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A revista do Grupo LET Recursos Humanos News N 0 16 | Julho / Agosto | 2009 | Ano 3 www.grupolet.com RAÍ CONVIDA EMPRESáRIOS PARA JOGAR NO MARACANã GOL DE LETRA - Responsabilidade Social com ousadia de craque – Pág.12 15 anos do Tetra REDES SOCIAIS O poder da intranet na gestão com pessoas – Pág. 6 ENTREVISTA Profª Patricia Tomei (PUC-Rio): “Se quer um casamento duradouro, case culturas e não interesses”– Pág. 3

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Page 1: 15 anos do Tetra Let 16.pdf · 2 | Janeiro / Fevereiro | 2009 “Separações Silenciosas – Corações Partidos em Relações Fragilizadas”, de Subhash Puri – Editora Qualitymark

A revista do Grupo LET Recursos Humanos

NewsN0 16 | Julho / Agosto | 2009 | Ano 3 www.grupolet.com

RAÍ convidA empResáRios pARA jogAR no mARAcAnã GOL DE LETRA - Responsabilidade Social com ousadia de craque – Pág.12

15 anos do Tetra

REDES SOCIAIS O poder da intranet na gestão com pessoas – Pág. 6

ENTREVISTA Profª Patricia Tomei (PUC-Rio): “Se quer um casamento duradouro, case culturas e não interesses”– Pág. 3

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Caros leitores,

o Grupo LET alcançou no último mês de junho a manutenção da certificação ABNT NBR ISO

9001:2000 e em outubro começaremos a nos prepa-rar (capacitar) a fim de que em 2010 possamos galgar mais um passo nesta saudável jornada de qualidade: a ABNT NBR ISO 9001:2008. Quem ganha com tudo isso, em primeira instância, é o nosso cliente exter-no no qual você leitor desta publicação está incluído. Ajustes nessa caminhada são sempre necessários e o Grupo LET se engrandece em cada desafio que nos é colocado pelo mercado.

O mundo fala hoje em alinhar processos e nós aqui o fazemos com o foco no alinhamento constante de expectativas; porque hoje não basta mais atender-mos ou nos anteciparmos às expectativas dos clien-tes. Precisamos superá-las!

E nessa linha, NEWSLET busca surpreender positi-vamente. Nesta edição nosso PERSONAGEM é o tetra-campeão Raí que nos conta como fazer uma tabelinha bacana entre projetos sociais e gestão corporativa. Para comemorar os 15 anos do tetra mostramos aqui que mesmo tendo abandonado a bola, gente que se preocu-pa com gente continua dando alegrias à sociedade.

O valor da tecnologia alinhado à cultura também se expande rapidamente no mercado. Assim aborda a nossa reportagem mais densa ao enfocar o valor das redes so-ciais eletrônicas corporativas, ou intranets, uma tendência consolidada. HSBC e Oi são duas organizações ícones neste item. E abrindo o nosso coração para a felicidade ficamos felizes em publicar um artigo de Susan Andrews, Coordenadora do Parque Ecológico Visão do Futuro so-bre “Felicidade Interna Bruta”. Vale a pena também ler e

absorver os ensinamentos da especialista em “Alinhamento Cultural”, a Profª Patricia To-

mei, nossa entrevistada da edição. Preocupada com o nível de trabalha-

bilidade de nossos leitores diretos e in-diretos - porque muitos que não recebem

em mãos a revista também a lêem – NEWSLET traz informações muito

úteis como dicas de intra-empreen-dedorismo, inglês corporativo e a

publicação de uma pesquisa da FIRJAN com os 10 empregos

mais demandados até 2015! Boa leitura!

Joaquim LauriaDiretor Executivo do

Grupo LET

“Alinhando processos, superando expectativas”

ExpEdiEntE

grupo LeT Recursos Humanos

membro oficial

MatrizCentro Empresarial Barra Shopping - Av. das Américas 4.200, Bloco 09, salas 302-A, 309-A – Rio de Janeiro – RJ – tel: (21) 3416-9190 - CEP – 22640-102 / Site: http://www.grupolet.com

Escritório São Paulo - Rua James Watt 84, 2º andar - Brooklin – Cep: 04576-050 - São Paulo (SP) – Brasil - Tel: (11) 5506-4299 / 5505-2509 / 5506-0639

Escritório Curitiba - Avenida Winston Chur-chill 2.370 sala 406, 4º andar - Pinheirinho - Cep: 81150-0050 - Curitiba (PR) – Brasil - Tel: (41) 3268-1007

Diretor Executivo: Joaquim Lauria

Diretor Adjunto: Kryssiam Lauria

News

Capa: Andréa Monteiro

INSTITuCIONAL

Editorial papo com o lEitor

2 | Janeiro / Fevereiro | 2009

“Separações Silenciosas – Corações Partidos em Relações Fragilizadas”, de Subhash Puri – Editora Qualitymark

Muitas vezes perdemos a capacidade de enxergarmos e analisar-mos as “entrelinhas” de uma relação; aspecto que impede de so-lucionarmos um abismo que separa pessoas tão próximas. A ideia deste renomado orador internacional não é apenas explicar porque relacionamentos fracassam, mas, sobretudo, como podemos nos reconectar às pessoas e a quais pessoas podemos nos conectar com menores obstáculos. Elevando o seu saber sobre “como fazer” fica mais fácil sair da “quebra silenciosa”.

“Vitalizadores – Mais de 100 opções pra você acordar o seu grupo e mantê-lo aceso”, de Albigenor & Rose Militão – Editora Qualitymark

A força das palavras é impressionante quando as palavras são bem planejadas em frases e jogos que despertam grupos para ati-tudes positivas e construtivas. Este mini-manual de motivação não

é interessante somente para o trabalho com equipes em empresas, mas também em relacionamentos onde a mesmice é servida todos os dias do café da manhã ao jantar.

