16. vamos brincar de roda

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V A M O S B R I N C A R D E R O D A ? Cantigas de roda, adivinhações, lendas e parlendas Organizadas por: JULIO CARRARA Escrita em 2003

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VVVVAAAAMMMMOOOOSSSS BBBBRRRRIIIINNNNCCCCAAAARRRR DDDDEEEE RRRROOOODDDDAAAA????

Cantigas de roda, adivinhações, lendas e parlendas

Organizadas por: JULIO CARRARA

Escrita em 2003

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Julio CarraraJulio CarraraJulio CarraraJulio Carrara Vamos Brincar de Roda?Vamos Brincar de Roda?Vamos Brincar de Roda?Vamos Brincar de Roda? 1111

PERSONAGENS:

MENINOS

MENINAS

(o número de meninos deve ser igual ao número das meninas)

ÉPOCA: Atual

CENÁRIO: O ambiente sugere as ruas de São Paulo ou de outra grande

metrópole. Muita sujeira espalhada pelo palco; restos de equipamentos

eletrônicos quebrados, como videogames, computadores, TVs, rádios,

celulares. Uma verdadeira poluição visual. No meio dessa sujeira, as crianças

irão cantar e dançar alegremente, relembrando os velhos tempos de infância

que nortearam a vida de muita gente.

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PRÓLOGO

(Ouve-se em “off” ruídos de uma grande metrópole, como trânsito, sirenes, tiros,

gritos, etc. Músicas da atualidade como o funk ou outro gênero musical invadem o

ambiente. Várias crianças entram. Vestem camisetas de cor cinza, que representam a

poluição do lugar em que vivem. As crianças tem movimentos lentos, tossem e têm o

corpo “atrofiado”. De repente, o clima vai adquirindo uma tonalidade mais quente

através da luz, e ao longe, ouvimos um som suave de um violino e clarinete – a música

entra baixinho e vai aumentando de intensidade, substituindo a música anterior

enquanto o ambiente vai ficando bem claro. As crianças, hipnotizadas pela música,

tiram a camiseta cinza. Por baixo do cinza, uma camiseta colorida. Começam a brincar

de roda.)

CENA 1

SE ESSA RUA FOSSE MINHA

Se essa rua

Se essa rua fosse minha

Eu mandava eu mandava ladrilhar

Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes

Para o meu, para o meu amor passar

Nesta rua, nesta rua tem um bosque

Que se chama, que se chama solidão

Dentro dele, dentro dele mora um anjo

Que roubou, que roubou meu coração

Se eu roubei, se eu roubei teu coração

Tu roubaste, tu roubaste o meu também

Se eu roubei, se eu roubei teu coração

É porque, é porque te quero bem

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(De repente, invadem o palco outras crianças, que procuram descobrir de onde vem a

música. Ficam observando e em seguida aderem ao jogo, brincando.)

CENA 2

CIRANDA, CIRANDINHA

Ciranda, Cirandinha

Vamos todos cirandar

Vamos dar a meia-volta

Volta-e-meia vamos dar

O anel que tu me destes

Era vidro e se quebrou

O amor que tu me tinhas

Era pouco e se acabou

Por isso, dona (nome da pessoa)

Entre dentro desta roda

Diga um verso bem bonito

Diga adeus e vá-se embora.

CENA 3

EU SOU POBRE, POBRE, POBRE

MENINA 1

Eu sou pobre, pobre, pobre

De marré, marré, marré

Eu sou pobre, pobre, pobre

De marré de si

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MENINA 2

Eu sou rica, rica, rica

De marré, marré, marré

Eu sou rica, rica, rica

De marré de si

MENINA 1

Eu queria uma de vossas filhas

De marré, marré, marré

Eu queria uma de vossas filhas

De marré de si

MENINA 2

Escolhei a qual quiser

De marré, marré, marré

Escolhei a qual quiser

De marré de si

MENINA 1

Eu queria (nome da pessoa)

De marré, marré, marré

Eu queria (nome da pessoa)

De marré de si

MENINA 2

Que ofício dais a ela?

De marré, marré, marré

Que ofício dais a ela?

