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Expansão marítima portuguesa e o “descobrimento” do Brasil Prof. Cristiano Pissolato

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Expansão marítima portuguesa e o “descobrimento” do Brasil

Prof. Cristiano Pissolato

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Razões para a expansão marítima

• A Europa do século XIV tinha sofrido uma baixa demográfica significativa (peste negra) e a falta de gêneros alimentícios.

• Esgotamento das minas de ouro e de prata

• Uma saída para a crise: o acumulo de riqueza por meio do desenvolvimento da atividade comercial-marítima.

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• As cidades italianas, principalmente Gênova e Veneza controlavam com quase exclusividade esse comércio.

Os italianos adquiriam as mercadorias nos portos controlados pelo muçulmanos e revendiam as mercadorias a preços altíssimos.

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• Comércio de especiarias (cravo-da-índia, pimenta-preta [pimenta-do-reino], noz-moscada, canela, gengibre) e também de artigos de luxo (porcelanas, tecidos de seda, perfumes, marfim e o ouro).

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Mitos e perigos em alto mar

• A Terra era achatada como uma pizza, afastando-se muito do litoral as embarcações cairiam em um abismo.

• Na linha do Equador as águas ferviam e as embarcações incendiavam.

O Oceano Atlântico era conhecido como “Mar Tenebroso”.

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• Mitologia (sereias, serpentes gigantes, etc.).

“A Grande Serpente Marinha” do dinamarquês Hans Edege.

Mar de monstros e outras criaturas estranhas, gravura de Sebastian Münster em 1550.

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• Os perigos reais eram os ventos desfavoráveis, ameaça de encalhe, desconhecimento dos locais, fome, doenças e a falta de água.

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Tecnologias que possibilitaram a navegação no Oceano Atlântico

• Bússola – invenção chinesa e levada devido as trocas comerciais pelos árabes a Europa.

O ponteiro magnetizado da bússola sempre se alinha de forma precisa com o campo magnético da terra e apontando sempre para o norte.

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• Astrolábio – possibilitava a medida da altura dos astros, assim podia-se saber a distância entre o ponto de partida até o local onde o navio se encontrava.

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• Quadrante – também se utilizava para determinar a distância entre o ponto de partida e o local da embarcação.

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• Esfera armilar – colaborando para a localização das embarcações, o instrumento continha a linha do Equador, meridianos e paralelos.

Esfera armilar aparece atrás do brasão na atual bandeira portuguesa.

Equipamento de navegação é representado no brasão da bandeira do Brasil durante o período imperial (1822 a 1889).

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• Caravela – foram os portugueses os primeiros a projetar e construir este tipo de embarcação entre 1430 e 1440.

As caravelas eram rápidas e fáceis de manobrar, podiam navegar em rios, contornar bancos de areia e zarpar com certa velocidade em caso de ataque.

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• Na cartografia os primeiros mapas baseavam-se nas descrições da Antiguidade, como do cientista grego Ptolomeu.

Claudio Ptolomeu (100-175 d.C) matemático, geografo, cartografo, astrólogo grego que viveu grande parte de sua vida em Alexandria (atual Egito). Na imagem o cientista, desenho do século XVI.

Ptolomeu desenhou 27 mapas utilizando-se de informações de viajantes e crônicas de viagem, acima mapa-múndi baseado no conhecimento do cartografo grego.

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Batalha de Aljubarrota (1385) foi um conflito entre os reinos católicos de Portugal e a Coroa de Castela. Vitória portuguesa e consolidação da independência.

Expansionismo português (lusitano)

• Depois da expulsão dos muçulmanos de seu território e a consolidação da sua independência frente a Coroa de Castela em 1385, Portugal lançou-se a conquista de novos territórios.

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• Sob comando do rei D. João I, primeiro da Dinastia de Avis, os exércitos portugueses conquistam a cidade de Ceuta em 1415.

Rei D. João I que governou Portugal de 1385 a 1433.

Ceuta têm importância estratégica, é localizada do lado africano da desembocadura do Estreito de Gibraltar, assim durante a época muçulmana era um dos portos mais movimentados e rico em mercadorias.

Ceuta

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Atualmente Ceuta está sob controle da Espanha desde 1640, mas a bandeira da cidade permanece o brasão de origem portuguesa e as faixas idênticas da bandeira da cidade de Lisboa.

Painel de azulejos na Estação São Bento na cidade do Porto, o painel mostra o infante D. Henrique (um dos filhos do rei D. João I) na campanha de conquista de Ceuta. Painel de Jorge Colaço.

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• Um dos filhos do rei D. João I, D. Henrique estimulou e coordenou a criação de uma centro de estudos náuticos, a chamada Escola de Sagres.

• Reuniram-se cartógrafos, geógrafos, astrônomos, matemáticos, construtores.

