2 a contribuição de caio prado

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    A CONTRIBUIO DE CAIO PRADO JNIOR PARAO PENSAMENTO SOCIAL BRASILEIRO1

    [...] no Brasil no ocorrem rupturas, no se supera o

    passado, que se eterniza, tornando nossa histria umapermanente atualidade (Bernardo Ricpero).

    Daniel Rodrigo Strelow - [email protected]

    Tatiane Aparecida Viega [email protected]

    Ivo Marcos [email protected]

    4. Histria econmica e Social

    ResumoO presente artigo foi construdo na disciplina de Introduo ao Pensamento Social Brasileirodo Programa de Ps-Graduao em Desenvolvimento Regional - PPGDR FURB. Trata-sede uma reviso terica, da vida e obra do pensador brasileiro Caio Prado Jnior. Optou-se pordestacar duas obras, Formao do Brasil Contemporneo,compreendendo-se que esta reneos principais elementos do pensamento caiopradeano etambm,A Revoluo Brasileira, estaem funo da crtica feita pelo autor a esquerda brasileira. De maneira introdutria, buscou-selevantar informaes sobre a vida de Caio Prado, considerando principalmente seu perodo demilitncia e adeso ao PCB. A produo intelectual de Caio Prado rica em detalhes, aponta

    para as contradies pontuais de um pas colonizado, cujo interesse colonial era a exploraomaterial e humana. Foi intelectual e militante, pensou o Brasil desde dentro, foi categrico edetalhista. Apontou o passado colonial como principal questo a ser superada, para ento, oBrasil constituir-se de fato uma economia nacional. considerado o primeiro marxista

    brasileiro. Todavia, em suas anlises no utilizou o marxismo como ideologia, mas comomtodo possvel para interveno na realidade brasileira.

    Palavras-chave: Caio Prado Jnior, Formao do Brasil Contemporneo, A RevoluoBrasileira.

    Introduo

    A obra de Caio Prado Jnior instigante, nos faz refletir sobre os reflexos atuais do

    processo de formao brasileira. Caio Prado pensou o Brasil desde dentro, no buscou

    esquemas prontos, no forou uma explicao a partir de uma teoria. Ele buscou nas origens

    1Trabalho realizado para a disciplina de Introduo ao Pensamento Social Brasileiro, do Programa de Ps-Graduao em Desenvolvimento RegionalPPGDR da Universidade Regional de Blumenau - FURB2Mestrando do Programa de Ps-Graduao em Desenvolvimento RegionalPPGDRFURB.3Docente no Centro Universitrio para o Desenvolvimento do Alto Vale do ItajaUNIDAVI e doutoranda doPrograma de Ps-Graduao em Desenvolvimento RegionalPPGDRFURB.4Doutor em Geografia pela Universitt Tbingen [Alemanha], coordenador do Ncleo de Pesquisas emDesenvolvimento Regional, professor da FURB e bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq.

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    da colonizao, o sentido para a formao do Brasil. Fez essa relao de forma crtica, muito

    bem fundamentada. Mergulhou de tal forma na realidade brasileira, que sua obra permanece

    contempornea. Mas ele foi alm, no se satisfez com a anlise intelectual e engajou-se na

    poltica, militou em prol do que acreditava ser o caminho para a superao do atraso

    brasileiro, ou seja, os resqucios coloniais.

    Viveu e escreveu num momento de grandes conturbaes no Brasil. Foi preso vrias

    vezes e exilado por dois anos. Rompeu intelectualmente com a burguesia brasileira, a qual

    pertencia, mas, no era totalmente aceito pela esquerda. Mal compreendida, sua obra ficou por

    muito tempo a deriva na construo do pensamento social brasileiro, mas, vem sendo

    resgatada. A atualidade do pensamento caiopradeano inegvel, da a importncia do

    pensamento de Caio Prado para a compreenso da formao social, econmica, poltica doBrasil.

    Este artigo teve o propsito de fazer uma reviso sobre o pensamento de Caio Prado

    Jnior. No seria possvel em poucas pginas revisar toda a obra do autor, por isso, optou-se

    por destacar o livro publicado em 1942, Formao do Brasil Contemporneo, e o livro

    publicado em 1966,A Revoluo Brasileira.Por razes didticas, o artigo est dividido em

    sete sees sendo, (i) esta introduo, (ii) Vida e Militncia, (iii) Influncias no pensamento

    de Caio Prado, (iv) Produo Intelectual de Caio Prado, (v) A Formao do BrasilContemporneo, (vi) A Revoluo Brasileira, (vii) Concluses Pessoais e Referncias.

