1ª videocirurgia cardíaca de bh

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SAÚDE GER AIS ESTADO DE MINAS D O M I N G O , 2 D E S E T E M B R O D E 2 0 1 2 E-MAIL: [email protected] TELEFONES: (31) 3263-5120/5779 32 Técnica de cirurgia cardíaca minimamente invasiva e videoassistida, comum nos países desenvolvidos, passa a ser mais difundida no Brasil. Uma das vantagens é a diminuição dos riscos de complicação INDICAÇÕES Nas mãos de robôs DAQUI PARA O FUTURO Para o cirurgião cardiovascular Herbert Coelho Hortmann, as intervenções minimamente invasivas representam mais um avanço para se chegar à cirurgia robótica. “Na verdade, isso é o nosso presente. Há um robô no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, que tem feito algumas cirurgias, mas o custo ainda é inviável para o Brasil”, pondera. Para se chegar lá, Hortmann explica que se passa por três estágios de cirurgia. O primeiro deles inclui os procedimento com mini- incisões, mas o trabalho é feito basicamente com visão direta. Em seguida, vem a etapa em que estamos, com cirurgias videoassistidas, que usam tanto a visão direta como por câmera, indicadas para doenças de valvas do coração e defeitos septais. Depois passa-se para intervenções realizadas totalmente por vídeo, que ainda são pouco usadas (mais para doenças do pericárdio). A cirurgia com robôs faz parte do último estágio, em que o médico conduz o procedimento afastado do paciente. CELINA AQUINO A indicação de uma cirurgia cardíaca assusta qualquer um. O tamanho do corte, o tempo de recuperação e o risco de compli- cações costumam preocupar os pacientes que vão ser submeti- dos ao procedimento. No entan- to, todos esses medos tendem a diminuir com a disseminação de uma nova técnica de cirurgia do coração, minimamente invasiva e videoassistida. Como tem o au- xílio de uma câmera, o médico faz apenas pequenas incisões, o que torna o pós-operatório mais tranquilo. “Isso vai mudar muito a visão da cirurgia cardíaca. Os pacientes pensam apenas em risco e corte grandes”, pontua o cirurgião cardiovascular Herbert Coelho Hortmann, que em 31 de julho operou as duas primeiras pacientes mineiras, que se recu- peram bem. Considerada procedimento de rotina em países desenvolvidos como Inglaterra, Alemanha e Es- tados Unidos, a cirurgia cardíaca videoassistida se difundiu no Bra- sil de três anos para cá. O cearense Josué de Castro Neto, diretor do Instituto do Coração do Nordeste (Incone), em Fortaleza, já realizou mais de 150 intervenções, assim como o coordenador do progra- ma de cirurgia cardíaca minima- mente invasiva do Hospital Israe- lita Albert Einstein, em São Paulo, Robinson Poffo. O primeiro corte, de apenas dois centímetros, é feito na região da virilha. Pelo pequeno orifício, que dá acesso aos vasos (artéria e veia) femorais, passa a cânula que vai se comunicar com o circuito da circulação extracorpórea. A máquina exerce a função do co- ração e do pulmão, que param durante a cirurgia. A localização do segundo corte depende do ti- po de problema do paciente. Para corrigir um defeito na valva aórtica, o cirurgião minei- ro explica que é feita uma mi- niesternotomia, que é uma inci- são de cinco centímetros no os- so esterno, localizado no meio do peito. A câmera fica posicionada no mesmo lugar por onde pas- sam os instrumentos. “Por essa pequena incisão, conseguimos visualizar toda a aorta ascenden- te do paciente e fazer a cirurgia. Como não enxergamos o cora- ção por inteiro, usamos o vídeo para auxiliar”, esclarece Hort- mann. Em uma cirurgia cardíaca convencional, seria preciso fazer um corte de 15cm a 20cm. Já no caso de outras valvas do coração ou de defeitos septais, o procedimento é feito por meio de uma minitoracotomia. Na mulher, o corte é inframamário, semelhante ao que se faz para co- locar prótese de mama, e não passa de 6cm. Se o paciente for do sexo masculino, o médico aproveita a linha do mamilo pa- ra fazer uma incisão inframami- lar. Em uma região lateral do tó- rax, são feitas três pequenas inci- sões, em torno de 1cm, por onde entra a câmera. A nadadora Isabella Cristina Reis de Andrade, de 13 anos, sem- pre conviveu bem com o sopro no coração, diagnosticado no se- gundo ano de vida (a única proi- bição era de participar de compe- tições, pois o esforço a deixava muito cansada). A tranquilidade foi a mesma quando ela soube que precisaria ser operada para corrigir um defeito congênito. Hortmann descobriu que Isabella tinha uma membrana logo abai- xo da valva aórtica, que estreita- >> A cirurgia cardíaca minimamente invasiva videoassistida é usada para trocar ou reconstituir valvas do coração (aórtica, mitral e tricúspide). >> A técnica é indicada também para pacientes com defeitos septais – comunicação interatrial (CIA) e comunicação interventricular (CIV) –, que normalmente são congênitos. O médico vai fechar um orifício na parede do coração, que prejudica a circulação do sangue. CONTRA-INDICAÇÕES >> O método não é usado em cirurgia de