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Caderno de Produção de TexTos: Língua Portuguesa 6. o ano 16 propostas instigantes para escrever com vontade!

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LIVRO DO PROFESSOR

Caderno de Produção de TexTos:

LIVRO DO PROFESSORLIVRO DO PROFESSORLíngua Portuguesa

6.o

ano

Bernadette Pontarolli

16 propostas instigantes

para escrever com vontade!

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Diretor-SuperintendenteRuben Formighieri

Diretor-GeralEmerson Walter dos Santos

Diretor EditorialJoseph Razouk Junior

Gerente EditorialJúlio Röcker Neto

Gerente de Revisão e QualidadeMaria Elenice Costa Dantas

Gerente de Arte e Iconogra�aCláudio Espósito Godoy

AutoriaBernadette Pontarolli

Edição de TextoJuliana Milani

Patricia Waltiach

Edição de ConteúdoGiorgia Hellou e Rose Marie Wünsch

RevisãoThaisa Socher

Supervisão de ArteElvira Fogaça

Pesquisa Iconográ�caCamila França

Jhennyfer M. Pertille

Edição de ArteAngela Souza

IlustraçõesMarcos Guilherme

Projeto Grá�coMichel Bernardes de Jesus

EditoraçãoMichel Bernardes de Jesus

ProduçãoEditora Positivo Ltda.Rua Major Heitor Guimarães, 174 – Seminário80440-120 – Curitiba – PRTel.: (0xx41) 3312-3500Site: www.editorapositivo.com.br

[email protected]

Impressão e AcabamentoGráfica e Editora Posigraf Ltda.Rua Senador Accioly Filho, 431/500 – CIC81310-000 – Curitiba – PRTel: (0xx41) 3212-5451E-mail: [email protected]

@ Editora Positivo Ltda., 2015

Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) (Maria Teresa A. Gonzati/CRB 9-1584/Curitiba, PR, Brasil)

P81 Pontarolli, Bernadette.Caderno de produção de textos : 16 propostas instigantes para escrever com

vontade : língua portuguesa, 6º ano / Bernadette Pontarolli ; ilustrações Marcos Gui-lherme. – Curitiba : Positivo, 2015.

: il.

ISBN 978-85-467-0191-9 (aluno) ISBN 978-85-467-0192-6 (professor)

1. Língua portuguesa. 2. Produção de textos. 3. Ensino fundamental – Currículos. I. Guilherme, Marcos. II. Título. 1.

CDD 373.3

2016 – Todos os direitos reservados à Editora Positivo Ltda.

Créditos do layout: © Shutterstock/Irtsya; A. and I. Kruk; LiliGraphie; Allen.G; Tyler Olson.

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Língua Portuguesa

Histórias em quadrinhos: a narração quadro a quadro .............................. 4Proposta 1: Vida de passarinho ............................................................................... 4Proposta 2: Brincadeiras de gato e rato ................................................................... 10

Verbetes são “abelhas”: dentro e fora da colmeia ...................................... 16Proposta 3: O verbete é... Pégaso ........................................................................... 16Proposta 4: Ideias afins: palavra puxa palavra ........................................................ 20

Notícias: informação, memória e relato .................................................... 23Proposta 5: A vida em um... suco ............................................................................ 23Proposta 6: Cada coisa que acontece... ................................................................... 31

Fôlder, flyer: textos feitos para “voar” ........................................................ 37Proposta 7: Segure a vida pela raiz ......................................................................... 37Proposta 8: Não “caia” na rede! ............................................................................... 42

Fábulas: aqui os animais pensam e agem como gente .............................. 45Proposta 9: O vento e o sol ..................................................................................... 45Proposta 10: Amigos, amigos. Negócios à parte! ..................................................... 55

Contos: histórias do arco-da-velha ............................................................ 59Proposta 11: A onça e o bode .................................................................................. 59Proposta 12: O jabuti e de novo a onça .................................................................... 68

Crônicas: histórias que todos juram ser verdade ....................................... 70Proposta 13: Sob a guarda dos cães ......................................................................... 70Proposta 14: O coelho e o cachorro .......................................................................... 80

Textos instrucionais: “mandam” no leitor .................................................. 86Proposta 15: Continentes à deriva ........................................................................... 86Proposta 16: Declaração universal dos direitos dos animais ..................................... 94

sumáriounidadenidade1

unidade 2

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Caderno de produção de textos

Histórias em quadrinhos: a narração quadro a quadro

Vida de passarinhoO QUE PODE ACONTECER QUANDO UM SABIÁ PRÁTICO

ENCONTRA DOIS INSETOS MEIO DISTRAÍDOS, TROCANDO INFORMAÇÕES VITAIS?

Antes da leitura do texto Vida de passarinho, obra em quadrinhos do car-tunista Caulos, conte aos alunos que esse cartunista é conhecido por criar diálogos precisos, poéticos e comprometidos com a questão ambiental. São diálogos marcados pelo humor delicado e traço singular. Os personagens das tiras são um sabiá perguntador e muito prático, dois insetos (Ivo e Botafogo), um tucano mentiroso e um joão- -de-barro míope.

Biografia

Luiz Carlos Coutinho, o Caulos, nasceu em Araguari, Minas Gerais, em 1943. Trabalhou como desenhista nas grandes publicações brasileiras e no exterior, especialmente para o Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, e para o The New York Times. Como colaborador do Pasquim no final da década de 1960 e início dos anos 1970, fez parte da grande revolução da imprensa brasileira. Artista plástico, Caulos também realizou quase uma dezena de exposições individuais no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, na Galeria Bonino, e outras tantas coletivas no Brasil e no exterior. CAULOS. Vida de passarinho: apresentando Ivo e Botafogo. São Paulo: L&PM, 1989. p. 38.

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unidade 1

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6.o ano – Proposta 1

1. Você já observou que, nas HQs, as ações são “puladinhas”? Assim, para en-tender os sentidos do texto, o leitor precisa preencher mentalmente as la-cunas entre um quadrinho e outro. A HQ Vida de passarinho: apresentando Ivo e Botafogo, por exemplo, tem apenas seis quadrinhos, mas várias outras coisas acontecem e o leitor precisa imaginá-las para a história fazer sentido.

Observe este primeiro quadrinho mais uma vez:

Nesse quadrinho, lemos uma parte da conversa entre os dois insetos, Ivo e Botafogo. Pelo que Ivo está dizendo, o que podemos imaginar? O que pode ter acontecido antes dessa fala?

Possivelmente, antes dessa fala, Ivo e Botafogo devem ter passado por algum susto com um

passarinho, já que são insetos. E isso aconteceu porque Botafogo contou a um passarinho que

eles eram insetos.

2. Reúna-se com um grupo de colegas para comentar outras lacunas da HQ Vida de passarinho: apresentando Ivo e Botafogo. Registre pelo menos uma delas aqui.

Pessoal. Sugestão: Do 1.º para o 4 .º quadrinho, é possível imaginar que os dois insetos deram vários passos porque o cenário vai mudando. A vegetação que aparece em uma vinheta é dife-rente da que aparece em outra. Ivo aparece sempre à frente de Botafogo. A posição das pernas e dos pés dos insetos é praticamente a mesma nos quatro primeiros quadros, o que indica que o leitor não vê quando eles trocam a passada. Os braços dos dois insetos também se movimen-tam, sendo necessário imaginar o momento em que eles estão fazendo isso.Do 4 .º para o 5 .º quadrinho, não é possível ver o sabiá voando e se aproximando para capturar os insetos. Só se percebe que os dois sumiram e, no lugar deles, aparece o sabiá com o bico cheio de alguma coisa.No 6 .º quadro, é possível saber que somente o Ivo foi capturado pelo sabiá.

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Caderno de produção de textos

3. O leitor de HQs, para melhor compreender a história, precisa estar atento e observar os recursos usados pelo cartunista.

Na HQ Vida de passarinho: apresentando Ivo e Botafogo, quais foram os recur-sos usados por Caulos?

4. Tudo parecia bem. Mas, como podemos ver no 5 .º quadrinho, algo inespera-do aconteceu, tanto para Ivo quanto para o leitor. a) Explique o que se passou, comentando também sua reação como leitor.

Pessoal. Sugestão: Subitamente surgiu um passarinho. E nós, os leitores, “ouvimos” o bico do

passarinho se fechando num estrondo, enquanto os insetos, Ivo e Botafogo, desaparecem

do 5 .º quadro.

b) Caulos caprichou nesse 5 .º quadrinho. O que ele usou para dar ainda mais impacto para a onomatopeia “NHECO!” ?

Para dar ideia do impacto causado pelo pássaro ao entrar em cena, interrompendo a

conversa entre os insetos, Caulos desenhou a onomatopeia com letras grandes e cheias e

usou uma metáfora visual com hachuras e estrelinhas, mostrando a rapidez do movimento

do sabiá. Além disso, os dentes cerrados e à mostra evidenciam que ele abocanhou algo.

dica: recursos

Na página 18 do seu livro do 6.º ano, 1.º volume, você pode consultar um resumo com os principais recursos usados na construção das HQs.

Pessoal. Sugestão: O cartunista Caulos usou vários recursos na construção da HQ. São eles: 1. Vinhetas (também chamadas de quadros, cercadura ou requadro) consistem no espaço em que acontece uma ou mais ações. 2. Linhas demarcatórias contínuas indicam a ação em um momento presente. 3. Vinheta sem linha demarcatória (vinheta 2) é usada para que a narrativa se expanda e aconte-ça de modo mais livre, transmitindo a ideia de espaço ilimitado. 4. Balões de fala com rabicho (apêndice) são usados para indicar quem está falando. 5. A onomatopeia “NHECO” tenta reproduzir o som “ouvido” pelo leitor, no momento em que um dos insetos, Ivo, foi abocanhado prazerosamente pelo sabiá. 6. Metáforas visuais são representações gráficas conhecidas da maioria das pessoas, indicando para o leitor situações especiais. Os riscos e as estrelinhas, no 5.º quadro, lembram uma explosão, simbolizando o ataque do sabiá. 7. Linhas cinéticas indicam a trajetória do movimento. No último quadro, há pequenos riscos saindo da barriga do sabiá para indicar a trajetória do som, já que Ivo continua sua explicação sobre o que é um passarinho. Nessa HQ, o cartunista não usou legendas, que trazem a fala de um narrador.

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6.o ano – Proposta 1

5. Quem parece mais bem informado sobre a vida: Ivo ou Botafogo? Ao escre-ver sua resposta, justifique sua opinião.

Ivo parece mais bem informado que Botafogo. Ele aconselha Botafogo a nunca dizer a um

passarinho que eles são insetos, porque passarinhos comem insetos. Ivo também sabe identificar

um passarinho; sabe dizer qual é a aparência desses animais.

6. Releia o último quadrinho. Depois, escreva um parágrafo contando o desfecho da história. Obser-ve a expressão do sabiá.

Pessoal. Sugestão: A história termina com o passarinho

todo satisfeito, lambendo-se, por ter conseguido comida. Já

Ivo, a comida, conclui sua explicação sobre o que seja um

passarinho, de dentro da barriga do sabiá.

7. Depois da leitura do texto a seguir, compartilhe com um colega o que você aprendeu e acrescente o que você já sabia sobre esse passarinho.

SabiáGrande cantor das matas brasileiras de Mato Grosso, Goiás, e da Bahia

ao Rio Grande do Sul, também é encontrado na Argentina, Uruguai, Pa-raguai, Bolívia e Venezuela. Faz ninho em arbustos e caça no chão, aos sal-tinhos, minhocas e insetos. Há muitos sabiás: sabiá-laranjeira, sabiá-preto, sabiá-uma, sabiá-da-capoeira, sabiá-da-mata, sabiá-shana nativo da Índia e muitos outros. O sabiá-da-praia da América do Norte sabe imitar o canto de outras aves.

MURALHA, Sidónio. A dança dos pica-paus. 8. ed. Rio de Janeiro: Nórdica, 1985. p. 60.Oriente os alunos a lerem silenciosamente o texto Sabiá, observando que ele contém informações e notas sobre essa ave tão especial. Solicite também que sintam o texto: ele é informativo, mas tem um tom poético.

© Shutterstock/joel santana

EU NÃO SABIA QUE O SABIÁ SABIA ASSOBIAR...

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Caderno de produção de textos

8. Inspirando-se nos textos sobre passarinhos oferecidos na Proposta 1 (Vida de passarinho, de Caulos; Sabiá, de Sidónio Muralha), crie sua HQ para com-por um gibi sobre a “vida de passarinho”.

Preparação

Providencie os materiais necessários: papel sulfite, régua, borracha, lápis, ca-neta preta, lápis de cor ou canetas coloridas.

Produção

Para produzir uma HQ, você pode seguir estas etapas.

• Registre suas ideias sobre como serão o enredo, os personagens e o local em que a história vai acontecer.

• Desenvolva o roteiro da HQ: descreva como a ideia da história será de-senvolvida nas cenas, quais serão as ações dos personagens e o que eles falarão. Lembre-se: nem tudo precisa estar desenhado ou escrito. Seu texto também pode ter sequências “puladinhas” (lacunas).

• Defina como será a divisão das páginas da HQ – quantos quadrinhos em cada página – e faça um esboço das cenas.

• Elabore o esboço das cenas na próxima página. É nesse momento que você deve definir a linguagem (estilo) dos quadrinhos.

• Defina o posicionamento dos balões e o tipo de letra para a HQ.

avaliação e reescrita

• Consulte as orientações apresentadas em seu livro do 6 .º ano, 1.º volume, página 37, para avaliar sua produção e faça os ajustes necessários.

• Registre a versão final de seu texto em uma folha avulsa.

• Faça o acabamento da HQ utilizando canetas (preta e de cor) e lápis de cor.

Número de aulas previstas: 3

Gênero: HQ

Divulgação: composição de gibi

Para quem: visitantes da biblioteca

Fique por dentro

Conheça os objetivos dessa proposta de produção de texto.

a) Exercitar a criatividade, aplicando conhecimentos sobre recursos das HQs.

b) Familiarizar-se com a produção de roteiros (guiões), narrativas verbais que orientam os trabalhos de quem escreve quadrinhos.

c) Produzir material de leitura divertido e interessante para ampliar o acervo da biblioteca da sala ou da escola.

dica: etapas

Reveja também as sugestões sobre PREPARAÇÃO e PRODUÇÃO DE HQs no seu livro do 6 .º ano, 1.º volume, p. 35 a 37.

roteiro

Veja um exemplo de como pode ter sido feito o roteiro do 1.º quadrinho de Vida de passarinho: apresentando Ivo e Botafogo.

VIDA DE PASSARINHO

História de Caulos

Página 1

QUADRO 1 – Ivo e Botafogo estão caminhando em um local com pouca vegetação. Aparece apenas um arbusto no canto do quadro, e o terreno é ondulado.

TEXTO: (não há legendas nessa HQ).

IVO: Nunca mais fale para um passarinho que nós somos insetos.

BOTAFOGO: (apenas ouve a fala de IVO e não diz nada).

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6.o ano – Proposta 1 99

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Caderno de produção de textos

Brincadeiras de gato e ratoNAS HQs CRIADAS PELO CARTUNISTA SINGO, O GATO E

O RATO SÃO AMIGOS. HUMMM... SERÁ MESMO?

SINGO, Celso. O gato e o rato em: a caixa de ditados. Folha de S.Paulo, São Paulo, 5 out. 2002. Folhinha. p. F3.

1. A HQ O gato e o rato em: a caixa de ditados, de Singo, apresenta ações, qua-dro a quadro. Nós, os leitores, acompanhamos o que acontece, mas... não conseguimos compreender a história totalmente. Converse com seus cole-gas e explique por que isso acontece.

2. Observe as cenas e indique a ideal para ser o quadro 4.

Biografia

Celso Singo Aramaki, o cartunista C. Singo, estudou Comunicação Social e Artes. Desde 1985, tem trabalhado como artista visual e empresário e tem se concentrado em projetos de comunicação visual em São Paulo; Nova Iorque e Tóquio. Atualmente, divide seu tempo entre EUA e Brasil desenvolvendo seus trabalhos e também estudando na Universidade de São Paulo (USP).

1. Não é possível compreender a história porque ela está incompleta. Estão faltando o quadro 4 e também uma solução para a caixa de ditados, aquela que o ratinho carregava no início da HQ.

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6.o ano – Proposta 2

3. Circule o melhor desenho para concluir o quadro 5 e a HQ de forma coerente.

4. Qual a razão de a palavra “posso” estar repetida neste quadrinho?

a) ( X ) A repetição indica que o gato insiste, tentando convencer o rato a atender seu pedido – deixá- -lo ver o que havia dentro da caixa.

b) ( ) A repetição permite que o espaço em branco, dentro do balão, seja preenchido, tornando equilibrada a utilização do quadro.

c) ( ) Essa repetição indica que o rato não ouviu o pe-dido do gato e, por isso, ele precisou repeti-lo.

Prática de reflexão sobre a língua5. Para melhorar seu domínio da concordância, reescreva as frases a seguir, substituindo as palavras

sublinhadas pelas palavras entre parênteses e realizando as adequações necessárias.a) O gato é um animal curioso por natureza. (felinos)

Os felinos são animais curiosos por natureza.

b) O rato foi escolhido como personagem da HQ A caixa de ditados. (gato e rato)

O gato e o rato foram escolhidos como personagens da HQ A caixa de ditados.

c) Na caixa de ditados, havia um só ditado. (vários ditados)

Na caixa de ditados, havia vários ditados.

d) As pessoas curiosas, em geral, aprendem mais. (gente)

Gente curiosa, em geral, aprende mais.

Chame a atenção dos alunos para o fato de o verbo haver não se flexionar no plural quando pode ser trocado pelo verbo ter.

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Caderno de produção de textos

6. No quadro 5, o gato diz:

Idade Média

É o nome dado ao período compreendido entre os séculos V (476) e XV (1453).

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A CURIOSIDADE MATOU O GATO...

Mas, como vimos, o gato não morreu! Ele, apenas, matou a curiosidade... Qual o significado desse ditado? Converse com um colega e anote a conclusão a que chegaram.

Espera-se que, pela história, os alunos infiram o sentido do ditado: a curiosidade pode causar

problemas para o curioso.

A origem do ditado “a curiosidade matou o gato” Conta a história que, no início da Idade Média, na Europa, os gatos, espe-

cialmente os gatos pretos, eram associados a maus espíritos e à ideia de que trariam má sorte. Vezes e vezes, esses animais foram perseguidos. Além disso, muita gente preparava armadilhas e a curiosidade natural dos bichanos leva-va-os à morte.

Mas, nem só os gatos são curiosos...

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6.o ano – Proposta 2

7. Para melhorar sua capacidade de expressão, exercite a flexibilidade da língua, fazendo uma pará-frase – reescrita sem alteração do sentido original – do texto “A origem do ditado ‘a curiosidade matou o gato’ ” .

Comece o texto assim:

Não era fácil ser gato na Idade Média po’que Pessoal. Oriente os alunos a compararem os textos produzidos com o de um(a) colega. Reciprocamente, eles devem sugerir

e aceitar alterações para melhorar os textos. Reforce que é importante manter todas as informações do texto original, mas

que eles devem procurar imprimir um estilo pessoal ao novo texto.

AI, AI, AI...! A curiosidade ainda vai matar o gato...

8. Observe que o quadrinho (vinheta) 2 não apresenta linhas demarcatórias. Explique o porquê dessa escolha feita pelo cartunista Laerte.

LAERTE. Disponível em: <http://www.tudogato.com/2009/06/tg-entrevista-o-cartunista-laerte.html>. Acesso em: 6 jul. 2015.

Pessoal. Sugestão: É possível que o cartunista não tenha usado linhas demarcatórias na vinheta 2 para indicar que a ação do

gato foi muito rápida, quase instantânea. Assim que ele viu o aquário, saltou sobre ele sem pensar duas vezes. E enfiou a pata

e o focinho para pegar os peixes. É possível entender também que o gato estava se sentindo dono da situação, sem limites

ou impedimentos para pegar os peixes, já que a ausência de linhas demarcatórias pode dar a ideia de espaço ilimitado.

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Caderno de produção de textos

9. Mantendo o sentido da história, acrescente mais um quadro à tira.

10. Compare o traço dos artistas que criaram a HQ e a tira desse bloco de ativi-dades. Qual deles você prefere? Por quê?

Pessoal. Espera-se que os alunos justifiquem sua escolha comentando: os traços, a representação

dos animais (mais fiéis à realidade ou não), a presença ou não de cores, entre outros elementos.

LAERTE. Disponível em: <http://www.tudogato.com/2009/06/tg-entrevista-o-cartunista-laerte.html>. Acesso em: 6 jul. 2015.

Pode ser que os alunos, influenciados pelo ditado “a curiosidade matou o gato”, finalizem o texto com essa ideia que pode ser aceita, independentemente do fato de ser da natureza do gato pegar peixes para comer. Se julgar oportuno, apresente alguns provérbios que possam, aliados à imagem, facilitar a produção de um quadro conclusivo sobre a história. Por exemplo:Um dia é da caça, outro do caçador. Quem com ferro fere, com ferro será ferido. Cautela nunca é demais. Em rio que tem piranha, jacaré nada de costas. Pense duas vezes antes de agir. Quem ri por último, ri melhor.

Use o espaço a seguir.

Número de aulas previstas: 1

Gênero: tira

Para quem: alunos da turma

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6.o ano – Proposta 2

11. Na tira de Laerte, lemos:

...UM AQUÁRIO! ...E CHEIO DE... ...PIRANHAS!

a) Você observou quanta economia de palavras (síntese) o cartunista fez? Por que ele foi assim tão econômico?

Espera-se que os alunos concluam que o cartunista economizou palavras para dar dinamismo, rapidez à leitura.

Oriente-os a perceber que a leitura do texto não verbal é suficiente para a compreensão da tira, portanto, se ele

escrevesse muito, o leitor provavelmente não leria o texto verbal.

b) Como poderia ficar a fala do gato, caso o cartunista não tivesse economizado palavras?

Pessoal. Sugestão: HUMMM... ESTOU VENDO UM AQUÁRIO! E ELE ESTÁ CHEIO DE PEIXES..., DIGO, DE PIRANHAS!

12. Agora, imagine o seguinte diálogo entre as piranhas e faça o que se pede.

– OLHE! LÁ VEM O GATO!

– CALMA! ELE NÃO PERDE POR ESPERAR...

– NHAM... MUITO GOSTOSO ESSE GATO! ...NHAM...

Reescreva as falas das piranhas, cortando o máximo de palavras:

...OLHE! O GATO!

CALMA...!

NHAM... NHAM...

Pessoal. Sugestão:

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A 3

Caderno de produção de textos

O verbete é... Pégaso1. Desafio alado: o que você já sabe sobre Pégaso? Indique se as afirmações a

seguir são verdadeiras ou falsas.

Para ficar mais divertido, proponha uma competição com um colega.

Verbetes são “abelhas”: dentro e fora da colmeia

desafio

Você consegue ver um cavalo alado neste conjunto de estrelas?

dica: Pégaso

Vale a pena conhecer a canção “A lenda de Pégaso”, de Jorge Mautner e Moraes Moreira. Além de linda, ela é muito informativa.

dica: verbete

Na página 39 do seu livro do 6 .º ano, 1.º volume, você pode recordar a acepção de verbete.

Consulte também as páginas 41 e 42 para relembrar alguns elementos que caracterizam esse gênero de texto.

Ainda na página 39, há informações sobre vários tipos de dicionários. Releia atentamente a explicação sobre dicionário temático.

AFIRMAÇÕES VERDADEIRA FALSA

Ele era um passarinho feio.

Ele era um personagem mitológico, um cavalo alado.

Ele ajudou a combater a Quimera.

Ele se transformou em uma constelação.

Ele fez brotar uma fonte para inspiração dos poetas.

2. Pesquise as respostas para o desafio no verbete terminológico “Pégaso” e na ilustração a seguir.

PÉGASO – cavalo alado que nasceu do sangue de Medusa, quando Perseu lhe cortou a cabeça. Montado sobre Pégaso, o herói foi salvar Andrô-meda, exposta ao furor de um monstro marinho, e Belerofonte serviu-se de Pégaso para combater a Quimera. Com uma patada, Pégaso fez brotar do Hélicon a fonte de Hipocrene, onde os poetas iam beber inspiração.

VICTORIA, Luiz A. P. Dicionário ilustrado de mitologia. Rio de Janeiro: Ediouro, [s.d.]. p. 142.

Talvez os alunos não conheçam alguns dos personagens mitológicos ou termos citados no verbete “Pégaso”. Se essa for a situação, oriente a consulta a dicionários gerais da língua, dicionários temáticos, enciclopédias, revistas especializadas.

Fique por dentro

Para se tornar um leitor ou leitora competente, é preciso desenvolver várias habilidades. As atividades dessa proposta vão ajudá-lo a refletir sobre:

a) a finalidade (objetivo comunicativo) dos textos;

b) o estabelecimento de relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade dele;

c) a localização de informações explícitas no texto.

Pessoal.

Constelação de Pégaso

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e Belerofonte serviu-se de Pégaso para combater a Quimera. Com uma patada, Pégaso fez brotar do Hélicon a fonte de Hipocrene, onde os poetas iam

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6.o ano – Proposta 3

3. Depois de ler o verbete “Pégaso”, é possível concluir que o objetivo desse texto é:a) ( ) informar fatos para o leitor.b) ( ) trazer informações científicas para o leitor.c) ( X ) informar o leitor sobre um assunto da mitologia.d) ( ) dar para o leitor instruções sobre a execução de uma tarefa.e) ( ) apresentar a reclamação sobre um serviço.

4. Na primeira frase do verbete “Pégaso”, lê-se:

Pégaso – cavalo alado que nasceu do sangue da Medusa quando Perseu lhe cortou a cabeça.

a) A quem a palavra “lhe” está se referindo?

O pronome “lhe” substitui e retoma o termo “Medusa”.

b) Reescreva a frase, trocando a palavra “lhe” por outras que mantenham o sentido.

Pessoal. Sugestão: Pégaso – cavalo alado que nasceu do sangue da Medusa quando Perseu

cortou a cabeça dela. / Pégaso – cavalo alado que nasceu do sangue da Medusa quando

Perseu cortou a cabeça da Górgona de olhar petrificante. / Pégaso – cavalo alado que nasceu

do sangue da Medusa quando Perseu cortou a cabeça dessa mulher cheia de enormes serpentes. 