    Vida e Militncia

    Caio Prado nasceu em 11 de fevereiro de 1907, na cidade de So Paulo. Era o terceiro

    entre os quatro filhos de Caio e Antonieta Silva Prado. Pelo lado materno pertencia a famlia

    lvares Penteado, uma das mais influentes de So Paulo. Caio recebeu educao particularingressando em 1918 no colgio jesuta So Lus, onde permaneceu at a concluso do ensino

    secundrio. Em 1924 ingressou na Faculdade de Direito do Largo de So Francisco,

    formando-se bacharel em cincias jurdicas e sociais (BRANDO, 2014). Em 1929 casou-se

    em com Hermnia Cerquinho com quem teve dois filhos, Yolanda e Caio Graco. Matriculou-

    se na seo de Histria e Geografia da Faculdade de Filosofia, Cincias e Letras da USP em

    1934, mas, sua passagem pelo curso foi interrompida em 1935, provavelmente em funo de

    sua segunda priso (SECCO, 2012).

    Advogou por pouco tempo e logo deu incio a militncia filiando-se em 1928 ao Partido

    Democrtico (PD), o qual apoiou Getlio Vargas nas eleies de 1930. Segundo Secco (2008,

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    p. 28) sua primeira priso foi em 31 de dezembro de 1929, quando numa recepo em So

    Paulo, na presena de Jlio Prestes, deu um viva a Getlio Vargas, naquele momento apoiar

    Getlio parecia ser o mais sensato haja vista o fato do mesmo ser o candidato de oposio ao

    atual governo. Depois de um ano, aparentemente decepcionado com os rumos do Governo

    Vargas, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro em 1931. Apesar de seu rompimento com a

    burguesia paulista e ingresso no PCB, muitos colegas de partido duvidavam das condies de

    militncia de Caio Prado, justamente por conta de pertencer a burguesia paulista. Ele no teve

    nenhum cargo de grande representatividade durante a passagem pelo partido, salvo o fato de

    ter sido eleito em 1935 vice-presidente da recm-criada, ANL - Aliana Nacional Libertadora

    (RICPERO, 2000, p. 106-107). Nesse perodo tambm foi diretor do jornalA Platea, onde

    escreveu e publicou o programa da ANL.A Aliana Nacional Libertadora teve um curto perodo de durao, foi fundada em

    maro de 1935 e em 05 de julho do mesmo ano, depois de um manifesto fervoroso de Lus

    Carlos Prestes (presidente da ANL), propondo a derrubada do Governo Vargas, a ANL foi

    enquadrada na Lei de Segurana Nacional e caiu na clandestinidade. O pouco tempo em que

    esteve frente da ANL deu a Caio Prado grande visibilidade, tanto que, em 03 de dezembro

    de 1935 foi detido em Porto Alegre constando em sua ficha que, era portador de ideias

    extremistas (SECCO, 2008, p.51). Foi levado para So Paulo onde ficou preso at 1937quando saiu da priso para ser enviado para o exlio na Frana, onde permaneceu por dois

    anos.

    Em 1939 retornou ao Brasil e a ditadura do Estado Novo no permitia qualquer

    possibilidade de oposio pelo movimento comunista. Nesse mesmo ano ele se separa da

    esposa, e neste perodo dedicou-se aos estudos e manuscritos de obras. Em 1943, Caio Prado

    e alguns scios fundaram a Editora Brasiliense e a Grfica Urups. Na pauta da editora

    estavam questes sobre o pas (defesa dos interesses das classes trabalhadoras e o problemaagrrio), crticas ao Estado Novo e clandestinamente material do PCB. Nesse perodo

    consolidou sua segunda unio, com Helena Maria Nioac que foi sua grande companheira e

    teve seu terceiro filho, Roberto (SECCO, 2008, p. 55). No ano de 1946 mais scios so

    incorporados editora, entre eles Monteiro Lobato, que lana pela mesma sua coleo

    completa. A Editora Brasiliense e a Grfica Urups findaram suas atividades em 1964 quando

    foram fechadas pela ditadura militar.