“Calma no Caos – Os Ensinamentos Budistas para Viver Melhor” – de Arthur Jeon – Ediouro

Se você acredita que o poder individual de transformar o mundo não é uma utopia, mas sim uma prática, então as páginas deste livro serão de fato o seu combustível. No alto de uma montanha ou em uma praia deserta é fácil “conectar-se”, mas este americano bacharel em Humanidades diz como isso pode ser feita em meio a situações caóticas do dia a dia nas quais muitas vezes dizemos “estou sem tempo”. Já nas primeiras páginas o leitor vê que romper paradigmas não é tão complicado assim.

dicas nEwslEt - livros

Revista

Publicação bimestral Julho / Agosto 2009 Ano 3 – Nº 16 – Tiragem 1.500 exemplares

Jornalista responsável (redação e edição): Alexandre Peconick (Comunicação Grupo LET) - Mtb 17.889 / e-mail para [email protected]

Diagramação e Arte: Murilo Lins ([email protected])

OPORTuNidAdES:Cadastre seu currículo diretamente em nossas vagas clicando www.grupolet.com/vagas/candidato e boa sorte!

Impressão: Walprint Gráfica e Editora Ltda. Endereço: Rua Frei Jaboatão 295, Bonsucesso – Rio de Janeiro – RJ E-mail: [email protected] Tel: (21) 2209-1717

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ENTREVISTA ESpECIAL

Nunca na história do mercado de trabalho o tema “Alinha-mento Cultural” teve presen-

ça tão decisiva à mesa dos líderes de organizações. Não à toa buscamos respostas a algumas questões com uma de suas maiores ícones: a Profª Patricia Tomei, associada à Pontifícia universidade Católica do Rio de Ja-neiro (PuC-Rio) e à Escola de Negó-cios iAG /PuC-Rio desde 1979.

um bate-papo com a Profª Patricia se transforma em autêntico mergu-lho na dimensão humana gerada pela ponte que podemos fazer entre as es-feras pessoal e profissional. Mestranda (PuC-Rio) e doutoranda em Adminis-tração ( uSP), ela também acumula em sua trajetória didática ampla bagagem internacional. Como pesquisadora e professora visitante esteve em institui-ções de países como a França (uni-versité Jean Moulin, em Lyon – 1995 e École Superieure des Affaires da uni-versité de Sciences Sociales de Greno-ble - 1990, 1992, 1996); Canadá (Ecole des Hautes Etudes Commerciales, em Montreal - 1993); Japão (Rissho univer-sity de Tóquio - 1988), entre outros.

Sua experiência como consultora em expertises de cultura e mudança or-ganizacional ultrapassou a fronteira de qualquer ambiente de escritório. Aqui le-vamos o leitor, pela clareza das palavras da Profª Patricia, ao exercício de sua própria capacidade de atravessar fron-teiras; atitude vital nos dias de hoje.

neWsLeT - O que você entende como “alinhamento cultural”

Patricia Tomei – Cada organização deve ter um conjunto de valores que

definem a sua identidade e alimen-tam estratégias e práticas compor-tamentais. Quando recrutamos al-guém buscamos alinhar os valores da organização com os do indivíduo. Ou seja, se a organização considera mais importante, por exemplo, a ino-vação, a honestidade, ou se a quali-dade de vida e o foco em resultados. A hierarquização dos valores define a cultura. Não adianta dar priorida-de à família e depois ao trabalho se você atua em uma organização que coloca o trabalho à frente da família. A falta de alinhamento cultural vai definir uma alocação equivocada de tempo, energia e comportamento. O recrutamento por alinhamento cul-tural vai além da qualificação profis-sional - que foca no “o quê a pessoa faz” - pois aqui buscamos “como a pessoa faz”.

neWsLeT – Hoje vale muito a ques-tão do comportamento do dia a dia?

Patricia Tomei – Sim. Ao avaliar ca-sos de mortes de grandes organi-zações concluímos que estas eram tratadas como meros negócios. As organizações com longos ciclos de vida tratam de muito mais do que qualificação, focam em suas cultu-ras, nas suas pessoas. A durabili-dade está mais ligada aos valores intangíveis que proporcionam sus-tentabilidade.

neWsLeT - Existe algum tipo de medidor de alinhamento cultural?

Patricia Tomei – Hoje as metodolo-gias são qualitativas e quantitativas ao mesmo tempo. Explica-se: se a organização tiver que hierarqui-zar 20 valores e se você também for hierarquizar seus 20 valores pesso-ais, cruzam-se esses valores. Quan-to mais valores coincidentes houver nas mesmas posições, maior será o seu alinhamento cultural em relação

Foto: Alexandre Peconick

ENTREVISTA

pROfª pATRíCIA TOmEI – IAG/puC-Rio

“O Verdadeiro Valor do Alinhamento Cultural”

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ENTREVISTA

nidade criou algum problema. Ou seja, o que uma pessoa é na vida pessoal vai se refletir na esfera profissional. Se você não é honesto com seus filhos um dia não vai ser com o colega de trabalho. Se você é ácido com sua mulher, também poderá ser no trabalho. Hoje entendo o que aqueles japoneses me disseram.

àquela empresa. Se você tiver pelo menos dois ou três valores em uma ordem semelhante estará bem alinha-do. Organizações em grande cresci-mento ou com potencial para tal pos-suem número alto de colaboradores alinhados culturalmente.

neWsLeT – Como podemos mos-trar a um CEO de uma grande orga-nização que o trabalho com alinha-mento cultural economiza custos e gera alta performance?

Patricia Tomei – Não tenho como pro-var, pois não há relação de causa/efei-to que isole as variáveis. Mas dentro das variáveis posso dizer que empre-sas desalinhadas com seus funcioná-rios sobrevivem em curto prazo, mas já não suportam o médio prazo. Se o CEO quer transformar a empresa em negócio ele conseguirá fazer despre-zando a cultura. Mas se for se preocu-par em montar uma sociedade deve ater-se ao entorno, às pessoas. Se você quer um casamento duradouro case culturas e não interesses.

neWsLeT – Em que aspectos pes-soas que têm casamentos e relacio-namentos íntimos com alinhamento cultural podem ganhar no âmbito profissional?

