1º simposio de estudos sobre futebol

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    1SIMPOSIODE ESTUDOS SOBRE

    FUTEBOLFUTEBOL,SOCIEDADE

    ECULTURA:

    PESQUISASEP

    ERSPECTIVAS

    NOMUSEUDOFUTEBOL,

    FFLCH/USPEPUC-SP

    de10a14demaio,

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    Apresentao com satisao e orgulho que o Museu do Futebol, a Faculdadede Filosoa, Letras e Cincias Humanas da Universidade de SoPaulo (FFLCH/USP) e a Ponticia Universidade Catlica de SoPaulo (PUC-SP) realizam o 1 Simpsio de Estudos sobre Futebol.

    Organizado em conerncias, mesas-redondas, comunicaes

    individuais e sesses coordenadas, o Simpsio rene cerca de200 pesquisadores brasileiros, provenientes de 15 estados e que,juntos, representam mais de 60 instituies de ensino superior e depesquisa no pas. No pouco. Ao contrrio. O nmero expressivode trabalhos inscritos e participantes um bom termmetro paraavaliar e comprovar o crescente e relativamente recente interessedas cincias humanas sobre o esporte. Prtica muito presente emnosso cotidiano, o utebol penetra e cruza dierentes dimenses davida social, permitindo acesso aos modos que as pessoas lanammo para viver e interpretar o mundo. Dessa perspectiva, pode-se consider-lo um enmeno privilegiado para refetir sobre aconormao da sociedade brasileira a partir do sculo XX.

    Mas, que pesquisas so essas? Quais so as questes que queremresponder? Os temas se repetem? At que ponto as abordagensconvergem ou divergem? A expectativa com esse encontro,justamente, a de realizar um balano das tendncias, dos

    problemas metodolgicos e das perspectivas para o estudo doutebol. O primeiro resultado, sem dvida, ser o de um grandemapa das temticas e linhas de pesquisa que tem inquietado eestimulado as atuais investigaes na rea. s vsperas de uma copado mundo e com o pas preparando-se para abrigar novamenteesse grande campeonato, em 2014, o momento oportuno paraessa verdadeira concentrao de pesquisadores e idias.

    Pode-se dizer que o evento inaugura um rum amplo e procuo

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    de refexes sobre o tema e aponta para o lugar que Museu doFutebol quer ocupar nesse cenrio: constituir-se como centrode reerncia sobre o esporte, colaborando com a produo e

    diuso de conhecimento e atuando em conjunto com as diversasinstituies de ensino e pesquisa. A parceria com a PUC-SP e aFFLCH-USP, desse modo, oi um excelente incio. No toa que aconcepo deste evento, trazida pelo Pro. Dr. Flvio de Campos,oi prontamente aceita pelo Museu. A PUC-SP, representada peloPro. Dr. Jos Paulo Florenzano, oi undamental para que o eventotomasse orma. Da concepo para a realizao oram 11 mesesde trabalho. Todo o esoro no seria viabilizado sem os apoiosda Secretaria de Estado de Cultura de So Paulo e da SecretariaMunicipal de Esportes, Lazer e Recreao de So Paulo.

    O Simpsio uma das primeiras grandes aes do Museu doFutebol em direo a sua qualicao e consolidao como ploprovedor de pesquisas e contedos acerca da histria desse esporte.Tal iniciativa relaciona-se a um dos objetivos da instituio que o de atuar como centro que conecte saberes, experinciase memrias do utebol, e os torne acessveis a pesquisadores e

    pblico em geral, via exposies, atividades culturais, consultas inlocu ou pela web.

    Mapear, identicar, interpretar e selecionar aquilo que deve serlembrado e disponibilizar tal arcabouo ao pblico de maneirageral uma tarea de responsabilidade que o Museu do Futeboldeseja compartilhar e dividir com a sociedade e seus setoresespecializados. Todos esto convidados.

    Clara de Assuno AzevedoDaniela do Amaral AlonsiRenato BaldinInstituto da Arte do Futebol Brasileiro Museu do Futebol

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    n

    dice

    Caderno

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    ApresentaoProgramaoResumos - Sesses Coordenadas

    Resumos - Comunicaes Individuaisndice remissivo por autorAnotaes

    020609

    2998

    106

    deresumos

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    Programao10/05/2010 segunda-eiraLOCAL: Anteatro da Histria FFLCH/USP9:00 Ca e credenciamento10:00 Solenidade de Abertura. Inormaes gerais10:30 Conerncia de Abertura: Roberto DaMatta (PUC-RJ)

    LOCAL: Auditrio do Museu do Futebol14:30 Mesa Redonda 1. Sociedades e IdentidadesCoordenao: Flavio de Campos (USP)Palestrantes: Leonardo Pereira (PUC-RJ)/ Arlei Damo (UFRGS)/Simoni Guedes (UFF)/ Antnio Jorge Soares (UFRJ)

    11/05/2010 tera-eiraLOCAL: Salas dos Dptos. de Histria e Geograa da FFLCH/USP

    8:30 - 10:00 - Sesses coordenadasSC01 - Futebol e MdiaSC02 - Futebol, Copa do Mundo e IdentidadeSC03 - Futebol, Gesto e Participao

    10:30 - 11:30 - Comunicaes individuaisCI01 - Futebol e Relaes de GneroCI02 - Futebol e Identidades ICI03 - Futebol e Realidades Regionais I

    CI04 - Futebol e Poltica ICI05 - A carreira do FutebolistaCI06 - Futebol e EducaoCI07 - Futebol, Gesto e NegociaoCI08 - Futebol Amador

    LOCAL: Auditrio do Museu do Futebol15:00 Mesa Redonda 2. Futebol-arteCoordenao: Thales AbSaber (Sedes Sapientae)

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    Palestrantes: Jos Geraldo Vinci de Moraes (USP)/ MaurcioMurad (UERJ)/ Frederico Barbosa (Poiesis/Casa das Rosas)

    12/05/2010 quarta-eiraLOCAL: Auditrio Tucarena da PUC-SP9:00Mesa Redonda 3. Brasil e rica do Sul: utebol, democraciae relaes raciaisCoordenao: Kabengele Munanga (USP)Palestrantes: Jos Paulo Florenzano (PUC/SP)/ Meite Hamadou(Centro de Estudos Aricanos)/ Victor Andrade de Mello (UFRJ)/Anglica Basthi (UFRJ)

    LOCAL: Auditrio do Museu do Futebol14:30 Mesa Redonda 4. Crnicas, Cronistas e JornalismoEsportivoCoordenao: Luiz Henrique Toledo (UFSCAR)Palestrantes: Ftima Antunes (DPH-SP)/Jos Carlos Marques(UNESP)/ Marcelino Rodrigues da Silva(UFMG)/ Ronaldo GeorgeHelal (UERJ)

    13/05/2010 quinta-eiraLOCAL: Salas dos Dptos. de Histria e Geograa da FFLCH/USP8:30 - 10:00 Sesses coordenadas

    SC04 - Futebol Amador e ComportamentosSC05 - Futebol e Poltica IISC06 GlobalizaoSC07 - Universidade do Futebol

    10:30 - 11:30 Comunicaes individuaisCI09 - Torcidas de Futebol ICI10 - Futebol e Identidades IICI11 - Futebol e Realidades Regionais IICI12 - Copas do MundoCI13 - Futebol, Gesto e LegislaoCI14 - Futebol e Imprensa EscritaCI15 - Futebol: Relaes de Gnero e Orientaes SexuaisCI23 - Futebol e Relaes Raciais

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    LOCAL: Auditrio do Museu do Futebol14:30 Mesa Redonda 5. Futebol: economia/incluso/exclusoCoordenao: Jos Geraldo Vinci de Moraes (USP)

    Palestrantes: Anselmo Alredo (USP)/ Flavio de Campos (USP)/Luiz Henrique Toledo (UFSCAR)/ Bernardo Buarque de Holanda(CPDOC FGV-RJ)

    14/05/2010 sexta-eiraLOCAL: Salas dos Dptos. de Histria e Geograa da FFLCH/USP8:30-10:00 - Sesses coordenadas

    SC08 - Torcidas Organizadas

    SC09 - Gie: Grupo Interdisciplinar de Estudos sobreo Futebol10:30 -11:30 - Comunicaes individuais

    CI16 - Torcidas de Futebol IICI17 - Futebol e Realidades Regionais IIICI18 - Espaos do FutebolCI19 - Futebol, Cultura e LinguagensCI20 - Futebol e TelevisoCI21 - Futebol, Expresses e Reaes CorporaisCI22 - Futebol, Histrias e Historiograa

    LOCAL: Auditrio do Museu do Futebol14:30 Conerncia: Jos Miguel Wisnik (USP)15:30 Conerncia de encerramento: Hilrio Franco Jnior (USP)18:00 Coquetel de encerramento

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    ResumoSesses Coordenadas - SCSC01 - Futebol e Mdia

    Ednio Alves Nascimento A bola e a letra: utebol e literaturano Brasil

    Este trabalho resume refexes sistemticas sobre a relao doesporte com a arte de uma maneira geral, e do utebol com aliteratura, numa abordagem particular. Assenta-se na concepoterica (e empiricamente demonstrvel) de que tanto a literaturaquanto o utebol so para alm de esporte, no caso do segundo ormas distintas e complementares de linguagem esttica; arte,sobretudo. E se relacionam produtivamente a partir do concurso desuas semelhanas e dierenas estruturais. Sendo ambos os camposconstrutos ormadores e integradores da cultura brasileira, no seuaspecto mais amplo, se apresentam como espao de produode sentido sobre os quais inserimos a nossa vida, demandando,por conseguinte, estudos e pesquisas que nos aa compreendermelhor o mundo (e o ambiente) no qual empreendemos a nossaexistncia material e simblica, simultaneamente. Da a relevnciade abordagens tericas ou experimentais que possam ampliar anossa compreenso desses dois enmenos de linguagem (e de

    expresso) sobre o nosso modo de ser, no Brasil.

    Victor Andrade de Melo e Jorge Dorman Knijnik Futebol,cinema e novas sensibilidades no territrio masculino: uma anlisede Asa Branca, um sonho brasileiro(1981) e Onda nova (1983)

    Ao redor da presena do utebol no cinema, assim como em outrosencontros dessa natureza entre essas duas grandes artes do sculo

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    XX, podemos encontrar indcios de uma poca, representaessobre dierentes dimenses de um momento histrico, algunselementos que nos permitem lanar um olhar sobre o esprito

    de um tempo. Tendo em vista essas potencialidades, esse estudoobjetiva analisar duas produes cinematogrcas da dcada de1980, Asa Branca, um sonho brasileiro (Djalma Limongi Batista,1981) e Onda nova (caro Martins e Jos Antnio Garcia, 1983),os quais, cada um a seu modo, permitem-nos identicar e discutiras mudanas e paradoxos vividos na sociedade brasileira naquelemomento, sobretudo no que tange s relaes sociais de gnero.De modo sutil, no caso de Asa Branca, ou de modo aberto

    e explcito, em Onda Nova, o que podemos depreender que,em virtude das mudanas sociais, novas atitudes e condutas soesperadas dos homens, e novas masculinidades se constroem noseio da sociedade brasileira, refetindo os avanos e questionandoa ordem de gnero anterior. Assim, conclumos que o cinema, emsuas interaces com o esporte, no apenas cria representaes,como tambm apresenta caminhos para que as relaes sociaisse modiquem e avancem, destarte as grandes barreiras que seinterpem s evolues.