    O Estado Novo chegou ao fim em 29 de outubro de 1945, dando incio ao processo de

    redemocratizao do qual Caio Prado participou ativamente. Em 1947, foi eleito deputado

    estadual em So Paulo pelo PCB. No pouco tempo que exerceu seu mandato como

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    parlamentar foi muito atuante, participou das discusses sobre o regime tributrio,

    modificaes na Lei Orgnica dos municpios, apresentou o projeto de criao da FAPESP

    (Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo) e tambm da Escola de Filosofia,

    Cincias e Letras em Taubat, dentre outros. Em 07 de janeiro de 1948, por conta da

    represso aos partidos comunistas, o registro do PCB cassado assim como os mandatos dos

    deputados eleitos pelo partido. Depois da cassao Caio Prado e outros membros do seu

    partido foram presos por trs meses em funo de um manifesto que tentava mobilizar a

    opinio pblica (Assembleia Legislativa do Estado de So Paulo, 2014).

    Depois de sair da priso Caio Prado intensificou suas atividades editorias frente da

    Editora Brasiliense, da Grfica Urups e das revistas Brasiliense e Fundamentos. O golpe

    militar de 1964 vai novamente cercear as ideias de Caio Prado. Ele foi detido pelo DEOPS-SPe desde ento se tornaram rotineiras as prises e depoimentos, at que, em 1968 foi indiciado

    em um inqurito militar por ter dado uma entrevista que supostamente incitaria a guerra e a

    subverso da ordem social. O ano de 1970 foi doloroso para Caio Prado, ele julgado e

    condenado a quatro anos de priso e recolhido ao Presdio Tiradentes e amargou ainda o

    suicdio de seu filho Roberto. Ficou preso at 1971quando foi novamente a julgamento e

    dessa vez fora absolvido por unanimidade (SECCO, 2008; Assembleia Legislativa do Estado

    de So Paulo, 2014).Em 1975, j separado de Helena Maria Nioac, uniu-se a Maria Ceclia Naclrio

    Homem, pesquisadora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Passou os anos

    seguintes fazendo viagens pelo Brasil, conforme Secco (2008, p.126) viajava mais escrevia

    menos. Em 1983 apoiou a campanha pelas Eleies Diretas, no entanto, no apoiou o Partido

    dos Trabalhadores e permaneceu fiel ao PCB. Em 1987 encontrava-se gravemente debilitado

    pelo mal de Alzheimer, vindo a falecer em 23 de novembro de 1990, aos 83 anos. Seu corpo

    est sepultado no cemitrio da Consolao, na cidade de So Paulo, onde nasceu e morreu.

    Influncias no pensamento de Caio Prado

    Sem dvida alguma a maior influncia na construo do pensamento de Caio Prado foi

    o marxismo. Enquanto obras fundamentais somente foram traduzidas no Brasil nos anos 60,

    em 1932 Caio Prado adquiriu O Capital, escrito em francs, sendo que o primeiro resumo da

    obra s fora publicada, no Brasil, em 1937. No mesmo ano tambm solicitou 47 volumes de

    obras marxistas em francs, entre elas as correspondncias de Marx e Engels, os tomos das

    obras completas de Lnin e obras de Stalin, Trotsky, Bela Kun e Rosa Luxemburgo. Numa

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    lista de livros apontados por Caio Prado como indispensveis para a formao de uma cultura

    socialista, todos eram autores russos, dentre eles, Lnin (SECCO, 2008, p. 35-36; PERICS,

    2012).

    ntida a influncia do marxismo russo no pensamento de Caio Prado, pelo menos no

    que tange o fato de ter aceitado o modelo sovitico, sem grandes questionamentos. O

    entusiasmo de Caio Prado pelo socialismo sovitico e pela sua forma de organizao no

    mudou muito com o passar do tempo. Em 1950, ele publicou um artigo sobre o Leste Europeu

    que elogiava o sistema de poder l existente e, especialmente o papel dos partidos

    comunistas (SECCO, 2008, p. 45). Nos anos 30, quando Caio se filiou ao PCB, o mesmo

    partido tinha como espelho de suas aes o comunismo sovitico encabeado pela III

    Internacional, da a relao direta com o comunismo e tambm com o marxismo. No entanto, necessrio pontuar que a relao do marxismo com a realidade brasileira, conduzida na

    anlise de Caio Prado, dissemelhante ao aludido pelo PCB. No pensamento caiopradeano,

    h uma relao da concepo terica com a realidade brasileira. importante ratificar essa

    informao, porque a reside o diferencial de Caio Prado.

    Caio Prado Jr., apesar de ter sido defensor apaixonado do socialismo real, nos

    indica o caminho para que, no em realidade qualquer, mas no Brasil, nos sirvamos

    do materialismo-histrico com propsitos emancipatrios. Seu valor permanecejustamente por ter entendido o marxismo como abordagem e no um conjunto dedogmas com validade universal (RICPERO, 2000, p.232).