5. No texto, lemos:

[...] Montado sobre Pégaso, o herói foi salvar Andrômeda, exposta ao furor do monstro marinho [...].

a) Essa informação é um fato? Justifique sua resposta.

b) Qual é a fonte, isto é, de onde essa informação sobre a façanha de Perseu foi retirada?

Essa informação está no verbete “Pégaso”.

c) Quem estava montado sobre Pégaso?

A única dificuldade de chegar à resposta “Perseu” é a distância que uma informação se

encontra da outra.

O verbete “Pégaso” traz informações ficcionais, míticas, não reais sobre esse ser mitológico. Logo, a informação não é um fato; não aconteceu; não é uma notícia. A mitologia surgiu da necessidade que os seres humanos têm de explicar e dominar o mundo para vencer a insegurança e o medo. Entre os povos antigos ou primitivos, a mitologia era uma forma de se situar no mundo, de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza.

É possível ampliar a leitura pedindo aos alunos que citem outro ato desse herói mencionado no verbete. Essas informações estão explícitas no texto. Deduzir informações explícitas no texto (D1) é uma habilidade leitora bem simples.

Na mitologia grega, existiam três górgonas: as três filhas de Fórcis e Ceto. Seus nomes eram Medusa, “a impetuosa”, Esteno, “a que oprime”, e Euría-le, “a que está ao largo”.Essa atividade 4 trabalha o descritor 2 (D2): estabelecer relações entre partes do texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade dele.

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Caderno de produção de textos

6. A palavra Pégaso não consta nos chamados dicionários de bolso ou mini-dicionários. Também não encontramos a expressão cavalo-alado. Mas o verbete cavalo consta. Observe:

ca.va.lo [Lat. caballu] sm. 1. Zool. Mamífero equídeo domesticado como animal de tiro (6) e de montaria. É herbívoro, tem crina e focinho longos e patas com cascos sólidos. 2. Fig. Homem muito grosseiro, ou pouco inteligente; jumento, cavalgadura. 3. Certa peça do jogo de xadrez. 4. Bot. Ramo ou tronco em que se faz um enxerto. [...]

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. Coordenação de Marina Baird Ferreira. 8. ed. rev. atual. e ampl. Curitiba: Positivo, 2015. p. 151.

a) Agora, coloque-se no lugar de um dicionarista, que tem como tarefa acrescentar a locução cavalo-alado ao verbete cavalo. Indique na in-formação:

• a área a que pertence a expressão, usando itálico e abreviatura:

Se os alunos tiverem acesso a um dicionário e consultarem a parte referente a abreviaturas,

vão chegar com facilidade à abreviatura Mit. (Mitologia).

• a definição de cavalo-alado:

Consultando o dicionário novamente, os alunos vão chegar à palavra “alado”: que tem asas.

E, assim, chegar à definição: cavalo que tem asas; equino dotado de asas.

• um exemplo de uso:

Os alunos podem criar seus exemplos de uso, lembrando que a frase deve ser bem curta

e objetiva. Pessoal. Sugestão: Pégaso é um cavalo-alado. / Pégaso e Hipogrifo são os cavalos-

-alados lendários mais conhecidos.

b) Agora, escreva o verbete da locução cavalo-alado.

7. Leia os verbetes a seguir. Imagine que você precisa ensinar a um colega estrangeiro, por escrito, a diferença entre expor e explicar, incluindo um exemplo de uso de uma dessas palavras na sua explicação. Como seria seu texto?

ex.pli.car [Lat. explicare] vtd. 1. Tornar inteligível ou claro: explicar uma questão. 2. Inter-pretar: explicar os textos bíblicos. 3. Dar a explicação (3) de (algo); justificar. 4. Esclarecer (2): explicar um método. tdi. 5. Explicar (1, 2 e 4). 6. Apresentar como justificativa ou justificação. p. 7. Dar razão das suas ações ou palavras. 8. Exprimir-se; expressar-se.

7. O roteiro apresenta etapas de escrita, mas é interessante comentar com os alunos que essas etapas não são fixas, porque escrever é um processo que implica um movimento de ir e vir. Ou seja, continuamen-te avançamos e voltamos ao que já escrevemos para poder avançar novamente; e corrigimos ou reescre-vemos, enquanto estamos escrevendo, o que não está funcionando, pois a leitura e a correção do texto fazem parte da escrita e não são posteriores a ela. Quando damos o texto por concluí-do, relemos o conjunto para avaliar o resultado.

dica: texto

Roteiro para essa produção:

Faça um planejamento para o seu texto.

Escreva-o de acordo com o planejado: se mudar de ideia, faça anotações no planejamento.

Durante a escrita, releia seu texto para saber como prosseguir, verifique o que falta, veja se está indo bem, se convém substituir alguma palavra, algum parágrafo ou reescrever tudo.

Lembre-se: o processo de leitura e correção não é posterior à escrita, mas parte dela.

Faça autoavaliação, relendo o comando para a elaboração do texto.

Submeta seu texto à apreciação de um colega e peça palpites para deixá-lo ainda melhor.

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6.o ano – Proposta 3

ex.por [Lat. exponere.] vtd. 1. Pôr em perigo; arriscar: Expor a própria vida. 2. Contar, narrar: expor um fato. 3. Explicar, explanar. 4. Revelar; apresentar. 5. Deixar ver. 6. Pôr à vista; mos-trar. 7. Tornar evidente. tdi. 8. Expor (1 a 7). 9. Sujeitar à ação de. int. 10. Fazer exposição (2). p. 11. Exibir-se. 12. Arriscar-se. 13. Sujeitar-se à ação de.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. Coordenação de Marina Baird Ferreira. 8. ed. rev. atual. e ampl. Curitiba: Positivo, 2015. p. 332.

8. Faça a escrita de um verbete temático sobre um dos mitos citados no verbete “Pégaso” para integrar um Minidicionário de seres mitológicos elaborado pela turma. Após a edição, esse material poderá circular entre os alunos para ser lido em casa.

Essa atividade de produção de texto é bastante desafia-dora. Por isso, propusemos o gabarito comentado. A ideia é que os alunos usem esse gabarito como mais uma fonte de consulta.

Gabarito comentado

Depois de ler e comparar os verbetes “explicar” e “expor”, você possivelmente concluiu que “expor” e “explicar” podem ser sinônimos em determinados contextos. Mas, no verbete “Pégaso”, “expor” não quer dizer “explicar”: significa “submeter”, “sujeitar”. O herói foi salvar Andrômeda, exposta (submetida; sujeita) ao furor do monstro marinho.

dica: escrita

Na página 62 do seu livro do 6 .º ano, 1.º volume, você encontra um roteiro para a escrita de verbetes de um dicionário de termos regionais.

Esse roteiro poderá ajudar nas etapas de preparação, produção, avaliação e reescrita do minidicionário de seres mitológicos.

Número de aulas previstas: 2

Gênero: verbete

Divulgação: composição de um minidicionário

Para quem: alunos e familiares

Fique por dentro

Conheça os objetivos dessa proposta de produção de texto:

a) aprender como se faz um texto- -decalque, reproduzindo a estrutura do verbete “Pégaso”;

b) realizar um trabalho de pesquisa, consultando o verbete “Pégaso” e outros materiais sobre o assunto;

c) desenvolver um material de leitura interessante para aumentar o acervo de textos da sala de aula.

Elabore com os alunos um texto coletivo para mostrar

como se faz o texto-decalque. Como o nome diz, é um

texto em que se reproduz a estrutura e a silhueta do

texto que está sendo decalcado. Ajude a turma a

concluir que o verbete “Pégaso” é construído com

sequências narrativas e descritivas entrelaçadas. Nesse

tipo de verbete, não constam as informações trazidas

nos dicionários gerais da língua, por exemplo: origem

do termo, classe gramatical, pronúncia, grafia da forma plural, sinônimos, exemplos, etc.

edição

No contexto dessa atividade, significa preparar os verbetes, corrigindo o que for preciso e ilustrando adequadamente, para serem lidos por outras pessoas.

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Caderno de produção de textos

Ideias a�ns: palavra puxa palavra

VOCÊ SABE O QUE SIGNIFICA A EXPRESSÃO “IDEIAS AFINS”?

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DICIONÁRIO DE IDEIAS AFINS

44. VIDA

substantivos existência

fôlego

fio

sopro

hálito

vitalidade

aura

luz

verbos viver

palpitar

nascer

estar vivo

pulsar o coração

vir ao mundo

respirar

estar com vidasair do ventre

materno

adjetivos vivo

vital

vivente

ativo

animado

vivificante

SARGENTIM, Hermínio. Dicionário de ideias afins. São Paulo: IBEP, [s.d.]. p. 58.

1. A palavra “vida” é o verbete 44 do Dicionário de ideias afins. Será que você descobre a que palavra do verbete “Pégaso” esse verbete está relacionado? Dê o seu palpite.

2. Amplie o quadro com palavras relacionadas ao verbete “vida”. Peça ajuda a colegas e pessoas da família para enriquecer o quadro:

PALAVRAS RELACIONADAS AO VERBETE VIDA

Substantivo Verbo Adjetivo

respiração acordar vivente

animação animar aceso

nascimento vitalizar quente

vivacidade despertar exuberante

aura acontecer restaurador

vento existir vivificante

movimento sobreviver entusiasmado

nascença passar natal

sopro acalorar essencial

Espera-se que os alunos concluam que o verbete vida está relacionado à palavra nasceu (“[...] cavalo alado que nasceu do sangue da Medusa”). Nascer e vida/viver são palavras afins, encontram-se dentro do domínio conceitual de vida. Ao contrário do que parece, essa atividade vai além do D1 (Descritor 1: localizar informações explícitas no texto), porque exige leitura dos dois textos e compreensão do comando, entre outras competências leitoras.

2. Confie na intuição linguística dos alunos e proporcione a eles esse desafio, um verdadeiro jogo com a língua. Eles não precisam saber definições de substantivo, verbo, adjetivo: não é isso que está em jogo. O que se pretende é “despertar na mente” o já sabido, em situações de uso, de reflexão sobre a língua. “Tem-se, então, uma competência linguística que é intuitiva, não é um saber racio-nalizado que consiga explicar o porquê de determinada estrutura e, principalmente, utilizar-se de uma metalinguagem para explicá- -la” (BARBOSA, 2015). “[...] uma língua não se pode propriamente ensinar, mas apenas despertar na mente” (HUMBOLDT apud LUFT, 2007, p. 38).O gabarito é apenas sugestão, porque os alunos podem chegar a conjuntos muito diferentes, conforme o domínio conceitual que selecionem. Por exemplo, a partir do verbete vida:vi.da: s.f. [substantivo feminino]1. Capacidade de animais e vegetais estarem em atividade, alimentarem-se, crescerem e se reproduzirem. 2. Tempo que vai do nascimento até a morte, do começo ao fim; existência. 3. Modo, maneira de viver. 4. Anima-ção, entusiasmo.

VIDA. Disponível em: <http:// dicionariocriativo.com.br/ signi�cado/vida>. Acesso em: 14 ago. 2015.

Por brainstorming (tempestade mental; “toró” de ideias, momento de relacionar as ideias), chegamos a: respiração, sopro, ar, alento/brilho, viveza, expressão, vivacidade, colorido. OU: animar, vivificar, levantar, despertar, aviventar/respirar, haver, estar, ficar, compreender. OU: vital, vivente, vivificador/natal, nato, inato.

Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução.

Machado de Assis

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© Shutterstock/Sunny studio-Igor Yaruta

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6.o ano – Proposta 4

3. “A vida começa todos os dias”, escreveu o escritor Érico Veríssimo. Crie você uma definição para a palavra vida, exercitando sua criatividade e imaginação.

4. Coloque-se na situação de alguém que tenha sido convidado por uma re-vista de ciências para transformar em verbete a ficha a seguir. O objetivo é elaborar, para a biblioteca da escola, um dicionário de animais ameaçados de extinção. Essa situação imaginária pode, sim, se tornar realidade.

dicionário de animais ameaçados de extinção

Essa proposta imaginária pode se tornar um dicionário muito útil.

O que você acha?

Número de aulas previstas: 2

Gênero: verbete

Divulgação: composição de um dicionário

Para quem: alunos da escola

dica: transformar em verbete

Na página 42 do seu livro do 6 .º ano, 1.º volume, você encontra informações sobre verbetes.Lembre-se:O verbete constitui a unidade estrutural do dicionário. Ele se inicia com a própria palavra e traz todas as informações a ela referentes.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. Coordenação de Marina Baird Ferreira. 8. ed. rev. atual. Curitiba: Positivo, 2010. p. VIII.

Nome científico: Sarcoramphus papaNome popular: urubu-reiTamanho médio: 79 cmEnvergadura média: 180 cmPeso médio: 3 KgHábitos alimentares: alimenta-se de carne em putrefação.

Reprodução: o ninho é feito em paredões ou sobre árvores altas, no último caso, provavel-mente, aproveitado de um ninho já existente. Põe de dois a três ovos brancos, uniformes. De-pois de 50 a 56 dias, nascem filhotes cobertos por penugem branca. Hábitat: regiões permeadas de matas e cam-pos, distante dos centros urbanos.

PASSARINHO FEIO, EU? MINHA GATINHA ME

ACHA UM GATO...

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Fonte: URUBU-REI. Disponível em: <http://www.faunacps.cnpm.embrapa.br/ave/uruburei.html>. Acesso em: 29 set. 2015.

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Caderno de produção de textos

Pessoal. Sugestão: u.ru.bu-rei: SM Zool. Ave decompositora de tamanho médio a grande, bico curvo, pescoço e cabeça sem penas; saliência carnosa amarelo-alaranjada na cabeça. Ocorre em regiões distantes das grandes cidades, as florestas. No Brasil, é mais encontrado no Norte e na região Central, mas também no Sudeste: O urubu-rei é mudo: ele não emite sons.A escrita de verbetes, diz Paiva (2002, p. 136), “pode se configurar como uma estratégia de compreensão de leitura, uma vez que caberá ao aluno/autor a transposição do conteúdo de um outro texto-base para o gênero verbete”. Oriente os alunos para que consultem o verbete urubu-rei nos dicionários disponíveis e observem a ilustração e as informações da “ficha do bicho”. As informações da ficha poderão ser utilizadas para compor a definição e a descrição da ave. A ilustração complementa as informações para a descrição do bicho: o pescoço e a cabeça não têm penas e apresentam as cores laranja, vermelha e azul. Na cabeça, o urubu-rei tem uma saliência carnosa amarelo-alaranjada pendurada, seu bico é adunco (curvado). Alimenta-se de carne em decomposição. Avalie as vantagens da escrita coletiva para realizar com produtividade essa atividade.

5. A proposta agora é fazer o exercício oposto: transpor o verbete a seguir para o gênero FICHA.

Fique por dentro

Conheça os objetivos dessa proposta de produção de texto.a) Fazer a mudança de um texto

resumido e condensado, como é a ficha, para o gênero verbete. Faça constar no seu verbete:

• a cabeça do verbete ou entrada com separação silábica;

• a categorial gramatical e o gênero da palavra urubu-rei;

• a rubrica ou área de conhecimento em que está a palavra urubu-rei;

• a definição de urubu-rei; • um exemplo contextualizado.

b) Pesquisar usando o repertório disponível. Nessa atividade, o repertório consiste na ficha, na fotografia do urubu-rei e no verbete nos dicionários disponíveis.

c) Também pode ajudar se você fizer uma consulta ao verbete cavalo, apresentado na atividade 6 da proposta 3.

d) Desenvolver um material de leitura interessante para aumentar o acervo da biblioteca.

Fique por dentro

Conheça os objetivos dessa proposta de produção de texto.

a) Fazer a transposição do texto do gênero verbete para um texto do gênero ficha do bicho, usando a imaginação e a criatividade. A ficha deve conter:

• título original para a ficha do bicho; • ilustração; • nome científico; • nome popular; • peso médio; • local onde é encontrado; • hábitat;

• motivo da busca.

b) Realizar trabalho de pesquisa, usando o repertório disponível. O repertório disponível é a ficha do bicho e a ilustração. Você também pode consultar dicionários e enciclopédias para ler sobre leão, cabra, dragão e serpente.

c) Produzir material para expor em uma galeria da escola (corredor também serve).

QUIMERA – monstro mitológico com cabeça de leão, corpo de cabra, asas de dragão e rabo de serpente.

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6.o ano – Proposta 5

Notícias: informação, memória e relato

A vida em um... sucoNÃO HÁ COMO FUGIR: O TEXTO NOTICIOSO USA ARTIMANHAS PARA CAPTURAR VOCÊ, O LEITOR.

QUAL DESTAS NOTÍCIAS CHAMA MAIS SUA ATENÇÃO?

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POST

A 5 Oriente a reflexão sobre a

finalidade e os suportes do texto noticioso, seja físico ou virtual. No livro do 6.º ano, 2.º volume, página 6, os alunos podem rever a origem da palavra “jornal” e ler sobre a utilidade e a importância dessa mídia na vida contemporânea. Mais adiante, na página 13, encontram informações sobre o gênero notícia e a estrutura que esse gênero costuma apresentar quan-do impresso. Incentive o debate sobre os títulos das manchetes, com atenção especial para a linguagem enxuta, a intertextualidade e a ironia.

SORVETE DE PARMESÃO COM PIMENTA É VENCEDOR EM CONCURSO DE SABORES

JUSTIÇA DETERMINA: LAGARTIXA TEM O DIREITO DE CIRCULAR NAS PAREDES

MONTADORA INICIA PRODUÇÃO DO PRIMEIRO CARRO A ÁGUA

EMPRESÁRIO DA INDONÉSIA FAZ “CHOVER DINHEIRO”

POLÍCIA INVESTIGA SEQUESTRO DE PINGUIM E TAXISTA QUASE PAGA O PATO

INDIANO TELEFONA PARA SUA FAMÍLIA MINUTOS ANTES DE SER CREMADO

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UnidadeUnidade 3

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Caderno de produção de textos

1. Agora, leia esta notícia.

A vida em um sucoUm novo estudo publicado do The Journal of Nutrition revela que bebi-

das de baixa caloria contendo suco de cranberry podem ajudar a diminuir o risco de doenças crônicas que estão entre as principais causas de morte em todo o mundo, incluindo doenças cardíacas, diabetes e derrame. A descoberta é uma boa notícia, considerando que a Organização Mundial da Saúde estima que esse trio de doenças mata anualmente 15,6 milhões de pessoas* em todo o mundo. Essas doenças estão entre as mais comuns e dispendiosas para os sistemas de saúde, mas, felizmente, elas também estão entre as mais evitáveis através da intervenção dietética. Isso é o que a pesquisa conclui, mostrando que o cranberry fornece uma rica fonte de compostos protetores, chamados polifenóis, que reforçam as defesas na-turais do nosso corpo. O cranberry é uma frutinha natural da América do Norte e por isso mais conhecida pelo seu nome em inglês mesmo. Ela se parece com uma cereja.

[...]*Corresponde a quinze milhões e seiscentas mil pessoas.

TOMUSSI, Carlos Rogério. Pílulas de saber. Hora de Santa Catarina, Florianópolis, 9 jul. 2015. p. 16.

2. Transcreva, do lide, a informação que comprova que a frutinha cranberry é praticamente um “salva-vidas”.

“Um novo estudo publicado do The Journal of Nutrition revela que bebidas de baixa caloria

contendo suco de cranberry podem ajudar a diminuir o risco de doenças crônicas que estão

entre as principais causas de morte em todo o mundo, incluindo doenças cardíacas, diabetes e

derrame.”

a) Que palavra do lide poderia ser substituída pela expressão “do coração”?

A palavra “cardíacas” poderia ser substituída pela expressão “do coração”.

The Journal of Nutrition

O maior objetivo da publicação do The Journal of Nutrition é ampliar os conhecimentos dos leitores sobre nutrição.

Dica: cardíacas

Muitos adjetivos mantêm certa correspondência de significado com as locuções adjetivas, e vice-versa. Mas nem sempre a substituição é admissível ou desejável. Algumas expressões cotidianas já estão consagradas, por exemplo, a expressão jurídica contrato leonino ou a expressão leite de vaca. Não faz sentido passar a dizer “contrato de leão” ou “leite vacum”. A reflexão sobre locuções adjetivas é importante quando trabalhamos com notícia porque esse gênero de texto, em geral, usa poucos adjetivos e, quando lança mão deles, prefere as locuções adjetivas por serem mais concisas.

Fique por dentro

Um leitor crítico precisa desenvolver várias competências.

As atividades a seguir podem ajudar você a tirar mais proveito dos textos noticiosos ao:

a) identificar a finalidade (objetivo comunicativo) dos textos;

b) estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade dele;

c) localizar informações implícitas e explícitas no texto;

d) distinguir um fato da opinião relativa a esse fato;

e) inferir o sentido de uma palavra ou expressão;

f) identificar o tema de um texto.

Lide, do inglês lead, é o nome dado à primeira parte da notícia. Oriente os alunos para que o destaquem do restante da notícia, colorindo-o. O lide, em geral, resume os fatos e seus elemen-tos básicos, ele contém as informações que respondem às perguntas “quem”, “o que” e “por que”. Mas nem todo lide é integral (quem – o que – quando – onde – por que – como). É comum encontrarmos destaques para as informações. Nessa notícia, por exemplo, o destaque é para a informação que responde à pergunta “o que”.

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6.o ano – Proposta 5

b) Para exercitar o uso de locuções adjetivas, reescreva os trechos das manchetes, substituindo os adjetivos por locuções adjetivas ou vice-versa, quando adequado.

ALIMENTOS DIETÉTICOS DEVEM APRESENTAR

RÓTULOS

Alimentos para dieta devem apresentar rótulos

Doenças estomacais atingem cada vez mais adolescentes

Indústria farmacêutica reajusta preços ao consumidor

ALIMENTOS ENLATADOS NÃO ENTRAM NO CARDÁPIO SAUDÁVEL

INFECÇÃO RENAL TIRA GOLEIRO ZECA DE

CAMPO

Doenças do estômago atingem cada vez mais adolescentes

Indústria que produz itens de farmácia reajusta preços ao

consumidor

Alimentos em lata não entram no cardápio saudável

Infecção dos rins tira goleiro Zeca de campo

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Caderno de produção de textos

3. Por que a notícia divulgada é considerada boa pelo autor do texto?

Porque trata sobre a descoberta de um alimento, a cranberry, que pode salvar anualmente 15,6

milhões de pessoas em todo o mundo.

4. Uma propriedade medicinal da cranberry, citada na notícia, é que essa fruta contém compostos protetores que reforçam as defesas naturais do corpo. Sabendo disso, responda às questões:a) Essa informação é científica? Justifique sua resposta.

É científica, sim. Um novo estudo sobre as propriedades da cranberry publicado do

The Journal of Nutrition revela que o suco dessa frutinha reforça as defesas naturais do

organismo.

b) Por que no texto é usado cranberry e não seu nome correspondente em português: oxicoco?

Porque a cranberry é uma frutinha natural de países da América do Norte cuja língua oficial

é o inglês. No Brasil, tornou-se conhecida por esse nome em inglês, sendo pouco comum o

uso oxicoco.

c) Caso você fosse convidado a dar outro nome em português para a cranberry, que nome escolheria? Explique sua escolha.

Pessoal. Comente com os alunos que a palavra berry (/béri/) dá nome a várias frutas frescas,

como acerola, cereja, morango, mirtilo, amora, framboesa, goji berry, etc.

5. O tema da notícia “A vida em um suco” é:a) ( ) doenças crônicas e morte por doenças cardíacas, derrame e

diabetes.b) ( X ) possível redução dos riscos de doenças crônicas com suco de

cranberry.c) ( ) origem da fruta cranberry.d) ( ) semelhança entre cranberry e cereja.

Leitores familiarizados com o gênero notícia sabem que ela, em geral, anuncia um evento a

ser realizado ou relata um fato já acontecido. O leitor de textos noticiosos conhece também

outra característica desse gênero: o título quase sempre sintetiza e antecipa as informações.

Dessa forma, o tema de uma notícia pode ser deduzido com certa facilidade. No caso, está

na segunda alternativa (letra b).

©Shutterstock/Ruslan Kudrin

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6.o ano – Proposta 5

6. O destaque na notícia “A vida em um suco” é para a informação “o que”. Consulte o quadro a seguir para descobrir que tipo de destaque essa notí-cia teria se começasse assim:

Já tomou seu suco de cranberry hoje? Um novo estudo publicado do The Journal of Nutrition revela que bebidas de baixa caloria contendo suco de cranberry podem ajudar a diminuir o risco de doenças crônicas que estão entre as principais causas de morte em todo o mundo, incluindo doenças cardíacas, diabete e derrame.

O objetivo dessa atividade é estimular a produção de textos criativos, ampliando o espectro

de possibilidades. É interessante que os alunos entendam que, “embora a abertura do texto se

modifique, a sua sequência deve conter os dados numa determinada gradação de relevância”

(FARIA, 2004, p. 40).

7. Reescreva o lide, mudando o destaque. Depois, comente com um colega sua criação. Pode ser muito divertido!

Gabarito comentado

Será que você concluiu que o destaque desse lide é para a provocação?

Vamos brincar com o texto da notícia a seguir, alterando o destaque:Cobra de mais de 4 metros é achada em contêiner no Porto de SantosUma cobra de mais de quatro metros de comprimento assustou os trabalha-dores do Porto de Santos, a 73 km de São Paulo, na terça feira (20). O animal estava junto com os contêineres que eram descarregados nos terminais [...].

COBRA de mais de 4 metros é achada em contêiner no Porto de Santos. Disponível em: <http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/cobra-de-mais-de-4-metros-e-achada-em-conteiner-no-porto-de-santos/?cHash=7a9116d3954e498010f594548e69979c>. Acesso em: 14 ago. 2015.

Destaque para a informação ondeNo Porto de Santos, a 73 km de São Paulo, uma cobra de mais de quatro metros de comprimento assustou os trabalhadores na terça feira (20). O animal estava junto com os contêineres que eram descarregados nos terminais [...].

Destaque para a informação comoJunto com os contêineres que eram descarregados nos terminais, estava uma cobra de mais de quatro metros de com-primento, que assustou os trabalhadores do Porto de Santos, a 73 km de São Paulo, na terça feira (20). [...]