• Objetivo: realizar o périplo africano (contorno da África para chegar ao Oriente).

Infante D. Henrique, O Navegador – quinto filho do primeiro rei da Dinastia de Avis (D. João I). Está presente na conquista de Ceuta em 1415 junto com seu pai e irmãos posteriormente instalou-se em Sagres.

Infante: filho legitimo do rei mas não é herdeiro da coroa.

Ordem de Cristo (sucessora da Ordem dos Templários em Portugal) tinha obtido grande fortuna, o infante D. Henrique tornou-se Grão-Mestre da Ordem de Cristo em 1420.

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• Em 1418/1419 expedições portuguesas chegam ao desabitado arquipélago de Madeira.

• Importante estrategicamente passa a ser povoado a partir da metade do século XV.

Arquipélago de Madeira

Portugal

O arquipélago de Madeira é formado pela Ilha de Madeira onde situa-se a capital atual da Região Autônoma de Madeira (ligada a Portugal), a cidade de Funchal, a Ilha de Porto Santo também habitada, as Ilhas Desertas e as Ilhas Selvagens são desabitadas.

Funchal

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• Entre 1427 a 1431 foi a vez do reconhecimento do arquipélago dos Açores.

• Logo as ilhas começaram a ser povoadas pelo Reino de Portugal.

O arquipélago dos Açores é formado por nove ilhas principais, atualmente a Região Autónoma dos Açores continua ligada a Portugal e possui três capitais.

Portugal

Arquipélago dos Açores

Horta

Ponta Delgada

Ilha do Faial Ilha Terceira

Ilha de São Miguel Angra do Heroísmo

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• Depois de várias expedições sem obter sucesso, o navegador Gil Eanes consegue em 1434 ultrapassar o Cabo Bojador.

Saara Ocidental Gil Eanes o primeiro navegador português a passar pelo cabo Bojador (cabo do medo) situado na costa do atual Saara Ocidental.

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• Em 1446 sob comando do navegador e explorador Nuno Tristão, ocupa a região chamada de Guiné Portuguesa (atual Guiné-Bissau).

• Incialmente poucas feitorias foram erguidas, sendo principalmente um entreposto de escravos.

Guiné Portuguesa colônia de Portugal de 1446 a 1974.

A colonização portuguesa tornou-se mais sólida na região à partir do século XVII.

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• Em 1456 o navegador português Diogo Gomes descobre o arquipélago de Cabo Verde.

• A Coroa incentiva os colonos portugueses a partirem para Cabo Verde, favorecendo a agricultura e a aquisição de escravos na costa da Guiné.

Cabo Verde destacou-se na produção de cana-de-açúcar e algodão visado pelo governo de Portugal. O arquipélago de Cabo Verde possui dez ilhas principais, das quais nove são habitadas, a capital atual é Praia (Ilha de Santiago).

Praia

Cabo Verde

Em 1460 o infante D. Henrique, O Navegador, Grão-Mestre da Ordem de Cristo vêm a falecer.

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Estátua em homenagem ao navegador Diogo Gomes na Cidade da Praia, a capital cabo-verdiana. Na imagem inferior a direita vista área da capital.

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• Dentre as principais feitorias construídas destacam-se a de Arguim (costa da atual Mauritânia) em 1445 e São Jorge da Mina (costa atual de Gana) em 1482.

• Objetivo das feitorias: vender os produtos portugueses em troca de ouro, especiarias e escravos.

Mapa português destacando a localização da Costa da Mina onde localizava-se a feitoria de São Jorge da Mina, posteriormente fundaram-se mais entrepostos comerciais.

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• Diogo Cão “descobre” a foz do rio Congo (Zaire) por volta de 1482.

• Estabelece contato com o Reino do Congo.

Diogo Cão diante de nativos na região do rio Congo depois de colocar um marco de pedra com o brasão da Coroa portuguesa e uma cruz, a imagem está em um painel Sousa Lopes na Assembleia da República (Palácio São Bento) em Lisboa. Foz do rio Congo

Angola

República Democrática do Congo

República do Congo

Gabão

Camarões

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• Em 1488 o navegador Bartolomeu Dias chegou ao cabo sul-africano enfrentou uma tempestade, este foi o motivo para chamar-se de Cabo das Tormentas.

Cabo das Tormentas logo alterado para Cabo da Boa Esperança.

África do Sul

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• Depois de vencer o cabo, Bartolomeu Dias voltou a Portugal e o rei D. João II vendo a possibilidade do caminho para as Índias alterou o nome para Cabo da Boa Esperança.

D. João II quarto rei da Dinastia de Avis governou seu país de 1481 a 1495. Será o responsável pelo Tratado de Tordesilhas assinado com a Espanha.