    Enquanto alguns tericos haviam feito algumas tentativas de usar o marxismo como

    uma frmula pronta (os marxistas no Brasil estavam ligados a ortodoxia do PCB) e aludir a

    formao brasileira ao que se passou na Europa, Caio seguiu outra linha. Ele foi

    independente, se recusou a copiar o que estava pronto, buscou uma interpretao prpria do

    Brasil, compreendendo o marxismo como um mtodo capaz de transformar a realidade. Nas

    palavras de Bernardo Ricpero, Caio Prado foi efetivamente, o primeiro marxista brasileiro

    (1998, p. 65).

    necessrio registrar que o curto perodo que esteve cursando Geografia e Histria na

    USP, tambm considerado importante para a constituio do pensamento de Caio Prado.

    Naquele momento ele se aproximou dos gegrafos franceses Pierre Monbeig e Pierre

    Defontaines, vindo inclusive a participar da Associao dos Gegrafos Brasileiros (AGB). A

    proximidade com a geografia foi fundamental para definir o historiador. Ele publicou vrios

    textos na rea e artigos na revista Geografia, sobre diversos temas, como a indstria salineira,

    a distribuio de terras rurais, os transportes e comunicao. "Tais textos demonstravam o

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    grau de envolvimento dele com a Geografia e foram imprescindveis para sua posterior obra

    de historiador (SECCO, 2008, p. 40). Caiomanteve contato com a AGB at o final de sua

    vida.

    Produo Intelectual de Caio Prado

    Sobre a produo intelectual de Caio Prado, apesar de pouco difundida vasta e de

    imensa relevncia para a compreenso da formao do Brasil. Foram 27 manuscritos, 20

    livros, 01 participao em livro e inmeros artigos e entrevistas. Publicou seu primeiro livro

    intitulado,Evoluo Poltica do Brasil, em 1933 e sua ltima publicao foi em 1983, quando

    publicou, A cidade de so Paulo: geografia e histria. Durante estes cinquenta anos CaioPrado foi, terico e militante, as duas coisas engendradas talvez tenham possibilitado a ele

    pensar o Brasil de forma to particular e heterodoxa.

    Na obraEvoluo Poltica do Brasil, publicada em 1933, Caio Prado fez uma sntese do

    processo poltico brasileiro at o fim do 2 imprio. Alm de ser sua primeira obra, foi

    tambm a primeira referncia ao materialismo-histrico. Segundo ele, no era seu objetivo

    descrever a histria, mas sim fazer um resumo de compreenso geral dos fatos histricos,

    aqueles que no entendimento do autor eram necessrios para sua anlise.

    [...] estou seguro, a desprezar circunstncias cuja falta talvez se faa sentir para a

    perfeita clareza da exposio. Mas, tratando-se de um mtodo relativamente novo refiro-me interpretao materialista de analisar a histria brasileira [...]. Todosesses inconvenientes evidentemente no existiriam se se tratasse de uma histria eno de uma sntese(PRADO JNIOR, 1989, p. 07).

    Caio Prado adota uma postura bem crtica nessa obra, o que no de se surpreender

    haja vista que, naquele momento j estava filiado ao PCB. Ele detalha como foi construindo-

    se a evoluo poltica brasileira, e relaciona esta diretamente com o contexto econmico da

    Colnia brasileira e de Portugal. Foi original ao apontar a inexistncia do feudalismo no

    Brasil comparado a Europa medieval5. A vida na Colnia se concentrava no campo tendo a

    economia agrcola como sua base material, sendo, portanto, a sociedade colonial o reflexo

    dessa base material. O carter do trabalho era abusivo, realizado pelo brao escravo do ndio e

    do negro. A impossibilidade de organizar poltica e economicamente a Colnia ocorreu em

    funo do parasitismo colonial engendrado pelos portugueses. Finaliza assinalando que a

    independncia do Brasil aconteceu por motivos econmicos, sem a participao social

    5Por essa afirmao recebeu crticas do trotskista Livio Xavier (SECCO, 2008, p. 132).

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    (PRADO, 1989). Esta obra foi publicada novamente em 1953, intitulada Evoluo poltica do

    Brasil e outros estudos, onde Caio Prado acrescenta informaes de artigos, conferncias,

    ensaios de geografia e histria.