Destaque para a informação quandoNa terça feira (20), uma cobra de mais de quatro metros de comprimento assustou os trabalhadores do Porto de Santos, a 73 km de São Paulo. O animal estava junto com os contêineres que eram descarregados nos terminais [...].

Destaque para a fala ou citação“O susto foi grande.” A frase é de Pedro Silva, 35, um dos trabalhadores do Porto de Santos, que encontrou uma cobra de mais de quatro metros de comprimento no Porto de Santos, a 73 km de São Paulo. O animal estava junto com os contêineres que eram descarregados nos terminais [...].

Destaque para a visãoUma cobra gigante, com mais de quatro metros de comprimento, foi avistada junto aos contêineres que eram descar-regados nos terminais. A cena assustou os trabalhadores do Porto de Santos, a 73 km de São Paulo, na terça feira (20).

Destaque para a provocaçãoAcredite se quiser! Mas uma cobra de mais de quatro metros de compri-mento assustou os trabalhadores do Porto de Santos, a 73 km de São Paulo, na terça feira (20). O ani-mal estava com os contêineres que eram descarregados nos terminais [...].

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Caderno de produção de textos

QUANTOS ANOS VOCÊ TEM?

__________

ENTÃO, SEUS LINDOS OLHOS... SOFREM!

AH... ALGUÉM JÁ LHE DISSE QUE VOCÊ FAZ PARTE DA GERAÇÃO Y?

“LUZ NOS OLHOS TEUS” FAZ MAL À SAÚDEExposição a telas digitais causa desconforto ocular na geração Y

Uma pesquisa feita pelo Vision Council, organização norte-americana que reú-ne representantes da indústria óptica, ouviu mais de 9 mil pessoas de todas as faixas etárias e descobriu que a geração Y é a que mais se queixa dos sintomas característicos do excesso de exposição à luz de telas, seja de desktop, seja de smartphone. Mais de 35% dos jovens entrevistados disseram que passam pelo menos nove horas por dia usando dispositivos digitais, e 68% relataram sintomas característicos da exposição excessiva à luz emitida por esses dispositivos.

FEED. Excesso de luz digital. Galileu, São Paulo, n. 287, p. 17, jun. 2015.

1. Lendo a notícia “Luz nos olhos teus”, podemos concluir que a ideia central desse texto é:a) ( ) criticar o uso excessivo de smartphones e desktops por crianças e adolescentes.b) ( ) relembrar a canção que fala sobre a luz nos olhos, composta por Tom Jobim e Vinícius de

Moraes.c) ( ) alertar a geração X sobre males causados pela luz digital, que podem comprometer a visão.d) ( X ) divulgar o resultado de uma pesquisa sobre queixas da geração Y, relacionadas à luz digital.

2. Transcreva um trecho da notícia que comprove sua resposta à questão anterior.

Espera-se que os alunos reproduzam a linha-fina ou o primeiro período do corpo da notícia.

1. A familiaridade com a leitura de textos noticiosos leva o leitor a buscar e encontrar no título uma antecipação do tema. No caso, a última alternativa contém o tema. O item c não é o tema da notícia, mas de modo indireto, contempla a geração X, já que a pesquisa foi feita com pessoas de todas as faixas etárias.

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6.o ano – Proposta 5

3. Reescreva o lide da notícia “Luz nos olhos teus”, iniciando o texto da seguin-te forma:

A geração Y é a que mais se queixa dos sintomas característicos de exposi-

ção à luz de telas

Nesse tipo de escrita, os alunos têm alguma liberdade para rearranjar os termos, mantendo todas

as informações, a coerência e a coesão.

O lide é a abertura do texto da notícia ou da reportagem. Em geral, o lide está concentrado nos dois primeiros parágrafos do texto e, quando é integral, responde às perguntas básicas: quem – o que – quando – onde – por que – como. Essas questões resumem e situam o leitor quanto aos principais aspectos da notícia.

4. Releia o lide da notícia “Luz nos olhos teus” para responder às questões a seguir:

Quem?

Uma pesquisa feita pelo Vision Council, organização norte-americana que reúne representantes

da indústria óptica.

O quê?

Ouviu mais de 9 mil pessoas de todas as faixas etárias e descobriu que a geração Y é a que mais

se queixa dos sintomas característicos do excesso de exposição à luz de telas.

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Dica: integral

Atenção, leitor de notícias!

Nem sempre o lide contém todas as respostas. Às vezes, várias perguntas são respondidas no corpo da notícia.

Número de aulas previstas: 2

Gênero: notícia

Divulgação: sala de aula

Para quem: colegas da turma

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Caderno de produção de textos

Quando?

Não há essa informação no lide.

Como?

Não há essa informação no lide.

Por quê?

Não há essa informação no lide.

Complemento?

Seja de desktop, seja do smartphone.

Prática de reflexão sobre a língua5. Você já deve ter observado que cada gênero de texto tem uma pontuação característica. Como

você sabe, não se pontua do mesmo modo uma história em quadrinhos, um e-mail, uma mensa-gem pelo whatsapp, uma notícia, etc.

Analise a pontuação da notícia “Luz nos olhos teus”, colorindo os sinais de pontuação usados. Depois, responda às questões.a) São muitos os sinais de pontuação usados?

b) Há uma grande variação de sinais de pontuação nessa notícia?

c) Quais são os sinais de pontuação empregados?

d) Para que eles foram empregados?

Ajude a turma a concluir que, nessa notícia, são poucos os sinais de pontuação usados. Aparecem cinco vírgulas e dois

pontos; duas vírgulas isolando o aposto, duas isolando as orações alternativas, e uma separando a oração aditiva; um

ponto no final do primeiro parágrafo e um ponto-final. O importante é que os alunos observem a função da pontuação

– sem a necessidade de usar terminologia – e aprendam que pontuar é, basicamente, separar o que não pode (ou não

deve) ficar junto, por questão de clareza e de organização do texto.

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6.o ano – Proposta 6

Cada coisa que acontece... UM LEÃO QUASE É LEVADO DE PARQUE DA FLÓRIDA

E QUASE LEVA OS AUTORES DA FAÇANHA PARA A CADEIA

JOVENS SÃO PRESOS APÓS TENTAREM ROUBAR UMA ESTÁTUA DE LEÃO DE UM PARQUE

Dois jovens da Flórida, Estados Unidos, foram presos por ten-tarem roubar uma estátua de um leão de um parque, segundo rela-tórios policiais. [...] foram vistos de madrugada no meio do parque e autoridades descobriram que uma corrente de reboque havia sido usada na estátua e ligada a um caminhão.

A estátua do leão foi arrastada por cerca de 15 metros pela grama do parque antes de os policiais chegarem. O dano à grama do local foi avaliado em cerca de R$ 840 e a estátua é avaliada, aproxima-damente, em R$ 1.400.

Os jovens disseram que estavam planejando levar o leão como parte de uma brincadeira. Eles foram acusados de furto e dano criminal. Os dois foram libertados após pagamento de fiança.

JOVENS são presos após tentarem roubar uma estátua de leão de um parque. Disponível em: <http://extra.globo.com/noticias/bizarro/jovens-sao-presos-apos-tentarem-roubar-uma-estatua-de-leao-de-um-parque-16006273.html#ixzz3gpFsqrgg>. Acesso em: 25 ago. 2015.

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1. Produzir o texto de uma notícia é contar uma história. Por isso, é preciso que você, o autor, na posição de um jornalista, esteja atento aos elementos que constituem uma narrativa: fato (o que), tempo (quando), lugar (onde), causa (por que), modo (como), personagens (quem), consequências.

A chamada “pirâmide invertida” ajuda a agrupar as informações e a contar a história de forma rápida, objetiva, indo direto às consequências do fato, logo no primeiro parágrafo do texto: o lide. A organização dos elementos narrativos pode originar os seguintes tipos de lide:

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Caderno de produção de textos

lide simples – refere-se apenas a um fato principal;lide composto – abre a notícia, anunciando vários fatos importantes;lide integral – relaciona todas as informações objetivas sobre o fato;lide suspense ou dramático – provoca emoção em quem lê;

lide relâmpago – anuncia o fato de forma extremamente resumida;lide citação – anuncia o fato por meio do discurso direto;

lide contraste – relata um fato por meio de situações antagônicas;lide documentário – historiciza o fato;lide pessoal – anuncia o fato interpelando o leitor.

Observe que interessante é isso!

Nós gostamos muito...

ERBOLATO, Mário. Técnicas de codificação em jornalismo: redação, captação e edição no jornal diário. São Paulo: Ática, 2001.

a) Reescreva, usando a pirâmide invertida, a notícia “Jovens são presos após tentarem roubar uma estátua de leão de um parque”, informando apenas o essencial.

Conteúdo importante

Complementos

Gabarito comentado

Compare a solução que encontramos ao que você, na posição de um jornalista, escreveu.

Dica: reescreva

Na página 28 do seu livro do 6.º ano, 2.º volume, há orientações sobre a preparação do texto noticioso.

Sobre produção, avaliação e reescrita, consulte a página 29.

A tentativa de furtar a estátua de um leão de um parque na Flórida,

Estados Unidos, terminou mal para dois jovens, que acabaram

presos, acusados de furto e dano criminal.

Liberados após pagamento de fiança, os jovens

contaram que o furto era parte de uma

brincadeira.

A estátua, avaliada em R$1.400,00, foi arrastada por

um reboque e causou danos

no valor de R$ 840,00

ao gramado

do local.

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6.o ano – Proposta 6

b) A notícia cifrada que você vai ler agora foi criada pela bióloga Mônica Pontalti, do Instituto Baleia Branca, para noticiar a morte de mais de uma centena de baleias-piloto.

Fique por dentro

Conheça os objetivos dessa proposta de produção de texto.

a) Trabalhar a notícia “Jovens são presos após tentarem roubar uma estátua de leão de um parque”, transformando-a em notícia cifrada.

Características da notícia cifrada:

• Legenda para substituição de algumas palavras no corpo da notícia.

• Lide contendo as informações principais da notícia.

• Combinação entre ilustração e texto.

• Título curto e interessante, com espaços para completar as palavras.

• Gabarito para os alunos poderem conferir se acertaram o título.

• Referência.

b) Aprimorar a escrita e a criatividade.

c) Realizar um trabalho de pesquisa utilizando o repertório disponível.

d) Exercitar a revisão colaborativa.

e) Desenvolver um material de leitura interessante para aumentar o acervo da biblioteca, visando leitores menos experientes, em especial os leitores do 1.º e 2.º ano.

Oriente a leitura da notícia “Animais encalham e morrem na praia”, estudando-a com os alunos, para que observem os recursos que a tornam uma notícia cifrada. Na sequência, incentive a turma a produzir suas próprias notícias cifradas. Além da que sugerimos como exercício, os alunos poderiam, em duplas, selecionar uma notícia e cifrá-la. O material resultante, depois de devidamente revisado, poderia ser reunido em uma espécie de jornal de notícias cifradas, exposto em um varal do pátio da escola e oferecido à biblioteca.

ANIMAIS encalham e morrem na praia. Folha de S.Paulo, São Paulo, 26 fev. 2011. Folhinha, p. 7.

Transforme a notícia “Jovens são presos após tentarem roubar uma estátua de leão de um parque” em uma notícia cifrada.

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Caderno de produção de textos

2. Depois de ler a notícia a seguir, inclua um elemento surpresa, após o “Mas”, dando à notícia um caráter sensacionalista, para chamar a atenção do leitor. Atribua também um título e um subtítulo ao texto.

No dia 20 de junho de 1989 o cruzeiro soviético Maximo Gorki, com 953 pessoas a bordo, a maioria aposentados alemães e tripulantes soviéticos, afun-dou nas águas do Mar da Noruega, depois da abertura de um buraco no casco causado pela colisão em um iceberg. Não houve vítimas.

ACIDENTE com cruzeiro Costa Concordia traz Titanic à memória. Disponível em: <http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/acidente-com-cruzeiro-costa-concordia-traz-titanic-a-memoria,5208dfc58b6da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html>. Acesso em: 25 ago. 2015.

3. Você precisa se colocar no papel de um escritor, meio sensacionalista, em busca de leitores para as lendas urbanas que produz. Então, você descobre na internet essa história que está disponível a seguir, na seção “repertório”. Será que ela pode trazer inspiração para você criar outras lendas urbanas interessantes? Acreditamos que sim!

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6Lendas urbanas

Características das lendas urbanas.

a) Exploram aspectos inusitados, incomuns da vida; são atuais.

b) Lembram notícias, porque parecem verdadeiras. (Mas não são!)

c) Tem poucos personagens e muitas versões.

d) São curtas.

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6.o ano – Proposta 6

Repertório

Não pise nas sepulturasEm uma noite, um grupo de jovens estava voltando de uma festa ainda

animados. [...] Até que um deles, ao perceber que estavam chegando perto do cemitério da cidade, decidiu contar histórias de terror. As meninas do grupo foram as que estavam ficando mais assustadas com suas histórias.

– Estamos quase passando pelo cemitério. Vocês sabiam que nunca deve-mos pisar em um túmulo após o sol se pôr? Se vocês fizerem isso, o morto agarra suas pernas e as puxa para dentro da sepultura.

– Mentira. – disse uma delas. – Isto é só uma superstição antiga.– Se você é tão corajosa, por que não nos mostra? Eu lhe dou R$ 50,00 se

você pisar em alguma sepultura.– Eu não tenho medo de sepulturas e nem dos mortos. Se você quiser faço

isso agora.O menino lhe estendeu uma faca e disse:– Crave isto em um dos túmulos e então nós saberemos que você

esteve lá.Sem hesitar a garota tomou-lhe a faca e caminhou até a entrada do cemité-

rio para surpresa dos olhos de seus amigos que duvidavam que ela tivesse essa coragem. A garota entrou no cemitério onde o silêncio era total, sombras fan-tasmagóricas eram formadas pela luz da lua e ela teve a impressão que centenas de olhos a observavam. Chegando ao centro do cemitério olhou em volta.

– Não há nada a temer – disse a si mesma tentan-do se acalmar.

Então ela escolheu um túmulo e pisou nele, de-pois cravou a faca no chão e virou-se para ir embora, mas algo a deteve. Tentou novamente, mas não con-seguiu se mover, ficou apavorada!

– Alguém está me segurando!!! – disse em voz alta e caiu no chão.

Como ela demorava a voltar, o grupo de amigos decidiu ir atrás dela. Caminharam um pouco e a en-contraram sobre um túmulo. Ela estava morta, com uma expressão de terror no seu rosto.

Inadvertidamente a própria garota havia cravado com a faca sua saia no chão. Com muito medo ela pensara que algo sobrenatural a segurava e sofreu um ataque cardíaco morrendo em seguida...

By Luciano, inspirado em uma lenda urbana.

NÃO pise nas sepulturas. Disponível em: <http://clubedosmedos.blogspot.com.br/2012/10/contos-curtos-de-terror-nao-pise-nas.html>. Acesso em: 25 ago. 2015.

Oriente os alunos a lerem a lenda urbana “Não pise nas sepulturas” e a discutirem-na apoiados na descrição das ca-racterísticas desse gênero tex-tual. Acredite: os alunos são capazes de produzir lendas urbanas repletas de detalhes. Basta que compreendam o que caracteriza esse gênero. Se possível, ofereça para leitura outras lendas. Explore também a narrativa oral.

© Shutterstock/mythja

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Caderno de produção de textos

Registre aqui a sua lenda urbana. Além do texto, crie também ilustrações.Fique por dentro

Conheça os objetivos dessa proposta de produção de texto.

a) Aprimorar a escrita.

b) Realizar um trabalho de pesquisa usando o repertório disponível.

c) Exercitar a revisão colaborativa.

d) Desenvolver um material de leitura interessante para aumentar o acervo da biblioteca.

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6.o ano – Proposta 7

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UnidadeUnidade 4

Fôlder, flyer: textos feitos para “voar”Segure a vida pela raiz

VOCÊ JÁ SEGUROU ALGUMA VIDA PELA RAIZ?

CLUBE da semente de Brasília. Viveiro Pau-Brasília. Luziânia, Goiás. Impressão Poliarte livraria & papelaria.

1. Depois de ler a imagem, explique: como se faz para “segurar a vida pela raiz”?

2. A imagem anterior reproduz a capa de um fôlder.a) A quem parece ser destinado esse texto “voador”?b) Quem pode ter produzido esse fôlder?c) Qual é o tema dele?d) Qual parece ser o objetivo desse material?

• Nas páginas a seguir, o fôlder é apresentado desdobrado, revelando a maior parte de seu conteúdo. Leia-o atentamente para responder às questões que seguem.

Fôlder

Sobre fôlder, vá à página 46 do seu livro do 6.º ano, 2.º volume, e siga lendo e estudando até a página 54.

Gabarito comentado

Depois de ler o fôlder, você deve ter concluído que esse material “voador” (lembra que ele costuma ser distribuído, preferencialmente nas ruas, passando de mão em mão?) parece não ter público-alvo definido, dirigindo-se a pessoas das mais diferentes idades. Esse fôlder parece ser institucional, para difundir uma ideia, e tem como tema a preservação da natureza. O objetivo do material parece ser ensinar um modo prático de cuidar da vida, plantando árvores.

Lembra-se da diferença entre fôlder institucional e promocional?

Vá até a página 49 do seu livro do 6.º ano, 2.º volume, para recordar.

Desdobrado

Sobre tipos de dobra de um fôlder, consulte o seu livro do 6.º ano, 2.º volume, páginas 46 a 48.

A imagem das mãos envolvendo e protegendo o torrão de uma planta, complementada pela frase “Segure a vida pela raiz”, pode ajudar os alunos a responder à questão. A frase “Segure a vida pela raiz” pode ser entendida de duas maneiras: literalmente e de modo figurado. Pode-se manter a vida, tanto a da planta quanto a nossa, plantando. Por meio da raiz, a planta vai retirar seu sustento e manter-se viva. Mantida pelas raízes, a planta assegura a vida dela própria e dos outros seres vivos, que precisam de oxigênio para viver. Nessa frase, usou-se uma figura de linguagem, a metonímia. Essa figura amplia o significado de palavras e expressões, conferindo novos sentidos ao texto em que são usadas. Certamente essa metalinguagem não interessa aos alunos. A eles cabe saber como identificar, traduzir e usar figuras de linguagem.

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Caderno de produção de textos38

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6.o ano – Proposta 7

3. No final do item 1 das instruções sobre “Como plantar”, lemos:

[...] faça um furo de 1 cm e despeje as sementes.

E, no item 2, lemos:

Ponha a plantinha onde ela possa pegar sol e mantenha a terra úmida.

a) Por que, no item 2, as instruções não falam mais em sementes e sim em plantinhas?

Porque as sementes devem ter germinado, crescido e se transformado em plantas.

b) Que palavra da frase anterior retoma a palavra plantinha?

Espera-se que os alunos respondam que é a palavra “ela”.

4. No item 3 das instruções sobre como plantar, lemos:

Deixe espaço de 5 m entre as covas e mantenha a terra úmida.

Essa recomendação contém diversas informações que não estão explícitas, ou seja, não estão escritas. Cite algumas.

Ao responder a essa questão, o leitor estará fazendo diversas inferências, tais como:

1. as sementes a serem plantadas são de uma árvore que cresce muito. Por isso, é preciso deixar um espaço de 5 m entre as

covas;

2. o Viveiro Pau-Brasília espera que mais de uma muda seja plantada;

3. é preciso molhar frequentemente as mudas recém-plantadas para que cresçam.

5. O que a instituição responsável por esse fôlder espera da pessoa que o recebeu ou o pegou?

A resposta para essa questão é mais ou menos óbvia: espera-se que o interlocutor (aquele com quem o fôlder está

dialogando) leia as instruções e faça o plantio das sementes, com o objetivo de “segurar a vida pela raiz”.

6. Um fôlder institucional pode provocar mudanças de atitude entre as pessoas. Você concorda com essa afirmação? Por quê?

Pessoal.

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Caderno de produção de textos

7. Você observou que, dentro do saco plástico do fôlder, existem duas semen-tes. Leia o texto e saiba um pouco mais sobre elas.

8. Imagine que você foi convidado pelo Viveiro Pau-Brasília a reelaborar o fôlder “Segure a vida pela raiz”, dirigindo-o especialmente a crianças dos primeiros anos escolares.

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Fique por dentro

Conheça os objetivos dessa proposta de produção de texto.

a) Fazer a reelaboração do fôlder, adaptando o texto ao público- -alvo. Repensar:

• a capa;

• o texto informativo sobre o pau-ferro;

• o modo de plantá-lo;

• a quadrinha.

b) Desenvolver habilidades de combinar ilustração e texto.

c) Exercitar a prática de revisão colaborativa para garantir que o material a ser distribuído esteja bem escrito e bem ilustrado.

Reelaborar

No seu livro do 6.º ano, 2.º volume, páginas 63 e 64, você encontra orientações sobre a produção de um fôlder.

Na reelaboração, siga estas etapas:

1. planejamento;

2. produção do boneco;

3. reescrita;

4. avaliação.

Lembre-se de que essas etapas não são rígidas. Na verdade, enquanto estamos escrevendo, vamos fazendo um movimento de ir e vir, revendo o planejamento, corrigindo, reescrevendo e avaliando o texto.

Reserve um tempo para as atividades de interlocução, processo de construção do saber que se dá por meio do diálogo, da conversa ou conversação entre diferentes pares, situados no mesmo espaço geográfico ou não. Certifique-se de que os alunos compreenderam a proposta e as etapas para realizá-la. Se a atividade for feita em sala, reúna os alunos em duplas. Incentive-os a prepararem os fôlderes para publicação, isto é, revisá-los para que possam servir como material de leitura para alunos de outras turmas.

Prática de reflexão sobre a línguaVocê já deve ter observado que não existem palavras ou expressões exatamente iguais: elas até podem ter significados semelhantes e podem ser equivalentes, sinônimas em determinados con-textos sem alterar o significado da frase. Mas cada uma é única e especial.

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6.o ano – Proposta 7

9. Exercite sua capacidade de análise de vocabulário: considerando o contex-to do fôlder, relacione as palavras da coluna da esquerda aos seus sinôni-mos apresentados à direita:( 1 ) nativa( 2 ) viveiro( 3 ) existência( 4 ) transbordar( 5 ) cova( 6 ) pegar sol( 7 ) transplante( 8 ) cega-machado( 9 ) miúda(10) choque térmico

( 7 ) retirar a planta de um lugar e colocar em outro( 6 ) ser atingido por( 8 ) pau-ferro( 1 ) que nasce em determinado lugar( 9 ) pequenina( 10 ) variação rápida de temperatura( 4 ) estar repleto de um sentimento ( 5 ) buraco para semear ou plantar( 2 ) lugar para cultivar plantas( 3 ) vida

10. Releia a parte do fôlder que traz informações sobre o pau-ferro. Observe a construção do texto e comente com um colega ou outro leitor suas con-clusões:a) Quantas frases há nesse texto?

Esse texto tem cinco frases.

b) Use lápis de cor para identificar as frases que apresentam construção semelhante.

c) Reescreva a terceira frase do texto, reproduzindo a estrutura da segunda frase.

Observe se os alunos conseguem perceber que, para reproduzir a estrutura da segunda

frase, precisam eliminar o verbo “apresenta”. A nova frase fica assim: Folhagem miúda, flores

amarelo-brilhantes e frutos tipo vagem.

d) Releia estes trechos, observando que somente na segunda frase apare-ce explícito o sujeito: a semente.

10b. Essa é uma atividade bastante complexa, que precisa ser bem orientada. Sugerimos que você trans-creva o texto para o quadro, numerando as frases, e vá conduzindo a análise, levan-do os alunos a concluírem, por exemplo, que, diferen-temente das demais frases que são verbais, a segunda é nominal, ou seja, não tem verbo (Tronco decorativo, com exposição de cascas brancas e novas). As frases 1 e 3 são constituídas de pe-ríodos simples e as demais de períodos compostos. Os alunos podem ainda “refinar” a análise da construção das frases. Talvez alguns observem que os verbos das frases 3 (apresenta) e 5 (produz/ficou conhe-cida) apresentam sujeito desinencial, ou seja, ele não está presente na frase, mas é reconhecível pela desinên-cia verbal. É importante que essa atividade seja resolvida em sala a fim de que você possa orientar a atividade para que seja produtiva.

Apresenta folhagem miúda [...].A semente necessita de “choque térmico” [...].Produz madeira duríssima [...].

A segunda frase, “A semente necessita de ‘choque térmico’ [...]”, poderia ser iniciada com o verbo, como as outras duas, sem mudar a informação?

Não, porque quem “apresenta folhagem miúda” e “produz madeira duríssima” é a árvore pau-

-ferro, e quem “necessita de ‘choque-térmico’” é a semente. Por essa razão, é preciso manter

o sujeito “a semente”. Lembre-se que o nome dos termos básicos, essenciais da oração,

podem ser mencionados, mas a exploração da terminologia gramatical não merece posição

de destaque, como diz Antunes (2003).

10d. Amplie seus conhe-cimentos:ANTUNES, Irandé. Aula de português: encon-tros e interação. São Paulo: Parábola, 2003.

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Caderno de produção de textos

Não “caia” na rede!VOCÊ USA REDES SOCIAIS? LEIA NA REPRODUÇÃO DO FLYER ALGUMAS DICAS DE SEGURANÇA QUE PODEM

“SEGURAR SUA VIDA... PELA RAIZ”PRO

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A 8O acesso às redes sociais

está cada vez mais fácil e frequente, com grandes vantagens e, também, gran-des perigos para crianças e adolescentes. Muitos dos ambientes virtuais – sites, como o Facebook, por exemplo, são proibidos para menores de 13 anos, justa-mente por não oferecerem segurança e privacidade. Como sabemos, crianças e adolescen-tes costumam burlar normas e “navegam” em busca de jogos e emoção. Mas, se estiverem devidamente informados, as chances de que não “caiam” em conversas e convites de estra-nhos aumentam. A advertên-cia, no título dessa proposta, tem evidente duplo sentido: é possível usufruir (cair) da rede social sem “cair” nas armadilhas que existem nela.

DICAS DE SEGURANÇA

> Antes de jogar um jogui-nho, veja se é adequado à sua idade. Se não for, é indicado não jogar.

