história da igreja i: aula 2 - cristo e a plenitude dos tempos

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Curso desenvolvido para a ministração de aulas de História Eclesiástica I no Seminário Teológico Shalom. O curso envolve a exposição da história da igreja cristã, dos tempos de Jesus aos tempos atuais, passando pelo seu surgimento e desenvolvimento, domínio com a conversão de Constantino, ascensão papal, movimentos reformadores e avivalistas da era moderna, até os movimentos ecumenista e pentecostal do séc. XX. Esta aula apresenta a vida de Jesus e desenvolvimento de seu ministério terreno.

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  • 1. Histria Eclesistica I Pr.Andr dos Santos Falco Nascimento Blog: http://prfalcao.blogspot.com Email: [email protected] SeminrioTeolgico Shalom Os Primrdios da Igreja Cristo e a Plenitude dos Tempos

2. A Plenitude dos Tempos Glatas 4.4:Vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho... Marcos 1.15: "O tempo chegado", dizia ele. "O Reino de Deus est prximo.Arrependam-se e creiam nas boas novas! 3. Contribuies polticas romanas Desenvolvimento de senso de unidade da humanidade sob uma lei universal favorece pregao do evangelho, que afirma que toda a humanidade est uniformemente mergulhada no pecado e oferece lugar num organismo universal, a igreja crist, o Corpo de Cristo. Unificao do imprio em torno de um cdigo legal diariamente imposto aos cidados romanos e concesso de cidadania aos no-romanos. Pax Romana imposta pelas foras imperiais na regio mediterrnea favoreceu o trfego dos primeiros cristos na pregao do evangelho aos moradores das diversas regies imperiais. 4. Contribuies polticas romanas Sistema de estradas imperiais que cortava todo o imprio tambm facilitou o trabalho dos primeiros missionrios, incluindo Paulo, que notoriamente usou o sistema em suas viagens. Trabalho do exrcito em regies remotas e relacionamento entre soldados favorece a divulgao do evangelho. As conquistas romanas levaram muitos povos a perderem a f em seus deuses, por no terem sido capazes de impedir a conquista romana. Religies de mistrio romanas com imagens de deuses-salvadores substituda pelo culto cristo quando percebidas como sendo falsas (adorao a Cibele, sis e Mitra). 5. Contribuies intelectuais gregas Idioma grego usado universalmente na poca de Jesus Cristo (grego koin), usado para escrever o NT e a verso da Septuaginta doAT. Luta da filosofia contra a antiga religio politesta grega gera crise que leva as pessoas ao ceticismo ou busca pelo mistrio. Busca filosfica por uma realidade transcendente ao mundo temporal e visvel, por parte de Scrates e Plato, demonstra busca dos gregos pela soluo dos problemas do certo e do errado e com o futuro eterno do homem. Filosofia individualista da poca de Jesus (Epicuro e Zeno) favorecia uma busca de relacionamento pessoal com Deus, porm eram incapazes de dar conta completamente de alcanar a Deus, pois trabalhavam puramente pela razo. 6. Contribuies religiosas dos judeus Judasmo a herana religiosa do cristianismo. Posio central no Oriente Prximo e conquistas assrias, babilnicas, gregas e romanas facilitou propagao de suas ideias religiosas. Monotesmo judaico contrastava com a maioria das religies pags. Esperana pela vinda de um Messias que libertaria o povo e estabeleceria a justia na terra. 7. Contribuies religiosas dos judeus Sistema moral judaico atravs do elevado padro proposto pelos Dez Mandamentos contrastava com os sistemas ticos predominantes na poca. AntigoTestamento serve de fonte para Jesus e seus discpulos na transmisso de suas doutrinas. Filosofia da Histria judaica indica que a histria tem um significado, com uma viso linear e cataclsmica. Instituio da sinagoga como modelo de local descentralizado de culto, pela necessidade exlica. Foi onde o evangelho foi originalmente pregado. 