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Acordo entre Portugal e Espanha

• Diante da expansão marítima a tensão entre Portugal e Espanha aumentaram, o Papa Alexandre VI propõe em 1493 um acordo por meio da Bula Inter Coetera que estabelecia que os domínios dos dois países fosse dividido por um meridiano imaginário que passaria a 100 léguas de Cabo Verde.

Em 1492 a Espanha tinha chegado a América (ver Expansionismo Espanhol).

Papa Alexandre VI seu nome era Rodrigo de Borja nascido na região de Valência - pertencente aos domínios do Reino de Aragão em 1493, seu pontificado durou de 1492 a 1503.

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• Os portugueses com medo que as 100 léguas fossem insuficientes para garantir sua rota as Índias, negociaram diretamente com a Espanha.

A légua é uma antiga unidade de medida utiliza por Portugal, Espanha e por vários outros países. • Portugal: 1 légua = 5.000m • Espanha: 1 légua = 4.190m • Inglaterra: 1 légua = 4.828m Os números são aproximados, havia léguas para cumprimento, área, e conforme o país não ocorria uma conformidade sendo que algumas regiões da mesma nação adotavam medidas diferentes em relação a légua.

Nesse momento histórico a Espanha estava em processo de formação, o casal Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela governavam seus reinos.

Quem governava a Espanha?

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• Desta negociação foi assinado o Tratado de Tordesilhas (1494), ficando estabelecido um meridiano a 370 léguas de Cabo Verde.

Tratado de Tordesilhas

Bula Inter Coetera

ESPANHA

PORTUGAL

Cabo Verde

Tratado de Zaragoza (1529)

ESPANHA

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• Em 1497 o rei D. Manuel I nomeou o navegador e explorador Vasco da Gama no comando da frota que tinha como missão alcançar as Índias.

D. Manuel I rei de Portugal entre 1495 a 1521 período onde ocorreram os maiores “descobrimentos” de terras e rotas comerciais.

Vasco da Gama cavaleiro da Ordem de Cristo, com a viagem tornou-se um personagem importante da história portuguesa e foi homenageado em moedas e cédulas do escudo português.

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• A armada capitaneada por Vasco da Gama tinha em torno de 170 homens e quatro embarcações.

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• Vasco da Gama zarpou de Belém (atualmente distrito de Lisboa) e realizou diversos contatos na costa africana e a partir de Melinde (atual Quênia) realizou uma viajem direta para Calicute na Índia.

Moçambique

Calicute

Melinde

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• Chegado a Calicute em 1498 Vasco da Gama sendo que o governante da região permitiu que os portugueses comercializassem seus produtos em troca de especiarias.

• Vasco da Gama tentou sem muito sucesso propor um tratado comercial com o governante local.

Vasco da Gama desembarca em Calicute na Índia em 20 de maio de 1498. Obras de Ernesto Casanova.

Alguns portugueses ficaram na Índia com o objetivo de construir um entreposto comercial, foram todos mortos.

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• Carregados de principalmente de canela, cravo e gengibre, apenas duas embarcações retornaram a Portugal em 1499.

• Estima-se que cerca da metade da tripulação sobreviveu, a maioria das vítimas veio a falecer devido ao escorbuto.

Vasco da Gama ao chegar a Portugal foi recebido pessoalmente pelo rei D. Manuel I e recebeu o título de Dom. Estima-se que o lucro das especiarias trazidas possibilitou um lucro de 600%. Estátua do navegador em sua cidade natal, Sines em Portugal.

Escorbuto: ocasionada pela falta de vitamina C , seu sintoma inicial são hemorragias nas gengivas.

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Dom Vasco da Gama recebeu o título de Almirante do Mar da Índia e por um decreto-real o título nobiliárquico de conde de Vidigueira em 1519. Na imagem acima armas de Vasco da Gama

Pilar de Vasco da Gama em Melinde (atual Quênia).

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“Descobrimento” do Brasil em 1500

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Viagem de Cabral • Em 1500 o rei nomeou o fidalgo, militar,

navegador e explorador Pedro Álvares Cabral comandante de uma nova expedição rumo a Índia.

Fidalgo: relacionado a nobreza.

Pedro Álvares Cabral o navegador português nasceu em Belmonte no ano de 1468*, filho de uma família nobre, estudando na corte humanidades e táticas militares e nomeado cavaleiro da Ordem de Cristo. Depois da viajem de “descobrimento” do Brasil entrou em atrito com rei D. Manuel I e acabou sendo afastado, recebeu mais tarde uma pensão, faleceu em Santarém no ano de 1520.

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• A esquadra partiu de Lisboa em março de 1500, formada por 13 navios (10 naus e 3 caravelas) e cerca de 1500 pessoas com destino a Calicute (Índia).

