questão 2 questão 1 questão 3 - etapa.com.br · losa de todos os animais selváticos do campo,...

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INSTRUÇÃO: Para responder às questões de números 01 e 02, considere a imagem a se- guir, levando em conta que ela remete a um funk polêmico, bastante difundido na mídia em 2003: Minha egüinha pocotó. Na frase que acompanha a imagem, os subs- tantivos próprios que compõem a mensagem indicam a) referência indefinida ao animal e ao estilo de música, visto com reservas por boa parte do público. A informação equivale a Um aci- dente trágico tira a vida de uma égua. b) informação como crítica à situação caótica do trânsito nas cidades, levando à morte trá- gica um ídolo musical. Poderia ser redigida assim: Éguas são vítimas de trânsito caótico. c) metáfora do fim trágico de um estilo musi- cal, bastante discutido na mídia, equivalendo a Acidente trágico vitima égua. d) informação apresentada satiricamente a partir de um elemento já conhecido, podendo ser redigida da seguinte forma: Acidente trá- gico mata a Égua Pocotó. e) morte da Égua para representar a violên- cia humana aos animais. A idéia equivale a O acidente trágico mata a Égua Pocotó. alternativa D Como o substantivo próprio designa um ser espe- cífico, a nova redação da mensagem precisa con- ter, obrigatoriamente, a informação de que foi a Égua Pocotó que morreu, e não outra qualquer. Por outro lado, a imagem e a mensagem "brin- cam" ironicamente com o que se considera co- nhecido de todos – o funk de sucesso popular "Minha Egüinha Pocotó". Tomando como referência os processos de for- mação de palavras, dada a relação com o som produzido pelos eqüinos quando em movi- mento, a palavra Pocotó é formada a partir de uma a) prefixação. c) onomatopéia. e) aglutinação. b) sufixação. d) justaposição. alternativa C Onomatopéia é um processo de formação de pa- lavras que consiste na imitação de sons da natu- reza ("pocotó": ruído de trotar da égua). Leia a cantiga seguinte, de Joan Garcia de Guilhade. Un cavalo non comeu á seis meses nen s’ergueu mais prougu’a Deus que choveu, creceu a erva, e per cabo si paceu, e já se leva! Seu dono non lhi buscou cevada neno ferrou: mai-lo bon tempo tornou, creceu a erva, e paceu, e arriçou, e já se leva! Seu dono non lhi quis dar cevada, neno ferrar; mais, cabo dum lamaçal creceu a erva, e paceu, e arriç’ar, e já se leva! (CD Cantigas from the Court of Dom Dinis. harmonia mundi usa, 1995.) Questão 3 Égua Pocotó morre em trágico acidente. Égua Pocotó morre em trágico acidente. Questão 1 Questão 2

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Page 1: Questão 2 Questão 1 Questão 3 - etapa.com.br · losa de todos os animais selváticos do campo, que Jeová Deus havia feito. Assim, ela come-çou dizer à mulher: “É realmente

INSTRUÇÃO: Para responder às questões denúmeros 01 e 02, considere a imagem a se-guir, levando em conta que ela remete a umfunk polêmico, bastante difundido na mídiaem 2003: Minha egüinha pocotó.

Na frase que acompanha a imagem, os subs-tantivos próprios que compõem a mensagemindicama) referência indefinida ao animal e ao estilode música, visto com reservas por boa partedo público. A informação equivale a Um aci-dente trágico tira a vida de uma égua.b) informação como crítica à situação caóticado trânsito nas cidades, levando à morte trá-gica um ídolo musical. Poderia ser redigidaassim: Éguas são vítimas de trânsito caótico.c) metáfora do fim trágico de um estilo musi-cal, bastante discutido na mídia, equivalendoa Acidente trágico vitima égua.d) informação apresentada satiricamente apartir de um elemento já conhecido, podendoser redigida da seguinte forma: Acidente trá-gico mata a Égua Pocotó.e) morte da Égua para representar a violên-cia humana aos animais. A idéia equivale a Oacidente trágico mata a Égua Pocotó.

alternativa D

Como o substantivo próprio designa um ser espe-cífico, a nova redação da mensagem precisa con-ter, obrigatoriamente, a informação de que foi aÉgua Pocotó que morreu, e não outra qualquer.

Por outro lado, a imagem e a mensagem "brin-cam" ironicamente com o que se considera co-nhecido de todos – o funk de sucesso popular"Minha Egüinha Pocotó".

Tomando como referência os processos de for-mação de palavras, dada a relação com o somproduzido pelos eqüinos quando em movi-mento, a palavra Pocotó é formada a partirde umaa) prefixação.c) onomatopéia.e) aglutinação.

b) sufixação.d) justaposição.

alternativa C

Onomatopéia é um processo de formação de pa-lavras que consiste na imitação de sons da natu-reza ("pocotó": ruído de trotar da égua).

Leia a cantiga seguinte, de Joan Garcia deGuilhade.

Un cavalo non comeuá seis meses nen s’ergueumais prougu’a Deus que choveu,creceu a erva,e per cabo si paceu,e já se leva!

Seu dono non lhi buscoucevada neno ferrou:mai-lo bon tempo tornou,creceu a erva,e paceu, e arriçou,e já se leva!Seu dono non lhi quis darcevada, neno ferrar;mais, cabo dum lamaçalcreceu a erva,e paceu, e arriç’ar,e já se leva!(CD Cantigas from the Court of Dom Dinis.

harmonia mundi usa, 1995.)

Questão 3

Égua Pocotó morre em trágico acidente.Égua Pocotó morre em trágico acidente.

Questão 1

Questão 2

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A leitura permite afirmar que se trata deuma cantiga dea) escárnio, em que se critica a atitude dodono do cavalo, que dele não cuidara, masgraças ao bom tempo e à chuva, o mato cres-ceu e o animal pôde recuperar-se sozinho.b) amor, em que se mostra o amor de Deuscom o cavalo que, abandonado pelo dono, co-meu a erva que cresceu graças à chuva e aobom tempo.c) escárnio, na qual se conta a divertida his-tória do cavalo que, graças ao bom tempo e àchuva, alimentou-se, recuperou-se e pôde, en-tão, fugir do dono que o maltratava.d) amigo, em que se mostra que o dono do ca-valo não lhe buscou cevada nem o ferrou porcausa do mau tempo e da chuva que Deusmandou, mas mesmo assim o cavalo pôde re-cuperar-se.e) mal-dizer, satirizando a atitude do donoque ferrou o cavalo, mas esqueceu-se de ali-mentá-lo, deixando-o entregue à própria sor-te para obter alimento.

alternativa A

Na medida em que uma cantiga de escárnio deveconter uma crítica/sátira, subentende-se que, umavez que o cavalo não recebeu os devidos cuida-dos de seu dono ("Seu dono non lhi buscou / ce-vada neno ferrou"), este é o alvo que se pretendeatingir.

INSTRUÇÃO: O poema a seguir, de Raimun-do Correia, é a base para as questões de nú-meros 04 a 06.