Patricia Tomei – Há 20 anos estava no Japão trabalhando em uma universi-dade quando elogiei um escritor local chamado Mishima. Olharam para mim e falaram: “Mishima traiu a nação!”, ci-tando a questão política. disse que es-tava citando sua produção cultural. Aí disseram: “Aqui no Japão só avaliamos pessoas como um todo”. Fiquei com isso em minha mente. Ao longo da vida várias vezes errei ao contratar pessoas com o pensamento de que “fulano era ótimo professor, mas em casa não tinha bom caráter”. “Não tem problema, pre-ciso de um professor”, dizia. E errei por-que quando este professor teve oportu-

das duas empresas eram os mesmos; a ordem é que era diferente. Tínhamos apenas que discutir porque a ordem deles era diferente. Já quando duas em-presas têm valores muito diferentes é muito difícil uma fusão dar certo. O pré-casamento, o “namoro”, é muito impor-tante no processo de fusão.

neWsLeT – Como assim?

Patrícia Tomei – Estudei o caso de pri-vatização da Celma (hoje GE Celma). Antes de vender a Celma fizeram um ano de análise de possíveis compra-dores e de como poderia mudar a cul-tura da empresa com todos os possí-veis cenários. Em qualquer processo de fusão, privatização ou aquisição temos que saber responder se as pes-soas desta empresa poderão suportar as relações com a cultura da outra em-presa. Por outro lado, algumas organi-zações usam o choque cultural para o crescimento. um exemplo típico é o do Real Santander. O Santander está que-rendo incorporar valores como a “Res-ponsabilidade Social” do Real porque entende que aquela cultura agrega mais a eles. É uma visão de futuro.

neWsLeT – A visão de alinhamen-to cultural é aquela que antecipa o futuro?

Patricia Tomei – Sim, é para dizer que esta é a nova cara que quero ter. Nesse caso, usa-se uma cultura questionado-ra que gere crescimento. dentro desse raciocínio, busca -se pessoas flexíveis, mutáveis, adaptáveis. devemos fazer porque acreditamos e não porque nos acostumamos a fazer. isso deve servir não apenas para o campo profissio-nal, mas para as relações mais íntimas pessoais. Se você convive com pesso-as que não revêem suas crenças, que “morreram, mas não mandaram aviso” provavelmente sua aprendizagem será limitada. Envelhecer e morrer têm a ver com parar de aprender.

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neWsLeT – Por quê?

Patricia Tomei – Porque o que mais incomoda as organizações é a esqui-zofrenia, o discurso de duplo vínculo, quando alguém te diz: “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço!”. É importante a empresa perguntar: “como você enxerga tal valor?” ou “como você enxerga o oportunismo?”. isso define a forma como você vai se relacionar com o mundo. Gestor, observe como a pes-soa trata pais, irmãos, mulher e filhos, se as atitudes dele com os mais próxi-mos combina com os valores, com a forma como ele deve se relacionar com seus pares. Se combinar contrate-o. do contrário ele não cabe. Mas não há cul-tura melhor do que a outra ou casamen-to melhor do que o outro. O que existe são referências culturais que podem se casar ou não.

neWsLeT – E como alinhar cultural-mente em empresas transculturais?

Patricia Tomei – Cito um exemplo. No ano passado (2008) participei como consultora do projeto de integração da Nokia Siemens Network - uma fusão entre Nokia e Siemens. Foi escolhido um modelo de integração redefinindo a hierarquização dos valores. Fiquei um ano atuando na América Latina inteira e descobri que os cinco valores principais

“Se você quer um casamento duradouro,

case culturas e não interesses.”

Patricia Tomei

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ESpECIAL

muito mais do que receber autonomia e flexibilidade de seus líderes para fazer de uma ideia um produto,

o intra-empreendedor precisa ter, para começar, atitude de dono da empresa, com olhos ligados no funcionamento de cada área e em como elas se impactam. de acordo com Natasha Hazan, Coorde-nadora do instituto Endeavor - Rio de Ja-neiro (www.endeavor.org.br), este é um dos pontos chaves do perfil do intra-em-preendedor, um dos tipos de profissional mais demandados pelo mercado atual. A Endeavor é uma instituição sem fins lu-crativos cujo foco é o de ajudar empresas a crescerem para que estas possam ser inspiração para as gerações futuras.

“As organizações estimulam este tipo de atitude, por exemplo, com um plano de remuneração variável; quem trabalha por metas e atinge ou as supera ganha um bônus que incentiva a criação e a atração de novos negócios”, explica Natasha.

A paixão pelo trabalho, que significa acreditar no negócio e ter a sensação de que a experiência está valendo à pena, é outro combustível para mover o intra-empreendedor. Mas de nada vale paixão se não for seguida, segundo Natasha, de persistência, proatividade e prazer por ensinar aos outros aquilo que se sabe. “deve-se fazer eticamente de tudo para que o negócio dê certo, transformando iniciativa em acabativa, com início, meio e fim, disseminando ideias e sabendo atuar como um líder, ou seja, inspiran-do”, traduz a Coordenadora do Ende-avor, organização que disponibiliza em seu site exemplos expressos em 12 mil artigos e 300 vídeos. São informações úteis e atuais sobre como desenvolver plano de negócios, onde procurar recur-sos financeiros, como começar, como ter um raciocínio estratégico, como ir além do “lugar-comum” etc.

do termo francês “intrapreneur” (Gi-fford Pinchot, 1978), o intra-empreende-dor traz inovação e reduz custos para dezenas de empresas. Ele busca reali-

zar seu sonho dentro de uma empresa já formatada. Mas para que isso se torne palpável, Natasha alerta que o incentivo ao intra-empreendedorismo deve par-tir das lideranças formais da empresa. “Elas devem estar abertas e disponíveis a ouvir e dar asas às ideias” enfatiza.

Quando uma empresa dá autonomia ao colaborador, em geral esse colabora-dor se apaixona pelo negócio, simples-mente porque ganha a oportunidade de colocar ali sua impressão digital, seu dNA. intra-empreendedor autêntico não pensa em um projeto somente das nove às 18 horas, mas 24 horas por dia. Não se trata de obsessão, mas de um sau-dável prazer que não gera estresse e aumenta a auto-estima.

No entanto, Natasha afirma que a cultura brasileira, que em geral não in-centiva o empreendedorismo, é o maior desafio para o intra-empreendedor se desenvolver. “Além disso, as próprias pessoas se acomodam ao sair da fa-culdade já pensando somente na es-tabilidade do cargo público que, salvo exceções, não abrem espaço ao gênio criador”, complementa.