revascularização do miocárdio, mais conhecida como ponte de safena. Durante esse tipo de intervenção, o médico precisa ter acesso a todos lados do coração, o que não é possível ocorrer com pequenas incisões. >> Idosos não costumam ser submetidos à cirurgia minimamente invasiva. Geralmente, eles têm placas nos vasos femorais, que dificultam a passagem das cânulas que vão se comunicar com a circulação extracorpórea. >> Pacientes mais jovens também podem ter um calibre inadequado da artéria femoral. Caso isso seja confirmado, a nova técnica é contra- indicada. >> Por ter a caixa torácica diferente, o obeso mórbido também se encaixa nas contra-indicações. O mesmo vale para qualquer outra pessoa que tiver alguma deformidade da caixa torácica. VANTAGENS >> Menos tempo de ventilação mecânica. Na cirurgia convencional, é preciso manter o paciente entubado de quatro a seis horas depois do procedimento. Com a nova técnica, o operado pode sair da sala de cirurgia acordado e conversando. >> Menos dor no pós-operatório. O paciente não sente tanto incômodo porque são feitas pequenas incisões. >> Menos sangramento. Como o corte é menor, assim como a área exposta, a intervenção causa menor trauma cirúrgico e menor sangramento. >> Menor taxa de infecção. Como não serra o osso por inteiro, tem acesso diferente ao mediastino (local do tórax onde está instalado o coração) e a taxa de mediastinite é bruscamente reduzida. >> Recuperação mais rápida. Em torno de um mês, o paciente volta a realizar suas atividades normais, o que em uma cirurgia convencional demoraria de três a quatro meses. >> Cicatriz menor e mais fina. Troca-se uma incisão de 20 centímetros no meio do peito por um pequeno corte, praticamente imperceptível. va a via de saída do ventrículo es- querdo. Na linguagem médica, o problema é chamado de estenose subvalvar aórtica. A intervenção cirúrgica era necessária para a re- tirada dessa membrana, o que deixaria o sangue passar mais li- vremente. A longo prazo, o estrei- tamento afeta a válvula aórtica e pode gerar alterações no funcio- namento do coração. A adolescente fez a cirurgia minimamente invasiva no Hos- pital Vera Cruz, que fica no Bair- ro Barro Preto, Região Centro-Sul da capital, por convênio. “Minha preocupação era ficar muitos dias internada. Não gosto de hos- pital”, confessa Isabella. Se tives- se sido submetida ao procedi- mento convencional, ela ficaria em torno de sete dias internada, sendo três no centro de terapia intensiva (CTI) e mais quatro no quarto, para depois receber alta. Com a nova técnica, o tempo de internação cai pela metade. No dia em que voltou para a escola, 15 dias depois da cirurgia, Isabella surpreendeu os colegas, que viram que ela estava muito bem para quem havia sido ope- rada há pouco tempo. Por en- quanto, ela não pode pegar peso nem fazer aula de educação físi- ca, mas leva vida normal. “Numa cirurgia convencional, ela teria que ficar afastada no mínimo de três a quatro meses, tempo que demora a cicatrização completa do osso esterno. Com esse tipo de técnica, com um mês pode voltar às atividades normais”, diz Hort- mann. Isabella conta que se preo- cupava também com o tamanho da cicatriz, mas já viu que ela não vai ficar enorme, como imagina- va. “Ainda está bem recente, mas ela está bem fininha”, descreve. A nadadora volta em breve para as piscinas e vai pode usar seu maiô sem vergonha. O coração bate forte de ansiedade. RECUPERAÇÃO De acordo com Herbert Hortmann, o pré-opera- tório, a técnica cirúrgica, o tem- po na sala de operação e a segu- rança para realizar o procedi- mento são os mesmos na cirur- gia minimamente invasiva, quando comparada à convencio- nal. As vantagens são perceptí- veis no pós-operatório, pois di- Isabella Cristina Reis passou pela operação há um mês e já retomou as atividades diárias Delicadeza com o coração EDWARDS/DIVULGAÇÃO Cirurgia convencional (E): abertura é de 15cm a 20cm; Na cirurgia minimamente invasiva a incisão é de 5cm. CRISTINA HORTA/EM/D.A PRESS minuem consideravelmente a ocorrência de complicações e o período de recuperação. Falta de ar e coração acelera- do. Os sintomas apareceram de repente para a doméstica Alenir Maria Santos, de 36, que mora na zona rural de Jaboticatubas, na Região Metropolitana de BH. Sem condições de trabalhar, ela procurou o médico e recebeu a notícia de que precisaria ser operada. O que ela tinha era um orifício na parede que separa o átrio direito do esquerdo, tecni- camente denominado comuni- cação inter-atrial (CIA). Com o tempo, a passagem de sangue pode piorar a função cardíaca e pulmonar. No mesmo dia da cirurgia de Isabella, Alenir foi operada no Hospital Universitá- rio São José pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e ela também fi- cou surpresa com o tempo de recuperação. “Imaginei que ia fi- car uns sete dias ou mais inter- nada, mas foi muito rápido. Quatro dias no hospital, um mês de repouso e tudo voltou ao nor- mal”, comemora a paciente, que entrou para a história.