As pombas

Vai-se a primeira pomba despertada...Vai-se outra mais... mais outra... enfim

[dezenasDe pombas vão-se dos pombais, apenasRaia sangüínea e fresca a madrugada...

E à tarde, quando a rígida noitadaSopra, aos pombais de novo elas, serenas,Ruflando as asas, sacudindo as penas,Voltam todas em bando e em revoada...

Também dos corações onde abotoam,Os sonhos, um por um céleres voam,Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltamFogem... Mas aos pombais as pombas voltam,E eles aos corações não voltam mais...

O poema de Raimundo Correia ilustra oParnasianismo brasileiro. Dele, podem-sedepreender as seguintes características dessemovimento literário:a) soneto em versos decassílabos, com predo-minância de descrição e vocabulário seleto.b) versos livres, com predominância de narra-ção e ênfase nos aspectos sonoros.c) versos sem rima, liberdade na expressãodos sentimentos e recorrência às imagens.d) soneto com versos livres, exploração doplano imagético e sonoro.e) soneto com rimas raras, com descrição epresença da mitologia.

alternativa A

O soneto de Raimundo Correia apresenta:• versos decassílabos:

Vai se a pri mei ra pom ba des per ta da

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• passagens descritivas: "Raia sangüínea e fres-ca a madrugada".• alguns vocábulos seletos: "ruflando"; "abotoam";"céleres".

Observação: vale ressaltar que:• o 5º verso apresenta uma incorreção: "noitada",quando o termo correto é "nortada" (o vento);• como predominam os verbos de ação, desta-ca-se no texto a narração.

Há uma equivalência entre os dois quartetose os dois tercetos do poema. Assim, é corretoafirmar que pombas, metaforicamente, re-presentaa) a adolescência.b) os sonhos.c) os corações.d) o envelhecimento.e) a desilusão.

alternativa B

Conforme o texto: "Os sonhos, um por um céleresvoam, /Como voam as pombas dos pombais".

português/redação 2

Questão 5

Questão 4

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Os dois últimos versos do poema revelama) um enobrecimento da velhice após a reali-zação dos sonhos de juventude.b) uma mentalidade conformista em relaçãoao amor e às desilusões vividas na juventude.c) uma irritação com a dificuldade de se reali-zarem os sonhos.d) um relativo menosprezo para com os senti-mentos humanos vividos na juventude.e) uma visão pessimista da condição humanaem relação à vida e ao tempo.

alternativa E

No poema, as pombas representam, metaforica-mente, os sonhos; no entanto, as pombas retor-nam aos pombais e os sonhos (da adolescência)não retornam aos corações. Esse aspecto marcaa visão pessimista do poeta.

No Manifesto da Poesia Pau-Brasil, Oswaldde Andrade faz o seguinte comentário sobreos poetas parnasianos: “Só não se inventouuma máquina de fazer versos – já havia opoeta parnasiano.”O que o poeta modernista está criticando nosparnasianos éa) a demasiada liberdade no ato da criação,que os torna máquinas poéticas.b) o abandono da Arte pela arte, com a cria-ção objetiva e anti-convencional.c) a preocupação com a perfeição formal ecom o subjetivismo.d) o formalismo e a impessoalidade comunsem seus textos.e) o exagero na expressão das emoções, ape-sar da criação poética mecânica.

alternativa D

Oswald de Andrade expressa acentuada críticaaos poetas parnasianos, "reduzidos" a "uma má-quina de fazer versos", na medida em que seuspoemas valorizam a forma e a técnica em detri-mento da emotividade. Desse modo, fica implícitaa idéia de que havia produção de versos mas nãocriação de poesia.

INSTRUÇÃO: Leia os textos a seguir pararesponder às questões de números 08 a 13.

TEXTO 1

... a serpente mostrava ser a mais caute-losa de todos os animais selváticos do campo,que Jeová Deus havia feito. Assim, ela come-çou dizer à mulher: “É realmente assim queDeus disse, que não deveis comer de toda ár-vore do jardim?” A isso a mulher disse à ser-pente: “Do fruto das árvores do jardim pode-mos comer. Mas quanto a comer do fruto daárvore que está no meio do jardim, Deus dis-se: ‘Não deveis comer dele, não, nem deveistocar nele, para que não morrais.’ ” A isso aserpente disse à mulher: “Positivamente nãomorrereis. Porque Deus sabe que, no mesmodia que em que comerdes dele, forçosamentese abrirão os vossos olhos e forçosamente se-reis como Deus, sabendo o que é bom e o queé mau.”

Conseqüentemente, a mulher viu que aárvore era boa para alimento e que era algopara os olhos anelarem, sim, a árvore desejá-vel para se contemplar. De modo que come-çou a tomar do seu fruto e a comê-lo. Depoisdeu também dele a seu esposo, quando estavacom ela, e ele começou a comê-lo. Abriram-seentão os olhos e começaram a perceber queestavam nus. Por isso coseram folhas de fi-gueira e fizeram para si coberturas para oslombos.

(Tradução do Novo Mundo das EscriturasSagradas.)

TEXTO 2

Você já ouviu a história de Adão e Eva?Se não leu, certamente ouviu alguém

contar, e deve se lembrar do que aconteceucom os dois. Com os dois e com a serpente, éclaro.

Conta a Bíblia que Adão e Eva viviammuito felizes no Paraíso, onde só havia umaproibição: eles não podiam experimentar ogosto da maçã.

Adão, mais obediente, bem que não que-ria comer a tal da maçã. Mas Eva falou tãobem dela, fez com que parecesse tão gostosa,que o pobre coitado não resistiu.

Foi dar a primeira mordida e perder o lu-gar no Paraíso...

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Questão 7

Questão 6

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Se Eva vivesse hoje, seria uma ótima pu-blicitária, uma profissional de propaganda.Afinal, ela soube convencer Adão de que valiaa pena pagar um preço tão alto por uma sim-ples maçã.

Mas, se a gente pensar bem, Eva não foia primeira publicitária. Antes dela, houveuma outra, a serpente. Simbolizando o demô-nio, foi a serpente que criou, na mulher, o de-sejo de experimentar o fruto proibido.

E, assim, nasceu a propaganda.(André Carvalho & Sebastião Martins.

Propaganda.)

No texto 1, diz-se que “a serpente mostravaser a mais cautelosa de todos os animais sel-váticos do campo.” A idéia em destaque apa-rece no texto 2 comoa) crítica à serpente, símbolo do demônio edas coisas negativas ao homem, que levouAdão e Eva a serem expulsos do paraíso porcomerem o fruto proibido.b) enaltecimento ao poder de convencimentoda serpente, que mostra a Adão e Eva a im-portância da verdade.c) ênfase ao poder de persuasão da serpente,o que levou Eva não só a comer o fruto proibi-do como também a incentivar Adão a fazê-lo.d) descrédito à ação da serpente, que resultouna expulsão – e não na permanência – deAdão e Eva do paraíso, por experimentarem ofruto proibido.e) homenagem velada à serpente, por permi-tir que Adão e Eva enfrentassem Deus.

alternativa C

O poder de persuasão da serpente fica eviden-ciado na seguinte passagem: "foi a serpenteque criou, na mulher, o desejo de experimentar ofruto proibido".