> Altere o seu perfil para que só os seus amigos possam ver suas mensagens e fotos.

> Não adicione quem você não conhece. Conte para os seus pais se algo estranho acontecer.

Fontes: Ibope Nielsen Online e Eduardo Godinho (especialista da empresa de segurança virtual Trend Micro).

JOGOS proibidos. Folha de S.Paulo, São Paulo, 26 ago. 2011. Folhinha, p. 3.

1. A partir das dicas de segurança publicadas no flyer, elabore algumas per-guntas e entreviste um colega ou um familiar. Registre a seguir as pergun-tas e as respostas. Esse registro servirá de material para a elaboração do flyer a seguir.

As atividades a seguir visam oferecer aos alunos material para refletir sobre normas de segurança virtual. A lingua-gem é simples e direta. No intertexto, tentamos estabele-cer a intertextualidade com o texto do fôlder “Segure a vida pela raiz”. A ideia é estender o conceito de preservação, levando-o para a vida pessoal, que precisa ser protegida.

Fique por dentro

Para se tornar leitor crítico, é necessário desenvolver várias competências. As atividades a seguir podem ajudar você a interagir ainda melhor com os “textos de rua” ao:

a) identificar a finalidade (objetivo comunicativo) dos textos;

b) estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade dele;

c) localizar informações implícitas e explícitas no texto;

d) distinguir um fato da opinião relativa a esse fato;

e) inferir o sentido de uma palavra ou expressão;

f ) identificar o tema de um texto;g) interpretar texto com auxílio de

material gráfico.

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6.o ano – Proposta 8

2. Escreva dicas de segurança virtual, aproveitando o texto anterior e propon-do outras. A seguir, confeccione um flyer com DICAS DE SEGURANÇA VIR-TUAL para ser distribuído aos alunos de outras turmas da escola.

QUE RAÍZES SÃO ESSAS? RAIOS (NÃO) ME PARTAM...

Fique por dentro

Conheça os objetivos dessa proposta de produção de texto.

a) Fazer a transposição de dados de uma entrevista para o gênero flyer. Faça constar na sua produção:

• título;

• dicas, acompanhadas de ilustração;

• fontes de pesquisa.

b) Pesquisar usando o repertório disponível: fôlder “Segure a vida pela raiz”; flyer “Dicas de segurança”; e entrevista realizada com colega ou familiar.

c) Desenvolver um material de leitura interessante para alunos de outras turmas.

d) Planejar a entrega do material.

Confeccionar um flyer

a) Planeje seu flyer, colocando-se no lugar do leitor dele.

b) Escreva nele dicas de segurança virtual, com base no texto “dicas de segurança” .

c) Enquanto escreve, vá revisando, corrigindo e reescrevendo seu texto.

d) Se não estiver como você quer, faça as alterações necessárias, começando pelo planejamento.

e) Quando você der o texto por concluído, releia-o e faça uma última revisão. Somente então componha seu flyer.

Tempestade em São Paulo.

“Raios (me/o/te) partam” são expressões populares, exclama-ções frequentemente usadas para indicar surpresa, espanto (raios me partam!) ou expressar raiva, indignação, praguejar (raios te partam). Analise a foto com os alunos e comente o título dessa proposta.Quando trabalhamos em sala de aula os chamados “textos de rua”, precisamos ter em mente como eles devem ser lidos, realizando, com os alunos, atividades voltadas à percepção da finalidade desses textos e à observação crítica. Em sala, é necessário que os alunos pratiquem a interlocução, sob a sua mediação.

©iStockphoto.com/marcelhozawa

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Caderno de produção de textos

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3. Apoiando-se na fotografia de raios sobre a cidade de São Paulo e no texto anterior, elabore um flyer sobre cuidados em dia de temporal. Depois de editado, esse material de utilidade pública poderá ser distribuído na escola para ser lido pelos alunos de outras turmas e seus familiares.

Faça suas anotações preliminares aqui:

Para trabalhar com a intertextualidade, necessária à criação deste texto, comente a foto e o

texto anterior, “Você sabia?”, para que os alunos observem como eles se articulam. Que relação a

foto e o texto estabelecem?

Você sabia?

Se existisse uma copa do mundo de queda de raios, o Brasil seria o grande campeão. E, a cada ano, o número de raios aumenta. Por quê? Tal-vez os responsáveis pelo aumento sejam a poluição das grandes cidades, a sujeira do ar e o concreto (do asfalto, dos prédios, das calçadas). Tudo isso aumenta o calor e faz piorar os temporais.

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8Número de aulas previstas: 2

Gênero: flyer

Divulgação: ambiente escolar

Para quem: colegas e familiares

Fique por dentro

Conheça os objetivos dessa proposta de produção de texto.

a) Desenvolver a cidadania, difundindo conhecimentos sobre assunto de utilidade pública.

b) Trabalhar com a intertextualidade, percebendo como os textos se articulam.

c) Reproduzir a estrutura de um texto do mesmo gênero, no caso, o texto “Dicas de segurança”.

d) Buscar sugestões de ilustração.

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Fábulas: aqui os animais pensam e agem como gente

O vento e o solVENTO E SOL DISCUTEM QUEM É O MAIS FORTE...

QUEM SERÁ? LEBRE E TARTARUGA APOSTAM CORRIDA...

QUEM VAI GANHAR?1. Inicie esta proposta lendo os textos a seguir. Depois, verifique seus conhe-

cimentos sobre gêneros textuais.

Texto 1

Observe esta imagem durante um minuto. Em seguida, encubra-a e faça uma lista com todos os itens que recordar.

Unidade 5

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Texto 2

FÁBULAS DE ESOPOEsopo viveu no século 6 a.C. Foi mestre da prosopopeia, f igura de linguagem pela qual animais ou coisas falam. Suas fábulas têm inspirado incontáveis criadores através dos séculos, encerram sabedorias eternas e

nos fazem refletir sobre a natureza humana.

O Vento e o SolO Vento e o Sol discutiam quem era mais

forte. Ficou estabelecido que ganharia quem conseguisse arrancar o casaco de um viajante.

O Vento pôs-se a soprar e, como o homem segurava o casaco com força, redobrou os ata-ques. Teso de frio, o viajante vestiu outro casaco, de modo que o Vento, desencorajado, desistiu.

O Sol brilhou moderadamente e o homem tirou um dos casacos. O Sol lançou então seus raios mais fortes e, assim, sem suportar o ca-lor, o viajante tirou toda a roupa e se jogou num rio.

Conseguirás o que queres pela persuasão, não pela violência.

ALMANAQUE Brasil de cultura popular. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004. p. 29. v. 59.

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Caderno de produção de textos

2. Depois de ler os textos 1 e 2, responda às questões a seguir: a) A que gênero pertence o texto 1?

Trata-se de um teste (de memória), um desafio.

• E o texto 2?

Pertence ao gênero fábula.

b) O que você observou nos textos 1 e 2 para tirar suas conclusões?

Pessoal, entretanto, os alunos podem apontar as formas de apresentação, os diferentes objetivos e propósitos

comunicativos, entre outros aspectos.

c) Quem pode ter elaborado o texto 1?

Pessoal. Sugestão: um psicólogo.

• Com qual finalidade?

Testar a memória dos leitores.

d) Qual é a função do texto 2?

As fábulas têm dois propósitos: divertir e ensinar.

e) Em que situação alguém poderia usar a moral da história que o texto 2 contém?

Pessoal. Explicar que “persuasão”, nessa moral, significa a capacidade de convencer com argumentos consistentes.

Prática de reflexão sobre a língua

Você já deve ter observado que a coerência se dá por uma atribuição de relações lógicas entre as ideias do texto. A coerência textual é o conjunto de recursos que usamos para conseguir encaixar as partes de um texto de maneira lógica, como se estivéssemos montando um quebra-cabeça.

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6.o ano – Proposta 9

3. Reconte a fábula O Vento e o Sol, incluindo as informações dos quadros no texto a seguir (observe que é uma versão do texto anterior). Atenção: man-tenha a coerência e faça ajustes se for necessário.

De repente, viram um viajante que vinha caminhando

Você começa, propôs o Sol, retirando-se para trás de uma nuvem

Desesperado, então, o Vento retirou-se

A violência arruína

O Vento e o SolO Vento e o Sol estavam disputando qual dos dois era o mais forte. – Sei como decidir nosso caso. Aquele que conseguir fazer o viajante

tirar o casaco será o mais forte. O Vento começou a soprar com toda a força. Quanto mais soprava, mais

o homem ajustava o casaco ao corpo. O Sol saiu de seu esconderijo e brilhou com todo o esplendor sobre o

homem, que logo sentiu calor e despiu o paletó.O amor constrói.

O Vento e o Sol

O Vento e o Sol estavam disputando qual dos dois era o mais forte. De repente, viram um

viajante que vinha caminhando.

– Sei como decidir nosso caso. Aquele que conseguir fazer o viajante tirar o casaco será o mais

forte. Você começa, propôs o Sol, retirando-se para trás de uma nuvem.

O Vento começou a soprar com toda a força. Quanto mais soprava, mais o homem ajustava o

casaco ao corpo. Desesperado, então, o Vento retirou-se.

O Sol saiu de seu esconderijo e brilhou com todo o esplendor sobre o homem, que logo sentiu

calor e despiu o paletó.

O amor constrói, a violência arruína.

O MUNDO da criança. Rio de Janeiro: Delta , 1949. p. 238. v. 3.

Para que os alunos avancem na capacidade de ler (e de escrever também) textos de complexidade crescente, afirma Colomer (2003, p. 120), é preciso que realizem atividades específicas de reflexão e sistematização sobre as leituras propostas em sala de aula. Entre as atividades de sistematização e domínio das habilidades leitoras estão as estratégias de antecipação. Elas são necessárias ao abordar a lei-tura e também durante todo o processo leitor. Podemos oferecer aos alunos exercí-cios de ativação dos conhe-cimentos prévios, tais como: continuar textos ou sequên-cias, completar textos com frases a serem encaixadas, recompor textos (ordenar os parágrafos, recompor a sequência temporal/ordem cronológica), recompor frases, completar palavras, utilizar indícios gráficos e tipográficos, preencher es-paços vazios. Na atividade 3, procuramos ativar os conhe-cimentos prévios dos alunos sobre sequência narrativa, desafiando-os a completar a fábula O Vento e o Sol, com frases a serem encaixadas. Trata-se de tarefa complexa porque é preciso decidir o lugar das frases com base no fio argumentativo da ação narrativa.

, incluindo as informações dos quadros no texto a seguir (observe que é uma versão do texto anterior). Atenção: man-

Você começa, propôs o Sol, retirando-se para trás de uma nuvemPara que os alunos avancem Para que os alunos avancem na capacidade de ler (e de na capacidade de ler (e de

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Caderno de produção de textos

4. Reescreva o desfecho da fábula O Vento e o Sol, fazendo com que o Sol e o Vento empatem. Mude também a moral da história. Depois de revisado, seu texto irá circular entre os colegas da turma, com o objetivo de compar-tilhar sua imaginação criativa com eles.

Para que essa proposta alcance o resultado esperado, é preciso que os alunos tenham lido

muito bem a fábula e observado os recursos linguísticos empregados para construí-la. Há uma

progressão, uma intensificação, tanto nas ações do Vento quanto nas do Sol. E cada um usa seus

recursos para ganhar a aposta, tentando fazer o homem tirar o casaco. Para atender a proposta,

os alunos precisam se concentrar apenas no último parágrafo, mudando somente a reação do

homem e, dessa forma, igualando as ações do Vento e do Sol. Em outro momento, a turma pode

voltar a interpretar essa fábula, reescrevendo-a, para que o vento “vença” a competição.

O professor não pode ser o único leitor e destinatário da produção dos alunos. Além de pouco

motivador, é cansativo. O desafio de escrever para mostrar aos colegas pode incentivar os alunos.

Auxilie-os durante o planejamento, a produção e a revisão do texto. Estimule a turma a trabalhar

de forma colaborativa para que todos evoluam.

5. Nas próximas páginas, você vai encontrar duas versões de uma fábula que, possivelmente, já conhece. Então, conheça jeitos diferentes de contar os mesmos acontecimentos.

Fique por dentro

Conheça os objetivos dessa proposta de produção de texto.

a) Reescrever o desfecho da fábula, no último parágrafo, mudando também a moral, de modo que fique coerente com a situação inicial e com o conflito dessa história.

b) Pesquisar usando o repertório disponível.

c) Desenvolver um material de leitura interessante para colegas de turma.

d) Exercitar a prática de revisão colaborativa para garantir que o material a ser compartilhado esteja bem escrito e bem ilustrado.

Dica: moral da história

No seu livro do 6.º ano, 3.º volume, páginas 6 e 7, você encontra um estudo sobre provérbios.

“Banco” de provérbios

Quando um não quer, dois não brigam.

Quem vai lentamente, vai com segurança e vai longe.

Cada macaco no seu galho.

Falar é fácil, fazer é que é difícil.

Um camelo não zomba da corcunda de outro camelo.

Quem tem telhado de vidro não atira pedra no do vizinho.

Pouco se aprende com a vitória, mas muito com a derrota.

Sábio é quem sabe lidar com o oponente, em vez de desafiá-lo.

Do dito ao feito, há muita distância.

Macaco também cai de árvore.

A união faz a força.

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Sobre as condições de produção

a) Planeje o que você vai escrever, colocando-se no lugar do leitor.

b) Enquanto escreve, vá avaliando, corrigindo e reescrevendo seu texto, até gostar do resultado.

c) Faça uma última revisão antes de apresentar seu texto aos colegas.

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Texto 3

A corrida da tartaruga

De todos os bichos que vivem no mato, nenhum corre mais do que a lebre. A lebre mesma, muito vaidosa, é a primeira a dizer que é campeã.

A lebre já tinha desafiado todos os outros bichos: o gato-do- -mato, o esquilo, a toupeira, a doninha, o rato e o javali. Nenhum conseguiu ganhar dela.

Só para fazer troça, ela resolve agora desafiar a tartaruga. Os bichos todos morrem de rir, mas a tartaruga, que é muito educada, acaba aceitando o desafio. Na hora marcada, a lebre aparece, mas tem de esperar a tartaruga. Ela mora longe, e demora para chegar.

Finalmente, é dada a partida – mas a lebre nem sai do lugar. Enquanto a tartaruga vai avançando, a passo de tartaruga, a lebre resolve tirar uma soneca, que nem precisa correr.

– Ora, ora – diz ela. – Essa tartaruga eu alcanço num minuto. A tartaruga, além de educada, não tem muito senso de humor. Não desiste nunca, vai avançando, a passo de tartaruga. O dia passa, a tarde cai, e nada da lebre acordar.

Enquanto isso, a tartaruga já está quase na chegada.Finalmente, a lebre se levanta, mas dormiu demais. A grande

campeã nunca acreditou que pudesse perder a corrida. E a tartaru-ga... não sei o que pensou – acho que não pensou em nada. Saiu na frente, foi indo na frente, chegou na frente, e ganhou.

Um passo, dois passos: as tartarugas da vida.Não olham para os lados, não olham para trás, e acabam ganhando a corrida.

NESTROVSKI, Arthur. A corrida da tartaruga. Folha de S. Paulo, São Paulo, 14 abr. 1995. Literatura. Especial para a Folhinha, p. 6.

Oriente a leitura pessoal e silenciosa das duas fábulas. Em sala, proponha leitura colaborativa, como parte da preparação para a atividade de leitura de textos de complexidades diferentes. Sobre isso, sugerimos a leitura integral do documento:LÍNGUA portuguesa: orienta-ções para o professor, SAEB/Prova Brasil, 4.ª série/5 .º ano, ensino fundamental. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2009.

Tartaruga

Piada

Uma tartaruga caminhava por um beco quando foi assaltada por uma gangue de lesmas. O detetive que investigava o crime perguntou se ela podia explicar o que havia acontecido.

A tartaruga, com ar confuso, respondeu:

“Não sei, tudo aconteceu tão depressa!”

PIADAS curtas. Disponível em: <http://www.piadascurtas.com.br/a-tartaruga/>. Acesso em: 25 ago. 2015.

Biografia

Arthur Nestrovski (1959) é músico, violinista, compositor, editor e escritor. Em 2003, recebeu o prêmio Jabuti de literatura com Bichos que existem e bichos que não existem, uma obra para leitores de todas as idades, publicado pela Companhia das Letrinhas. Na ocasião, deu várias entrevistas e, em uma delas, quando perguntado se era fácil escrever para crianças, disse, usando as palavras do escritor russo Máximo Gorki:

“Escrever para crianças é igual a escrever para adultos; só que mais difícil”.© Shutterstock/Ron and Joe

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Texto 4

A lebre e a tartaruga

A lebre vivia a se gabar de que era o mais veloz de todos os animais. Até o dia em que encontrou a tartaruga.

– Eu tenho certeza de que, se apostarmos uma corrida, serei a ven-cedora – desafiou a tartaruga.

A lebre caiu na gargalhada.– Uma corrida? Eu e você? Essa é boa!– Por acaso você está com medo de perder? – perguntou a tartaruga.– É mais fácil um leão cacarejar do que eu perder uma corrida para

você – respondeu a lebre.No dia seguinte, a raposa foi escolhida para ser a juíza da prova.

Bastou dar o sinal da largada para a lebre disparar na frente a toda velocidade. A tartaruga não se abalou e continuou na disputa. A lebre estava tão certa da vitória que resolveu tirar uma soneca.

“Se aquela molenga passar na minha frente, é só correr um pouco que eu a ultrapasso” – pensou.

A lebre dormiu tanto que não percebeu quando a tartaruga, em sua marcha vagarosa e constante, passou. Quando acordou, continuou a correr com ares de vencedora. Mas, para sua surpresa, a tartaruga, que não descansara um só minuto, cruzou a linha de chegada em primeiro lugar.

Desse dia em diante, a lebre tornou-se o alvo das chacotas da flo-resta. Quando dizia que era o animal mais veloz, todos lembravam-na de uma certa tartaruga...

Quem segue devagar e com constância sempre chega na frente.

TULCHINSKI, Lúcia. A lebre e a tarturuga: fábulas de Esopo e de Jean de La Fontaine. São Paulo: Scipione, 1998. p. 32. (Reencontro Infantil)

Tartaruga

Isso não é uma tartaruga

Biografia

Lúcia Tulchinski é jornalista, produtora de televisão e escritora. Autora de vários livros infanto-juvenis, além de adaptações de clássicos da literatura mundial.

Esse item está implícito no texto 3. Para respon-der adequadamente, os alunos precisam sumari-zar a informação semântica (de sentido) relativa às ações da tartaruga para, então, escolher entre as opções de resposta a característica mais mar-cante observada.

Informação semântica

Terminologia empregada na análise pedagógica do texto “O leão e outras feras”, exemplo 3, do documento Língua portuguesa: orienta-ções para o professor, SAEB/Prova Brasil, 4.ª série/5.º ano, ensino fundamental.

6. Com base no texto 3, percebe-se que a tartaruga é:a) ( ) mal-humorada.b) ( ) persistente.c) ( ) esperta.d) ( X ) vaidosa.

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7. A leitura do texto 4 permite concluir que:a) ( ) a lebre conhecia bem a constância da tartaruga.b) ( ) a tartaruga conseguiu enganar a lebre.c) ( ) a lebre era preguiçosa.d) ( X ) a tartaruga sabia que a lebre se descuidaria da corrida por ser vaidosa.

8. No texto 3, lemos:

“Finalmente, é dada a partida – mas a lebre nem sai do lugar.”

a) Por que essa frase começa com “Finalmente”?

Espera-se que os alunos observem que a palavra “Finalmente” remete ao trecho que contém

a informação de que a tartaruga mora longe do local do início da corrida. Como é vagarosa,

conclui-se que esse é o motivo da demora.

b) O sentido da frase não permaneceria o mesmo se o fabulista tivesse escrito:

“Finalmente, é dada a partida – mas a lebre não sai do lugar”.

Você sabe explicar por quê?

Usar “não” no lugar de “nem” faz toda a diferença. “Nem”, nesse caso, é uma negativa que

expressa uma contradição: a lebre nem sai do lugar, mas deveria sair, é isso que gostaria de

fazer, mas não sai. Quando se troca o “nem” pelo “não” esse efeito contraditório desaparece.

9. A expressão “nenhum” aparece duas vezes no texto 3: na linha 1, 1.º parágra-fo, e na linha 4, 2 .º parágrafo. A que palavra ou palavras do texto a palavra “nenhum” se refere em cada situação?

Na linha 1, 1.º parágrafo, “nenhum” se refere à expressão “de todos os bichos”; na linha 4,

2 .º parágrafo, “nenhum” se refere aos termos “o gato-do-mato, o esquilo, a toupeira, a doninha, o

rato e o javali”.

7. Esse item também está implícito no texto 4. Nova-mente, os alunos precisam sumarizar a informação semântica relativa às ações da lebre, o que só acontece após a leitura e a compreensão integral do texto. Nas duas fábulas, as informações sobre a relação entre a lebre e a tartaruga não ficam explícitas: os alunos precisam deduzi-la pelo contexto dos textos.

A competência de estabe-lecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a conti-nuidade dele, está prevista no descritor 2. Mas nem sempre a proximidade dos termos torna fácil a ligação entre essas partes, como observa-mos na atividade 4. Por isso, ajude os alunos a observarem como se constrói a “teia coesiva”, escrevendo no qua-dro uma pequena fábula, assinalando os referentes com giz colorido.

Fique por dentro

Para se tornar um leitor competente, é preciso desenvolver várias competências. As atividades 6 a 10 podem ajudar você a ler e compreender ainda melhor as fábulas, pois elas vão levá-lo a:

a) identificar a finalidade (objetivo comunicativo) dos textos;

b) estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade dele;

c) inferir informações implícitas e explícitas no texto;

d) estabelecer relação de causa e consequência entre partes e elementos do texto;

e) inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

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Caderno de produção de textos

10. Na frase a seguir, a palavra “tartaruga” foi substituída por outras palavras, retomando-a. Quais são essas palavras? Circule-as.

“Se aquela molenga passar na minha frente, é só correr um pouco que eu a ultrapasso” – pensou.

11. As fábulas A corrida da tartaruga e A lebre e a tartaruga são versões de uma mesma fábula. Esses dois textos apresentam várias diferenças e algumas semelhanças, como você deve ter observado ao lê-los.

Semelhanças e diferenças

A corrida da tartaruga A lebre e a tartaruga

Personagens da fábula Tartaruga e lebre. Lebre e tartaruga.

Principal característica dos personagens

Tartaruga: educada.Lebre: vaidosa.

Tartaruga: confiante. Lebre: arrogante.

Situação inicialA lebre desafia para corridas todos os bichos da mata, inclusive a educada e lerda tartaruga.

A lebre desafia todos os bichos do mato para uma corrida e a tartaruga a provoca para ser sua concorrente.

Conflito do texto

Quando a corrida começa, a lebre nem sai do lugar, certa de que seria a vencedora. Então, deita para dormir.

No meio da corrida, a lebre, con-fiante da vitória, resolve parar para tirar uma soneca.

Desfecho do textoSempre em frente, sem pressa, passo a passo, a tartaruga vence a corrida.

A tartaruga está cruzando a linha de chegada quando a lebre acorda e percebe que perdeu a corrida.

Resumo da história

A lebre acabou perdendo a corrida para uma tartaruga, que a venceu, apenas porque foi seguindo o caminho, sempre seguindo em frente.

A lebre acaba humilhada pela tar-taruga, que não tinha vocação para a corrida, mas acaba vencendo pela persistência.

Moral da história

Um passo, dois passos: as tartaru-gas da vida.Não olham para os lados, não olham para trás, e acabam ganhan-do a corrida.

Quem segue devagar e com cons-tância sempre chega na frente.

Ensinamento da moralQuem aceita a própria natureza e respeita a dos outros alcança seus objetivos.

O excesso de confiança pode levar à derrota.

Posicionamento do narrador ao narrar o comportamento dos personagens

O narrador posiciona-se em favor da tartaruga, admirando-a por não ser competitiva.

O narrador parece neutro, apenas relata a história, sem tomar posição.

As palavras são: molenga (usada como sinônimo de tartaruga) e o pronome “a”.

Explique para os alunos, mos-trando que os sentidos de um texto são como fios entrelaça-dos. À construção dessa teia/costura damos o nome de coesão, estratégia que se pode observar na fábula de Esopo, a seguir:

O jardineiro e o cãoUm jardineiro desceu ao fundo de um poço para tirar seu cão que caíra lá dentro. Pensando que seu dono descera para enterrá-lo ainda mais, o cão voltou-se contra ele e mor-deu-o. O jardineiro saiu do poço lamentando sua dor: “Bem empregado. Quem mandou eu querer tirar do aperto quem se meteu lá voluntariamente?”

FÁBULAS de Esopo. Tradução de Antonio Carlos Vianna. Por-to Alegre: LP&M, 1997. p. 7.

As estratégias usadas para retomar o que foi dito (refe-rente) anteriormente no texto são chamadas de recursos de coesão referencial. Elas podem substituir o que foi dito por um sinônimo, um pronome pessoal, demonstrativo, um numeral, entre outros.

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6.o ano – Proposta 9

12. Em qual versão da fábula sobre a lebre e a tartaruga você se inspiraria se precisasse aconselhar alguém? Encontre motivos na fábula escolhida para explicar sua opção.

Pessoal. Observe que, ao responder a essa questão, os alunos estarão produzindo um texto de opinião com argumentos

que vão além dos do senso comum e das experiências pessoais. Da forma proposta, ao justificar sua escolha, eles precisarão

relacionar as atividades de expressão com a compreensão dos textos analisados, de tal maneira, como ensina Colomer

(2002, p. 103), “que a expressão se converta em um instrumento poderoso de compreensão leitora e, ao mesmo tempo, a

leitura repercuta nos recursos expressivos de que o aluno dispõe”. Reserve um espaço de tempo para que os alunos possam

compartilhar seus textos, comentando-os.

13. As fábulas transmitem lições de moral e, em geral, têm personagens representados na figura de animais, que pensam e agem como pessoas. Que atitudes humanas as duas fábulas criticam?

• A corrida da tartaruga:

A arrogância (a soberba), o excesso de autoconfiança, a vaidade, a ironia.

• A lebre e a tartaruga:

A gabolice, a vaidade.

