14 correlaÇÃo entre acusaÇÃo e sentenÇa...

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SUMÁRIO APRESENTAÇÃO - ADA PELLEGRINI GRINOVER.. 9 PREFÁCIO - Do Fato Concreto à Sentença - StRGIO MARCOS DE MORAES PITOMBO . 11 NOTADOAUTORÀSEGUNDAEDIÇÃO....................................................... 13 1. INTRODUÇÃO E DELIMITAÇÃO DO TEMA............................................... 19 2. PRINCípIOS PROCESSUAIS RELEVANTES PARAOTEMA........................... 21 2.1 Sistema acusatório e sistema inquisitório............................................ 21 2.2 Princípio do contraditório 28 2.2.1 Efetividade do contraditório................................. 29 2.2.2 Contraditório sobre questões de direito.... 31 2.3 Princípio da inércia da jurisdição............................................. 36 2.4 Princípiodadefesa ................................................................... 36 3. DO OBJETO DO PROCESSO..................................................................... 40 3.1 Identidade do objeto da acusação e da sentença.. 40 3.2 O objeto do processo no processo civil .............................................. 41 3.2.1 O objeto do processo e a pretensão processual ...................... 43 3.2.1.1 O objeto do processo como afirmação do direito ma- terial ou de circunstâncias de fato que fundamentam o pedido..................................................................... 44 3.2.1.2 Segue: pedido 46 3.2.1.3 Segue: pedido e causa de pedir................................. 48 3.2.1.4 Segue:situaçãosubstancial 54 3.2.1.5 Segue: lide............................................................... 56 3.3 O objeto do processo no processo penal ............................................ 61 3.3.1 O objeto do processo como pretensão punitiva 62 3.3.2 Segue: imputação penal ........................................................ 71 3.3.3 Segue: lide penal ................................................................... 81 STJ00081886

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14 CORRELAÇÃO ENTRE ACUSAÇÃO E SENTENÇA

tiva superveniente, antes defendida por parte da doutrina, que a Reforma deixou claro não ser possível. Além disso, a reforma do procedimento dos crimes dolosos contra a vida, operada pela Lei 11.689/2008, também implicou alteração da dis­ciplina da correlação entre acusação e sentença no tribunal do júri, com destaque para a supressão do libelo e a nova disciplina dos quesitos, que são analisados em detalhes.

Além das mudanças legislativas, um outro fator também justificava a elabo­ração de uma segunda edição. Embora o tema da correlação entre acusação e sentença seja um tema que pode ser considerado "clássico" no processo penal, quando lançamos a primeira edição, não havia na bibliografia nacional nenhuma monografia sobre o tema, que era tratado apenas em artigos e manuais. Porém, desde a sua publicação, em 2000, surgiram várias monografias, de inegável qualidade, que em vários pontos analisaram nossas posições, acolhendo-as ou criticando-as. O debate é, como sempre, saudável, e procuramos dar-lhe continuidade nessa segunda edição.

Não poderia deixar de fazer alguns agradecimentos para aqueles que colabo­raram de forma mais significativa para esta segunda edição. Minha eterna gratidão a minha esposa] ennifer Cristina Ariadne Falk Sadará e ao meu pai Sérgio Salgado Ivahy Badaró,que sempre estiveram dispostos a me ouvire a debater sobre todos os pontos que se mostraram duvidosos ou que eram fontes de inquietações. Agradeço, ainda, aJennifer pela leitura atenta e pela correção dos originais da segunda edição, bem como a todos os profissionais da Revista dos Tribunais, pela primorosa e cuidadosa releitura do texto.

Por fim, mas não menos importante, agradeço aos leitores, pela acolhida carinhosa da primeira edição. Sem vocês, esta segunda edição não seria possível. Suas sugestões e críticas serão sempre bem-vindas. Um abraço e boa leitura!

São Paulo, outubro de 2009.