Até por isso, o instituto Endeavor estará promovendo entre 16 e 22 de

novembro, em diferentes pontos do país, a ii Semana Global do Empreen-dedorismo (www.semanaglobal.org.br) para estimular idéias inovadoras que tragam soluções do tipo “como você consegue reduzir os custos da empresa estimulando a produtividade com felicidade no trabalho?”. O evento acontece em 90 países ao mesmo tem-po e tem inscrições gratuitas. Como diz o lema da campanha, é preciso “botar pra fazer”!

INTRA-emPReeNdedORISmO O “eNeRgéTICO” IdeAl

Natasha Hazan é a Coordenadora do Instituto Endeavor – Rio de Janeiro

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Foto: Alexandre Peconick

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inúmeras pesquisas apontam: 50% das pessoas economica-mente ativas passam, em casa ou no trabalho, cerca da metade

do tempo em que estão acordadas ligadas em redes sociais. Visando sempre obter o lado positivo deste mergulho eletrônico, empresas de norte a sul do país montam suas redes sociais internas para agilizar serviços e otimizar suas relações de trabalho e, por conseqüência, a qualidade de serviços prestados aos clientes. Tra-zemos aqui os exemplos de HSBC e Oi, duas organizações que ampliam resultados envolvendo pessoas, pro-cesso no qual a intranet tem papel fundamental.

No caso do HSBC, empresa com matriz em Curitiba (PR), 97% dos 24 mil funcionários faz uso diário de uma intranet amadurecida pela união das opiniões de diversas áreas. Ter uma rede social ativa com uma intranet dentro da internet foi fruto de um cui-dadoso processo participativo. Antes do lançamento da versão atual da intranet HSBC em 2008 passado os funcionários indicaram por meio de pesquisa a necessidade de se desen-volver a eficácia nas atualizações de informações relevantes, bem como o acesso às ferramentas de busca. “Pre-cisávamos encarar a intranet como uma rede funcional para as pessoas em geral, ou seja, como um shopping

de variedades”, lembra Juliana Mar-ques, 39 anos, Superintendente de Comunicação interna do HSBC. Gra-duada em jornalismo, com pós em Comércio Eletrônico, ela foi uma das responsáveis pela implementação das novidades.

Com base nessa filosofia, foram re-vistos os quatro mil itens da intranet, redesenhada a arquitetura com foco na clareza da visualização de informações, assim como melhorada a nomenclatura das seções. Buscar linguagens comuns a todo o tipo de público foi fundamen-tal. Hoje não há overdose de banners piscando. As notícias são acessadas rapidamente e todas as mensagens es-tão bem separadas por temática.

Redes sociais coRpoRativasganham o mercado

mERCADO

Foto: Site Sxc.hu

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mERCADO

Outro ponto crucial da intranet HSBC é a visualização imediata de to-das as vagas internas do banco e to-dos os dados das equipes de trabalho (como nomes, fotos etc) em todas as unidades dos mais de 80 países nos quais opera. um funcionário de qual-quer localidade pode concorrer a uma dessas vagas. “um dos segredos para o sucesso da gestão do HSBC é o de que várias áreas atuam juntas na cons-trução e atualização constante das fer-ramentas da intranet”, revela Juliana. Resultado: a intranet do HSBC rece-beu o Prêmio do Nielsen Group 2009 como uma das 10 melhores intranets do mundo, fato inédito para uma em-presa da América Latina.

E o top of mind foi a estréia em maio de 2006 do Blog do Presidente dentro da intranet – o 1º blog corporativo de um presidente no Brasil. À época, o nº1 do HSBC Brasil era Emilson Alonso. Já na primeira semana havia 398 comen-tários ao primeiro “post” do presiden-te. Ciente da impossibilidade de se reunir 24 mil em uma “reunião” o pre-sidente abraçou o Blog como quebra de paradigma e mudança cultural em toda a empresa. “O blog tem retorno totalmente positivo, pois o presidente fica sabendo o assunto preferido das pessoas ou que tipo de enfoque mais interessa e, melhor, leva em conside-ração opiniões distintas para a tomada de decisões”, conta a Superintendente de Comunicação interna.

No mês em que está em férias o Presidente – o atual é Conrado En-

gel, que assumiu em junho deste ano – deixa a condução do blog a cargo de diretores executivos. Vários temas, como “Carreira” e “Foco no Cliente”, já foram discutidos pelo blog que efeti-vamente aproximou muito mais os fun-cionários do entendimento sobre a di-reção para onde caminha a empresa. interação em alta velocidade é tudo. um exemplo: Conrado Engel participa de uma reunião em Hong Kong (Chi-na) e logo em seguida conta para seus funcionários as estratégias colocadas. Cria-se então um fórum virtual onde as pessoas comentam aquilo que foi inicialmente escrito e o Presidente in-terage com elas. Em três anos já foram mais de três milhões de acessos e cer-ca de nove mil comentários!

“A adoção da competência em substituição ao nível de hierarquia para promoções internas foi anunciada pela primeira vez no blog e a repercussão foi fantástica”, aponta denise Shibata, Coordenadora da intranet do HSBC.

Para facilitar ganho de velocidade e qualidade no atendimento aos clientes a intranet também conta com sub homes de produtos e serviços. Pela intranet o

HSBC promove atualmente o compar-tilhamento das melhores práticas por meio de vídeo conferências mensais en-tre profissionais do Brasil, Reino unido, Hong Kong, EuA e Emirados Árabes.

A paulistana Emily Gheler, 21 anos, Analista de Marketing em São Paulo, capital, assegura que as vantagens geradas pelo uso da intranet estimu-lam seu desejo de fazer carreira no HSBC. “Tenho à disposição notícias, serviços de RH, decisões do Presiden-te e entretenimento, nas doces certas; mas o que mais me chama atenção é poder divulgar minhas iniciativas e aprimorá-las com opiniões de outros funcionários”, destaca Emily.

usuária saudável de redes como Orkut e Facebook (Twitter não conhe-ce), Emily comemora o fato da intranet poder também ajudá-la a conseguir oti-mizar seu tempo de trabalho. “Ao con-trário do que muitos poderiam pensar, intranet não distrai, mas me ajuda mui-to a organizar meu tempo de trabalho”, finaliza. O banco já pensa no futuro e não para de melhorar sua grande “pon-te” entre as áreas, criando, por exem-plo, telas atraentes ao olho humano.

