1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf ·...

43

Upload: leduong

Post on 07-Dec-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito
Page 2: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

1976 – O inicio

Simples como nascer a uma semana do carnaval, durante um jogo do Castelo, time da

família que oficialmente só nasceu oito meses depois, neto de um boiadeiro

conhecido, amante de Tonico e Tinoco e que, curiosamente, escondia uma saudade de

marchinhas de carnaval. Assim nasci, em Magé, no dia 23 de fevereiro de 1976.

1978 a 1981 – Encontro com a música

Simples como a infância onde o Senhor Félix, meu avô (já citado como o amante

secreto das marchinhas) já contava que, antes mesmo de aprender a falar eu já

brincava de cantor, segurando os famosos cliques para botijões de gás e imitando o

cantor Evaldo Braga, que para meu avô se chamava Erasmo Braga. “Aquele nêgo

cantor que morreu. Erasmo Braga. Dizia o velho ao seu neto negro e muito amado,

mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito de

falar do famoso Mestiço, como o chamavam na roça de Cachoeiro de Itapemirim – ES.

Simples quando, aos 5 anos de idade, pensei que me casaria com a Simony do

Programa Raul Gil e depois do Balão Mágico. Cheguei a compor uns versos infantis,

porém inesquecíveis, por acreditar que eram versos que iniciaram a descoberta do

dom que Deus me deu.

“Te amo, te amei e sempre vou te amar

No dia seguinte nós vamos casar”(Eric Fanuel – 1981)

1982 – A escola

Simples como o olhar de Dona Lúcia, aquela senhora doce que se tornou minha

primeira professora. Quantas tardes eu vi virarem noites, porque o menino tímido que

não respondia nem a chamada de presença, não fazia o dever de aula. Coisa que

espantava a professora, pois aquele menino que chorava todo santo dia e não fazia o

dever na sala obtinha as melhores notas da turma do antigo pré do extinto Instituto

Cultural Rui Barbosa. Lá também eu me apaixonei. 31 anos depois ela não sabe que foi

meu sonho por três longos anos de escola.

1982 a 1988 - A velha infância

Simples como ser o artilheiro do time do campinho de pelada do Hulk, nos arredores

do campo do castelo em Magé, mesmo assim, carregando a fama de chorão, pelo fato

de qualquer coisa que me falassem, as lágrimas desciam automaticamente.

Simples como nas brincadeiras dos amigos e primos, ser o mais perseguido, para a

alegria de todos, pela velha fama de chorão. Alegria de todos, mas um trauma que fez

com que eu nunca mostrasse nenhuma de minhas composições a ninguém. Não

poderia correr o risco de ser humilhado mais uma vez.

Page 3: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Nesse período, apesar da fama de devagar, ajudava minha avó, EM OBRAS,

ENTREGANDO LEITE, ENTREGANDO COMPRAS, ROÇANDO PASTO, TOCANDO O GADO,

não sabia fazer muito, mas fazia.

1988 a 1994 – Adolescência

Simples como chegar a adolescência cheio de traumas e medos. Escrevendo diversas

canções e poesias que se perderam no tempo, pelo simples fato de sempre ser

considerado o pior por onde passava. No futebol, no pique esconde, nos esportes

malucos que inventávamos no quintal. O único lugar onde eu me sentia um rei, era na

minha cama, onde eu juntava caixas de fósforo, rolos de linha, vidros de desodorante e

realizava os meus campeonatos que, se fossem hoje seriam “virtuais” de futebol. Era a

minha internet nos anos 80.

Chegaram os famosos festivais de rap no final dos anos 80 e início dos anos 90. Eu

tinha um primo chamado Tingo(1974/2005). Muito mais corajoso do que eu e muito

mais pegador. Então eu escrevia os raps e o entregava. Ele fez boas apresentações e

isso me alegrava. Lembro que numa gíria de bairro, fui chamar um amigo de feio na

escola e carreguei esse apelido comigo por todo o ensino médio. “Feio”.

Já um adolescente com a formação quase completa e sem sequer ter beijado uma

boca. Até ela chegar. O nome dela era... deixa pra lá. Era uma menina engraçada, legal

e totalmente disponível a quem aparecesse. Mas no meu coração, era a minha

menina, que me humilhava a noite inteira, me dava um beijinho no final e ia

novamente fazer a sua festa. Terminei no ano de 1994, o segundo grau, atual ensino

médio, no Colégio Estadual de Magé.

1995 – O começo da trajetória

Simples como quando, no inicio ainda dos anos 90, comecei a participar do grupo

jovem Deus Conosco, na igreja Católica. Ali, a liberdade que me davam e sempre

escrevia algo sobre cada encontro que realizávamos. Até que um amigo, coordenador

na época, chamado Wanderley Rêgo, me chamou para participar do ministério de

música. Eu nunca tinha cantado com um microfone na vida. Foi também no Deus

Conosco que recebi o apelido de Fanuel, pois já havia um Eric no grupo. Com o passar

do tempo, percebi que, minha família me chamava de Eric e na igreja de Fanuel(que

significa Face de Deus), passando a assinar os dois nomes, sendo conhecido como Eric

Fanuel.

Voltando ao ministério de musica, minha estreia foi muito maneira. Juninho, o cantor

oficial estava ao meu lado, cantando uma música que aprendemos no acampamento

juvenil e eu, cantava como se estivesse em um espetáculo gigantesco. É claro que eu

deixei o microfone desligado.

Dali em diante fui percebendo que eu poderia cantar, compor, mostrar meu talento.

Page 4: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Foram, umas cinco ou seis vitórias em regionais do festival vocacional (maior festival

de musica da igreja na época), algumas participações vitoriosas no Femssam (Festival

de Santo Aleixo) e o reconhecimento em umas quatro ou cinco cidades da região

diocesana de Petrópolis, da qual Magé faz parte até hoje.

Marcou o ano de 1995, a histórica participação do Femssam, com a música Overdose

de Amor, em parceria com Rodrigo Costa, Angelo Moreira e Harri Arruda. É a data que

destaco como marco inicial da minha trajetória musical.

Foi também o ano em que conheci aquela que seria minha companheira por 15 anos e

mãe dos meus primeiros quatro filhos: Thays, Thalita, João Lucas e Luís Matheus.

1996 a 2000 – Vida que segue

Simples como se apresentar a mais de 10 mil pessoas nos congressos de jovens, onde

já era figurinha carimbada. E perceber que a maior riqueza que eu tinha era a

SIMPLICIDADE de não distinguir o palco, do coreto, do chão, da rua.

A simplicidade me levou a conhecer pessoas e trabalhar como Balconista de uma

locadora de VHS, pra quem não conheceu, o famoso vídeo cassete. Andressa Vidal, me

levou a conhecer, Ronaldo Franco e Rita Vidal. Inesquecíveis.

Em 1999, ao lado de Angelo Moreira, sagramo-nos vencedores da Melhor música de

Magé-Guapimirim, com a canção “A Chuva que Cai”, no primeiro Festival de MPB de

Magé, na Praça Nilo Peçanha – Centro de Magé. Esse ano também comecei a trabalhar

como funcionário público municipal em Magé. A princípio, na turma da capina, onde

não tinha muito talento e passando a boy e agente administrativo, função que exerço

até os dias de hoje, após concurso público. Musicalmente, foram vários eventos ao

lado dos compadres, Claudinho e Leandro Driusso e uma música gravada pelo grupo

Terra Nova, em parceria com Angelo Moreira e Tania Luzório.

2001 – A mudança

Neste período, deixei o grupo católico pelo fato de ter engravidado minha namorada

na época, vindo a nascer no começo de 2001, minha primeira joia, Thays.

