história da igreja i: aula 3 - paulo e os pais apostólicos

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Curso desenvolvido para a ministração de aulas de História Eclesiástica I no Seminário Teológico Shalom. O curso envolve a exposição da história da igreja cristã, dos tempos de Jesus aos tempos atuais, passando pelo seu surgimento e desenvolvimento, domínio com a conversão de Constantino, ascensão papal, movimentos reformadores e avivalistas da era moderna, até os movimentos ecumenista e pentecostal do séc. XX. Esta aula apresenta a vida de Paulo, dos pais apostólicos e como era o governo e a vida da igreja nos seus primórdios.

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  • 1. Os Primrdios da Igreja Paulo e os Pais Apostlicos Histria Eclesistica I Pr.Andr dos Santos Falco Nascimento Blog: http://prfalcao.blogspot.com Email: [email protected] SeminrioTeolgico Shalom

2. Paulo de Tarso ambiente social Primeiro a efetivamente pregar para o mundo gentio, dedicando sua vida ao trabalho entre esses povos. Dedicou-se a pregar o evangelho at os confins do Imprio Romano (Rm. 11.13, 15.16). Apesar de seu objetivo, no negligenciou seu povo, sempre pregando primeiro nas sinagogas judaicas, antes de pregar ao povo em geral. Possua trs esferas sociais: judeu fariseu, educado pelo grande mestre Gamaliel; cidado deTarso, principal cidade da Ciclia; e cidado romano livre, usando de seus privilgios quando estes o ajudavam na sua misso (At. 16.37, 25.11).Alguns estudiosos entendem que sua cidadania veio por herana de seu pai. 3. Paulo de Tarso ambiente social Com base religiosa judaica e o Imprio Romano pacificado fora como espao poltico em que vivia, Paulo conseguiu transitar entre as cidades pregando o evangelho e enfrentando a perseguio judia e imperial (durante o reinado de Nero), a rivalidade de outros sistemas de religio, como o imperial e os cultos de mistrio, e os sistemas filosficos de sua poca. A arqueologia a principal ferramenta usada para datar sua vida e escritos, pois ele afirma que Paulo estava em Corinto h 18 meses quando Glio se tornou procnsul. Uma inscrio em pedra descoberta em Delfos menciona que Glio comeou seu trabalho na sia no 26 ano de Cludio (ano 51 ou 52 d.C.). Desta forma, a visita de Paulo teria comeado em 50.A partir deste maro, data-se seus escritos, viagens e vida. 4. A obra de Paulo Propagador do evangelho Missionrio sbio e dedicado, expandiu o evangelho ao ocidente de forma estratgica, comeando seu trabalho na cidade mais estrategicamente localizada na regio e usando os convertidos para levar a mensagem s cidades e campos adjacentes. Possivelmente por esse mtodo que ele no visitou Colossos (Cl. 2.1), com irmos de feso sendo os responsveis pela evangelizao daquela cidade. Inicialmente pregava nas sinagogas enquanto era bem recebido. Quando surgia oposio, partia para uma proclamao direta do evangelho aos gentios em qualquer lugar que julgasse adequado. Aps fundar uma igreja, a organizava com presbteros e diconos, de forma que ela se autogovernasse. Para no ser um fardo para as igrejas recm-criadas, assumia seu prprio sustento. Insistia que a igreja local deveria se autossustentar, autopropagar e autodisciplinar. 5. A obra de Paulo Propagador do evangelho Demonstrava dependncia do Esprito Santo para escolher qual o local que deveria pregar o evangelho, sempre buscando campos inalcanados. Apesar de estimular o autogoverno, no deixava as igrejas locais sem superviso, pois costumava visitar novamente as igrejas que fundava ou escrever-lhes cartas para encoraj-las e fortalec-las (At. 15.36). As publicaes de Paulo Paulo sempre buscava se informar a respeito da situao das igrejas que fundara atravs de visitantes que vinham destas igrejas (1 Co. 1.11) ou de relatos de agentes que enviava para visitar as igrejas (1 Ts. 3.6). Quando a situao local parecia exigir, ele escrevia cartas sob a inspirao do Esprito Santo para tratar os problemas especficos. 