De acordo com o texto 1, um dos argumentosutilizados pela serpente para convencer Evaa comer o fruto proibido foi

a) afirmar que, comendo o fruto proibido,Adão e Eva não morreriam, conforme Deushavia dito, e sim que passariam a ser comoEle.b) mostrar que ela, ao contrário de Adão, nãoseria tão mais obediente a Deus, pois conhe-ceria tudo o que é bom e tudo o que é mau.c) enaltecer as qualidades da árvore, boapara o alimento e boa para se contemplar,logo, a forma de conhecer verdadeiramente aDeus.d) deixar claro que Deus não ousaria enfren-tar Adão e Eva depois que eles comessem ofruto, pois se tornariam mais poderosos queEle.e) contar a Eva que ela e Adão estavam nuse, pelo conhecimento, descobririam o que issosignificava efetivamente.

alternativa A

Segundo o texto, a serpente disse à mulher: "Po-sitivamente não morrereis. Porque Deus sabeque, no mesmo dia em que comerdes dele, forço-samente se abrirão os vossos olhos e forçosa-mente sereis como Deus, sabendo o que é bom eo que é mau".

Segundo o texto 2, a publicidade pode ser en-tendida como a arte dea) vender bons produtos a boas pessoas quan-do elas precisam deles.b) enganar, em qualquer situação, até mesmoos mais espertos.c) impor a aquisição de coisas simples, quan-do são muito necessárias.d) ser transparente e honesto para vendercoisas simples ou não.e) criar, no outro, a necessidade de adquiriraté mesmo algo de que não precisa.

alternativa E

Segundo o texto 2, se Eva vivesse hoje seria umaótima publicitária porque "ela soube convencerAdão de que valia a pena pagar um preço tão altopor uma simples maçã". E, além disso, conformeo texto, Eva não foi a primeira publicitária, houveoutra, a serpente, "que criou, na mulher, o desejode experimentar o fruto proibido".

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Questão 8

Questão 9

Questão 10

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A alternativa em que o uso da preposição emdestaque tem função mais estilística do quegramatical éa) ... quando estava com ela ...b) Do fruto das árvores do jardim podemoscomer.c) ... e fizeram para si coberturas para oslombos.d) ... ela começou dizer à mulher ...e) Depois deu também dele a seu esposo ...

alternativa B

O verbo comer é transitivo direto, portanto nãoprecisa de preposição: "podemos comer o fruto".No entanto, para enfatizar o objeto direto, é possí-vel preposicioná-lo: "comer do fruto", o que consti-tui o chamado partitivo, uma das funções do obje-to direto preposicionado.

Chama-se cacofonia ao som desagradável,proveniente da união das sílabas finais deuma palavra com as iniciais da seguinte. (Di-cionário Aurélio Básico da Língua Portugue-sa). Normalmente, a palavra produzida é desentido ridículo e baixo. Podemos encontrarno texto passagem em que o autor poderia terinvertido a ordem dos termos, mas não o fezcertamente porque geraria uma cacofonia demuito mau gosto, até mesmo veiculadora depreconceito, o que seria altamente indesejá-vel.Assinale a alternativa que ilustra os comen-tários sobre essa possibilidade de expressãolingüística.a) Você já ouviu a história de Adão e Eva? =Você já ouviu a história de Eva e Adão?b) ... e deve se lembrar do que aconteceu comos dois. = ... e deve lembrar-se do que aconte-ceu com os dois.c) ... o pobre coitado não resistiu. = ... não re-sistiu o pobre coitado.

d) ... pagar um preço tão alto por uma sim-ples maçã. = ... pagar um preço tão alto poruma maçã simples.e) E, assim, nasceu a propaganda. = E a pro-paganda assim nasceu.

alternativa A

A cacofonia está presente na inversão de "Adão eEva". Se o autor escrevesse Eva e Adão, gerariauma expressão cujo sentido é indesejável ("é vea-dão").

A frase “... Deus disse: ‘Não deveis comerdele, não, nem deveis tocar nele, para quenão morrais.’ ”, em que há as falas de Eva ede Deus no texto 1, em discurso indireto cor-responde aa) Deus disse que não se deve comer dele,nem se deve tocar nele, para que não morría-mos.b) Deus disse que não devíamos comer dele,nem tocar nele, para que não morreremos.c) Deus disse que não devemos comer dele,nem devemos tocar nele, para não morrer-mos.d) Deus disse que não deveremos comer dele,nem deveremos tocar nele, para que não mor-rêssemos.e) Deus disse que não devemos comer dele,nem tocar nele, para que não morremos.

alternativa C

Na transposição do discurso direto para o indireto,no lugar dos dois-pontos, usa-se o conectivo(que). O imperativo negativo ("não deveis", "nemdeveis") transforma-se em presente do indicativo("devemos") e o presente do subjuntivo ("morrais")passa a futuro do subjuntivo ("morrermos").

INSTRUÇÃO: Para responder às questões denúmeros 14 a 16, leia a tira seguinte, associan-do-a aos dois textos utilizados para responderàs questões imediatamente anteriores.

português/redação 5

Questão 11

Questão 13

Questão 12

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Observando as informações do segundo qua-drinho, pode-se relacioná-las corretamentecom a seguinte passagem do texto bíblico:a) “... que não deveis comer de toda árvore dojardim?”b) “... e forçosamente sereis como Deus, sa-bendo o que é bom e que é mau.”c) “... e fizeram coberturas para os lombos.”d) “... nem deveis tocar nele, para que nãomorrais.”e) “Positivamente não morrereis.”

alternativa B

No quadrinho, Deus pressupõe que seus interlo-cutores ainda estão no estágio de inocência, sema vergonha e a malícia, ou seja, que ainda nãosabem distinguir o que é bom do que é mau.

Considere as quatro afirmações seguintes.I. O pronome vossa (2ª pessoa do plural) éusado como forma de demonstrar respeito aalguém, sobretudo em posição superior.

II. No primeiro quadrinho, a escrita corretaseria por que e não porque.III. A forma verbal possui, no segundo qua-drinho, está incorreta, devendo ser substituí-da por possue.IV. A forma verbal têm, no último quadrinho,está correta, já que se refere aos dois interlo-cutores do Senhor.Estão corretas apenas as afirmaçõesa) I e II.c) II e IV.e) I, II e IV.

b) I e III.d) I, II e III.

alternativa E

I. Correta. "Vossa": referência respeitosa à batado "Senhor".II. Correta. "Por que": início de frase interrogativa.III. Falsa. Verbos terminados em uir são grafadoscom i (possuir/possui).IV. Correta. "Têm" refere-se a "vocês" (os dois in-terlocutores do Senhor).