Foi um tempo difícil onde não apareciam as oportunidades para fazer o que mais

gostava que era cantar. Arrisquei-me na MPB, sem sucesso até que conheci, por acaso,

o carnaval da cidade de Guapimirim. Compus para a agremiação Mocidade Alegre de

Citrolândia no ano de 2002, meu primeiro samba-enredo da vida, sagrando-me

campeão na escola. Ainda não fui convidado para cantar na avenida, pois naquele ano

a escola tinha contratado o até então apenas meu ídolo, pelas suas passagens por

Sambrasa e Flor de Magé, Vitinho. Ensinar o melhor intérprete da cidade a cantar meu

samba foi até aquele dia, muito especial. No final de 2002, nasce minha segunda joia,

Thalita.

Sei dizer que no ano seguinte, a agremiação não contratou o Vitinho e me deu a

chance de cantar na avenida o samba de Paulo Ribeiro. E foi minha primeira

interpretação. Ano 2003, NA Mocidade Alegre de Citrolândia. Terminamos como

campeões do carnaval.

Page 5: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Em 2004 foi meu ultimo carnaval pela Mocidade, cantando e compondo um samba

sobre Orixás, recebendo o primeiro prêmio de Melhor Samba do Carnaval.

Começava ali a ser respeitado pelos sambistas locais. Entre os anos de 2004 e 2009,

foram seis vezes seguidas, a alegria de ser escolhido melhor compositor da cidade de

Guapimirim ao lado dos parceiros Jouber, Da Penha do Cavaco e o ídolo e, agora

parceiro Vitinho. nascendo nesse período ainda, mais duas joias: João Lucas (2006) e

Luís Matheus(2008) Em 2009, viajei ao Paraná, para desfilar na escola Acadêmicos do

Litoral Paranaense – Paranaguá – PR, tenso sido campeão e também melhor samba do

carnaval. Era outro início da minha vida. A história com composições nas cidades de

Jundiaí - SP(melhor samba 2010), Cruz Alta – RS (2009, 2010, 2011 e 2012), São

Bernardo do Campo – SP (2010 e 2011), Curitibanos SC (2010 e 2011), Caxias do Sul

(2010), Itá SC (2010) e a mesma Paranaguá ainda em 2010.

Em Guapimirim, participei de várias agremiações: Coração da Quinta, Acadêmicos do

Bananal, Unidos da Reta, Limoeiro, Unidos da Ponte, Gaviões da Iconha, Mensageiros

da Paz (apenas compondo), tendo a alegria de ser campeão em todos os níveis do

carnaval da cidade. E também tendo a tristeza de ver algumas agremiações serem

rebaixadas com meu trabalho.

Simples como, em 2010, em meio à crise do fim de relacionamento, passei por

problemas psicológicos curados com a presença de amigos como Bidis do Cavaco, que

apareceu em um momento importante e permaneceu comigo, como parceiro fiel.

Simples como iniciar 2011 em mais um encontro da igreja e chegar ao final do mesmo

receber diversas mensagens me contando sobre um casual fim da agremiação em que

eu me identificava na cidade de Guapimirim: Acadêmicos do Bananal.

Era preciso que alguém assumisse a escola. Lá fui eu, abalado, pegar o Bananal no colo

e com a ajuda do amigo Alexandre carvalho, Gilmar, minha irmã Giselle e minha

mãezinha que tinha horror a carnaval, por ser religiosa, mas amava ver o filho se

reerguendo. Resultado final, o Bananal ficou em segundo lugar no grupo B e voltou à

elite do carnaval e eu, 10 anos depois de começar no carnaval, era eleito Revelação do

Carnaval.

Meados de 2011, a simplicidade me levou a encontrar uma nova mulher em minha

vida. Aquela que me devolveu a auto estima que eu sempre briguei contra. Comecei o

ano de 2012 feliz, cantando nas rodas de samba (algo que eu não costumava fazer) e

novamente reconhecido pelo meu talento.

Simples como ver a volta do carnaval mageense. Ser campeão de samba-enredo por

dois anos consecutivos na Flor de Magé, que por sinal ganhou os dois carnavais, com

parcerias com Vitinho, Jouber, Juninho Luna, Boró, Edson Azevedo, Bidis e Maicon

Lopes.

Page 6: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Cantei no bloco Vila Nova, como auxiliar de Maicon, com Palhinha, Vitinho, Igor e

Bidis e Cebola nos cavacos, sendo também bicampeão.

Em 2013, escrevendo o enredo do GRES Unidos do Mundo Novo, ganhei a única nota

10 de enredo nas escolas de samba.

Também foram 10 as notas do bloco Unidos da Comendador Reis, em Enredo e

Samba-enredo, que tive a felicidade e dádiva de escrever.

Mas nada me deixou tão feliz, quanto ser convidado a cantar Marchinhas com a

Orquestra Aquarius. Eu cantava e lembrava-me do meu avô. O amante secreto das

marchinhas, falecido em 2002.

Simples como estar na cidade que eu amo, fazendo carnaval, tirando notas máximas

por onde passo e, ainda assim, não ter o respeito de todos os diretores da cidade. Isso

me dá a certeza de que ainda preciso melhorar na simplicidade de perceber que cada

passo é um passo e que não posso correr na contramão e nem remar contra a maré.

Simples como o Samba na Praça:

Eu completava 36 anos de idade e comemorava no famoso Pagode do Bomfim, em

Magé, quando chegou de surpresa minha amiga Letícia Soares. Cantora e atriz nascida

em Magé e que ainda não era conhecida do nosso público. Convidada a subir ao palco

ela deu um show e, conversando após a apresentação, falávamos sobre o sonho de

fazer um samba de raiz na cidade. Sonho compartilhado entre ela, Lucas, seu

namorado e eu.

O Lucas levou o sonho na cabeça para casa e em menos de 3 dias voltou com o projeto

pronto: Samba na Praça. Era o que precisávamos.

Iniciamos em 27 de abril de 2012 cantando Wilsom Moreira e Nei Lopes e o povo de

Magé abraçou de tal maneira que já não se pode falar de Magé, sem lembrar o Samba

na Praça.

Foi no Samba na Praça também que vivi uma das grandes emoções da minha vida,

cantando uma musica em homenagem a minha mãe, Shirlei, que havia partido dias

antes e me emocionando junto aos meus amigos e admiradores.

Gravei em novembro o DVD “Simplicidade”, que se perdeu na produtora, me

obrigando a buscar uma nova gravação futura.

Em novembro também, nasceu meu quinto filho de nome “Erick Fanuel”, minha

quinta joia, fruto do meu novo relacionamento.

Talvez não seja de grande valia contar as vitórias e derrotas que tive na vida. Mas creio

que hoje, muitas pessoas podem perceber que minha vida melhorou muito.

O ano de 2013 trouxe novas vitórias. 03 títulos em 04 disputas em Magé e Guapimirim.

2014, mais um título no carnaval de Guapimirim com Unidos do Balde.

Page 7: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Hoje, ao lado da Fundação Cultural de Magé, produzo o projeto ALÉM DO SAMBA,

cantando samba de raiz e muito mais.

Não sou, nem sonho ser famoso. Sonho conquistar cada dia mais amigos e em novos

lugares, levando tudo o que tenho: Meu sorriso, minha simplicidade e minha música.

Simples como comemorar 20 anos de música, com o Cd Além do Samba, recebendo

premiação Encantos de Magé, pelo conjunto da carreira, no Ilé Asé Ogun Alakoro. No

mesmo 2014, fui convidado a ser Imortal da Academia de Ciências Letras e Artes de

Magé (ACLAM) e venci o sonhado TROFÉU BAIXADA DE MÚSICA – o Óscar da

modalidade na Baixada.

E nas surpresas da simplicidade, vem em 2014 o Enzo. Mais um presente na vida de

um pai.

É claro que não podemos confundir “Simplicidade” com “Inferioridade”. Passei pelas

duas coisas e posso garantir: A SIMPLICIDADE ABRE PORTAS e o sentimento e

INFERIORIDADE nos tira a chance de mostrar ao mundo que estamos vivos.

Uma vez ouvi de um compositor paulista conhecido que eu era um PSEUDO-

COMPOSITOR, porque ganhei o samba dele sem ter nem ido à quadra. Dessa

afirmação dele saiu meu texto que levo como base para minha vida.

