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15-11-2012
Revista de Imprensa15-11-2012
1. (PT) - Jornal de Notícias, 15/11/2012, Hospitais negoceiam melhores preços que Ministério 1
2. (PT) - Diário do Minho, 15/11/2012, Hospital de Braga atende 1300 doentes com DPOC 2
3. (PT) - Correio do Minho, 15/11/2012, Cerveira: dia do não fumador com rastreios 4
4. (PT) - Correio do Minho, 15/11/2012, Deixar de fumar é o melhor remédio 5
5. (PT) - Diário do Minho, 15/11/2012, Viana rastreia doenças pulmonares 6
6. (PT) - Correio do Minho, 15/11/2012, Capital Europeia da Cultura leva música ao hospital 7
7. (PT) - Primeiro de Janeiro, 15/11/2012, Festa da Década 8
8. (PT) - Diário de Notícias, 15/11/2012, Crise coloca em risco bons resultados na saúde 9
9. (PT) - i, 15/11/2012, Medicamentos. Orientações da tutela causaram prejuízos de 300 mil euros 10
10. (PT) - Jornal de Negócios, 15/11/2012, Central de compras da saúde só poupa um terço do previsto 11
11. (PT) - Destak - Destak Porto, 15/11/2012, Alerta para prevenção e diagnóstico do cancro 13
12. (PT) - Jornal de Notícias, 15/11/2012, Há falhas no controlo dos tratamentos para o VIH/sida 15
13. (PT) - Diário de Notícias, 15/11/2012, "Novo concurso reduz mais preço/hora pago a médicos" 16
14. (PT) - i, 15/11/2012, Estratégias de desdobramento em Saúde 17
15. (PT) - Diário Económico, 15/11/2012, Como mudar o Estado 18
16. (PT) - Jornal de Notícias, 15/11/2012, Agilizar combate às smartshops 20
17. (PT) - Página 1, 14/11/2012, Portugal aposta em trazer doentes estrangeiros 21
18. (PT) - Página 1, 14/11/2012, Portugal já tem um milhão de diabéticos 22
19. (PT) - Correio da Manhã, 15/11/2012, Confirmadas 669 pessoas com dengue 23
20. (PT) - Correio do Minho, 15/11/2012, Estudo revela que maioria dos bebés prematuros com muito baixopeso ficam sem sequelas graves
24
21. (PT) - Destak, 15/11/2012, Menos mães adolescentes 25
22. (PT) - Público, 15/11/2012, Há uma mutação genética rara que triplica o risco de vir a ter Alzheimer 27
23. (PT) - Sábado, 15/11/2012, Plásticas contra a trissomia 21 28
24. (PT) - Jornal de Notícias, 15/11/2012, Inspecção arrasa gestão de Ana Manso e sustenta demissão 29
25. (PT) - Jornal de Notícias, 15/11/2012, PS quer mais seis meses de subsídio de desemprego 32
26. (PT) - Destak, 15/11/2012, PSP recorre a bastões 33
27. (PT) - Público, 15/11/2012, CGTP tentou uma greve de propostas mas recebeu um dia de protestos 34
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Serviço de Pneumologia realizou, ontem, 200 rastreios
Hospital de Braga atende1300 doentes com DPOC
CARLA ESTEVES
Duas centenas de pes-soas participaram, duran-te o dia de ontem, num rastreio da DPOC (Do-ença Pulmonar Obstruti-va Crónica), organizado pelo Serviço de Pneumo-logia do Hospital de Braga, no âmbito do Dia Mundial da DPOC. O hospital bra-carense atende, por ano, 1300 utentes com DPOC, dos quais 400 apresentam formas graves ou muito avançadas da doença.
O rastreio foi essencial-mente dirigido aos fuma-dores com mais de 40 anos de idade, que possam ter sinais de alerta ou não, além dos não fumadores que apresentem sintomas da doença.
Segundo o diretor do ser-viço de Pneumologia do Hospital de Braga, trata-se de uma doença que «evolui silenciosamente ao longo dos anos, pois a carga ta-bágica tem efeitos cumu-lativos e ao fim de 10/20 anos começam a aparecer os sintomas».
«Tosse com ou sem es-
Duas centenas de pessoas realizaram, ontem, o rastreio da DPOC
AVELINO LIMA
petoração, dispneia, falta de ar, cansaço mais fácil que as pessoas da mesma idade, são sinais de aler-ta», avançou, sublinhando que «os mais vulneráveis
são os ex-fumadores e to-dos os que tiveram con-tacto com tabaco, quer sejam fumadores ativos ou passivos, mas há ou-tras situações que podem
também contribuir para somar aos efeitos do ta-baco, ou agir de forma isolada»
O destaque vai para a po-luição ambiental “indoor”,
relacionada com consumí-veis como carvão, petróleo e lenha, situações que en-volvem produtos químicos, ou aerossóis, profissões nas áreas da metalurgia e
fundição, entre outras.A doença afeta cerca
de 14 por cento da po-pulação portuguesa, sen-do que nas suas formas mais graves, há doentes que se encontram depen-dentes de oxigénio e de uma terceira pessoa 24 horas por dia.
Cursos para médicos de família
Uma vez que o diagnósti-co da DPOC implica a rea-lização de uma “espirome-tria”, que permite despistar doenças com sintomas se-melhantes, o hospital vai realizar cursos que permi-tam aos médicos de família realizar estes exames nos Centros de Saúde.
«O nosso objetivo é es-tratificar a gravidade dos problemas e os doentes que devem ser encami-nhados para uma consul-ta da especialidade», re-feriu o especialista, su-blinhando que «os cur-sos terão lugar nos dias 21 de novembro e 5 de dezembro, no âmbito do mês da DPOC».
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BRAGA PÁGINA 8
Serviçode Pneumologiado Hospital de Bragaatende por ano1300 doentes
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Cerveira: dia do não fumadorcom rastreiosO Dia Mundial do Não Fumador,este domingo, é também o Diada Doença Obstrutiva Crónica ea Câmara Municipal de Cerveira,com o apoio da Clipóvoa orga-nizou uma sessão de rastreiosdesta doença, em que partici-pará o pneumologista Rui Nê-veda. Esta é uma das iniciativasdo evento ‘Saúde na Comuni-dade’, que terá lugar no Largodo Terreiro. São três tendas, noLargo do Terreiro, que estarãopreparadas para receber todasas pessoas que quiserem sabermais sobre riscos a que estãoexpostas, conhecer hábitos devida mais saudáveis e realizarrastreios.
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BRAGA
> DPOC “evolui silenciosamente” afirmou o director do serviço de Pneumologia.
BREVESDIA MUNDIAL DA DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÓNICA
> libânia pereira
O rastreio da Doença PulmonarObstrutiva Crónica (DPOC), or-ganizado pelo serviço de Pneu-mologia, que se realizou ontemno Hospital de Braga, foi umsucesso, uma vez que contoucom uma adesão de cerca de 200pessoas.
Nem a greve que se realizou nodia de ontem impediu queafluência ao hospital fosse boa eassim se fizesse cumprir o objec-tivo deste rastreio: a sensibiliza-ção das pessoas, para que fi-quem atentas a uma doença comelevada prevalência, e que afectacerca de “14 por cento dos por-tugueses”.
Todos os anos por esta altura secelebra esta doença, que o direc-tor do serviço de Pneumologiado Hospital de Braga, João Cu-nha, classifica como “uma doen-ça preocupante e que evolui si-lenciosamente durante muitosanos, e só tardiamente dá sin-tomas que obrigam a procurarum médico”.
Uma doença com elevadoscustos sociais, e que no serviçode Pneumologia do Hospital deBraga representa cerca de 40 porcento dos doentes internados.
Espirometria é o nome do exa-
me que permite diagnosticar eestratificar a gravidade da doen-ça, e que foi oferecido no dia deontem no Hospital de Braga.Neste rastreio espirométrico par-ticiparam maioritariamente indi-víduos com mais de 40 anos, jáque é a partir desta idade quesurge uma maior probabilidadede se contrair a doença, princi-palmente quando se trata de umindivíduo com hábitos tabági-cos.
Dispneia, pieira, tosse e expec-toração estão entre os sintomasda DPOC.
Já o melhor método de preven-ção consiste em deixar de fumar.“A melhor forma para prevenir aDPOC é não fumar, e sendo fu-mador o melhor é deixar de fu-mar”, garantiu o director do ser-viço de Pneumologia. “De factohá medicamentos que vão aliviarsintomas, mas a verdade é que setrata uma doença crónica quedepois de instalada vai perma-necer ao longo da vida e vai evo-luir mais rapidamente se a pes-soa continuar a fumar, se conti-nuar a frequentar espaços ondese fume muito, ou se continuarexposta, por exemplo, a polu-entes ambientais”, acrescentou.
Embora a DPOC também atin-ja os não fumadores, a verdade é
que o número de fumadores acti-vos afectados pela doença émuito superior. Portanto, “umfumador passivo tem um riscomenor que um fumador activo, ea diferença é bastante significati-va, daí nós dizermos que deixarde fumar é a melhor atitude paraevitar o declínio mais rápido dafunção respiratória, evitar oaparecimento da doença ou pro-mover a melhoria da funçãoquando já tem a DPOC”, frisouJoão Cunha.
Assim, um estilo de vida sau-dável apresenta-se como a me-lhor solução para retardar a evo-lução desta doença crónica.
No âmbito do projecto ‘O mêsda DPOC’, o Hospital de Bragavai organizar para os médicos demedicina geral e familiar doiscursos em datas diferentes, umno dia 21 de Novembro e outrono dia 5 de Dezembro. Nestecursos, que se irão realizar emhorário pós-laboral, “iremos en-sinar a realizar espirometrias pa-ra que depois esses médicos aspossam realizar no seu local detrabalho, nos centros de saúde, eassim disponham de uma armapara fazer o diagnóstico e a es-tratificação da DPOC”, acres-centou o director do serviço dePneumologia.
D.R.