O Senhor reconhece a inocência do homem eda mulher. Porém, admite que eles a perde-rão. O que denuncia esse conhecimento éa) a hesitação do Senhor no terceiro quadri-nho.b) o emprego do termo ainda no segundo qua-drinho.c) a irritação do Senhor com eles, no últimoquadrinho.d) o uso de bem, marcando a ponderação doSenhor, no segundo quadrinho.e) a confirmação, no último quadrinho, mar-cada pela forma verbal é.

alternativa B

Geralmente, o advérbio "ainda" exprime a idéia dealgo que não ocorreu até o presente, mas poderáocorrer no futuro, tal como aparece no segundoquadrinho.

Considere as seguintes informações sobre oheterônimo Alberto Caeiro, do poeta Fernan-do Pessoa, extraídas de Literatura Portugue-

português/redação 6

Nãoéramos à

vossa imagem esemelhança?

Bem, vocês aindanão possuem avergonha, a

malícia...

PIRATAS DO TIETÊ – Laerte

... Osenhorpossui?

É, têmrazão.

Ganhamosuma bata.

Porque não temosuma batacomo avossa?

Questão 16

Questão 15

Questão 14

Questão 17

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sa – da Idade Média a Fernando Pessoa, deJosé de Nicola.

“Para [ele], as coisas são como são. (...) Porisso mesmo, seu mundo é o mundo doreal-sensível (ou real-objetivo), é tudo aquiloque existe e que percebemos através dos sen-tidos. (...) ele ‘pensa’ com os sentidos.”

Os versos que ilustram o heterônimo apre-sentado sãoa) Sou um guardador de rebanhos. / O reba-nho é os meus pensamentos / E os meus pen-samentos são todos sensações. / Penso com osolhos e com os ouvidos / E com as mãos e ospés / E com o nariz e a boca.b) Amemo-nos tranqüilamente, pensando quepodíamos, / Se quiséssemos, trocar beijos ebraços e carícias, / Mas que mais vale estar-mos sentados ao pé um do outro / Ouvindocorrer o rio e vendo-o.c) Não matou outros deuses / O triste deuscristão. / Cristo é um deus a mais, / Talvezum que faltava.d) Dizem que finjo ou minto. / Tudo que es-crevo. Não. / Eu simplesmente sinto / Com aimaginação. / Não uso o coração.e) Já disse: sou lúcido. / Nada de estéticascom coração: sou lúcido. / Merda! Sou lúcido...

alternativa A

Alberto Caeiro é o heterônimo de Fernando Pes-soa que se caracteriza por uma visão de mundoque valoriza as coisas concretas (antimetafísico),"o mundo real-objetivo", que se "apreende pelossentidos". Os versos "os meus pensamentos sãotodos sensações. / Penso com os olhos e com osouvidos / E com as mãos e os pés / E com o narize a boca" refletem com clareza a postura do poe-ta.

INSTRUÇÃO: Para responder às questõesde números 18 e 19, leia os versos seguintes,da famosa Farsa de Inês Pereira, escrita porGil Vicente.

Andar! Pero Marques seja!Quero tomar por esposoquem se tenha por ditosode cada vez que me veja.Meu desejo eu retempero:asno que me leve quero,não cavalo valentão:antes lebre que leão,antes lavrador que Nero.

Sobre a Farsa de Inês Pereira, é correto afir-mar que é um texto de naturezaa) satírica, pertencente ao Humanismo portu-guês, em que se ridiculariza a ascensão socialde Inês Pereira por meio de um casamento deconveniências.b) didático-moralizante, do Barroco portu-guês, no qual as contradições humanas entrea vida terrena e a espiritual são apresenta-das a partir dos casamentos complicados deInês Pereira.c) religiosa, pertencente ao Renascimentoportuguês, no qual se delineia o papel morali-zante, com vistas à transformação do homem,a partir das situações embaraçosas vividaspor Inês Pereira.d) reformadora, do Renascimento português,com forte apelo religioso, pois se apresenta areligião como forma de orientar e salvar aspessoas pecadoras.e) cômica, pertencente ao Humanismo portu-guês, no qual Gil Vicente, de forma sutil eirônica, critica a sociedade mercantil emer-gente, que prioriza os valores essencialmentematerialistas.

alternativa E

Por meio da personagem Inês Pereira, Gil Vicentesatiriza um novo tipo de sociedade em que valo-res mercantis são privilegiados, enquanto os ver-dadeiros valores morais são relegados. Vale lem-brar que, embora seja o maior representante doHumanismo, o autor mantinha-se preso ao mundomedieval.

Os versos em destaque no texto, observadasas idéias e a regência, equivalem aa) Convém asno a que me leve de que cavalovalentão.b) Prefiro mais asno que me leve a cavalo va-lentão.c) É preferível asno que me leve do que cava-lo valentão.d) Prefiro asno que me leve a cavalo valentão.e) É melhor asno que me leve ante cavalo va-lentão.

português/redação 7

Questão 18

Questão 19

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alternativa D

O verbo preferir é transitivo direto e indireto, regi-do pela preposição a: preferir x a y. Assim: "Prefi-ro asno que me leve a cavalo valentão".Obs.: esse verbo não admite o advérbio mais,pois seria pleonástico.

INSTRUÇÃO: Leia os versos de Manoel deBarros e depois responda às questões de nú-meros 20 e 21.

Venho de nobres que empobreceram.Restou-me por fortuna a soberbia.Com esta doença de grandezas:Hei de monumentar os insetos!(Cristo monumentou a Humildade quando beijouos pés dos seus discípulos.São Francisco monumentou as aves.Vieira, os peixes.Shakespeare, o Amor, A Dúvida, os tolos.Charles Chaplin monumentou os vagabundos.)Com esta mania de grandeza:Hei de monumentar as pobres coisas do chão

[mijadasde orvalho.

De acordo com o texto, a idéia de monumen-tar os insetos revela que o poetaa) apresenta a grande contradição do seu fa-zer literário, já que dará a condição de tema aseres que, conforme os versos, são repelidospelas pessoas, razão pela qual decide monu-mentá-los.b) não tinha exata noção do seu fazer literá-rio, tematizando, de forma vaga e imprecisa,a questão de monumentar os insetos.c) quis, de forma paradoxal, revelar a grandio-sidade dos pequenos bichinhos, dando a elesa dimensão literária na sua criação artística,numa atitude análoga a de outros grandeshomens que marcaram a história da Huma-nidade.d) dá outra dimensão à criação literária, en-fatizando que ela deve constituir-se, basica-mente, de temas prosaicos, sem grande preo-cupação temática e formal.e) ironiza, de forma agressiva, a atitude degrandes personalidades da Humanidade, de-

monstrando que suas atitudes em muito pou-co ajudaram o ser humano a melhorar seudestino.

alternativa C

Assim como grandes autores destacaram, emsuas obras, seres tidos como de menor importân-cia (aves, peixes), o poeta opta por exaltar os in-setos – seres normalmente desconsiderados pelaliteratura.