“SOU APENAS UMA GOTA NO MAR DO SAMBA

MAS SEM AS GOTAS NÃO EXISTIRIA O MAR”

Que Deus abençoe a todos nós

ERIC FANUEL

Minhas Músicas.

Distante (Eric Fanuel)

Estranho não ouvir sua voz

Vou ligar e desatar esses nós

Completo a ligação ou dou um toque?

Falo ou deixo que me retorne?

Distante porém, tão dentro

Presente e não posso tocar

Ah, minha poesia, viaje depressa

Faça essa musa divina notar

Que o poeta vive do amor

E o menestrel vive do cantar

Page 8: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Mas não cabe o menestrel no canto

E o poeta não pode amar

Pop star (Eric Fanuel)

Eu nunca quis ser um popstar

Nem ter apê com vista para o mar

Eu só queria mostrar o que eu sei

Cantar pra vocês

Garantindo o Pão de cada dia e poder dizer:

Sou um bom pai, bom chefe de família

Em plena madruga, às três acordar

O trem vai lotado, nem dá pra sentar

Nem janela, nem porta não há

É tudo aberto pro frio entrar

Eu olho pro céu,peço a Deus, tenho fé

Nenhuma moeda eu tenho pro café

Mas a força o senhor me dá

Pro dia de trampo enfrentar

No fim da tarde nem penso em ninguém

Vou ver meu amor, também meu neném

Mas eu entro em prantos logo ao ver

Minha criança nada tem pra comer

Isso é o fim

Dói fundo em mim

Daí me vem a inspiração para cantar

Vazio ( Eric Fanuel)

Um peito cheio, um quarto vazio

Na mente o mais lindo sonho

No calor, o cafofo é tão frio

Olho em toda a cidade

Que falta me faz a Rainha

Aquela que o destino disse

Ser minha, inteirinha minha

Espero com olhos de criança

Pois nunca se perde a esperança

Que brota do meu coração

Te ver você, minha paixão

O poeta Eric Fanuel

Page 9: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

O corpo fala, a alma escreve

A boca cala,o olhar descreve

A vida chama

E o poeta ama, somente ama

Boa semana, amigos da poesia;

Planos ( Eric Fanuel )

Planejei sair na frente

Ir correndo sem parar

Ir sozinho em minha estrada

Para a glória conquistar

Deus me pôs ao lado amigos

Precisando do meu braço

E que às vezes eram eles

Quem me ajudavam nos passos

Nos meus planos eu seguia

Nos caminhos que tracei

Mas foi no caminho Deus

Que a vitória alcancei

Também planejei ser melhor

Do que todos os irmãos

E Deus me fez totalmente igual

Cada qual na sua função

Assim percebi a grandeza

Que era cada Plano meu

Vi também que não sou nada

Diante dos planos de Deus

Que do jeito que ele quis

Fez de mim, um homem feliz

Em riso e choro (Eric Fanuel)

Quem cansou de chorar sorriu

Quem cansou de sorrir chorou

Quem é que nunca sorriu um dia, quem nunca chorou?

Todo mundo já sorriu

Todo mundo já chorou

..

Ao nascer você chorou

E todo mundo sorriu

E assim em riso e choro por este mundo seguiu

Na infância a brincar, ao perder um grande amor

Todo mundo já sorriu

Todo mundo já chorou

..

Refrão

Page 10: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

..

Na sequencia dessa vida

Importante é viver

Para que na sua morte todos chorem por você

E você suba sorrindo a eternidade que conquistou

Quem é que nunca sorriu

Quem é que nunca chorou

Amizade na folia ( Eric Fanuel )

Era carnaval

Ele veio pra brigar

E eu vim para curtir

Ele queria me xingar

E eu queria cantar e sorrir

Ele me oferecia uma encarada

E eu ofereci uma cerveja

E olhe, amigo, ora veja

Meio receoso ele tomou um gole

Percebeu que eu não era inimigo

E eu aprendi, ensinando

Que para se fazer um novo amigo

Basta se deixar conhecer

E hoje ofereço um aperto de mão

A você, novo amigo leitor

Do fundo do meu coração

Amizade é uma forma de amor

Eterno (ERIC FANUEL)

Hoje em dia não sei

Se a morte assusta tanto

Quanto a vida

Mas a arte de viver

Supera o medo de morrer

Um dia, todos nós vamos

Portanto, decidamos

No viver mais terno

Fazer do nosso viver

ETERNO

Page 11: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Alforria (Eric Fanuel)

A alforria chegou e eu fui ao boteco pra comemorar

Bebi todas, festejei, a sorrir deixei o bar

Cheguei em casa, vejam que situação

Me peguei chorando pedindo de volta a escravidão

E na minha cama o castigo é a solidão

Eu fui liberto de corpo

Mas continuo escravo do meu próprio coração

Que pede a volta

Da minha dona

Vem, me escravize em seus carinhos

Vivo eternamente

Contigo a escravidão

Mas não vivo mais um minuto aqui sozinho

Flerte (Eric Fanuel)

A vida flerta com a morte

O ódio flerta com o amor

O azar flerta com a sorte

A amizade...

Ah, a amizade

Tem ao seu lado o mais terrível flerte

Ao flertar com a FALSIDADE

PEDIR PERDÃO Eric Fanuel)

Vim pedir perdão a quem me magoou

Pois se me magoou

Eu magoei também

Ninguém sofre a toa

Algum motivo tem

Vim te pedir perdão

Pra gente ficar bem, amor

A vida não é feita apenas de sorrisos

Mas a dor sei que preciso

Do meu peito expulsar

Page 12: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

ESQUEÇA AS MÁGOAS, VEM CANTAR O AMOR

COLHER FRUTOS DESSA PAIXÃO QUE A GENTE PLANTOU

Gota de samba (Eric Fanuel)

Sou uma gota no mar do samba

Mas sem as gotas não existiria o mar

O meu Brasil é um temporal de bambas

Eu sou orvalho de garôa

Porém também posso molhar

Vi muita gente começar

Sair do fundo desse mar

Pequena gota se tornar

Crista da onda

Eu vi o mar se renovar

E quem já estava continuar

Porque sambista, ex, não há

Assim é o samba

E aquela gota que ainda vai chegar

Sei que vai se encantar

Com o som das águas que já vinham a rolar

Meu grande sonho nunca foi e nem será

À crista da onda chegar

Meu sonho é sempre fazer parte desse mar

Esperança (Eric Fanuel)

A única esperança que tenho de chegar a algum lugar

É a eterna certeza de que ainda não cheguei a LUGAR ALGUM

Mestre Blá blá blá ( Eric Fanuel )

Chegou no samba com pompa de mestre Com as partituras na palma da mão Bancando o gênio veio bajulando a minha canção

O tempo passando eu fui percebendo que sua intenção Era mesmo seguir os meus passos pisando Naquilo que sempre eu fazia de bom

Page 13: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Hoje eu posso ver Que de nada isso valeu Pois só tenho na vida Em nome de Deus, aquilo que for meu

Pode espernear Mas senão trabalhar Vai sempre ficar na sombra Querendo ser "eu".

PODE VIR ME SEGUINDO OH, MESTRE "BLÁ, BLÁ, BLÁ" LARGANDO SEU CAMINHO PRA VER DA PLATÉIA O MEU SAMBA BRILHAR

Além do samba (Eric Fanuel)

Basta ter fé que um dia vem

Sua vitória num amor que vai além

Além do samba

Além de mim, além de ti

Além da vida

Até a morte ele venceu

Eu tenho fé que o meu axé vem de Deus

E quem tem fé nem precisa ter o dom de cantar

Basta apenas deixar sua voz ecoar

E as barreiras da vida ultrapassar

Toda dor no seu caminho

Deixa pra lá

Contagiando a toda a multidão que vem cantando

Batendo na palma da mão

Eu levo fé que o meu axé

Vem de Deus

Criança (Eric Fanuel)

Criança sonha em ser adulto.

Adulto sonha em voltar a ser criança.