De marré de si

MENINA 1

Dou o ofício de costureira

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De marré, marré, marré

Dou o ofício de costureira

De marré de si

MENINA 2

Esse ofício não me agrada

De marré, marré, marré

Esse ofício não me agrada

De marré de si

MENINA 1

Dou o ofício de bailarina

De marré, marré, marré

Dou o ofício de bailarina

De marré de si

MENINA 2

Esse ofício me agrada

De marré, marré, marré

Esse ofício me agrada

De marré de si

TODAS

Lá se foi a (nome da pessoa)

De marré, marré, marré

Lá se foi a (nome da pessoa)

De marré de si

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CENA 4

(A menina que foi escolhida para o ofício de bailarina na cena anterior, fica no centro

do palco, enquanto outras crianças sentam-se no chão como plateia e ficam cantando

para a bailarina dançar.)

CANTA, CANTA, GIRA, GIRA

TODOS

Canta, canta, canta

Gira, gira, gira

Parar, descer, subir, girar (bis)

Menina, diga o seu nome

E fale de onde vem

Depois feche os olhos sorrindo

E pense no nome de alguém

CENA 5

PARLENDA DO DOCE

(As parlendas são cantadas como um rap.)

O doce perguntou pro doce:

Qual é o doce mais doce do que o doce de batata doce?

E o doce respondeu pro doce

Que o doce mais doce do que o doce de batata doce

É o doce de batata doce.

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CENA 6

ADIVINHAÇÃO

O que é o que é?

Que está sempre na sua frente, mas você não vê?

Resposta: O seu nariz

CENA 7

LENDA DA VITÓRIA-RÉGIA

(Entra um menino e/ou menina e começam a contar a lenda da vitória-régia. Para as

lendas os atores poderão utilizar o teatro de marionetes, de varetas ou outro meio

qualquer.)

MENINO E/OU MENINA

Vamos contar pra vocês a Lenda da Vitória-Régia. Os pajés tupis-

guaranis, contavam que, no começo do mundo, toda vez que a Lua se escondia

no horizonte, parecendo descer por trás das serras, ia viver com suas virgens

prediletas. Diziam ainda que se a Lua gostava de uma jovem, a transformava

em estrela do Céu... Naiá, filha de um chefe e princesa da tribo, ficou

impressionada com a história. Então à noite, quando todos dormiam e a Lua

andava pelo céu, Naiá queria ser transformada em estrela. Subia as colinas e

perseguia a Lua na esperança que a Lua a visse.... E fazia assim todas as

noites, durante muito tempo. Mas a Lua parecia não notá-la e dava para ouvir

os soluços de tristeza de Naiá ao longe. Numa noite, a índia viu nas águas

límpidas de um lago, a figura da lua. A pobre moça, imaginando que a lua

havia chegado para buscá-la, se atirou nas águas profundas do lago e nunca

mais foi vista... A lua, quis recompensar o sacrifício da bela jovem, e resolveu

transformá-la em uma estrela diferente daquelas que brilham no céu.

Transformou-a então numa "Estrela das Águas", que é a planta Vitória-Régia.

Assim, nasceu uma planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite,

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e ao nascer do sol ficam rosadas. A Origem dessa história é Indígena e para

eles, assim nasceu a vitória-régia.

CENA 8

ESCRAVOS DE JÓ

Escravos de Jó

Jogavam caxangá

Tira, põe

Deixa ficar

Guerreiros com guerreiros

Fazem zigue zigue zigue zá

CENA 9

(De repente, todos param. Um líder começa a gritar.)

LÍDER

Quem quer brincar de balança-caixão põe o dedo aqui, que já vai

fechar... Um, dois e três...

(Todas as crianças colocam o dedo indicador na palma da mão do líder, que fecha a

palma e inicia o jogo.)

BALANÇA CAIXÃO

Balança caixão

Balança você

Dá um tapa na bunda

E vá se esconder (4 vezes)

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CENA 10

CORRE CUTIA

Corre cutia, na casa da tia

Corre cipó, na casa da vó

Lencinho na mão

Caiu no chão

Quantas voltas?