Rastreio da DPOC realizou-se, ontem, no Hospital de Braga
Deixar de fumar é o melhor remédioO rastreio espirométrico, organizado, ontem, pelo serviço de Pneu-mologia do Hospital de Braga, no âmbito do Dia Mundial da DPOC,foi um sucesso, dado a elevada adesão por parte da população.
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A Escola Superior de Saúde do Instituto Poli-técnico de Viana do Cas-telo (ESS-IPVC), o Colégio de Reabilitação da Ordem dos Enfermeiros e a As-sociação Portuguesa dos Enfermeiros de Reabilita-ção promoveram um ras-treio da Doença Pulmo-nar Obstrutiva Crónica (DPOC) na cidade de Via-na do Castelo.
No Dia Mundial do Doente com DPOC, três instituições promoveram uma parceria para reali-zar um rastreio na cida-de vianense.
Salete Soares, da ESS do IPVC, notou que o ob-jetivo desta iniciativa é
fazer o «diagnóstico pre-coce». «Muitas vezes os doentes quando são diag-nosticados, a doença já está em estado avançado. Com esta iniciativa preten-demos sensibilizar as pes-soas para a doença. Ao fa-zer o rastreio temos uma parte de aconselhamento e encaminhamento para os serviços de saúde caso seja detetada a doença», expli-cou Salete Soares.
Muitos foram aqueles que, ao passar pela Rua da Bandeira, viram o stand e quiseram realizar o ras-treio. Segundo a organi-zação, o rastreio destina-se a pessoas com mais de 40 anos ou que, com me-
Viana “rastreia” doenças pulmonares
nos idade, façam parte de grupos de risco, nomea-damente fumadores, pes-soas que trabalhem com poluentes e com infeções respiratória frequentes. «O tabaco é considerado um fator de maior risco para
esta doença», referiu Sa-lete Soares.
A DPOC não tem cura, mas tratamento, havendo «uma série de atitudes terapêuticas que podem ser implementadas para melhorar a qualidade de
vida». «Aí os enfermeiros de reabilitação têm mui-tos recursos para ajudar as pessoas a viver com quali-dade dentro deste proces-so de doença crónica», sa-lientou Salete Soares.
Redação/Lúcia Soares Pereira
Vianenses atentos às doenças pulmonares
JORNAL ALTO MINHO
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Corte: 1 de 1ID: 44750206 15-11-2012CAPITAL EUROPEIA DA CULTURALEVA MÚSICA AO HOSPITALGuimarães 2012 promove, entre as10.30 e as 11.30 horas, um workshopde música para 12 crianças internadasno serviço de pediatria da unidade. Assessões ‘Hospital Play’ estão integra-das no projecto GuimarãesPlay, que temcomo finalidade a intervenção musicalespontânea, surpreendendo as pessoascom música fora dos locais habituais.
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Operação Nariz Vermelho assinala 10 anos com festa solidária no Porto. A IPSS Operação Nariz Vermelho (ONV), que visita semanalmente os serviços pediátricos de doze hos-
pitais do País, está a celebrar uma década de existência em Portugal em que os Doutores Palhaços receitam e levam alegria às crianças hospitalizadas. Esta efeméride vai ser celebrada com uma festa de agradecimento e de angariação de fundos na cidade do Porto.
A “Festa da Década” vai ter lugar na quinta-feira, dia 15 de Novembro, entre as 18h30 e as 21h30, na sala Porto do Hotel Porto Palácio, situado na Avenida da Boavista, n.º 1269. A “alimentar” a festa em jeito de happy hour vão estar nove restaurantes (Al Forno da Baixa, Cafeína, Champanharia da Baixa, Côrte Real, Patuá, Salsa & Loureiro, Shis, The Yeatman e Traça) e sete produtores de vinho do Douro e Porto (Douro Boys, Marka, Quinta do Ameal, Real Companhia Velha, Symington´s, Taylor´s e Vales de Ambrães). A entrada tem um valor mínimo de � 20,00, que reverte na totalidade para a ONV. É solicitada a inscrição prévia feita através do preenchimento de um formulário online ou dos contactos de telefone 21 198 19 64 e de e-mail [email protected].
Está prometida muita animação pelas mãos dos Doutores Palhaços e a atuação do Trio Improvável, um grupo em franca ascensão composto por António Lobo Xavier, João Nuno Kendall e Nicole Azevedo. Durante o evento serão ainda homenageadas pessoas cujo contributo e trabalho foram essenciais para levar mais sor-risos às crianças hospitalizadas.
“Festa da Década”
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Âmbito: Informação Geral
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Destak Porto Tiragem: 135000
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la prevenção e diagnóstico precoce destes e de outros ti-pos de cancro».
Esta manhã, entre as 009h00 e as 13h00, o Auditó-rio Principal do IPO-Porto re-cebe cerca de 150 estudantes de escolas do Grande Porto, entre o 9º e o 12º anos, numa acção promovida pelos enfer-meiros do Ambulatório desta unidade hospitalar portuense.
Aumento das DST preocupa «Certificar os ‘Jovens como Promotores de Saúde’ é o compromisso que o IPO-Por-to assume com escolas e en-carregados de educação a fim de promover um futuro mais saudável», acrescenta a nota de imprensa, sublinhando que «o aumento de Doenças Se-xualmente Transmissíveis (DST) preocupa os profissio-nais de saúde».
A prevenção do cancro da mama, dos ovários e do pulmão (via tabagismo) serão outros dos temas em destaque nesta iniciativa, com a pre-sença de profissionais de saú-de de diversas especialidades.
A iniciativa inclui ainda a presença de nutricionistas
do IPO, que irão alertar os 150 estudantes para a importância de uma alimentação suadável na prevenção de doenças. Pre-sente estará também uma psi-cóloga que ajudará os jovens, através de conselhos, a lidarem com situações e receios ineren-tes à adolescência, nomeada-mente sobre relações sexuais.
Segundo os dados mais recentes, em Portugal,
uma em cada cinco mulheres, entre os 18 e os 64 anos, tem infecção por Papiloma Vírus Humano, sendo o cancro do testículo o mais frequente em jovens entre os 20 e os 39 anos.
Face a estes números, um grupo de profissionais de saú-de do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto leva hoje a cabo a iniciativa «Jo-vens como Promotores de Saúde».
Segundo a informação que foi avançada ao Destak, atra-vés de comunicado, a iniciati-va tem como «objectivo sensi-bilizar os mais novos para a importância da adopção de um estilo de vida saudável, pe-
INICIATIVA IPO-Porto recebe hoje 150 estudantes, do 9.º ao 12.º anos de escolaridade
Alerta para prevenção e diagnóstico do cancro
Alimentação não pode ser esquecida
Papiloma Vírus Humano e cancro do testículo em foco. Jovens considerados promotores de saúde.
RAQUEL MADUREIRA [email protected]
123RF
Diagnóstico precoce e prevenção podem ajudar a salvar vidas
Tema das drogas legais e seus efeitos também estará hoje em discussão no IPO
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Destak Porto Tiragem: 135000
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IPO do Porto alerta os jovens para a prevenção e diagnóstico do cancro
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Corte: 1 de 2ID: 44747349 15-11-2012
Com um ano e meio de atraso,foi lançada a discussão sobre a re-forma do Estado. Julgo que o me-morando da ‘troika’ devia ter sidoacompanhado dessa reflexão (e deum programa de relançamento daeconomia mais ambicioso).
O que deve ser discutido é omodelo de sociedade que preten-demos. Não é possível conciliar o
actual modelo com saldos orçamentais positivos ecom a participação na zona euro. Pelo que temostrês hipóteses: mudar de modelo, abandonar oEuro ou continuar em “morte lenta” à espera deum milagre. Apesar de católico, não creio que te-nhamos um milagre à nossa espera. Por outrolado, a saída do Euro é um desastre económico,social e político. É regredir 30 anos. É matar a mi-nha geração, a anterior, e as seguintes.
Desta forma, temos de centrar o Estado de novonas funções de soberania e nas funções de regula-ção. É aqui que tem de começar o processo de mu-dança. Um Estado de excelência nestas áreas, cominstituições fortes, mas controladas por um siste-ma judicial isento, transparente e célere. Adicio-nalmente, compete ao Estado a função de redistri-buição. Esse é o pilar fundamental: garantir quenenhum português deixa de ter acesso aos servi-ços públicos por insuficiência económica.
Tudo o resto, serviços sociais (educação e saú-de), ou o investimento público podem ser realiza-
dos pelo público ou pelo privado. Para o utente éirrelevante quem o faz. O que interessa é a quali-dade e o custo do serviço.
Contudo, no processo de redução do Estado, econsequente redução de custos, há um aspectoque ainda não vi abordado. Como se realiza esteprocesso?
Creio que existem aspectos que têm de ser pro-fundamente pensados e acautelados. Em primeirolugar as instituições públicas que prestam servi-ços devem ter as mesmas condições de competi-ção das congéneres privadas. O que implica sepa-rar a função de redistribuição da prestação deserviços.
Em segundo lugar, importa aferir de forma ri-gorosa o custo actual dos serviços públicos. Semessa avaliação não será possível negociar eficaz-mente com o privado. Veja-se o péssimo exemplode muitas PPP.
Em terceiro, importa reforçar a capacidade deanálise e negociação por parte do sector público.Parece-me que esta capacidade se encontra for-temente reduzida.
Por último, este processo não termina no mo-mento da concessão ao privado. O Estado vai as-sinar contratos que terão impacto por muitosanos e que têm de ser monitorizados. Senão cor-remos o risco do volume e qualidade do serviçocair ao fim de algum tempo. Ou ainda pior, o queagora sai mais barato, vem a mostrar-se mais carono futuro. Mais uma vez o exemplo das PPP.