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Equipe do INCONE realiza em conjunto com Dr. Hebert Coelho a primeira Videocirurgia Cardíaca de Belo Horizonte. Vale ressaltar que o Dr.Hebert foi o primeiro cirurgião capacitado aqui em Fortaleza coma a técnica que o Dr. Josué trouxe da Alemanha. Confira a matéria.

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S A Ú D EGERAIS

E S T A D O D E M I N A S ● D O M I N G O , 2 D E S E T E M B R O D E 2 0 1 2

E - M A I L : s a u d e . e m @ u a i . c o m . b r

T E L E F O N E S : ( 3 1 ) 3 2 6 3 - 5 1 2 0 / 5 7 7 932

Técnica de cirurgia cardíaca minimamente invasiva e videoassistida, comum nos países desenvolvidos,passa a ser mais difundida no Brasil. Uma das vantagens é a diminuição dos riscos de complicação

❚❚ INDICAÇÕES

Nas mãosde robôs

DAQUI PARAO FUTURO

Para o cirurgiãocardiovascular HerbertCoelho Hortmann, asintervençõesminimamente invasivasrepresentam mais umavanço para se chegar àcirurgia robótica. “Naverdade, isso é o nossopresente. Há um robô noHospital Albert Einstein,em São Paulo, que tem feitoalgumas cirurgias, mas ocusto ainda é inviável parao Brasil”, pondera. Para sechegar lá, Hortmannexplica que se passa portrês estágios de cirurgia. Oprimeiro deles inclui osprocedimento com mini-incisões, mas o trabalho éfeito basicamente comvisão direta. Em seguida,vem a etapa em queestamos, com cirurgiasvideoassistidas, que usamtanto a visão direta comopor câmera, indicadas paradoenças de valvas docoração e defeitos septais.Depois passa-se paraintervenções realizadastotalmente por vídeo, queainda são pouco usadas(mais para doenças dopericárdio). A cirurgia comrobôs faz parte do últimoestágio, em que o médicoconduz o procedimentoafastado do paciente.

CELINA AQUINO

A indicação de uma cirurgiacardíaca assusta qualquer um. Otamanho do corte, o tempo derecuperação e o risco de compli-cações costumam preocupar ospacientes que vão ser submeti-dos ao procedimento. No entan-to, todos esses medos tendem adiminuir com a disseminação deuma nova técnica de cirurgia docoração, minimamente invasivae videoassistida. Como tem o au-xílio de uma câmera, o médicofaz apenas pequenas incisões, oque torna o pós-operatório maistranquilo. “Isso vai mudar muitoa visão da cirurgia cardíaca. Ospacientes pensam apenas emrisco e corte grandes”, pontua ocirurgião cardiovascular HerbertCoelho Hortmann, que em 31 dejulho operou as duas primeiraspacientes mineiras, que se recu-peram bem.