6. A obra de Paulo As publicaes de Paulo assuntos abordados Dvidas escatolgicas (1 e 2Ts). Relacionamento prtico de igreja em ambiente pago (1 Co.) Defesa de seu apostolado (2 Co.) Relao da lei judaica com o cristianismo (Gl). Explicao sistemtica do evangelho (Rm). Combate a pr-gnosticismo (Cl). Problemas especficos (Ef., Fp.) Relao de senhor e escravo que se tornam cristos (Fm.) Orientaes pastorais (1 e 2Tm.,Tt). 7. A obra de Paulo Princpios da teologia de Paulo Felicidade e utilidade, objetivos bsicos ansiados por todos os homens, dependem da obteno da graa de Deus, obtida por quem faz a vontade de Deus. As obras da lei somente resultam no conhecimento do pecado, deixando o homem sem esperana para executar a vontade de Deus expressa nessa lei. A Cruz o ponto de partida para a vida espiritual, no a lei. Cristo, como homem perfeito e Deus, podia oferecer-se na Cruz em lugar do homem pecador e assumir o fardo do pecado humano (Gl. 3.10,13).Ao homem, basta aceitar a obra que Cristo j fez por ele pela f (Rm. 5.1). A tica paulina desenvolve-se a partir da unio pessoal do crente com Cristo pela f, equilibrando-se por uma relao horizontal na qual o crente se une aos irmos pelo amor cristo expresso numa vida moral. Este sistema tico no abole a lei, mas o seu cumprimento mais elevado na famlia, comunidade e sociedade em geral. Entendia a histria como linear sobrenatural cataclsmica e pessimista. 8. A obra de Paulo Como polemista, lutou pela pureza da doutrina crist de seu tempo, tentando convencer os desviados a voltarem f. Entre as polmicas que enfrentou, esto: Salvao: Gentios devem adotar e seguir a Lei? Questo levantada por visita de judaizantes a Antioquia, com autoridade deTiago para pregar a viso deste grupo. Resultou no Conclio de Jerusalm, que liberou os gentios da circunciso e exigiu apenas a absteno de sangue, coisas sufocadas e imoralidade sexual. Racionalismo Grego:Tentativa de um grupo de intelectualizar o cristianismo, sustentando que havia uma diferena entre o esprito bom e a matria m. O elo entre o esprito puro e a matria m uma hierarquia de seres celestiais, qual pertencia Cristo e os anjos, que deveriam receber culto por estarem nessa hierarquia (Cl. 2.8,18s). A salvao era alcanada por atos ascticos de negao do corpo mal e por um conhecimento (gnose) acessvel somente a uma elite religiosa. Paulo responde reafirmando a suficincia de Cristo (Cl. 1.13-20) e a plena manifestao de Deus (Cl 1.19, 2.9). 9. Literatura primitiva A literatura neotestamentria no foi a nica produzida pela igreja primitiva, porm a nica considerada inspirada pelo Esprito Santo para nos ensinar. No entanto, sabemos que diversos textos foram produzidos pela igreja neste perodo.Alguns tinham carter religioso (evangelhos apcrifos, de cunho gnstico), mas foram descartados como herticos pelas igrejas e lideranas locais. Outros possuam carter didtico e no se aferiam potencial inspirado. Os escritos desta igreja primitiva, produzidos por homens denominados Pais da Igreja, tinham intenes diversas, desde interpretao das Escrituras at apologia de defesa do cristianismo perante o Imprio Romano e defesa da f contra falsas doutrinas. O termo Pai da Igreja se origina do ttulo Pai dado aos bispos no ocidente. Passou a ser mais usado no sc. III para descrever os defensores ortodoxos da igreja e os expoentes de sua f. O estudo das obras destes grandes homens denominado de Patrstica. 