Na armada comandada por Cabral estavam também navegadores experientes como Bartolomeu Dias (primeiro a vencer o Cabo da Boa Esperança), Nicolau Coelho (comandou uma embarcação que foi a Índia sob comando de Vasco da Gama). Na imagem uma caravela.

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• A esquadra de Cabral de forma proposital ou acidental (debatido até hoje) afastaram-se do continente africano depois do arquipélago de Cabo Verde.

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• No dia 22 de abril de 1500 avistaram um monte alto e uma extensa faixas de terras baixas repletas de arvoredos.

Descobrimento do Brasil, obra de Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo em 1887.

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• O monte recebeu o nome de monte Pascoal e a terra de Vera Cruz, posteriormente alterado para Terra de Santa Cruz.

Atualmente o Monte Pascoal (imagem) está protegido dentro de um parque nacional criado em 1961.

O nome Brasil foi adotado nas primeiras décadas do século XVI, associado a exploração da madeira pau-brasil.

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• Os portugueses desembarcaram junto a uma tribo tupiniquim onde é hoje Porto Seguro.

O município de Porto Seguro no sul da Bahia foi fundado em 1531.

Desembarque de Cabral em Porto Seguro em 1500, óleo sobre tela de Oscar Pereira da Silva 1904.

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• No dia 26 de abril foi celebrada a primeira missa sob comando do Frei Henrique de Coimbra em Porto Seguro.

A Primeira Missa no Brasil de 1861 obra de Victor Meirelles.

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• Ficou a cargo do escrivão da armada Pero Vaz de Caminha registrar as primeiras impressões da nova terra.

• Coube a um navio de suprimentos retornar a Portugal levando a notícia e a carta ao rei.

Pero Vaz de Caminha lê para o comandante Pedro Álvares Cabral (sentado à esquerda), o Frei Henrique de Coimbra (sentado à direita) e o médico e astrônomo João Faras (esquerda em pé) a carta que será enviada ao rei D. Manuel I. Na imagem o quadro Leitura da carta de Caminha do pintor Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo

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Segue uma trecho da carta de Pero Vaz de Caminha:

“De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro (...) Porém a terra em si é de muito bons ares (...) Águas são muitas: infindas. E em tal maneira e graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo (...), Porém o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente (...)”

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• No dia 02/05 a frota de Cabral seguiu a viagem, a rota de ida (vermelho) e a volta (azul):

09/03/1500

14/03

22/03

22/04/1500

43 dias

02/05

No dia 24/05 enfrentou uma tempestade e naufragaram quatro embarcações.

15/09

Retornou a Portugal dia 21/07/1501 com apenas seis embarcações.

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• Em Calicute apesar do governante local permitir a construção de uma feitoria, está não prosperou e foi logo destruída, Cabral mandou bombardear a cidade e confiscou cargas e destruiu navios locais.

Nos conflitos veio a falecer em Calicute o escrivão Pero Vaz de Caminha.

Representação da cidade de Calicute governada no período pela dinastia hindu dos samorins.

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• Cabral foi para a cidade mais ao sul (Cochim) onde conseguiu erguer uma feitoria e carregar todos os seus navios de especiarias.

• Cabral voltou com sua frota (seis embarcações) a Portugal em 1501.

Monumento a Pedro Álvares Cabral em Lisboa, apesar das perdas materiais e humanas a viagem de Cabral gerou grande lucro a Coroa portuguesa.

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“Acordo” comercial entre Portugal e cidades indianas

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• Diante do fracasso das negociações, Vasco da Gama rumou a Índia pela segunda vez em 1502 com uma frota de guerra e conseguiu sob pressão um acordo comercial e a consolidação de entrepostos comerciais na cidade de Calicute.

A armada composta de vinte navios bombardeou Calicute e rumou a cidade de Cochim onde foi melhor recebido pelo governante da região, posteriormente conseguiu um tratado com o governante de Calicute.

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• Em 1510 com a conquista da cidade comercial importante de Goa, esta tornou-se a capital do Estado Português da Índia.

Diu (1535-1961)

Damão (1539-1961)

Bombaim (1533-1633)

Goa (1510-1961)

Cannanore (1502-1603)

Calicute (1502-1525)

Cochim (1501-1663)

Ceilão português (1505-1658) na ilha de Ceilão (atual Sri Lanka) Portugal tentou conquista-la totalmente contudo não obteve êxito e perdeu sua colônia para os holandeses.

Governado separadamente

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• Em 1524 diante um eminente conflito com os chefes locais o rei envia pela terceira vez a Índia Vasco da Gama.

• Portugal permanece com enclaves territoriais na Índia até 1961. Vasco da Gama realizou ao todo três

viagens a Índia, a última em 1524 instalou-se como vice-rei do Estado Português da Índia, mas veio a falecer em no mesmo ano depois de contrair malária na cidade de Cochim (Índia). Na imagem pintura de Gregório Lopes.