1474 jornal do vestibulando - etapa.com.br eu falo que o segredo para passar é ter bom humor e...

2
ENTREVISTA Luciana da Silva Leite 1 CONTO A cartomante – Machado de Assis 3 1474 JORNAL ETAPA – 2014 • DE 05/06 A 18/06 Jornal do Vestibulando ENSINO, INFORMAÇÃO E CULTURA ENTREVISTA “Eu falo que o segredo para passar é ter bom humor e calma.” Luciana da Silva Leite Em 2013: Etapa Em 2014: Direito-USP Luciana da Silva Leite fez dois anos de cursinho. Na primeira tentativa quase chegou lá. Este ano, entrou na São Francisco, realizando seu sonho de poder cursar Direito na USP. Nessa entrevista ela fala de sua ligação com a faculdade, que diz ser linda, tanto que é conhecida como “Gloriosa”. ENTRE PARÊNTESIS Quem é quem? 5 SERVIÇO DE VESTIBULAR Inscrições 8 ARTIGO Pesquisa identifica gene associado ao ganho de peso 6 POIS É, POESIA Castro Alves 7 JV – Luciana, desde quando você queria seguir Direito? Luciana – Desde a 8ª série eu tinha dúvida entre Jor- nalismo e Direito. Inicialmente decidi que faria Jorna- lismo e depois aprimoraria minha formação fazendo Direito. Antes de começar a fazer o cursinho no Etapa, pesquisei o mercado de trabalho e vi que o campo de Direito é bem maior. E também meu pai estava fazendo Direito. No começo deste ano ele passou na OAB, foi muito legal. Seu pai deu uma força a você? Ele nem sabia. Direito foi me cativando aos poucos. Meu pai chegava todo animado falando sobre o que via no curso, me deixando superinteressada. Então entrei no Etapa já decidida a fazer Direito na São Fran- cisco. O seu pai trabalhava em quê? Ele já tinha feito Administração e trabalhava no INSS. Há cinco anos decidiu fazer Direito porque estava para se aposentar e não queria ficar em casa sem fazer nada. Ele sempre gostou de Direito, só não cur- sou porque na época não teve oportunidade. Na Fuvest 2013 você foi para a 2ª fase? Fiz 60 pontos na 1ª fase, a nota de corte foi 57. Fui para a 2ª fase mas, no final, não fui aprovada. Como foi sua volta ao cursinho no ano pas- sado? Comecei meio triste, não vou negar. Estava com um pouco de vergonha, achava que iam me julgar aqui por não ter entrado. Mas foi o contrário. Os professo- res deram a maior força, falaram que estávamos cer- tos em não desistir. Aquilo me animou muito, me deu forças para continuar. Os professores foram muito importantes no ano passado. Muito mesmo. Você conseguiu manter esse ânimo ao longo do ano? Consegui. Eu falo que o segredo para passar é ter bom humor e calma. Foi uma coisa que aprendi, que eu não tinha no primeiro ano no cursinho. Eu que- ria fazer tudo, mas não tinha como. No segundo ano eu já tinha essa consciência, não fazia nada além do meu limite. Como era sua rotina? Acordava às 4 e meia e saía de casa às 5 e meia, para pegar o metrô Itaquera às 6 horas. Meu pai me leva- va até o metrô. Daí eu chegava no Etapa. Depois das aulas eu voltava para casa, chegava às 2 horas. Era meio diferente o meu dia, almoçava e dormia até às 6 horas, acordava superdisposta e estudava até meia- -noite ou mais. Eu rendia bem nesse período. No fi- nal, teve dias em que eu virava a noite e só dormia à tarde. Estudava das 6, 7 horas da noite até entrar no curso na manhã seguinte. Ninguém acreditava, mas consegui manter esse ritmo. Você estudava a matéria do dia? Eu procurava estudar a matéria do dia e fazer os exercícios testes. Os escritos eu fazia mais os das matérias prioritárias para Direito: História, Geografia e Matemática. Nas demais matérias eu tentava fazer todos os testes. Os escritos eu fazia os da Fuvest, que era o meu foco. No fim do ano eu selecionava os da Fuvest e, depois de terminar todos, fazia os da Unesp e os do Mackenzie. Dava prioridade às ques- tões dos vestibulares que eu ia prestar. Nos simulados, quais eram seus resultados? No primeiro simulado eu fui superbem. Comecei com A, aí fui baixando para B e C mais. Tive um ou dois C menos. O C mais estava bom ainda, porque poucas pessoas estavam à minha frente. Era isso que eu mais observava. Por isso eu mantive o mes- mo ritmo o ano inteiro. Qual foi a importância do simulado para você no vestibular? O tempo. Nossa, foi muito importante. Às vezes eu perdia a noção de tempo e aí faltavam cinco ques- tões, que eu até sabia, mas tinha de chutar no simu- lado. Eu passei a controlar mais o tempo e no meio do ano já estava conseguindo fazer tudo e também voltar àquelas questões que eu não tinha conseguido resolver na primeira tentativa, ou que tinha pulado por não saber. Como você fazia esse controle do tempo? Eu sempre fiz as questões na ordem. Mas sempre tem aquela que você acha que sabe e quer tentar fazer até o fim. E aí perde muito tempo. Isso é que eu fui aprendendo nos simulados. Tem questão que você pode até saber, mas se vai demorar ou não sabe direito, é melhor deixar por último. É o que os professores falam, mas no começo você não acre- dita. Como você fazia quando surgiam dúvidas du- rante seu estudo? Eu acessava o Plantão Virtual e sanava as dúvidas. Se não conseguia, então ia ao Plantão de Dúvidas, o que era mais raro. Procurava o Plantão geralmente para Redação. Usei bastante, o ano inteiro. SOBRE AS PALAVRAS Arco-da-velha 6 ARTIGO O tráfico negreiro 8