    Raael Fortes Soares Panorama de estudos de utebol na rea deComunicao Social

    O artigo consiste em um levantamento dos estudos relacionadosao utebol na rea acadmica de Comunicao Social, em especialno Rio de Janeiro. Realiza um mapeamento da produo atravsde dissertaes, teses, artigos publicados em peridicos cientcos

    e apresentados em congressos. Na medida em que os meios decomunicao desempenham papel crucial na disseminao,divulgao, popularizao, acompanhamento e experincia doutebol prossional, sobretudo por parte de pblicos aoredor do mundo, torna-se relevante perceber de que maneira osestudiosos deste campo cientco especco tm se debruadosobre o tema.

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    Luiz Carlos Ribeiro de SantAna Cinema, utebol e ditadura:ensaio para um estudo comparado do utebol no cinema (1964-1975)

    A idia de que o utebol bom para se pensar parece estarrazoavelmente bem estabelecida. Nesse sentido, nosso trabalhoobjetiva traar uma refexo sobre a imagem do utebol talcomo retratada pelo cinema, durante a ditadura militar no Brasil.Utilizaremos, a princpio, trs obras bem distintas: O Corintiano(de Milton Amaral, 1966), Isto Pel ( de Luiz Carlos Barreto eEduardo Escorel, 1974) e Passe Livre(de Oswaldo Caldeira, tambm

    de 1974). A partir de uma perspectiva da histria comparada, nossointuito discorrer sobre dierentes ormas lmicas de abordar otema utebol e suas inter-relaes com o regime ento vigente.

    Alvaro Vicente Graa Truppel Pereira do Cabo Copas de 1930 e1950: uma abordagem comparada nos dois eventos

    O objetivo principal do presente artigo realizar uma comparaoda anlise da imprensa uruguaia sobre as Copas de 1930 - Uruguaie 1950 - Brasil, utilizando a metodologia da Histria comparadapara identicar representaes sociais semelhantes e distintasno discurso emissor dos veculos da mdia impressa analisados.A cobertura jornalstica destes eventos, bem como a importnciaatribuda identidade nacional uruguaia ensejada com as vitriasnos dois torneios so elementos undamentais no desenvolvimentodo trabalho que az parte da minha dissertao de mestrado sobreos dois campeonatos mundiais. A partir de ontes uruguaias e

    de uma anlise do contexto histrico da realizao dos torneios,busca-se identicar nas crnicas e reportagens sobre as partidasrepresentaes e esteretipos gerados a partir do utebol sobreo prprio povo uruguaio e do outro sul-americano que oiderrotado, sendo os argentinos no Estdio Centenrio e osbrasileiros no Maracan.

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    SC02 - Futebol, Copa do Mundo eIdentidadePriscilla Esteves Mansano e Joo Paulo Vieira Teixeira Osestdios de utebol como espao de consumo

    Este artigo pretende refetir sobre os estdios de utebol do Brasil,considerando-os como espaos de consumo. A proposta traarum rpido panorama de como as prticas mercadolgicas tmsido aplicadas neste ambiente, em especial na cidade do Rio deJaneiro. Pretendemos, ainda, discutir as alternativas apresentadas

    para a modernizao das arenas nacionais, criticando a simplesimportao de modelos consagrados na Europa. A proposta azer uma avaliao da idia to comumente propagada na mdiaespecializada que aponta como principal sada para a melhoria dosestdios brasileiros a insero de hbitos de consumo na rotina dotorcedor.

    Edison Luis Gastaldo Provncia de chuteiras: utebol e identidadesbrasileiras

    A relao entre o Rio Grande do Sul e o Brasil ao longo da histriatem sido marcada por tenses e confitos. Nesta comunicao,analiso dois eventos em que esta tenso se maniestou de modomais evidente: o jogo entre seleo gacha x seleo brasileira,ocorrido em Porto Alegre em 1972 e a Copa do Mundo de2002. Em cada um dos episdios, marcas do confito veladoentre centro e perieria encontraram maniestao no campo de

    utebol, exemplicando as complexidades envolvidas na noo deidentidade nacional em um pas como o Brasil.

    Ronaldo George Helal e Carmelo Dutra Silva Pra rente Brasil!Comunicao e identidade brasileira em copas do mundo

    O presente artigo busca investigar o papel do utebol como umdos atores de integrao nacional brasileira no sculo XXI. Nossaabordagem tem por bases tericas o pensamento de Stuart Hall

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    sobre a questo das identidades e as consideraes de RonaldoHelal sobre a importncia deste esporte como elemento aglutinadorsocial no Brasil, sendo nosso o condutor a institucionalizao do

    utebol no pas, a trajetria at a organizao da Copa de 50 noBrasil e a projeo e expectativas para a Copa de 2014, que serrealizada por ns. As questes que nos colocamos e que constituemo ponto de partida de nossa anlise so as seguintes: como seriadenida, nos tempos atuais, a identidade cultural brasileira? Oque signica ser brasileiro no sculo XXI? Qual o papel do utebolnestas questes?

    SC03 - Futebol, Gesto e ParticipaoAndr Gil Ribeiro de Andrade Fia - Brasil - CBF/COL: anlisespreliminares acerca do processo de ormao do evento Copa doMundo 2014

    Neste trabalho, pretendo apresentar algumas consideraespreliminares sobre o processo de ormao da Copa de 2014,atravs da anlise antropolgica do tipo de relaes pblicasestabelecido entre a Fia, como entidade matriz da organizao damesma, e os diversos grupos e segmentos envolvidos/interessadoscom a realizao da Copa no Brasil, o que inclui desde grande parteda populao, passando por instncias e agentes governamentaise chegando at o Comit Organizador Local da CBF. Tal comitposiciona-se de uma orma dbia, ao responder diretamente Fia, evitando as diversas instncias brasileiras, mas negociandoa realizao dos seus interesses, de orma que essas instnciasavoream a realizao da Copa de 2014 com o mnimo de entraves

    e de custos para a sua organizao.Luiz Guilherme Burlamaqui Soares Porto Rocha Donos dabola: relatos e experincias de ex-dirigentes no processo detransormao do utebol brasileiro (1982-1998)

    A presente comunicao prope o estudo de estratgias e prticasadministrativas implementadas pelos dirigentes do utebol cariocaentre os anos de 1982-1998. Durante este perodo, inmeras

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    transormaes se desenvolveram no campo esportivo do Brasil,quais sejam: o aumento do xodo dos grandes jogadores;a permisso da publicidade em camisas a partir de 1982; a

    ruptura do Clube dos 13 e a criao da Copa Unio em 1987;a possibilidade de transmisso dos jogos ao vivo a partir desteano; o aumento da infuncia das torcidas organizadas na polticados clubes; a lei Zico; o surgimento, com ora, da gura doempresrio e, nalmente, como o resultado nal deste longoprocesso, a chamada lei Pel, em 1998. Este processo de hiper-comercializao transorma o utebol em mera mercadoria; utebol-negcio. Este processo, porm, antes de ser uma obra do acaso,oi resultante da correlao de oras no seio do campo esportivo

    no Brasil. Sendo assim, este projeto objetiva responder a duasperguntas undamentais relativas a este processo: 1) Quem eramos dirigentes no processo de hiper-comercializao do utebol?;2) O que lhes coneria legitimidade dentro e ora dos clubes? Isto, como construram uma rede de relaes no campo esportivopara implementar as medidas que julgavam necessrias ou paraobter as benesses sociais advindas do cargo?

    Carlus Augustus Jourand Correia O bero de uma idia: aormao e consolidao do sindicato dos jogadores de utebol doRio de Janeiro (1971-1982)

    O presente trabalho visa explicar o processo de ormao dosindicato dos atletas prossionais do Rio de Janeiro no ano de1979, primeiro sindicato dos atletas prossionais de utebol nopas e pioneiro na luta pelos direitos dos jogadores. Esse trabalhoprocurar demonstrar como processo de modernizao das

    estruturas do utebol alterou a percepo do jogador sobre a suaprosso, tornando-o mais combativo e organizado, ocasionandoo surgimento do sindicato dos jogadores de utebol do Rio deJaneiro. A partir disso az-se necessrio descobrir quais so asquestes no utebol, na prosso de jogador de utebol e noseu habitus que acarretam essa especicidade de tal sindicatoperante os outros sindicatos de trabalhadores do Brasil, que noesto inseridos no campo esportivo. Assim pensaremos as novasormas de congurao dentro desse campo esportivo a partir

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    do surgimento de uma nova ora poltica organizada e novasrelaes de poder.

    SC04 - Futebol Amador e ComportamentosAlana Mara Alves Gonalves Autores e atores do utebol amador:uma anlise a partir da sociologia guracional

    Este trabalho tem como objeto de estudo o utebol amador, no-prossional. O campo emprico escolhido abrange a cidade deJuazeiro do Norte - Cear. Considero que um estudo sociolgicosobre o utebol amador deve ser orientado pela perspectiva de que,

    menos que uma modalidade de esporte, ele uma prtica social,um ato da vida coletiva, e como tal supe, para existir, padresde conduta e valores recorrentes participados pelos sujeitosenvolvidos. Assim pensando, a investigao partiu da seguinteproblemtica: que sujeitos pertencentes a outros grupos sociais serelacionam com participantes e times do utebol amador? Durantetodo o trabalho est presente o conceito de gurao social dosocilogo alemo Norbert Elias, o qual podemos denir como asvrias relaes interdependentes construdas pelos indivduos.

    Simone Magalhes Brito Sociologia da tica nos esportes: umdilogo entre Adorno e Elias

    Qual a relao entre a tica nos esportes e a tica na vida cotidiana?Qual a relao das regras do jogo com as regras morais? Contrrio homologia simples entre o uso de regras nos esportes e o usode regras na vida social, o trabalho argumenta que nos esportes a

    experincia representa o que seria a situao ideal da moralidade:um acordo sobre a justia das regras e o esoro mtuo peloestabelecimento da igualdade entre os envolvidos. Atravs de umdilogo entre as obras de Norbert Elias e Theodor Adorno, estetrabalho busca apresentar uma perspectiva sociolgica para oproblema da tica nos esportes.

    Rosangela Duarte Pimenta As regras e a dinmica guracionalno utebol amador: entrando em campo com Elias

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    Neste trabalho analiso o utebol amador - especicamenteas peladas e o utebol de vrzea - luz da teoria elisiana,destacando a dinmica guracional dos jogos e o papel das regras

    para a constituio dessa dinmica e do jogo propriamente dito.O trabalho de campo oi realizado nos meios urbano e rural: nacidade de Recie e no assentamento estadual So Joo (Sobral-CE).Destaco a elasticidade das regras, bem como sua permanenteconstruo e negociao, bem como estas intererem na dinmicados jogos amadores.