Em Vieira, os peixes, o poeta refere-se ao Pa-dre Antônio Vieira e a seu sermãoa) da Quarta-Feira de Cinzas, que trata daefemeridade da vida do homem, assim comobreve é a vida do peixe, que pode ser vítimade uma rede. Desenvolve-se a partir da idéiade que o homem é pó e em pó se converterá.b) pelo bom sucesso das armas de Portugalcontra as das Holanda, símbolo da resistên-cia brasileira aos invasores. Vieira incita oscolonos a, assim como os peixes, defenderemsuas águas, impossibilitando a entrada do in-vasor europeu.c) da Sexagésima, em que se analisa o insu-cesso da frutificação da palavra de Deus. Tra-ta-se de uma teoria da arte da oratória, reve-lando que os homens, assim como os peixes,não ouvem a palavra de Deus.d) de Santo Antônio, no qual se discute a qua-lidade do auditório: ele prega aos peixes, jáque os homens não o escutam. Criticam-se,pois, os vícios dos homens, que se esquecemde ouvir a palavra de Deus.e) da Sexagésima, que trata do pregador quesai a pregar a todos a palavra de Deus e refe-re-se aos homens resistentes a ela, como ospeixes que não ouvem.

alternativa D

Segundo a tradição da Igreja Católica, um dia,santo Antônio pregou aos peixes, já que os ho-mens não queriam ouvi-lo. Assim, retomando oexemplo do santo, Vieira simula que prega aospeixes por considerar que era inútil pregar aos ho-mens. O "Sermão de Santo Antônio" também éconhecido como "Sermão aos Peixes".

português/redação 8

Questão 20

Questão 21

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INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir e respon-da às questões de números 22 a 26.

Explico ao senhor: o diabo vige dentro do ho-mem, os crespos do homem – ou é o homemarruinado, ou o homem dos avessos. Solto,por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum.Nenhum! – é o que digo. O senhor aprova?Me declare tudo, franco – é alta mercê queme faz: e pedir posso, encarecido. Este caso –por estúrdio que me vejam – é de minha certaimportância. Tomara não fosse... Mas, nãodiga que o senhor, assisado e instruído, queacredita na pessoa dele?! Não? Lhe agradeço!Sua alta opinião compõe minha valia. Já sa-bia, esperava por ela – já o campo! Ah, a gen-te, na velhice, carece de ter uma aragem dedescanso. Lhe agradeço. Tem diabo nenhum.Nem espírito. Nunca vi. Alguém devia de ver,então era eu mesmo, este vosso servidor. Fos-se lhe contar... Bem, o diabo regula seu esta-do preto, nas criaturas, nas mulheres, noshomens. Até: nas crianças – eu digo. Pois nãoé o ditado: “menino – trem do diabo”? E nosusos, nas plantas, nas águas, na terra, novento... Estrumes... O diabo na rua, no meiodo redemunho...

(Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas.)

A fala expressa no texto é de Riobaldo. Deacordo com o narrador, o diaboa) vive preferencialmente nas crianças, livree fazendo as suas traquinagens.b) é capaz de entrar no corpo humano e to-mar posse dele, vivendo aí e perturbando avida do homem.c) só existe na mente das pessoas que neleacreditam, perturbando-as mesmo sem exis-tir concretamente.d) não existe como entidade autônoma, antesreflete os piores estados emocionais do serhumano.e) é uma condição humana e não está relacio-nado com as coisas da natureza.

alternativa D

O diabo, segundo o texto, não existe como serautônomo: "Solto, por si, cidadão, é que não temdiabo nenhum", ou seja, "o diabo só vige dentro

do homem". O diabo regula o "estado preto" dascriaturas, isto é, seus piores estados emocionais.

A personagem Riobaldo dialoga com alguémque chama de senhor. Embora a fala dessapersonagem não apareça, é possível recupe-rar, pela fala do narrador, os momentos emque seu interlocutor se manifesta verbalmen-te. Isso pode ser comprovado pelo trechoa) O senhor aprova?b) Nenhum! – é o que digo.c) Não? Lhe agradeço!d) Tem diabo nenhum.e) Até: nas crianças – eu digo.

alternativa C

A obra Grande Sertão: Veredas pode ser entendi-da como um longo monólogo da personagem Rio-baldo, no qual há momentos em que se nota apresença de um interlocutor participativo. A pas-sagem que evidencia esse fato é: "Mas, não digaque o senhor, assisado e instruído, que acreditana pessoa dele?! Não? Lhe agradeço! Sua altaopinião compõe minha valia".

O texto de Guimarães Rosa mostra uma for-ma peculiar de escrita, denunciada pelos re-cursos lingüísticos empregados pelo escritor.Dentre as características do texto, estáa) o emprego da linguagem culta, na voz donarrador, e o da linguagem regional, na vozda personagem.b) a recriação da fala regional no vocabulário,na sintaxe e na melodia da frase.c) o emprego da linguagem regional predomi-nantemente no campo do vocabulário.d) a apresentação da língua do sertão fiel àfala do sertanejo.e) o uso da linguagem culta, sem regionalis-mos, mas com novas construções sintáticas erítmicas.

alternativa B

Guimarães Rosa, grande conhecedor de idiomas,partiu de um profundo estudo do "falar típico mi-

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neiro" e incorporou a ele elementos de outras lín-guas. Além disso, procurou romper as fronteirasentre prosa e poesia. Assim, em seus textos, sãocomuns os usos de células rítmicas, aliterações eoutros recursos da poesia; cria-se, deste modo,uma literatura de cunho universalizante, pela es-colha dos temas e pela ampliação dos limites dalinguagem.

A expressão Este caso, em destaque no texto,refere-sea) à existência do diabo.b) ao redemunho, reduto do diabo.c) à opinião do interlocutor.d) à velhice do narrador.e) ao estado preto do diabo.

alternativa A

A existência do diabo é o tema de todo o texto emquestão. Desse modo, quando o enunciador usaa expressão "este caso", ele quer dizer "este as-sunto", "isto de que estamos tratando".

Assinale a alternativa em que, segundo ospreceitos da norma culta, haverá alteraçãona posição do pronome oblíquo se a frase fortransposta para a forma negativa.a) Me declare tudo, franco ...b) Fosse lhe contar ...c) ... por estúrdio que me vejam ...d) Lhe agradeço!e) ... é alta mercê que me faz ...

alternativa B

O advérbio não antecedendo a locução verbalfosse contar admite duas construções com o pro-nome oblíquo: não lhe fosse contar ou não fossecontar-lhe.