Upload: buidang

Post on 11-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 1474 Jornal do Vestibulando - etapa.com.br Eu falo que o segredo para passar é ter bom humor e calma. Foi uma coisa que aprendi, que eu não tinha no primeiro ano no cursinho. Eu

ENTREVISTA

Luciana da Silva Leite 1

CONTO

A cartomante – Machado de Assis 3

1474

JORNAL ETAPA – 2014 • DE 05/06 A 18/06

Jornal do Vestibulando ENSINO, INFORMAÇÃO E CULTURA

ENTREVISTA

“Eu falo que o segredo para passar é ter bom

humor e calma.”

Luciana da Silva Leite

Em 2013: Etapa

Em 2014: Direito-USP

Luciana da Silva Leite fez dois anos de cursinho. Na primeira

tentativa quase chegou lá. Este ano, entrou na São Francisco,

realizando seu sonho de poder cursar Direito na USP. Nessa

entrevista ela fala de sua ligação com a faculdade, que

diz ser linda, tanto que é conhecida como “Gloriosa”.

ENTRE PARÊNTESIS

Quem é quem? 5

SERVIÇO DE VESTIBULAR

Inscrições 8

ARTIGOPesquisa identifi ca gene associado ao ganho de peso 6

POIS É, POESIA

Castro Alves 7

JV – Luciana, desde quando você queria seguir

Direito?

Luciana – Desde a 8ª série eu tinha dúvida entre Jor-nalismo e Direito. Inicialmente decidi que faria Jorna-lismo e depois aprimoraria minha formação fazendo Direito. Antes de começar a fazer o cursinho no Etapa, pesquisei o mercado de trabalho e vi que o campo de Direito é bem maior. E também meu pai estava fazendo Direito. No começo deste ano ele passou na OAB, foi muito legal.

Seu pai deu uma força a você?

Ele nem sabia. Direito foi me cativando aos poucos. Meu pai chegava todo animado falando sobre o que via no curso, me deixando superinteressada. Então entrei no Etapa já decidida a fazer Direito na São Fran-cisco.

O seu pai trabalhava em quê?

Ele já tinha feito Administração e trabalhava no INSS. Há cinco anos decidiu fazer Direito porque estava para se aposentar e não queria ficar em casa sem fazer nada. Ele sempre gostou de Direito, só não cur-sou porque na época não teve oportunidade.