10. Literatura primitiva Podemos dividir os Pais da Igreja em quatro tipos: Pais Apostlicos: Discpulos diretos dos apstolos (segunda gerao de cristos), edificam a interpretao da vida de Cristo para os crentes. Esto entre eles Clemente de Roma, Incio de Antioquia, Policarpo de Esmirna e Papias. Pais Apologetas: Defendem o cristianismo dos questionamentos feitos por pagos gregos ou romanos. Entre eles estoTertuliano de Cartago e Justino Mrtir. Pais Polemistas: Lutam contra as falsas doutrinas levantadas no seio da igreja. Seus maiores expoentes so Ireneu de Lio, Clemente deAlexandria, e Orgenes. Pais Sistemticos: Estruturam o estudo bblico cientfico. Entre eles, esto Jernimo,Ambrsio e Agostinho. 11. Literatura dos Pais Apostlicos Clemente de Roma (c. 30-100) Presbtero principal da igreja de Roma (hoje listado como o quarto papa), escreveu uma epstola aos Corntios no ano 95 para exortar os cristos que estavam em revolta com os presbteros locais. A carta divida nas seguintes partes: Recordao do esprito excelente da igreja nos primeiros tempos (Cap.1-3) Exortaes sobre amor, arrependimento e humildade (4-38) Problemas especficos (39-59.2) Sucesso apostlica (42-44): Presbteros e diconos comissionados pelos apstolos, que foram comissionados por Cristo. Clemente pede obedincia aos lderes democraticamente escolhidos (44.3). Orao (59.3-61) Exortao final unidade (62-65) 12. Literatura dos Pais Apostlicos Clemente de Roma (c. 30-100) A Primeira Carta de Clemente aos Corntios valiosa por suas informaes a respeito da igreja primitiva no final do sc. I.Aqui, podemos identificar: A elevada posio dos bispos ou presbteros na jovem igreja. A unidade crist atravs da obedincia ao bispo. Separao entre clero e laicato (40.5) Grande quantidade de citaes doAT (cerca de 150). Referncia fartamente citada ao ministrio de Paulo (5.5-7 -Teoria das duas prises de Paulo e perodo intermedirio de liberdade) Salvao por meio do sangue de Cristo (7.14) 13. Literatura dos Pais Apostlicos Incio deAntioquia (c. 38 98 ou 107) Incio, bispo deAntioquia da Sria, enviou cartas de agradecimento s igrejas das cidades que visitou a caminho de seu martrio, em Roma, para ser devorado por lees nos jogos imperiais. Evitou qualquer gesto que pudesse impedi-lo de tornar-se o po puro de Cristo a ser triturado pelos dentes das feras. As sete cartas foram escritas por volta de 110 e algumas so de autoria contestada.As cartas so: Epstola a Policarpo de Esmirna, aos Efsios, aos Esmirnionitas, aos Filadelfos, aos Magnsios, aos Romanos e aosTrlios. 14. Literatura dos Pais Apostlicos Incio deAntioquia (c. 38 98 ou 107) Alertou as igrejas que havia visitado a respeito das heresias gnsticas e docticas que invadindo as igrejas. Docetismo: Cristo era um ser puramente espiritual, livre de qualquer contaminao de um corpo material.Apenas um fantasma sofreu na cruz, segundo este grupo (Epstola a Esmirna, cap. 1). Incio insiste na revelao de Cristo em carne como antdoto a tal doutrina (Epstola aosTrlios, 9-10). Tambm trabalhou o conceito da obedincia ao bispo, como forma de manter a unidade. (um presbtero de cada igreja havia se tornado um bispo monrquico, ao qual os outros presbteros deveriam obedecer). Tambm foi o primeiro a usar a palavra catlica (Esmirna 8) para se referir igreja, mas no exaltou o bispo de Roma como superior aos outros bispos.A nica superioridade interna, do bispo sobre os presbteros. Sem a ordem tripla, no haveria igreja. 15. Literatura dos Pais Apostlicos Policarpo de Esmirna (c. 70-155) Discpulo de Joo, foi bispo de Esmirna por muitos anos, antes de ser martirizado em 155, queimado numa estaca aps julgamento diante do procnsul romano, onde disse que no poderia falar mal do Cristo a quem tinha servido por 86 anos e que nunca lhe fizera mal. Conhecido por sua carta aos filipenses que lembra a carta de Paulo mesma igreja. Foi redigida em 110 em resposta a uma carta dos filipenses. Faz muitas citaes diretas e indiretas doAT e do NT, alm de repetir informaes recebidas de Joo. O interesse de Policarpo com a carta era exortar os filipenses a uma vida virtuosa, s boas obras e firmeza mesmo ao preo de morte, se necessrio, pois eles haviam sido salvos pela f em Cristo. 