INSTRUÇÃO: As questões de números 27 e28 referem-se ao texto seguinte, de ArnaldoAntunes.

fora de sieu fico loucoeu fico fora de sieu fica assimeu fica fora de mim

eu fico um poucodepois eu saio daquieu vai emboraeu fico fora de si

eu fico ocoeu fica bem assimeu fico sem ninguém em mim

A leitura do poema permite afirmar correta-mente que o poeta explora a idéia dea) buscar a completude no Outro, conformeatesta a função apelativa, reforçando que oEu, quando fora de si, necessariamente sefunde com o Outro.b) sair de sua criação artística, retratando,pela função poética, a contradição do fazer li-terário, que não atinge o poeta.c) perder a noção de si mesmo, e também per-der a noção das outras pessoas, o que se mos-tra num poema metalingüístico.d) extravasar o seu sentimento, como denun-cia a função emotiva, reafirmando a situaçãode desencanto e desengano do poeta.e) criar literariamente como brincar com aspalavras, o que se pode comprovar pela fun-ção fática da linguagem.

alternativa C

O eu-poemático perde a noção de si mesmo ("eufico fora de si / eu fico oco"), bem como a noçãodos outros ("eu fico sem ninguém em mim"), fa-zendo um jogo verbal entre 1ª e 3ª pessoas ("eufico fora de si / eu fica fora de mim"). Essa explo-ração das possibilidades lingüísticas, a constru-ção do poema como jogo de linguagem pode ca-racterizar o texto como metalingüístico.

Para construir a idéia de fora de si, o poetavale-sea) do uso exagerado do pronome eu, associan-do-o ao interlocutor em 2ª pessoa do singular.b) de variações lingüísticas, sugerindo que fi-car fora de si é transmutar-se também emoutras pessoas gramaticais.

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c) da utilização de pronome indefinido – nin-guém –, como forma de sugerir a idéia de im-precisão.d) de pronomes reflexivos que apontam parao próprio sujeito, numa atitude de olhar in-ternamente.e) de estruturas paralelísticas que garantema idéia de oco, embora o poeta se mostre cen-trado em si mesmo, independentemente dosoutros.

alternativa B

A expressão "fora de si" indica a ocorrência deuma variação lingüística (da 1ª pessoa mim paraa 3ª pessoa si), sugerindo que o eu-poemáticoperde a noção de si mesmo.

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para res-ponder às questões de números 29 e 30.

Machado de Assis guarda com Alencar umarelação de continuidade e, ao mesmo tempo,de descontinuidade; esta última relação échave em seu método. Para Alencar, a socie-dade é uma extensão da natureza, e ambasconstituem um continuum em que o que pos-sa ocorrer no social contrário à natureza (en-tendida a natureza como aquilo que a ideolo-gia diz que ela é, quer dizer, a qualidade na-tural dos valores, das relações e caráter daspessoas segundo o modelo vigente em certaordem social) será sempre “injusto” e “antina-tural”. De modo que o enredo romanesco emAlencar dá os saltos necessários para aquelaadequação, a fim de que a distância seja su-perada e o que é socialmente bom segundocerta ética e certa moral, o seja com a aprova-ção da “verdade natural”. Isto é, Alencar nãosai do âmbito da ideologia, e seu texto estásempre a autorizá-la e a escamotear suas fis-suras.

(Alfredo Bosi e outros. Machado de Assis.)

De acordo com o texto, a idéia de verdade na-tural de José de Alencar consiste ema) usar a literatura como forma de denunciaro verdadeiro cenário social em que as pessoasvivem, atitude própria dos escritores realis-tas.

b) mascarar a realidade, criando pela litera-tura um cenário social que, na verdade, écontrário à natureza ditada pela ideologia vi-gente, o que é próprio dos românticos.c) disseminar, de forma sutil, os valores in-justos e antinaturais que ultrajam o sistemasocial, definindo, assim, os valores da litera-tura romântica condoreira.d) explicitar, pela literatura realista-natura-lista, a hipocrisia representada socialmentepela falta de ética e de moral.e) transpor para a literatura os valores quelegitimam determinada ordem social, confor-me a ideologia vigente na sociedade, atitudeprópria de idealização sugerida pelo autor.

alternativa E

A idéia de "verdade natural", para José de Alen-car, consiste em adequar seus enredos à ideolo-gia vigente na sociedade: "o que é socialmentebom segundo certa ética e certa moral, o sejacom a aprovação da verdade natural".

Considerando que Machado de Assis guardacom José de Alencar uma relação de descon-tinuidade, pode-se afirmar corretamente quea) o homem, na sua narrativa, é abstrato, vi-vendo relações artificiais incapazes de alterarsua essência humana.b) a obra machadiana é produzida com temaeuropeu, refletindo os padrões idealizados doromance da burguesia liberal européia.c) a narrativa de Machado tornou inviável aanálise da sociedade concreta e do homemreal, definido historicamente.d) Machado rompe com a fixidez psicológicadas personagens, comum aos românticos, poisseu enredo centra-se em níveis impessoais: ogrupo social e o inconsciente.e) a obra de Machado apresenta uma assimi-lação dos modelos e valores praticados nopaís, revelando harmonia entre a literatura ea sociedade.

alternativa D

A descontinuidade que a obra machadiana guar-da em relação à de Alencar dá-se, entre outrasrazões, pela ruptura da linearidade psicológica

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Questão 30

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das personagens, explorando o "subterrâneo" doinconsciente, além de retratar diversos grupos dasociedade brasileira do século XIX: o funcionáriopúblico, o agregado, o rentista, etc.

Leia o trecho a seguir, de José de Alencar.

Convencida de que todos os seus inúme-ros apaixonados, sem exceção de um, a pre-tendiam unicamente pela riqueza, Auréliareagia contra essa afronta, aplicando a essesindivíduos o mesmo estalão.

Assim costumava ela indicar o merecimen-to relativo de cada um dos pretendentes, dan-do-lhes certo valor monetário. Em linguagemfinanceira, Aurélia contava os seus adoradorespelo preço que razoavelmente poderiam obterno mercado matrimonial.

O romance Senhora, ilustrado pelo trecho,a) representa o romance urbano de Alencar.A reação de ironia e desprezo com que Auré-lia trata seus pretendentes, vistos sob a óticado mercado matrimonial, tematiza o casa-mento como forma de ascensão social.b) mescla o regionalismo e o indianismo, te-mas recorrentes na obra de Alencar. Nele, oescritor tematiza, com escárnio, as relaçõessentimentais entre pessoas de classes sociaisdistintas, em que o pretendente é considera-do pelo seu valor monetário.c) é obra ilustrativa do regionalismo românti-co brasileiro. A história de Aurélia e de seuspretendentes mostra a concepção do amor,em linguagem financeira, como forma de pri-vilégio monetário, além de explorar as rela-ções extraconjugais.d) denuncia as relações humanas, em especialas conjugais, como responsáveis por levar aspessoas à tristeza e à solidão dada a superfi-cialidade e ao interesse com que elas se esta-belecem. Trata-se de um romance urbano deAlencar.e) tematiza o adultério e a prostituição femi-nina, representados pelo interesse financeirocomo forma de se ascender socialmente. Essaobra explora tanto aspectos do regionalismonacional como os valores da vida urbana.

alternativa A

O trecho citado reflete a visão depreciativa dapersonagem Aurélia em relação a seus preten-dentes, desejosos de elevarem-se socialmentepor meio do matrimônio, visto por eles como um"negócio" vantajoso.