Na Fuvest 2013 você foi para a 2ª fase?

Fiz 60 pontos na 1ª fase, a nota de corte foi 57. Fui para a 2ª fase mas, no final, não fui aprovada.

Como foi sua volta ao cursinho no ano pas-

sado?

Comecei meio triste, não vou negar. Estava com um pouco de vergonha, achava que iam me julgar aqui por não ter entrado. Mas foi o contrário. Os professo-res deram a maior força, falaram que estávamos cer-

tos em não desistir. Aquilo me animou muito, me deu forças para continuar. Os professores foram muito importantes no ano passado. Muito mesmo.

Você conseguiu manter esse ânimo ao longo

do ano?

Consegui. Eu falo que o segredo para passar é ter bom humor e calma. Foi uma coisa que aprendi, que eu não tinha no primeiro ano no cursinho. Eu que-ria fazer tudo, mas não tinha como. No segundo ano eu já tinha essa consciência, não fazia nada além do meu limite.

Como era sua rotina?

Acordava às 4 e meia e saía de casa às 5 e meia, para pegar o metrô Itaquera às 6 horas. Meu pai me leva-va até o metrô. Daí eu chegava no Etapa. Depois das aulas eu voltava para casa, chegava às 2 horas. Era meio diferente o meu dia, almoçava e dormia até às 6 horas, acordava superdisposta e estudava até meia--noite ou mais. Eu rendia bem nesse período. No fi-nal, teve dias em que eu virava a noite e só dormia à tarde. Estudava das 6, 7 horas da noite até entrar no curso na manhã seguinte. Ninguém acreditava, mas consegui manter esse ritmo.

Você estudava a matéria do dia?

Eu procurava estudar a matéria do dia e fazer os exercícios testes. Os escritos eu fazia mais os das matérias prioritárias para Direito: História, Geografia e Matemática. Nas demais matérias eu tentava fazer todos os testes. Os escritos eu fazia os da Fuvest, que era o meu foco. No fim do ano eu selecionava os da Fuvest e, depois de terminar todos, fazia os da Unesp e os do Mackenzie. Dava prioridade às ques-tões dos vestibulares que eu ia prestar.

Nos simulados, quais eram seus resultados?

No primeiro simulado eu fui superbem. Comecei com A, aí fui baixando para B e C mais. Tive um ou dois C menos. O C mais estava bom ainda, porque poucas pessoas estavam à minha frente. Era isso que eu mais observava. Por isso eu mantive o mes-mo ritmo o ano inteiro.

Qual foi a importância do simulado para você

no vestibular?

O tempo. Nossa, foi muito importante. Às vezes eu perdia a noção de tempo e aí faltavam cinco ques-tões, que eu até sabia, mas tinha de chutar no simu-lado. Eu passei a controlar mais o tempo e no meio do ano já estava conseguindo fazer tudo e também voltar àquelas questões que eu não tinha conseguido resolver na primeira tentativa, ou que tinha pulado por não saber.

Como você fazia esse controle do tempo?

Eu sempre fiz as questões na ordem. Mas sempre tem aquela que você acha que sabe e quer tentar fazer até o fim. E aí perde muito tempo. Isso é que eu fui aprendendo nos simulados. Tem questão que você pode até saber, mas se vai demorar ou não sabe direito, é melhor deixar por último. É o que os professores falam, mas no começo você não acre-dita.

Como você fazia quando surgiam dúvidas du-

rante seu estudo?

Eu acessava o Plantão Virtual e sanava as dúvidas. Se não conseguia, então ia ao Plantão de Dúvidas, o que era mais raro. Procurava o Plantão geralmente para Redação. Usei bastante, o ano inteiro.