16. Literatura dos Pais Apostlicos Epstola de Barnab (ou Pseudo-Barnab) Escrita por outro que no o Barnab do NT, apesar de muitos Pais da Igreja considerarem a carta do Barnab bblico, foi escrita por volta de 130 por um cristo deAlexandria. A carta pretendia ajudar os convertidos do paganismo a combater os grupos judaizantes dentro da igreja. Usa os 17 primeiros captulos para bater no assunto e mostrar que a vida e a morte de Cristo so completamente satisfatrias para a salvao. Os 4 ltimos captulos so para contrastar os dois caminhos de vida:O Caminho da Luz e O Caminho dasTrevas, relembrando os dois caminhos do Didaqu. Trabalha bastante a interpretao alegrica doAT, citando como exemplo os 318 servos de Abrao (Gn. 14.14) como sendo uma referncia morte de Cristo na cruz, pois 300, em grego, tem a forma da cruz, e 18 so as duas primeiras letras do nome de Jesus. Esta prtica de interpretao, recebida de Filo deAlexandria, seria depois organizada por Orgenes. 17. Literatura dos Pais Apostlicos Epstola a Diogneto Possivelmente enviada ao tutor homnimo do imperador MarcoAurlio, apresenta uma defesa racional do cristianismo contra a loucura da idolatria (caps. 1-2) e inadequao do judasmo (3-4), mostrando o cristianismo como uma crena superior (5-12) por suas crenas, carter e benefcios que oferece. Segunda Epstola de Clemente aos Corntios Sermo que no foi escrito por Clemente, foi redigido por volta de 150 com o interesse em uma interpretao correta de Cristo, na crena na ressureio do corpo e na pureza da vida do cristo. Papias (c. 60 c.130) Bispo de Herpolis, escreveu Interpretaes dos Ditos do Senhor para registrar informaes de cristos mais idosos que conheceram os apstolos. Pode ter sido discpulo de Joo.Trata da vida e das palavras de Cristo. Documento que se perdeu, tem fragmentos preservados nos escritos de Eusbio e Ireneu. 18. Literatura dos Pais Apostlicos O Pastor, de Hermas Concebido a partir doApocalipse, escrito por volta de 150 por Hermas, considerado pelo autor do Cnon Muratoriano como irmo de Pio, bispo de Roma entre 150 e 155. Escrito em forma de apocalipse, rico em smbolos e vises, seu objetivo moral e prtico, chamando os cristos ao arrependimento. Bebeu da fonte da histria do autor, escravo liberto de uma senhora romana que enriqueceu e negligenciou a prpria famlia, que acabou enveredando pelo caminho do pecado. Ele e sua esposa se arrependeram e confessaram seu pecado, mas os filhos se rebelaram contra a f. Com mensagens dadas a Hermas por uma mulher e um anjo, conclama ao arrependimento e vida santa. Possui duas sees:A primeira, com cinco vises e a segunda, com dez comparaes ou parbolas cujo tema o significado do arrependimento na vida. 19. Literatura dos Pais Apostlicos Didaqu Tambm conhecido como Ensino dos 12 Apstolos, foi descoberto em 1873 em uma biblioteca de Constantinopla e publicado em 1883. um manual de instruo eclesistica elaborado possivelmente antes da metade do segundo sculo.Alguns chegam a dat-lo no final do primeiro sculo, por conta das semelhanas com as prticas do NT. Possui 4 partes:A primeira seo fala dos Caminhos daVida e da Morte de Pseudo-Barnab (cap. 1-6).A segunda fala sobre alguns problemas litrgicos, como o batismo, o jejum e a ceia (7-10). A terceira tem instrues para distinguir os falsos profetas dos verdadeiros e como encontrar oficiais dignos, alm de outros assuntos (11-15). Por fim, trabalha a necessidade de uma vida vigilante e coerente diante da vinda do Senhor (cap. 16). Detalhes interessantes do texto so o batismo triplo por imerso em gua corrente ou outra gua, ou por asperso em casos especiais (locais com pouca gua) e o falso profeta como algum que procura alimento e acolhida sem retribuir Igreja em termos de inspirao espiritual. 