    Joanna Lessa Fontes Silva Futebis amadores: uma anlise apartir da teoria elisiana

    Partindo dos modelos explicativos cunhados por Damo (2003)e Gonalves (2002), este artigo traz as refexes da dissertaointitulada Os signifcados do utebol amador reciense a partirde sua interdependncia com o utebol profssional, analisandoo utebol amador no que diz respeito s suas posies e relaessociais. Nascido das elites e ruto de um processo de diusocomplexo, o utebol brasileiro nasce a partir de agentes os maisdiversos: marinheiros, tcnicos de errovias, operrios de minas,proessores dos estabelecimentos educacionais das colniasinglesas, jovens bacharis egressos das universidades europias,missionrios europeus. Esta diversidade se maniesta na construohistrico-social deste esporte, que em pouco tempo se populariza,tornando-se uma das grandes paixes brasileiras. Ao longo deseu desenvolvimento neste territrio, o utebol praticado emdierentes ormas, que se consolidaro no cotidiano das cidades,entre elas o utebol amador. Muito mais do que o oposto ao

    prossional, nosso trabalho se baseia na sociologia guracionalpara demonstrar a diversidade que marca este utebol e ascaractersticas que o mantm no cotidiano da cidade, a partir doexemplo de Recie.

    Leonardo Jos Barreto de Lima Do esprito das leis do jogo: osprincpios das regras do utebol luz da sociologia conguracionale da etnometodologia

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    O utebol, assim como qualquer esporte, possui regras quedenem os termos de disputa dos jogos, bem como as ormas eestilos coletivos e individuais de pratic-lo. Suas regras, todavia,

    no so imutveis no tempo, de tal maneira que, de 1863 atos dias atuais, inmeras oram as mudanas concernentes a elasrealizadas pelas entidades responsveis pela manuteno tanto daidentidade particular do jogo quanto do interesse do pblico poreste esporte. Verica-se, entretanto, que essas mudanas ocorridastinham por preocupao no contrariar o esprito da competioutebolstica, norteado pelos princpios da igualdade, segurana eruio. Diante disto, este trabalho objetiva evidenciar como e porque esses trs princpios oram histrica e socialmente preservados,

    de sorte que vissem a constar, explcita ou implicitamente, doatual conjunto de regras que regula universalmente a prtica doutebol.

    Jorge Ventura de Morais e Tlio Velho Barreto A regra doimpedimento e a dinmica do utebol: uma anlise a partir dasociologia guracional de Norbert Elias

    Este trabalho investiga em que medida o utebol pode ser entendido,em termos de suas regras e sua dinmica, a partir da regra doimpedimento, tendo como reerncia a sociologia guracionalde Norbert Elias aplicada ao utebol a partir de sua colaboraocom Eric Dunning. Partindo da anlise e de breve histricodas regras do utebol, em particular da regra do impedimento,analisamos dois lances da nal da Copa de Selees Sub-21 daUEFA (2007), relacionando-os teoria eliasiana. Em resumo,podemos dizer que uma partida de utebol nos ajuda a entender o

    conceito de gurao. Alm disso, atravs da anlise de uma regraespecca ou seja, a regra do impedimento , mostramos como ainterdependncia entre dois grupos de indivduos, em equilbrio detenses, ao mesmo tempo em que so aetados pela dinmica dagurao, ormam eles prprios esta gurao ou guraes, dadoo seu carter de mudana constante. No caso de uma partida deutebol, tais interdependncias so moldadas pelas regras que dosentido ao jogo. A regra do impedimento, embora no seja sempreaplicada, se az onipresente ao criar parmetros para ao dos

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    jogadores atravs da diminuio de espaos e da estruturao detticas empregadas tanto pelos deensores quanto pelos atacantes.Uma discusso que perpassa tal aplicao, e que pode ser inerida

    da anlise que se segue, acerca de como as normas e regrassociais modelam as sociedades os indivduos em arranjos (con)guracionais em que vivemos.

    SC05 - Futebol e Poltica IICoriolano P. da Rocha Junior O utebol em Salvador: anlises doincio de uma histria (1899-1920)

    O utebol expressa valores, sentidos e sentimentos, por ser umespao no qual se demonstram arranjos e expresses culturaiscaractersticos. Surgido na esteira da sistematizao dos esportes,se alastra da Inglaterra para o mundo at chegar ao que hoje um dos ou mesmo o principal enmeno social da atualidade.Este estudo aborda o utebol em Salvador, com o objetivo deidenticar ormas e sentidos de sua chegada na cidade e tambmanalisar como se deu sua construo como uma prtica sociale sua trajetria, vendo as imbricaes deste com a polticadesenvolvida em Salvador, ocando o perodo entre 1899 e 1920.Justica-se este estudo pela importncia da cidade de Salvador nacongurao poltico-econmica do pas, sendo um dos cenriosdas primeiras aproximaes do utebol com o Brasil. Valemos-nosda pesquisa histrica baseada em ontes bibliogrcas, utilizando-nos de livros, jornais, revistas e documentos ociais. Identicamosque o utebol na Bahia teve seu incio entre a elite local, comouma prtica tpica de seus valores modernos, at o instante em

    que ganha popularidade, espraiando-se por toda a cidade. Damesma orma se constituram os clubes, de elite a incio e depoispodendo ser populares ou de colnias de estrangeiros, tendo suaprtica se iniciado em praas, at que houve a construo de umcampo prprio. Esta trajetria acompanha o processo de tentativade incluso da cidade na modernidade, ganhando interesses dopoder constitudo com sua prtica.

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    Euclides de Freitas Couto Futebol, cultura e poltica: rebeldia econtestao dentro e ora das quatro linhas

    O presente estudo analisa as ormas de maniestao polticarelacionadas ao utebol, observadas no Brasil no decorrer dadcada de 1970. A escolha de tal recorte se deve tanto prpriatenso poltica decorrente do acirramento dos canais de repressopromovidos pela ditadura militar, quanto observao de que,no contexto do utebol, defagrou-se um embate entre asoras conservadoras e a esquerda no cenrio poltico brasileiro.Percebemos que durante esse o perodo, o utebol se constituiucomo um elemento de grande importncia para os projetos

    ideolgicos ociais de grande envergadura. No obstante, dierentessujeitos ligados aos grupos de oposio tambm se apropriaramdo espao comunicativo criado em torno do utebol paraexteriorizar seus ideais polticos. Nesta pesquisa oram utilizadasdierentes ontes de imagens e narrativas sobre as maniestaespolticas desencadeadas nesse contexto utebolstico. Dentre elas,destacamos os peridicos, dos quais extramos reportagens, notciase crnicas. Tambm oram utilizadas obras literrias, biograas edocumentos orais produzidos a partir de entrevistas concedidaspor artistas, ex-jogadores e outros sujeitos que se envolveramdiretamente com as questes pesquisadas.

    Carlos Leonardo Bahiense da Silva Da paz: a trgua no-ocialde 1914 e prtica do utebol durante a Primeira Guerra Mundial primeiras refexes sobre o lme Feliz Natal

    O objetivo de minha comunicao analisar a Trgua de Natal e

    a prtica do utebol. A Trgua de Natal um enmeno histricosingular: com a aproximao do Natal de 1914 primeiroano da Primeira Grande Guerra militares alemes, ingleses eoutros interromperam os combates para uma conraternizao tal interrupo se deu sem a aprovao de seus respectivosgovernos. Cartas de soldados e matrias publicadas em jornaisde poca sugerem a existncia de uma partida de utebol noront. Modris Eksteins considera pouco provvel tal partida pelas condies precrias das rentes de batalha (mas no

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    apenas por isso); entretanto, reconhece a existncia de boatossobre o suposto jogo. Meu intuito analisar as motivaesde tais boatos. Mais ainda. Fazer esta refexo utilizando o

    lme Feliz Natal - Joyeux Nel (2005) -, de Christian Carion.Maurcio da Silva Drumond Costa El Primer Futbolista? Outebol e a poltica de esportes peronista

    Os dois primeiros mandatos de Juan Domingo Pern comopresidente da Argentina (1946-1955) caram conhecidos como osanos de ouro do esporte argentino. Tendo como marcas maioresa organizao do campeonato mundial de basquete de 1950 e

    os jogos panamericanos de 1951 em Buenos Aires, o governoperonista marcou o perodo de maior ligao entre Estado eesporte na histria da Argentina. O regime buscava se apoderar docapital simblico gerado pelo esporte como meio de promoo daNova Argentina engendrada por Juan e Eva Pern. Mas qual seriao papel desempenhado pelo utebol dentro da poltica esportivaperonista? Apesar de ser o esporte de maior popularidade junto populao argentina, o utebol oi mais uma entre as diversasmodalidades abarcadas pelo apoio estatal, recebendo investimentogovernamental. No entanto, as grandes campanhas de promooesportiva nacional no passavam pelo utebol prossional, dandonase a outros esportes, do automobilismo ao xadrez, do boxe esgrima. A maior ligao do regime peronista com o utebol se deuatravs dos Campeonatos Inantis Eva Pern, que tiveram inciocomo disputas utebolsticas, mas em pouco tempo se expandirame passaram a abranger outros esportes, como o basquete e oplo aqutico. Assim, este trabalho tem como meta discernir a

    relao do Estado peronista com o utebol dentro de sua polticaesportiva, buscando comparar a utilizao poltica do utebol coma de outras modalidades esportivas.

    SC06 GlobalizaoChristina Peters Entusiasmo pelo utebol: os comeos do utebolno Brasil sob uma perspectiva transnacional, 1894-1930

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    A histria do utebol um campo de cincia ainda recente, tantono Brasil como em outras partes do mundo. A maioria dos estudosque se dedica ao desenvolvimento do esporte e especicamente

    ao do utebol na Amrica do Sul, enocam a construo de umaidentidade nacional atravs do esporte ou refetem a nao comoprincipal parmetro de pesquisa (Archetti 1999; Pereira 2000).A histria dos comeos do utebol poderia tambm ser analisadacomo parte de um processo de globalizao mais abrangente,que sucedeu no nal do sculo XIX e comeo do sculo XX. Umaintegrao em um mundo globalizado atravs de novas tecnologiascomo o telgrao, a imprensa e a navegao a vapor acilitouno somente a constituio de uma mercado econmico global

    mas tambm a transerncia de produtos culturais. Fronteirasnacionais oram ultrapassadas ou transcendidas pela agnciade indivduos ou de organizaes transnacionais. O projeto dedoutorado aqui apresentado quer demonstrar que o utebol oimais que um auxilirio na construo de uma nao brasileira nocomeo do sculo XX. No perodo aqui pesquisado, entre 1894e 1930, actores transnacionais transeriram conhecimentos ediscutiram e trocaram convices higienistas, racistas e corporais.Estas idias oram adotadas tanto para projetos de nationbuilding como para projetos para o uturo da regio da Amricado Sul.

    Hugo da Silva Moraes Os velhos cartolas, os camisas negras e umabola em campo: consideraes sobre o papel do Vasco da Gama noprocesso de prossionalizao do utebol carioca (1923-1924)

    O presente artigo tem por objetivo aproundar os debates em torno

    do papel do C. R. Vasco da Gama e de sua equipe de utebol na criseesportiva do utebol carioca em 1924. Atravs de uma pesquisamais apurada dos jornais da poca e dos debates historiogrcosem torno do assunto, discutiremos o papel poltico do C. R. Vascoda Gama no interior das ligas amadoras da cidade e o embate entreos dirigentes vascanos e os demais cartolas dos clubes cariocas.Alm disso, analisaremos o impacto da surpreendente conquistado campeonato carioca de 1923 pelos camisasnNegras e a suainfuncia na crise do utebol carioca em 1924.