FOCO em INOvAçãO Juliana Marques (HSBC)

velOCIdAde NAS deCISõeSEsteja onde estiver, Conrado Engel, Presidente do HSBC Brasil (foto) pode interagir com qualquer um dos 24 mil funcionários do banco por meio de seu blog

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E a intranet não poderia deixar de ser decisiva em uma empresa cujo negócio é a própria Comunicação. Fundamental no movimento da marca única da Oi, a interativa, portal de intranet da empre-sa, é o exemplo do novo caminho cor-porativo, que utiliza as mídias sociais no dia-a-dia da companhia.

Após blogs, wikis, fóruns, redes so-ciais, podcasts, videocasts se consoli-darem como o tipo de mídia preferido da maioria dos usuários comuns, che-gou a hora e a vez das corporações resgatarem o tempo perdido. Cada vez mais estes recursos começam a fazer parte da agenda corporativa em projetos já integrados à rotina dos ne-gócios, envolvendo departamentos como Ti, marketing, comercial, RH entre outros.

O Portal interativa foi desenvolvido no conceito colaborativo, sob influên-cia do sucesso das redes sociais e fóruns de discussão da web. desde

iniciativas de RH até procedimentos decisivos, como quando a Telemar adotou a marca Oi para todos os seus serviços, a interativa possui função estratégica, e revela-se num estágio de amadurecimento bastante avança-do, tanto em uso como na adoção de conceitos Web 2.0.

de acordo com a gerente de Co-municação e Cultura Organizacional da Oi, Manoela Osório, este amadu-recimento é percebido pela criação de uma cultura interna, resultado da efetiva participação e envolvimento dos colaboradores nas iniciativas re-alizadas por meio da interativa. “Con-seguimos trazer para a organização o que muitos usuários já estavam acos-tumados a fazer em suas casas. Com diferentes iniciativas, o colaborador interagiu com seus pares, gerou e compartilhou conhecimento, servindo como base para criação, inovação e o sucesso de nossa intranet”.

Oi - A hora e a vez das redes sociais corporativas

O movimento para adoção da mar-ca única Oi é o maior exemplo. Capita-neado pelo próprio presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, que a cada post seu, dentro do fórum de discussão, treinou e estimulou o público interno, preparando a transição entre todos os colaboradores. Através do fórum, Falco leu e foi lido; pulverizou o movi-mento da marca única nos 27 estados do País. “Foi a ferramenta mais eficaz dentro do planejamento do sistema de comunicação da empresa”, ressal-ta Manoela.

Elaborada a partir do conceito de colaboração baseada em relacio-namento, a interativa foi pioneira e essencial na gestão da informação interna. O sucesso veio com dois fa-tores fundamentais para o projeto: o técnico e o cultural.

Culturalmente era preciso desen-volver o hábito do uso profissional

PIONeIRISmOO portal da Oi propiciou aos colaboradores da empresa o desenvolvimento de novos hábitos culturais

Fotos: Site Sxc.hu

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em iniciativas usadas somente como entretenimento. desta forma, a tecno-logia adotada deveria ser de fácil co-laboração para incentivar a adoção. Segundo a executiva, os colaborado-res da Oi colocaram-se à disposição de outros; foram criados fóruns com assuntos em comum, e hoje, a inicia-tiva se auto-gerência, num processo de amadurecimento e criação de uma cultura semelhante àquela que os usu-ários já utilizavam em seus blogs, sites de relacionamento, redes sociais.

Tecnicamente era necessária uma plataforma compatível às diversas inicia-tivas. Além da facilidade de uso da pla-taforma que seria utilizada, precisava ser robusta para estar sempre no ar e deve-ria também atender a uma das principais expectativas da empresa: a personaliza-ção. Optou-se então pela plataforma de Portal da Lumis. A Oi interativa, hoje, é totalmente personalizada, cada usuário

possui uma visão própria do Portal, de acordo com seu perfil, posição, depar-tamento, entre outros critérios. A fer-ramenta adotada, Lumis Portal Suite, utilizando tecnologia AJAX, supriu outro grande desafio: a performance. Apesar de totalmente personalizada, a interativa atende a todos os usuários com ótimo tempo de resposta.

O portal possui diversas iniciati-vas como SMS, messenger, calendá-rio, fórum, busca avançada, Oi FM, além de conteúdo institucional com notícias e uma página pessoal, apeli-dada de Oikut – com fotos, histórias, arquivos, promovendo integração e humanização no ambiente. Ou seja, a mídia social integra-se à rotina de

trabalho. A própria diretoria de Gente da Oi utilizou o fórum para validar ser-viços, benefícios, dados de bancos, assistências. “A ferramenta encurtou o tempo de resolução de eventuais problemas, com informação direta e transparente”, finaliza Manoela.

Seja no HSBC, na Oi ou em muitas outras organizações em que seus in-tegrantes precisam se encontrar virtu-almente diariamente a rede social, ou intranet, é de fato uma segunda pele de todo mundo, um campeão de cre-dibilidade – em geral mais de 90% dos colaboradores confia totalmente em todas as informações postadas ali. Re-sultado final: responsabilidade altíssi-ma para gestores de pessoas.

CRedIbIlIdAdeManoela Osório, da Oi (na foto), conduz a diversidade de ferramentas na gestão da informação interna pelo portal Interativa com altíssimo índice de participação

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Talvez tenha sido Robert F. Kennedy (nota da R.: ex - Ministro da Justiça dos EuA entre 1961 e 1964 -

irmão mais novo do ex-presidente John Kennedy) que expressou mais eloqüentemente as deficiências do indicador mundial de progresso: o Produto interno Bruto. disse ele, “O PiB inclui poluição atmosférica, e as ambulâncias para uma tragé-dia; trancas especiais para nossas portas, e prisões para as pessoas que as quebram. inclui a destruição

das nossas florestas, e a morte dos nossos lagos. Cresce com a pro-dução de mísseis, e ogivas nuclea-res. Não inclui a saúde das nossas famílias, a qualidade da educação das nossas crianças, ou a alegria das suas brincadeiras. É indiferen-te à segurança das nossas ruas. Nem inclui tampouco a beleza da nossa arte, a estabilidade dos nos-sos casamentos, nem a integrida-de dos nossos governantes. Mede tudo, em suma, exceto aquilo que faz a vida valer à pena”.