Considerada procedimento derotina em países desenvolvidoscomo Inglaterra, Alemanha e Es-tados Unidos, a cirurgia cardíacavideoassistida se difundiu no Bra-sil de três anos para cá. O cearenseJosué de Castro Neto, diretor doInstituto do Coração do Nordeste(Incone), em Fortaleza, já realizoumais de 150 intervenções, assimcomo o coordenador do progra-ma de cirurgia cardíaca minima-mente invasiva do Hospital Israe-lita Albert Einstein, em São Paulo,Robinson Poffo.

O primeiro corte, de apenasdois centímetros, é feito na regiãoda virilha. Pelo pequeno orifício,que dá acesso aos vasos (artéria eveia) femorais, passa a cânula quevai se comunicar com o circuitoda circulação extracorpórea. Amáquina exerce a função do co-ração e do pulmão, que param

durante a cirurgia. A localizaçãodo segundo corte depende do ti-po de problema do paciente.

Para corrigir um defeito navalva aórtica, o cirurgião minei-ro explica que é feita uma mi-niesternotomia, que é uma inci-são de cinco centímetros no os-so esterno, localizado no meio dopeito. A câmera fica posicionadano mesmo lugar por onde pas-sam os instrumentos. “Por essapequena incisão, conseguimosvisualizar toda a aorta ascenden-te do paciente e fazer a cirurgia.Como não enxergamos o cora-ção por inteiro, usamos o vídeopara auxiliar”, esclarece Hort-mann. Em uma cirurgia cardíacaconvencional, seria preciso fazerum corte de 15cm a 20cm.

Já no caso de outras valvas docoração ou de defeitos septais, oprocedimento é feito por meiode uma minitoracotomia. Namulher, o corte é inframamário,semelhante ao que se faz para co-locar prótese de mama, e nãopassa de 6cm. Se o paciente fordo sexo masculino, o médicoaproveita a linha do mamilo pa-ra fazer uma incisão inframami-lar. Em uma região lateral do tó-rax, são feitas três pequenas inci-sões, em torno de 1cm, por ondeentra a câmera.

A nadadora Isabella CristinaReis de Andrade, de 13 anos, sem-pre conviveu bem com o soprono coração, diagnosticado no se-gundo ano de vida (a única proi-bição era de participar de compe-tições, pois o esforço a deixavamuito cansada). A tranquilidadefoi a mesma quando ela soubeque precisaria ser operada paracorrigir um defeito congênito.Hortmann descobriu que Isabellatinha uma membrana logo abai-xo da valva aórtica, que estreita-

>> A cirurgia cardíaca minimamente invasiva videoassistida é usada paratrocar ou reconstituir valvas do coração (aórtica, mitral e tricúspide).

>> A técnica é indicada também para pacientes com defeitos septais –comunicação interatrial (CIA) e comunicação interventricular (CIV) –, quenormalmente são congênitos. O médico vai fechar um orifício na parededo coração, que prejudica a circulação do sangue.

CONTRA-INDICAÇÕES

>> O método não é usado em cirurgia de revascularização do miocárdio,mais conhecida como ponte de safena. Durante esse tipo de intervenção,o médico precisa ter acesso a todos lados do coração, o que não é possívelocorrer com pequenas incisões.

>> Idosos não costumam ser submetidos à cirurgia minimamente invasiva.Geralmente, eles têm placas nos vasos femorais, que dificultam apassagem das cânulas que vão se comunicar com a circulaçãoextracorpórea.

>> Pacientes mais jovens também podem ter um calibre inadequado daartéria femoral. Caso isso seja confirmado, a nova técnica é contra-indicada.

>> Por ter a caixa torácica diferente, o obeso mórbido também se encaixanas contra-indicações. O mesmo vale para qualquer outra pessoa quetiver alguma deformidade da caixa torácica.

VANTAGENS

>> Menos tempo de ventilação mecânica. Na cirurgia convencional, é precisomanter o paciente entubado de quatro a seis horas depois doprocedimento. Com a nova técnica, o operado pode sair da sala decirurgia acordado e conversando.

