1º dialogo interartes

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MEL MEL Movimento de Experiências Movimento de Experiências Literárias Literárias APRESENTA: APRESENTA:

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Page 1: 1º Dialogo interartes

MELMEL Movimento de Experiências Movimento de Experiências

LiteráriasLiterárias

APRESENTA:APRESENTA:

Page 2: 1º Dialogo interartes

Profª.Drª Avanilda Profª.Drª Avanilda Torres da SilvaTorres da Silva Coordenadora do MEL

Page 3: 1º Dialogo interartes

APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO

Podemos estimar que as Podemos estimar que as primeiras manifestações de primeiras manifestações de subjetividade humana subjetividade humana ocorreram em cumplicidade com ocorreram em cumplicidade com a arte, como é o caso das a arte, como é o caso das relações do homem com o que relações do homem com o que identificamos como arte pré-identificamos como arte pré-histórica. histórica.

Page 4: 1º Dialogo interartes

O homem das cavernas O homem das cavernas desenhava , cantava , dançava e desenhava , cantava , dançava e comungava numa verdadeira comungava numa verdadeira celebração à liberdade com o celebração à liberdade com o meio em que vivia. Desde esse meio em que vivia. Desde esse momento “inaugural” as momento “inaugural” as manifestações artísticas em manifestações artísticas em suas múltiplas faces, como por suas múltiplas faces, como por exemplo, a música, a pintura, a exemplo, a música, a pintura, a arquitetura, a poesia, a arquitetura, a poesia, a dramaturgia, constituíram dramaturgia, constituíram universos próprios e, apesar das universos próprios e, apesar das rígidas regras que, muitas rígidas regras que, muitas vezes, tentaram mantê-las vezes, tentaram mantê-las estanques, os artistas, estanques, os artistas, compelidos pelo imaginário compelidos pelo imaginário artístico, sempre as burlaram, artístico, sempre as burlaram, fazendo, assim, valer o espírito fazendo, assim, valer o espírito livre da arte e, por conseguinte livre da arte e, por conseguinte da vida. da vida.

Page 5: 1º Dialogo interartes

A Literatura, sobremaneira, em A Literatura, sobremaneira, em sua aventura no âmbito das sua aventura no âmbito das manifestações culturais, manifestações culturais, sempre esteve vinculada a um sempre esteve vinculada a um diálogo profícuo com outras diálogo profícuo com outras formas de representação do formas de representação do mundo. Esse diálogo se mundo. Esse diálogo se problematizou bastante com o problematizou bastante com o advento da cultura de massa e advento da cultura de massa e das forças mercadológicas da das forças mercadológicas da contemporaneidade.contemporaneidade.

Page 6: 1º Dialogo interartes

Da ZONA DA MATADa ZONA DA MATA ao ao SERTÃO : SERTÃO :

JOÃO CABRAL DE MELO NETO JOÃO CABRAL DE MELO NETO

ee

EUCLIDES DA CUNHA.EUCLIDES DA CUNHA.

Page 7: 1º Dialogo interartes

JOÃO CABRAL DE JOÃO CABRAL DE MELO NETO MELO NETO

João Cabral de Melo NetoJoão Cabral de Melo Neto nasceu no Recife, a 9 de nasceu no Recife, a 9 de janeiro de 1920, e morreu no janeiro de 1920, e morreu no Rio de Janeiro, em 08 de Rio de Janeiro, em 08 de outubro de 1999. Passou a outubro de 1999. Passou a infância em engenhos de infância em engenhos de açúcar. Primeiro no Poço do açúcar. Primeiro no Poço do Aleixo, em São Lourenço da Aleixo, em São Lourenço da Mata, e depois nos engenhos Mata, e depois nos engenhos Pacoval e Dois Irmãos, no Pacoval e Dois Irmãos, no município de Moreno. Essa município de Moreno. Essa vivência nos engenhos marcou vivência nos engenhos marcou seus sentidos corporais e sua seus sentidos corporais e sua criação poética. A cana é doce, criação poética. A cana é doce, é dura , é lição de vida e de é dura , é lição de vida e de morte:morte:

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O Alpendre no CanavialO Alpendre no Canavial

““Do alpendre sobre o canavial Do alpendre sobre o canavial a vida se dá tão vaziaa vida se dá tão vazia

que o tempo dali pode serque o tempo dali pode sersentido: e na substância física.sentido: e na substância física.