Entre os economistas tem havido por muito tempo uma forte convicção de que o PiB não é um bom índice. disse o economista ganhador do Prêmio No-bel, Joseph Stiglitz: “Se os líderes estão tentando maximizar o PiB, e o PiB não é uma boa métrica, então eles estão maximizando a coisa errada”. Stiglitz é um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Economia, juntamente com Amartya Sen, contratados pelo Presidente da França, Nicolas Sarkozy da França, para explorar alternativas ao PiB na mensura-ção do progresso da França.

FeLicidade iNteRNa BRUtaum Novo modelo para o progresso OrganizacionalDra. Susan Andrews *

OpINIÃO / ARTIGO

Foto: Divulgação Parque Ecológico Visão Futuro

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OpINIÃO / ARTIGO

um país entre Índia e China, o Bu-tão, desenvolveu um novo modelo para o progresso que está criando um grande impacto no mundo: o FiB - Fe-licidade interna Bruta. É um sofistica-do conjunto de índices para medir as nove dimensões de desenvolvimento integral: bom padrão de vida econô-mica, boa governança, educação de qualidade, boa saúde, vitalidade co-munitária, proteção ambiental, aces-so à cultura, gestão equilibrada do tempo e bem-estar psicológico.

O Butão é um lugar onde pratica-mente não há assassinatos, sacos plásticos, outdoors, letreiros de neon, e onde existem mais monges do que soldados. Foi designado pela ONu (Organização das Nações unidas) como “campeão do mundo” por co-locar 74% do território sob proteção ambiental, e elogiado pela uNiCEF (Fundo das Nações unidas para a infância e Adolescência) por prover educação e serviços de saúde para toda a população.

Conforme explica o primeiro minis-tro do Butão, Lyonpo Thinley, “será que o sucesso de uma nação deve ser avaliado pela sua habilidade de produzir e consumir, ou pela qualida-de de vida e a felicidade do seu povo? A felicidade é mais importante do que a riqueza monetária”. Psicólogos pes-quisando a nova ciência da “hedôni-ca” concordariam com isso. dezenas

de estudos têm demonstrado que, aci-ma de um certo nível de renda, mais riqueza não traz felicidade. Os EuA são um bom exemplo. O PiB america-no aumentou três vezes nos últimos 50 anos, mas a felicidade do povo de-clinou. durante esse mesmo período quando o PiB triplicou, o número de divórcios duplicou, o de suicídios en-tre adolescentes triplicou, o de crimes violentos quadruplicou, e a população carcerária quintuplicou. Com todo o seu dramático aumento em bens ma-teriais, os americanos perderam algo muito mais precioso – seu sentido de comunidade. E é exatamente isso que as pesquisas psicológicas cons-tatam ser a verdadeira e duradoura fonte de felicidade: laços harmonio-sos e amorosos entre as pessoas. O cientista político Robert Lane, da uni-versidade de Yale nos EuA, concluiu que “companheirismo contribui mais para o bem-estar do que a renda”. Nós, enquanto seres humanos, temos fome não apenas por alimento para o corpo, mas também para alimentar a alma.

O FiB é, de fato, um upgrade do que se chama em inglês de “triple bottom line”, usado no setor privado para in-cluir no âmbito do sucesso o desem-penho ambiental e social, bem como econômico (Pessoas, Planeta, Lucro). FiB mede o que se chama de “ativos intangíveis” - capacidade de lideran-

ça, clima organizacional energizante, rede de relacionamentos externos e internos, confiança, gestão de marca, reputação, capacidade de inovação, capital humano, e conhecimento tá-cito. O mundo empresarial está cada vez mais consciente do impacto dos ativos intangíveis no sucesso e no valor das organizações. um estudo realizado por um banco mercantil nos EuA destaca a mudança de foco de valor dos ativos tangíveis (máquinas e equipamentos, por exemplo) para os intangíveis (liderança, inovação etc.) nos últimos 30 anos. Hoje, cerca de 79% do valor das empresas que com-põe o índice S&P 500, refere-se ao valor dos ativos intangíveis, enquan-to os 21% restantes são o valor dos tangíveis. E uma pesquisa feita pela denison Consulting nos EuA mostrou que empresas com funcionários in-felizes aumentaram suas vendas em 0.1% de 1996 a 2004, enquanto que as empresas com funcionários felizes aumentaram suas vendas em 15%%!

O modelo principal para progresso no mundo ocidental tem sido o assim chamado “Sonho Americano” – que agora está se tornando um pesadelo. Talvez neste momento de grande transi-ção na civilização humana, o Butão seja um bom exemplo a ser seguido.

* A dra. Susan Andrews é Psi-cóloga e Antropóloga formada pela universidade de Harvard, Fundado-ra e Coordenadora da ecovila Par-que Ecológico Visão Futuro (www.visaofuturo.org.br), em Porangaba, no interior de São Paulo. Também é Coordenadora do FiB (Felicida-de interna Bruta) no Brasil. Fala fluentemente 11 idiomas. durante o Congresso RH-RiO 2009 partici-pou ao lado de Leyla Nascimento (Presidente da ABRH-RJ) e Ruy Shiozawa (CEO do Great Place to Work® institute) do painel “Felici-dade com Trabalho”.

“...temos fome não apenas por alimento para o

corpo, mas também para alimentar a alma.”

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pERSONAGEm

Ahistória dos esportistas por vezes se entrelaça com a dos gestores de pessoas. No caso de Raí Souza Viei-

ra de Oliveira, 44 anos, ou simples-mente Raí, este era um sonho antigo do ex-craque do São Paulo, Seleção Brasileira e Paris St. Germain. Exatos 15 anos após a conquista do almejado tetra no futebol (EuA-1994), Raí marca outro gol de placa, ou melhor, Gol de Letra – nome da fundação da qual é o presidente ao lado de outro tetracam-peão, Leonardo, hoje técnico do Milan (itália) – ao trazer empresários para a sua causa por meio da motivação e integração gerada pela magnífica sen-sação de jogar um torneio de futebol no Maracanã ao lado de craques e ex-craques, como ele – o Torneio Gol de Letra (www.torneiogoldeletra.org.br).