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    Lvia dos Santos Chagas Brasil, modelo 70: utebol e ditaduramilitar no discurso da revista Veja

    Em 1970, o Brasil vivia os momentos mais duros da ditaduramilitar; contraditoriamente, parte da mdia, baseada no grandecrescimento econmico do pas e nas vitrias da seleo nacionalde utebol, veiculava representaes de um pas tomado poruma euoria nacionalista. Visando a legitimao do governo e oestabelecimento do consenso social, os militares estabeleceram umaparato de censura e propaganda poltica. Enquanto a censuracontrolava os meios de comunicao, os rgos de propagandadivulgavam ideais de identidade e participao poltica pelo estmulo

    popularizao da gura do presidente e promoo dos grandeseitos do regime. As preocupaes do governo em controlar o queera transmitido pela imprensa tm como base a premissa de queatos divulgados em jornais e revistas so aceitos como verdadeirospela sociedade e acabam por incidir nas representaes sociais, naconstruo de memria e identidades sociais. O governo pretendiatutelar a mdia para controlar essas construes. Para a divulgaodos ideais do regime como interesses nacionais no governomilitar, oi undamental a ao da imprensa. Muitas reportagensapresentavam o utebol como elemento constituinte da identidadedo brasileiro assim como o associavam aos governantes. A presentecomunicao, baseada na minha pesquisa de mestrado, tem ainteno de analisar as construes discursivas da revista Vejaem1970 tendo como base terico-metodolgica a anlise do discursode vertente rancesa.

    Leda Maria da Costa Um teatro de sensaes: a relao entre

    imprensa esportiva, melodrama e olhetimNo Brasil, a dimenso aetiva do utebol plenamente aproveitadapelo jornalismo esportivo que, em sua ampla maioria, apelareqentemente s emoes visando, antes de tudo, atingir oleitor e consumidor de suas pginas. No caso da cobertura daparticipao da seleo brasileira em copas do mundo, a nase nocarter dramtico dos lances de uma partida, em cenas lacrimosas,em depoimentos eivados de emotividade, constante em muitas

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    reportagens. Nesse sentido, as copas do mundo, tambm, so umtimo exemplo de como, muitas vezes, o jornalismo pode lanarmo de estratgias prprias da co, mais especicamente do

    gnero melodramtico e de seus aparentados, como o olhetim. com objetivo de obteno de boas mdias de vendagem que aimprensa esportiva az uso de recursos ccionais, especialmenteos melodramticos e olhetinescos, cuja intensidade pode variarde acordo com o tipo de publicao. O excesso sua marcaorte, assim como o suspense, a polmica e uma viso de mundomaniquesta, dividida entre o bem e o mal, o certo e o errado, entreheris e viles. Este trabalho tem como objetivo investigar o uso deestratgias discursivas relacionadas ao gnero melodramtico pela

    imprensa esportiva no Brasil. Para tanto ser realizada uma breveanlise da recepo das derrotas da seleo brasileira em copas domundo, por parte da imprensa esportiva e o papel central, por elaatribudo, gura do vilo, ou seja, aos jogadores consideradosculpados pelo revs em campo.

    Martin Curi Os novos estdios da Copa do Mundo 2014 do pontode vista dos torcedores

    O ano esportivo de 2007, no Brasil, oi marcado pelos mega-eventos esportivos: a realizao dos Jogos Panamericanos de 2007,a escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo de Futebol de2014 e a candidatura do Rio de Janeiro sede dos Jogos Olmpicos2016. Fez-se necessria a construo de diversas novas arenasesportivas para abrigar tais eventos, como oi o caso do EstdioOlmpico Joo Havelange, o Engenho, e a reorma de outras como,por exemplo, o Maracan. A questo central desta comunicao

    : quais so as conseqncias dessas mudanas arquitetnicaspara os torcedores? Para averiguar essa questo examinaremosprimeiramente o desenvolvimento da arquitetura dos estdiosno Rio de Janeiro e as mudanas provocadas por infuncia docatlogo de exigncias das ederaes internacionais de esportee os valores nela contidos. Em seguida sero apresentados dados,levantados atravs de pesquisa realizada junto aos torcedoresdo Botaogo, no estdio Engenho, para exemplicar essasconseqncias. Inicialmente possvel perceber que no h uma

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    mudana abrupta de comportamento dos torcedores, mas umatransormao e adaptao local s exigncias internacionais que,por sua vez, so usadas numa disputa simblica pelos signicados

    do torcer (Toledo, 1999). A arquitetura dos estdios de utebol um instrumento orte e visvel para a anlise dessa disputa.

    SC07 - Universidade do FutebolWellington Oliveira Como as oras de colaborao se constituemna ora projeto Universidade do Futebol?

    Alcides Scaglia Futebol e Escola: aspectos pedaggicos e

    educacionais na proposta da Universidade do Futebol

    Joo Paulo Medina Projeto Universidade do Futebol: rupturas econtinuidades no relacionamento com a comunidade do utebol

    A Universidade do Futebol (www.universidadedoutebol.com.br) um projeto inovador que se prope a oerecer conhecimentos,atraes e oportunidades comunidade do utebol nas maisvariadas reas ligadas ao esporte, numa dimenso ampla e aberta ametodologias, idias e pessoas, valorizando aquilo que a essnciado utebol brasileiro, ou seja, seus aspectos ldicos, artsticos ecriativos. Esse projeto se constitui em um espao de mltiplasvozes que buscam um novo direcionamento para a ormaodessa comunidade. As aes que promovemos demandam esorosque ultrapassam as obrigaes prossionais; antes marcam aindissociabilidade entre ensino, pesquisa e extenso e demonstramque, por meio do vis do ensino, ortalece-se a identidade da

    comunidade do utebol como produtora de conhecimento. Oobjetivo desta sesso coordenada apresentar e discutir os aportestericos do projeto, suas aes e contribuies uturas, comoorma de ortalecer sua dimenso investigativa, procurando nainterlocuo com outros pares identicar as tenses que se ormamno dia-a-dia da comunidade do utebol, buscando solucion-las,mantendo-se assim, pulsante e em movimento a emergncia dese pensar o utebol como campo de desenvolvimento dos estudoscientcos.

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    SC08 - Torcidas OrganizadasMarcos Alvito Pereira de Souza A paixo vigiada: o policiamentode torcidas no Brasil e na Inglaterra

    Resultado de uma pesquisa de dois anos no Brasil e de um ano naInglaterra, realizamos uma etnograa da ora policial especializadana vigilncia a torcedores de utebol nestes dois pases. Em ambos,embora de orma especca e particular, os torcedores de utebolso vistos como um relevante problema de segurana pblica,o que levou, tanto no Brasil quanto na Inglaterra, criao de

    grupamentos especializados de policiamento, modicao dasleis, a alteraes na arquitetura dos estdios e na montagem deuma estrutura panptica com o emprego crescente de cmeras devigilncia. A comparao entre os objetivos, as ormas de atuaoe os mtodos de controle dos torcedores nestes dois pases permiteestabelecer tambm comparaes em termos da maneira pela qualso encarados o problema da segurana pblica e da violncia, asconcepes acerca dos jovens e das classes pobres em geral, bemcomo medir o avano na direo daquilo que Deleuze chama de

    sociedade de controle.Rosana da Cmara Teixeira Torcidas jovens e novos movimentosde torcedores no Rio de Janeiro: sentidos atribudos paixoutebolstica e s maniestaes torcedoras

    As torcidas jovens do Rio de Janeiro surgiram entre o nal dos anos60 e incio da dcada de 70. Ao invs das torcidas personicadaspredominantes at ento, estes agrupamentos inauguram um

    novo padro de relacionamento entre si e com os dirigentes dosclubes, caracterizado por relaes mais autnomas e impessoais secomparadas s anteriores. Nos anos 90, tais associaes passama ser denunciadas na mdia escrita e televisiva como um mal,locus privilegiado de desmedida violncia juvenil. Na viso detorcedores, pertencer a uma torcida organizada signica, alm dapaixo, sentimento de delidade e dedicao, o encarar a lutacomo possibilidade e a unio contra os adversrios como umaespcie de obrigao moral.

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    O surgimento dos chamados movimentos de torcedores a partir de2006 no Rio de Janeiro revela discordncias em relao ao tipo deao das organizadas e a deesa de uma orma de sociabilidade

    torcedora distinta que indicam novos sentidos atribudos paixopelo utebol. Este texto procura refetir sobre o impacto da criaodestes movimentos no sistema de relaes entre as torcidasassim como sobre mudanas e continuidades nas maniestaestorcedoras.

    Isabella Trindade Menezes Entre a ria e a loucura: duas ormasde torcer pelo Botaogo

    A partir de algumas caractersticas identitrias constituintes doperl dos torcedores do Botaogo, que aqui ser chamado debotaoguismo, realizaremos uma tentativa de discutir o quesignica ser torcedor desse time de modo genrico. Aps traaro perl do botaoguense, concentraremo-nos na relaoentre a dinmica do clubismo na matriz espetacularizada doutebol e da mercadorizao do esporte, processo iniciado emmeados da dcada de 1980, tendo em vista as mudanas quetal panorama econmico imprimiu ao utebol e, principalmente,aos torcedores, agora vistos como consumidores. Acreditamos queesse investimento emocional, que parte de um torcedor engajado,ornea subsdios signicativos para a construo de um mercadoconsumidor. Convertendo assim, esse engajamento emocional eminvestimento econmico. Acredita-se que as mudanas ocorridas naorganizao do utebol enquanto espetculo globalizado tenhaminfuenciado diretamente o surgimento de novas modalidades detorcida, alinhadas com a dinmica mercadolgica e globalizada do

    esporte que ora se coloca. Esse o caso do movimento Loucospelo Botaogo, escolhido como estudo de caso em uma anlisecomparativa torcida organizada Fria Jovem do Botaogo,representativa de uma orma de torcer j conhecida h muito.

    Francisco Carvalho dos Santos Rodrigues Amizade trago ealento: a torcida geral do Grmio (2001 2009), da revolta ainstitucionalizao

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    Este projeto de pesquisa tem por objetivo analisar o processo deormao da Torcida Geral do Grmio que, desde 2001, transormouo comportamento dos torcedores no Estdio Olmpico, em

    Porto Alegre, e tem em sua origem a marca da contestao stransormaes que aetaram de maneira determinante as relaesentre clubes e torcedores. Uma nova cultura que maniesta emum amplo sistema de representaes simblicas as transormaesdo sistema econmico na qual esto inseridas. A cultura que hojeem dia dita no meio utebolstico como inerente ao torcedorgremista, e tambm intrnseca aos valores idealizados pela tradiogacha, teve uma origem e este estudo se prope a analisar emque condies este processo se desenvolveu. Tal movimento surgiu

    s margens do campo esportivo e se tornou hoje elemento ativo napoltica do clube, no utebol gacho e em todo cenrio nacional,dada sua infuncia como inspirao para o surgimento de novastorcidas em outras praas esportivas. Procuro compreender comoas mudanas na estrutura utebolstica transormam a culturado torcedor, no somente como consumidor de um espetculoesportivo transormado em negcio, mas como o capitalismo seapropria da linguagem emocional para transormar em mercadoriaat mesmo smbolos de contestao e rebeldia, caractersticasmarcantes dos grupos de torcedores organizados.