Cante um Samba Comigo (Eric Fanuel)

Quando eu morrer

Page 14: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Pode chorar quem quiser

Pode sorrir também

Aquele que enfim se livrar de mim

Mas deixo a quem me ama um pedido

Cante um samba comigo

Cante um samba comigo

Pode ser um samba meu ou do Candeia

Luiz Carlos da Vila, Cartola, Xangô

João Nogueira

Pois creio que o poder da criação

Exala o perfume das rosas

Eis a luz da inspiração

Na alma sou um velho batuqueiro a cantar

A chama não se apagou, nem se apagará

Por isso quando eu morrer, faça uma roda de samba

Para eu subir cantando pra junto dos bambas

Rascunho (Eric Fanuel)

Nem tudo o que se escreve é arte

Pode ser um rascunho meu

Ou saudade de quem parte

Que não envolve aquele que leu

Mas em minh'alma se faz estandarte

Um louco escrevendo o que se viveu

Desde que o samba é samba (Eric Fanuel)

Ouvi dizer por aí que o samba morreu

Mas quem falou eu garanto que se esqueceu

Que o samba não é moda

O samba é bom, é fogo, o samba é raiz

Muito modismo chegou e sumiu

Page 15: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Só a raiz resistiu

O samba é a identidade do nosso Brasil

Desde que o samba é samba, o samba é

Sublime manifestação do povo

De repente ouvi alguém dizer

Que a raiz tem que dar lugar ao novo

Mas os galhos secam, flores murcham, folhas caem

E a raiz continua lá

E o que eu sinto pelo samba

É mais que o sonho de ser bamba

O samba é meu coração

Batendo em ritmo de samba

Samba, samba, samba meu amor

Osso duro (Eric Fanuel)

Não, não leve a mal

Eu aprendi que um homem pode chorar

Vendo a solidão se aproximar

Vendo um grande amor se acabar

Me dediquei enfim e te entreguei então

Todo o meu coração

Hoje eu estou aqui vivendo sem razão

Onde andará meu grande amor?

E eu sempre fui osso duro de roer

E eu, não sabia o que é choro

Agora eu chorei

Chorei de solidão

Chorei a falta de você

O que é perdão (Eric Fanuel)

Eu deixei tudo, minha família

E parti em busca de algo diferente

E aquela mulher que tanto me amou

Eu preferi deixar na solidão

Só pra ficar com você

Page 16: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Mas veio você e me abandonou

Me fez sofrer angústia e dor

Agora que sozinha está

Você vem me pedindo pra voltar

Agora não... eu não

Porque eu descobri o que é perdão

Aquela que eu não dei valor me aceitou de volta

Não quero mais errar, feliz estou

Vida de uma gota ( Eric Fanuel )

Uma gota de chuva caiu sobre a serra No seio da fonte juntou-se ao rio Viajou docemente até virar mar Ganhou sal, sentiu o arrepio De ver o reinado de Iemanjá

Trombando de onda em onda Chegou à margem da praia Quebrou, evaporou e subiu, novamente voou Misturou-se a uma nuvem E recomeçou

Novamente foi chuva, foi rio e mar Assim quis o destino Uma gota sorrindo A se eternizar

Somos gotas também Somos filhos, pais, avós, mais além Ao sair da nuvem mãe, a chorar No caminho a seguir, nós vamos procriar E no olhar de um filho, eu posso ainda Como a gota de chuva, minha pobre vida Ver eternizar

Debaixo do chão (Eric Fanuel)

Meu vizinho morreu, dessa vez estou perdido

É que a minha vizinha está procurando marido

Quando ela era casada o nosso romance transcorria bem

Hoje a mulher está na pista, mas eu tenho a minha “Maria Neném”

Se eu não largar meu amor, ela jura que conta pro mundo saber

Page 17: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Já rezei para todos os santos tentando fazer meu vizinho viver

Que situação, vou perder a Maria neném

Acho que vou me juntar ao vizinho, é melhor morrer também

Meu Titanic afundou, a mamata babou, o que é que eu vou fazer?

Fui xavecar com a vizinha, que agora sozinha, vem me aborrecer

Oh, vizinho vê se volta

Levanta desse caixão

Senão vai ter companhia morando contigo debaixo do chão

Viver ( Eric Fanuel )

Neste mundo fascinante Hoje posso entender Que um dia a MENOS de vida É um dia a MAIS pra se viver

E vou viver até morrer Pois meu viver É um presente da vida

E vou soltar meu canto no ar Pois meu cantar É meu presente para a vida

Pois a vida é tão linda Não há tempo pra chorar Quero sorrir e cantar Quero viver para amar

Viver é um dom Que é preciso agradecer O saber do quanto é bom Enxergar cada amanhecer

Canção de São Bento (Eric Fanuel)

Que a sagrada cruz seja a minha luz

Rogai por nós, oh, Bento de Deus

Fé, eu quero ter a sua fé e trabalhar pela missão

Pois ser de Deus é minha vocação

Page 18: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Mesmo se for na solidão

Não, não beberei o veneno do mal

Que o inimigo se destrua com seu próprio mal

Retira-te daqui com seu tormento

Somos de deus, protegidos do Bento

A chuva que cai (Eric Fanuel – Angelo Moreira)

(Vencedor do Magé Fest 99 – MPB)

Vai chovendo, vou sofrendo sem saber como está você

Estou sofrendo, aqui dentro não tem mais onde doer

Que saudade amor, do teu beijo, teu carinho, tua pele

Que vontade amor de te enlouquecer, te amar

A chuva que cai lá fora, eu sei vai passar

Mas eu não tenho a certeza de te encontrar

Espero que essa carta chegue e você entenda por favor

O quanto eu quero reviver aquele nosso amor

Overdose de Amor (Eric Fanuel/Rodrigo Costa)

Se estás sentindo vazio o teu coração

Uma imensa tristeza dentro de ti

Se achas que um mundo cheio de ilusão

Tirou tudo o que lhe fez feliz

Não é nada disso que Deus quer para você

Page 19: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Viver de drogas é ilusão que faz sofrer

Saiba que Jesus é o grande Senhor

Que te dá uma overdose

Uma overdose de amor

Às vezes roubar, matar, se arruinar

Pra manter o vício Pois Jesus te ama e pode te curar

Foi por ti, na cruz, aquele sacrifício

O País por quem choro (Eric Fanuel)

Um desempregado quis se jogar lá no plenário

É só mais um brasileiro a ser tratado como otário

O político prometeu, seu emprego vai chegar

Preencha o currículo e vá pra casa esperar

2, 3, 4, 5 meses, o que for

E até lá o que meus filhos vão comer, oh, seu Dr.?

Pois se acabar o desemprego “oque eles vão prometer”?

Se acabar a fome “O que eles vão prometer”?

É de promessas que eles vivem para se reeleger

Tem deputado infiltrado, tem juiz, tem senador

Gravatas escondendo trafico e sequestrador

Mas se o desempregado para garantir o pão

Quiser virar camelô vai ser tachado de ladrão

Olha o boné, olha o CD

Agora é crime batalhar pra ter em casa o que comer

Por isso tudo que eles querem é acabar com o Brasil

Levando a gente junto para o fundo do barril.