Mais do que a influência da cultu-ra francesa – morou em Paris (Fran-ça) por mais de 10 anos - e o talen-to de antever situações, seus traços de cidadania vieram do berço deste

paulista de Ribeirão Preto (SP), sexto filho de um cearense e uma paraense, Raimundo e Guiomar, ambos servido-res públicos. desde cedo teve a cons-ciência de que um dia iria retribuir à sociedade aquilo que a sociedade lhe dera em reconhecimento e fama.

Muito mais do que a capacidade de persuasão em um discurso carismáti-co, Raí vive de fato um pedacinho de cada um de seus maiores sonhos em cada ação que desenvolve à frente da Fundação Gol de Letra, reconhecida pela uNESCO como instituição mode-lo. Veja porquê nesta entrevista que ele concede, com gentileza, à NEWSLET.

neWsLeT – Quais foram as contri-buições que o futebol deu à sua ca-pacidade de enxergar as necessida-des do ser humano?

Raí – Comecei em um clube de futebol aos 14 anos. Neste meio mais de 95% dos atletas são originários de famílias e regiões muito pobres. Esta convi-

vência foi muito rica, pude conhecer diversas realidades que me mostra-ram, na prática, a imensa injustiça so-cial em que vivemos. A maior injustiça do nosso país é o abismo que existe entre diferença de oportunidades en-tre os mais ricos e os mais pobres, e o futebol é que me mostrou isto. Esta ainda é a base da minha motivação ideológica.

neWsLeT – Como você desenvol-veu esta consciência com a socieda-de e o meio ambiente?

Raí – Estas preocupações vêem de família, pela generosidade da minha mãe, misturada com as preocupa-ções políticas do meu pai. Tudo isso com uma grande porção de educação de valores que me foi passada.

neWsLeT – Como foi seu apren-dizado com a cultura francesa em termos de lições interessantes para o seu cotidiano?

RAí Diretor presidente

da fundação

Gol de Letra

“Responsabilidade Social com carisma e engajamento”

Raí, em meio às crianças: ajudando a construir os sonhos

de quem nunca teve oportunidade

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pERSONAGEm

Raí – Viver em outro continente, já é uma grande experiência. Se esta experiência se passa em uma civilização muito mais madura que a nossa, isso se torna ain-da mais enriquecedor. A França é o país dos direitos humanos, sempre foi consi-derado um dos países mais humanistas do mundo, e isso se percebe nas “regras do jogo”, no dia a dia. Diria que esta con-vivência me faz refletir muito mais sobre as conseqüências dos meus atos no meio em que vivo.

neWsLeT – É difícil liderar ações so-ciais e convencer empresas a investir?

Raí – A consciência de uma responsa-bilidade social mais ampla por parte do meio empresarial vem crescendo. Os argumentos que uso sempre tem haver com engajamento. Tento atrair aquelas empresas que já são sensí-veis à participação. Outro artifício é tentar criar eventos que agreguem e motivem os parceiros, como o torneio Gol de Letra.

neWsLeT – Como nasceu a Funda-ção Gol de Letra e o que é para você o significado do termo Responsabili-dade Social?

Raí – A Fundação Gol de Letra nasceu de uma amizade, uma identificação de crenças e de acreditar piamente que só seremos um país mais justo com uma educação pública de quali-dade, integral, e de oportunidades de-centes a todos. Queremos provar que um grande centro comunitário, cultu-ral/educativo/esportivo, que leva em consideração a família, instituições e a cultura da região, pode revolucionar uma comunidade. Mas também que os resultados sirvam de referencia a outras iniciativas, privadas e públicas. Sobre Responsabilidade Social para mim é exatamente uma sociedade que trabalha pelo bem estar coletivo de todos.

neWsLeT – E que ideia é essa de reunir empresas com jogadores fa-mosos de futebol em um torneio com final no Maracanã?

Raí – O Torneio Gol de Letra acontece anualmente em São Paulo e no Rio de Janeiro e é o maior evento de captação de recursos para a Fundação. A inscri-ção é feita mediante doação para a Gol de Letra e, além de contribuir para os nossos programas educacionais, a empresa participante terá uma oportu-nidade única de proporcionar aos seus funcionários momentos de integração e a possibilidade de jogar ao lado de personalidades do esporte e da mídia no estádio do Maracanã. É uma ferra-

menta fantástica de integração para o público interno das empresas e evento de relacionamento com outras com-panhias. A edição carioca será de 28 a 30 novembro. A primeira fase acon-tece no Centro de Futebol Zico (CFZ), e nós fornecemos toda a estrutura, como uniformes, refeições e etc. Já a fase final, na segunda-feira à noite, é jogada no Maracanã pelas empre-sas finalistas, as mais disciplinadas e uma seleção com o melhor jogador de cada time. Além de recursos financei-ros, o Torneio nos dá visibilidade, por meio da cobertura feita pela imprensa, e credibilidade, já que sempre temos empresas sérias como participantes, além da presença de personalidades como Zico, Roberto dinamite, Bebeto, Chico Buarque, entre outros.

neWsLeT – Há muitos atletas e ex-atletas que investem e se envolvem em projetos de responsabilidade so-cial. Isso é uma coincidência ou há um motivo específico para tal dire-cionamento?

Raí – Acho que isso é uma tendência. As pessoas públicas têm grande in-fluência na sociedade e não querem desperdiçar isso. desejam colocar este poder a serviço de suas convic-ções nesta área.

neWsLeT – No último 17 de julho foram comemorados 15 anos do Te-tracampeonato do Brasil conquista-do nos EUA em 1994. Quais são suas lembranças mais fortes e significati-vas que você tem deste dia e o que realmente representou em sua vida?

Raí – Este dia representou a quebra de um jejum de títulos da seleção em Co-pas do Mundo de 24 anos; o que para um país onde o futebol tem a impor-tância que tem, é muita coisa. Tenho a lembrança viva de um grupo de profis-sionais com os quais tenho muito or-gulho de ter feito parte e da sensação prazerosa do “dever” cumprido.