Do alpendre, o tempo pode ser Do alpendre, o tempo pode ser sentido com os cinco sentidossentido com os cinco sentidos

que ali depressa se acostumamque ali depressa se acostumama tê-lo ao lado, como um bicho”.a tê-lo ao lado, como um bicho”.

Page 10: 1º Dialogo interartes

O Vento no CanavialO Vento no Canavial

Contudo há no Contudo há no canavialcanavial

oculta fisionomia:oculta fisionomia:com um pulso de com um pulso de

relógiorelógiohá possível há possível

melodia.melodia.

ou como de um ou como de um aviãoavião

a paisagem se a paisagem se organiza,organiza,

ou há finos ou há finos desenhos nas desenhos nas

pedras da praça pedras da praça vazia”.vazia”.

Page 11: 1º Dialogo interartes

Psicanálise do Psicanálise do AçúcarAçúcar ““O açúcar cristal, ou O açúcar cristal, ou

açúcar de usina,açúcar de usina,Mostra a mais instável das Mostra a mais instável das

brancuras:brancuras:Quem do Recife sabe Quem do Recife sabe

direito o quanto,direito o quanto,E o pouco desse quanto, E o pouco desse quanto,

que ela dura.que ela dura.Sabe o mínimo do pouco Sabe o mínimo do pouco

que o cristalque o cristalSe estabiliza cristal sobre Se estabiliza cristal sobre

o açúcar,o açúcar,Por cima do fundo antigo, Por cima do fundo antigo,

de mascavo,de mascavo,Do mascavo barrento que Do mascavo barrento que

se incuba;se incuba;E sabe que tudo pode E sabe que tudo pode

romper o mínimoromper o mínimoEm que o cristal é capaz Em que o cristal é capaz

de censura;de censura;Pois o tal fundo mascavo Pois o tal fundo mascavo

logo afloralogo afloraQuer inverno ou verão Quer inverno ou verão

mele o açúcar”.mele o açúcar”.

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EUCLIDES DA CUNHAEUCLIDES DA CUNHA

Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu em Cantagalo, município do Rio de nasceu em Cantagalo, município do Rio de Janeiro, a 20 de janeiro de 1866. Como Janeiro, a 20 de janeiro de 1866. Como correspondente do jornal O Estado de são correspondente do jornal O Estado de são Paulo, é enviado a Canudos, na Bahia, Paulo, é enviado a Canudos, na Bahia, para cobrir a revolta que lá explodira. De para cobrir a revolta que lá explodira. De volta a São Paulo, desliga-se do jornal volta a São Paulo, desliga-se do jornal para planejar a construção de uma ponte para planejar a construção de uma ponte em São José do Rio Pardo, interior de São em São José do Rio Pardo, interior de São Paulo. Nessa época, redige Os Sertões, Paulo. Nessa época, redige Os Sertões, publicado em 1902. É assassinado no Rio publicado em 1902. É assassinado no Rio de Janeiro, no dia 15 de agosto de 1909.de Janeiro, no dia 15 de agosto de 1909.

A princípio, Euclides da Cunha pretendia A princípio, Euclides da Cunha pretendia apenas fazer de “ Os Sertões” um relato apenas fazer de “ Os Sertões” um relato de lutas, mas acabou realizando um de lutas, mas acabou realizando um verdadeiro painel do sertão nordestino. verdadeiro painel do sertão nordestino.