Brasil é o país por quem luto, debato, discuto

Pra ver melhorar

Brasil é o país por quem choro, suplico, imploro

Pra ver a justiça acontecer

Amor que não se esquece (Eric Fanuel)

O samba rolou, o amor chegou

E eu descobri que é você a minha vida

Um novo sol iluminou meu coração

E fez o tempo se modificar

Então eu me entreguei a esse amor que transformou

Page 20: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Tudo o que havia entre a gente

Daí o tempo esquentou

Meu corpo inteiro suou

O amor que é verdadeiro é para sempre

Me leva, meu amor, me faz viver

Vendo a felicidade acontecer

Com uma andorinha o verão não acontece

Mas duas é um amor que não se esquece

Em algum lugar do mundo (Eric Fanuel)

Em algum lugar do mundo alguém agradece a Tupã

Alguém agradece a deus, alguém agradece a Alah

Alguém agradece a Javé, alguém agradece a Jeová

Alguém agradece a Oxalá

Pela graça de acordar, ouvir os passarinhos a cantar

Muito obrigado, oh Senhor da Paz

Nem sei como fazer, Senhor, não sei como chama-lo

Pra não ser mais um mártir senhor, mais um discriminado

Senhor, tu és um só, um Deus, um criador

Que trata a todos os filhos com amor

Sou pobre e pecador, mas sei somos iguais

Perante o seu amor de pai

Filho de África (Eric Fanuel)

Eu sou filho da mae Africa

Filho de mãe Africa

Negro veio de lá, veio no navio negreiro

Amontoado como entulho, direto pro cativeiro

Para o conforto europeu, negro calejou a mão

Foram séculos de luta, contra a escravidão

Page 21: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Negro plantou e colheu e construiu uma nação

Negro foi proibido no culto dos orixás

Negro construiu igrejas, e cavucou ouro nas Minas Gerais

Levou chibatada no lombo, negro fugiu pro quilombo

E depois do sofrimento, veio a lei da liberdade

Negro na rua jogado, é preso por vadiagem

Minha infância (Eric Fanuel)

Nos meus tempos de criança

Tia Lúcia me ensinava o bê-á-bá

Saia pra andar de charrete na praça

Era um bode a puxar

Sorvete era na cinderela

Oh, que saudades daquela

Doce Padaria Vitória

Onde lema era Pão quente a toda hora

Lambe-lambe tirando fotos

E com Dona Presentina

Aprendia a doutrina

De a Cristo respeitar

Mergulhei no Roncador

Alegria nunca nos faltou

Rodeios e tombos com os primos

Nos bezerros de meu avô

Juro que tentei jogar bola

Lá no campinho do Hulk

Mas menino, só chorava

Toda vez que alguém me olhava

Venci muitos traumas e lembro

Que um dia, fui o pior

Humilhações eram sempre

Era de todo o tipo de gente

E hoje vejo que foi melhor

Aprendi a me amar

Hoje vivo a cantar

E aqueles que zombavam

Só queriam era brincar

Hoje cantam os meus sambas

Até vejo alguns deles

Desse nego se orgulhar

Meus Principais Sambas de Enredo pelo Brasil a fora.

2002 – Mocidade Alegre de Citrolândia – Guapimirim – RJ

Enredo: Na política, descuido e descaso. Mesmo assim Citrolândia sobrevive

Compositor: Eric Fanuel

Quem vê a minha escola na avenida com energia, alegria e vibração

Page 22: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Nem imagina como é o ano inteiro desse povo hospitaleiro

Que sofre, chora e ninguém estende a mão

Politicamente abandonado

É o filho sem escola e o pai desempregado

A saúde é precária, não tem alimentação

E seu barraco “Deus segura com suas mãos”

Quero votar, é meu direito de mudar essa realidade

E para que eu não vote em branco nesse pleito

Governantes deem jeito na nossa comunidade

Mesmo sofrendo a gente vai sobrevivendo

Citrolândia na cultura se supera, é genial

No esporte a gente brilha com união

Lá vem a nossa quadrilha pra saudar a São João

Quando chega o carnaval, eu sou seu fã

A mocidade outra vez é campeã

2004 – Estrela da Mocidade – Guapimirim - RJ

Enredo: Origem do carnaval

Autores: Eric Fanuel / Vaguinho / Jorginho / Vitinho / Rogerio Nunes

Refrões

A rainha, lavadeira

Mestre sala, o gari

Vem encantando Guapimirim

Baticumbum prugurundum, ecoou foi genial

E surgiu o Zé pereira com seu bumbo triunfal

2004 – Mocidade Alegre de Citrolândia – Guapimirim - RJ

Enredo: Nas aguas claras e nas matas virgens, as divindades cantam para Omar

Cardoso

Melhor samba de Guapimirim – Grupo especial 2004.

Chorando rufou o tambor, Mãe Africa seu grito foi de dor

Do meio da senzala veio a fé de um povo clamando axé

Page 23: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Expandindo a Umbanda e o Candomblé

E lendo o destino foi que a cigana encantou esse menino

Brilha a estrela de Omar

A Mocidade vem te homenagear

O meu samba é oferenda para Iemanjá

Sacudindo a massa na dança dos orixás

Das fontes da serra vêm a iara, trazendo a cachoeira de encontro ao mar

E das matas virgens vêm surgindo o Sac e o Curupira

Lendas da crendice popular

Oh, Reis, Salve Oxalá, salve Xangô

Seres brilhantes de beleza divinal

E com Ogun, Oxossi e Iansã

A Mocidade é campeã do carnaval

Tuntuntun, tuntuntun

Arrebenta bateria

Das divindades, para o pai da astrologia

2004 – Tatuí no Farol – Campos dos Goytacazes – RJ – Bloco de Embalo

Enredo: 10 anos de história

Autor: Eric Fanuel

Na ânsia de ser feliz

Fizemos as letras com chapas de raio x

Colamos nas camisetas, nasceu assim o Tatuí

Page 24: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

O tempo se expandiu e o Tatuí evoluiu

Fui surfista, fui gigante, falei dos petroleiros e saudei aos navegantes

O Tatuí em festa nesta noite especial

Já são 10 anos do meu carnaval

Tatuí no Farol, beleza pura

Tatuí no farol, ninguém segura

10 anos de amor e harmonia

Eu vou me embalar nessa folia

2005 – Unidos da Ponte – Guapimirim

Enredo: A última viagem do trem de Guapimirim a Teresópolis

Autores: Eric Fanuel/ Jouber/ Julio/ Da Penha - Melhor samba de Guapimirim 2005

Tristeza invadiu meu coração no dia da jornada derradeira

Eu fecho os olhos e relembro a alegria do menino baleiro e o vendedor de especiarias

Guararema, hoje és Guapimirim

O ponto da minha partida no rumo dessa terra sem igual

Me encantei com a fauna e flora na barreira

E de encontro à natureza, na bela igreja eu renovo a minha fé

Cachoeira... xuê, xuá... Aguas claras onde o sol vem se banhar

Parou pra abastecer na caixa d’água

Mas adiante vem chegando o garrafão

E do soberbo avisto o Dedo de Deus

Abençoando a nós, os filhos seus

Na estação do alto e sua feira de artesanatos

É lá que está o meu amor

E outras mocinhas esperando namorados

Vejo o cruzamento, o meu destino a Várzea chegou

Saudações a Augusto Vieira que o grande sonho realizou

O trem da Ponte vai partir, sacode a massa

Sonho e nostalgia, Maria Fumaça

Eu quero ver alegria, eu quero ver

Nessa viagem de Guapi até Terê

2006 – Coração da Quinta – Guapimirim – RJ

Enredo: Todas as formas de amor

Autores: Eric Fanuel / Jouber / Vitinho / da Penha

Na opinião de muitos, o melhor samba que já passou na Avenida de Guapimirim

Lá vou eu, cantando um sentimento universal

Primatas, na caverna, clava e força

Page 25: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Pra Adão e Eva, no Éden, Sedução

Se é maternal, é magistral, incondicional

Pierrô, arlequim e colombina, no carnaval sob confete e serpentina

Paixão em forma de canção

Amor bandido vem me dar sue coração

E batalhando numa guerra sem igual

Anjos do bem vencendo o mal

O amor numa vitória triunfal

Chuva de arroz, traz felicidade

Vem com a Quinta celebrar

Mais um casal apaixonado na cidade

Amando e espantando a tristeza

Sou patriota pela própria natureza

Surge o palhaço, um amante da alegria

Ousadia que o sorriso das crianças irradia

Na noite, as belas damas do amor

Malandro que por acaso se apaixonou

E a paz, maior desejo de quem ama

Coração da quinta reacende a sua chama

Meu amor, na avenida um canto ecoou

Hoje vermelho e branco é ouro

Oh, Quinta, tu és meu maior tesouro

2006 – Acadêmicos do Bananal – Guapimirim – RJ

Enredo: Da Senzala à Glória. A Raça Mãe do nosso carnaval

Autor: Eric Fanuel

Melhor samba do carnaval 2006

Zumbi, rei dos Palmares, vou cantar

Num tributo a esse povo que com sangue construiu

Page 26: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Toda grandeza da história do Brasil

