148864022615 advocacia publica d constitucional aula 14

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www.cers.com.br ADVOCACIA PÚBLICA Direito Constitucional Flavia Bahia 1 PODER JUDICIÁRIO REFORMA DO PODER JUDICIÁRIO ALGUMAS ALTERAÇÕES EMENDA CONSTITUCIONAL 45/2004 - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação (art. 5º, LXXVIII); - a possibilidade de se criarem varas especializadas para a solução das questões agrárias. (art. 126); - a “constitucionalização” dos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos desde que aprovados pelo quórum qualificado das emendas constitucionais (art. 5º, § 3º); - a submissão do Brasil à jurisdição do Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão (art. 5º, § 4º); - a federalização de crimes contra direitos humanos, objetivando o deslocamento de competência para a Justiça Federal (art. 109, V-A e § 5º); - previsão do controle da Magistratura por meio do Conselho Nacional de Justiça (art. 92 , I-A § 1º); - previsão do controle externo do Ministério Público por meio do Conselho Nacional do Ministério Público (art. 130 A); - ampliação de algumas regras mínimas a serem observadas na Elaboração do Estatuto da Magistratura, todas no sentido de se dar maior produtividade e transparência à prestação jurisdicional, na busca da efetividade do processo (art. 93); - ampliação da garantia de imparcialidade dos órgãos jurisdicionais (art. 95, § parágrafo único, IV e V); - a extinção dos Tribunais de Alçada, passando os seus membros a integrar os TJ´s dos respectivos Estados e uniformizando assim a nossa Justiça (art. 4º da EC 45/2004); - transferência de competência do STF para o STJ no tocante à homologação de sentenças estrangeiras e a concessão do exequator às cartas rogatórias (art. 102, I, “h”(revogada); 105, I, “i”); - criação da Súmula Vinculante do STF (art. 103-A); - a aprovação da nomeação de Ministro do STJ pelo quórum de maioria absoluta dos membros do Senado Federal (art. 104, parágrafo único); - ampliação da garantia de imparcialidade dos membros do MP (art. 128) PRINCÍPIOS NORTEADORES DA ORDEM ECONÔMICA BRASILEIRA “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: I - soberania nacional; II - propriedade privada; III - função social da propriedade; IV - livre concorrência; V - defesa do consumidor; VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela EC 42/2003) VII - redução das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno emprego; IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. (Redação dada pela EC 6/1995) Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO DA SEGURANÇA PÚBLICA Segundo o Professor Uadi Lammego Bulos “como a convivência harmônica reclama a preservação dos direitos e garantias fundamentais, é necessário existir uma atividade constante de vigilância, prevenção e repressão de condutas delituosas. Daí a razão de ser a Segurança Pública do Estado, isto é, manter a paz dentro da adversidade, pois é dentro do embate de interesses antagônicos que emerge o seu papel

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    ADVOCACIA PBLICA Direito Constitucional

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    PODER JUDICIRIO REFORMA DO PODER JUDICIRIO ALGUMAS ALTERAES EMENDA CONSTITUCIONAL 45/2004 - a todos, no mbito judicial e administrativo, so assegurados a razovel durao processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitao (art. 5, LXXVIII); - a possibilidade de se criarem varas especializadas para a soluo das questes agrrias. (art. 126); - a constitucionalizao dos tratados e convenes internacionais sobre direitos humanos desde que aprovados pelo qurum qualificado das emendas constitucionais (art. 5, 3); - a submisso do Brasil jurisdio do Tribunal Penal Internacional a cuja criao tenha manifestado adeso (art. 5, 4); - a federalizao de crimes contra direitos humanos, objetivando o deslocamento de competncia para a Justia Federal (art. 109, V-A e 5); - previso do controle da Magistratura por meio do Conselho Nacional de Justia (art. 92 , I-A 1); - previso do controle externo do Ministrio Pblico por meio do Conselho Nacional do Ministrio Pblico (art. 130 A); - ampliao de algumas regras mnimas a serem observadas na Elaborao do Estatuto da Magistratura, todas no sentido de se dar maior produtividade e transparncia prestao jurisdicional, na busca da efetividade do processo (art. 93); - ampliao da garantia de imparcialidade dos rgos jurisdicionais (art. 95, pargrafo nico, IV e V); - a extino dos Tribunais de Alada, passando os seus membros a integrar os TJs dos respectivos Estados e uniformizando assim a nossa Justia (art. 4 da EC 45/2004); - transferncia de competncia do STF para o STJ no tocante homologao de sentenas estrangeiras e a concesso do exequator s cartas rogatrias (art. 102, I, h(revogada); 105, I, i); - criao da Smula Vinculante do STF (art. 103-A);