>> Menos dor no pós-operatório. O paciente não sente tanto incômodoporque são feitas pequenas incisões.

>> Menos sangramento. Como o corte é menor, assim como a área exposta,a intervenção causa menor trauma cirúrgico e menor sangramento.

>> Menor taxa de infecção. Como não serra o osso por inteiro, tem acessodiferente ao mediastino (local do tórax onde está instalado o coração) e ataxa de mediastinite é bruscamente reduzida.

>> Recuperação mais rápida. Em torno de um mês, o paciente volta arealizar suas atividades normais, o que em uma cirurgia convencionaldemoraria de três a quatro meses.

>> Cicatriz menor e mais fina. Troca-se uma incisão de 20 centímetros nomeio do peito por um pequeno corte, praticamente imperceptível.

va a via de saída do ventrículo es-querdo. Na linguagem médica, oproblema é chamado de estenosesubvalvar aórtica. A intervençãocirúrgica era necessária para a re-tirada dessa membrana, o quedeixaria o sangue passar mais li-vremente. A longo prazo, o estrei-tamento afeta a válvula aórtica epode gerar alterações no funcio-namento do coração.

A adolescente fez a cirurgiaminimamente invasiva no Hos-pital Vera Cruz, que fica no Bair-ro Barro Preto, Região Centro-Sulda capital, por convênio. “Minhapreocupação era ficar muitosdias internada. Não gosto de hos-pital”, confessa Isabella. Se tives-se sido submetida ao procedi-mento convencional, ela ficariaem torno de sete dias internada,sendo três no centro de terapiaintensiva (CTI) e mais quatro noquarto, para depois receber alta.Com a nova técnica, o tempo deinternação cai pela metade.

No dia em que voltou para aescola, 15 dias depois da cirurgia,Isabella surpreendeu os colegas,que viram que ela estava muitobem para quem havia sido ope-

rada há pouco tempo. Por en-quanto, ela não pode pegar pesonem fazer aula de educação físi-ca, mas leva vida normal. “Numacirurgia convencional, ela teriaque ficar afastada no mínimo detrês a quatro meses, tempo quedemora a cicatrização completado osso esterno. Com esse tipo detécnica, com um mês pode voltaràs atividades normais”, diz Hort-mann. Isabella conta que se preo-cupava também com o tamanhoda cicatriz, mas já viu que ela nãovai ficar enorme, como imagina-va. “Ainda está bem recente, masela está bem fininha”, descreve. Anadadora volta em breve para aspiscinas e vai pode usar seu maiôsem vergonha. O coração bateforte de ansiedade.

RECUPERAÇÃO De acordo comHerbert Hortmann, o pré-opera-tório, a técnica cirúrgica, o tem-po na sala de operação e a segu-rança para realizar o procedi-mento são os mesmos na cirur-gia minimamente invasiva,quando comparada à convencio-nal. As vantagens são perceptí-veis no pós-operatório, pois di-

Isabella CristinaReis passou pelaoperação há ummês e járetomou asatividadesdiárias

Delicadeza com o coração

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ULG

AÇÃO

Cirurgia convencional (E): abertura é de 15cm a 20cm;Na cirurgia minimamente invasiva a incisão é de 5cm.

CRISTINA HORTA/EM/D.A PRESS

minuem consideravelmente aocorrência de complicações e operíodo de recuperação.

Falta de ar e coração acelera-do. Os sintomas apareceram derepente para a doméstica AlenirMaria Santos, de 36, que morana zona rural de Jaboticatubas,na Região Metropolitana de BH.Sem condições de trabalhar, elaprocurou o médico e recebeu anotícia de que precisaria seroperada. O que ela tinha era umorifício na parede que separa oátrio direito do esquerdo, tecni-camente denominado comuni-cação inter-atrial (CIA). Com otempo, a passagem de sanguepode piorar a função cardíaca epulmonar. No mesmo dia dacirurgia de Isabella, Alenir foioperada no Hospital Universitá-rio São José pelo Sistema Únicode Saúde (SUS) e ela também fi-cou surpresa com o tempo derecuperação. “Imaginei que ia fi-car uns sete dias ou mais inter-nada, mas foi muito rápido.Quatro dias no hospital, um mêsde repouso e tudo voltou ao nor-mal”, comemora a paciente, queentrou para a história.