8. Jesus Cristo - historicidade Testemunho pago Tcito (55-117): Historiador grego, liga o nome e origem dos cristos a Christus, que sofreu morte por sentena do procurador Pncio Pilatos durante o reinado deTibrio. Plnio (c.112): Escreve aTrajano para pedir orientaes sobre como lidar com os cristos, elogiando sua conduta moral. Suetnio: Na obra Vidas dos Doze Csares:Vida de Claudius, cita que os judeus foram expulsos de Roma por causa de distrbios a respeito de um tal Chrestos. Luciano (c.125-c.190): Escreve uma stira sobre os cristos em cerca de 170, descrevendo Cristo como aquele que foi crucificado na Palestina por ter iniciado a nova seita. 9. Jesus Cristo - historicidade Testemunho judaico Flvio Josefo (c.37-c.100): Judeu rico, procurou justificar o judasmo diante dos romanos instrudos, menciona Cristo, fala deTiago, o irmo de Jesus, alm de falar de Cristo como um homem sbio sentenciado morte na Cruz por Pilatos.Alguns acham que o segundo texto foi uma interpolao crist posterior, mas para muitos autntica. Testemunho cristo fora da Bblia Evangelhos, cartas, atos e apocalipses apcrifos escritos baseados na historicidade de Cristo. Inscries e imagens de pombas, peixe e ncora nas catacumbas romanas do testemunho da crena no Cristo. Datao de Cristo durante os dias do rei Herodes (785A.U.C.). 10. O carter de Cristo Originalidade de discurso (Eu digo, ao contrrio do que os outros afirmam). E maravilharam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade, e no como os escribas. Marcos 1:22 E admiravam a sua doutrina porque a sua palavra era com autoridade. Lucas 4:32 Sinceridade no discurso. Quem dentre vs me convence de pecado? E se vos digo a verdade, por que no credes? Joo 8:46 Equilbrio e integridade de carter (nenhuma caracterstica se sobressai s outras, todas trabalham harmoniosamente). 11. A obra de Cristo Ministrio terreno Exceto relato da ida a Jerusalm aos 12 anos, pouco se sabe sobre o tempo em que Cristo morou em Jerusalm. Possvel educao bblica no lar e na escola infantil da sinagoga. Infncia em Nazar, importante rota comercial, o fez observar a vida do mundo exterior que passava pelo local. Conhecia Deus atravs da revelao na natureza e pelo AT. Aparece publicamente pela primeira vez sendo batizado por Joo Batista. Desenvolve seu ministrio inicialmente em centros judaicos, para alcanar as ovelhas perdidas da casa de Israel (Mt. 15.24). 12. A obra de Cristo Ministrio terreno Inaugura seu ministrio escolhendo alguns homens como discpulos que continuariam sua obra aps sua morte e ressurreio. Seu primeiro milagre acontece em Can, transformando gua em vinho durante um casamento. Aps breve visita a Jerusalm, onde purifica o templo e conversa com Nicodemos, retorna a Galileia atravs de Samaria, onde se encontra com uma mulher pecadora, demonstrando que seu ministrio no teria barreiras de gnero ou nacionalidade. Rejeitado em sua cidade natal, Nazar, segue para Cafarnaum, onde centraliza seu ministrio galileu, realizando trs viagens pela regio. 13. A obra de Cristo Ministrio terreno Primeira viagem: Cura do paraltico, coxo, ressurreio do filho da viva de Naim, Sermo da Montanha, cujo contedo que a verdadeira religio espiritual, e no de atos externos exigidos pela lei. Segunda viagem:Viagem ao sul da Galileia com ensino a respeito do Reino (Mt. 13), cura do endemoninhado gadareno e da filha de Jairo. Terceira viagem: Continuao da obra. Viagens seguidas de pequenos perodos de retiro, onde instrua seus discpulos e atendia os necessitados (primeira multiplicao dos pes aps primeira viagem). Curou a filha da mulher siro-fencia no segundo retiro. 