    - a aprovao da nomeao de Ministro do STJ pelo qurum de maioria absoluta dos membros do Senado Federal (art. 104, pargrafo nico); - ampliao da garantia de imparcialidade dos membros do MP (art. 128) PRINCPIOS NORTEADORES DA ORDEM ECONMICA BRASILEIRA A ordem econmica, fundada na valorizao do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existncia digna, conforme os ditames da justia social, observados os seguintes princpios: I - soberania nacional; II - propriedade privada; III - funo social da propriedade; IV - livre concorrncia; V - defesa do consumidor; VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e servios e de seus processos de elaborao e prestao; (Redao dada pela EC 42/2003) VII - reduo das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno emprego; IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constitudas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administrao no Pas. (Redao dada pela EC 6/1995) Pargrafo nico. assegurado a todos o livre exerccio de qualquer atividade econmica, independentemente de autorizao de rgos pblicos, salvo nos casos previstos em lei. ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE STIO DA SEGURANA PBLICA Segundo o Professor Uadi Lammego Bulos como a convivncia harmnica reclama a preservao dos direitos e garantias fundamentais, necessrio existir uma atividade constante de vigilncia, preveno e represso de condutas delituosas. Da a razo de ser a Segurana Pblica do Estado, isto , manter a paz dentro da adversidade, pois dentro do embate de interesses antagnicos que emerge o seu papel

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    fundamental, qual seja, o de procurar manter o equilbrio nas relaes sociais. A Segurana Pblica no se resume a uma questo de Polcia, tanto que no caput do art. 144, CF, est enunciado que ela dever do Estado, direito e responsabilidade de todos. Art. 144: A segurana pblica, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, exercida para a preservao da ordem pblica e da incolumidade das pessoas e do patrimnio, atravs dos seguintes rgos: REALIZAO DAS ATIVIDADES DE POLCIA a)polcia administrativa - tem por objeto as limitaes impostas a bens jurdicos individuais (liberdade e propriedade); b)polcia de segurana, que se divide em; - polcia ostensiva - tem por objeto a preservao da ordem pblica, evitando danos e perigos que podem ser causados ao homem; - polcia judiciria empreende tarefas investigatrias, para a apurao dos delitos penais, fornecendo ao Ministrio Pblico os elementos necessrios represso das condutas criminosas, atravs da ao penal pblica. RGOS DA SEGURANA PBLICA I - polcia federal; II - polcia rodoviria federal; III - polcia ferroviria federal; IV - polcias civis; V - polcias militares e corpos de bombeiros militares. ART. 144 8 - Os Municpios podero constituir guardas municipais destinadas proteo de seus bens, servios e instalaes, conforme dispuser a lei. DAS POLCIAS FEDERAIS Todas as trs polcias federais (art. 144, I a III, CF) so organizadas e mantidas pela Unio Federal (art. 21, XIV, CF), que tambm

    organiza e mantm a polcia civil, a polcia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal e nos Territrios. Todas elas ho de ser institudas em lei, como rgos permanentes estruturados em carreira. A Polcia Federal destina-se: a)a apurar infraes penais contra a ordem poltica e social ou em detrimento de bens, servios e interesses da Unio ou de suas entidades autrquicas e empresas pblicas, assim como outras infraes cuja prtica tenha repercusso interestadual ou internacional e exija represso uniforme, segundo se dispuser em lei; b)a prevenir e reprimir o trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuzo da ao fazendria e de outros rgos pblicos nas respectivas reas de competncia. c)exercer as funes de polcia martima, area e de fronteiras; d)exercer, com exclusividade, as funes de polcia judiciria da Unio. A polcia rodoviria federal e a polcia ferroviria federal destinam-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo, respectivamente das rodovias e das ferrovias federais. S das federais, porque o patrulhamento das rodovias e ferrovias estaduais matria de competncia das polcias dos Estados. DAS POLCIAS ESTADUAIS Elas so responsveis pelo exerccio das funes de segurana e de polcia judiciria: a polcia civil, a polcia militar e o corpo de bombeiros militar. Polcia Civil cabem as funes de apurao de infraes penais, exceto: as de competncia da polcia federal no mbito restrito acima mencionado e as militares. Polcia Militar, em cada Estado, cabem a polcia ostensiva e a preservao da ordem pblica, enquanto ao corpo de bombeiros de cada Estado compete, alm de outras definidas em lei, como a de preveno e debelao de incndios, a execuo de atividades de defesa civil. Essas polcias