Negro no tronco a sofrer humilhação

E a menina negrinha faceira se tornou mulher guerreira

E deu origem à libertação

Xica da Silva, que sedução

Abriu caminhos pela força da paixão

E a princesa abençoada naquela tarde assinou

A carta pelos negros tão sonhada

A senzala em festa, Odoiá

A vitória pela fé na rainha do mar

E a academia de samba do Bananal

Vem cantar na avenida

A Raça mãe do nosso carnaval

Sou Bananal

A negritude em um canto de igualdade

Obrigado meu senhor

Pela liberdade

2007 – Acadêmicos do Bananal – Guapimirim – RJ

Enredo: A mais nova estrela da constelação do carnaval

Autor: Eric Fanuel

Melhor samba do carnaval 2007

Me faz tão feliz estar aqui, Guapimirim

Paraiso da ecologia

Page 27: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

E melhor carnaval que eu já vi

E ao fazer parte dessa história,. Para o Bananal é glória, emoção

Eu vi a Ponte invadir Magé na raça, pra buscar aquela taça

Em meio a blocos tradicionais

Oô, Amendoeira, que saudades, vitória, lembrança

Oô, vem, volta logo a brilhar

O seu regresso é a nossa esperança

E o meu pequeno Bananal virou estrela, fenomenal

Dizia o poeta não custa sonhar

Com a Academia campeã do grupo A

Citrolândia, é futebol e carnaval, esse é seu povo

De azul e branco, majestosa vem a Reta

E da praça Niterói, cidadania, vem o balde aí de novo

Oh, Quinta, quem é que por ti não se apaixonou

Chegou e conquistou nossa cidade

Cantando os encantos do amo

Que luz é essa, sem igual

Acadêmicos do Bananal

É lindo vê-la, mais nova estrela

Da constelação do carnaval

2008 – Mensageiros da Paz – Guapimirim – RJ

Enredo: Tradições culturais do Brasil

Autores: Eric Fanuel/ Vitinho/ Jouber/ Da Penha

Campeão do grupo de acesso

Miscigenou, floriu, nova cultura aqui surgiu

Page 28: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

E hoje sou ummensageiro das riquezas, maravilhas do Brasil

Em cada esquina a cada canto um novo jeito

Festa profana, religião

Diversas raças a formar uma nação

De norte a sul o meu Brasil é tradição

Bate tambor, danço congada

Se é berimbau, vamos gingar

Bumba meu boi, numa ciranda vou rodar

Marujada enriquecendo a cultura popular

Peço proteção ao Divino, que me guie ao destino

Me ensinando a caminhar

E na lavagem do Bonfim eu peço axé

Verso e rima, oh, poesia

E os mestres escondidos no cordel

Literatura encantando o menestrel

Sou “Mensageiros”, peço passagem pra minha escola desfilar

Da paz eu sou guerreiro

Abro a cortina do folclore brasileiro

2009 – Acadêmicos do bananal

Enredo: A história do sonho e o sonho na história.

Autores: Eric Fanuel/ Vitinho/ Jouber/ Da Penha

Melhor samba do carnaval 2009

Hoje o Bananal se faz menino sonhador

Vem cantando os desejos

Page 29: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

A criatura quis ser mais que o criador

No ar buscar, sonhar voar

Ícaro em cera sucumbiu

Santos Dumont és nossa glória

E o céu é uma conquista do Brasil

O 14 bis, as asas que o homem sempre quis

Gira, gira e veio a roda para aliviar

Fogo ardente que me aquece e faz cantar

E o mundo virtual, chegou a evolução

Nas asas da imaginação

O sonho de criar a vida, o incurável curar

E a az buscada em meio a guerras que não se encerram

Está em cada um de nós

Eu vou buscar de dentro do meu coração

A força pra cumprir essa missão de ver sorrir meu bananal

Academia do samba, esse é o sonho ideal

Mostra sua garra e seu amor Academia

Ressurge o sonho, Bananal

Na ave da mitologia

2009 – Acadêmicos do Litoral Paranaense – Paranaguá – PR

Enredo: Se essa avenida fosse minha

Autor: Eric Fanuel

Melhor samba de Paranaguá – 2009

A cortina se abriu, em poesias o sonho reluziu

Na inocente fantasia

Page 30: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Ah quem me dera, essa avenida fosse minha

E eu criança, nessa pista ser um rei

O tempo inteiro quero brincar

Pintar o mundo com as cores da ilusão

Jogar bola, soltar pipa

Ser um herói na festa da imaginação

E o fascinante Litoral

Cantando sonhos, sensacional

Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar

Em verde e rosa nossa glória conquistar

Imagine um mundo lindo onde a vida reinaria

A paz vencendo todo o mal da violência

O povo livre da fome

A lei do amor prevalecendo sempre

Não importa sua cor, sua condição, religiosa ou sexual eu sei és meu irmão

E juntos somos nós o carnaval

Ah, se essa avenida fosse minha

todo dia seria folia

e eternamente a verde e rosa brilharia

2009 – Unidos da Paulicéia – S. Bernardo do Campo – SP

Enredo: Quem não se comunica se trumbica

Autor: Eric Fanuel

Campeã do grupo de aesso

Refrão principal

Page 31: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Quem não se comunica se trumbica

Hoje é carnaval

Sou Paulicéia, sou palco, sou plateia

Cantando o velho imortal

2010 – acadêmicos do Litoral paranaense – Paranaguá – PR

Enredo: Xeque mate

Autor: Eric Fanuel

Reza a lenda que Rajá num momento de tristeza

Recebe o jogo das mãos de Lahur

Pra espantar a depressão e no peito a gratidão

Num grão de trigo a recompensa a pedir

Lahur Sasse humilde servo foi nomeado vizir

Na índia onde tudo começou, shaturanga primitivo era o xadrez

Sempre viva imortal, xadrez

São muitos torneios, grandes campeões

São peões, cavalos, reis, rainhas

É tradição que hoje embala a academia

Xeque mate

É jogo, é arte milenar

No tabuleiro do amor

Tem show em Paranaguá

A verde e rosa está de volta ao seu lugar

2011 – Imperatriz Zona Norte – Cruz Alta – RS

Enredo: Sou curioso, e você? Autor: ERIC FANUEL Desde a criação a humanidade vive em busca do saber e no pecado original, curiosidade que entristece o criador.

Page 32: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

O fogo vem nos aquecer, o instinto humano fez a caixa se abrir liberta o mal contido em pandora a esperança é o que nos resta agora E vem da grécia milenar um show de civilização na europa um modelo de nação, onde o romano foi buscar a inspiração.

Filosofia alquimista... evolução

julgamento, intolerancia, inquisição. lançados à sorte, fogueira da morte desvenda essa cultura, zona norte

Doutrina contra a liberdade ... a renascença venceu

ciencia, arquitetura e arte. é o homem a "o novo" descobrir

Na curiosidade, a humanidade, inventa uma vivencia bem melhor. e a ambição que nos mergulha em meio a guerras

poluição que não se encerra será que estamos rumo ao nosso fim ?

Recriar a vida, curar o incurável.... me diz: como será o amanhã

criança, está em ti nossa esperança. faz do meu sonho mais bonito,

uma viagem para além do infinito

Sou curioso e quem não é?

não sabe ser feliz vesti vermelho e branco

e descobri a campeã: Imperatriz

2012 – Unidos do beco – Cruz alta – RS

Enredo: Mitologia no Samba

Autor: Eric Fanuel

Melhor samba de Cruz alta – 2012

Vem do beco meu amor, o pulsar do coração

A comunidade é pura paixão

Page 33: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Em versos cantando a mitologia

O Olimpo hoje invade a folia

Réia, mãe réia, como proteger os filhos seus?