INSTRUÇÃO: Para responder às questõesde números 32 e 33, leia o trecho a seguir, deMachado de Assis. Trata-se da parte final doconto Noite de Almirante. Deolindo saíra atrabalho em viagem marítima, deixando emterra Genoveva. Ambos haviam feito jura defidelidade. Ao voltar, Deolindo encontra suaamada já morando com outro. Após o momen-to inicial de ira e desespero, seus ânimos ar-refecem.

Deolindo seguiu, praia fora, cabisbaixo elento, não já o rapaz impetuoso da tarde, mascom um ar velho e triste, ou, para usar outrametáfora de marujo, como um homem “quevai do meio do caminho para terra”. Genove-va entrou logo depois, alegre e barulhenta.Contou à outra a anedota dos seus amoresmarítimos, gabou muito o gênio do Deolindo eos seus bonitos modos; a amiga declarouachá-lo grandemente simpático.

– Muito bom rapaz, insistiu Genoveva.Sabe o que ele me disse agora?

– Que foi?– Que vai matar-se.– Jesus!– Qual o quê! Não se mata não. Deolindo

é assim mesmo; diz as cousas, mas não faz.Você verá que não se mata. Coitado, são ciú-mes. Mas os brincos são muito engraçados.

– Eu aqui ainda não vi destes.– Nem eu, concordou Genoveva, exami-

nando-os à luz. Depois guardou-os e convidoua outra a coser. – Vamos coser um bocadinho,quero acabar o meu corpinho azul...

A verdade é que o marinheiro não se ma-tou. No dia seguinte, alguns dos companhei-ros bateram-lhe no ombro, cumprimentan-do-o pela noite de almirante, e pediram-lhenotícias de Genoveva, se estava mais bonita,se chorara muito na ausência, etc. Ele res-pondia a tudo com um sorriso satisfeito e dis-creto, um sorriso de pessoa que viveu umagrande noite. Parece que teve vergonha darealidade e preferiu mentir.

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Questão 31

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A desilusão amorosa de Deolindo aparece, nofinal do texto, sob a forma dea) tristeza por ter de mentir sobre a realida-de, que lhe aparece injusta e incontornável.b) vergonha por ter de mentir sobre a noiteque teve, já que tentou matar-se por Genove-va.c) resignação por não conseguir transformara situação, sublimando-a na sua resposta aosamigos.d) agressividade em relação à mulher amadae seu companheiro por causa do adultério.e) indiferença em relação à amada pelo fatode ela já estar com outro companheiro.

alternativa C

A partir da leitura do texto, é possível inferir queDeolindo procura aceitar a situação por não podertransformá-la. Ele mente aos amigos como umaforma de encobrir a realidade, a qual o envergo-nha e o incomoda.

O desfecho do conto retoma um dos grandestemas machadianos, a saber, a questãoa) da solidão, retratando-a por meio de ro-mances conflituosos e mal resolvidos.b) da desilusão amorosa, reafirmando a tristerealidade daqueles que sofrem por amor.c) do adultério, confirmando que as relaçõesamorosas são instáveis e, por isso, o amorpassa por mudanças.d) da máscara social, revelando o jogo dementira e verdade a que as pessoas estão su-jeitas.e) do amor, mostrando que as pessoas, mes-mo após muito tempo, ainda guardam os sen-timentos puros.

alternativa D

Machado de Assis põe constantemente em evi-dência as máscaras (aparências) que as pessoasassumem e que encobrem a realidade dos serese da sociedade.

INSTRUÇÃO: Para responder às questõesde números 34 e 35, leia a seguir um trechode um bate-papo pela internet, retirado deuma das “salas” do UOL.

(04:01:51) LOIRA fala para E.F.S-MSN:NAO QUERO PAPO CONTIGO PQ VCPIZOU NA BOLA(04:01:55) Alex entra na sala...(04:02:02) Alex fala para Todos: Alguémquer teclar?(04:02:04) ATIRADOR fala para AG@SSI:QUEM E VC(04:02:39) LOIRA fala para nois (Mô, Lê eTi): APARENCIA NAO EMPORTA(04:02:43) ATIRADOR fala para LOIRA:eai princesa ta afim de tc(04:02:56) LOIRA fala para AG@SSI: OIQTOS ANOS

Sobre a escrita no bate-papo, são feitas asquatro afirmações seguintes.I. As palavras teclar e tc são formadas, res-pectivamente, por sufixação e redução.II. Estão incorretamente grafadas as pala-vras pizou e emporta.III. A pontuação está incorreta nas frases deLoira, Alex e Atirador.IV. Alex e Atirador apresentam erros naacentuação de palavras.

Está correto apenas o que se afirma ema) I e II.d) II e IV.

b) I e III.e) III e IV.

c) II e III.

alternativa A

I. Tecla/teclar: uso do sufixo r.Tecla/tc: processo de redução ou abreviação, noqual a palavra se reduz a seus fonemas essen-ciais.II. As grafias corretas são: pisou, importa.

Observando a segunda fala de Atirador, vê-seque ele comete infração gramatical seme-lhante à que ocorre em

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Questão 34

Questão 35

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a) Durante a reunião, todos se referiram omesmo problema.b) Vossa Excelência deveis ouvir as exigên-cias do povo.c) Lhe enviaremos a resposta o mais brevepossível.d) Chegou todos os convidados para a festa.e) Derrepente ela parou e percebeu que esta-va sendo seguida.

alternativa E

Houve erro de grafia. Corrigindo: e aí, a fim de(com intenção de), de repente.

REDAÇÃO

Na sociedade moderna, freqüentementevêm surgindo situações inusitadas, que fo-gem às regras e à tradição, assinalando mu-danças cada vez mais rápidas nas estruturas,nas relações e nos valores sociais.

Em 2003, a homossexualidade estevepresente nas discussões diárias: Manoel Car-los, autor da novela Mulheres Apaixonadas,exibida pela Rede Globo, compôs duas perso-nagens femininas que são namoradas. A Pa-rada Gay, na Avenida Paulista, contou commuito mais pessoas, além das que se decla-ram gays. Incidentes, como o do casal de na-morados proibido de se beijar num shoppingpaulista, polemizam ainda mais os valoressociais. Em país vizinho, Argentina, homos-sexuais já podem casar-se.

Não é possível, portanto, ignorar situa-ções tão relevantes, que mexem com valores,conceitos, direitos e sentimentos das pessoas.

Leia os textos seguintes e elabore uma dis-sertação em prosa, na qual exponha e fun-damente seu ponto de vista sobre o tema:

A SOCIEDADE E AHOMOSSEXUALIDADE NOS DIAS

ATUAIS.