    Bernardo Borges Buarque de Hollanda Existem estilos nacionaisde torcer? Formao e dinmica das torcidas organizadas noBrasil e na Frana

    A presente exposio parte de um projeto de ps-doutoradoem andamento e procura refetir sobre a constituio de torcidas

    organizadas na contemporaneidade. Visa-se ornecer inormaeshistricas que permitam a compreenso da evoluo e da infunciarecebidas pelas torcidas organizadas em dois pases: Brasil eFrana. Embora tenha em vista uma perspectiva comparada, aapresentao ater-se- ao apontamento de dados preliminaresque permitam traar, to-somente, um paralelo entre os gruposde torcedores em cada um dos respectivos pases. Ao adotar umaescala intercontinental, que acompanha o alargamento planetriodo utebol prossional, postula-se a existncia de modelos de

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    torcida que se propagam e se infuenciam reciprocamente, querda Europa quer da Amrica do Sul. Tais modelos possibilitam aidenticao e o questionamento a supostos estilos nacionais

    de torcer, refetindo singularidades e adaptaes tanto no casorancs quanto no brasileiro.

    SC09 - GIEF - Grupo Interdisciplinar deEstudos sobre o FutebolVtor Canale, Sergio Settani Giglio, Marco Antunes de Limae Paulo Miranda Favero Um balano da trajetria do Grupo

    Interdisciplinar de Estudos sobre Futebol (Gie) (2006-2009)

    Este artigo tem por objetivo apresentar o processo de ormaoe desenvolvimento do Grupo Interdisciplinar de Estudos sobreFutebol (Gie) entre os anos de 2006 e 2009, com enoque emsuas atividades e na breve abordagem das anlises que realizou apartir do levantamento e leitura da produo acadmica sobre oesporte, no campo das Cincias Humanas.

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    ResumoComunicaes Individuais - CICI01 - Futebol e Relaes de GneroGeorgino Jorge de Souza Neto, Izabela Guimares Augusto ePriscila Augusta Ferreira Campos Das senhoras e senhorinhasnos grounds do sport breto: a histria da mulher nos campos deutebol em Belo Horizonte (1904-1920)

    Este estudo objetivou investigar a presena das mulheres noscampos de utebol de Belo Horizonte/MG, nas dcadas iniciais dosculo XX. Buscaram-se reerncias que permitissem a construode uma representao que apontasse o movimento da participaoda mulher na insero do utebol na recm-criada capital mineira.A abordagem metodolgica se apia na Histria Cultural. Assim,

    os jornais e as revistas compuseram o espectro das inormaesutilizadas, bem como as ontes iconogrcas e imagticas.Observa-se, atravs das ontes coletadas, que a presena da mulhernos jogos de utebol se d desde as primeiras maniestaes deocorrncia desse esporte na cidade. Essa presena, embora vse recongurando ao longo do tempo, se mantm regular econstante. Na perspectiva de assistncia, a mulher aparece comoum elemento discreto, que d brilho e orna o espetculo. O carterdcor, posto na uncionalidade da presena eminina aos jogos de

    utebol, tende a permanecer medida que a lgica da assistncia,distanciada da paixo clubstica, prevalece nos matches deootball. Caracterstica essa que se transormaria a partir de 1910,com a crescente rivalidade dos teams e da enorme popularidadeque o utebol ganhava. Dessa orma, essas anlises possibilitamnarrar o movimento de participao das mulheres nas dcadasiniciais do sculo XX, no universo do utebol na capital mineira:de ornamentos a prtica esportiva s torcedoras que passavam apossuir um pertencimento clubstico.

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    Alex Tiradentes e Douglas Aparecido Dopp Consideraes sobrecomo se maniesta o preconceito em relao a mulher no utebolna viso do prossional de Educao Fsica

    O objetivo deste estudo oi azer uma abordagem junto aosprossionais de Educao Fsica, com intuito de vericar algumasconsideraes sobre o preconceito da mulher no utebol. Foramentrevistados 45 prossionais de quatro estados, tanto do sexomasculino, quanto do sexo eminino, que atuam em diversas reasda prosso. Os prossionais oram submetidos a um questionriocom doze questes, que objetivavam perceber ou vericar qualo interesse, a infuncia, o envolvimento dos prossionais com o

    utebol eminino e como se maniestava o preconceito da mulherjunto prosso e no contexto da sociedade. Os resultadosapresentados nos permitem vericar claramente que, na opiniode 95% dos entrevistados, o preconceito se maniesta devido infuncia da sociedade, 35,6% devido orientao sexual, 31,1% alta de divulgao, 15,6% alta de apoio da amlia, 13,3%devido cultura de que o utebol um esporte restritamentemasculino.

    Raphaela de Souza Alvarenga A prtica do utebol eminino e aprxis do proessor de Educao Fsica

    Este trabalho oi inicialmente elaborado para a concluso dadisciplina Gnero e Sexualidade na Escola, ministrada peloPro Srgio Aboud, na UFF, e vem sendo ampliado no grupo deestudos coordenado pelo mesmo. Este tema relevante para osestudos de gnero, principalmente ao relacionarmos aos estudos

    das atividades sicas e a Educao Fsica escolar. Apesar docrescimento dos estudos de gnero relacionados s atividadessicas e prticas desportivas, estes ainda carecem de um incentivomaior de novas investigaes. Alm de pesquisa bibliogrca eem ontes de peridicos, algumas entrevistas oram eitas comjogadoras de utebol, todas amadoras, e tambm com proessorase proessores de Educao Bsica. Trabalhei com autores queabordam as relaes de gnero e os relacionei a outros autoresque alam sobre utebol, para pensar na prtica deste ora e

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    dentro da escola. Uma viso mais ampliada do papel da mulherem atividades sicas em que homens tambm esto envolvidosesto sendo levadas em considerao. Como concluso parcial, j

    que continuamos a pesquisa com a perspectiva de transorm-laem um trabalho monogrco, podemos destacar a necessidadeda ampliao de pesquisas na rea, a necessidade da incluso dedisciplinas que alem sobre gnero nos cursos de Educao Fsicae tambm de propostas de ormao continuada para os docentesque j esto inseridos nas redes de ensino.

    Katia Rubio e Paulo Nascimento Mulheres em campo: as histriasde vida de algumas das boleiras brasileiras olmpicas

    Impedidas de participar da primeira edio dos Jogos Olmpicos daEra Moderna, as mulheres oram ao longo do sculo XX aumentandogradualmente sua participao nos Jogos. A estria da disputa doutebol eminino ocorreu nos Jogos de Atlanta, em 1996, ondeas brasileiras caram na quarta posio, repetindo o desempenhoem Sidney. Em Atenas, as brasileiras chegaram pela primeira vezao pdio, conquistando a medalha de prata, e voltando a subirao pdio olmpico quatro anos depois, em Pequim, tambm comuma medalha de prata. Estar entre as principais equipes em umtorneio do vulto que so os Jogos Olmpicos contrasta com a altade apoio que a modalidade enrenta no pas do utebol, contrasteeste que se intensica caso comparemos as atenes dadas portorcida, mdia e setores econmicos da sociedade aos praticantesda modalidade masculina do esporte. Proibidas de praticarem outebol entre os anos de 60 a 80 do sculo 20 por medidas ociais,as mulheres agora tm de lidar com outras situaes para praticarem

    o esporte naquele que se auto-proclama o pas do utebol. Atravsdos relatos de histrias de vida de algumas das atletas brasileirasque oram s ltimas edies dos Jogos Olmpicos (em 2004 e2008), pretenso deste trabalho acessar uma verso sobre comoa prtica do utebol por estas mulheres brasileiras se deu.

    CI02 - Futebol e Identidades INatasha Santos O utebol na produo artstica de Nelson

    Rodrigues: esttica literria e identidade nacional (1940-1970)

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    O presente projeto de mestrado volta-se para o estudo das produesartsticas de Nelson Rodrigues no apenas crnicas, mas tambmromances, contos, peas teatrais e lmes entre os anos de 1940

    e 70, a m de abordar as reerncias ao utebol nelas existentes.A partir da orte expresso de brasilidade maniestada pelosintelectuais da poca, pretende-se compreender como se deram asrepresentaes utebolsticas sob a tica de identidade nacional eesttica literria/artstica nas obras de Nelson Rodrigues, entre asdcadas supracitadas; e, a partir da, responder quais as conjunesutilizadas em torno do esporte breto, no que se reere ormaode um iderio nacional. A m de responder tais questionamentose compreender as questes literrias e artsticas de orma geral

    , a pesquisa pro posta ser baseada, em especial, no estudo deAntonio Candido, quanto anlise literria baseada em texto econtexto cabe dizer aqui que, no desenvolvimento da pesquisa,sero utilizados outros mtodos, especcos de maniestaesartsticas. Soma-se a isso, a necessidade de tratar do conceitode campo, desenvolvido por Pierre Bourdieu e, por m, tratar dealgumas tradies inventadas, baseando-se em Eric Hobsbawme Terence Renger, tendo em vista que Nelson Rodrigues exerceupereitamente esse papel.

    Daniel Mendes Souza Lima de Matos e Paulo Rikardo PereiraFonseca da Cunha O pas do utebol: a construo intelectual doutebol como elemento constituinte da identidade nacional

    Com o surgimento e popularizao do utebol no Brasil no incio dosculo XX, o tema oi chamando a ateno de diversos intelectuaisbrasileiros que passaram a pensar o esporte como elemento

    constituinte da identidade nacional, na medida em que diversossegmentos da sociedade oram tomando parte no sentimento deidenticao do esporte com o pas. Havia uma preocupao noperodo abordado (dcadas de 30, 40 e 50) de se discutir embatessociais presentes na Histria para que se pudesse responder aquestes que pudessem levar o Brasil a um maior desenvolvimentoe igualdade social. Quem somos? Pra onde vamos? Essas eramas perguntas que se aziam presentes. Portanto os intelectuaisbuscavam analisar as prticas culturais do povo brasileiro como

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    orma de responder a essas dvidas, sendo o utebol partesignicativa dessa cultura. Dessa orma o trabalho buscar umdilogo com o pensamento de trs importantes intelectuais que

    tratam do tema: Gilberto Freyre, Mrio Filho e Nelson Rodrigues,analisando como a relao do utebol e da identidade nacionalest presente em suas obras.