14. Quais provérbios a seguir poderiam substituir a moral das fábulas (textos 3 e 4), mantendo o sentido dos textos?

a) ( ) A pressa é inimiga da perfeição.b) ( ) Não adianta chorar sobre o leite derramado.c) ( X ) Devagar se vai ao longe.d) ( ) Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.e) ( X ) Devagar e sempre se chega na frente.

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Caderno de produção de textos

15. A proposta, agora, é que você escolha uma das situações a seguir:

a) No papel da lebre do texto 4, escreva uma carta para a juíza, a raposa, pedindo uma revanche.

b) No papel da tartaruga do texto 3, escreva uma carta para a lebre, conso-lando-a.

Depois de escrever sua carta em uma folha avulsa, troque-a com um cole-ga, para que ele a responda como sendo o destinatário.

16. Com qual estilo de narrar você se identificou mais: o estilo mais pessoal e afetivo, usado por Arthur Nestrovski, em A corrida da tartaruga, ou a forma mais impessoal e objetiva escolhida por Lúcia Tolchinski para narrar A lebre e a tartaruga?

Pessoal.

• Escreva agora uma paráfrase dessa fábula de La Fontaine, isto é, produza um texto com palavras próprias para narrar a história, usando o estilo que preferir: mais pessoal ou impessoal. Imagine que o leitor de seu texto será um dos dois escritores escolhidos.

Registre aqui a versão preliminar de seu texto.

É necessário que os alunos escrevam tendo em mente outros leitores, mesmo que sejam

leitores simulados. Cabe a você e aos alunos, nesse caso, tornar essa simulação um fato. Nesse

caso, depois de devidamente editadas, as paráfrases poderiam ser reunidas, ilustradas e

enviadas para esses autores. Pesquise com a turma sobre como fazer isso. Os textos ao estilo de

Arthur Nestrovski podem ser enviados para a Folhinha; os textos ao estilo de Lúcia Tolchinski,

para a Companhia das Letrinhas, para que sejam encaminhados à autora.

Assim, teríamos também uma bela oportunidade de produção de textos: leitores reais, situação

de produção interessante, completada com carta coletiva aos autores, explicando o contexto

dos textos.

PRO

DU

ÇÃ

O D

E TE

XTO

9Número de aulas previstas: 2Gênero: fábulaDivulgação: ambiente escolarPara quem: colegas de turma

Fique por dentro

Conheça os objetivos dessa proposta de produção de texto.a) Fazer uma paráfrase da fábula

sobre a lebre e a tartaruga, escolhendo um estilo de narrar semelhante ao de Lúcia Tulchinski ou ao de Arthur Nestrovski. O texto precisa conter: título, situação inicial, conflito, desfecho e moral.

b) Exercitar a criatividade.c) Pesquisar utilizando o repertório

disponível.d) Desenvolver um material de leitura

interessante para interagir com escritores de fato.

Na página 35 do seu livro do 6.º ano, 3.º volume, há orientações para avaliação e reescrita de seu texto.

Escreva

Sobre as condições de produçãoa) planeje a produção, incluindo a

ilustração;b) escreva, obedecendo à ordem

cronológica das ações;c) faça movimentos de ir e vir,

observando se o texto está evoluindo conforme o planejado e reescrevendo o que for necessário;

d) realize uma leitura final para avaliar o resultado.

Carta para a juíza

A carta para a juíza precisa ter uma linguagem mais formal, começando pelo tratamento:(Data)Excelentíssima Dra. Juíza Sra. Raposa

Venho por meio dessa carta...

Respeitosamente,(Assinatura)

Carta para a lebre

Já a carta para a lebre pode ser menos formal, começando pelo tratamento. Você pode iniciar escrevendo:(Data)Cara dona Lebre

Escrevo essa carta...

(Despedida)(Assinatura)

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6.o ano – Proposta 10

Amigos, amigos. Negócios à parte!

PRO

POST

A 1

0

SABE O QUE É UM AMIGO URSO? BEM...

SE VOCÊ PENSOU NUM BICHINHO FOFO E MANSO COMO UM PANDA... ERROU!

1. As fábulas a seguir contam versões sobre um amigo urso. No texto 5, al-gumas palavras estão apenas começadas (ainda não sabemos o motivo...), mas os traços indicam o número de letras que estão faltando. No texto 6, existem indícios das frases que deveriam estar escritas (continuamos sem saber por qual motivo...).

Recomponha os dois textos. Depois, reúna-se com alguns colegas para analisar o que fizeram e ajustar o que for preciso.

Texto 5

Retome a orientação dada na atividade 3, página 47. Lá indicamos alguns exercícios que incidem no conhecimento antecipató-rio de um texto. Atividades de recomposição de textos, em níveis crescentemente complexos, como pro-postos a seguir, contri-buem para que os alunos observem os organiza-dores textuais ou outros elementos que trazem coesão ao texto. Assim, em ambos os textos (5 e 6), os sentidos do texto e sua consequente compreensão vão se dando à medida que os alunos inferem, recompõem, completam o que não está escrito, acionando vários conheci-mentos linguísticos (sobre gênero de texto, estrutura da narrativa (sequenciação/cronologia), textualidade, léxicos, semânticos, co-nhecimentos gramaticais, como concordância, entre outros) e de mundo; no caso do texto 6, apoiando--se também em indícios gráficos ou tipográficos. A atividade proposta no texto 6, especialmente, deixa explícito que “utilizamos muita informação que não recebemos por meio do significado estrito das palavras” (COLOMER, 2003, p. 139). Oriente os alunos para a realização da tarefa, de forma que consigam recompor os dois textos, reestabelecendo o fio da ação narrativa em ambos. Proponha o cotejamento – comparação – dos textos em grupos pequenos para facilitar a troca de ideias.

Os viajantes e a ursa

Dois amigos iam por uma estrada. De repente surge uma ursa. Um

deles logo sobe numa ár para se escon . O

outro, vendo- quase pe , deitou no ch e se fingiu de

mo . A ur pas o foci sobre

ele, fareja-o daq , fareja-o dali, e ele com a respira

pre . (Diz que os ursos respeit os mor .)

O anim se foi e o que est na árvore desc e

pergun ao amigo o que a ursa lhe ha dito no

ou .

“Para não via mais com amigos que nos dei

sozinhos no pe ”, respo .

É nas vicissitu que conhec

os .

v o r e d e r

s e g o ã o

r t o s a s a n h o

u i ç ã o

e ms a a m t o s

a v aa l e u

v i at o u

v i d o

x a mj a r

r i g o n d e u

d e s e m o s

a m i g o s

FÁBULAS de Esopo. Tradução de Antonio Carlos Vianna. Porto Alegre: LP&M, 1997. p. 11.

A fábula devidamente recomposta conforme seu original é:

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Caderno de produção de textos

Texto 6

Os viajantes e o urso

Um dia dois viajantes deram de cara com um urso. O primeiro se salvou

escalando uma árvore, mas o outro, sabendo que não ia conseguir vencer

sozinho o urso, se jogou no chão e fingiu-se de morto. O urso se aproximou

dele e começou a cheirar as orelhas, mas convencido de que estava morto, foi

embora. O amigo começou a descer da árvore e perguntou:

– O que o urso estava cochichando em seu ouvido?

– Ora, ele só me disse para pensar duas vezes antes de sair por aí

viajando com gente que abandona os amigos na hora do perigo.

Moral: A desgraça põe à prova a sinceridade da amizade.

ASH, Russel; HIGTON, Bernard. Fábulas de Esopo. Tradução de Heloísa Jahn. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000. p. 82.

2. Você descobriu por que motivo as fábulas 5 e 6 foram apresentadas com tracinhos em lugar de letras, texto 5, e indícios gráficos, texto 6?

Prática de reflexão sobre a língua3. Considerando seus conhecimentos sobre vozes na narrativa, você deve ter

observado interessantes diferenças entre as fábulas Os viajantes e a ursa e Os viajantes e o urso.

Observe a seguir um fragmento da fábula Os viajantes e a ursa:

“Para não viajar mais com amigos que nos deixam sozinhos no perigo”, respondeu.

a) De quem é essa fala?

Essa fala é de um dos personagens da fábula, aquele que ficou se fingindo de morto.

Trata-se de uma forma de discurso denominada discurso direto, que é aquele em que a

fala e as reações do personagem são reproduzidas fielmente.

b) Essa voz está “entre aspas”. Reescreva-a, usando outro sinal gráfico para introduzi-la.

– Para não viajar mais com amigos que nos deixam sozinhos no perigo, respondeu.

A fábula devidamente recomposta conforme seu original é:OS VIAJANTES E O URSOUm dia dois viajantes deram de cara com um urso. O primeiro se salvou escalando uma árvore, mas o outro, sabendo que não ia conseguir vencer sozinho o urso, se jogou no chão e fin-giu-se de morto. O urso se aproximou dele e começou a cheirar as orelhas, mas convencido de que estava morto, foi embora. O amigo começou a descer da árvore e perguntou:– O que o urso estava co-chichando em seu ouvido?– Ora, ele só me disse para pensar duas vezes antes de sair por aí viajando com gente que abandona os amigos na hora do perigo. Moral: A desgraça põe à pro-va a sinceridade da amizade.

Gabarito comentado

Se você concluiu que atividades como essa, além de divertidas, ajudam na formação de bons leitores e bons escritores, ACERTOU. E ajudam por quê? Porque fazem pensar em como os textos são construídos, como são organizados para que façam sentido e sejam interessantes. Exercícios desse tipo também fazem pensar em aspectos gramaticais (concordância, por exemplo), aspectos semânticos (significação das palavras), aspectos fonéticos (referem-se ao som das palavras) e ortografia. Muito bom, não é mesmo? Agora, volte aos textos 5 e 6 e verifique onde esses seus conhecimentos (são muitos, não?) foram postos à prova.

Dica: vozes

No seu livro do 6.º ano, 3.º volume, páginas 12 e 13, você encontra exercícios que tratam sobre voz do narrador e formas de introduzir o diálogo entre personagens.

56

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6.o ano – Proposta 10

4. Releia essa parte da fábula Os viajantes e o urso:

O amigo começou a descer da árvore e perguntou:– O que o urso estava cochichando em seu ouvido?– Ora, ele só me disse para pensar duas vezes antes de sair por aí viajando com gente que abandona

os amigos na hora do perigo.

a) De quem é a voz que conta:

O amigo começou a descer da árvore e perguntou:

b) Quem diz:

– O que o urso estava cochichando em seu ouvido?

Essa voz é do personagem que abandonou o amigo e tratou de subir em uma árvore para se salvar do ataque do urso.

c) Como poderia ser a voz do urso, caso ele tivesse mesmo cochichado no ouvido do viajante que ficou se fingindo de morto?

Pessoal. Sugestão: – Pense duas vezes antes de sair por aí viajando com gente que abandona os amigos na hora do

perigo.

5. Faça a reescrita do trecho, usando apenas a voz do narrador e com os ajustes necessários:

Já começamos:

O amigo co¼eço§ a descer da árv¾’e e pergunto§ ao que estav{ deitado no chão Ainda assustado, o amigo abandonado respondeu que o urso tinha dito a ele para pensar duas vezes antes de sair por aí

viajando com gente que abandona os amigos na hora do perigo.

São muitas as maneiras possíveis de reescrita do texto fazendo a passagem do discurso direto para o indireto (relatado). Essa

é apenas uma sugestão. Mesmo considerando as várias possibilidades, não se trata de uma atividade fácil.

o que o urso estava cochichando no ouvido dele.

Espera-se que os alunos concluam que é a voz do narrador do texto, um narrador não personagem, mas que não é apenas um observador da história: é um narrador onisciente seletivo, porque ele sabe tudo o que acontece e, além disso, vai influenciando o leitor a se posicionar em favor de um dos personagens.

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Caderno de produção de textos

6. Armandinho, o garoto da tirinha a seguir, está aplicando um ditado popular para comentar a atitude da mãe. Que ditado é esse? Depois de descobrir, pesquise uma fábula na qual esse ditado tenha sido citado. Aproveite as ideias e crie uma fábula com Armandinho, seu sapo de estimação e a mãe.

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10Número de aulas previstas: 3

Gênero: fábula

Divulgação: ambiente escolar

Para quem: colegas de turma

BECK, Alexandre. Armandinho Zero. Florianópolis: A.C.Beck, 2013. p. 34.

A moral da história poderia ser um desses ditados ou frases: “Um bom exemplo vale mais

que mil palavras”; “Um exemplo vale mais que um conselho”; “Nada é mais contagioso que

um exemplo”; “A palavra empolga; o exemplo ensina”; “Bom exemplo, meio sermão”; “Um

bom exemplo nunca se perde”; “Quem dá bom exemplo, dá bom conselho”; “Se as palavras

convencem, o exemplo arrasta”, etc. Você pode preparar esse material em tiras de papel e fazer

com que elas circulem entre os alunos. Depois, promova uma conversa sobre o conteúdo das

frases, ilustrando-as com bons exemplos, ao alcance dos alunos.

Biografia

Alexandre Beck (1972) é cartunista e ilustrador, nascido em Florianópolis, Santa Catarina. Ele desenha desde criança e já ganhou prêmios com seus quadrinhos educativos. Em 2009, fundou a Arte & Letras Comunicação. Produziu mais de 50 revistinhas educativas completas com roteiros, desenhos, diagramação e impressão.

Fique por dentro

Conheça os objetivos dessa proposta de produção de texto.a) Fazer a transposição do gênero

quadrinho (tira) para o gênero fábula para motivar a leitura na sua escola.• Planeje seu texto para que ele tenha

situação inicial, conflito, desfecho e moral de história. • Observe a linguagem: ela deve ser

simples, em tom pedagógico, com o objetivo de ensinar alguma coisa.

b) Pesquisar usando o repertório disponível: fábulas A corrida da tartaruga, A lebre e a tartaruga, Os viajantes e a ursa, Os viajantes e o urso; tirinha com o Armandinho; pesquise sobre fábulas para descobrir alguma que estabeleça intertexto com a tira.

c) Desenvolver material de leitura interessante para colegas de turma e da escola. Esse material pode ser apresentado em um varal de leitura.

d) Exercitar a prática de revisão colaborativa para garantir que o material a ser compartilhado esteja bem escrito e bem ilustrado.

Crie

Sobre as condições de produçãoApós a releitura do repertório e pesquisa:a) Planeje a produção, incluindo a

ilustração.b) Escreva, obedecendo à ordem

cronológica das ações.c) Realize movimentos de ir e vir,

observando se o texto está evoluindo conforme o planejado e reescrevendo o que for necessário.

d) Faça a leitura final para avaliar o resultado.

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6.o ano – Proposta 11

O que será que vai acontecer a seguir?

A Onça vai devorar o Bode imediatamente, assim que entrarem na casa.

A Onça e o Bode vão viver desconfiados um do outro.

A Onça e Bode vão viver em perfeita harmonia, confiando um no outro.

Contos: histórias do arco-da-velha A onça e o bode

O BODE FOI AO MATO PROCURAR LUGAR PARA FAZER UMA CASA.

A ONÇA TAMBÉM FOI E... ADIVINHA?

DEU BODE NA CASA DA ONÇA!1. O texto 1 apresenta intervalos de leitura, momentos para você, o leitor,

dar seus palpites, antecipando a história. Depois, o texto segue e você con-fere se o que pensou está de acordo com o texto. Não vale “colar”...

Texto 1

A Onça e o Bode

O Bode foi ao mato procurar lugar para fazer uma casa. Achou um sítio bom. Roçou-o e foi-se embora. A Onça, que tivera a mesma ideia, chegando ao mato e encontrando o lugar já limpo, ficou radiante. Cortou as madeiras e dei-xou-as no ponto. O Bode, deparando com a madeira já pronta, aproveitou-se, erguendo a casinha. A Onça voltou e tapou-a de taipa. Foi buscar seus móveis e quando regressou encontrou o Bode instalado. Verificando que o trabalho tinha sido de ambos, decidiram morar juntos.

PRO

POST

A 1

1

Unidade 6

O objetivo do trabalho nas propostas desta unidade é apresentar aos alunos dois “contos de onça”, bicho que vive no imaginário popular, representando a força e a esperteza, quase sempre vencidas pelo “mais fraco”: o macaco, o bode, o coelho, o veado, o gavião, o sapo, o cachorro, etc.Na versão que encontra-mos, narrada na coletânea de Câmara Cascudo, o conto A Onça e o Bode, o foco do trabalho esta-rá principalmente nas antecipações, inferências e previsões da sequência narrativa, com vistas à produção de texto, man-tendo-se o estilo e o ritmo do conto. Intervalos de leitura: são oportunidades para o leitor fazer antecipações, inferências e previsões. Na sequência, os alunos conferem se o que ante-ciparam foi, de fato, o que aconteceu na história.

Viviam desconfiados um do outro. Cada um teria sua semana para caçar. Foi a Onça e trouxe um cabrito, enchendo o Bode de pavor. Quando che-gou a vez deste, viu uma Onça abatida por uns caçadores e a carregou até a casa, deixando-a no terreiro. A Onça, vendo a companheira morta, ficou espantada:

– Amigo Bode, como foi que você matou essa Onça?

O que será que o Bode vai responder para a Onça?

O Bode vai falar a verdade: que ele achou a onça morta.

O Bode vai se mostrar arrogante e dar uma resposta ardilosa, astuciosa.

O Bode vai inventar que pegou a Onça em uma armadilha.

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Caderno de produção de textos

– Ora, ora... Matando!... respondeu o Bode cheio de empáfia.Porém, insistindo sempre a Onça em perguntar-lhe como havia matado a

companheira, disse o Bode:– Eu enfiei esse anel de contas no dedo, apontei-lhe o dedo e ela caiu morta.A Onça ficou toda arrepiada, olhando o Bode pelo canto do olho. Depois

de algum tempo, disse o Bode:– Amiga Onça, eu lhe aponto o dedo...

Qual terá sido a reação da Onça frente à ameaça do Bode?

A Onça vai ficar com muito medo do Bode e tentar escapar.

A Onça vai achar engraçada a ameaça do Bode e rir bastante.

A Onça vai atacar o Bode e acabar com a invenção dele.

A Onça pulou para o meio da sala, gritando:– Amigo Bode, deixe de brinquedo...Tornou o Bode a dizer que lhe apontava o dedo, pulando a Onça para o

meio do terreiro. Repetiu o Bode a ameaça e a Onça desembandeirou pelo mato adentro, numa carreira danada, enquanto ouviu a voz do Bode:

– Amiga Onça, eu lhe aponto o dedo...

A Onça saiu em uma carreira desabalada mato adentro. E no final?

A Onça nunca mais voltou para casa e o Bode se instalou à vontade.

De repente, a Onça percebeu o truque. Voltou e acabou com o Bode.

Com medo de a Onça voltar, o Bode também saiu desembandeirado.

Nunca mais a Onça voltou. O Bode ficou, então, sozinho na sua casa, viven-do de papo para o ar, bem descansado.

CAMPOS, J. da Silva. A onça e o bode. In: CASCUDO, Luís da Câmara. Contos tradicionais do Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003. p. 220-221.

2. Que características do texto A Onça e o Bode indicam que ele é um conto tradicional?Dica:

características

Sobre características do conto tradicional ou popular, sugerimos a leitura das páginas 48, 49 e 50 do seu livro do 6 .º ano, 3.º volume. Lá, você encontra informações sobre a estrutura básica desse gênero de texto.

Gabarito comentado

Um texto pode ser considerado um conto tradicional quando tem certas características desse gênero, tais como: é uma história que já ouvimos contar, dessas que correm de boca em boca, uma história viva, que sempre se transforma. A narrativa é curta e tem poucos personagens (a Onça e o Bode), não complicados, planos, sem nomes próprios. O espaço e o tempo são indefinidos. O tema dessa narrativa é comum nesse tipo de conto: a luta do fraco contra o forte. A linguagem é popular, simples, sem autoria conhecida e com marcas de oralidade. Por exemplo: Foi a Onça e.../ numa carreira danada, etc. A função do conto tradicional é lúdica e moralizadora. O final da narrativa é assinalado com um fecho, nesse caso, um fecho externo, uma intervenção do narrador que diz uns versinhos finais para os ouvintes.

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6.o ano – Proposta 11

3. No conto A Onça e o Bode, lemos:

Quando chegou a vez deste, viu uma Onça abatida por uns caçadores e a carregou até a casa, dei-xando-a no terreiro. A Onça, vendo a companheira morta, ficou espantada:

– Amigo Bode, como foi que você matou essa Onça?

a) A quem se refere a palavra “deste” nesse trecho do conto?

Refere-se à palavra “Bode”, retomando-a.

b) Nesse trecho do texto, a palavra “Onça” encontra-se substituída duas vezes pela mesma pala-vra. Que palavra é essa?

Esse tipo de análise não é muito simples de fazer sem a ajuda de quem sabe. Sendo assim, auxilie os alunos para que

concluam que é o pronome “a”: a carregou (carregou a Onça); deixando-a (deixando a Onça).

c) Qual pode ter sido a intenção do Bode ao levar a Onça morta para casa?

Pessoal. Sugestão: A intenção do Bode provavelmente era meter medo na Onça; intimidá-la, lembrando-a de que, se ele

tinha sido capaz de matar uma onça, também poderia se livrar dela.

4. Você acredita que, ao levar a onça morta para casa, o Bode já tinha planejado o que dizer à Onça para assustá-la?

Pessoal. Sugestão: Parece que não tinha e que a ideia de ameaçar a Onça com o dedo foi nascendo aos poucos, já que ela

insistia em saber como ele tinha conseguido isso e mostrava-se apreensiva.

5. Descubra um “ponto fraco” no Bode e na estratégia usada por ele para enganar a Onça. Para compartilhar com os colegas a sua descoberta, reescreva o desfecho do conto – quatro últimos parágrafos –, mantendo o ritmo e o estilo da narrativa.

Pessoal. Sugestão: A estratégia usada pelo Bode é fraca, embora tenha funcionado bem. Ele, de fato, não conseguiria matar

uma onça apenas apontando-lhe um anel de contas. Essa mentira não resistiria caso a Onça não tivesse se revelado tão

medrosa e tão crédula. Podemos imaginar que, durante o tempo em que conviveram, o Bode percebeu que a Onça era

impressionável e, por isso, resolveu usar um truque meio mágico para assustá-la.

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Caderno de produção de textos

E então, “deu bode na casa da onça”...6. Será que você adivinha que história é essa? Para saber, faça o teste, nume-

rando os fatos a seguir em uma sequência narrativa. Já começamos:

111 O bode toma a decisão de fazer uma casa.

1616161616 O bode leva um susto e sai correndo desabalado.

33333 A onça decide fazer uma casa.

1515151515 A onça se alegra ao ver o bode, já antecipando o jantar.

44444 A onça encontra o terreno já limpo pelo bode.

1313131313 O bode grita de espanto ao tropeçar na onça.

77777 A onça assenta o telhado na casa.

66666 O bode constrói as paredes da casa.

22222 O bode escolhe o local para a casa e prepara o terreno.

1010101010 O desejo da onça está se tornando real.

1818181818 O bode foge porque não quer saber de fazer acordo com a onça.

55555 A onça coloca as estacas no terreno preparado pelo bode.

1414141414 A onça desperta depois de levar um tropeção do bode.

99999 O sonho do bode está se tornando realidade.

1111111111 O bode entra na casa pronta e ouve roncos.

88888 O bode e a onça fazem o acabamento da obra.

1212121212 O bode tropeça na onça que dormia.

1919191919 A onça abandona a casa.

1717171717 A onça tenta capturar o bode.

2020202020 O conto termina com uma fórmula de despedida, uma quadrinha.

Esse tipo de atividade em que se procura fazer com que o leitor estabeleça a sequência narrativa costuma ser feita após a leitura de um texto. Invertemos a apre-sentação como um desafio para os alunos. Após a leitura do conto, a proposta é que voltem ao teste para cotejar.

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6.o ano – Proposta 11

Texto 2Deu bode na casa da onça

O bode decidiu fazer uma casa para morar.Ah! – ele sonhava – tem de ser uma casa bem bonita, com varanda dos

lados, em noite de calor deito na rede, a rede balança: nhem... nhem... nhem... e durmo um sono sossegado.

No dia seguinte, achou um bom lugar, roçou e limpou o terreno.Acontece que a onça também decidiu fazer uma casa para morar e resolveu:– Amanhã mesmo vou procurar um bom lugar. Chega de dormir ao relento.No outro dia, a onça passou, viu aquele terreno limpo e roçado e ficou

contente.– Oba! Que sorte a minha! Achei logo um lugar pra fazer minha casa. E

daqui até se avista o riacho. Gostei!Então, mais que depressa, a onça colocou as estacas no terreno e foi embora.Quando o bode apareceu e viu as estacas fincadas, levou um choque de

alegria.– Tupã está me ajudando! É só levantar as paredes, o resto deixo para

amanhã.Enquanto trabalhava, cantava: – Uma parede aqui, outra parede ali,

quem é que pode com a sorte do bode?Só que no “amanhã”, quando a onça viu as paredes levantadas,

deu pulos e urros:– Tupã está me ajudando! Vou assentar o telhado, trabalho

caprichado.Assim, cada dia, o bode fazia uma parte, a onça fazia outra.

Quando um saía, o outro entrava, nunca se encontravam e esta-vam muito satisfeitos com a casa, que ficava uma beleza.

Tudo como o bode sonhava.Direitinho como a onça queria.Quando a casa ficou pronta e o bode entrou pra

descansar, ouviu uns roncos.

Na versão Deu bode na casa da onça, uma recriação da escritora Betty Coelho Silva baseada no conto popular A Onça e o Bode, o trabalho será levar os alunos a, oralmente, relacionar/cotejar/comparar os dois textos, detalhando elementos dos contos para, na sequência, fazer a transposição de um texto no gênero resenha para o gênero conto tradicional.

Tupã

(do tupi-guarani tu’pã ou tu’pana) Nome indígena que significa, na língua tupi, “o trovão”.

– Oba! Que sorte a minha! Achei logo um lugar pra fazer minha casa. E daqui até se avista o riacho. Gostei!