Se estes aspectos não forem acautelados, cor-remos o risco de assistir a uma “canibalização” dosector público. Com uma factura pesada a serpaga daqui a alguns anos. Convinha não multipli-car os erros do passado por 10. ■
Como mudaro Estado
JoaquimMirandaSarmentoEconomista
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Joaquim Miranda SarmentoComo mudar o EstadoTemos de centrar o Estado de novonas funções de soberania e nas funçõesde regulação. É aqui que tem de começaro processo de mudança. ➥ P39
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Paulo Macedo
Portugal aposta em trazer doentes estrangeiros
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, confi rma que o Governo tem um plano para captar doentes estrangeiros.Vários ministérios estão nesta altura a trabalhar para identifi car os merca-dos mais promissores. Defende-se também a exportação de conhecimento e recursos humanos, a começar pelos países lusófonos.A ideia, para captar doentes estrangeiros, segundo o ministro da Saúde, passa por aproveitar o crescimento do sector privado e criar novos centros de excelência no Serviço Nacional de Saúde.“Em primeiro lugar, desenvolver as respostas no país, afi rmando-se Por-tugal como um destino de excelência para o tratamento de determinadas patologias com uma oferta transversal decorrente de desenvolvimentos de parcerias entre vários elementos da cadeia de valor, agregando prestado-res de serviço, indústria, universidades, público, privado e área social. Em segundo lugar, desenvolver as respostas do país, afi rmando-se igualmen-te Portugal como um emissor de serviços para o exterior e para a CPLP, contrariando em algumas áreas o fl uxo histórico existente e potenciando noutras áreas oportunidades que se perspectivam”, disse.Paulo Macedo fez estas declarações, ontem, numa conferência em Lisboa sobre a nova medicina e os desafi os económicos.
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Dia Mundial da Diabetes
Portugal já tem um milhão de diabéticos
Rosário Silva »
Portugal tem um milhão de diabéticos e, a manter-se o actual estilo de vida sedentário, esse número vai che-gar, em 2020, a 1,5 milhões. No Dia Mundial da Diabetes, os especialistas vaticinam o agravamento do problema da obesidade, que vai au-mentar em consequência das carências económicas que afectam muitas famílias portuguesas. A medicina familiar tornou-se mais efi caz e há tam-bém mais informação, mas, na verdade, o número de diabéticos em Portugal tem tendência para aumentar. O médico Francisco Azevedo, director dos Serviços de Medicina Interna de Hospital de Évora, dá voz às projecções: “Pensamos ter, em Portugal, neste mo-mento, um milhão de diabéticos, dos quais 5,2% não estão diagnosticados. Temos outros doentes que são pré-diabéticos e que podem evoluir para diabetes. No
contexto actual, do estilo de vida, prevê-se que a pre-valência, em 2020, seja de um milhão e meio”.Outra dado sublinhado nestas declarações do especia-lista à Renascença é o de que a prevalência da doença chega aos 20%, na faixa etária de obesos com mais de 65 anos. Francisco Azevedo antevê que a crise vai agravar o pro-blema, porque, ao contrário do que poderá pensar-se numa análise mais ligeira, a obesidade tende a aumen-tar em tempo de difi culdades.“As pessoas, agora, vão comer produtos mais baratos e os produtos mais baratos são os mais calóricos. As gorduras, os hidratos de carbono, os farináceos pode-rão vir a constituir alguma base, sobretudo, para as pessoas com maior carência”, explica o especialista, em declarações à Renascença, neste Dia Mundial da Diabetes.
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> redacção/lusa
Noventa e quatro por cento dos bebés pre-maturos nascidos com muito baixo peso“não ficam com sequelas graves”, sendo aparalisia o problema mais comum dosrestantes seis por cento, revela um estudodo (CHAA).
O estudo abrangeu os 265 bebés pre-maturos com muito baixo peso tratadosnaquele centro hospitalar entre 2002 e2008. Segundo o estudo, 11 bebés fi-caram com paralisia cerebral, um comcegueira e outro com surdez.
“Os restantes ficaram sem sequelas gra-ves, podendo apresentar problemas demenor gravidade, que, no entanto, lhespermitem fazer uma vida perfeitamentenormal”, disse à Lusa o responsável peloServiço de Pediatria Neonatologia doCHAA.
José Luís Fonseca sublinhou que os pre-maturos são “crianças muito especiais”,que precisam de estimulação precoce, deapoio de fisioterapia, oftalmologia, ras-treios auditivos e mesmo de apoio psi-cológico aos pais.
Nesse sentido, o CHAA acompanha osprematuros de muito baixo peso em con-
sulta externa, até aos sete anos de idadeda criança.
Consulta multidisciplinarNos primeiros dois anos, o prematuro é
visto de três em três meses, sendo que apartir dessa idade a consulta passa aanual.
A consulta é multidisciplinar, tendo co-mo centro o neonatologista, mas envol-vendo também psicólogos, pediatras, as-sistentes sociais, cirurgiões, entre outrosprofissionais de saúde.
“Somos das poucas unidades do paísque assegura este acompanhamento atéaos sete anos”, garantiu José Luís Fonse-ca. Disse ainda que o Serviço de Neona-tologia do CHAA permite que as mãesdos prematuros possam ficar 24 horascom os filhos, com um espaço para elasdescansarem e pernoitarem.
São considerados prematuros commuito baixo peso os bebés que nascemcom menos de 1.500 gramas.
Quem nascer com menos de um quilo éconsiderado prematuro com extremobaixo peso.
A 19 de Novembro assinala-se o DiaMundial da Prematuridade.
CENTRO HOSPITALAR DO ALTO AVE
Estudo revela que maioria dosbebés prematuros com muito baixopeso ficam sem sequelas graves
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to diferente da média mundial (210 mortes por 100 mil nasci-mentos), que reflecte a falta de condições nos países po-bres e em desenvolvimento.
Portugal continua a dar cartas na saúde mater-
no-infantil, de acordo com um relatório ontem divulgado pe-las Nações Unidas. Entre 2010 e 2015, estima-se que morram em Portugal cinco crianças até aos cinco anos por cada mil nascimentos, quando a média dos países desenvolvidos é de 7,7 por cada mil nascimentos.
Também no que toca à mortalidade entre as mães o nosso país está bem classifica-do em relação à generalidade das nações desenvolvidas, com oito óbitos por cada mil
partos. Ainda assim, Portugal acaba por não ficar tão bem colocado na Europa, com 16 países à sua frente – de qual-quer modo, uma realidade mui-
Em cada mil grávidas portuguesas, 16 têm entre 15 e 19 anos de idade
SOCIEDADE Número de casos em Portugal abaixo da média de países desenvolvidos
Menos mães adolescentesTaxa de fertilidade é das mais baixas, tal como o índice de mortalidade das mães e dos recém-nascidos.
123RF
JOÃO MONIZ [email protected]
Poucas mães adolescentes À semelhança da mortalidade materna, também na gravidez entre adolescentes Portugal está melhor do que o exigível para um país desenvolvido, mas aquém do alcançado por um estado europeu. Com 16 grávidas em cada mil com idades entre os 15 e os 19 anos, no período compreendido entre 1991 e 2010, Portugal fi-ca abaixo do índice 23%0 dos povos desenvolvidos, mas aci-ma do verificado em 19 países da União Europeia.
Índice em que ficamos cla-ramente aquém da generali-dade das outras nações é na fertilidade. Se a nível mundial cada mulher tem, em média, 5 filhos, nos países desenvol-vidos o índice de fertilidade cai para 1,7, ainda assim bastan-te acima do indicado para Portugal: 1,3. Um valor que não deve aumentar até 2015 e que só bate a Bósnia: 1,1.
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Corte: 2 de 2ID: 44747450 15-11-2012 ACTUALIDADE PÁGINA 05
Menos mães adolescentes e menos mortalidade dos recém-nascidos em Portugal
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Há uma mutação genética rara que triplica o risco de vir a ter Alzheimer
Nos dias que correm, a notícia de um
gene associado à doença de Alzhei-
mer não parece nada de extraordi-
nário. Ao longo das últimas décadas
têm existido múltiplas histórias que
associam genes ou mutações a esta
doença. É o resultado de um inves-
timento no estudo das ainda desco-
nhecidas causas exactas desta pato-
logia e também uma consequência
dos avanços da tecnologia. Porém,
desta vez é diferente e a descoberta
merece destaque: afi nal, identifi cou-
se uma mutação genética que, apesar
de ser muito rara na população, tri-
plica o risco de desenvolver a doença
de Alzheimer. Um dado que pode ser
precioso para novas terapias.
“Esta é uma variante muito rara na
população e, por isso, as pessoas não
têm de fi car preocupadas com o facto
de possuírem ou não a variante. Mas
esta descoberta permite-nos colocar
mais uma peça no puzzle da biolo-
gia da doença de Alzheimer”, diz ao
PÚBLICO Rita Guerreiro, principal
autora do estudo desenvolvido no
Instituto de Neurologia do University
College de Londres (UCL).
O trabalho, que também envolveu
como principal autor o investigador
português José Miguel Brás e resulta
de uma extensa colaboração interna-
cional, foi publicado ontem na revis-
ta New England Journal of Medicine. A
equipa de cientistas analisou dados
de mais de 25 mil pessoas e conse-
guiu encontrar uma associação entre
uma rara variação (presente em ape-
nas 0,3% da população) de um gene
chamado TREM2 — que desempenha
uma função no sistema imunitário,
na limpeza de detritos nas células do
cérebro e nos processos infl amató-
rios — e um maior risco de vir a ter a
doença de Alzheimer.
De acordo com o comunicado da
Alzheimer’s Research UK — a prin-
cipal organização britânica dedica-
da à prevenção e tratamento desta
demência —, estaremos perante a
mais infl uente descoberta genética
relacionada com a Alzheimer dos úl-
timos 20 anos. Mas ainda estamos
longe de saber as causas exactas da
doença de Alzheimer, caracterizada
por perda de memória, desorienta-
ção, depressão e deterioração das
funções corporais.
tam e também a sua frequência na
população.
Neste caso, a variação R47H no
gene TREM2 é rara. Mas, quando
existe, representa um risco três ve-
zes maior de desenvolver Alzheimer.