    Em 1935, publicou URSS: um novo mundo, o qual segundo Secco (2008) teve mais

    importncia nos meios comunistas que Evoluo poltica do Brasil. A obra seguinte e mais

    consagrada foi publicada em 1942, Formao do Brasil Contemporneo, trata-se de uma

    sntese de trs sculos de evoluo colonial. Em 1945, a pedido da editora mexicana Fondo de

    Cultura Econmica publicou Histria Econmica do Brasil, onde faz uma anlise da

    construo material do Brasil desde a chegada dos portugueses em 1500, at a crise dos anos

    30. Esta obra teve 46 edies at no ano de 2004.

    Em 1952, publicouDialtica do Conhecimento, dois volumes que tratam de linguageme lgica formal, metafsica, matemtica e histria da dialtica. Caio Prado no acrescentou

    nada de novo para a discusso do tema, mesmo assim o livro teve quatro edies e duas

    reedies (SECCO, 2008, p. 97). Em 1954, publicouDiretrizes para uma Poltica Econmica

    Brasileira, obra que foi escrita como tese para concorrer a uma cadeira da Faculdade de

    Direito de So Paulo. Por razes polticas no ganhou a cadeira, mas obteve o ttulo de livre-

    docente. Em 1957, publicou Esboo de Fundamentos da Teoria Econmica. Ainda no

    caminho da dialtica, publicou em 1959,Introduo lgica dialtica (notas introdutrias).Em 1962, Caio Prado publicou O Mundo do Socialismo, trata-se de um relato de

    viagens a pases socialistas. Em A Revoluo Brasileira publicado em 1966 a primeira

    questo a ser destacada pelo autor uma explicao sobre o emprego do termo revoluo no

    ttulo do livro. So sses momentos histricos de brusca transio de uma situao

    econmica, social e poltica para outra, e as transformaes que ento se verificam, isso que

    constitui o que prpriamente se h de entender por revoluo(PRADO, 1966, p. 02, grifo

    do autor). Essa obra permitiu a Caio deixar de ser apenas um comunista politicamentemarginal no interior do partido para se situar no centro de uma polmica sobre as razes da

    derrota da esquerda (SECCO, 2008, p. 117-118). Falaremos dela de forma mais detalhada

    numa seo especfica do artigo.

    Escreveu dois artigos que fazem crticas a antropologia de Lvi Strauss e o marxismo de

    Althusser, em 1971 foram publicados como livro, intituladoEstruturalismo de Lvi Strauss

    O marxismo de Louis Althusser. Em 1972, foi publicado Histria e Desenvolvimento, obra

    que foi escrita como tese, incentivada por Sergio Buarque de Holanda para participar

    ctedra de Histria do Brasil da USP (SECCO, 2008, p.111119). O livroA questo agrria

    no Brasil, publicado em 1979, foi fruto de uma coletnea de artigos que analisavam a

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    realidade rural do Brasil nas dcadas de 1950 e 1960, publicados na Revista Brasiliense. J no

    final de sua vida, escreveu O que Liberdade, publicado em 1980 e reeditou partes de O que

    filosofia, de 1981 eA cidade de So Paulo, de 1983.

    A Formao do Brasil Contemporneo

    O pensamento caiopradeano est desenvolvido nas suas vrias obras, todas tm grande

    relevncia e oferecem pontos para reflexo. Neste artigo, todavia, optou-se por destacar a obra

    Formao do Brasil Contemporneo, publicada em 1942, na qual Caio Prado fez um balano

    geral do Brasil Colnia, do sculo XV at o incio do sculo XIX, perodo que na sua

    compreenso marca uma etapa decisiva na evoluo do Brasil, ou ainda, o comeo da fase doBrasil contemporneo.

    Primeiramente, o que se convencionou chamar de descobrimentos nada mais do que

    a expanso comercial dos pases europeus, por isso o povoamento no fazia parte do iderio

    europeu. No havia seno outra inteno que no fosse a explorao comercial. A idia de

    povoar no ocorre inicialmente a nenhum. o comrcio que os interessa, e da o relativo

    desprezo por este territrio primitivo e vazio que a Amrica; e inversamente, o prestgio do

    Oriente, onde no faltava objeto para atividades mercantis (PRADOJNIOR, 1996, p.23). Aideia do povoamento vai surgir efetivamente da necessidade de expandir as trocas mercantis,

    [...]era preciso ampliar estas bases, criar um povoamento capaz de abastecer e manter as

    feitorias que se fundassem e organizar a produo dos gneros que interessassem ao seu

    comrcio. A idia de povoar surge da, e s da(PRADO JNIOR, 1996, p.24).