    Joo Manuel Malaia Subrbios cariocas: celeiro de craques ecatalisadores do utebol prossional (1915-1919)

    No utebol praticado nos subrbios do Rio de Janeiro no nal dadcada de 1910, pessoas das camadas mais baixas aziam um utebol

    sua maneira, em clubes mais democrticos, ormando ligas maisabertas e com maiores possibilidades de prticas polticas concretas,distantes da poltica tradicional. Vigiados de perto pela polcia epelas autoridades, eram ncleos de insero social, econmica epoltica. Mas esses clubes eram tambm potencializadores de umaordem social competitiva e incentivadores da tica do trabalho,seja prossionalizando seus jogadores ou exigindo deles prossespara a prtica do utebol em seus clubes, mostrando assim umdesenvolvimento em consonncia com o prprio capitalismo nopas. Atravs da prolierao dessas associaes e dos jogadores deutebol na cidade, um mercado de reserva de excelente qualidadese colocou disposio dos grandes clubes da cidade e o Vascoda Gama, ento na 2 diviso, contratou vrios jogadores, no seimportando com a origem social ou com a cor dos mesmos, osprossionalizou e instituiu uma nova tica para o utebol carioca.

    Luciano Deppa Bancheti De vira-latas ao no h quem possa!:

    seleo brasileira e identidades (1950-1958)O utebol trouxe consigo elementos que possibilitaram ao longo dosanos a construo de narrativas que na maioria das vezes produziuum discurso homogeneizador da sociedade brasileira. Idias deuma identidade unitria oram e ainda so amplamente diundidasno apenas por cronistas e mdia em geral que se dedicam aoutebol, mas tambm por diversas reas da prpria academia - quenos ltimos anos cada vez mais se debrua sobre o tema. Sendo

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    assim, o objetivo deste trabalho identicar as armadilhas dessasconstrues, voltando-nos para questes que procuram percebera que grupos e interesses tal modelo de sociedade atendia e,

    por que no dizer, ainda porventura atende. Dessa orma,buscamos tambm entender como tal idia de identidade pdeser construda e diundida, inclusive em suas variaes principais,atravs da seleo brasileira de utebol, num momento queconsideramos decisivo: as trs Copas do mundo FIFA da dcadade 1950 (50/54/58). Portanto, nossa pesquisa volta-se para umarefexo sobre o utebol e a seleo brasileira, principalmente, emrelao s imagens totalizadoras que se ormulam a partir dessesdois elementos, acreditando que na anlise das experincias dos

    sujeitos, atravs do estudo e cruzamento das ontes, seja possvelcontribuir, por sua vez, para a emergncia de outras identidadesesquecidas pelas grandes narrativas.

    Joo Paulo Frana Streapco Habitus, memria e utebol:pequenas refexes acerca das relaes entre utebol e o dilemabrasileiro (1890-1940)

    Este trabalho tem por objetivo apresentar dois temas para refexo:a ormao histrica de um estilo brasileiro de jogar utebol e oestabelecimento de suas relaes com outras demandas culturaisde nossa sociedade. A existncia de diversos manuais de utebole bibliograa respeitvel acerca do tema, produzidos ao longo dosculo XX, permite-nos discutir atravs de uma histria do corpona sociedade brasileira, como se orjou uma determinada maneirade jogar e compreender utebol e inseri-la em um contexto maisamplo sobre a sociedade brasileira e suas mltiplas identidades.

    Como as prticas corporais so importantes para a memria de umgrupo social, perceberemos atravs da histria do corpo em nossasociedade; como o utebol se converteu em prtica mnemnicaimportante para parcela considervel da populao.

    CI03 - Futebol e Realidades Regionais IHenrique Sena dos Santos Como uma caixinha de surpresas:notas sobre a popularizao do utebol em Salvador, 1906-1912

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    Pretendo neste trabalho analisar alguns aspectos que envolvem adiuso e popularizao do utebol na capital baiana entre 1906 e1912. Atravs da anlise de editorais e notas jornalsticas investigo

    como este esporte, introduzido pelas elites locais em um esorode modernizao e civilizao dos costumes, oi apropriado pelospopulares e incorporado ao seu universo cultural, constituindo-se, portanto, em resistncia popular hegemonizao de umacultura moderna pelas elites. A crtica prtica do utebol nasruas pelos ento chamados de vagabundos e vadios e a ormaode clubes menores, alm da constante e considerada incmodapresena popular no utebol organizado pelos clubes das elitesoram situaes localizadas nos peridicos, nas quais oi possvel

    perceber como esta prtica, embora pensada por e para as classesaltas, oi ressignicada por operrios, trabalhadores modestos,meninos de rua, entre outros sujeitos. Essa expanso, seguramente,surpreendeu as elites, que pensavam o utebol enquanto umelemento de distino social. Ao nal, considero que a diuso destaprtica, para alm da inteno dos seus idealizadores, oi possvelgraas lgica do jogo. Constituda de regras simples e materiaisque podiam ser acilmente adaptados, a prtica do utebol erainteligvel a todos, o que certamente acilitou a sua popularizaonuma dimenso talvez no desejada pelas elites soteropolitanas.

    Lucas Santos Ca Uma anlise social do utebol na Bahia (1901-1930)

    Partindo da Histria Social inglesa realizada por Thompson, quemudou a lgica das pesquisas cienticas nas cincias humanas,valorizando os aspectos sociais das camadas populares, realizando

    uma histria vinda de baixo, possibilitando o estudo dos objetosque eram antes vistos como desprezveis de estudo, e da renovaoda Histria Cultural rancesa, que possibilitou a investigao denovos temas atravs de novas ontes e novos mtodos, que eume de lanarei neste trabalho. Entendendo o utebol como ummovimento social, este trabalho tem como objeto de estudo umaanlise social sobre o utebol na cidade de Salvador, observando acomposio social dos clubes e as hierarquias presentes no esporte,mostrando como ele era retrato nos meios de comunicao da

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    poca, como se comportava e o que pregava a legislao sobre oesporte, e principalmente o processo de insero do negro e dopobre no utebol legislado da cidade de Salvador, entre os anos de

    1901 a 1930. Com isso, intenta, em primeiro lugar, realizar umaanlise geral do cenrio utebolstico da cidade do Salvador paraentender qual era a uno social do utebol naquele perodo,e perceber como eram ormados os grupos socais e como elesse comportavam dentro do processo utebolstico, observando aslutas, os confitos e as resistncias dos grupos dominantes e osgrupos subalternos.

    Claunsio Amorim Carvalho Terra, grama e paraleleppedos: os

    primeiros tempos do utebol em So Lus (1906-1930)

    O trabalho consiste numa pesquisa sobre os rastros deixados naimprensa maranhense nas primeiras dcadas do sculo XX sobreo oot-ball, esporte trazido a So Lus diretamente da Inglaterrapelo industrial Joaquim Moreira Alves dos Santos (NhozinhoSantos). Nos primeiros anos do esporte na cidade, o utebol tinhaum carter extremamente elitista, eito por sportmen, homensnos e elegantes, pertencentes a clubes com regras e estatutos,e assistido por gente da chamada boa sociedade. Investigamostambm como esse esporte, elitista e echado, se popularizou,passando a esporte de massa, praticado tambm por garotos nasruas e praas da cidade, gerando muitas controvrsias, reclamaesna imprensa e incurses policiais. Nessa ase, as bricas e a igrejacatlica tiveram papel importante. No desenrolar dessa ase depopularizao, omentaram-se o sentimento de pertena aosclubes, rivalidades e violncia, dentro e ora de campo. Analisamos

    tambm o utebol o esporte como uno social. Por ltimo,estudamos a organizao do esporte, desde a vinda de clubes deoutros estados para encontros amistosos, bem como o surgimentode ligas e dos campeonatos, da seleo maranhense e de um montede conuses entre clubes, cartolas, jogadores e torcida.

    Edgar Cabral Viegas Borges da Cruz e Hortncia Keize dosSantos Arajo Futebol e identidade regional na capital paraense:questes polticas e sociais (1884-2007)

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    No Par, assim como nos demais estados do pas, o utebol ocupaum lugar signicativo na vida da sociedade; no entanto, ainda

    so poucos os trabalhos acadmicos que mostram o utebol e suaimportncia na dinmica social. Por isso az-se necessrio abordara temtica levando-se em considerao o papel que o utebolocupa no mbito da sociedade paraense, enatizando a anlise dadiscusso utebolstica nos meios polticos, abordando tambm aorma como algumas instituies tornam-se mediadoras para umarelativa aproximao dos times de utebol com a populao, o queaz com que, em certa medida, aumente a paixo do paraense peloutebol, alm de servir como sustentao do utebol paraense.

    Diante desse contexto, trabalhar-se- a dinmica do utebole toda a importncia que lhe atribuda perante a sociedadeparaense, na capital do estado do Par, relacionando-a tambmao enmeno social da violncia urbana. Para tanto, eita umaanlise acerca dos temas em questo buscando, para tal, suporteem tericos como Michelle Perrot, Boris Fausto e Michel Foucault,e utilizando-se das inormaes ornecidas por peridicos, osjornais, especicamente, para analisar a decorrncia das atividadesrelacionadas violncia.

    Cristiano Jos Pereira Futebol no IV Centenrio de So Paulo eregistros de uma campanha vitoriosa: a histria do acesso do E.C. Taubat primeira diviso do campeonato paulista segundo ojornal local A Tribuna(1954-1955)

    O Esporte Clube Taubat, undado em 1914, da cidade paulistade mesmo nome, disputou, desde 1947, as campanhas das

    ento denominadas Diviso de Acesso e Segunda Diviso deprossionais do utebol bandeirante, conseguindo, entre os anos de1954 e 1955, o acesso primeira diviso em um campeonato queno deixou de ser inserido no contexto das comemoraes relativasao IV Centenrio da cidade de So Paulo (1954). Neste artigo, temoso objetivo de analisar historicamente os registros sobre a campanhavitoriosa do E. C. Taubat publicados no jornal local A Tribunaentredezembro de 1954 e julho de 1955, relacionando estes registros dinmica social, econmica e cultural de Taubat-SP no perodo.

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    CI04 - Futebol e Poltica IMrio Augusto dos Santos A instrumentalizao poltica doutebol nas Relaes Internacionais

    Presente na dimenso cultural das Relaes Internacionais h umelemento de vital importncia que merece ser mais detalhadamenteobservado, dado o papel decisivo que possui: o utebol, que, desdeo perodo entre-guerras, vem servido de mvel, mote e meio depropagandas nacionalistas, de palanque de discursos populistas etambm de instrumento e cenrio de divulgao institucional de

    inmeros pases, como, por exemplo, o Brasil. Por conseguinte,o utebol se encontra atrelado a elementos de poder e tem sidoconstantemente utilizado por algumas naes como orma degarantir maior insero internacional, prestgio e visibilidade nocontexto mundial, haja vista os objetivos implcitos presentes emcompeties utebolsticas internacionais de suma importncia talcomo a Copa do Mundo competio que pode representar adisputa entre naes e ideologias e que oi realizada, pela primeiravez, em 1930, no Uruguai , na qual Brasil e Argentina so

    exemplos de como governos podem se apropriar do utebol comoorma de legitimar o regime vigente, tal como ocorrido na Copado Mundo de 1970 vencida pelo Brasil e na Copa do Mundode 1978, vencida pela Argentina.