Page 13: 1º Dialogo interartes

A obra A obra “ Os Sertões” “ Os Sertões” é dividida é dividida em três partes:em três partes:

Na imagem, Na imagem, ilustração de ilustração de Antônio Antônio Conselheiro, Conselheiro, líder na obra de líder na obra de Euclides da Euclides da Cunha.Cunha.

Page 14: 1º Dialogo interartes

•A terra A terra

Ima detalhada descrição da Ima detalhada descrição da região, sua geologia, seu região, sua geologia, seu clima, seu relevo, sempre clima, seu relevo, sempre aproveitando sua marcante aproveitando sua marcante formação científica em Ciências formação científica em Ciências Naturais.Naturais.

Page 15: 1º Dialogo interartes

•O homem O homem

Um elaborado trabalho sobre a Um elaborado trabalho sobre a etnologia brasileira: a ação do etnologia brasileira: a ação do meio na fase inicial da formação meio na fase inicial da formação das raças, a gênese dos das raças, a gênese dos mestiços; uma brilhante análise mestiços; uma brilhante análise de tipos distintos, como o de tipos distintos, como o gaúcho, e o jagunço; nesse gaúcho, e o jagunço; nesse cenário introduz a figura mística cenário introduz a figura mística de Antônio Conselheiro.de Antônio Conselheiro.

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•A luta A luta

Só na terceira parte da obra, Só na terceira parte da obra, Euclides da Cunha relata o Euclides da Cunha relata o conflito; nas duas primeiras conflito; nas duas primeiras descreve seu cenário e descreve seu cenário e personagens. Dessa forma, personagens. Dessa forma, estava justificada a luta. estava justificada a luta. Através dela deparamos com a Através dela deparamos com a denúncia de um crime, no relato denúncia de um crime, no relato do dia-a-dia da guerra.do dia-a-dia da guerra.

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“ “ E o sertão vai virá mar e o E o sertão vai virá mar e o mar virá sertãomar virá sertão

o homem não pode ser o homem não pode ser escravo do homemescravo do homem

o homem tem que deixa as o homem tem que deixa as terra que não é deleterra que não é dele

e buscá as terra verde do céue buscá as terra verde do céu quem é pobre vai ficá rico no quem é pobre vai ficá rico no

lado de Deuslado de Deus e quem é rico vai ficá pobre e quem é rico vai ficá pobre

nas profunda do inferno.” nas profunda do inferno.”

Profecia de Antônio Conselheiro, Profecia de Antônio Conselheiro, escrita em pequeno caderno escrita em pequeno caderno

encontrado em Canudos.encontrado em Canudos.

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Adeus Remanso, Adeus Remanso, Casanova, Sento-Sé.Casanova, Sento-Sé.Adeus Pilão Arcado, vem Adeus Pilão Arcado, vem o rio te engolir.o rio te engolir.Debaixo d’água lá se vai Debaixo d’água lá se vai a vida inteiraa vida inteiraPor cima da cachoeira o Por cima da cachoeira o gaiola vai sumir.gaiola vai sumir.Vai ter barragem no Vai ter barragem no salto do Sobradinho,salto do Sobradinho,E o povo vai embora com E o povo vai embora com medo de se afogar...medo de se afogar...O sertão vai virar mar, O sertão vai virar mar, dá no coraçãodá no coraçãoO medo que algum dia o O medo que algum dia o mar também vire mar também vire sertão.!sertão.!Vai virar mar, dá no Vai virar mar, dá no coração coração O medo que algum dia o O medo que algum dia o mar também vire mar também vire sertão...sertão...Remanso, CasanovaRemanso, CasanovaSento-Sé, Pilão Arcado,Sento-Sé, Pilão Arcado,Sobradinho, adeus, Sobradinho, adeus, adeus, adeus... adeus, adeus...

( SÁ & GUARABIRA) ( SÁ & GUARABIRA)