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    militarizadas dos Estados so consideradas foras auxiliares do Exrcito e se subordinam, juntamente com as polcias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territrios. JURISPRUDNCIA DO STF O que caracteriza a sociedade moderna, permitindo o aparecimento do Estado moderno, , por um lado, a diviso do trabalho; por outro, a monopolizao da tributao e da violncia fsica. Em nenhuma sociedade na qual a desordem tenha sido superada, admite-se que todos cumpram as mesmas funes. O combate criminalidade misso tpica e privativa da Administrao (no do Judicirio), atravs da polcia, como se l nos incisos do art. da Constituio, e do Ministrio Pblico, a quem compete, privativamente, promover a ao penal pblica (art. 129, I). (HC 95.009, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 6-11-2008, Plenrio, DJE de 19-12-2008.) Os Estados-membros, assim como o Distrito Federal, devem seguir o modelo federal. O art. da Constituio aponta os rgos incumbidos do exerccio da segurana pblica. Entre eles no est o Departamento de Trnsito. Resta pois vedada aos Estados-membros a possibilidade de estender o rol, que esta Corte j firmou ser numerus clausus, para alcanar o Departamento de Trnsito. (ADI 1.182, voto do Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 24-11-2005, Plenrio, DJ de 10-3-2006.) Polcia Militar: atribuio de radiopatrulha area: constitucionalidade. O mbito material da polcia aeroporturia, privativa da Unio, no se confunde com o do policiamento ostensivo do espao areo, que respeitados os limites das reas constitucionais das Polcias Federal e Aeronutica Militar se inclui no poder residual da Polcia dos Estados. (ADI 132, Rel. Min. Seplveda Pertence, julgamento em 30-4-2003, Plenrio, DJ de 30-5-2003.) A FORA NACIONAL DE SEGURANA PORTARIA N- 394, DE 4 DE MARO DE 2008

    Regulamenta as disposies da Lei n11.473, de 10 de maio de 2007 e do Decreto n 5.289, de 29 de novembro de 2004, relativas aos critrios de atuao e emprego da Fora Nacional de Segurana Pblica. Art. 1 Para efeito de aplicao do art 3, I, da Lei n 11.473, de 2007, considera-se policiamento ostensivo as operaes conjuntas com os rgos federais no cumprimento de suas atribuies policiais ou com os rgos de segurana pblica estaduais realizadas pela Fora Nacional, no cumprimento das seguintes misses: I - apoio s aes de polcia para realizao de cerco e conteno em reas de grande perturbao da ordem pblica; II - apoio s aes de polcia sobre grandes impactos ambientais negativos; III - apoio s aes de polcia na realizao de bloqueios em rodovias; IV - atuao em grandes eventos pblicos de repercusso internacional; V - apoio s autoridades locais em aes de defesa civil em caso de desastres e catstrofes; VI - apoio s aes do Programa Nacional de Segurana Pblica - PRONASCI, criado pela Lei n. 11.530, de 24 de outubro de 2007. Art. 3 O emprego da Fora Nacional de Segurana Pblica em qualquer parte do territrio nacional, salvo nos casos de solicitao dos rgos federais no cumprimento de suas atribuies policiais, fica condicionado observncia dos seguintes requisitos: 1 A celebrao de convnio de adeso ao programa de cooperao federativa da Fora Nacional de Segurana Pblica, entre a Unio e os Estados e o Distrito Federal, para execuo das atividades e servios imprescindveis preservao da ordem pblica e da incolumidade das pessoas e do patrimnio, nos termos do art. 1 da Lei 11.473, de 2007. 2 A solicitao expressa do respectivo Governador de Estado ou do Distrito Federal, onde dever constar: I - descrio do fato que justifique o emprego da Fora Nacional de Segurana Pblica;

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    II - declarao da imprescindibilidade de apoio da Fora Nacional de Segurana Pblica para o restabelecimento da situao de preservao da ordem pblica e incolumidade das pessoas e do patrimnio; III - delimitao territorial da rea de atuao da Fora Nacional de Segurana Pblica; VI - proposta de emprego da Fora Nacional de Segurana Pblica no Estado ou no Distrito Federal, indicando que o fato descrito no inciso I deste artigo compreende uma das atividades ou servios previstos no art. 3 da Lei n 11.473, de 2007, e no art. 1 desta portaria. Art. 5 A permanncia da Fora Nacional de Segurana Pblica em qualquer parte do territrio nacional dever ocorrer durante o prazo delimitado pelo ato do Ministro de Estado da Justia, nos termos do art. 4, 3, do Decreto n. 5.289, de 2004. Pargrafo nico. A renovao do emprego da Fora Nacional de Segurana Pblica fica condicionada a nova solicitao do Governador do Estado ou do Distrito Federal que, alm de conter os requisitos previstos no art. 3 desta portaria, dever indicar as medidas de preservao da ordem pblica e da incolumidade das pessoas e do patrimnio a serem implementadas com o fim de desmobilizao da Fora Nacional de Segurana Pblica