Então, mais que depressa, a onça colocou as estacas no terreno e foi embora.Quando o bode apareceu e viu as estacas fincadas, levou um choque de

alegria.– TupãTupã está me ajudando! É só levantar as paredes, o resto deixo para

amanhã.Enquanto trabalhava, cantava: – Uma parede aqui, outra parede ali,

quem é que pode com a sorte do bode?Só que no “amanhã”, quando a onça viu as paredes levantadas,

deu pulos e urros:– Tupã está me ajudando! Vou assentar o telhado, trabalho

caprichado.Assim, cada dia, o bode fazia uma parte, a onça fazia outra.

Quando um saía, o outro entrava, nunca se encontravam e esta-vam muito satisfeitos com a casa, que ficava uma beleza.

Tudo como o bode sonhava.Direitinho como a onça queria.Quando a casa ficou pronta e o bode entrou pra

descansar, ouviu uns roncos.

Nome indígena que significa, na língua tupi, “o trovão”.

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Caderno de produção de textos

Solicite que, após a leitura do texto, os alunos retornem à atividade 6 e corrijam a numeração se for necessário.

Mesmo assim, ele entrou com cautela, mas tropeçou na onça, que dormia de papo pro ar.

– Que desaforo! – gritou o bode sufocado. – Quem convidou essa hóspede pra minha casa?

A onça acordou e, vendo o bode, disse lam-bendo os beiços:

– Estou mesmo com sorte! Até o jantar me é servido em casa.

O bode levou o maior susto e “pernas, pra que te quero”. A onça correu atrás, chamando:

– Seu bode, volte aqui. Quem sabe podemos combinar uma forma de morar juntos?

O bode nem respondeu, não queria saber de acordo. Ainda hoje, quando vê onça, o bode corre o mais que pode. E a casa? Está no mesmo

lugar, prontinha para morar e... vazia!Entrou por uma porta, saiu pela outra; manda el-rei meu senhor que me

conte outra.

SILVA, Betty Coelho. Foi um dia, um dia foi: histórias populares do jeito que eu conto. São Paulo: Paulus, 2007. p. 15-18.

7. O conto Deu bode na casa da onça termina dizendo:

O bode nem respondeu, não queria saber de acordo. Ainda hoje, quando vê onça, o bode corre o mais que pode. E a casa? Está no mesmo lugar, prontinha para morar e... vazia!

a) Qual pode ser a razão para a casa permanecer vazia, embora esteja prontinha para ser habitada?

Pessoal. Sugestão: Ajude a turma a deduzir que o bode fugiu com medo da onça e a onça

não para em casa porque vive atrás dele. Conclusão? Ninguém ficou na casa.

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6.o ano – Proposta 11

b) Use a expressão “Deu bode...” em uma frase, mantendo sentido seme-lhante ao do título do conto.

c) Atribua outro título ao conto Deu bode na casa da onça, de modo que fique coerente com o texto.

Pessoal.

d) Em sua opinião, o conto A Onça e o Bode, narrado na coletânea de Câ-mara Cascudo, poderia ter como título Deu bode na casa da onça? Justi-fique sua opinião.

Pessoal.

Prática de reflexão sobre a língua 8. Considerando seus conhecimentos sobre verbos de elocução, releia o tre-

cho a seguir:

A onça acordou e, vendo o bode, disse lambendo os beiços:– Estou mesmo com sorte! Até o jantar me é servido em casa.

a) Marque (X) nas afirmações verdadeiras sobre verbo de elocução nesse trecho:( x ) O verbo de elocução nesse trecho é “disse”.( x ) “Disse” é uma forma verbal, mas nesse trecho não faz parte da fala

do personagem, a onça.( x ) A forma verbal “disse” foi empregada pelo narrador para apresentar

a voz do personagem, a onça.( x ) O verbo “dizer” é quase isento de emoção nesse trecho.

Pessoal. Sugestão: A expressão “dar bode” significa “dar confusão”, “dar errado”. A origem da expressão parece ser uma punição usada durante a Alemanha nazista. Conta-se que, duran-te aquele período, diversas famílias eram reunidas em cubículos e, quando começavam a se desentender, eram submetidas ainda ao castigo de ter de conviver com bodes fedorentos por dias.

Dica: verbos de elocução

Você já estudou esse assunto em seu livro do 6 .º ano, 3.º volume, página 22. Se tiver dúvida, consulte o tópico.

São denominados verbos de elocução os verbos usados antes ou depois da fala de alguém.Alguns verbos de elocução:acreditar, admitir, acrescen-tar, afirmar, advertir, alegar, alertar, analisar, apontar, argumentar, aconselhar, assegurar, assumir, citar, co-mentar, concluir, comemorar, confessar, cobrar, completar, complementar, criticar, con-firmar, constatar, contradizer, contar.

8a. Provavelmente, os alunos fizeram o que se espera quando se propõe esse tipo de atividade e marcaram (X) em todas as alternativas, até porque elas são mais ou menos óbvias. O interessante é que essa reflexão os ajude a aplicar verbos de elocução mais expressivos ou mais neutros, de acordo com o que desejem transmitir, caracterizando as palavras que alguém diz. (Alguns au-tores referem-se aos verbos que estamos denominando como verbos de elocução apenas como verbos usados para indicar e ao mesmo tempo caracterizar as pa-lavras de alguém – um perso-nagem – inclusive). Observe essa passagem do conto: “Acontece que a onça tam-bém decidiu fazer uma casa para morar e resolveu:”Por que a autora preferiu o verbo “resolver” para caracterizar a fala da onça? Ela poderia ter usado o verbo “dizer” ou “falar”. Conclui-se que ela escolheu caracteri-zar essa fala, mostrando-a decidida.

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b) A expressão “lamber-se os beiços” traria mais expressividade ao trecho em lugar de “disse lambendo os beiços”. Experimente:

A onça acordou e, vendo o bode, lambeu-se os beiços:

Ainda sobre verbos de elocução e expressividade9. No conto, lemos:

Enquanto trabalhava, cantava: – Uma parede aqui, outra parede ali, quem é que pode com a sorte do bode?

a) Qual é o verbo de elocução desse trecho?

A forma verbal “cantava”. Leve os alunos a observarem que “cantava” é o verbo usado pela

autora do texto para indicar e, ao mesmo tempo, caracterizar a voz do personagem bode.

b) Explique por que a autora do conto escolheu esse verbo para caracteri-zar a fala do bode.

Ajude a turma a concluir que a escolha do verbo “cantar” no lugar de “dizer” ou “falar” traz

expressividade ao trecho.

c) Releia o conto Deu bode na casa da onça fazendo um levantamento dos verbos de elocução, isto é, dos verbos usados para indicar e, ao mes-mo tempo, caracterizar a fala dos personagens do texto. Use lápis de cores diferentes para fazer esse levantamento.

10. Você já deve ter lido algum texto de Ana Maria Machado. Jornalista, escri-tora, editora, imortal pela Academia Brasileira de Letras, Ana Maria tem uma vasta obra composta de mais de cem livros e muitos, muitos prêmios. Ela tem um jeito delicioso de narrar, especialmente contos tradicionais. a) O texto que você vai ler a seguir é uma resenha do conto Jabuti sabido

e macaco metido, narrado por Ana Maria Machado.

Dica: verbos de elocução

Esses verbos aparecem antes ou logo depois dos trechos iniciados por travessão.

9c. Fazer o levantamento dos ver-bos de elocução nesse conto não é uma tarefa fácil como parece, porque eles não são evidentes, nem na forma de apresentar-se nem na escolha vocabular. Sendo assim, trabalhe em parceria com os alunos para que eles consigam fazer interessantes descobertas, que possam efetivamente con-tribuir para melhorar a qualidade dos textos que produzem. Por exemplo:

Ah! – ele sonhava – tem de ser uma casa bem bonita, com varanda dos lados, em noite de calor deito na rede, a rede balança: nhem... nhem... nhem... e durmo um sono sossegado.

Nesse trecho do texto, o verbo usado pela autora para indicar o que o bode diz é o verbo “sonhar”. Por que a autora escolheu o verbo “sonhar” para caracterizar a fala do bode? Para mostrar que o bode estava não apenas dizendo ou falando: ele estava sonhando, fazendo planos, detalhando a futura casa.

Biografia

Ana Maria Machado nasceu em Santa Tereza, Rio de Janeiro, a 24 de dezembro de 1941. [...] Deu aulas na Faculdade de Letras na UFRJ (Literatura Brasileira e Teoria Literária) e na Escola de Comunicação da UFRJ, bem como na PUC-Rio (Literatura Brasileira). Além de ensinar nos colégios Santo Inácio e Princesa Isabel, no Rio, e no Curso Alfa de preparação para o Instituto Rio Branco, também lecionou em Paris, na Sorbonne (Língua Portuguesa), na Universidade de Berkeley, Califórnia – onde já havia sido escritora residente – e ocupou a cátedra Machado de Assis em Oxford. [...]

ANA Maria Machado. Biografia. Disponível em: <http://www.anamariamachado.com/biografia>. Acesso em: 28 ago. 2015.

Resenha é uma produção textual, por meio da qual o autor faz uma breve apreciação, e uma descrição a respeito de acontecimentos culturais (como uma feira de livros, por exemplo) ou de obras (cinematográficas, musicais, teatrais ou literárias), com o objeti-vo de apresentar o objeto (acontecimento ou obras), de forma sintetizada, apontando, guiando e convidando o leitor (ou espectador) a conhecer tal objeto na íntegra, ou não (resenha crítica).

Número de aulas previstas: 4

Gênero: conto popular

Para quem: Ana Maria Machado e colegas da turma

PACIEVITCH, Thais. Disponível em: <http://www.infoescola.com/redacao/resenha/>. Acesso em: 28 ago. 2015.

9c. Gabarito: resolveu (linha 6); ficou contente (linha 8-9); levou um choque de alegria (linha 13-14); cantava (linha 17); deu pulos e urros (linha 20); gritou (linha 32); disse lambendo (linha 34-35); chaman-do (linha 39). Nas locuções “ficou contente” e “levou um choque de alegria” ficam implícitos os verbos contentar-se e alegrar-se, dizendo.

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6.o ano – Proposta 11

Quem ri por último ri melhor

CATTAPAN, Julio; AMERICANO, Paula. Bate papo. Ciência Hoje das Crianças, Rio de Janeiro, n. 118, p. 27, out. 2001.

Jabuti sabido e macaco metido, de Ana Maria Machado. Editora Nova Fronteira.

Os bichos estavam todos reunidos na mata e o curumim resolveu desafiá-los para descobrir qual era o mais esperto.

Foi um tal de animal contar vantagem... O macaco, principalmente! Já o

jabuti, sempre muito discreto, desconversou. Dada a confusão, o curumim decidiu, então, lançar a seguinte pergunta: o que é, o que é, que fica acima do céu?

Os bichos foram dando respostas erradas e, no final, sobraram o macaco e

o jabuti. Quem será que vai acertar?

Julio Cattapan e Paula Americano, Revista Ciência Hoje/RJ

b) Qual é a proposta? Escrever um conto com características de conto popu-lar com base na resenha, a partir de informações fornecidas por ela.

c) Para quê? Para participar de um concurso interno de contos, entre os alu-nos de sua sala.

Como o concurso funciona:

• Dez contos serão selecionados pela turma.

• Depois de editados, serão enviados à escritora Ana Maria Machado como um presente.

10b. Sugerimos que você comente a resenha com os alunos, faça com eles um levantamento das in-formações que ela contém e do material que oferece para a produção do conto de tradição popular a ser elaborado por eles. O ideal é que essa atividade seja desenvolvida em pequenos grupos ou mesmo coletivamente.

Fique por dentro

Conheça os objetivos dessa proposta de produção de texto.a) Fazer a transposição de

informações de um texto no gênero resenha para o gênero conto. Faça constar na sua produção: • título do texto;• situação inicial de equilíbrio;• peripécia;• desfecho;• fecho.

b) Pesquisar usando o repertório disponível: Contos tradicionais A Onça e o Bode e Deu bode na casa da onça; e a resenha Quem ri por último ri melhor.

c) Exercitar o domínio do texto escrito, usando linguagem coloquial.

d) Desenvolver a criatividade.e) Desenvolver um material de leitura

interessante para um conjunto de contos selecionados sobre jabuti sabido e macaco metido para enviar à escritora Ana Maria Machado.

Lembre-se de:• planejar a produção, incluindo a

ilustração;• escrever, obedecendo à ordem

cronológica das ações;• fazer movimentos de ir e vir,

observando se o texto está evoluindo conforme o planejado e reescrevendo o que for necessário;

• realizar uma leitura final para avaliar o resultado.

Em seu livro do 6.º ano, 3.º volume, página 35, estão orientações para a avaliação e reescrita de seu texto.

10c. A ideia aqui é que os alunos tenham em mente um leitor final que não é o professor nem os co-legas, mesmo que esse leitor seja simulado. Cabe a você e aos alunos trabalharem para que a situação se torne real.

Peripécia

O conflito nos contos populares ou tradicionais é também chamado de peripécia. Por que será, hein?Quer saber mais? Retome esse assunto em seu livro do 6.º ano, 3.º volume, página 49.

Fecho

Conhece esse fecho? Invente outros...

E foi assimAssim foiQuem não tem cavaloMonta no boi

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Caderno de produção de textos

O jabuti e de novo a onçaSERÁ QUE ESSA ONÇA NÃO APRENDE? LÁ VEM ELA!

DE NOVO... DESSA VEZ, COM O JABUTI... IH! IH!

1. Conheça mais um conto de onça.

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O jabuti e de novo a onça

A onça apareceu por ali. A onça olhou para cima, viu o coitado do jabuti e disse assim:

– Ó jabuti, por onde tu subiste?O jabuti respondeu:– Por esta árvore de fruta.A onça, com fome, replicou:– Desce!O jabuti assim falou:– Apara-me lá; abre a tua boca, para que eu não caia no chão.O jabuti pulou e foi de encontro ao focinho da onça; morreu a [onça]. O

jabuti esperou até depois de apodrecer e tirou sua flauta. Então o jabuti se foi; tocava sua flauta e assim cantava:

– A minha flauta é o osso da onça: ih! Ih!

LISBOA, Henriqueta. Literatura oral para a infância e a juventude: lendas, contos e fábulas populares no Brasil. São Paulo: Peirópolis, 2002. p. 177.

Considerando seus conhecimentos sobre pontuação e sinais de pontuação, você já deve ter ob-servado que essas formas gráficas contribuem para a clareza do texto, ajudando a atribuir signi-ficado às ideias, “costurando-as”.

Prática de reflexão sobre a língua

Pontuação

TESTE seus conhecimentos sobre pontuação, pontuando a frase a seguir de maneiras diferentes:

Meu relógio sumiu, não está na gaveta.

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6.o ano – Proposta 12

2. O conto O jabuti e de novo a onça é o terceiro “conto de onça” desta unidade. Observe a pontuação usada no texto: comece analisando o primeiro pará-grafo do conto, na introdução. A seguir, assinale os sinais de pontuação empregados para construir o diálogo entre a onça e o jabuti e ajudar a narrar a peripécia e justifique-os, oralmente. Observe também o desfecho do texto para descobrir por que o sinal de ponto e vírgula foi usado duas vezes. Por fim, explique oralmente o papel dos dois pontos de exclamação usados na última frase do conto.

3. Faça uma paráfrase do conto O jabuti e de novo a onça, ou seja, produza um texto com palavras próprias. a) Evite os artigos definidos e indefinidos. Por exemplo: em vez de escrever

“O jabuti respondeu”, escreva: “Jabuti respondeu”.b) Elabore frases curtas: evite vírgulas e ponto e vírgula, porque essa pon-

tuação alonga a frase. Use ponto. c) Evite inversões na colocação das palavras. Em vez de escrever, por

exemplo: “O jabuti assim falou”, escreva: “Jabuti falou assim”.

Oriente os alunos para que evitem estereótipos e situações que ridicularizam esse falar,

veiculados pela televisão e outros.

2. Para que os alunos possam chegar às conclusões propostas sobre o emprego da pontua-ção nesse conto, sugerimos que o texto seja escrito no quadro, sem pontuação. A seguir, de acordo com as sugestões dos alunos, vá colocando os sinais de pontuação e comentando sua finalidade. As explicações devem ser simples, com o mínimo de terminologia e teoria gramatical.Na introdução, são usados três sinais de pontuação: ponto-final, vírgula e dois-pontos. O ponto-final aparece no final da frase declarativa. A vírgula isola duas frases, como em uma enumeração e os dois-pontos introduzem o diálogo. Para ajudar a construir o diálogo e narrar a peripécia, são usados: quatro dois-pontos, que indicam que as falas vão começar; quatro travessões, que assinalam o começo das falas, ora da onça, ora do bode; um ponto de interrogação que indica a frase interrogativa; um ponto de exclamação, que indica a frase exclamativa; três vírgulas (duas delas isolam a expressão “com fome” e a outra isola o vocativo “Ó jabuti”); um ponto e vírgula que é responsável por uma enumeração de ideias; e dois pontos-finais, que indicam o final de duas frases declarativas. No desfecho, são usados dois-pontos e vírgula, que são responsáveis pela enumeração de ideias; dois pontos-finais, que assinalam o final de frases declarativas; dois-pontos que indicam que a fala do jabuti vai começar. Na última frase do desfecho existem: um travessão, que marca o começo da fala do jabuti; dois-pontos para introduzir o som da flauta; dois pontos de exclamação, que acompanham as onomatopeias.

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12 Número de aulas previstas: 2

Gênero: conto

Para quem: colegas da turma

Fique por dentro

Conheça os objetivos dessa proposta de produção de texto.a) Fazer uma paráfrase do conto O

jabuti e de novo a onça, usando um modo de narrar staccato, isto é, frases curtas, compostas por palavras também curtas, sem prolongamento, como se existisse pausa entre elas. O texto precisa conter: título, situação inicial, peripécia (conflito) e desfecho.

b) Observar os verbos de elocução que foram destacados no texto original, trocando-os por outros que sejam adequados ao contexto do texto.

c) Pôr em prática as reflexões sobre uso da pontuação.

d) Exercitar a imaginação e a criatividade.

e) Pesquisar utilizando o repertório disponível.

f ) Desenvolver um material de leitura interessante para compartilhar com os colegas.

Considere as condições de produção de seu texto. a) O que você vai escrever, para quem,

como, onde esse texto vai circular.b) Planeje a produção, incluindo a

ilustração. c) Lembre-se de que você vai usar frases

curtas, para dar um ritmo staccato. d) Escreva, obedecendo à ordem

cronológica dos acontecimentos.e) Faça movimentos de ir e vir,

observando se o texto está evoluindo conforme o planejado, reescrevendo o que for necessário.

f ) Realize a leitura final para avaliar o resultado.

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Caderno de produção de textos

Crônicas: histórias que todos juram ser verdade

UnidadeUnidade 7

“Espero que esta mensagem

chegue às mãos de alguém, de

alguma pessoa de boa vontade

que possa me libertar do estra-

nho e incômodo cativeiro a que

estou submetido, ironicamente

por vontade própria. Sou prisio-

neiro dos meus cães. É: dos meus

cães. Quem diria.

Tudo começou quando ami-

gos me aconselharam a comprar

os rottweilers. Sensata recomen-

dação. Moro meio afastado da

cidade, na antiga casa dos meus

pais. E nem telefone tenho; sou

assim mesmo; gosto de viver

sozinho. O problema é que essa

situação não está isenta de ris-

cos, e o assalto é um deles. De

modo que, para me proteger,

comprei três rottweilers. Os três

ferocíssimos. E inteligentíssimos.

Como disse o treinador, seriam

até capazes de tomar decisões

por mim.

Não deu outra. Os cães inter-

feriam em tudo que lhes parecia

envolver o menor perigo. Por

exemplo: não me permitiram

mais que abrisse a porta. Cada

vez que alguém tocava a cam-

painha não me deixavam pôr a

mão na maçaneta: ficavam na

minha frente, rosnando, amea-

çadores. Isso me causou trans-

tornos, claro. As poucas pessoas

Sob a guarda dos cães

Sob

No título da crônica, há a palavra sob, uma palavra meio esquisita, porque não tem um sentido muito claro. É bem diferente de “sobre”, que quer dizer “em cima” ou “a respeito de”.

O dicionário diz que sob é:

1. debaixo de;

2. ao abrigo de;

3. debaixo de autoridade de;

4. no tempo de.

Uma “tradução” para o título, que tem um duplo sentido, poderia ser:

Os cães estão no comando

Este texto começa com “aspas”. Que interessante! O que isso pode significar?

Parece uma carta, não é mesmo?

Quem diria

Aqui o narrador-personagem conversa consigo mesmo. É uma divagação. Ele poderia se dirigir ao leitor e perguntar diretamente: Você acredita nisso?

Sensata recomendação

Nesse ponto do texto, nós, os leitores, já sabemos que o narrador está em uma bela enrascada. Mas, ao contar a história desde o começo, ele justifica sua decisão de comprar cães ferozes e livra os amigos da responsabilidade de terem recomendado isso.

Sob a guarda dos cãesIMAGINE QUE, DE REPENTE, SEU CACHORRO COMEÇA A DECIDIR SUA VIDA POR VOCÊ. IMAGINE TAMBÉM QUE, APESAR DE TODAS AS EVIDÊNCIAS, SEU CACHORRO NÃO É O CULPADO PELA MORTE DO COELHINHO DO

VIZINHO. IMPOSSÍVEL? NADA É IMPOSSÍVEL QUANDO VIRA CRÔNICA.

1. Nas laterais da crônica Sob a guarda dos cães, estão algumas “janelas”: elas são passagens para que você a compreenda ainda melhor.

“Estou do lado de Aslam, mesmo que não haja Aslam. Quero viver como um narniano, mesmo que Nárnia não exista.”

As crônicas de Nárnia são uma espécie de passaporte para a vida adulta. Reúna os amigos para assistir a essa série ou para revê-la.

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6.o ano – Proposta 13

que me procuravam deixaram de

fazê-lo. Mas eu estava satisfeito.

Sentia-me assim protegido de al-

gum eventual assaltante.

Mas mesmo assim fui assal-

tado. Aconteceu na cidade, uma

noite. [...] Dois brutamontes me

agarraram, me espancaram e ain-

da por cima me levaram todo o

dinheiro. Voltei para casa todo

rasgado e ensanguentado. Os

rottweilers obviamente ficaram

por conta. Olhavam-me, furiosos,

como a dizer: entregue a si mes-

mo, esse cara só faz besteira.

No dia seguinte, quando quis

sair, não deixaram. Postaram-se

diante da porta, dentes à mostra,

prontos para atacar. Entendi o re-

cado: não queriam que eu saísse,

que enfrentasse os perigos da

cidade. No que, aliás, não deixa-

vam de ter razão. Não saí.

Agora, faz uma semana que aqui

estou preso com os cães. Muito de-

dicados, estão sempre me vigiando.

Mas sinto-me apreensivo. Por en-

quanto, a comida é suficiente para

todos nós. Mas amanhã ou depois

começará a faltar e aí não teremos es-

colha: será eu ou eles, e meu palpite

é de que meu destino está traçado.

Por isso escrevi esta carta, que atirei

pela janela, esperando que o vento a

leve para alguém que possa me sal-

var. Serei generoso na recompensa.

A pessoa que me tirar daqui poderá

ficar com meus três rottweilers. São

grandes cães de guarda. Muito fero-

zes e muito inteligentes.”

SCLIAR, Moacyr. Sob a guarda dos cães. Folha de S.Paulo, São Paulo, 30 nov. 1998. Cotidiano Imaginário. p. 4-2.

Como disse o treinador

Novamente, o narrador cita alguém, agora é o treinador dos cães, para justificar a situação em que se colocou: o treinador bem que avisou; ele é que não deu ouvidos.Não deu outra

Com essa expressão se confirma o que o treinador de cães tinha avisado sobre uma importante característica dos rottweilers: eles são dominadores e independentes.Mas mesmo assim...

Podemos perceber a ironia usada pelo autor do texto para falar sobre violência urbana e estratégias para se defender.Dois brutamontes...

Nessa parte do texto, lemos uma gradação: o narrador conta, passo a passo, a violência que sofreu.Os rottweilers...

Situação muito complicada: parece que os cães saíram completamente do controle do narrador.Esse cara...

Nesse trecho, o narrador justifica uma tomada de decisão por parte dos cães.

Gosto de viver

Nessa passagem do texto, o narrador justifica sua solidão: ele gosta de morar sozinho.

Estou...

Os pronomes eu, eles e nós estão em elipse, isto é, podem ser deduzidos pelas desinências verbais.

Biografia

O gaúcho Moacyr Scliar (1937-2011) nasceu em Porto Alegre, no bairro de Bom Fim. Formou-se em Medicina e especializou-se no campo da saúde pública como médico sanitarista.

Em 1962, publicou seu primeiro livro, Histórias de um médico em formação e, a partir daí, não parou mais de escrever. São mais de 67 livros: romances, crônicas, contos, literatura infantil, ensaios. Recebeu inúmeros prêmios literários e tornou-se imortal pela Academia Brasileira de Letras em 2003, ocupando a cadeira número 31.

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Caderno de produção de textos

2. O texto Sob a guarda dos cães é uma crônica. Qual fato ou situação do coti-diano pode ter inspirado o autor do texto, Moacyr Scliar, a escrevê-la?

O objetivo do cronista parece ter sido ironizar a situação de alguém que compra cães (ou armas;

ou cercas elétricas; ou outros dispositivos da indústria de segurança) para se proteger e acaba

literalmente se tornando refém daquilo que deveria protegê-lo. Na sequência, os alunos vão

conhecer a notícia que motivou a crônica de Scliar. Essa notícia trata os cães da raça rottweiler

como parte da indústria de segurança.

3. Qual a finalidade de um texto como Sob a guarda dos cães?a) ( X ) Usar um texto de ficção para fazer o leitor refletir criticamente sobre

o cotidiano de quem tenta se proteger da violência urbana a qual-quer custo.

b) ( ) Apenas divertir o leitor, afinal é preciso que leia textos de humor para aliviar a carga de notícias ruins que chegam a ele todos os dias.

c) ( ) Advertir o leitor sobre a necessidade de adestrar cães ferozes, evi-tando assim acidentes.

Sob a guarda do cães é um texto de ficção inspirado em uma notícia, como leremos mais adiante. O autor do texto, Moacyr Scliar, cria um personagem e esse personagem assume o papel de remetente de uma carta, tornando-se o narrador-personagem do texto.