SOBRE AS PALAVRAS

Arco-da-velha 6

ARTIGO

O tráfi co negreiro 8

Page 2: 1474 Jornal do Vestibulando - etapa.com.br Eu falo que o segredo para passar é ter bom humor e calma. Foi uma coisa que aprendi, que eu não tinha no primeiro ano no cursinho. Eu

ENTREVISTA2

Jornal ETAPA, editado por Etapa Ensino e Cultura

REDAÇÃO: Rua Vergueiro, 1 987 – CEP 04101-000 – Paraíso – São Paulo – SP

JORNALISTA RESPONSÁVEL: Egle M. Gallian – M.T. 15343Jornal do Vestibulando

Como você treinava Redação?

Eu fazia as que eram pedidas em aula. Quando sur-gia um tema que eu achava importante, fazia tam-bém e levava para o Plantão.

Dava uma média de quantas redações, con-

tando as dos simulados e as propostas no Fi-

que Esperto?

Por mês, duas ou três redações. No final do ano, eu tentava fazer uma por semana.

Quais foram as dificuldades que você enfren-

tou no ano passado?

A pressão que eu mesma fazia em mim.

Teve uma época mais pesada para você?

Um mês antes da Revisão eu comecei a ficar mais tensa. Estava cansada, física e emocionalmente, mas foi a época em que eu estudei mais. Consegui levar.

E qual foi a época mais tranquila?

No começo do ano. Eu lembrava de muita coisa, então foi bem mais tranquilo.

Você leu os livros indicados pela Fuvest

como obrigatórios?

Li as obras no metrô, enquanto estava vindo para o Etapa. Tinha muito tempo. A única que não li foi Sentimento do mundo, do Carlos Drummond de Andrade, mas assisti à palestra. Fui a todas as pa-lestras.

Para você, qual foi a importância das pales-

tras?

As palestras foram muito importantes para enten-der todas as obras, me ajudaram a ter noção do contexto histórico, das relações entre os persona-gens.

O que você fez nas férias de julho?

Eu peguei a primeira semana para estudar. Por dia, não chegava a cinco horas de estudo. Na segunda semana, eu viajei. Fui renovar as baterias.

Quando queria dar uma relaxada, o que você

fazia?

Eu saía com meus amigos. Tinha gente que já es-tava na faculdade, eles iam à minha casa, eu os vi-sitava. É importante sair um pouco às vezes, ir ao cinema, tirar um dia sem ter de fazer nada.

Você interrompeu alguma atividade para se

preparar para os vestibulares?

Eu fazia curso de inglês, parei no segundo ano do cursinho.

No ano passado, em qual vestibular você

achava que tinha mais chance de ser apro-

vada?

Meu foco era a Fuvest. Eu queria a São Francisco mesmo, desde o começo, e não iria para as outras. Até já tinha feito prova de bolsa para ir ao terceiro ano no cursinho. Eu não ia abandonar esse sonho assim.

Quantos pontos você fez na 1ª fase da Fuvest?

Fiz 63 pontos.

A nota de corte de Direito foi 57. Como viu

seu desempenho?

Eu esperava mais. Nos simulados da Fuvest eu acertava 65 questões. Acertei 67 no último, então estava esperando uma coisa mais ou menos assim. Só que eu fui pesquisar e todo mundo falava que a prova estava um pouco mais difícil. Tem um grupo de verteranos na rede social, que eu fui ver, e fala-vam que quem tinha passado da 1ª fase no corte estava lá dentro. Isso foi me deixando mais tranqui-la e me deu força para ralar para a 2ª fase.

Na 2ª fase, quais foram suas notas?

No primeiro dia, Português e Redação, tirei 75 na Redação. Achei o máximo, no ano anterior eu tinha ido muito mal. Na média, fiquei com 58,75 na prova.

No segundo dia, na prova geral, como foi?

Mais difícil que no ano anterior. Tirei 62,5 e fiquei sa-tisfeita porque tinha umas questões muito difíceis e eu consegui fazer algumas.

No terceiro dia, prova das matérias prioritá-

rias, qual foi sua nota?

Foi a minha maior nota, 64,58. História e Geografia eu achei muito tranquilo. Matemática eu achei mui-to mais difícil, mas todo mundo achou.

Na escala de zero a 1 000, qual foi sua pontua-

ção na Fuvest?

