhecer as Escrituras. Lutero retorna a Wittenberg, mesmo sem garantias por sua vida, e prega contra o grupo, causando uma ciso no movimento. Os anabatistas, movimento surgido deste grupo, rompem com Lutero.1524: Erasmo rejeita a ruptura com Roma e a teologia da iniciativa divina na salvao. Defende o livre arbtrio em seu livro A Liberdade da Vontade, mas recebe resposta de Lutero a seguir, negando esta viso em seu livro A Escravido da Vontade.As polmicas1525: Irrompe na Alemanha uma nova Revolta dos Camponeses, que desejavam uma reforma dos abusos feudais e usavam as Escrituras como apoio a sua posio. Lutero inicialmente apoiou o movimento e solicitou reformas aos prncipes. Porm quando o movimento pegou em armas, Lutero, decidido a manter a reforma ntegra e crendo que o movimento poderia subverter a ordem poltica, autorizou os prncipes a reprimir o movimento. O resultado foi a morte de mais de cem mil camponeses e a ciso completa com este grupo.Ainda em 1525, Lutero resolve se casar com uma ex-freira evadida, Catarina de Bora, gerando comentrios com sua sbita ruptura com o passado. Com Catarina, Lutero tem seis filhos. A estabilizaoCarlos V no se interessava pelo luteranismo e pretendia acabar com ele, porm duas crises o levaram a deixar o movimento de lado.Francisco I, rei da Frana, que se incomodava com o poder de Carlos V, alia-se ao papa Clemente VII na tentativa de derrub-lo. A paz s firmada em 1529.Tempos depois, a ameaa turca sob Suleimn leva o imperador a unificar os alemes em torno da resistncia, forando-o a no tocar no grupo.

As decises finais1523: Na Dieta de Nuremberg, a Cmara imperial, revelia do imperador e da igreja, declara tolerncia ao luteranismo.1526: Devido ameaa francesa e papal, o imperador abole o edito de Worms e declara que cada estado tem liberdade de seguir a religio que bem entender. 1529: Segunda Dieta de Spira: Com o fim das ameaas externas, o imperador reforma o edito de Worms. Os prncipes luteranos publicam um protesto deciso, gerando o nome de Protestantes ao novo grupo.

As decises finais1530: Solicitando uma exposio completa do pensamento luterano, Carlos V recebe de Melancton a Confisso de Augsburgo, irando-se com o exposto.1532: Sob nova ameaa externa de turcos e franceses, Carlos V assina a Paz de Nuremberg, que confere aos territrios protestantes o direito de praticarem sua f sem estend-la a outros territrios.

O luteranismo estabelecido1535: Criadas normas luteranas de ordenao, gerando rompimento eclesistico com Roma.1546: Com a morte de Lutero, Melancton assume o comando da igreja.1546-1555: Guerras do imperador contra os luteranos, s encerrada na Paz de Augsburgo, que declarou igualdade legal entre luteranismo e catolicismo.1524: Criao de sistema de educao elementar universal para ensinar as crianas a lerem a Bblia.1580: Disputas doutrinrias internas levam produo do Livro da Concrdia, expresso mxima da teologia da igreja. A busca por unidade leva a um movimento de ortodoxia fria e acadmica de defesa dos dogmas, em detrimento dos aspectos subjetivos do cristianismo. A contribuio doutrinria luteranaRetorno Palavra de Deus (Sola Scriptura)Justificao pela f (Sola Fide)Jesus nico mediador entre Deus e os homens (Solus Christus)Salvao pela graa, como favor imperecido (Sola Gloria)Glria s a Deus, e no a santos, papas e outros homens (Soli Deo Gloria)O conhecimento de Deus (Teologia da glria vs Teologia da cruz)A Lei e o Evangelho como condenao e graaSacramentos apenas se institudos por Jesus (batismo e ceia)Batismo simboliza a graa de Deus sobre o homem, pode ser infantilCeia no se transforma no corpo e no sangue, mas no s um smboloTeologia dos dois Reinos (governo opera sob a lei para frear o pecado)

FontesTexto base: CAIRNS, Earle E. O Cristianismo atravs dos sculos: uma histria da igreja crist. 3 ed. Trad. Israel Belo de Azevedo e Valdemar Kroker. So Paulo: Vida Nova, 2008. Textos auxiliares:DREHER, Martin N. Coleo Histria da Igreja, 4 vols. 4 ed. So Leopoldo: Sinodal, 1996.GONZALEZ, Justo L. Histria ilustrada do cristianismo. 10 vols. So Paulo: Vida Nova, 1983