A força do arco-íris

Os gays já foram considerados crimino-sos – e julgados por isso. A Inglaterra do sé-culo XIX enforcou dezenas deles. Na mesmaépoca, as autoridades russas mandavam omuzhelozhstvo (que quer dizer “homem que

dorme com homem”) passar até cinco anos naSibéria. A Alemanha nazista deu aos homos-sexuais o mesmo tratamento reservado aosjudeus. Num dos mais famosos julgamentosda história, ocorrido em 1895, o escritor ir-landês Oscar Wilde foi acusado de sodomia ecomportamento indecente. Diante do juiz, de-finiu a atração física entre dois homens comoo “amor que não ousa dizer o nome”. Wildeacabou condenado e sentenciado a dois anosde prisão e trabalhos forçados. Numa fase se-guinte, os homossexuais passaram a ser tra-tados não mais como criminosos, mas comodoentes, “portadores de uma anomalia” quepodia conduzi-los à depressão e ao suicídio,donos de uma propensão especial à prática decrimes. Somente há pouco mais de dez anos aOrganização Mundial da Saúde retirou o ho-mossexualismo da Classificação Internacio-nal de Doenças. Atualmente, os especialistasjá não discutem o que leva alguém ao homos-sexualismo. Trata-se de uma mistura de fato-res, resultado de influências biológicas, psico-lógicas e socioculturais, sem peso maior parauma ou para outra – nunca uma determina-ção genética ou uma opção racional. Evoluiua conceituação, eliminaram-se os empecilhos,mas continua ser difícil assumir a homosse-xualidade.(...)

Apesar do preconceito, o panorama setornou menos hostil aos gays em função deuma série de vitórias computadas aqui e ali.(...)

Mesmo no Brasil, onde a legislação nãoé das mais avançadas, os gays registram di-versas conquistas. (...) A decisão mais famo-sa ocorreu em janeiro do ano passado, apósa morte da cantora Cássia Eller. A Justiçacarioca resolveu que Chicão, o filho da canto-ra, poderia ficar provisoriamente com a com-panheira dela, Maria Eugênia Vieira Martins,que viveu com Cássia durante catorze anos.“A questão da homossexualidade não tem im-portância”, escreveu o juiz na sentença. “Oessencial foi assegurar o interesse superiorde Chicão.” O respeito aos gays e a seus direi-tos produz um efeito imediato na vida deles,mas também inocula na sociedade uma preo-cupação crescente em respeitar as diferenças

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individuais, não apenas de ordem sexual,mas de classe social e cor, por exemplo.

(Camila Antunes, Veja, 25.06.2003.)

Vaticano lança campanha mundialcontra união civil homossexual

O Vaticano lançou hoje uma campanhamundial contra a legalização da união civilhomossexual e pediu aos políticos católicos detodo o mundo que se pronunciem de forma“clara e incisiva” contra as leis que favorecemcasamentos gays.

A campanha foi lançada através de umdocumento oficial, de 11 páginas, divulgadohoje com o título “Considerações sobre os pro-jetos de reconhecimento legal das uniões en-tre pessoas homossexuais” e preparado pelocardeal alemão Joseph Ratzinger, prefeito daCongregação para a Doutrina da Fé.

O documento, aprovado em março passa-do pelo papa João Paulo II, estabelece que re-conhecer legalmente as uniões civis homosse-xuais ou equipará-las ao matrimônio “signifi-ca não apenas aprovar um comportamentodesviado e convertê-lo em modelo para a so-ciedade atual, como também afetar os valoresfundamentais que pertencem ao patrimôniocomum da humanidade”.

Para o Vaticano, a “homossexualidade éum fenômeno moral e social inquietante”, quese torna cada vez mais “preocupante nos paí-ses nos quais já se concedeu ou se tem a in-tenção de conceder o reconhecimento legal àsuniões homossexuais”.

(Folha Online, 31.07.2003.)

Gays realizam manifestação contraVaticano no centro de SP

A Associação do Orgulho GLBT (Gays,Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros) de SãoPaulo realiza no início desta tarde, no centroda cidade, um protesto contra o documentoemitido pelo Vaticano, na semana passada,que condena o casamento entre pessoas domesmo sexo.

Os manifestantes estão reunidos na fren-te da Catedral da Sé. O objetivo da associa-ção é conversar com os fiéis após a celebração

da missa das 12h. Não há estimativa de pú-blico.

O grupo de homossexuais Ação Direta, doPSTU (Partido Socialista dos TrabalhadoresUnificados), também participa do ato. Segun-do o líder do movimento, Leandro Paixão, apostura da Igreja Católica é uma volta à“caça às bruxas”. “Nós lutamos pela aprova-ção de união dos homossexuais. Os mesmosdireitos que os casais heterossexuais têm, oshomossexuais também devem ter”, disse.

Representantes da catedral disseram quea igreja respeita qualquer manifestação e queos homossexuais têm direito de protestar.

(Folha Online, 05.08.2003.)

Protesto gay atrai três mil pessoas emSão Paulo

Milhares de pessoas lotaram neste do-mingo a praça de alimentação do shoppingFrei Caneca para assistir ao “beijaço” coletivoorganizado por grupos gays em protesto con-tra o preconceito sofrido por um casal gay nasemana passada. Um casal de homossexuaisfoi expulso do shopping após um beijo naboca.

(O Globo. 03.08.2003.)

Veto a união gay vira bandeiraeleitoral de Bush

Os republicanos não pouparam críticas àdecisão da Suprema Corte de Massachusetts,que considerou inconstitucional o dispositivoque proíbe o casamento de homossexuais,mas não escondem sua satisfação: o temaagora promete ser o divisor de águas da pró-xima campanha presidencial, na qual GeorgeW. Bush, candidato à reeleição, vai posarcomo defensor da família e da moral.

“O casamento é uma instituição sagradaentre um homem e uma mulher. E vou traba-lhar com os líderes do Congresso para fazer oque for legalmente necessário para defendera santidade do casamento”, afirmou Bush,que está na Grã-Bretanha, em visita oficial.Em Washington, o líder da maioria na Câma-ra, o republicano Tom Delay, do Texas, anun-ciou que vai acelerar a votação de uma emen-da constitucional que define o casamento“apenas como a união de um homem e uma

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mulher”, proposta por Marilyn Musgrave, re-publicana do Colorado. Segundo Delay, essa éa única forma de “dar um jeito no judiciáriodesgarrado de Massachusetts”.

(O Estado de S.Paulo, 20.11.2003.)

Comentário

A proposta de redação da Unifesp pede um po-sicionamento em relação a um dos grandes "ta-

bus" da sociedade: o homossexualismo. O can-didato é convidado a refletir sobre as mudançasprogressivas dos valores sociais modernos quepermitem um redimensionamento e uma des-mistificação do comportamento homossexual.Ao mesmo tempo, o vestibulando pode mostrarquão refratários são determinados segmentossociais em relação ao assunto, em nome "damoral e dos bons costumes". Bom tema, masque exigirá uma correção bastante conscienteda banca examinadora.

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