639,6.

Como ficou sabendo de sua aprovação para

a São Francisco?

Minhas amigas me convenceram a vir aqui. Quando vi meu nome na lista eu fiquei em choque, parada, até que olhei para uma das amigas e comecei a gri-tar, abraçar, a chorar. Fui ver meu nome na lista três vezes, eu não estava acreditando que tinha passa-do. Liguei para meu pai, minha mãe, todo mundo chorando. Foi emocionante.

Você conhecia a São Francisco?

Não, conheci no dia da matrícula. Meu pai e meu irmão foram comigo, passaram o dia inteiro comigo.

O que você lembra desse dia?

Tive certeza de que estava lá com a bateria tocando nas arcadas e eles cantando as músicas da faculdade, todo mundo pulando de alegria.

Neste primeiro semestre, quais matérias

você tem?

São sete matérias: Teoria Geral de Direito Penal, Di-reito Romano, Direito Constitucional, Introdução ao Estudo de Direito, Direito Privado, Teoria Geral do Estado e Economia Política.

De qual você está gostando mais?

Eu adoro Direito Penal e Privado Penal porque é uma coisa de atualidade, então, por mais que no início seja mais história é uma história que tem a ver com a atualidade. E Privado porque é a única maté-ria, de todas por enquanto, em que a gente já mexe com o Código. Meu sonho é ter o Vade Mecum, ter o Código na mão, mexer com as leis em si, então eu gosto bastante.

Qual matéria é mais difícil?

Acho que é Economia Política. Tem de ler muito, muito. E é mais história, e uma história que não tem a ver com Direito.

O que você destaca da São Francisco, tanto

da parte humana quanto de infraestrutura?

A faculdade é perfeita, é linda, tanto que é chamada de “Gloriosa”. Na parte humana tem muitos grupos de pesquisa e extensão que atendem a comunida-de. Essa parte é muito legal.

Você participa de algum desses grupos?

Ainda não, mas pretendo entrar para um que cuida da diversidade sexual. Os grupos de extensão em saúde são muito importantes, todo mundo fala, os professores incentivam bastante a gente a parti-cipar.

Você tem ideia da área que vai seguir no Di-

reito?

Ainda é cedo. É um curso muito amplo para você tomar uma decisão no primeiro semestre, no pri-meiro ano.

O que você pode dizer a quem vai prestar

vestibular este ano e, se não estiver tão bem,

o que fazer para melhorar o desempenho?

Você tem de manter o controle, a calma, ter jogo de cintura e fazer aquilo que é sua prioridade. Quer prestar Fuvest, faça os exercícios da Fuvest. Tam-bém é muito importante fazer provas anteriores, eu fazia às vezes em casa. É isso, dar prioridade àquilo que você quer prestar.

Há muitos que estão tentando de novo. O que

você pode dizer a eles?

Não pode desistir dos seus sonhos. É muito recom-pensador ver o nome na lista, mesmo depois de duas, três tentativas. O que importa é sua vontade. Se você quer aquilo, não pode desistir no meio do caminho. Tem de ter muita força e correr atrás.

Hoje, você acha que está diferente, de algu-

ma forma, de quando veio para o cursinho?

Muito. Ganhei uma maturidade enorme. Você co-meça a se virar sozinha, o que você vai estudar, fazer, se vai abrir mão de alguma coisa. Você ganha essa noção, essa perspectiva da maturidade, res-ponsabilidade. Melhorei muito nesse aspecto.

Você tem saudade de alguma coisa de seu

tempo no cursinho?

Eu tenho saudade da convivência com as pessoas que se tornaram minhas amigas. Fiz muitos ami-gos. Também tenho muita saudade dos professores e das aulas animadas, era impossível não aprender com eles.

O que você tira de lição desse tempo aqui?

É difícil para todo mundo, mas acho que você tem de manter a tranquilidade na medida do possível.

O que você diria para encerrar?

Entrar em uma faculdade pública não é fácil, mas você não pode desistir. Tem de ter força de vontade e saber usar o tempo para estudar e descansar. No final dá certo.