Depois da tristeza a grande ideia que fez surgir o grande Zeus

Libertação a seus irmãos, ao cruel Cronos, destrono

Olimpo, de Atenas, o saber e a luxúria

Das ninfas e seus raios de doçura

Na grandeza do universo, a divisão

Céus e terra a Thor, deus do trovão

Aos mares Poseidon, inferno de Hades

É o beco recriando a criação

Medusa, de olhar petrificador

E Afrodite a deus do amor

Nos mares, de tridente o seu Senhor

No submundo, Hades e o elmo da escuridão

E cérberus multi-cabeças o seu cão irracional

Faz do mito realidade, meu beco

E vem brilhar no carnaval

2012 – GRES Flor de Magé – Magé - RJ

Enredo: Lapa, Berço da Boemia carioca.

Autores; Eric Fanuel/Vitinho/Jouber/Bidis/J. Luna

Campeão do carnaval mageense

O show vai começar, cortinas vão se abrir

Sob as luzes da ribalta a boemia carioca se encantou

Page 34: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

Lapa, oh, Lapa, berço de bamba abençoado pelo criador

A nostalgia nos levou em poesias a um reduto de imortais

Enquanto a cidade adormecia a Lapa nos seduzia

No sereno, acalanto

Eu passo gingando e te desafio

O meu orgulho é ser vadio

O samba vai levantar poeira

Em roda de malandro, quero ver quem vai sair

Hoje a minha flor te encanta

Magé, a Lapa é aqui

Mas o tempo te modificou

Deixou pra trás, aquela velha boemia

À margem dos sonhos, desejos profanos

Na Lapa da contradição

E hoje sua riqueza ressurgiu

Foste ontem, és pra sempre

Um grande mosaico cultural

Te faz presente em nosso carnaval

Quero cantar, comemorar

Quero brindar com meu amor

Os arcos da Lapa nós vamos cruzar

Desabrochando com a Flor

Page 35: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

2012 – Unidos da Comendador Reis – Magé – RJ

Enredo: No riso e no Sorriso

Autor: Eric Fanuel

Melhor samba de 2012 – Magé

Minha escola na avenida é criança

Na esperança de um mundo bem melhor

Eu sou palhaço trapalhão

Da vida faço uma zorra pra viver

E o velho chacrinha, palhaço guerreiro

Com frases que não se esquecem jamais

Suas marchinhas que alegram carnavais

Eu vi a palhaçada dos Mamonas e sorri

Diz a canção que o palhaço é

Somente o ladrão de uma mulher

Quanto riso, oh, quanta alegria

Mais de mil palhaços no salão

Comendador traz o triângulo amoroso

Arlequim chora no meio da multidão

Pintei a cara, para mudar toda história da nação

Tem palhaço no congresso

Representando a população

Chorei quando fui feito de palhaço

Por muitos anos sem brincar o carnaval

E hoje sou palhaço da alegria, Magé sorria

Comendador chegou em alto astral

Hoje tem alegria, tem sim senhor

Gargalhada e folia, Bravo

Vem no riso e no sorriso, Comendador

Saúda o palhaço nesta festa multicor

Page 36: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

2013 – Unidos da Comendador Reis – Magé

Enredo: Aos orixás, com muito amor

Autor: Eric Fanuel

Ao lado do Butantã de Santo Aleixo, as únicas notas 10 de todas as agremiações do

carnaval.

Bate no couro ogã, pra exu que a festa já vai começar

Eu sou gege, eu sou nagô, sou África, eu sou

Bahia, candomblé, Comendador

Quem manda na mata é oxossi, ogun iê, Ogun

Toda justiça do machado de Xangô

Oh, grande rei, Kao

Saluba nanã, mamãe oxun, ora ie ie

Odoiá, iemanjá, iansã, eparrei

Oba sire obá, meu canto é para vocês

Oxumarê, és homem mulher

Arrum boboi

Atoto obaluaê, salve as crianças, erês

Ah, na festa dos orixás

Danças, rezas, rituais

Desde os meus ancestrais

O som de angola ressoou

Todos os povos são bem vindos nesse show

Faz ecoar , Comendador

O batuque do tambor

Eu vim pedindo as bênçãos do pai oxalá

E com sua licença eu vou entoar

Aos orixás com muito amor

A canção do meu Comendador

Page 37: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

2009 – Unidos da Vila Olímpia – Guapimirim RJ

Autor: Eric Fanuel

O Rio Guapimirim desce em forma de cançao

Vem... nascente pequena e desce a serra

Batizada pelos índios, dando nome à cidade que é meu amor

Guapimirim, vem cortando vem “soberbo”