“Queremos provar que um grande centro

cultural/educativo/esportivo pode

revolucionar uma comunidade”

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as 10 mais DA INDúSTRIA bRASILEIRA

com o intuito de fornecer aos estudantes, trabalha-dores, empresas, institui-ções de ensino e gover-

nos um referencial estratégico para futuros investimentos em Educação e Formação Profissional o Sistema FiR-JAN elaborou em 2007 e divulga agora pelo site www.portalempresarial.com.br ou em www.firjan.org.br a pesquisa Perspectivas Estruturais do Mercado de Trabalho na indústria Brasileira – 2015 que realizou em parceria com o SEBRAE-RJ e supervisão técnica da Fundação Getulio Vargas (FGV).

NEWSLET publica aqui apenas um micro-resumo da pesquisa desta-cando as 10 profissões que até 2015 serão mais demandadas na indústria brasileira. A pesquisa foi elaborada junto a 416 empresas do segmento

industrial, que empregavam 495.940 trabalhadores.

Para realizar o estudo, os pesqui-sadores contataram, em cada em-presa, um diretor/gerente da área de Recursos Humanos e um diretor/gerente da Área Operacional. um dos itens mais importantes foi a identifica-ção das áreas com os maiores índices de perspectivas profissionais para os próximos anos, dentre as quais po-demos destacar o setor de petróleo, petroquímica, meio ambiente, cons-trução civil e engenharia.

A pesquisa também mediu as ex-pectativas dos gestores em relação ao nível de formação exigido para obtenção de emprego nas funções consideradas. Foram colocadas para escolha as seguintes opções: mestra-do/doutorado; pós-graduação; curso

superior; curso técnico; ensino mé-dio; ensino fundamental; sem exigên-cia de escolaridade. O gráfico abaixo apresenta a distribuição de níveis de instrução para as profissões analisa-das.

Os resultados mostram, por exem-plo, que no âmbito das ciências, cultura e artes a pós-graduação já é considerada preponderante para a contração em 20% das carreiras anali-sadas.No contexto dos trabalhadores da produção a pesquisa da FiRJAN faz um alerta contundente: existe for-te tendência de limitação do acesso a carreiras dessa natureza para aque-les que não tenham curso técnico ou mesmo superior – pré-requisito para 91% das carreiras analisadas. Esse dado reforça a tese de que mudanças tecnológicas transformam o perfil do trabalho operário. Acesse www.porta-lempresarial.com.br e leia a pesquisa e análise integral dos dados.

pRofissão Ìndice1º Engenheiro de Petróleo 0,832º Engenheiro Ambiental 0,75

3ºTécnicos em produção, conservação e de qualidade de alimentos

0,73

4º Ajudantes de obras civis 0,725º Analistas de Sistemas Computacionais (Ti) 0,70

6ºTrabalhadores da fabricação de cerâmica estrutural p/ construção

0,70

7ºTécnicos de produção de indústrias químicas, petroquímicas, refino de petróleo, gás e afins

0,69

8º Técnicos em fabricação de produtos plásticos e de borracha 0,679º Técnico Florestal 0,67

10º Técnicos em Manipulação Farmacêutica 0,67

Veja quais são as 10 profissões na indústria que mais irão demandar até 2015:

Distribuição dos níveis de instrução/formação profisional preponderantes - Profissões específicas

pESquISA DE mERCADO

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EDuCAÇÃO

mesmo profissionais que lêem e se comunicam bem em inglês, porque fizeram um curso básico

ou tiveram alguma vivência no exte-rior, sentem falta de um suporte mais específico para se saírem melhor em ambientes corporativos. Falta fluên-cia, vocabulário ou compreensão de situações de negócio. Ruídos gerados por falhas neste tipo de comunicação podem ser obstáculos ao crescimento profissional.

“Em nossos cursos customizados fazemos simulações da realidade que aprimoram todas as habilidades lingü-ísticas (fala, escrita, compreensão oral) necessárias a uma boa relação com executivos do exterior; e vamos além, ao conscientizamos os alunos a acerca de peculiaridades culturais envolvidas na comunicação com diferentes paí-ses”, destaca Patricia Martins, Super-visora Acadêmica do iBEu Corporate, área do iBEu (www.ibeu.org.br) criada para dar respostas a esta crescente de-manda.

Os cursos são montados para aten-der as necessidades de cada cliente. Profissionais do iBEu Corporate vão até a empresa, entrevistam os gesto-

res, realizam (se necessário) provas de nivelamento e fazem um diagnósti-co completo. Estas ações permitem a definição de conteúdo, carga horária e duração dos cursos. Os gestores in-formam os objetivos de cada área, gru-pos de pessoas ou profissionais, bem como a disponibilidade de cada um. As aulas podem ser na empresa solicitante ou em uma das 16 unidades do iBEu. “Não há pacotes prontos, atendemos a uma pessoa ou a um grupo com flexibi-lidade total”, informa Sandra Mara Ma-zzoni, Gerente do iBEu Corporate.

Os programas podem durar uma se-mana, outros podem levar alguns me-ses. A ideia é dar o suporte exato para que os alunos saibam, por exemplo, como se comunicar bem por e-mail, ela-borar apresentações, fechar negócios ou mesmo responder aos mais comple-xos desafios colocados a um líder que precisa se reportar a unidades de sua organização no exterior. Petróleo & Gás Comércio Exterior e Turismo são, por exemplo, alguns segmentos que já tive-ram cursos montados às suas feições.

Único curso do Rio de Janeiro reco-nhecido pela Embaixada Americana no Brasil como “Outstanding Brazilian – American Binational Center”, o iBEu in-

veste na melhoria contínua também de seus programas customizados ao ouvir as críticas e sugestões dos alunos em questionários distribuídos a cada um deles. “Temos contato permanente com o RH”, confirma ainda Sandra Mazzoni. A área docente também é constante-mente atualizada. Além de possuírem certificado de proficiência da universi-dade de Michigan ou da universidade de Cambridge, os professores do iBEu também são enviados para cursos es-pecíficos no exterior.

de olho no futuro, o iBEu Corpora-te promete para 2010 cursos on line e também os semipresenciais para aten-der aos profissionais que precisam da ferramenta, mas não têm tempo para se deslocar.

é pRé-REquISITO pARA SALTO GLObAL

INGLêS CORpORATIVO

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Da esquerda para a direita Sandra Mara Mazzoni, Patricia Martins e Regina Fendt

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Foto: Alexandre Peconick

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