    O alicerce da constituio social e econmica brasileira o comrcio exterior. O

    objetivo nico foi fornecer gneros como acar, ouro, caf, etc. para o comrcio europeu. A

    mo-de-obra de obra para esta produo vem da escravizao do negro e do ndio. Para CaioPrado, at o ano de 1942 o Brasil ainda era considerado colonial.

    com tal objetivo, objetivo exterior, voltado para fora do pas e sem ateno aconsideraes que no fossem o interesse daquele comrcio, que se organizaro asociedade e a economia brasileira. Tudo se dispor naquele sentido: a estrutura, bemcomo as atividades do pas. Vir o branco europeu para especular, realizar umnegcio; inverter seus cabedais e recrutar a mo-de-obra que precisa: indgenas ounegros importados. Com tais elementos, articulados numa organizao puramente

    produtora, industrial, se constituir a colnia brasileira. [...] O sentido da evoluo

    brasileira que o que estamos aqui indagando, ainda se afirma por aquele carter

    inicial da colonizao (PRADO JNIOR, 1996, p.31-32).

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    No captulo intituladoRaas, Caio Prado dedicou-se a uma explicao minuciosa sobre

    a constituio da populao brasileira, formada por ndios, negros e brancos. No incio do

    captulo, chama a ateno para a questo dos negros trazidos do continente africano, o qual se

    convencionou tratar como escravos, ignorado a diversidade de regies das quais eram

    trazidos. Uniformizado pela escravido sem restries que desde o incio de sua afluncia lhe

    foi imposta, e que ao contrrio da do ndio, nunca se contestou, ele entra nesta qualidade e s

    nela para a formao da populao brasileira (PRADO JNIOR, 1996, p.106). Com os

    ndios acontecer a mesma situao, grupos distintos ocupavam o territrio brasileiro, no

    entanto, sero tratados como iguais, inclusive forados a conviverem juntos. O branco at

    incio do sculo XIX de origem portuguesa e por razes diversas ir se relacionar

    afetivamente com ndios e principalmente negros. Um caso excntrico foram as colnias deSanta Catarina e Rio Grande do Sul onde a maioria das populaes foi constituda por brancos

    puros.

    Deve-se isto ao fato [...] da forma pela qual se processou o povoamento da regio.Ele tem por base a imigrao de aorianos e em grupos familiares bem constitudosque asseguram a permanncia de uma pureza de sangue que as condies de outrascapitanias tornam precria. Doutro lado, o baixo nvel econmico destas capitaniasmeridionais at a data que nos ocupa impediu o afluxo numeroso de negros. O ndiotambm no abundante, nem no litoral, nem no interior, onde, embora presente,

    permaneceu afastado do convvio da civilizao e entranhado nas matas de oeste, emque resiste tenazmente ao avano da colonizao (PRADO JNIOR, 1996, p.114).

    A constituio econmica, como j descrita acima, se d em funo do mercado

    externo, no h inteno de produzir para o abastecimento interno. A economia agrria

    formada por trs elementos principais: a grande propriedade, a monocultura e o trabalho

    escravo. No sculo XVIII a minerao tambm responder por grande parte da produo

    brasileira. Completando a base material e social na qual se assentava a estrutura do pas, tem-

    se o extrativismo, localizado quase que exclusivamente no vale Amazonas.

    Conforme Caio Prado, a subordinao e a inexistncia de foras prprias fez com que

    Brasil continuasse, mesmo trs sculos depois do incio da colonizao, ligado economia

    Europeia, como simples fornecedora de mercadorias para o seu comrcio. Empresa de

    colonos brancos acionada pelo brao de raas estranhas (PRADOJNIOR, 1996, p. 125).

    Sendo a organizao em grandes unidades produtoras, a responsvel pela concentrao do

    trabalho escravo e consequentemente da riqueza da colnia.

    Sobre a organizao social, Caio Prado enftico, o que caracteriza a sociedadebrasileira no incio do sculo XIX a escravido. Organizao econmica, padres materiais

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    e morais, nada h que a presena do trabalho servil, quando alcana as propores de que

    fomos testemunhas, deixe de atingir (PRADO JNIOR, 1996, p. 269). O ponto que a

    sobreposio do branco sob o negro e o ndio, acabou com qualquer possibilidade de

    contribuio destes ltimos na participao ativa da formao brasileira, a eles no restava

    outra atividade seno as mais servis. Nenhum posto de destaque lhes era dado. Essa questo

    fundamental para a distino de classes verificadas no Brasil at o perodo de anlise da obra

    de Caio Prado, qui at nossos dias.