Como é que se chegou à identifi cação
desta mutação? Os cientistas do UCL
sequenciaram os genes de 1092 pes-
soas com Alzheimer e de um grupo
de controlo de 1107 pessoas saudáveis
e foi nesta análise que encontraram
uma presença mais marcada desta
mutação no grupo dos doentes. A
mutação aparecia em 2% dos doentes
com Alzheimer e em apenas 0,5% do
grupo saudável. Os resultados foram
confi rmados recorrendo ao estudo
de dados genéticos de um total de
6775 doentes de Alzheimer e 16.242
pessoas sem a doença.
“Usámos diferentes metodologias
e replicámos os resultados em duas
séries independentes de doentes e
controlos. Biologicamente, este é um
gene muito interessante e que no fu-
turo pode eventualmente permitir o
desenvolvimento de novas terapias”,
explica Rita Guerreiro.
Recordando os avanços dos últi-
mos anos — e especifi camente a asso-
ciação feita ainda na década de 1990
entre variantes de três genes (APP,
PSEN1 e PSEN2) e a manifestação
precoce de Alzheimer —, a investiga-
dora refere que desde há duas déca-
das “não se encontrava uma variante
com um risco signifi cativo para o de-
senvolvimento da doença”.
A equipa do UCL fez ainda uma
confi rmação dos resultados recor-
rendo a animais. “As experiências
com ratinhos foram desenvolvidas
de forma a confi rmarmos que exis-
tia realmente uma alteração deste
gene na doença de Alzheimer. Foram
usados ratinhos que são modelos da
doença e estes, quando comparados
com ratinhos de controlo, mostra-
ram que a expressão [actividade] do
gene se encontrava alterada”, conta
Rita Guerreiro.
Na sua versão normal e sem muta-
ção, o gene TREM2 controla a prote-
ína que está envolvida na regulação
da resposta do sistema imunitário
a um ferimento ou a uma doença,
funcionando com um interruptor on/
off para determinadas células (cha-
madas micróglia) do nosso cérebro.
Quando a actividade deste gene se
altera numa variante chamada R47H,
há uma perda parcial desta função.
O caminho da ciência percorrido
até agora permite-nos apenas perce-
ber que ela resulta de uma complexa
teia de factores genéticos e ambien-
tais. Nos últimos anos, as avançadas
tecnologias que permitem “ler” os
genes de uma pessoa com uma ra-
pidez impressionante conseguiram
desvendar vários genes com um pa-
pel no desenvolvimento da doença,
quer seja simplesmente por existi-
rem no ADN de alguém ou porque
têm uma variação (mutação). Todos
são importantes, mas alguns pode-
rão ser mais ou menos relevantes se
analisarmos o risco que represen-
Rita Guerreiro e José Miguel Brás, ambos com 32 anos
Descoberta de equipa liderada por cientistas portugueses aponta para um papel importante da resposta do sistema imunitário no desenvolvimento desta demência, que leva à perda de memória
NeurociênciasAndrea Cunha Freitas
Para a Alzheimer’s Research UK, a principal organização britânica dedicada à prevenção e tratamento desta demência, estaremos perante a mais infl uente descoberta genética relacionada com a doença de Alzheimer dos últimos 20 anos
O que sabemos sobre os genes da doença
Fonte: Alzheimer’s Research UK/PÚBLICO
Causas da doença de Alzheimer
Risco da doença de Alzheimer
Frequência na população Muito comumMuito rara
Alto
Médio
Baixo
PSEN1, PSEN2 e APPMutações bastante raras nestes três genes causam uma forma de Alzheimer que é precoce (antes dos 65 anos) e ocorre em famílias
MS4A, CR1, PICALM, BIN1, CLU, CD2AP, CD33, EPHA1, ABCA7 Em 2009 e 2011, descobriram-se nove mutações em genes associados ao risco de Alzheimer. Metade da população poderá tê-las, mas o efeito de cada uma no risco é pequeno. Enquanto algumas das mutações reduzem ligeiramente o risco da doença, outras tornam a pessoa 1,2 vezes mais susceptivel de a ter
TREM2Cerca de 0,3% das pessoas têm uma mutação no gene TREM2 que as torna três vezes mais susceptíveis à Alzheimer. Herdada de um dos pais, esta mutação (a R47H) foi agora descoberta por uma equipa no Reino Unido, que tem dois cientistas portugueses como autores principais
APOE4Cerca de uma em quatro pessoas tem só uma cópia (herdada de um dos pais) da mutação APOE4. O risco da doença é três vezes mais nos portadores
APOE4Cerca de 2% da população tem duas cópias (uma herdada do pai e outra da mãe) da mutação genética APOE4, no gene APOE, o que aumenta em oito vezes o risco de Alzheimer. Esta mutação pode originar danos nos vasos sanguíneos, com efeitos no cérebro
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JOSÉ SENA GOULÃO/EPA
manifestantes e surgiram vá-rios focos de incêndio provoca-dos por grupos de jovens com a cara tapada. Mais tarde, pelas 19h30, já no Cais do Sodré, a PSP fez uma segunda carga, onde agentes à paisana identificaram 15 jovens.
CGTP fala em 90% de adesão No que respeita à própria gre-ve, também houve pequenos
Após uma hora e meia de arremesso contínuo
de pedras da calçada contra os polícias que estavam frente ao Parlamento e de rebentamen-to de petardos, entre outras provocações, a PSP pediu às centenas de pessoas que esta-vam na manifestação da CGTP para começarem a dispersar. Perante a permanência dos mesmos e dos ataques às forças de segurança, o corpo de inter-venção recorreu aos bastões para repor a ordem.
Num balanço provisório, a PSP informou ter detido 7 pes-soas por crime de desobediên-cia, que hoje serão presentes a tribunal, registando-se 48 feri-dos: 21 elementos da PSP e 27 manifestantes. Após os inciden-tes em S. Bento e nas ruas ad-jacentes, a PSP teve de fazer disparos para dispersar mais
GREVE Arremesso de pedras e rebentamento de petardos motiva dispersão forçada em S. Bento
CGTP garante que greve geral teve adesão próxima dos 90% e que atingiu todos os objectivos. Manifestação na AR terminou mal.
PATRÍCIA SUSANO FERREIRA [email protected]
90% CGTP acredita que adesão à greve se aproximou dos 90%
e anunciou uma nova data para protesto: 27 de Novembro.
Passos elogia quem trabalha Já o primeiro-ministro escusou--se a entrar em ‘guerras de nú-meros’, alegando que os sindi-catos alteram sempre as esta-tísticas. Preferiu, antes, elogiar os trabalhadores que «se esfor-çam para vencer as dificulda-des» e que foram trabalhar.
Greve transversal a todos os sectores e áreas
TRANSPORTES PARALISADOS Este foi um dos sectores mais afectados pela greve geral de ontem. Na capital, o metropoli-tano não abriu, a adesão foi ele-vada tanto na CP como na Car-ris e na Transtejo foram assegu-rados os serviços mínimos e algumas ligações reforçadas. No Porto, os sindicatos falam numa adesão de 100% na STCP e os portos de Sines, Douro e Lei-xões funcionaram em pleno ao contrário do porto de Faro. AEROPORTOS A MEIO GÁS Até às 12h30, tinham sido can-celados 111 voos nos aeroportos
de Lisboa, Porto e Faro e o ae-roporto da Madeira esteve inoperacional por insuficiência de meios de socorro. LIXO NAS RUAS Lisboa amanheceu ontem pra-ticamente sem recolha de lixo – dos 121 carros, apenas saíram dois –, assim como Coimbra, Sintra, Setúbal, Amadora, Seixal e Barcelos tiveram 100% de adesão. Já no Porto, Fama-licão e Póvoa de Varzim a adesão dos trabalhadores da recolha de lixo ficou-se pelos 50%.
114 ESCOLAS ENCERRADAS De acordo com a FENFROF, um total de 114 escolas estiveram ontem fechadas, 41 só no dis-trito do Porto. Em Coimbra, os universitários fecharam a porta principal com um cadeado como forma de protesto. CONSULADOS FECHADOS Um total de 40 embaixadas e consulados de Portugal não funcionaram, sobretudo nas principais capitais europeias: Londres, Madrid, Paris, Gene-bra, Roma e Bruxelas. De frisar que entre 76 e 80% dos funcio-nários consulares paralisaram.
SERVIÇOS PÚBLICOS Na Administração Local a ade-são chegou aos 85%, segundo o sindicato destes trabalhadores, e na área judicial ficou-se pelos 75%, havendo dois juízes cíveis do Porto que encerraram por-tas devido à paralisação de 100% dos trabalhadores. Juntas de freguesia como a de Leça da Palmeira e da Campanhã tam-bém estiveram encerradas, a par de 80 balcões da CGD e monumentos como o Padrão dos Descobrimentos, Casa Fernando Pessoa e Castelo de S. Jorge, na cidade de Lisboa.
SAÚDE MENOS AFECTADA No S. João do Porto a greve não foi sentida e no Hospital de San-to António a adesão foi inferior ao habitual: 42% dos enfermei-ros e 15% dos médicos. Já na Estefânia, em Lisboa, houve apenas serviços mínimos, sendo a adesão de 100%. PRIVADO NÃO ESCAPOU Além do sector público, a cons-trução civil no Porto teve 50 a 80% de adesão à greve e algu-mas empresas como a Central de Cervejas também registaram um elevado número de traba-lhadores que paralisaram.
MIGUEL A. LOPES/ LUSA
PAULO NOVAIS/LUSA
PAULO NOVAIS/LUSA
PSP recorre a bastões
FRANCISCO MANUEL
TIAGO HENRIQUES COSTA
A mesma posição foi par- tilhada pelo Presidente da Re-públçica que, apesar de respei-tar o direito à greve, optou por trabalhar e contribuir para um futuro com mais emprego e crescimento.