CENA 11

ADIVINHAÇÃO

O que é o que é?

Que cai de pé e corre deitado?

Resposta: A chuva

CENA 12

PARLENDA DO TEMPO

O tempo perguntou pro tempo

Quanto tempo o tempo tem

E o tempo respondeu pro tempo

Que o tempo tem tanto tempo

Quanto tempo o tempo tem

CENA 13

ADIVINHAÇÃO

O que é o que é?

Que quanto mais ela enxuga, mais molhada ela fica?

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Resposta: A toalha

CENA 14

LENDA DO CURUPIRA

(Em todas as lendas, o procedimento de contar a história deve ser o mesmo.)

MENINO E/OU MENINA

Agora vou contar para vocês sobre o Curupira. A lenda do Curupira faz

parte da mitologia dos índios tupis-guaranis. O nome deste herói das matas é

formado pela junção dos termos curu, parte inicial da palavra curumim,

menino, em tupi-guarani; e pira, que quer dizer corpo. A versão mais

conhecida é a do Curupira como uma espécie de anão, de cabelos vermelhos e

pêlo e dentes verdes, protetor das árvores e dos animais. Torna-se um

perigoso inimigo daqueles caçadores que matam por prazer, e não por

necessidade, e costuma quebrar os machados de quem tenta abater as árvores.

Seus pés virados para trás deixam rastros falsos, despistando os caçadores. Diz

a lenda que quem o vê na floresta perde o rumo e não consegue mais

encontrar o caminho de volta. E também que é impossível capturá-lo. Para

atrair suas vítimas, o Curupira pode chamá-las com gritos que imitam a voz

humana. De acordo com a crença, ao entrar na mata a pessoa deve levar um

rolo de fumo para agradá-lo, caso cruze com ele.

CENA 15

O CRAVO BRIGOU COM A ROSA

O cravo brigou com a rosa

Debaixo de uma sacada

O cravo saiu ferido

E a rosa despedaçada

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O cravo ficou doente

A rosa foi visitar

O cravo teve um desmaio

E a rosa pôs-se a chorar

CENA 16

TEREZINHA DE JESUS

Terezinha de Jesus

De uma queda foi ao chão

Acudiram três cavalheiros

Todos três de chapéu na mão

O primeiro foi seu pai

O segundo seu irmão

O terceiro foi aquele

Que Tereza deu a mão

CENA 17

TANGO TANGO

Tango, tango, tango, morena

É de carrapicho

Vamos jogar a (nome da pessoa)

Na lata do lixo (3 vezes)

CENA 18

PASSA, PASSA TRÊS VEZES

Passa, passa três vezes

A última que ficar

Tem mulher e filhos

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Que lhe custa sustentar (bis)

Qual delas será?

A da frente ou a de trás?

A da frente corre mais

A de trás ficará? (bis)

CENA 19

PARLENDA EU COM AS QUATRO

Eu com as quatro

Eu com ela

Eu sem ela

Nós por cima

Nós por baixo

Eu com as quatro

Eu com elas... (inúmeras vezes)

CENA 20

ADIVINHAÇÃO

O que é o que é?

Enche uma casa, mas não enche uma mão?

Resposta: O botão.

CENA 21

LENDA DO GUARANÁ

(Idem à lenda anterior.)

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MENINO E/OU MENINA

Agora vou contar sobre “A Lenda do Guaraná”. Dizem os índios que,

uma vez, há muito tempo atrás, vivia um casal que não conseguia ter filhos.

Como eles queriam muito uma criancinha, rezaram para que Tupã, o deus

supremo, lhes fizesse a vontade. Tupã olhou nos corações do índio e da índia e

viu que eles eram bons e honestos. Assim, resolveu atender o desejo do casal e

lhes deu de presente um menino. O indiozinho cresceu forte e bonito, trazendo

muitas alegrias a seus pais e à tribo. Porém, o deus da escuridão, chamado

Jurupari começou a ter inveja do menino, exatamente porque ele trazia

felicidade e muita paz a todos. A inveja cresceu, até que Jurupari resolveu

acabar com aquilo de vez: aproveitou um momento de distração da criança e,

transformando-se em cobra, mordeu o menino e matou-o com seu veneno.