    Apontaram-se aqui algumas questes tratadas na obra Formao do Brasil

    Contemporneo. A partir do que foi analisado, fica clara a preocupao de Caio Prado com

    questes pontuais como, o povoamento, a economia baseada na grande propriedade com o

    objetivo voltado para o mercado externo, com exceo apenas no sul do Brasil, a produointerna como secundria, o trabalho escravo do ndio e do negro e a supresso de suas culturas

    e o quase aniquilamento total dos ndios. O livro, que no ttulo traz a palavra

    contemporneo e foipublicado em 1942, era contemporneo de sua poca e continua sendo

    at hoje.

    A Revoluo Brasileira

    A obra, A Revoluo Brasileira, foi escrita em 1966, no calor da ditadura. Nela Caio

    Prado Jnior faz duras crticas ao programa revolucionrio da esquerda brasileira.

    Inicialmente ele apresenta o conceito de revoluo, o qual vai alm do sentido nico de

    insurreio. Seria, no sentido real e profundo, um processo histrico, de transformaes

    polticas, sociais e econmicas, que resultaro em uma mudana estrutural da sociedade

    (PRADO JUNIOR, 1966, p.1-2). Devido s contradies do Brasil, havia a necessidade de

    transformao e, para tanto, um programa de revoluo.No se tratava, todavia, do programa sustentado pela esquerda brasileira, cujo destaque

    era o programa do PCB, o qual Caio Prado inclusive ajudou a divulgar no incio dos anos 40,

    mas que, nos anos 60 j no fazia mais sentido. Para Caio, os intelectuais de esquerda tinham

    uma viso distorcida da realidade brasileira, principalmente por que propunham algo a partir

    de um esquema terico preestabelecido, ou melhor, com base nos manuais marxistas

    clssicos, como os utilizados na revoluo russa e na chinesa. A esquerda perdeu-se em

    indagaes do tipo e da natureza da revoluo brasileira e propunha modelos importados

    de fora. No por acaso, era estril e sua capacidade de mobilizao se limitava ao ncleo de

    militantes.

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    A teoria da revoluo brasileira (proposta pelos quadros da esquerda hegemnica)

    considerava que o Brasil tivesse passado por algo como o feudalismo e que ainda existiam

    restos feudais, principalmente no campo brasileiro. Ou seja, assim como ocorreu nas naes

    europeias, caberia ao Brasil passarpor estgios at chegar ao socialismo. a velha histria

    das etapas: suplanta-se o feudalismo com o avano das foras produtivas capitalistas,

    consolida-se o sistema de mercado, acirram-se as contradies de classe para enfim, chegar

    sociedade socialista. Segundo Caio Prado, um equvoco sem tamanho para a realidade

    brasileira.

    A m interpretao da realidade brasileira freou as foras realmente revolucionrias,

    que para Caio, se encontravam no campo. A luta destes trabalhadores por mais direitos tinha

    grande potencialidade, mas foi totalmente subestimada pela esquerda brasileira. Por noperceberem a realidade do meio rural brasileiro, passaram longe das suas contradies e

    potencialidades. Outros aspectos do programa da revoluo da esquerda tambm so

    criticados por Caio Prado, entre eles, a viso acerca do imperialismo, da estrutura social e da

    realidade econmica, sempre com destaque para a questo rural.

    Com relao ao imperialismo, Caio afirmou que, novamente se tentou inserir o caso

    brasileiro nos moldes do que ocorria na Rssia e na China. Para ele, a forma como o

    imperialismo se formou nestes pases diferia do ocorrido no Brasil e nos demais paseslatinos. Somava-se a isso, o fato da viso simplista e estranha, da esquerda brasileira em

    relao verdadeira posio do Brasil dentro do sistema imperialista mundial. Para Caio

    Prado, o Brasil, encontrava-se submerso em um sistema de dominao externa pela Europa,

    desde o incio de sua colonizao. As terras tupiniquins se formaram dentro de um sistema

    mercantil que consolidou o capitalismo, criando, de um lado as potncias imperialistas e de

    outro os dependentes. As instituies econmicas, polticas, sociais tinham origem europeia,

    portanto, amalgamadas a Europa. A esquerda no fazia esta anlise, centrando suas crticassomente aos Estados Unidos. Era preciso mais do que isso: necessitava-se compreender

    profundamente a posio do Brasil enquanto capitalismo perifrico, no jogo do imperialismo

    mundial.