Em relação aos incidentes frente ao Parlamento, Passos Coelho não se pronunciou até à hora de fecho de edição, justifi-cando não ter visto as imagens.
incidentes um pouco por todo o País. Em Lisboa, a PSP dete-ve um grevista por agressão a um polícia e no Sado a circu-lação na linha de comboios teve de ser interrompida por vandalismo.
Mesmo assim, e apesar dos incidentes, o líder da CGTP garante que esta foi uma das maiores greves de sempre, com uma adesão próxima dos 90%,
«Respeitando o exercí-cio do direito à greve, assinalo a coragem de todos aqueles que trabalham» PASSOS COELHO PRIMEIRO-MINISTRO
85% Percentagem da adesão à greve na Administração Local
«O direito à greve dos trabalhadores deve ser respeitado. Apesar da greve não deixei de trabalhar» CAVACO SILVA PRESIDENTE DA REPÚBLICA
114 Estabelecimentos de ensino fecharam portas, 41 só no Porto
«Esta é uma das maio-res greves gerais de sempre [...] os traba-lhadores estão a com-bater a resignação» ARMÉNIO CARLOS SECRETÁRIO-GERAL DA CGTP
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GREVE GERAL
CGTP tentou uma greve de propostas mas recebeu um dia de protestos
Quando chegou à cabeça da
manifestação que seguia
para São Bento, já na Rua
do Carmo, Arménio Carlos
desfraldou a faixa com que
a comissão executiva da
CGTP fez todo o percurso. Do slogan
estava ausente a palavra “não”.
Apenas se lia: “Por um Portugal
com futuro/ Contra a exploração e
o empobrecimento.”
A estratégia da CGTP para esta
greve estava defi nida há muito. E o
secretário-geral, Arménio Carlos,
não se cansou de repetir a mensa-
gem, desde logo no primeiro balan-
ço feito à hora de almoço na sede da
intersindical. “Esta não foi só uma
greve geral de protesto, foi uma
greve de propostas”, anunciava o
sindicalista.
Mas a rua acabaria por contrariar
a CGTP. Quando os sindicalistas re-
gressaram ao palácio da Rua Vítor
Cordon, no Chiado, aquilo a que se
assistiu em frente ao Parlamento foi
uma violenta e azeda acção de pro-
testo contra o Governo pelos que ali
se deixaram fi car. E que se vinha já
adivinhando desde que a manifes-
tação saíra do Rossio (ver página 4).
Perante os incidentes, o líder da In-
tersindical pouco mais pôde fazer
do que demarcar-se. “Lamentamos
profundamente aquilo que se está
a passar”, repetiu por mais de uma
vez Arménio Carlos aos jornalistas
que lhe solicitavam uma reacção aos
distúrbios.
Não era a marca que a CGTP pre-
tendia deixar com a paralisação. A
estratégia da “greve de propostas”
fora repetida à exaustão por Arménio
Carlos. Ao longo do dia (no primeiro
balanço, no discurso em frente à As-
sembleia e no último balanço) insistiu
nas duas propostas que apresentou
como novas iniciativas sindicais.
A primeira era o manifesto a apre-
sentar oportunamente “para justifi -
car o princípio da necessidade de de-
fender as funções sociais do Estado”.
A segunda era o estudo sobre as “ma-
térias inconstitucionais” que a CGTP
acredita existirem no Orçamento do
Estado para 2013. O documento será
entregue ao Presidente da República
em audiência já solicitada. Combater
o Governo, portanto, no terreno do
“caminho” a seguir pelo país.
A isto juntaria a medida do suces-
so da “jornada de luta”, recorrendo
à encriptada expressão “uma das
maiores greves gerais de sempre re-
alizadas em Portugal”. E que levou
mesmo Arménio Carlos a tomar
balanço para exigir a queda do Go-
verno. Referindo-se à passagem do
primeiro-ministro por uma fábrica
cercado por um batalhão de segu-
ranças, defi niu-o como “uma pessoa
com medo dos portugueses”. Mas
que não necessitaria de ter medo,
caso fosse capaz de “reconhecer os
seus erros, pedir desculpa”, e, tendo
dignidade, “abandonar o cargo para
dar lugar a outro” após eleições.
Horas antes, o primeiro-ministro
optara por “assinalar a coragem de
todos aqueles que trabalham no dia
de hoje e dos que, não tendo tra-
balho, fazem por ter trabalho. Pre-
tendia assim “elogiar todos aqueles
que, gostem ou não do Governo,
ajudam a acrescentar valor ao país”.
Por seu turno, a resposta do Pre-
sidente da República, Cavaco Silva,
à greve foi dizer que não a fez. “Da
minha parte não deixei de trabalhar,
reunindo com o senhor Presidente
da República da Colômbia e fazendo
o possível para com o fortalecimento
das relações entre os dois países con-
tribuir para que, no futuro, o cresci-
mento do produto seja mais elevado
e que o desemprego seja menor do
que aquilo que o INE hoje anunciou”,
disse Cavaco em Belém.
Um país a meio gásA adesão à greve fez-se sentir sobre-
tudo, e como já é hábito, nos serviços
públicos e no sector dos transportes.
A maioria dos sindicalistas garantiu
ter havido uma mobilização superior
à registada no passado, que foi sen-
do confi rmada ao longo do dia e um
pouco por todo o país. O secretário-
geral da Federação Nacional dos
Professores (Fenprof ) foi um dos
que mais vincaram este adensar da
contestação. Mário Nogueira disse
Paralisação fez-se sentir sobretudo no sector público, com o encerramento de escolas e de serviços de saúde. Centenas de comboios foram suprimidos e mais de 200 voos cancelados. Apesar da desmarcação de Arménio Carlos, o dia terminou com confrontos entre polícia e manifestantes junto ao Parlamento
Nuno Sá Lourenço e Raquel Almeida Correia 240
Entre Lisboa e Porto terão encerrado mais de 240 escolas, de acordo com os sindicatos
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mesmo que, na educação, a adesão
“duplica ou triplica os números” da
paralisação de Março.
A listagem divulgada a meio do dia
pelo Sindicato dos Professores da
Grande Lisboa dava conta do encer-
ramento de mais de 200 escolas. No
Porto, apontava-se para 41. Também
na saúde houve registo de serviços
que não abriram, como aconteceu no
Hospital dos Covões, em Coimbra.
A generalidade dos tribunais só
funcionou com serviços mínimos,
tendo-se verifi cado uma adesão en-
tre os 70 e os 80%, de acordo com o
Sindicato dos Ofi ciais de Justiça. A
sessão do julgamento do processo
Face Oculta, que estava agendada
para ontem, foi adiada.
Nos transportes, a circulação de
comboios foi fortemente afectada.
Até às 18h, tinham sido realizadas
apenas 73 ligações, quando a CP efec-
tua 1085 num dia normal. Os servi-
ços mínimos que estavam defi nidos
e que obrigavam à circulação de 145
comboios durante o dia não foram
cumpridos. Em Lisboa, o metro es-
teve fechado todo o dia e, no Porto, a
STCP não conseguiu assegurar auto-
carros. Um dos veículos da empresa
chegou a ser atingido por um tiro.
Os aeroportos nacionais viveram
um dia atípico, fruto do cancelamen-
to em massa dos voos que estavam
programados. Até às 19h, a ANA,
gestora da infra-estrutura aero-
portuária, registava 213 supressões
de voos, mas o número deverá ter
aumentado ainda mais nas últimas
horas do dia. Já nos portos, Lisboa,
Setúbal, Aveiro e Figueira da Foz
registaram adesões de 100% à gre-
ve, de acordo com o Sindicato dos
Estivadores. Sines, Douro e Leixões
operaram regularmente.
No comércio a mobilização terá
sido bastante mais fraca, como tem
acontecido sempre em dias de greve.
No sector da banca, o Sindicato dos
Bancários do Sul e Ilhas apontou para
uma adesão de 20%, mas referiu que,
no universo do grupo CGD, cerca de
100 balcões foram encerrados.
Governo no “isolamento”Para o sociólogo Elísio Estanque,
estudioso da classe média, é inegá-
MIGUEL MANSOSegundo Arménio Carlos, a greve de ontem foi “uma das maiores greves gerais de sempre realizadas em Portugal”
vel que “houve uma adesão bastan-
te grande” à greve de ontem. “Em
Lisboa, vi um ambiente de grande
adesão, de grande mobilização. Isto
é sinónimo do clima de frustração
que afecta a população neste mo-
mento.” Além disso, “muitas das
pessoas que não aderiram à greve,
mostram simpatia e compreensão,
o que é revelador”, diz.
O facto de se tratar de um movi-
mento transnacional, já que os pro-
testos se repercutiram por cerca de
uma dezena de países europeus,
“pode ser um ponto de viragem”,
acredita o sociólogo. “É por essa via
que me parece que esta mobilização
é reveladora do descontentamento
da sociedade civil”, acrescenta.
Em relação ao impacto da greve
para o Governo, Estanque diz que
o executivo “está hoje muito mais
pressionado do que estava há qua-
tro meses”, porque “as contradições
que tem vindo a revelar são denun-
ciadoras da sua fragilidade”. Para o
sociólogo, “o Governo caminha para
um isolamento cada vez maior”.
O politólogo António Costa Pinto
E os números?
Governo voltou a não dar dados da adesão
Tal como na greve geral de 22 de Março, o Governo manteve a decisão de deixar os sindicatos
a falarem sozinhos e não divulgou as adesões nos diferentes serviços públicos. A opção por não entrar nas “guerras de números”, como o próprio primeiro-ministro disse ontem, contrariou a política do anterior executivo, que fazia as contagens para tentar acabar com as crónicas disparidades. Já nas empresas do Estado, às quais o executivo tinha pedido para não cederem informações, o cenário foi diferente. Mas mesmo as empresas que cederam dados não deram o nível das adesões. E, por isso, há apenas os números dos sindicatos, que, em muitos casos, apontam para mobilizações na ordem dos 100%. O Governo argumenta que só consegue dados com rigor na altura do processamento dos vencimentos.