Todos ficaram desesperados com a notícia da morte do indiozinho. Mas, de

repente, trovões estrondosos se ouviram nos céus. A mãe da criança morta

percebeu que o trovão era a voz de Tupã, dizendo: "Mulher! Planta na terra os

olhos de teu filho tão injustamente assassinado. Não posso fazer a criança

voltar à vida, mas farei nascer dos olhos dela uma fruta maravilhosa, que

muitos prazeres trará ao teu povo!" Assim a índia fez. Plantou os olhos do

filho e, pouco depois, viu brotar da terra uma planta que deu um fruto negro,

com um aro ao redor, como se fossem... olhos! Assim surgiu o guaraná, um

fruto da Floresta Amazônica que é usado para dar energia a quem o bebe.

Certamente vocês já tomaram guaraná sob a forma de refrigerante. Mas existe

também à venda o pó da fruta para fazer refresco.

CENA 22

A CARROCINHA

A carrocinha levou

Três cachorros de uma vez

A carrocinha levou

Três cachorros de uma vez

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Trá, lá, lá, que gente é essa?

Trá-lá-lá que gente má

Trá, lá, lá, que gente é essa?

Trá-lá-lá que gente má

CENA 23

CHICO PANÇA

Não dança por causa da pança

Não cansa porque não dança

Não vai porque não quer

Não olha pra não ver

Não diz que sim

Nem diz que não

Não chora pra não chover em ninguém

Não ronca pra não incomodar o sono

Não é uma coisa nem outra

Não é soldado nem astronauta

Não sei por que ele não vem

Não sei por que acho que ele vem.

CENA 24

TREM DE FERRO

Café com pão

Café com pão

Café com pão

Virgem Maria que foi isto maquinista?

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Agora sim

Café com pão

Agora sim

Café com pão

Voa, fumaça

Corre, cerca

Ai seu foguista

Bota fogo

Na fornalha

Que eu preciso

Muita força

Muita força

Muita força

Oô..

Foge, bicho

Foge, povo

Passa ponte

Passa poste

Passa pato

Passa boi

Passa boiada

Passa galho

De ingazeira

Debruçada

Que vontade

De cantar!

Oô...

Quando me prendero

No canaviá

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Cada pé de cana

Era um oficia

Ôo...

Menina bonita

Do vestido verde

Me dá tua boca

Pra matá minha sede

Ôo...

Vou mimbora vou mimbora

Não gosto daqui

Nasci no sertão

Sou de Ouricuri

Ôo...

Vou depressa

Vou correndo

Vou na toda

Que só levo

Pouca gente

Pouca gente

Pouca gente...