    Lvia Gonalves Magalhes O poder na torcida: lderes militares eas Copas do mundo - Brasil 1970 e Argentina 1978

    Esta comunicao parte de minha pesquisa de doutorado, Copa

    do Mundo e sociedade na Amrica Latina: Brasil e Argentinana dcada de 1970. A proposta aqui mostrar alguns avanosda pesquisa em curso que, a partir do mtodo comparativo deanlise, tem como hiptese principal que o uso, em um momentoespecco, de um elemento popular tanto no Brasil como naArgentina, o utebol, permitiu aos ltimos governos militaresdestes pases a breve renovao do consenso social que inicialmentepermitiu os prprios golpes. Foram selecionadas as Copas doMundo de Futebol de 1970 e 1978, no Brasil e na Argentina,

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    respectivamente, em momentos em que as sociedades brasileirae argentina estavam excludas do jogo poltico e controladas poruma represso que no permitia maniestaes coletivas. Assim, as

    reeridas copas chegaram no momento ideal para as duas ditaduras,que procuraram atravs do esporte uma participao controladada sociedade civil nos moldes militares. Depois de vrios anos,os regimes militares no apenas permitiram uma maniestaopopular, mas incentivaram e utilizaram as copas do mundo paraestejar um xito nacional. Na lgica dos lderes militares deambos os pases, o xito na copa do mundo ultrapassava o limiteesportivo, e por meio da propaganda poltica, os prprios lderesdo regime cavam associados a esta vitria. A comoo nacional

    oi absoluta nos dois pases e a vitria no utebol oi associada aomodelo de sociedade e nao imposto pelos militares.

    Marcos Guterman O utebol explica o Brasil: o caso da Copa de 70

    Meu trabalho visa compreender as relaes entre utebol, polticae sociedade no Brasil, considerando o utebol como um dos maisimportantes veculos pelos quais os brasileiros se expressam esuperam suas dierenas regionais e sociais. O auge das relaes

    entre utebol e poltica e, igualmente, o auge do preconceito daintelectualidade nacional em relao ao utebol se deu na Copade 70, razo pela qual esse oi o evento escolhido para este estudo.Considerada como prova de que o utebol servia como meio demanipulao das massas, a Copa de 70 tambm a realizaode um certo ideal nacional que, claro, servia aos interesses daditadura militar, mas, ao mesmo tempo, e talvez em primeiro lugar,tornou-se o ambiente de uma autntica maniestao de regozijopela superioridade do pas em algo to caro aos brasileiros. Essamaniestao pode ter servido ainda para extravasar sentimentosrepresados pelo sistema repressivo instalado no pas, e as grandescomemoraes pelas vitrias brasileiras, em muitos momentos,podem ter sido tambm oportunidades para a reocupao dosespaos pblicos, seqestrados pela ditadura. Embora sob censura,os jornais, documentos primrios de pesquisa neste trabalho,registraram em cores vivas todo o ambiente de crise, tenso, jbiloe manipulao criado em torno da Copa e do projeto da ditadura

    de transormar o Brasil em uma potncia.

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    Marcos Maurcio Alves da Silva O utebol como macro-temaem tempos de ditadura: Brasil (1970) e Argentina (1978)

    A nossa hiptese, no doutorado que desenvolvemos naUniversidade de So Paulo (USP), a de que h, na poca da Copade 70 e na de 78, um tema que poderemos chamar de macro-tema, o utebol, pois parece que ele toma uma srie de espaospermeando os mais dierentes discursos, sejam eles polticos,jornalsticos, artsticos, etc. Investigamos em nosso trabalho quaisso as semelhanas e dierenas nos processos de enunciao- e portanto, nas discursividades - dos sujeitos envolvidos naproduo dos enunciados sobre o utebol durante as Copas de 70

    e de 78. Neste trabalho, visamos observar nos enunciados polticossobre o utebol, de duas das maiores revistas esportivas dos pasesestudados, do Brasil (Placar) e da Argentina (El Grfco), comose conguram ethos (Maingueneau, 1997) militares no discursojornalstico e se h regularidades discursivas (Foucault, 2008) nosdiscursos jornalsticos e militares no que diz respeito ao uteboldurante as copas estudadas.Pretendemos, por um lado, observar se os ethosmilitares de ambosos pases se constituem de orma anloga quando o tema tratado a participao de seus pases na Copa do Mundo, e por outro,analisar na materialidade lingstica das revistas em questo se osethos militares so incorporados da mesma orma pelos meios decomunicao de massa dos dois pases.

    Giovana Capucim e Silva A celebrao da Copa de 1970: pio dopovo x brecha no aparato repressivo

    O objetivo do trabalho discutir as relaes entre utebol, pol-tica e sociedade num dos momentos em que elas so maislatentes na histria do Brasil: a Copa de 1970. A celebraopopular das vitrias da seleo nacional oi usada por muitotempo para sustentar a tese de que o utebol seria o pio dopovo e apontar o ttulo do excrete brasileiro como um doslegitimadores do nacionalismo diundido pelo governo militar. Ointuito dessa pesquisa justamente desconstruir essa idia atravsde duas rentes principais: a inexistncia de um projeto slido

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    de explorao da Copa do Mundo pelos militares e a celebraodo ttulo como um espao aberto em meio represso para apossibilidade de grandes concentraes populares, que, muitas

    vezes, vieram acompanhadas de aes que extravasaram os limitesculturais, no sentido dionisaco de celebrao. Na primeira rente,trabalha-se em particular duas guras centrais para a trama daCopa: o ento presidente, antico por utebol, general Emlio G.Mdici e o treinador comunista demitido s vsperas do mundial,Joo Saldanha. J na segunda, buscam-se em ontes primriaseventos que possam comprovar que a esta aps as vitrias daseleo no estavam necessariamente ligadas somente ao utebol.

    CI05 - A Carreira do FutebolistaAcssia Souza e Denilson Bezerra Marques Cincia, tecnologia eutebol: uma anlise acerca do papel sociolgico dos atores-redena ormao dos aspirantes a utebolista no Sport Clube do Recie- a questo da preparao sica

    O trabalho que se pretende apresentar um recorte da pesquisadesenvolvida no mbito do Ncleo de Estudos e Pesquisas emSociologia do Futebol (Nes-UFPE) e nanciada pela Pr-Reitoriade Pesquisa da UFPE e CNPq, acerca do papel sociolgico dos enteshumanos e no-humanos na produo da dinmica utebolista dosclubes pernambucanos, particularmente na ormao dos aspirantesa utebolistas nos clubes Nutico Capibaribe e Sport Clube doRecie. A partir de uma perspectiva da Sociologia Simtrica, o estudoprocura mostrar como as entidades no-humanas (bola, chuteira,adipometro, enzima Cka, gramados) e humanas (siologista, mdico,

    preparador sico, treinador) infuem igualmente na ormaodos atletas da bola. Com eeito, nesta comunicao optamos portrazer baila, to somente, as consideraes que dizem respeitoao papel desempenhado por essas entidades na preparao sicados aspirantes a utebolista que compe a equipe de juniores doSport Clube do Recie. Em termos gerais, poderamos dizer que oobjetivo central do trabalho demonstrar de que maneira o sucessodo ento aspirante a utebolista no quadro prossional do clubepode estar - e no mais das vezes est intimamente ligado a resposta

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    positiva a preparao sica que recebe ao longo de sua ormao;em outros termos, no basta apenas ter um alto capital utebolstico(Damo, 2005) para se tornar um jogador prossional, antes, az-se

    necessrio que seu corpo consiga adaptar-se aos diversos tipos depreparao sica que poder receber a cada clube que porventurapossa vir a atuar.

    Gustavo Henrique Ribeiro Martins Do sonho realidade: odicil caminho de meninos sonhadores do utebol

    Este trabalho inicial, portanto, tambm as suas concluses, e desenvolvido no grupo coordenado pelo Pro. Srgio Aboud,

    do IEF, na UFF. Os estudos do utebol contribuem para melhorcompreendermos a nossa sociedade. Alm da pesquisa bibliogrcae em peridicos, estamos trabalhando com entrevistas destesatores sociais: meninos que participam de escolinhas de utebol,jogadores de pequenos times e alguns jogadores prossionais. Nasltimas duas dcadas percebemos que meninos tm iniciado aatividade do utebol muito cedo, tornando o que deveria ser apenasorma de lazer em uma pr-prossionalizo, pressionados pelaamlia, olheiros e com o estmulo da mdia. A dedicao intensano d tempo para azer outros tipos de atividades. Geralmenteabandonam os estudos para se dedicar e apereioar suashabilidades, deixando de adquirir conhecimentos undamentaispara sua vida. Pensando nisso que nos perguntamos: qual sero uturo dessa criana sonhadora e que por diversos motivos nose estabilizar prossionalmente? A amlia na maioria das vezesno est preparada para que nada que um dia sonhou possa novir a acontecer. Muitos so os questionamentos o que alar das

    condies psicolgicas dessas crianas que saram precocementede casa, participaram e vivenciaram acontecimentos que mexeramcom a imaginao, mostrando a realidade nua e crua.

    Maria Luiza Falcetta Bitencourt O Servio Social na rea doutebol

    A proposio desta comunicao individual realizar umaamostragem com 22 jogadores que pertenceram s categorias de

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    base (1979/1985) do Sport Club Internacional. Sero entrevistadosonze jogadores que atualmente jogam no Brasil e no exterior. Ooutro grupo ser ormado por onze ex-jogadores que desistiram

    da carreira. A nalidade do estudo conhecer a opinio dosmesmos sobre a interveno do Servio Social no perodo de abrilde 1997 a janeiro de 1999 no que se relaciona ao desempenho emcampo e situaes extra-campo. O universo nesse perodo oi deaproximadamente duzentos jogadores com grande rotatividade.Conhecer a opinio dos mesmos, hoje adultos, um instrumentode avaliao do trabalho com adolescentes jogadores de utebolde categorias de base por 22 meses, trabalho substanciado naseguinte premissa: a matria-prima do Servio Social so as

    mltiplas maniestaes da questo social na vida cotidiana queconstituem o objeto dessa especializao do trabalho (Abess,1995).

    Wilson Constantino de Araujo Filho A trajetria do jogador deutebol prossional e o m de sua carreira

    A trajetria do jogador de utebol prossional e o m de sua carreiraoi o oco deste estudo, considerando que esse esporte se apresentacomo um relevante instrumento na vida social, tendo colaboradopara a consolidao da identidade nacional brasileira, uma vezque a sociedade oerece o contexto que permite azer tal anlise.Considerou-se tambm que o nmero de ex-jogadores de utebolprossional que nalizam a carreira de orma desestruturada, expressivo. Buscou-se analisar a carreira do jogador de utebolprossional dentro de uma perspectiva de proundas mudanasno mundo do trabalho destacando a ormao do dolo, atravs

    de sua trajetria e de como o m da carreira expe um contextomarcado pela incerteza do uturo e rustraes diante de umsonho interrompido, onde a retomada da estabilidade apresenta odilema da aceitao de uma nova identidade dentro ou ora desseesporte.

    Jlio Csar Jatob Palmiri Quanto vale um talento? Uma anliseantropolgica sobre o dom no utebol

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    Os jogadores de utebol prossional so possuidores de talentosvariveis, ator que os distinguem numa escala mercadolgicaque dinamiza a troca no universo utebolstico. Sob a tica do

    utebol modernizado e do clubismo, ao talento, que algo inatoe intranservel, so agregados muitos outros valores, sobretudo deordem simblica, que dependem das relaes estabelecidas dentrodo enquadramento institucional desse esporte e que tem a ver comoutros atores sociais, tais como torcedores, dirigentes, agentes ea mdia especializada. Como mercadoria singular, portanto, osjogadores so colocados em circulao no mercado mundializadodo utebol, desazendo vnculos e criando novas relaes sociais.Este trabalho tem como objetivo compreender a lgica pela qual

    se d tal processo simblico que dene os parmetros de trocageneralizada de atletas no domnio do utebol prossional.