    No que diz respeito a estrutura social, ao contrrio do que afirmava a esquerda

    hegemnica, no havia um antagonismo entre uma suposta burguesia agrria, reacionria e

    ligada ao imperialismo e outra, a burguesia industrial, nacionalista. No havia nada na

    realidade brasileira que distinguisse os grandes proprietrios como uma categoria econmica

    e social a parte. E mais, que pudesse levar a afirmar um antagonismo entre esta classe de

    grandes proprietrios latifundirios de uma burguesia industrial. O nico antagonismo entre as

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    burguesias ocorria pela posse do Estado. Caio apontava, de um lado, a burguesia

    burocrtica, atrelada ao Estado (e deste tirava proveito) e de outro, a burguesia mais

    ortodoxa, que no tinha tantos benefcios vindos do Estado (portanto, era contra a ao mais

    efetiva deste na economia).

    O capitalismo burocrtico, por sua natureza intervencionista, aproximava-se de setores

    da esquerda. No por acaso, houve uma aliana entre estes dois setores (so exemplos os

    apoios a eleio de JK e Jango). Para Caio, este foi mais um grande erro. Por um lado,

    embaraou e perturbou o processo de polarizao das foras efetivamente revolucionrias,

    promoveu alianas esprias, retirou a liberdade de movimentos (da prpria esquerda) e

    por outro; abriu espao para que as foras mais retrgadas ganhassem apelo popular, pelas

    repetidas notcias de corrupo, que culminaram no Golpe de 64 (PRADO JNIOR, 1966, p.202).

    J com relao anlise da realidade econmica brasileira, Caio retoma o equvoco dos

    tericos de esquerda que sustentaram que o Brasil tinha passado por um feudalismo e que

    ainda havia resqucios dele na sua estrutura agrria. Para ele, a natureza agrria brasileira

    jamais foi feudal, mas sim, de natureza mercantil. Assim, faltou nas anlises da esquerda, a

    considerao de dois aspectos fundamentais: o primeiro, de que economia brasileira foi

    estruturada para produzir bens para o atendimento das necessidades da Europa, ou seja, seucarter colonial (e que perdura at a atualidade). Segundo, o tipo de relaes de produo e

    trabalho presentes no campo brasileiro, ou seja, do escravismo, cujas caractersticas tambm

    persistem na contemporaneidade (PRADO JNIOR, 1966, p.131).

    Com base nisto, a revoluo brasileira proposta por Caio Prado se daria atravs da

    anlise e interpretao da realidade brasileira, da conjuntura social, econmica e poltica real.

    Esta levaria a compreenso das contradies e consequente busca de solues. Isto , o

    mtodo dialtico, mtodo de interpretao e no um receiturio. Para ele a linha mestrado processo revolucionrio era a superao do estatuto colonial (PRADO JNIOR, 1966,

    p.215).

    Era necessrio, portanto, um programa de reformas, baseados na realidade e necessidade

    da populao e sem preocupao com os modelos ou implicaes tericas. O programa da

    revoluo deveria conduzir a economia, para que sua distribuio e que seus frutos fossem

    orientados para a elevao do padro de vida da populao. Distribuio de renda, elevao

    do padro material e cultural da populao, comeando por dar trabalho com renda adequada

    a todos. Para isso props uma interveno do poder pblico sobre a economia, com objetivos

    previamente definidos, entre os quais, o fortalecimento do mercado interno e o atendimento

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    A produo voltada ao mercado externo, crtica feita por Caio Prado em vrias de suas

    publicaes, tambm permanece como prioridade na conduo do plano econmico brasileiro.

    claro que o mercado interno maior do que no perodo analisado por ele, mas continua

    sendo secundrio. No caso do setor primrio, o agronegcio como principal atividade e a

    agricultura familiar relegada ao segundo plano.

    A obra de Caio Prado leitura obrigatria para a compreenso da formao do Brasil.

    ntido o seu esforo de compreender a evoluo social, poltica e econmica do pas a partir

    de seus prprios elementos. Utilizou o materialismo-histrico como mtodo, e da a

    possibilidade de transformao da realidade. No foi convencional, no fez suposies vagas,

    este o diferencial no pensamento de Caio Prado Jnior.

    Este artigo buscou fazer uma reviso da vida e obra de Caio Prado Jnior, pensador que,junto com Gilberto Freyre, Srgio Buarque de Holanda, Florestan Fernandes, Celso Furtado,

    Paulo Freire, Darcy Ribeiro, entre outros, ajudou a constituir o pensamento social brasileiro.

    No era o objetivo analisar a obra completa do autor, nem seria possvel. Desta forma,

    buscou-se fazer um apanhado geral, no sentido de fazer jus a um brasileiro que tanto

    colaborou para uma anlise fidedigna da formao do Brasil.

    Referncias

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