CENA 25

A VELHA A FIAR

Estava a velha em seu lugar,

Veio a mosca lhe fazer mal

A mosca na velha

E a velha a fiar

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Estava a mosca em seu lugar

Veio a aranha lhe fazer mal

A aranha na mosca,

a mosca na velha

E a velha a fiar

Estava a aranha em seu lugar

Veio um rato lhe fazer mal

O rato na aranha,

a aranha na mosca,

a mosca na velha

E a velha a fiar

Estava o rato em seu lugar

Veio um gato lhe fazer mal

O gato no rato

O rato na aranha,

a aranha na mosca,

a mosca na velha

E a velha a fiar

Estava o gato em seu lugar

Veio um cachorro lhe fazer mal

O cachorro no gato

O gato no rato

O rato na aranha,

a aranha na mosca,

a mosca na velha

E a velha a fiar

Estava o cachorro em seu lugar

Veio um pau lhe fazer mal

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O pau no cachorro

O cachorro no gato

O gato no rato

O rato na aranha,

a aranha na mosca,

a mosca na velha

E a velha a fiar

Estava o pau em seu lugar

Veio o fogo lhe fazer mal

O fogo no pau

O pau no cachorro

O cachorro no gato

O gato no rato

O rato na aranha,

a aranha na mosca,

a mosca na velha

E a velha a fiar

Estava o fogo em seu lugar

Veio a água lhe fazer mal

A água no fogo

O fogo no pau

O pau no cachorro

O cachorro no gato

O gato no rato

O rato na aranha,

a aranha na mosca,

a mosca na velha

E a velha a fiar

Estava a água em seu lugar

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Veio um boi lhe fazer mal

O boi na água

A água no fogo

O fogo no pau

O pau no cachorro

O cachorro no gato

O gato no rato

O rato na aranha,

a aranha na mosca,

a mosca na velha

E a velha a fiar

Estava o boi em seu lugar

Veio o homem lhe fazer mal

O homem no boi

O boi na água

A água no fogo

O fogo no pau

O pau no cachorro

O cachorro no gato

O gato no rato

O rato na aranha,

a aranha na mosca,

a mosca na velha

E a velha a fiar

Estava o homem em seu lugar

Veio a mulher lhe fazer mal

A mulher no homem

O homem no boi

O boi na água

A água no fogo

O fogo no pau

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O pau no cachorro

O cachorro no gato

O gato no rato

O rato na aranha,

a aranha na mosca,

a mosca na velha

E a velha a fiar

Estava a mulher no seu lugar

Veio a morte lhe fazer mal

A morte na velha

E a velha fiava.

CENA 26

ALECRIM

Alecrim, alecrim dourado

Que nasceu no campo

Sem ser semeado (bis)

Foi o meu amor

Quem me disse assim

Que a flor do campo

É o alecrim

CENA 27

VACA AMARELA

Vaca amarela

Cagou na panela

Três mexeu

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Quatro comeu

Quem falar primeiro

Come toda a bosta dela

CENA 28

ADIVINHAÇÃO

O que é o que é?

Que mesmo atravessando o rio não consegue se molhar?

Resposta: A ponte

CENA 29

PARLENDA DA MÃE

Minha mãe mandou bater neste daqui

Mas como sou teimoso escolho esse daqui

Um, dois três...

CENA 30

QUEM COCHICHA...

Quem cochicha o rabo espicha

Come pão com lagartixa

Quem escuta o rabo encurta

Quem reclama o rabo inflama

Come pão com taturana

CENA 31

HOJE É DOMINGO

Hoje é domingo, pé de cachimbo

O cachimbo é de barro, bate no jarro

O jarro é de ouro, bate no touro

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O touro é valente, bate na gente

A gente é fraco, cai no buraco

O buraco é fundo, acabou-se o mundo

EPÍLOGO

(As crianças neste último momento do espetáculo deverão criar uma sequencia de

brincadeiras, como: amarelinha, pula cela, carteiro tem carta, esconde-esconde, pega-

pega, etc. A cena é acompanhada apenas pelos instrumentos musicais. Estão todos

radiantes e a alegria vai desaparecendo aos poucos. As crianças ficam quase imóveis.

As articulações do corpo vão, pouco a pouco, paralisando-se. Volta luz sombria do

início, enquanto que a música alegre vai desaparecendo e dando lugar àquela música

inicial, funk ou coisa parecida. As crianças novamente colocam seus trajes cinza, se

entristecem e paralisam de vez. Uma enorme lua cheia é projetada no ciclorama.)

FIM

Maio/2003

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ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE O TEXTO

“Vamos Brincar de Roda?” foi escrito para ser encenado pelos meus

alunos das 4.ª séries da EE “Dra. Maria Augusta Saraiva”, onde lecionei em

2003. Escrevi, ou melhor, organizei as cantigas de rodas, adivinhações, lendas

e parlendas, a partir da minha vivência pessoal.

Infelizmente não consegui montar o espetáculo com eles. Foi uma pena.

As cenas estão dispostas numa ordem, é claro, mas isso não impede que

o encenador mude a sequência. O texto não tem uma ordem cronológica.

Acredito que ele seja apenas um esboço. Muitas coisas podem e devem ser

mexidas, mas sem perder a essência.

O espetáculo, se possível, deverá ter música ao vivo: violões, violinos,

clarinetes, etc. As lendas podem ser narradas com fantoches, bonecos de vara,

lenços, dependendo da criatividade de cada um.

J.C.