Agreve parou o que é
possível parar numa
sociedade fustigada
pela crise económica e
que, por via das novas
leis laborais, tem uma
relação de forças diferente
entre as empresas e o mundo do
trabalho. A paralisação foi patente
nos transportes e função pública,
e marcou núcleos industriais, mas
foi esporádica no comércio que,
em Lisboa, só fechou portas na
Baixa à passagem da manifestação
entre o Rossio e a Assembleia da
República.
Mas é reconhecível que o grau
de adesão superou o da greve de
22 de Março. Em Lisboa havia
mais fl uidez no trânsito e uma
sensação indefi nida do calendário:
não era feriado ou fi m-de-semana,
mas também não era uma normal
jornada de trabalho. Os aerobus
forneceram de turistas o centro
da cidade, o metro parou e alguns
amarelos da Carris circularam. Os
táxis não andavam no lufa-lufa de
outros tempos grevistas.
A greve, que também foi
de protesto europeu, levou
à presença insólita nas ruas
lisboetas de uma bandeira
da Espanha Republicana,
de uma tricolor italiana e de
jovens de outras latitudes da
União Europeia. Juntaram-se
aos sindicalistas de sempre, a
estudantes de cá, a reformados
indignados e a estivadores em
cólera anunciada.
O Governo pode alegar que
nada disto é novo. Mas não deve
esquecer que a mobilização
conseguida não é só fruto da
tenacidade da CGTP. Ontem, os
dados do INE revelaram que o
PIB caiu 3,4%. E na véspera do
protesto, o Banco de Portugal fez
uma previsão de uma recessão
para o ano de 1,6 pontos – o que
não faz do governador, Carlos
Costa, um sindicalista.
O BdP e a CGTP
AnáliseNuno Ribeiro
destacou também o facto de a gre-
ve poder ter criado um novo ciclo,
muito pela mão dos diferentes mo-
vimentos da sociedade civil que se
juntaram aos protestos. “O impor-
tante é saber se vai abrir uma dinâ-
mica no sentido de envolver cada
vez mais pessoas e se essas pessoas
vão estar mais mobilizadas no fu-
turo para contestar a austeridade
ou não”, diz.
É que, para o analista político, po-
de ter havido desta vez um ponto de
viragem na força de uma greve, que
não se mede tanto pela adesão, mas
mais pela heterogeneidade dos que
nela participam.
“Em termos de impactos na de-
cisão de um governo, não há re-
sultados imediatos, mas enquanto
em paralisações anteriores havia
uma maior clivagem entre os por-
tugueses mais à esquerda e os que
estão mais à direita, que tendiam
a demarcar-se destes movimentos,
agora há uma participação mais ge-
neralizada, por força de uma con-
juntura que é igual para todos.” com André Jesus
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GREVE GERAL
Odia 14 de Novembro era
de greve geral, convocada
pela CGTP, mas não será só
por esse motivo que será
recordado. Assim que a
central sindical deu por
terminado o protesto, as bandeiras
vermelhas desapareceram do largo
em frente à Assembleia da República
(AR). Tal como em manifestações
anteriores mantiveram-se, naquela
zona, os movimentos Plataforma
15 de Outubro (15O), Sem Emprego
(MSE), 12 de Março (M12M), Que
Se Lixe a Troika, Cidadãos Pela
Dignidade. Juntaram-se ainda um
grupo de cerca de 50 estivadores, à
volta de 300 estudantes do ensino
superior e alguns maquinistas da
CP. Havia ainda um grupo de cerca
de 50 jovens anarquistas e também
muitos cidadãos anónimos.
Os manifestantes gritavam pala-
vras de ordem, como “sai da toca,
Coelho! Sai da toca!”, mas, mais
tarde, o primeiro-ministro, Pas-
sos Passos Coelho, garantiu não
ter ouvido os protestos. À falta de
políticos à vista, o alvo do protesto
passou a ser o corpo de intervenção
que estava na linha da frente da es-
cadaria do Parlamento. Os primei-
ros objectos a serem arremessados
contra a polícia foram garrafas de
vidro, mas cedo alguns manifes-
tantes montaram uma autêntica
linha de montagem: enquanto uns,
agachados, retiravam as pedras da
calçada, outros pegavam nestas e
arremessavam-nas violentamente
contra os escudos da PSP. Nem to-
dos atiraram pedras, e houve até
discussões entre manifestantes que
apelavam a outros para agirem de
forma pacífi ca, gritando “isso não
leva a nada!”.
A primeira pedra?Não é fácil saber quem abriu as hos-
tilidades entre os manifestantes e
as forças policiais, mas ao longo de
mais de uma hora de arremesso de
objectos, sobretudo pedras, tornou-
se mais claro quem os atirava.
Na manifestação de 15 de Outu-
bro, na qual se registaram actos de
violência junto à residência ofi cial
do primeiro-ministro, José Pacheco
Pereira disse ao PÚBLICO que estes
incidentes estão por norma associa-
dos a “grupos radicais trotskistas e
anarquistas” que actuam de uma
forma organizada. Facto confi r-
mado pelo PÚBLICO com a Unida-
de Especial de Polícia, que ontem à
noite colocou de prevenção quase
300 agentes para fazerem frente a
“pequenos grupos violentos” que
poderiam “cultivar a violência pela
cidade” durante a madrugada.
Ainda que alguns estivessem de
cara tapada e outros de mãos nos
bolsos, o PÚBLICO pode afi rmar que
alguns estivadores participaram na
investida. Durante o dia, todos ves-
tiram camisolas brancas, mas mais
O arremesso de pedras durante mais de uma hora levou à carga policial contra os manifestantes
MIGUEL MANSO
Fabíola Maciel e João Dias
Por uma hora, “profi ssionais da desordem” foram protagonistas no dia da CGTPA mais violenta manifestação contra a austeridade terminou junto ao Parlamento com pelo menos sete detidos por desobediência às autoridades e 48 feridos, dos quais 21 são polícias
tarde cobriram-nas de forma a não
serem identifi cados. Também sem
o rosto descoberto, alguns jovens
com símbolos anarquistas participa-
ram de forma activa e ininterrupta
na chuva de pedras atiradas contra
a polícia.
O que os manifestantes não sa-
biam era que o protesto estava per-
to do fi m. Nesta altura, cerca de 20
pessoas passaram da manifestação
para o topo da escadaria. As rou-
pas à civil deram lugar a coletes
da polícia e gorros negros. Fonte
policial fez saber ao PÚBLICO que
estes eram polícias infi ltrados que,
decorando as caras dos manifestan-
tes mais violentos enquanto estive-
ram junto destes, passaram a ter a
missão de os deter.
Mais tarde, questionado sobre
esta estratégia, o ministro da Ad-
ministração Interna, Miguel Mace-
do, negou a existência de polícias
infi ltrados a incitar à violência e
disse-se ofendido com a pergunta.
E retratou os que, ontem, causaram
distúrbios, como “profi ssionais da
desordem”.
O rebentamento de um petardo,
mesmo em cima de um escudo da
polícia, desencadeou a carga poli-
cial, por volta das 18h, que estava já
a ser ponderada pelas autoridades,
conforme avançou o comissário Jai-
ro Campos. “Não havia outra hipóte-
se perante extrema violência.”
Em menos de cinco minutos,
os polícias avançaram, sem olhar
a meios, para esvaziar o largo em
frente à Assembleia. Apanhados
desprevenidos, muitos cidadãos
tiveram de fugir de um cenário de
violência com que não contavam e
pelo qual nada fi zeram. Entre estes,
esteve um homem de 70 anos que
foi derrubado e agredido durante
cerca de dois minutos por membros
da polícia.
Com o largo já deserto, os protes-
tos deslocaram-se para as zonas à
volta. Ao longo dos quase 800 me-
tros da Avenida Dom Carlos I, alguns
manifestantes bloquearam a estrada
com cinco barreiras de contentores
do lixo, que estavam cheios por não
ter havido recolha na véspera.
“Eu nem sabia do protesto!”À medida que a Avenida Dom Car-
los I era esvaziada, a polícia entrou
no largo Vitorino Nemésio, que dá
lugar a um jardim. Quando a maior
parte dos polícias chegou ao local,
percebeu que havia um colega dei-
tado no chão, sem se mexer. Nessa
altura, João Pires, um sem-abrigo,
que estava sentado num banco, foi
surpreendido por “cinco ou seis
polícias” que lhe gritaram “foste
tu, nós sabemos que foste tu!” e
que o agrediram. Mais tarde, João
Pires disse ao PÚBLICO que “nem
sabia que havia protesto hoje, não
tenho nada a ver com isto, eu estava
aqui nesta zona a arrumar uns car-
ros para ganhar uns trocos, depois
sentei-me para fumar um cigarro,
mais nada”.