4. Moacyr Scliar escolheu escrever sua crônica na forma de carta para:a) ( ) influenciar um maior número de pessoas, já que esse gênero de

texto costuma ser levado mais a sério do que outros.b) ( ) mostrar que as cartas não saíram da moda, afinal, mesmo com tan-

tas formas de comunicação que existem atualmente, a maioria das pessoas prefere enviar cartas.

c) ( X ) trazer coerência e realismo à narrativa, uma vez que o narrador- -personagem não tinha telefone nem outra forma de se comunicar com o exterior da casa.

Que outro gênero de texto o autor poderia ter escolhido para produzir essa crônica? Justifique sua resposta.

Pessoal. Sugestão: O autor poderia ter produzido essa crônica na forma de cartaz, faixa, bilhete,

conto, notícia e outros.

Fique por dentro

Para se tornar um leitor que lê e compreende o que lê, é preciso desenvolver várias competências. As atividades propostas a seguir podem ajudar você a ler e compreender ainda melhor as crônicas. Conheça quais são os objetivos dessa proposta.

a) Identificar a finalidade (objetivo comunicativo) dos textos.

b) Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade dele.

c) Inferir informações implícitas e explícitas no texto.

d) Estabelecer relação de causa e consequência entre partes e elementos do texto.

e) Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

f ) Identificar efeitos de ironia ou humor no texto.

g) Identificar os efeitos do uso de pontuação ou outras notações.

Crônica

Crônica é um gênero de texto que se caracteriza por tratar de forma literária fatos do dia a dia, com o objetivo de fazer refletir criticamente sobre o cotidiano ou apenas divertir o leitor.

A história da crônica você encontra em seu livro do 6.º ano, 4.º volume, página 19. Sobre características da crônica, consulte a página 20.

A questão 2 foi colocada para promover e sustentar uma dis-cussão sobre gêneros de texto. Já vimos na unidade 5, quando tratamos de fábulas, que os gê-neros não são imutáveis nem fixos (BAKHTIN, 1997). Vimos também que o simples fato de um texto estar em determi-nado formato não garante que ele pertença a um gênero determinado. Sendo assim, po-demos afirmar que o texto Sob a guarda dos cães é uma crôni-ca, um texto ficcional, embora tenha jeito de carta. Ao usar uma forma híbrida (crônica no

formato de carta), a intenção do autor parece ter sido trazer realismo ao texto. Aproveitando a notícia Procura por rottweiler cresce 70 % (Folha de S.Paulo, 23 nov.1998), Moacyr Scliar cria um personagem que, no papel de remetente de uma carta, narra os acontecimentos presentes e o que o levou àquela situação. Sob a guarda dos cães é uma crônica que tem a configuração de uma carta. E por ter essa configuração, coloca como objetivo de seu personagem estabelecer contato com qualquer pessoa que a leia. Nós, os leitores, vamos “acreditando” no teor da carta e nos tornando solidários com a situação do remetente (o narrador-personagem preso por seus cães, que escreve uma carta na esperança de ser salvo por quem a ler) e, ao mesmo tempo, vamos ficando surpresos com sua ingenuidade e passividade.

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6.o ano – Proposta 13

5. No texto, ficamos sabendo pelo “remetente” da carta que o treinador dos cães tinha razão:

Não deu outra. Os cães interferiam em tudo que lhes parecia envolver o menor perigo. Por exemplo, não me permitiram mais que abrisse a porta.

• Como o dono ou o responsável por um ou mais cães ferozes deve agir para não acabar dominado por eles, como aconteceu com o narrador do texto? Caso você não saiba, consulte os textos ao lado.

Pessoal. Sugestão: O dono ou responsável por um cão, principalmente de um cão de guarda,

precisa ter autoridade e poder de comando. Desde filhote, o cão deve ser ensinado a ter

limites, respeitando e sendo respeitado. Cães mal adestrados e maltratados podem ser

muito perigosos até mesmo para seus donos.

6. O narrador-personagem parece muito compreensivo com a atitude dos cães.

Entendi o recado: não queriam que eu saísse, que enfrentasse os perigos da cidade. No que, aliás, não deixavam de ter razão. Não saí.

a) O que poderia acontecer, caso o narrador-personagem resolvesse en-frentar os três rottweilers?

Provavelmente, seria atacado por eles. Talvez fosse até morto, uma vez que os cães estavam

sem comando.

b) Considerando a situação, onde estava o maior perigo: em casa ou fora dela? Explique a sua resposta.

Pessoal. Sugestão: Os alunos podem dizer que o maior perigo estava na casa do narrador-

-personagem, afinal, essa raça de cães, quando se sente no comando, pode ficar fora de

controle.

7. O remetente da carta nos conta um fato preocupante (fique atento à pala-vra com):

Agora, faz uma semana que aqui estou preso com os cães.

Importante! Um rottweiler é um cão de guarda. Por isso, o dono precisa ter força e poder de comando. Desde filhote, essa raça de cães precisa ter limites, pois tem uma forte tendência a ser dominador e pode machucar alguém.

COMO adestrar um rottweiler. Disponível em: <http://www.comoadestrar.com.br/como-adestrar-um-rottweiler/>. Acesso em: 16 set. 2015.

Rottweiler: características da raça

– Grande, muito forte e poderoso.

– Altamente inteligente (9.º lugar no ranking de inteligência canina).

– Sério e confiável.

– Muito protetor e territorial com sua casa e sua família.

– Naturalmente alerta para estranhos e não será amigável com alguém para quem ele não tenha sido apresentado adequadamente.

– Pode ser muito agressivo se alguém invadir seu território.

– Pode ser agressivo com outros cães machos.

– Ele é brincalhão e divertido.

– É ótimo com crianças.

– É o melhor cão de guarda de todas as raças.

– Não tem medo de nada.

ROTTWEILER. Disponível em: <http://tudosobrecachorros.com.br/2012/05/rottweiler.html>. Acesso em: 16 set. 2015.

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Caderno de produção de textos

a) Como essa frase poderia ser reescrita, de forma a mostrar o domínio dos cães e não a parceria entre eles e o dono?

Sugestão: Agora, faz uma semana que aqui estou preso pelos cães.

b) Que palavra da frase poderia ser substituída por “em casa”?

A palavra “aqui”.

c) Caso o narrador já estivesse preso há duas semanas, como ficaria a frase reescrita?

Agora, faz duas semanas que aqui estou preso com os cães.

Aproveite essa situação para comentar uma questão gramatical: o verbo “haver”, no sentido

de tempo decorrido/passado, é impessoal; permanece na 3.ª pessoa, por não ter sujeito.

8. O remetente da carta parece estar bastante preocupado:

Mas sinto-me apreensivo. Por enquanto, a comida é suficiente para todos nós. Mas amanhã ou depois começará a faltar e aí não teremos escolha: será eu ou eles, e meu palpite é de que meu destino está traçado.

• Para que servem os dois-pontos empregados no trecho? a) ( ) para introduzir a fala de um personagem.b) ( X ) para esclarecer, introduzir a explicação do que foi dito anteriormen-

te.c) ( ) para anunciar uma enumeração.

Prática de reflexão sobre a línguaConsiderando suas experiências de leitor e produtor de textos dos mais diversos gêneros, você já deve ter observado que os textos trazem informações explícitas e implícitas. Localizar as infor-mações explícitas é fácil: elas estão claramente colocadas no texto. Mas as informações implícitas exigem que você, o leitor, leia nas entrelinhas para inferir o que não está textualmente registra-do, o que está subentendido ou pressuposto. Para conseguir fazer essa leitura com sucesso, você precisa extrapolar o texto e recorrer aos seus conhecimentos de mundo e de outros textos.

Sugerimos que, com a colaboração dos alunos, seja feito um estudo das ocorrências mais comuns dos dois-pontos, esse sinal de pontuação que assinala uma leve suspensão da voz em um enunciado que não foi concluído ainda. Por exemplo:1. introduzir a fala de um

personagem; 2. anunciar uma citação;3. anunciar uma enumeração;4. anteceder orações apositivas;5. apresentar esclarecimen-

tos, resumos, resultados;6. introduzir notas e obser-

vações;7. fazer a invocação em

correspondências.

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6.o ano – Proposta 13

9. Avalie seus conhecimentos sobre informações explícitas e implícitas, deter-minando o que se encontra implícito ou subentendido nessas passagens do texto Sob a guarda dos cães.a) Espero que esta mensagem chegue às mãos de alguém, de alguma pessoa de boa

vontade [...].

Que opinião sobre pessoas está implícita na frase?

Sugestão: Está implícito que existem pessoas de má vontade; e esse tipo de pessoa não se

importaria com o pedido do remetente.

b) [...] alguma pessoa de boa vontade que possa me libertar do estranho e incômodo cativeiro a que estou submetido, ironicamente, por vontade própria.

Que conceito de “cativeiro” está implícito nesse trecho da crônica?

Sugestão: Está implícito que existem cativeiros para os quais as pessoas não foram por vontade

própria: foram forçadas, sequestradas.

c) Mas mesmo assim fui assaltado.

Que ideia sobre “assaltos e assaltantes” está implícita na frase?

Sugestão: Está implícito que não há como escapar de assaltos e assaltantes, por mais que a

pessoa tente se proteger.

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Caderno de produção de textos

d) Muito dedicados, estão sempre me vigiando.

Que relação entre dedicação e vigilância está implícita nessa frase?

Sugestão: Está implícito que os cães confundiram dedicação com dominação.

e) São grandes cães de guarda. Muito ferozes e muito inteligentes.

Que avaliação o remetente da carta faz de si mesmo? O que está implícito nesse trecho?

Sugestão: Está implícito que o narrador considera os cães mais inteligentes que ele próprio e

que, de certa forma, estão fazendo o trabalho deles, sendo o que são.

10. O narrador conclui assim a sua carta:

Serei generoso na recompensa. A pessoa que me tirar daqui poderá ficar com meus três rottweilers. São grandes cães de guarda. Muito ferozes e muito inteligentes.

a) Esse trecho do texto soa engraçado. A situação de humor é criada porque ( ) os cães são ferozes e inteligentes. ( X ) o remetente da carta não se dá conta do absurdo da oferta que faz. ( ) o remetente oferece recompensa a quem o salvar.

b) Em sua opinião, haverá alguém disposto a salvar o narrador pela recom-pensa? Por quê?

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11. O escritor Moacyr Scliar inspirou-se nesta notícia para escrever a crônica Sob a guarda dos cães.

Procura por rottweiler aumenta 70%da Reportagem Local 

O veterinário Marcelo Bauer deposita em quatro cães rottweiler a expectativa de segurança de sua casa, localizada em um condomínio na Serra da Cantareira (zona norte de São Paulo).

Bauer, que é presidente do Clube do Rottweiler e faz criação do animal, disse que essa raça se tornou o “expoente da in-dústria da segurança”.

Segundo ele, a explosão de venda do rottweiler como cão de guarda aconteceu nos últimos cinco anos, período em que a procura pelo animal aumentou 70%.

O animal acabou substituindo “concor-rentes”, como o dobermann e o pastor ale-mão, por ser “menor, mais forte e compacto”.

No início, o rottweiler não era muito difundido porque o animal tinha de ser importado a um preço de US$ 3 mil. “Hoje está em torno de R$ 400 e R$ 1 mil.” Outro fator que aponta para o au-mento da procura por cães de guarda é o crescimento da venda de rações, registra-do nos últimos três anos.

Apesar da fama de perigoso e do envolvimento em alguns acidentes com pessoas, inclusive ocasionando a morte da vítima, Bauer sustenta que o rottweiler é um animal «dócil e carinhoso com as pessoas que convivem com ele». “É um animal que não se deixa vender por cari-nho. Ele ataca dentro do seu território ou se a pessoa esboçar reação”, disse.

Animal caroApesar do crescimento da procu-

ra pelo rottweiler, Bauer disse que, a partir desse ano, começaram a ocorrer com mais frequência devoluções de ca-chorros a canis, por impossibilidade de o dono continuar mantendo o animal. “A pessoa se deixa levar pela indús-tria do medo e acaba tendo dificul-dade de manter o animal. Aí nos ligam querendo devolver o cão”, con-tou Bauer. Segundo ele, manter um rottweiler custa cerca de R$ 120 por mês. O veterinário disse que os proprietários de cães de guarda devem se preocupar com a segurança de vizinhos e pedestres. “Na minha casa, por exemplo, tenho dois muros, que impedem que os cachorros pulem para a rua.”

AtaqueNo início do mês, a empregada do-

méstica Edésia Fernandes dos San-tos, 58, foi morta por quatro cães de guarda três da raça rottweiler e um pitbull quando saía da casa onde traba-lhava, em Cotia (Grande São Paulo). Edésia sofreu mordidas em todo o corpo. O ferimento mais grave ocorreu na perna direita, que foi dilacerada pelas mordidas.

Mesmo ferida, a doméstica conse-guiu correr, mas os cães voltaram a al-cançá-la. Ela já estava morta quando a PM chegou.

PROCURA por rottweiler aumenta 70%. Folha de S.Paulo, São Paulo, 23 nov. 1998. Cotidiano.

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Caderno de produção de textos

• A partir das pistas fornecidas na crônica e em dados da notícia, imagine o remetente da carta. Observe que existem muitas informações explíci-tas e implícitas sobre esse personagem: aparência física, traços da per-sonalidade, idade, altura, situação socioeconômica, escolaridade, etc. A seguir, elabore uma ilustração do personagem para compartilhar com os colegas.

Contando ninguém acredita...

MUNDO CÃO 1Quem não tem boi caça com... cão! Na China, uma proposta para botar na cadeia quem come bife de cachorro está causando polêmica. Entre as punições para os degustadores de totós estão 15 dias de xadrez e multa de 500 yuans (cerca de 136 reais) – os restaurantes podem pagar até 500 mil yuans (136 277 reais) pelo descumprimento da lei. E os chineses não estão matando só cachorro a grito: o churrasquinho de gato também é um hit por lá. O duro vai ser fazer a lei pegar: na província de Jiangsu, por exemplo, uma receita com carne de cachorro é considerada patrimônio cultural.

MUNDO CÃO 2Este aí estava mais perdido do que cachorro em dia de mudança! Um cãozinho estava em cima de um pedaço de gelo que deslizou por mais de 160 quilômetros por um rio e acabou no mar, quando foi resgatado por um barco polonês. O cachorro foi visto no rio Vistula, o mais extenso da Polônia, mas os bombeiros não conseguiram resgatá-lo e o animal foi parar 24 quilômetros mar adentro. O pobrezinho se equilibrava em cima do gelo tentando não cair na água. Um dos tripulantes do navio conseguiu “pescar” o cachorro e o enrolou em um cobertor – o frio por lá chega a -34ºC. O totó entrou numa fria, mas conseguiu sair!

MUNDO CÃO 3Em dezembro de 2008, Jiffy, um simpático border collie, ficou do lado de fora da casa dos donos, em Wisconsin, nos EUA, e não conseguiu entrar em casa. Resultado: congelou do lado de fora da calçada, em uma temperatura próxima de 0ºC. A boa notícia é que Jiffy era obeso. Graças às generosas camadas de gordura que ele tinha nos seus 54 quilos, ele sobreviveu ao frio! O dono de Jiffy à época foi preso por negligência e, hoje, Jiffy já perdeu 18 quilos e está vagarosamente voltando à normalidade. O atual dono do bicho disse que ele finalmente está se movendo “como um cachorro normal”.

CONTANDO ninguém acredita. Mundo Estranho, São Paulo, n. 97, p. 74, mar. 2010.

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Gênero: crônica

Divulgação: folhetim Contando ninguém acredita

Para quem: colegas da turma

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6.o ano – Proposta 13

A expressão “mundo cão” refere-se a situações inacreditáveis, absurdas, como a notícia citada, por exemplo. Ela é usada não apenas em relação a cães, mas a qualquer evento bizarro, esquisito. A parte boa dessas notícias é que elas são um material riquíssimo para crônicas. Escolha um dos fatos noticiados como mundo cão e o transforme em uma crônica.

Fique por dentro

Conheça quais são os objetivos dessa proposta de produção de texto.

a) Fazer a transposição de um texto do gênero notícia para o gênero crônica.

b) Por se tratar de narrativa, observar os seguintes elementos estruturais: narrador (observador ou personagem), personagens, cenário, tempo, enredo.

c) Procurar estabelecer um diálogo com o leitor.

d) Pesquisar usando o repertório disponível: crônica Sob a guarda dos cães e notícias Mundo cão 1, 2 e 3.

e) Adequar a linguagem com o objetivo de divertir o leitor ou fazê-lo refletir de modo crítico sobre comportamentos humanos.

f ) Desenvolver um material de leitura interessante para compor o folhetim Contando ninguém acredita. Para compor o novo folhetim, as crônicas precisam estar editadas, ou seja, reestruturadas e reescritas, digitadas e reproduzidas.

Na página 35 do seu livro do 6.º ano, 4.º volume, há orientações para a avaliação e reescrita de seu texto.

Lembre-se também de:

a) planejar a produção, incluindo a ilustração;

b) escrever, obedecendo à ordem cronológica das ações;

c) fazer movimentos de ir e vir, observando se o texto está evoluindo conforme o planejado e reescrevendo o que for necessário;

d) realizar uma leitura final para avaliar o resultado.

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Pobres de nós, animais racionais! Será que algum dia aprenderemos a “não pensar”

como os animais?

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O coelho e o cachorro

De vez em quando surgem histórias que todos que contam juram ser verdade e até dizem que têm um primo que conheceu a vizinha da sobrinha da pessoa com a qual aconteceu. [...]

Agora pintou uma nova. Simplesmente genial. Quem me contou garante que aconteceu na Granja Viana, bairro de classe média alta em São Paulo, na semana passada.

Eram dois vizinhos. O primeiro vizinho comprou um coelhinho para os filhos. Os filhos do outro vizinho pediram um bicho para o pai. O doido então comprou um pastor alemão. Papo de vizinho:

– Mas ele vai comer o meu coelho!– De jeito nenhum. Imagina. O meu pastor é filhote. Vão crescer juntos,

pegar amizade. Entendo de bicho. Problema nenhum.E parece que o dono do cachorro tinha razão. Juntos cresceram e amigos

ficaram. Era normal ver o coelho no quintal do cachorro e vice-versa. As crian-ças, felizes.

Eis que o dono do coelho foi passar um final de semana na praia com a família e o coelho ficou sozinho. Isto na sexta-feira. No domingo, de tardinha, o dono do cachorro e a família tomavam um lanche, quando entra o pastor alemão na cozinha. Pasmo.

Trazia o coelho entre os dentes, todo imundo, arrebentado, sujo de terra e, é claro, morto. Quase mataram o cachorro.

– O vizinho estava certo... E agora, meu Deus?– E agora?A primeira providência foi bater no cachorro, escorraçar o animal, para ver

se ele aprendia um mínimo de civilidade e boa vizinhança. Claro, só podia dar nisso. Mais algumas horas e os vizinhos iam chegar. E agora? Todos se olhavam. O cachorro rosnando lá fora, lambendo as pancadas.

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– Já pensaram como vão ficar as crianças?– Cala a boca [...]! Não se sabe exatamente de quem foi a ideia, mas era infalível. Vamos dar um

banho no coelho, deixar ele bem limpinho, depois a gente seca com o secador da sua mãe e coloca ele na casinha dele no quintal.

Como o coelho não estava muito estraçalhado, assim fizeram. Até perfume colocaram no falecido. Ficou lindo, parecia vivo, diziam as crianças. E lá foi colocado, com as perninhas cruzadas, como convém a um coelho cardíaco.

Umas três horas depois eles ouvem a vizinhança chegar. Notam o alarido e os gritos das crianças. Descobriram! Não demora cinco minutos e o dono do coelho veio bater à porta. Branco, lívido, assustado. Parecia que tinha visto um fantasma.

– O que foi? Que cara é essa?– O coelho... O coelho...– O que tem o coelho?– Morreu!Todos:– Morreu? Inda hoje de tarde parecia tão bem...– Morreu na sexta-feira!– Na sexta?– Foi. Antes de a gente viajar as crianças enterraram ele no fundo do quintal!

A história termina aqui, neste domingo de Páscoa, de noite. O que aconte-ceu depois não interessa... Nem ninguém sabe.

Mas o personagem que mais me cativa, o protagonista, é o cachorro. Imagine o pobre do cachorro que, desde sexta-feira, procurava em vão pelo

amigo de infância, o coelho. Depois de muito farejar descobre o corpo. Morto. Enterrado. O que faz ele? Provavelmente com o coração partido, desenterra o pobrezinho e vai mostrar para os seus donos. Provavelmente estivesse até cho-rando, quando começou a levar porrada de tudo quanto é lado.

O cachorro é o herói. O bandido é o dono do cachorro. O ser humano. Sim, nós mesmos, que não pensamos duas vezes. Para nós o cachorro é o irracional, o assas-sino confesso. E o homem continua achando que um banho, um secador de cabelos e um perfume disfarçam a hipocrisia, o animal desconfiado que tem dentro de nós.

Julgamos os outros pela aparência, mesmo que tenhamos que deixar esta aparência como melhor nos convier. Maquiada.

Coitado do cachorro. Coitado do dono do cachorro. Coitados de nós, ani-mais racionais.

PRATA, Mario. O coelho e o cachorro. IstoÉ, São Paulo, n. 1490, p. 85, 22 abr. 1998.

A crônica O coelho e o cachorro tem dois momentos distintos: no primeiro, o narrador-obser-vador (ele não participa da história) conta os fatos ao leitor “como lhe contaram”. No segundo momento, os fatos narrados passam a ser analisados criticamente por Pratinha, apelido ca-rinhoso de Mario Prata, dirigindo-se diretamente ao interlocutor: sua crônica de costumes é marcada pela sensibilidade e liberdade de criação.

Amplie seus conhecimentosFONSECA, Maria Nazareth Soares; PAULINO, Graça; WALTY, Ivete. Lendo crônicas. In: ______. Belo Horizonte: Formato, 2001.

Biografia

Mario Prata (1946) nasceu em Minas Gerais e passou parte de sua juventude no interior de São Paulo, em Lins. Aos 14 anos já escrevia uma coluna social para o jornal Gazeta de Lins. É formado em Economia e chegou a atuar como economista por alguns anos, mas nunca se desligou da literatura. Em 1970, com o sucesso de sua peça teatral Cordão umbilical, passou a se dedicar exclusivamente à escrita. É escritor, dramaturgo, jornalista, autor de novela, roteirista de cinema e teatro.

Crônica de costumes

Uma “crônica de costumes” é uma crônica que relata o comportamento e a forma de agir das pessoas no cotidiano, no dia a dia.

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Caderno de produção de textos

UM GORILA E UM PÁSSARO AMIGOS?

ESSA AMIZADE É ASSUNTO PARA UMA CRÔNICA,

NO ESTILO MARIO PRATA.

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Gorila que vive em um zoológico recebe regularmente a visita de um pássaro

Primeiramente, você prepara o leitor, como se estivesse dialogando com ele em uma conversa informal, e conta que vai narrar um fato “como lhe con-taram”. No caso, é um fato sobre os dois amigos aí da foto: a chita Kasi, e a labradora Mtani.

Você vai escrevendo, relendo e melhorando o texto.

Depois, você começa a narrativa, em 1.ª ou 3.ª pessoa, colocando em uso seus conhecimentos da língua, livremente, e cria um cenário, um contexto no qual os dois animais convivem na mais perfeita harmonia.

Você vai escrevendo, relendo e melhorando o texto.

A seguir, colocando uma pitada de humor ou ironia, você dá sequência ao enredo do texto. Lembre-se de que a crônica é um texto curto.

Você vai escrevendo, relendo e melhorando o texto.

Por fim, escreve um final inesperado.

Você escreveu, releu e melhorou o texto.

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Gênero: crônica

Para quem: colegas de turma

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6.o ano – Proposta 14

Está pronta a sua crônica. Agora vem a “parte 2”, que é quando você faz uma crítica do comportamento ou ações de alguém envolvido na história. Assim como fez Mario Prata.

Você escreve, relê e melhora o texto.

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Caderno de produção de textos

QUAL É A LIGAÇÃO ENTRE O PÉ E UMA GRAVE CRISE ECONÔMICA?

O CRONISTA LUIS FERNANDO VERISSIMO ESCREVE ESCLARECENDO...

O pé redescobertoA crise tem seu lado bom. O brasileiro vai redescobrir, por exemplo, o prazer

de andar a pé. Vai redescobrir o próprio pé, essa região remota e muitas vezes incompreendida do seu ser. O pé é a nossa base, o nosso sustento, o que nos traz de pé. E não existe apenas um pé, ou dois. A sua variedade é infinita. Aqui está uma pequena amostra. E pensar que devemos o nosso prestígio do pé ao pé-tróleo.

VERISSIMO, Luis Fernando. O pé redescoberto. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro: Revista de Domingo.

O pé redescoberto é uma crônica que tem como objetivo produzir humor. O autor, Luis Fernando Verissimo, escreveu esse texto para comentar uma con-sequência inesperada para uma crise que o país atravessava em determinada época e, de forma irônica, propor uma saída criativa.

1. Que crise era essa?

O cronista deixa explícito, já na primeira frase da crônica, que o país enfrentava uma crise. No

final do texto verbal, ele informa que se trata de uma crise relacionada ao petróleo.

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6.o ano – Proposta 14

2. O narrador informa que a crise “tem seu lado bom”. Nesse caso, qual é esse lado bom?

A redescoberta do pé, ou seja, redescobrir o prazer de andar a pé por falta/racionamento de

combustível.

3. Além de descrever as funções do pé, o narrador afirma que a variedade de pés é infinita, brincando com a palavra pé. Que brincadeira é essa?

4. Entre na brincadeira do pé redescoberto, feita por Luis Fernando Verissimo, ampliando a amostra apresentada no texto.

GALERIA DO PÉ REDESCOBERTO

PÉ IXE PÉ DAL

PÉ DRA

Verissimo seleciona palavras iniciadas com “pe”, transformando essa sílaba na palavra “pé”, e, usando o restante da palavra, apresenta desenhos de pés, explorando o sentido literal dessas palavras. Essa brincadeira “etmológica” explora “uma entidade aparentemente indiscutível: a palavra” (POSSENTI, 2002). Ou seja, considerando certos contextos, pode não ser tão óbvio que se saiba com certeza de quantas palavras uma palavra se compõe. Por exemplo: PELADO = PÉ + LADO. Pode não ser também tão óbvio depreender o sentido das palavras.