20. Governo da Igreja Primitiva Ofcios no estratificados, com uma dupla chamada: Interna, pelo Esprito Santo para o ofcio, e externa, pelo voto democrtico da igreja e ordenao pelos apstolos. No havia uma classe especial de sacerdotes parte para ministrar um sistema sacerdotal de salvao, pois tanto os oficiais da igreja como os membros eram sacerdotes com o direito de acesso direito a Deus atravs de Cristo (Ef. 2.18). Os oficiais podem ser divididos em duas classes: Carismticos: Escolhidos por Cristo e dotados de dons espirituais prprios (Ef. 4.11,12; 1 Co. 12-14), com funes inspiradoras. Administrativos: Funes organizacionais, apesar de que, com a morte dos apstolos, os presbteros assumiram muitas responsabilidades espirituais. Eram escolhidos pela congregao aps orarem pedindo a orientao do Esprito Santo e depois da indicao pelos apstolos. 21. Governo da Igreja Primitiva Oficiais Carismticos Responsveis pela preservao da verdade do Evangelho e sua proclamao inicial. Selecionados por Cristo atravs do Esprito Santo para liderar a igreja. Paulo divide em apstolos, profetas, evangelistas, pastores e/ou mestres (alguns estudiosos entendem que os dois ltimos so uma funo s). Apstolos:Testemunhas da vida, morte e ressurreio de Cristo (At. 1.22, 1 Co. 1.1, 15.8) e que tenham sido chamados pessoalmente por Cristo. Paulo baseou seu apostolado numa chamada direta do Cristo vivo. 22. Governo da Igreja Primitiva Oficiais Carismticos - Apstolos Pedro: Lder da igreja primitiva nos 12 primeiros captulos, morreu crucificado de cabea para baixo em Roma, segundo a tradio. Tiago, filho de Zebedeu: Decapitado por HerodesAgripa em 44. Tiago, irmo de Cristo: Lder no Conclio de Jerusalm, foi, segundo a tradio, morto a pauladas depois de ser jogado do pinculo do templo. Andr: Crucificado em cruz em forma de X. Joo: O mais longevo dos apstolos, morreu em feso, aps o exlio da ilha de Patmos, cancelado com a morte de Domiciano. Filipe: Possivelmente morreu de morte natural em Hierpolis, aps queda de Jerusalm. JudasTadeu: Possivelmente martirizado na Prsia. Simo zelote: Crucificado. Bartolomeu: Possivelmente martirizado na ndia. Tiago Menor, Bartolomeu, Matias, Mateus: Pouco se sabe sobre seus paradeiros. 23. Governo da Igreja Primitiva Oficiais Carismticos Profetas: Proclamavam ou pregavam o evangelho, antecipavam ou previam o futuro em casos especiais (gabo, emAt. 11.28, 21.10-14).A igreja sofreu com pessoas que se arrogavam este cargo, como demonstrado no Didaqu. Evangelistas: Pessoas com o dom especfico de proclamar o evangelho. Filipe foi um que exerceu este dom (At. 21.8), mas pouco se sabe sobre suas funes especficas. Possivelmente trabalhou como missionrio itinerante. Pastores/mestres:A Bblia no parece demonstrar que as duas funes so diferentes, contudo sabemos que a Bblia regula sobre como provar se um mestre autntico (2 Jo. 1-11). O Didaqu tambm versa sobre a questo (11.1-2). 24. Governo da Igreja Primitiva OficiaisAdministrativos Oficiais democraticamente escolhidos com o consenso de toda igreja (Clemente, 1 Corntios 44; Didaqu 15;Atos 6.5; 13.2,3). Tinham como tarefa executar as funes administrativas dentro da igreja local. Operavam e exerciam sua autoridade no seio da igreja local. Funes surgiram da necessidade de delegao de funes para tirar o fardo dos sobrecarregados apstolos. O exemplo da sinagoga com seus ancios que presidiam os negcios locais tenha sido um fator na criao desses ofcios. 