14. A obra de Cristo A misso de Cristo A fase ativa do ministrio de Cristo serviu de preparao para a fase passiva de sua obra, seu sacrifcio vicrio na Cruz. Foi seu sofrimento e morte que foi previsto pelos profetas (Is. 53), gerando vitria sobre as foras do mal e libertao do pecado (Gl. 3.10,13) dos que o aceitam e tomam posse de todo o poder espiritual de sua obra na Cruz (Ef. 1.19- 23). A mensagem de Cristo Mensagem principal foi o Reino de Deus e/ou o Reino dos Cus. Alguns estudiosos separam ambos: Reino dos Cus (parbolas do joio (Mt. 13.36-43) e da rede (Mt. 13.47s): Rene homens bons e maus. Reino de Deus:Apenas para os que se submetem voluntariamente vontade de Deus. 15. A obra de Cristo A mensagem de Cristo Escatologia dos Reinos Pr-milenistas: reino dos cus, purgado de judeus incrdulos e gentios, aps governo de Cristo por mil anos e da rebelio de Satans, ser fundido com o Reino de Deus, aps o juzo final. Ps-milenismo liberal: Os termos so sinnimos e igualados igreja, que faz a obra de preparar o caminho para um reino que Cristo receber quando voltar.Ao social importante nesse papel. Ps-milenismo conservador:Termos sinnimos. Igreja formada por pessoas regeneradas causaria um impacto na sociedade que emergiria uma perfeita ordem milenista entre os povos. Amilenismo:Termos sinnimos, realizao final do reino futura e ser consumado de modo sobrenatural e cataclsmico na volta de Cristo. No aceitam um reino milenar de Cristo nem associam os judeus ao reino de Cristo. 16. A obra de Cristo Os milagres de Cristo Propsito dos milagres era revelar a glria de Deus e mostrar que Cristo era o filho de Deus. Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que s Mestre, vindo de Deus; porque ningum pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus no for com ele. Joo 3:2 Racionalistas e empiristas negam os milagres, explicando-os como leis naturais ou mitos. Significado de Cristo Atribuio de um novo valor personalidade humana, por ser potencialmente ou realmente um filho de Deus, atravs da f em Cristo. Humanizao da vida, com abolio de barreiras sociais, raciais e sexuais. Cdigo de conduta tica interior baseado no amor, em vez de em regras externas. 17. O avano do cristianismo aos judeus Testemunho original dos discpulos a Jerusalm, Judeia e Samaria (At. 1.8). Inaugurao da Igreja em Jerusalm com o Pentecoste (At. 2.5-11) e a subsequente pregao de Pedro, gerando pelo menos trs mil convertidos. Pouco depois, o nmero de batizados chegava a cinco mil. Igreja, desde cedo, atraiu uma variedade de pessoas, incluindo judeus helenistas (At. 6.1) e muitssimos sacerdotes (At. 6.7). Perseguio do Sindrio gera priso de Pedro e Joo e martrio deTiago e Estvo. Relacionamento comunal temporrio e voluntrio no incio da igreja. Liderana da igreja por trs ofcios:Apstolos, presbteros e diconos. Participao de mulheres no ministrio diaconal e em postos de liderana. 18. O avano do cristianismo aos judeus Natureza da pregao dos apstolos (At 2.14-36) era o enfoque de que Jesus era o Messias sofredor prenunciado pelos profetas doAntigoTestamento. Por ter morrido e ressuscitado, era capaz de trazer a salvao para aqueles que o aceitassem pela f, pois morrera pelos pecados dos homens. (At. 17.2-3, 1 Co. 15.3-4). Deciso do Conclio em Jerusalm de que os gentios no eram obrigados a obedecer lei abriu o caminho para a emancipao espiritual das igrejas gentlicas e alargou seu alcance. A Igreja de Jerusalm perde importncia aps a fuga do povo de Jerusalm com a sua conquista por Tito em 69. Na Palestina, o evangelho levado por Filipe a Samaria (At. 8.5-25), enquanto se alastra pelas cidades da regio. Eventualmente o grande centro cristo se estabelece em Antioquia da Sria, de onde Paulo parte para suas viagens.A cidade se torna o grande centro do Cristianismo entre 44 e 68. 19. Fontes Texto base: CAIRNS, Earle E. O Cristianismo atravs dos sculos:uma histria da igreja crist.3 ed. Trad. Israel Belo deAzevedo eValdemar Kroker. So Paulo:Vida Nova, 2008. Textos auxiliares: DREHER, Martin N. Coleo Histria da Igreja, 4 vols. 4 ed. So Leopoldo: Sinodal, 1996. GONZALEZ, Justo L. Histria ilustrada do cristianismo. 10 vols. So Paulo:Vida Nova, 1983