Durante horas os polícias de intervençãopercorreram as ruas de Lisboa em busca dos manifestantes mais violentos, sob o olhar de um helicóptero
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GREVE GERAL
24h de um país em protesto
CGTPO dia mais longoA CGTP começou, ao final de tarde de terça-feira, uma ronda por diversas empresas e serviços em greve. Com poucas horas de interrupção, Arménio Carlos, acompanhado por vários membros da intersindical, visitou piquetes de greve em vários locais (Metro de Lisboa, CP Lisboa, Hospital Dona Estefânia e do Liceu Gil Vicente). Os piquetes, com os habituais coletes vermelhos, tentavam impedir a entrada nos locais de trabalho de quem não quis aderir à greve. Desde muito cedo, Arménio Carlos afirmou que esta era “uma das maiores greves gerais que já houve em Portugal”. O líder sindical repetiu, ao longo do dia, que era necessário pôr fim à “subserviência” face à troika, que não iriam baixar os braços na luta pelos direitos do povo e que a greve é um “investimento” pelo qual os trabalhadores devem lutar, de modo a recuperar a sua “dignidade”. Na Rua do Carmo, em Lisboa, quando se juntou à manifestação da central sindical, segurou uma faixa que dizia “Por um Portugal com Futuro”. Gritando slogans como “O povo unido jamais será vencido” e “Com força aqui estamos, pela luta é que lá vamos”, os manifestantes dirigiam-se para São Bento, onde o secretário-geral da CGTP fez um último discurso. André de Jesus
UGTAdesão tímida no FunchalApesar de a UGT não ter aderido à greve, cerca de metade dos seus sindicatos acabou por fazer aquilo que os sindicalistas chamam de “unidade na acção”. Mas mesmo estes só organizaram manifestações nas regiões autónomas, e mesmo assim tímidas. Apenas três dezenas de delegados sindicais estiveram
presentes na concentração convocada pela UGT na Madeira. A iniciativa apoiada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), afecto à UGT, coincidiu com a greve geral convocada pela CGTP-IN. Mas, adverte o dirigente daquelas duas organizações, Ricardo Freitas, tem objectivos distintos. “Advogamos uma grande unidade para repudiar as políticas de austeridade, mas não estamos a pedir a queda do governo nem para romper com os nossos credores”. A concentração no Largo do Carmo, no centro do Funchal, teve também por objectivo alertar os trabalhadores para “as nefastas consequências das políticas recessivas seguidas pelos governos da República e da Região”, disse Ricardo Freitas ao PÚBLICO. O líder regional da UGT prevê que em breve a taxa de desemprega atinja os 20% na Madeira. Tolentino de Nóbrega
PiquetesAlguns incidentesHouve muitos piquetes visíveis, sobretudo nos transportes. Logo às 8h da manhã já havia notícia de problemas. A GNR foi chamada à estação de comboios de Pampilhosa do Botão, Mealhada, para resolver incidentes entre o piquete e colegas que não estavam de greve e queriam trabalhar. Segundo a Antena 1, a GNR falou em “tentativa de agressão” de um elemento do piquete que “tentou puxar da arma” de um militar da GNR enquanto outro grevista o tentava agredir; mas a União dos Sindicatos de Coimbra acusou as forças de segurança de “extrema violência” e disse que admite apresentar uma queixa. Pouco depois, no Porto, novo incidente: a polícia foi chamada para demover um piquete que impedia os serviços mínimos dos transportes colectivos. Segundo um porta-voz oficial, 10 dos 14 serviços
mínimos previstos para a cidade foram suprimidas por actuação dos piquetes. Margarida Gomes e Romana Borja-Santos
Transportes Um país imobilizadoComo é tradição, a paralisação foi muito forte no sector dos transportes. De acordo a CGTP, muitas empresas tiveram uma mobilização de 100%, como a REFER e a CP. Na Transdev, rodoviárias da Beira Litoral e do Tejo, a adesão foi de 90%. O mais baixo foi a Carris, com 70%, segundo a CGTP. Em vez das 1000 ligações de comboio que há por dia no país, houve ontem pouco mais de 70. Em Lisboa, o metro esteve fechado todo o dia e, no Porto, a STCP não conseguiu assegurar autocarros. Houve muitos voos cancelados — mais de 200. No Alentejo, a paralisação foi de 80% — a excepção foi a Rodoviária do Alentejo, que não aderiu. Edígio Fernandes explicou que os seus trabalhadores “foram pressionados pela empresa” a não aderirem à greve.
No balanço a meio do dia, o secretário-geral da CGTP fez questão de “responsabilizar directamente” o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, pelas “pressões e intimidações” feitas aos trabalhadores dos transportes. Arménio Carlos denunciou o envio de “brigadas do corpo de intervenção para junto das empresas de transportes” depois de lembrar que o que estava em causa não era a ordem pública mas um conflito laboral. “Um conflito laboral exige que a polícia não se meta onde não é chamada”, afirmou depois de acusar Macedo de colocar a polícia “ao serviço dos patrões e dos empregadores”.
Nos portos de Lisboa, Setúbal, Aveiro e Figueira da Foz a adesão à greve foi de 100%, segundo o Sindicato dos Estivadores.
Sines, Douro e Leixões operaram regularmente. O primeiro-ministro disse que o Governo estará pronto para estabelecer serviços mínimos para o trabalho nos portos, caso não haja acordo entre os sindicatos e operadores. Em Mafra, Pedro Passos Coelho disse julgar até que trabalhadores e operadores dos portos tivessem chegado já a acordo. Em resposta, Vítor Dias dise que “tudo isto é muito estranho”. Isto porque, diz, o acordo para os serviços mínimos que tinha sido conseguido a 26 de Outubro fora denunciado na terça-feira pelos operadores dos portos sem ter sido “apresentada nenhuma proposta” aos sindicatos. “E, hoje, o primeiro-ministro terá afirmado que até já havia acordo”, questionou Vítor Dias, “com o povo na rua, sem que estivessem a haver negociações?”. “Não consigo entender”, concluiu o sindicalista, sublinhando que o Governo ainda não se mostrou disponível para negociar directamente com os trabalhadores dos portos. No Parlamento, o ministro dos Negócios Estrangeiros Paulo Portas disse que “há algum egoísmo nestas greves porque prejudicam o país. Não estamos a falar de classes — do ponto de vista do salário — entre as mais desfavorecidas”. Nuno Sá Lourenço, Félix Ribeiro e Samuel Silva, Raquel Almeida Correia e Carlos Dias
EstudantesProtesto marcado para NovembroO grupo intitulado “Estudantes pela greve geral” percorreu durante a manhã de ontem várias faculdades de Lisboa, num apelo a que se unissem à manifestação da CGTP com o mote: “Se o governo fecha para uns, nós fechamos para todos.” À tarde, três centenas de estudantes do ensino superior marcharam até
à Assembleia da República com as palavras-de-ordem: “Tenho o sonho de ser feliz em Portugal” e “Basta de estudar à rasca”. A frequentar o segundo ano de Medicina, na Universidade de Lisboa, Rita Baião saiu à rua para dar uma mensagem ao ministro da Educação: “As crianças hoje em dia não têm que saber ler nem escrever. O governo quer boas estatísticas, mas isso não é ensino e para isso não vale a pena estudar.” Os estudantes do ensino superior têm marcado um protesto para 22 de Novembro. Fabíola Maciel
Manifestações Todos juntos por algumas horasVários elementos do movimento “Que se lixe a troika!” começaram a distribuir logo de manhã cartazes a apelar à greve geral. O mote foi: “Façam greve: é por nós e por vocês”. Às 11h, entre o Saldanha e o Campo Pequeno, em Lisboa, um grupo de 10 pessoas entraram, de megafone em punho, em várias lojas, e em particular em bancos, a gritar palavras de ordem. Pelas ruas, iam pedindo a quem passava para irem à manifestação da CGTP marcada para a tarde, no Rossio. Segundo Nuno Ramos de Almeida, jornalista e um dos activistas do movimento “Que se lixe a troika!”, “esta não é uma forma de luta fácil, porque as pessoas perdem um dia de trabalho. Ainda assim, é muito importante dar um sinal forte de descontentamento porque, se ficamos quietos, o governo faz o que lhe apetece”.No Porto, em todas as capitais de distrito houve concentrações e manifestações organizadas pela CGTP. Na cidade do Porto, por entre frases feitas, cartazes e palavras de ordem, foi o grito “Gatunos! Gatunos!” que mais ecoou pelas ruas da Baixa. A manifestação teve forte adesão popular, onde se destacava a participação de muita gente que
Foram raros os comboios, os autocarros e os aviões. Mais de 200 escolas estiveram fechadas. Muitos médicos trabalharam, mas muitos enfermeiros fizeram greve. Em algumas cidades, foi o dia ideal para ir a uma loja do cidadão, noutras as portas estiveram fechadas. A CGTP organizou e mobilizou, mas algumas pessoas andaram pelas ruas a pedirem a quem passava para fazer greve
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não é habitual ver-se neste tipo de encontros. Casais jovens, muitos acompanhados dos bebés ou filhos pequenos, mas também gente de meia-idade, famílias inteiras ou reformados e muitas vezes empunhado apenas a bandeira nacional. Os rostos, no fundo, daqueles a quem a crise atinge com maior violência, por via do desemprego, dos cortes ou da carga fiscal. Representantes de um novo grupo social e ao qual já se convencionou designar como a “ex-classe média”. “Queremos uma nova Constituição baseada nos bons exemplos demonstrados por países como Dinamarca, Suécia e Islândia”, ostentava um dos tímidos participantes de meia-idade, colocado num dos passeios laterais da Praça da Liberdade e evidenciando a pouca habituação a estas andanças. Um outro recorria a uma frase de responsáveis do FMI para alertar que a “A crise é a ganância dos bancos”, enquanto um grupo mais afoito e participativo exibia um grande cartaz com os dizeres “Roubar salário e reforma também é crime” a encimar uma foto antiga com Cavaco Silva, Dias Loureiro e Duarte Lima. Mesmo comandada e orientada pelos organizados grupos de sindicalistas, a manifestação escapou-se-lhe por muitas vezes ao controlo, com gritos e cantilenas que se sobrepunham às politizadas palavras de ordem e alastravam também aos muitos observadores colocados nos passeios ao longo do percurso. José Augusto Moreira e Fabíola Maciel