    Carlos Rogrio Thiengo, Flvio Ismael da Silva Oliveira eDagmar Hunger O talento e dom sob a perspectiva da abordagemconguracional no utebol

    O sucesso internacional dos utebolistas brasileiros atribudoao talento e/ou dom dos mesmos em solucionar problemas dojogo de orma ecaz e criativa. Objetivou-se neste estudo discutiraspectos conceituais relacionados ormao de utebolistasprossionais procurando avanar principalmente no entendimentodos termos talento e dom, relacionando-os com a matrizconceitual das cincias humanas. Realizou-se reviso da literaturareerente aos conceitos de talento e dom, seleo de talentos e oensino dos esportes coletivos pela perspectiva ttica. O reerencialterico de anlise trata-se da abordagem conguracional proposta

    por Norbert Elias. Constatou-se que no utebol marcante o usoda expresso dom, para designar a capacidade do utebolistacom elevado nvel de desempenho, sendo a palavra dom seapresenta com dois signicados: dom/talento e dom/ddiva,ambos contendo indicaes de um componente inato parao alto rendimento. Porm, o entendimento de que o potenciale/ou capacidade de responder as exigncias impostas pelaspartidas de utebol eminentemente ttica e que esta dependedo tipo de aprendizagem/prtica do utebol a qual o jogador

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    vivenciou, permite que aamos a aproximao dos apontamentosapresentados por Norbert Elias. A aplicao dos conceitos daabordagem conguracional aos aspectos relativos ormao de

    utebolistas possibilita compreender a infuncia da sociedade naormao da identidade esportiva do indivduo.

    CI06 - Futebol e EducaoFelipe Vincius de Paula Abrantes e Luiz Gustavo NiccioEducao para o torcer nas escolas pblicas de Belo Horizonte

    Este trabalho parte da dissertao de mestrado em Lazer, O

    torcer como possibilidade de lazer: a escola como um dos espaosde educao para o lazer. O presente artigo prope-se a analisara presena do tema torcer como contedo das aulas de EducaoFsica escolar em escolas pblicas da cidade de Belo Horizonte MG. Para a realizao desta pesquisa oram utilizados questionrios,entrevistadas aplicadas junto a proessores(as) de Educao Fsicaque atuavam no ensino mdio destas escolas. Alm disso, oiusado um dirio de campo no intuito de alcanar inormaesque no seriam possveis de ser alcanadas. Foi possvel perceberque o torcer um tema tido como importante por grande partedos(as) proessores(as), entretanto isso no se refete na dedicaode aulas para tratar especicamente o tema, sendo este abordadode maneira pontual em aulas que tratam sobre outras temticas.Vericou-se ainda que as relaes estabelecidas entre estudantese o torcer por clubes de utebol relacionam-se diretamente com ocotidiano escolar em especial as aulas de Educao Fsica e torneiosesportivos. Por m apontamos a necessidade de elaborao de

    polticas de ormao para qualicar os(as) proessores(as) no quetange a trabalhar esta temtica

    Carlos Eduardo Dias Munaier Lages, Jeerson Nicssio Queirogade Aquino, Luiz Gustavo Gomes Braga, Luiza Aguiar dos Anjose Marcos de Abreu Melo Futebol e torcer: possibilidades detrabalho na escola

    Entender o utebol como um enmeno scio-cultural perceber

    o papel deste na ormao da identidade brasileira e sua infuncia

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    nas vrias eseras culturais. A importncia do utebol no pastem origem na relao que os torcedores tm com seus clubes,denominada de pertencimento clubstico. O utebol, pois, vai

    muito alm da prtica; o torcer pelo utebol congura-se tambmcomo opo de lazer, o qual pode ser considerado ao mesmotempo veculo e objeto da educao. Assim, propomos relatar eanalisar nossas experincias em um projeto de extenso em cursodesde 2008 na Universidade Federal de Minas Gerais, intituladoEducao para/pelo utebol enquanto uma maniestao do lazer:o torcer em Belo Horizonte. Tal projeto catalisa o surgimento dequestes e permite o teste e a criao de novas possibilidadesde ao e construo de conhecimentos em parceria com a

    comunidade. Nessa perspectiva, o dilogo revela-se crucial paraa construo do saber e para o alcance dos objetivos almejadosatravs da extenso. Alm disso, buscamos elementos da pesquisa-ao nas intervenes. Nossas aes consistem em aulas para alunosde escolas pblicas de Belo Horizonte e ocinas para proessorese tm como oco o utebol e o torcer, tentando problematizarquestes correlatas a esses temas. Alm disso, nossas aes tm secaracterizado por: tentativa de apereioamentos metodolgicos;valorizao dos saberes e das experincias dos sujeitos envolvidos;e construo coletiva do conhecimento.

    Danilo David Pereira A transormao da prtica mercadolgicado utebol: uma proposta pedaggica

    Este trabalho est na sua ase inicial e vem sendo desenvolvidono curso de Educao Fsica da UFF. Pretendemos refetir asconseqncias para jovens que tentam ingressar na carreira

    utebolstica e apresentar uma proposta pedaggica alternativa.Desde cedo, atravs da mdia, o utebol desperta sonhos decomo obter sucesso de uma orma rpida e prazerosa, assumindocaractersticas salvacionistas. Todos os anos milhares de crianasse inscrevem nos processos seletivos dos clubes, as amosaspeneiras, depositando a esperana de sucesso. Quando o racassoocorre, se do conta que no ser mais possvel seguir a carreira,cam desorientadas, trazendo transtornos psicolgicos. Nospropomos a pensar o papel na escola, da Educao Fsica escolar,

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    em uma proposta mais prazerosa do utebol. Iniciamos usandocomo principal reerencial terico Kunz (2007) para repensar aprtica pedaggica do utebol, considerando que talvez desta

    orma possamos estar contribuindo para um novo sentido desta.Pretendemos assim apontar possibilidades mais humanizadoraspara estas crianas e adolescentes. Anlise de lmes sobre o tema,entrevistas e reviso bibliogrca sero usadas neste trabalho. Porser um trabalho inicial, poucas so as concluses apresentadas,podemos alar da vericao das condies apresentadas nostextos pelo trabalho inicial de visitas a escolinhas de utebol,a colgios e selees para clubes, o que corroborou a idia dacontinuidade deste estudo.

    CI07 - Futebol, Gesto e NegociaoRivaldo Chagas Mara Ensaio de gesto planicada nas divisesde base do Clube Nutico CapibibaribeNos anos 70 e 80 do sculo passado, o utebol, em nvel mundial,soreu uma srie de transormaes scio-econmicas, culturais,legais e desportivas. Transormado em grande espetculoglobalizado, estabeleceu critrios de exibio para os jogadores.Fora, velocidade e obedincia aos esquemas tticos constituramo novo padro de jogo. As mudanas deniram novo mercadoe refetiram sobre as concepes dos processos de recrutamentoe ensino-aprendizagem para a ormao de jogadores. Nessecontexto, o Nutico melhorou, a partir do nal dos anos 1990,a inra-estrutura sica do Centro de Treinamento. Porm,passou despercebida a importncia da planicao da gesto

    dos processos de descobrimento e ormao de jogadores. Talsituao resultou em descobrimento incipiente de novos talentos,pouco aproveitamento de atletas na equipe prossional, pequenanegociao de jogadores e raco desempenho das equipes debase. Tendo como escopo a simplicao da concepo e asesaproximativas dos planejamentos estratgicos, oi implantado edesenvolvido o projeto, Reestruturao e gesto sistmica dadiviso de base do Clube Nutico Capibaribe de 2004 a 2008.Os resultados, rede de parceiros, aproveitamento e negociao

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    de atletas, mostraram-se razoveis. A planicao da gesto dascategorias de base mostrou-se insuciente e pouco sustentvelna ausncia de polticas de investimentos na ormao e

    aproveitamento dos jogadores na equipe prossional. Tambma ormao ora do padro do utebol mundial tornou o Clubepouco competitivo no mercado de jogadores.

    Patrcia Gelmires Silva A qualidade da experincia dos visitantesno Museu do Futebol

    As tcnicas expositivas utilizadas pelos museus brasileirosconstituem um importante ator para a atrao de visitantes.

    O Museu do Futebol usa como erramenta principal recursostecnolgicos que permitem uma maior interatividade entreo pblico e as exposies. O presente trabalho objetiva avaliara eccia das tcnicas expositivas do Museu do Futebol para asatisao dos seus visitantes levando em considerao a experinciadeste durante a visita ao museu. A partir da pesquisa empricarealizada com os visitantes do museu, observou-se que as tcnicasexpositivas utilizadas so uncionais ao despertar o interesse dopblico pelo contedo da exposio, sendo que as percepes dosvisitantes esto baseadas nas sensaes vivenciadas.

    Carlos Augusto Ferreira Guimares Rodrigues A redescobertado Brasil pelos europeus atravs do utebol: 1925-1958

    A motivao inicial dessa pesquisa oi o xodo intenso dejogadores do utebol brasileiro. Em um primeiro momento, empesquisa de graduao, oi possvel vericar os motivos que

    impulsionam esse movimento em direo ao exterior. O trabalhoatual oi concludo como tese de mestrado deendida na UniversitFranche-Comt sob orientao de Paul Dietschy, aps estgio depesquisa no Muse National des Sports em Paris. Nessa pesquisatomo como objeto de anlise um dos atores que impulsionamo xodo, a imagem que o utebol brasileiro possui no exterior.Tomo como onte histrica os registros da imprensa esportivarancesa, principalmente os peridicos LeMiroir des Sports, LAutoe Lquipe, durante o perodo pesquisado, desde os primeiros anos

  • 7/29/2019 1 SIMPOSIO DE ESTUDOS SOBRE FUTEBOL

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    do sculo XX at a realizao da Copa do Mundo de 1962. Esseperodo oi escolhido para retratar as primeiras impresses que aimprensa rancesa teve do utebol brasileiro at a consolidao

    de uma imagem do utebol nacional com os primeiros ttulos deCopa do Mundo. Avalio ento como essas imagens e esteretiposproduzidos por prossionais de imprensa para um produto popularde consumao, ajudaram na acelerao do processo de sada dejogadores brasileiros para o exterior.

    Eduardo Tavares Paes Lopes Corinthians/MSI: a parceria queaundou o Timo

    No nal de 2004, o Corinthians se uniu h uma empresa at entodesconhecida, liderada pelo iraniano Kia Joorabichian. Trata-se deum undo de investimentos que, a princpio, investiu milhes emum time que em curto prazo conseguiu grande resultados dentrode campo. No entanto, o dinheiro cessou e as acusaes brotaramno Parque So Jorge. Kia seria um laranja do magnata russoBoris Berezovsky, que tinha o Brasil em vista para investimentos