Dedo de Deus abençoa

Suas águas cristalinas a correr

Encantando a realeza com sua beleza e riqueza

Em suas margens se instalou o imperador

Abastecendo as cidades da região

Suas águas embalando a minha canção

Traz a cura para o mal, quinino

Vou com meu barco pesqueiro de encontro ao grande mar

A Vila Olímpia em alto astral

Vem transformar em carnaval

Seu belo rio e a história eternizar

É hora de pensar em preservação

Nossa fauna e nossa flora de renome internacional

A Vila ao completar seus 30 anos na avenida

Cantando nossas águas, nosso verde, nossa vida

Com a esperança de um futuro onde eu vou ouvir

Que a Amazônia é aqui

Quando vejo meu povo cantar

Sinto meu coração palpitar

Sou Vila Olímpia sim

O meu orgulho é sem fim

Descendo as águas do rio Guapimirim

Page 38: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

2013 – Unidos da Vila Olímpia – Guapimirim RJ

Autor: Eric Fanuel

Obs: Samba derrotado na quadra do Vila Nova de Magé, reaproveitado em

Guapimirim. Nota 10

A comunidade da minha vila

Vem guerreira e não vacila pra fazer seu carnaval

Vem contando a história de um menino de mente aberta e pé no chão

Chegou de S. Luís do maranhão

No ventre materno o carnaval o escolheu

Pra trazer a luz aos corações

Marcou seu nome por todas as gerações

O rei teme a assombração

Nas ilhas de Salomão

Um lindo canto flui por toda a vila

Sonhei com Rei e deu João

Ele queria bailar

Porem o seu destino era ir bem mais além

Salgueirando e como um beija flor, voou, voou

Olorun e as pretas velhas iaôs

Abençoaram seu destino, na bola do mundo e com Adão

Mesmo proibido oh, meu senhor, olhai por nós

A vila vem soltar a sua voz

Sou Vila Olímpia e canto ao velho João

Um respeito imenso em meu coração

Sacudiu, explodiu

Um show de imaginação

Page 39: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

2013 – GRES Flor de Magé

Enredo: Música, a voz do coração

Autores: Eric Fanuel, Boró, Vitinho, Jouber, Bidis do Cavaco

Campeão do carnaval mageense

A minha Flor de Magé vai te levar em notas musicais

Gira, bailarina num doce canto de paz

Nas ondas do radio eu sintonizei

Nas noites douradas, apaixonei

Já fiz você chorar me ouvindo na voz de um rei

Ao velho guerreiro, aquele abraço

As rosas não falam, exalam amor

Que coisa mais linda, mais cheia de graça

É ela quem passa, é demais minha Flor

Eu sei que vou te amar, por toda a vida

Eu vou te amar

Assim em versos e prosas

Minha melodia te faz delirar

Não posso ficar mais um minuto sem você

E na guitarra, um rock do bom

Vem viajar no meu som

Capital do samba ou Inaê

A música te dá prazer

Ela me faz ver estrelas, sem olhar pro céu

Ela é a voz do coração

A música invade a alma

Arrepia o corpo

É pura emoção

Page 40: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

2014 – Acadêmicos do Limoeiro – Guapimirim

Enredo: Preservar é preciso

Autores: Eric Fanuel e Vitinho

Ao lado da Unidos da Reta, únicas notas 10 do grupo especial de Guapimirim

Desce a ladeira Limoeiro

Povo forte e guerreiro pra cantar Guapimirim

O bailar das aves anuncia sua beleza que irradia

É violenta, a queimada é covardia

Pelos manguezais a vida quer sobreviver

Cenário de fé, beleza rara

Desde a baía de Guanabara

O macaco muriqui, dourado é o mico leão

Ao paraíso bem perto do céu

O Limoeiro solta a voz do coração

Fiz da quimera, canção

O homem e a natureza em perfeita comunhão

Sob a sombra do Dedo de Deus e o céu azul como o meu limoeiro

A missão é minha, é de todos nós

De levar a nossos filhos

Uma cidade cada vez melhor

Pois quem ama cuida e eu vou lutar até o fim

Fazer ecoar o meu clamor ao som do surdo no rufar de um tambor

Compartilhando o amor de forma genial

À natureza, em carnaval

Vem Limoeiro em nome da preservação

Desmatamento, eu digo não

Vai surgir a nova era

O paraíso verde te espera

Page 41: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

PREMIAÇÕES

1995 – SEGUNDO LUGAR NO FEMSSAN – SANTO ALEIXO – MAGÉ 1996 – PRIMEIRO LUGAR NA ELIMINATÓRIA MAGÉ DO FESTIVAL

VOCACIONAL 1997 - PRIMEIRO LUGAR NA ELIMINATÓRIA MAGÉ DO FESTIVAL

VOCACIONAL 1998 - PRIMEIRO LUGAR NA ELIMINATÓRIA MAGÉ DO FESTIVAL

VOCACIONAL 1999 - SEGUNDO LUGAR NA ELIMINATÓRIA MAGÉ DO FESTIVAL

VOCACIONAL 1999- CAMPEÃO DO I FESTIVAL DE MPB DE MAGÉ – COMPOSITOR E

INTÉRPRETE 1999 – CAMPEÃO DO FEST MUSIC MAGÉ – INTÉRPRETE 2000 – CAMPEÃO DO II FEST MUSIC MAGÉ - INTÉRPRETE 2000 - PRIMEIRO LUGAR NA ELIMINATÓRIA MAGÉ DO FESTIVAL

VOCACIONAL 2001 - PRIMEIRO LUGAR NA ELIMINATÓRIA MAGÉ DO FESTIVAL

VOCACIONAL 2002- VENCEDOR DO SAMBA ENREDO DA MOCIDADE ALEGRE DE

CITROLANDIA 2003 – INTERPRETE DA MOCIDADE ALEGRE DE CITROLANDIA –

CAMPEÃO 2004 – VICE-CAMPEÃO DO CARNAVAL DE GUAPIMIRIM, INTÉRPRETE

DA MOCIDADE 2004 – MELHOR SAMBA DO CARNAVAL DE GUAPIMIRIM – MOCIDADE 2005 – INTÉRPRETE AO LADO DE VITINHO UNIDOS DA PONTE –

GUAPIMIRIM - CAMPEÃO 2005 – MELHOR SAMBA DE GUAPIMIRIM – UNIDOS DA PONTE 2006 – INTÉRPRETE DO CORAÇÃO DA QUINTA COM CLEBER SALLES

GUAPIMIRIM – CAMPEÃO 2006 - INTÉRPRETE DO ACADEMICOS DO BANANAL COM CLEBER

SALLES GUAPIMIRIM – CAMPEÃO (B) 2006 – MELHOR SAMBA DE GUAPIMIRIM – ACADEMICOS DO

BANANAL 2007 – MELHOR SAMBA DE GUAPIMIRIM – ACADEMICOS DO

BANANAL 2008 – AUTOR DO PRIMEIRO SAMBA-TEMA DA HISTÓRIA DE

GUAPIMIRIM – ALEGRIA PARA TODOS 2008 – MELHOR SAMBA E GUAPIMIRIM – PIRANHAS DO PSSIU

Page 42: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

2009 – MELHOR SAMBA DE GUAPIMIRIM – ACADEMICOS DO BANANAL

2009 – MELHOR SAMBA DE PARANAGUÁ – PR – ACADEMICOS DO LITORAL

2009 – CAMPEÃO DO ACESSO EM PARANAGUÁ – PR – ACADEMICOS DO LITORAL

2009 – CAMPEÃO DO ACESSO EM SÃO BERNARDO DO CAMPO SP – PAULICEIA

2009 – MELHOR SAMBA ENREDO EM JUNDIAÍ – SP – LEÕES DA HORTOLÂNDIA

2009 – 15 ANOS DE HISTÓRIA COM CERCA DE 600 CONVIDADOS EM GUAPIMIRIM.

2010 – AUTOR DO ENREDO CAMPEÃO EM GUAPIMIRIM – MENSAGEIROS DA PAZ

2010 – CAMPEÃO DE SAMBA ENREDO EM PARANAGUÁ – PR – ACADEMICOS DO LITORAL

2010 - CAMPEÃO DE SAMBA ENREDO EM SÃO BERNARDO – SP – UNIDOS DA PAULICÉIA

2010 – CAMPEÃO DE SAMBA ENREDO EM ITÁ –SC – GRES KIZOMBA 2010 – CAMPEÃO DE SAMBA ENREDO EM CURITIBANOS – SC – JACARÉ

DA SERRA 2010- CAMPEÃO DO ACESSO COMO INTÉRPRETE AO LADO DE

VITINHO – U. DA RETA 2010 - VENCEDOR DE SAMBA ENREDO EM CRUZ ALTA RS –

IMPERATRIZ ZONA NORTE 2010 – CAMPEÃO DO ACESSO COMO COMPOSITOR – U DA RETA 2011 – REVELAÇÃO DO CARNAVAL EM GUAPIMIRIM – PRESIDENTE CAMPEÃO DE SAMBA ENREDO – CRUZ ALTA – PR – ACADÊMICOS DO

SOL 2012 – CAMPEÃO DO CARNAVAL DE MAGÉ DE BLOCOS (UNIDOS DA

VILA NOVA) 2012 – CAMPEÃO COMO COMPOSITOR DO CARNAVAL DE ESCOLAS EM

MAGÉ – FLOR DE MAGÉ 2012 - MELHOR SAMBA DO CARNAVAL – CRUZ ALTA – RS – UNIDOS

DO BECO 2012 – CAMPEÃO COMO COMPOSITOR DE ACESSO EM GUAPIMIRIM –

UNIDOS DO BALDE 2012 – CAMPEÃO DO CARNAVAL EM GUAPIMIRIM, COMO

COMPOSITOR – CORAÇÃO DA QUINTA. 2013 – CAMPEÃO DO CARNAVAL DE MAGÉ – UNIDOS DO VILA NOVA

– BLOCOS 2013 – CAMPEÃO DO CARNAVAL DE MAGÉ – GRES FLOR DE MAGÉ –

ESCOLAS

Page 43: 1976 - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/5406371.pdf · mostrando que o “nêgo” da exclamação não era preconceito e simplesmente o jeito

2013 – INTÉRPRETE DO CORAÇÃO DA QUINTA COM CLEBER SALLES GUAPIMIRIM – CAMPEÃO

2014 – INTÉRPRETE CAMPEÃO DO ACESSO EM GUAPIMIRIM COM UNIDOS DO BALDE, AO LADO DE VITINHO E MAICON LOPES.

2014 - AUTOR DO SAMBA TEMA DO CARNAVAL DE GUAPIMIRIM, AO LADO DE VITINHO. GUAPIMIRIM É SHOW DE BOLA.

2014 – TROFÉU “ENCANTOS DE MAGÉ” – PELO CONJUNTO DE SUA CARREIRA – ILE ASÉ OGUN ALAKORO

2014 – PREMIO AMIGO DA CULTURA, PELO CONJUNTO DA OBRA – GREMIO MUSICAL MAGEENSE

2014 – ACLAMADO IMORTAL DA ACADEMIA DE CIENCIAS, LETRAS E ARTES DE MAGÉ – RJ

VENCEDOR DO TROFEU BAIXADA, CATEGORIA MÚSICA – OSCAR DA CULTURA.