ServiçosDe norte a sulOs serviços públicos fecharam um pouco por todo o país. Os balcões de atendimento das Finanças e da Caixa Geral de Depósitos da Loja do Cidadão de Setúbal estiveram encerrados toda a manhã. No balcão da Caixa um aviso convidava o utente a deslocar-se à agência de São Sebastião, onde o PÚBLICO verificou que tudo decorria com
normalidade. De resto, parecem ter sido os utentes a fazer “greve” aos serviços, tão pouca era a afluência à Loja e tão pouca era também a azáfama. Logo na abertura, a fila era pequena, mais do que o habitual, mas normal face à greve, garante a gestão da loja. Um dia paradísiaco para pagar contas ou tirar o Cartão de Cidadão. Em Faro, na Loja do Cidadão todos os serviços estiveram encerrados, à excepção do balcão dos registos — predial e comercial. Das mais de 20 funcionários, só trabalharam duas colaboradoras, no mesmo serviço — balcão de registos. Tirar o cartão de cidadão, renovar a cartão de condução ou pagar a água e luz foram ontem tarefas impossíveis.Na saúde, a adesão foi muito diferente entre as diferentes profissões. O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) explicou ao PÚBLICO que não fizeram qualquer recolha de dados visto que não aderiram à greve. “O SIM nunca aderiu a uma greve convocada pela CGTP”, explicou Jorge Roque da Cunha. O médico justificou que a classe não tem um historial de greves e que perante o acordo recentemente assinado entre os sindicatos do sector e o Ministério da Saúde “não faria qualquer sentido” juntarem-se aos protestos de ontem, até porque a maioria das preocupações dos clínicos foram atendidas no documento subscrito. O número de utentes na lista dos médicos de família, o número de horas de trabalho semanal, o tempo dedicado aos serviços de urgência e a remuneração de entrada na carreira foram os principais dossiers que estiveram em cima da mesa numa dura negociação que demorou meses e que ficou marcada por uma greve de médicos considerada histórica. Já os enfermeiros aderiram. Em Viseu, por exemplo, segundo a CGTP, nos hospitais de Tondela, Lamego e Viseu apenas os enfermeiros e auxiliares aderiram à greve. No Hospital de Tondela a adesão foi de 100%. Em Lamego, no turno da noite, a adesão dos
enfermeiros foi total. Em Viseu, a adesão dos enfermeiros e dos auxiliares foi de 80% no turno da noite.A recolha do lixo e a varredura mecânica da autarquia viseense não terá sido realizada uma vez que 100% dos funcionários aderiram à greve.Ontem, a vida parlamentar também foi afectada. No Parlamento, em Lisboa, às 10h30, tornou-se claro que a bancada parlamentar do Bloco de Esquerda estava ausente: enquanto falava o novo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, a bancada parlamentar do BE está vazia. Segundo confirmou ao PÚBLICO fonte do Bloco de Esquerda, os deputados do partido coordenado por João Semedo e Catarina Martins juntaram-se à greve convocada pela CGTP. e no Funchal, na Assembleia Legislativa da Madeira, o grupo parlamentar do PS pediu a suspensão dos trabalhos plenários em solidariedade com a greve geral. O requerimento foi chumbado, com a maioria dos votos contra do PSD e do CDS/PP. A favor votaram o PS, PTP, PCP, MPT, PND e PAN. Segundo a Lusa, o deputado do PSD Trancada Gomes classificou a proposta dos socialistas madeirenses como “lastimável”. Idálio Revez, Ricardo Vilhena, Romana Borja-Santos e Tolentino de Nóbrega
EscolasEnorme adesãoO líder da Fenprof Mário Nogueira disse que, na Educação, a adesão “duplica ou triplica os números” da paralisação de Março. A listagem divulgada a meio do dia pelo Sindicato dos Professores da Grande Lisboa dava conta do encerramento de mais de 200 escolas. No Porto, apontava-se para 41. A dirigente do Sindicato dos Professores do Norte, afecto à Fenprof, Manuela Mendonça, calculou logo a meio da manhã que “a resposta [fosse] superior à da última greve”. Bárbara Wong
Piquetes na estação ferroviária de São Bento, Porto e manifestação da CGTP em Lisboa
RUI GAUDÊNCIO
RUI GAUDÊNCIO
MIGUEL MANSO
FERNANDO VELUDO/NFACTOS
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GREVE GERAL
Slogans em espanhol ,
por tuguês, grego ou
italiano foram lançados
por dezenas de milhares de
manifestantes em protestos
em mais de 20 países. Os
mais signifi cativos foram os ibéricos,
mas houve também algumas horas
de greve na Grécia e em Itália.
Espanha era o local onde se con-
centravam as atenções por causa da
greve geral. À hora do fecho desta
edição, concentravam-se nas ruas
de várias cidades espanholas cente-
nas de milhares de pessoas depois
de um dia de várias acções, tensão
e violência. “Roubam-nos o nosso
futuro. Há culpados. Há soluções”
era o slogan dos protestos.
Dois incidentes ocorreram em
Tarragona: um rapaz de 13 anos foi
atingido à bastonada pela polícia.
Acabou por levar quatro pontos no
hospital, contaram os pais, citado
pelos media espanhóis. Também na
mesma cidade catalã um condutor
acabou por ser detido depois de ter
atropelado um piquete de greve.
A tensão com os piquetes de greve
foi evidente em Madrid, com a po-
lícia a escoltar, de mota e a cavalo,
autocarros que efectuavam serviços
mínimos, e com barreiras de polícia
antimotim a proteger lojas que esta-
vam abertas. Duas teriam alegada-
mente material explosivo. A dada
altura, a polícia disparou mesmo
balas de borracha contra os mani-
festantes, num incidente breve na
madrilena Praça Cibeles — os con-
frontos mais prosseguiam pela noite
no centro da capital. Até às 22h de
ontem registavam-se 142 detidos em
Espanha e 74 feridos, dos quais 43
eram polícias.
Os sindicatos espanhóis estima-
vam que a adesão à greve estava à
FILIPPO MONTEFORTE/AFP
Maria João Guimarães
Centenas de milharesde pessoas nas ruasde Espanha depois de tarde com violência
Greve geral teve adesão na ordem dos 75% segundo os sindicatos espanhóis. Ontem houve protestos antiausteridade em 23 países
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Em Espanha, a tensão foi grande em Madrid, com vários confrontos no centro da cidade
Para garantir a abertura de várias lojas na capital espanhola foi necessária a presença da polícia
Em França, muitos juntaram-se em acções de protesto contra a austeridade que vigora na zona euro
SUSANA VERA/REUTERS
volta dos 76%, um pouco menos do
que na paralisação anterior.
Mais de 600 voos foram cancela-
dos, incluindo 250 em rotas inter-
nacionais.
As televisões públicas estiveram
a negro ou com programas “enlata-
dos”, interrompendo para dar al-
guns dados sobre a greve.
Fábricas paradasOs sindicatos, citados pelo diário El
País, dizem que o protesto fez parar
as grandes fábricas de automóveis
da Nissan, da Opel e da Seat na Ca-
talunha, bem como a da Volkswagen
em Navarra.
No entanto, o jornal El País citava
o consumo de energia eléctrica, “um
bom indicador da adesão a uma gre-
ve”, como menor do que no passado
dia 29 de Março e mesmo do que a
29 de Setembro de 2010.
Os protestos juntavam, no en-
tanto, cada vez mais pessoas à
Áustria também protesta
Contra uma “política ruinosa”, danças gregas
Com a catedral gótica, cartão-postal da cidade, em pano de fundo, também em Viena houve protestos
contra a política de austeridade na União Europeia.
Cerca de 350 pessoas participaram nos protestos na capital da Áustria, ainda que o país seja o que tem o menor desemprego na zona euro (4,4%) e não tenha sentido o impacto da crise financeira. Mas em Viena, ontem, as pessoas empunhavam cartazes em solidariedade com os países em dificuldades: “Somos todos gregos” era o título do
protesto e, descreve o diário britânico The Guardian, muitas das pessoas dançavam sirtaki, a popular dança criada e popularizada pelo filme Zorba, o Grego (1964). Na cidade apontada como a “número um” em qualidade de vida, os cartazes dos manifestantes diziam “não à política ruinosa de austeridade”. Na vizinha Alemanha, foi tudo muito tranquilo: “Até agora, só houve demonstrações simbólicas aqui, porque temos conseguido evitar a crise”, diz Michael Sommer, líder da confederação de sindicatos DGB.
medida que a noite chegava, com
marchas em Madrid e Barcelona e
concentrações na ordem das 12 mil
pessoas em cidades como Vigo. Ha-
via a promessa de uma vigília em
frente ao Parlamento até às 9h da
manhã de hoje. A nível global, cer-
ca de 40 grupos de 23 países esti-
veram envolvidos neste protesto.
A Confederação de Sindicatos de
Comércio da Europa disse que esta
foi a primeira vez que apelou a um
dia de acção com acções simultâne-
as em quatro países. “Semeando a
austeridade, estamos a colher reces-
são, pobreza crescente e ansieda-
de social”, disse a secretária-geral,
Bernadette Segol, numa declaração
divulgada online.
“Em alguns países, a exaspera-
ção das pessoas está a atingir um
pico. Precisamos de soluções ur-
gentes para que a economia volte a
andar, não fi que parada. Os líderes
da Europa não fariam mal em ouvir
a ira das pessoas que estão na rua”,
concluiu.
Na Grécia, houve uma greve de
três horas a partir do meio-dia em
Atenas (10h de Lisboa) – o país teve
já dois dias de greve geral há duas
semanas – e manifestações. Na Praça
Syntagma, em frente ao Parlamento,
um boneco de ar, fragilmente sus-
tentado, representava “um europeu
que se tenta manter, atacado de to-
dos os lados”.
Em Itália, a paralisação foi de qua-
tro horas e fi cou marcada pela vio-
lência. Em Milão e em Turim, houve
confrontos duros entre manifestan-
tes e a polícia.
França, Alemanha e Reino Unido
viram também acções de protesto.
Na Alemanha, Michael Sommer,
líder da confederação de sindica-
tos DGB, pediu aos políticos que
tenham mais em conta as desigual-
dades sociais enquanto tentam sair
da crise.
118pessoas detidas em Espanha, de acordo com o El País, que acrescentava ainda 74 feridos, dos quais 43 eram polícias
600voos cancelados nos aeroportos espanhóis, incluindo 250 em rotas internacionais. O país paralisou
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CONFRONTOS JUNTO À AR CGTP TENTOU UMA GREVEDE PROPOSTAS MAS TEVEUM DIA DE PROTESTOSDestaque, 2 a 9
RUI GAUDÊNCIO
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