25. Governo da Igreja Primitiva Oficiais Administrativos Presbtero (ou ancio): Posto mais elevado na congregao local. H quem defenda a separao entre este ofcio e o de bispo, mas a Bblia parece relacionar os dois termos como sinnimos (At. 20.17, 28; Fp. 1.1;Tt. 1.5,7). O que se sabe que esta separao ocorreu posteriormente no seio da igreja, com o bispo adquirindo posio hierrquica superior aos demais presbteros da igreja local. Precisavam ter qualificaes claras (1.Tm. 3.1-7,Tt. 1.5-9) e eram responsveis pela direo do culto e administrao e disciplina da comunidade. Diconos (ministros, servos): Subordinados aos presbteros, porm precisavam das mesmas qualidades exigidas dos presbteros (At. 6.3, 1Tm. 3.8-13). Eram responsveis pela ministrao da caridade e, posteriormente, passaram a auxiliar os presbteros na distribuio dos elementos da Ceia congregao. H um exemplo claro de diaconisa na Bblia, Febe (Rm. 16.1) e de profetisas (as filhas de Filipe,At. 21.9), mas no h orientao para que as mulheres ensinassem na igreja (1 Cr. 14.34, 1Tm. 2.12). 26. O culto da Igreja Primitiva Desde o incio, a igreja buscou uma forma organizada de culto (1 Co. 14.40), em esprito (Jo. 4.24) e com reunies de pessoas em locais diversos, como casas (At. 12.12, Rm. 16.5,23, Cl. 4.15, Fm. 1-4), templo (At. 5.12), auditrios pblicos de escolas (At. 19.9) e sinagogas, quando permitido (At. 14.1,3; 17.1; 18.4). Dois cultos eram realizados no primeiro dia da semana, dia do culto por ser o dia em que Cristo ressuscitou dos mortos. O matutino inclua leitura da Bblia (Cl. 3.16), exortao pelo presbtero principal, oraes e cnticos (Ef. 5.19). O vespertino era precedido pelo banquete do amor, ou gape.Tal banquete desaparece no final do primeiro sculo e a ceia passa a ser celebrada no culto da manh. Ordens de culto primitivas podem ser encontradas na Primeira Apologia de Justino Mrtir e no Didaqu. Os dois sacramentos da igreja eram o batismo (por imerso) e a Ceia, apesar de que o batismo poderia ser por asperso se no houvesse rio ou grande quantidade de gua disposio.A Ceia era somente para os batizados. 27. A vida da Igreja Primitiva Cada igreja tomava para si a responsabilidade de assistncia aos pobres e doentes, com as ofertas coletadas no culto sendo para este destino. Os diconos eram responsveis por contar as ofertas e distribu-las aos pobres e necessitados, enquanto as mulheres ajudavam fazendo roupas aos necessitados (At. 9.36). Apesar de no atacar a escravido, o Cristianismo minou tal instituio ao lembrar a senhor e escravo conversos que eram irmos. O convvio entre cristos e pagos no foi condenado, no que no fosse prejudicial aos princpios cristos (1 Co. 5.10; 10.20-33). Porm, Paulo exortou a separao total de prticas ligadas idolatria ou imoralidade pagos. 28. A vida da Igreja Primitiva Nada que viesse a prejudicar o Corpo de Cristo deveria ser feito (1 Co. 6.12), como impedir que pessoas se aproximassem de Cristo ou desviasse cristos mais fracos (1 Co. 8.13; 10.24) e evitar tudo o que no glorificasse a Deus (1 Co. 6.20; 10.31), como frequncia a teatros, estdios, jogos ou templos pagos. Todo cristo deveria cumprir suas obrigaes cvicas, incluindo pagamento de taxas e orao pelas autoridades.A nica razo para desobedincia era caso fossem orientados a cometer atos que atentassem contra Cristo e seus ensinamentos, por ser Deus a maior autoridade a quem deviam obedincia absoluta. A Igreja Primitiva tinha os pobres e a classe mdia baixa entre seus maiores grupos sociais, com um nmero menor de ricos e nobres. Ela era mais forte nas cidades e se estendia da Espanha ndia. 29. Fontes Texto base: CAIRNS, Earle E. O Cristianismo atravs dos sculos:uma histria da igreja crist.3 ed. Trad. Israel Belo deAzevedo eValdemar Kroker. So Paulo:Vida Nova, 2008. Textos auxiliares: DREHER, Martin N. Coleo Histria da Igreja, 4 vols. 4 ed. So Leopoldo: Sinodal, 1996. GONZALEZ, Justo L. Histria ilustrada do cristianismo. 10 vols. So Paulo:Vida Nova, 1983