A divisão de palavras em pedaços para obter outro(s) sentido(s) é uma estraté-gia linguística para fazer humor. Incentive os alunos a criarem ilustrações, sempre usando o pé como a base do desenho, transforman-do-o. O desenho é uma interpretação literal da palavra que, escrita, não tem sentido, pois está separada em duas partes: a primeira, é PÉ. A segunda, em geral, é um amontoado de letras.

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UnidadeUnidade 8

Textos instrucionais: “mandam” no leitorTire a prova

Qual o sentido dessa expressão?

Para desenvolver a compreensão leitora de enunciados, sugerimos a utilização da metodologia do protocolo verbal, em que “o leitor verbaliza seus pensamentos e im-pressões à medida que vai lendo o texto” (KLEIMAN, 1999, p. 39). Exerci- te isso com os alunos, orientando a atividade, que consiste em levá-los a dizer, com palavras próprias, o que o enunciado está pedindo. Observe que, para compreender plenamente esse enunciado, os alunos dependem de alguns co-nhecimentos prévios, como: saber o que é “tirar a prova”, extrapolar o sentido de “quebra-cabeça” e ter compreendido o paratexto da atividade, que menciona “os dois continentes”.No enunciado da atividade, “tire a prova” significa “teste, comprove o que foi dito anteriormente”. A expressão “tirar a prova... dos 9” é antiga e tem origem em um tem-po em que não havia calculadoras. Era uma forma de verificar se uma operação matemática estava correta, tirando os noves dos nú-meros de entrada e saída da conta. Mais recente, e usada ainda, é a chamada prova real, que consiste em fazer a operação inversa da operação feita.

Mais importante que “tirar a prova”, ou seja, realizar o passo a passo proposto pelo guia de montagem das miniaturas, é ob-servar se os alunos compreen-dem o enunciado que antecipa a atividade e, na sequência, a série de orientações. Prepare essa aula, munindo-se de globo terrestre, mapa do mundo, planisfério, atlas geográfico; e também papel vegetal, lápis e tesoura.

Tire a provaHÁ CENTENAS DE MILHÕES DE ANOS, O MUNDO

ERA DIFERENTE. MAS, ACONTECEU “A DANÇA” DOS CONTINENTES.

1. “Tire a prova” seguindo as instruções para a montagem de um quebra-cabe-ça que vai reunir a América do Sul e África.

Texto 1

CARNEIRO, Celso Dal Ré, Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas.UHLEIN, Alexandre; VENEZA, Maurício (ilustração). Continentes à deriva. Ciência Hoje das Crianças, Rio de Janeiro, n. 116, p. 6, ago. 2001.

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2. O título “Continentes à deriva” pode ser melhor entendido quando lemos a quarta etapa do texto. Aproprie-se do que foi dito lá para explicar o sentido de “continentes à deriva”.

Significa que os dois continentes, América do Sul e África, continuam se afastando,

movimentando-se alguns centímetros ao longo de muitos anos, à deriva (deriva continental),

em razão do movimento das placas tectônicas.

3. A finalidade do texto 1, Continentes à deriva, éa) ( ) conscientizar para a importância do deslocamento dos continentes.b) ( ) informar que os blocos continentais chegaram às posições atuais

se movimentando.c) ( ) orientar a confecção de um material para testar o perfeito encaixe

entre a América do Sul e a África, provando que eles já estiveram unidos no passado.

4. Uma pessoa que não soubesse ler conseguiria realizar o desafio proposto no texto Continentes à deriva? Justifique sua resposta.

Pessoal. Sugestão: Talvez conseguisse, seguindo a sequência de ilustrações.

É importante comentar com os alunos que muitos textos instrucionais usam apenas sequências

de imagens, já que estas são autoexplicativas.

5. O texto Continentes à deriva é instrucional e se estrutura de acordo com o seguinte esquema: título, descrição dos materiais usados e condições ne-cessárias para a realização do experimento, descrição das etapas e informa-ções adicionais. a) Quais os materiais necessários para confeccionar as miniaturas?

Lápis, tesoura, papel vegetal, um mapa do mundo.

b) Para que as miniaturas servirão?

Para possibilitar o teste de encaixe, como um quebra-cabeça, provando que a América do Sul e a

África já estiveram unidas.

Dica: instrucional e estrutura

Sobre textos instrucionais, consulte o seu livro do 6.º ano, 4.º volume, página 43.

Sobre a estrutura dos textos instrucionais, verifique o seu livro do 6.º ano, 4 .º volume, páginas 43 e 44.

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Caderno de produção de textos

c) Quais etapas orientam a execução do experimento?

São quatro as etapas que orientam a confecção das miniaturas e execução do experimento:

1, 2, 3 e 4.

d) Na resposta anterior, uma etapa ficou de fora. Para que ela serve?

e) A apresentação do texto Continentes à deriva não é muito comum. Como costumam se estruturar os guias de execução?

AGORA, MEIO À DERIVA COMO UM CONTINENTE, PASSEIE PELOS OUTROS TEXTOS DESTA PROPOSTA,

BRINCANDO DE “O MESTRE MANDOU”... NO CASO, SABE QUEM É O “MESTRE”?

ELE MESMO: O “SR.” ENUNCIADO.

Texto 2

Exercício: Na sequência abaixo, corte seis letras, de forma que as que ficarem formem uma palavra, sem alterar a ordem.

B S A E N I S L A E N T R A A S

Brinque um pouco com elas antes de continuar.

OECH, Roger Von. Um “toc” na cuca: técnicas para quem quer ter um pouco mais de criatividade na vida. São Paulo: Cultura, 1988. p. 88.

6. Que palavra você encontrou, fazendo exatamente o que está dito no enun-ciado?

A palavra BANANA.

Essa questão verifica os conhecimentos dos alunos sobre a estrutura padrão dos textos ins-trucionais. Como o texto Continentes à deriva apresenta-se de modo pouco comum, é preciso que os alunos quebrem um pouco suas expectativas sobre onde cada parte do texto deveria estar. Assim, os materiais necessários à execução das miniaturas são arrolados logo na primei-ra e na segunda frase do texto. A seguir, aparece o objetivo da atividade. Uma frase exortativa, conclui o enunciado. Os guias de execução comuns apresentam duas partes: materiais e enumeração de procedimentos. Em geral, não apresentam pequenas provocações (pergun-tas) nem fazem comentários ou dão informações adicionais como esse.

Textos exortativos são diferentes dos injuntivos. Os textos exortativos têm a função de modificar o comportamento do leitor, convencendo-o a fazer ou deixar de fazer alguma coisa.Os textos injuntivos visam à realização de alguma coisa pelo leitor para obter um resultado determinado.

O item 5 não faz parte do conjunto que orienta a confecção das miniaturas e execução do experimento: ele traz informações adicionais sobre o motivo do afastamento entre a América do Sul e a África – choque de placas tectônicas – e as consequências desses choques: terremotos e surgimento de cadeias de montanhas.

Apresentamos essa brincadeira aqui para a turma relembrar como se brinca. E brincar...

MESTRE MANDOU

Jeito de brincar:

O grupo define quem será o mestre, que vai comandar a brincadeira.

Ele diz: “Seu mestre mandou!”

Todos perguntam: “Fazer o quê?”

Aí ele inventa tarefas para o grupo: pular numa perna só, buscar um lápis vermelho, achar uma flor, etc.

MAPA do brincar. Disponível em: <http://mapadobrincar.folha.com.br/brincadeiras/diversas/724-mestre-mandou>. Acesso em: 16 set. 2015.

“O mestre mandou”

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6.o ano – Proposta 15

7. Explique como você pensou para fazer o que o enunciado pede.

8. Por que é preciso seguir literalmente esse enunciado para acertar com faci-lidade a resposta?

9. Proponha outro desafio com palavras e letras, inspirando-se no exercício de Oech. Dê um título adequado ao seu texto e recrie o enunciado, de acordo com sua criação. Peça a um colega para resolver o desafio criado por você, testando se ficou interessante. Depois de “testados”, os desafios inventados pela turma podem ser propostos a alunos dos anos iniciais da escola.

Comente com os alunos a necessidade de ler enunciados, imaginando que eles podem conter “pegadinhas”. É preciso ler também a referência do texto porque, muitas vezes, é ela que vai dar informações adicionais. Quando se lê de modo literal o enunciado, fica fácil acertar. Basta cortar as letras que compõem a expressão “seis letras”, ou seja: S, E, I, S, L, E, T, R, A, S. As letras que sobram formam a palavra BANANA.

Gabarito comentado

O enunciado é ambíguo, isto é, permite ser lido de duas maneiras diferentes. Que outro significado poderia ter a ordem de “cortar seis letras”? Talvez, em lugar de ficar tentando cortar seis letras aleatoriamente, você possa cortar, literalmente, as letras da expressão “seis letras”.

A produção de textos-decal-que, nessa proposta, permite aos alunos concentrar a atenção em vários aspectos da escrita, tais como: a estru-tura sintática do texto (frases curtas, na ordem direta, por exemplo), o uso do léxico específico (verbos de ação, principalmente), emprego de imperativo ou formas impessoais, uso de adjuntos adverbiais de tempo para or-denar a sequência de ações e outros. O trabalho de criação de um desafio como esse não é nada simples, porque depende de bons conhecimentos do léxico e competência para elaborar enunciados que contenham ambiguidade.

Resolva este enigma, se você for sa-bichão:

O que é que existe bem no meio do coração?

Resposta: A letra “a”

Você tem um segundo para adivinhar:

O que o gafanhoto traz na frente e a pulga traz atrás?

Resposta: A sílaba “ga”.

Amplie seus conhecimentos

CANÇADO, Márcia. Manual de semântica: noções bá-sicas e exercícios. 2. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2008.

SOUTO MAIOR, Mário (Org.). O grande livro das adivi-nhações. Belo Horizonte: Leitura, 2002.

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Caderno de produção de textos

Prática de reflexão sobre a língua10. O texto 2, Exercício, como vimos tem um enunciado que apresenta duplici-

dade de sentido, ambiguidade. Analise outro exemplo:

Resolva este enigma, se você for sabichão: O que é que existe bem no meio do coração?

Observe que, se você conhecer a anatomia do coração e entender que deve citar alguma estrutura desse órgão que esteja “no meio” dele, você erra a res-posta. Por quê? Porque o enunciado desse texto apresenta ambiguidade. Ele foi elaborado com a intenção de provocar dúvida, pois tem mais de um sentido.

A ambiguidade consiste na possibilidade de uma palavra ou grupo de palavras possuírem mais de um significado e, dessa forma, serem compreendidos de mais de uma maneira. Muitos jogos de palavras usam a ambiguidade para fazer graça e divertir o leitor. Ela está presente em adivinhas, enigmas, piadas, frases feitas, ditos populares, trocadilhos. Essas brincadeiras populares são bons exercícios para a mente porque estimulam o raciocínio. A publicidade também costuma apelar para a ambiguidade para chamar a atenção do leitor/consumidor.

11. Teste seus conhecimentos sobre ambiguidade com estas adivinhas: regis-tre as respostas possíveis para cada uma delas.a) Você tem um segundo para adivinhar o que é que fica parado no meio

do gol?

O goleiro e a letra “o”.

b) O que é, o que é: eu tenho, você tem, mas todo mundo não tem?

Espera-se que os alunos levantem hipóteses, por exemplo: o nome e a letra “e”.

c) O que você tem no meio da mão?

Espera-se que os alunos levantem hipóteses, por exemplo: a palma e a letra “ã”.

Resposta: a letra “a”.

Fique por dentro

As atividades dessa seção têm o objetivo de levar você a aprofundar seus conhecimentos sobre ambiguidade, um recurso que é considerado um vício de linguagem, capaz de provocar mal-entendidos. Por esse motivo, textos técnicos, comerciais, didáticos, instrucionais, prescritivos, jornalísticos e informativos em geral devem evitar ambiguidades.

Resposta: 11a. A letra “o”. Resposta: 11b. A letra “e”. Resposta: 11c. A letra “ã”.

Amplie seus conhecimentos

CANÇADO, Márcia. Manual de semântica: noções básicas e exercícios. 2. ed. Belo Horizon-te: UFMG, 2008.

SOUTO MAIOR, Mário (Org.). O grande livro das adivinha-ções. Belo Horizonte: Leitura, 2002.

GASPAR, Lúcio. Adivinhas: coletânea. Pesquisa escolar on line. Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=911:advinhas-coletanea&catid=35: letra-a&Itemid=1>. Acesso em: 13 set. 2015.

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6.o ano – Proposta 15

12. Reescreva as frases a seguir, eliminando a ambiguidade:a) Vi João recortando o papel com sua tesoura.

Vi João recortando o papel com a tesoura dele.

b) O menino concentrado fez o contorno da América do Sul.

O menino estava concentrado e fez o contorno da América do Sul./ O menino que era

concentrado fez o contorno da América do Sul.

c) O terremoto matou o cachorro do meu vizinho.

O terremoto matou o cachorro que era do meu vizinho.

d) O professor encontrou os alunos brincando de “Mestre mandou.”

e) Os alunos animados elogiaram o desafio de descobrir palavras.

Animados, os alunos elogiaram o desafio de descobrir palavras.

Texto 3

João

De quem era a tesoura: de João ou sua?

Menino

O menino era concentrado ou estava concentrado?

Cachorro e vizinho

Quem foi morto: o vizinho ou o cachorro?

Professor e alunos

Quem estava brincando: o professor ou os alunos?

Animados

Os alunos eram sempre animados ou estavam naquele momento?

Sugerimos que, novamente, você utilize a metodologia do protocolo verbal, incentivando os alunos a usarem palavras próprias para explicar o que o enunciado pede. Leve-os a observar que a primeira frase é uma informação. A segunda faz um comentário a partir da informação e revela o tipo de desafio a ser encarado pela “baleia”: uma cilada numérica. O enunciado mantém o tom de brincadei-ra, explicando, passo a passo, as regras do jogo.

O professor encontrou os alunos que estavam brincando de “Mestre mandou”. O pronome relativo “que” retoma o termo anterior “alunos”, definindo assim que quem brincava eram os alunos e não o professor.

VENEZA, Maurício. Um caminho cheio de ciladas. Ciência Hoje das Crianças, Rio de Janeiro, n. 133, p. 25, mar. 2003.

Texto 3

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Caderno de produção de textos

13. O título do texto 3 é Dúvida de gigante.a) Quem é esse gigante mencionado no título?

A baleia cachalote. Para se referir à baleia cachalote, o texto usa também as palavras “ela” e “a baleia”.

b) A que “dúvida” o título se refere?

No desafio proposto, a dúvida da baleia (do jogador) é sobre o trajeto a fazer, indo do

número 1 ao 8, conforme as regras do jogo.

14. O texto Dúvida de gigante é um jogo do tipo instrucional.a) Qual é o objetivo desse jogo?

A baleia (o jogador) precisa mergulhar e cruzar o mar (o quadrado com a cilada numérica),

saindo do número 1 e chegando ao número 8, sem “nadar” na diagonal e sem cruzar duas

vezes o mesmo quadradinho.

b) Quais são as regras desse jogo?

As regras desse jogo são três: 1. Saindo do PONTO DE PARTIDA, a baleia deve se mover

por um quadradinho até chegar ao número um e, assim por diante, como indicado, até

chegar ao número oito, em destaque. 2. A baleia não pode cruzar duas vezes o mesmo

quadradinho. 3. A baleia não pode nadar na diagonal.

15. Talvez você já tenha jogado Cubo, um jogo de estratégia que propõe um desafio em três dimensões. Se não jogou, o desenho e a explicação ao lado vão ajudá-lo a entender do que se trata.

Faça a descrição do jogo Cubo, de acordo com este esquema:

• título;

• número de jogadores;

• material;

• regras.

PRO

DU

ÇÃ

O D

E TE

XTO

15Número de aulas previstas: 2

Gênero: regras do jogo

Divulgação: almanaque de jogos de estratégias

Para quem: colegas de turma e demais alunos da escola

Recomendamos que os alunos pratiquem o jogo do Cubo antes da produ-ção escrita do texto, para que possam compreender as regras desse jogo.

Cubo

Entenda o Cubo:

Dois jogadores participaram desse jogo. Um deles desenhou o cubo e dividiu cada uma das três faces em nove quadrados.

Cada jogador, na sua vez, marcou um dos quadrados com “X” ou com “O”, de acordo com o que tinham combinado.

O jogador com o desenho “O” ganhou o jogo, porque ele conseguiu alinhar quatro “O” seguidos (contíguos), impedindo que o adversário o fizesse.

O ganhador da partida conseguiu colocar quatro “O”, um ao lado do outro, mas ele também poderia ganhar, se alinhasse quatro marcas seguidas, ainda que em diferentes faces do cubo.

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6.o ano – Proposta 15

Ao descrever as regras, escreva as orientações gerais, explique como se ini-cia o jogo, como se prossegue jogando e como é o final da partida (quem ganha).

• Para que escrever esse texto? Para exercitar a escrita de jogos de estraté-gia, preparando-se para a elaboração de um almanaque de jogos de estratégia criados pela turma para oferecer à biblioteca da escola.

Oriente a produção, retomando as informações sobre o uso de sequências imperativas afirmativas, emprego de infinitivo ou voz passiva, conforme orientado no livro do 6.º ano, 4.º volume, página 44.

Dica: elaboração

Lembre-se

a) é preciso planejar a produção, incluindo a ilustração do jogo;

b) escrever, seguindo a estrutura: título, número de jogadores, material, regras do jogo.

c) fazer movimentos de ir e vir, observando se o texto está evoluindo conforme o planejado e reescrevendo o que for necessário;

d) realizar uma leitura final para avaliar o resultado.

O ideal seria que sempre ti-véssemos bons motivos para propor atividades de escrita aos alunos. Muitas vezes, porém, propomos que eles escrevam para aprender a escrever. E esse é também um bom motivo. No caso específico dessa proposta, estimule os alunos a pro-porem “destinos” para suas produções, situações em que os jogos criados teriam, de fato, uma utilização.

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Caderno de produção de textos

Declaração Universal dos Direitos dos AnimaisPESSOAS QUE MALTRATAM E DESRESPEITAM OS

ANIMAIS SÃO CRUÉIS. ALÉM DISSO, ELAS VÃO CONTRA UM DOCUMENTO IMPORTANTE: A DECLARAÇÃO

UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS.

Preâmbulo

– Considerando que todo o animal tem direitos. – Considerando que o desconhecimento e desrespeito dos ditos direitos conduziram e con-

tinuam a conduzir o homem a cometer crimes contra a natureza e contra os animais. – Considerando que o reconhecimento por parte da espécie humana dos direitos à existên-

cia das outras espécies de animais constitui o fundamento da coexistência das espécies no mundo.

– Considerando que o homem comete genocídios e que exista a ameaça de continuá-los a cometer.

– Considerando que o respeito pelos animais, por parte do homem, está relacionado com o respeito dos homens entre eles próprios.

– Considerando que faz parte da educação ensinar, desde a infância, a observar, compreen-der, respeitar e amar os animais.

Proclama-se o seguinte:

Declaração Universal dos Direitos dos Animais (Proclamada pela Unesco em Bruxelas, capital da Bélgica,

em 27 de janeiro de 1978)Artigo I

Todos os animais nascem iguais diante da vida e têm o mesmo direito à existência.Artigo II

a) Cada animal tem direito ao respeito.b) O homem, enquanto espécie animal, não pode atribuir-se o direito de exterminar outros

animais ou explorá-los, violando esse direito. Ele tem o dever de colocar sua consciência a serviço de outros animais.

c) Cada animal tem direito à cura e à proteção do homem.Artigo III

a) Nenhum animal será submetido a maus-tratos e atos cruéis.b) Se a morte de um animal é necessária, deve ser instantânea, sem dor nem angústia. [...]

DUARTE, Marcelo. A arca dos bichos. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1999. p. 97.

PRO

POST

A 1

6A Declaração Universal dos Direitos Animais foi proposta pelo cientista Georges Heuse e levada por ativistas da causa pela defesa dos direitos animais à Unesco em 15 de outubro de 1978, em Paris, e visa criar parâmetros jurídicos para os países membros da Organização das Nações Unidas, sobre os direitos animais.[...]Em seus artigos, a proposta da Declaração prescreve, principalmente, que:Todos os animais são sujeitos de direitos e estes devem ser preservados.

O conhecimento e ações do homem devem estar a serviço dos direitos animais.

Os animais não podem sofrer maus-tratos.

Animais destinados ao con-vívio e serviço do homem devem receber tratamentos dignos.

Experimentações científi-cas em animais devem ser coibidas e substituídas.

A morte de um animal sem necessidade é biocídio; de vários de uma mesma espécie, genocídio.

Animais destinados ao aba-te devem sê-lo sem sofrer ansiedade e nem dor.

[...]

DECLARAÇÃO universal dos direitos dos animais. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Declara%C3%A7%C3%A3o_Universal_dos_Direitos_Animais>. Acesso em: 21 set. 2015.

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6.o ano – Proposta 16

A Declaração Universal dos Direitos dos Animais é um texto prescritivo, composto por quatorze artigos; alguns desses artigos estão subdivididos em alíneas.

1. No contexto dessa Declaração, a palavra “Preâmbulo” significa:

a) ( ) comentário.b) ( X ) texto de apresentação.c) ( ) introdução.

2. Identifique o tema central da Declaração Universal dos Direitos dos Animais:a) ( ) extinção dos animais.b) ( X ) direitos dos animais.c) ( ) maus-tratos aos animais.d) ( ) compaixão pelos animais.

3. A Declaração tem por finalidade:

a) ( ) relatar maus-tratos sofridos pelos animais.b) ( ) instruir a população a prevenir maus-tratos praticados contra animais.c) ( ) ameaçar aqueles que maltratam os animais.d) ( X ) regular ações de proteção aos animais.

4. Com relação ao texto Declaração Universal dos Direitos dos Animais, é corre-to afirmar que:

a) ( X ) esse texto é prescritivo.b) ( X ) no texto, há uma informação provando que a Declaração não vem

sendo respeitada. c) ( ) esse texto é poético.

5. “O homem, enquanto espécie animal, não pode atribuir-se o direito de exterminar outros animais ou explorá-los, violando esse direito”. A palavra destacada nessa frase refere-se a:a) ( ) espécie animal.b) ( ) homem.c) ( X ) animais.

Declaração Universal dos Direitos dos Animais

Consulte a Declaração Universal dos Direitos dos Animais em sites de busca para conhecer os demais artigos dessa declaração.

Artigos

ARTIGO é o nome dado à unidade básica da lei. Toda lei tem, no mínimo, um artigo, e ele constitui a forma mais prática de se localizar alguma informação dentro da lei, por maior que ela seja.

Alíneas

ALÍNEA é o desdobramento de um ARTIGO.

Caso essa palavra não faça parte do vocabulário ativo dos alunos, ajude-os a inferir, analisando o con-texto em que se encontra, que preâmbulo é um texto de apresentação, um prefácio. Nesse item, a proposta de Declaração expõe as motivações que levaram à sua adoção, internacionalmente, sobretudo a prática conti-nuada de crimes contra os animais. O extermínio de animais seria considerado genocídio e, portanto, objeto de interesse dos organismos internacionais e nacionais de proteção.Já a expressão “Consi-derando”, que antecipa cada uma das razões para justificar a proclamação da Declaração Universal dos Direitos dos Animais, significa reflexões.

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Caderno de produção de textos

Maritacas enfeitam plantação de sorgo, área rural de Indaiatuba, SP

6. A Declaração Universal dos Direitos dos Animais nos faz pensar sobre nossas atitudes em relação a todos os animais. Faça sua parte, divulgando-a entre as crianças da comunidade onde você vive, na forma de estatuto.a) Com seus colegas, produza um estatuto visando estimular as crianças a

respeitarem e protegerem todos os animais. Para isso, vocês devem:• Reproduzir o formato proposto no Estatuto de um novo mundo para

os animais: assunto sério, tratado de modo prazeroso. Veja como é:

PRO

DU

ÇÃ

O D

E TE

XTO

16

É como diz o poeta Miguel Sanches Neto:

Artigo 1ºQue a partir desta datanunca mais sofra maus-tratosnenhum tipo de animalcavalo, cão, gato e sapato.

SANCHES NETO, Miguel. Estatuto de um novo mundo para os animais. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007. p. 7.

Estatuto

Estatuto é um conjunto de regras, regulamento.

Dica:

No seu livro do 6.º ano, 4.º volume, p. 43 e 44, você encontra orientações sobre a produção de textos prescritivos.

Na reelaboração, siga as etapas:

a) planejamento.

b) produção do rascunho.

c) reescrita.

d) avaliação.

Lembre-se de que essas etapas não são rígidas. Na verdade, enquanto estamos escrevendo, vamos fazendo um movimento de ir e vir, revendo o planejamento, corrigindo, reescrevendo e avaliando o texto.

Número de aulas previstas: 2

Gênero: estatuto

Divulgação: Estatuto de um novo mundo para os animais

Para quem: crianças

SANCHES NETO, Miguel. Estatuto de um novo mundo para os animais. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007. p. 23.

• Usar linguagem simples, poética e prescritiva.b) Desenvolver habilidades de combinar ilustração e texto.c) Exercitar a prática de revisão colaborativa para garantir que o material a

ser distribuído esteja bem escrito e bem ilustrado.

Registre o rascunho de seu texto aqui:

Para que o último verso do Artigo 1.º , criado por Sanches Neto, ganhe sentido, é preci-so que o aluno conheça a ex-pressão “fazer gato e sapato”, isto é, desrespeitar algo.

Artigo 10.º

Que seja considerado crimeNão socorrer animais feridos.

Reserve um tempo para as atividades de interlocução. Procure apresentar aos alunos,

na íntegra, a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, comentando cada um dos

quatorze artigos e suas alíneas. Sugerimos também a leitura do Estatuto de um novo

mundo para os animais, de Miguel Sanches Neto.

O Caderno de produção de textos terminou.Com essa imagem verde e o barulho das maritacas...

Aquela nuvem verde que passou bem cedoera um bandode maritacas.

Apropriação a partir de poema de PROTETI, João. Classi�cados desclassi�cados. Campinas: Papirus, 2011. p. 9.

Carlo

s Tin

elli

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