GUSTAVO HENRIQUE RIGHI IVAHY BADARO

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO - ADA PELLEGRINI GRINOVER.. 9

PREFÁCIO - Do Fato Concreto à Sentença - StRGIO MARCOS DE MORAES PITOMBO . 11

NOTADOAUTORÀSEGUNDAEDIÇÃO....................................................... 13

1. INTRODUÇÃO EDELIMITAÇÃO DO TEMA............................................... 19

2. PRINCípIOS PROCESSUAIS RELEVANTES PARAOTEMA........................... 21

2.1 Sistema acusatório e sistema inquisitório............................................ 21

2.2 Princípio do contraditório 28

2.2.1 Efetividade do contraditório................................. 29

2.2.2 Contraditório sobre questões de direito.... 31

2.3 Princípio da inércia da jurisdição............................................. 36

2.4 Princípiodadefesa................................................................... 36

3. DO OBJETO DO PROCESSO..................................................................... 40

3.1 Identidade do objeto da acusação e da sentença.. 40

3.2 O objeto do processo no processo civil.............................................. 41

3.2.1 O objeto do processo e a pretensão processual...................... 43

3.2.1.1 O objeto do processo como afirmação do direito ma­terial ou de circunstâncias de fato que fundamentam o pedido..................................................................... 44

3.2.1.2 Segue: pedido 46

3.2.1.3 Segue: pedido e causa de pedir................................. 48

3.2.1.4 Segue:situaçãosubstancial 54

3.2.1.5 Segue: lide............................................................... 56

3.3 O objeto do processo no processo penal............................................ 61

3.3.1 O objeto do processo como pretensão punitiva 62

3.3.2 Segue: imputação penal........................................................ 71

3.3.3 Segue: lide penal................................................................... 81

STJ00081886

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16 CORRELAÇÃO ENTRE ACUSAÇÃO E SENTENÇA

4. CORRELAÇÃO ENTRE ACUSAÇÃO ESENTENÇA .

4.1 Identidade entre o fato imputado e o fato constante na sentença .

4.1.1 O conceito de fato para o processo penal e para o direito pe­nai .................................•.......

4.1.2 O conceito de identidade ..

4.1.3 Regra geral de identidade ou solução no caso concreto ..

4.1.3.1 Identidade dos elementos do delito ..

4.1.3.2 Identidade parcial da ação desenvolvida ou do bem penalmente tutelado ..

4.1.3.3 A inclusão do elemento subjetivo na identidade do fato .

4.1.3.4 Identidade eo critério teleológico da garantia do direito de defesa .

4.1.3.5 Regra de identidade: conteúdo da representação do fato imputado e do fato considerado na sentença ......

4.2 A identidade do objeto do processo e o julgamento de toda a imputa­ção .

4.3 Violação da regra da correlação entre acusação e sentença .

4.4 Correlação entre acusação e sentença e ne bis in idem .

5. A REGRA DA IDENTIDADE DOOBJETODO PROCESSO NO ORDENAMEN­TO JURíDICO BRASILEIRO .

5.1 Da "diversa definição jurídica do fato" .

5.1.1 Diversa definição jurídica dos fatos e contraditório sobre as questões de direito ..

5.1.2 Segue: alteração da natureza da ação penal ..

5.1.3 Segue: emendatio libelli ..

5.1.4 Segue: transação penal e suspensão condicional do processo.

5.2 Da "nova definição jurídica do fato" ..

5.2.1 Da necessidade de aditamento da denúncia .

5.2.2 O conceito de "elemento ou circunstãncia da infração penal"

5.2.3 Do procedimento após o aditamento da denúncia ..

5.2.4 Da inadmissibilidade da imputação alternativa superveniente

5.2.5 Do fato diverso e a natureza da açao penal .

5.2.6 Fato diverso e fato novo .

5.2.7 "Nova definição jurídica do fato": em segundo grau de jurisdi­ção .

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5.2.8 Segue: transação penal e suspensão condicional do processo. 181

5.2.9 Violação da regra da correlação entre acusação e sentença e nulidade absoluta.................................................................. 185

5.3 Correlação entre acusação e sentença no procedimento dos crimes de competência do Júri........................................................................... 186

5.3.1 Correlação entre acusação e sentença: homicídio e infanticí­dio........................................................................................ 197

5.4 Segue: nos Juizados Especiais Criminais 202

5.5 Segue: no Código de Processo Penal Militar 203

5.6 Segue: nos projetos de Código de Processo Penal e na Reforma do Código de Processo Penal.................................................................. 205

5.6.1 O Anteprojeto José Frederico Marques 205

5.6.2 O Projeto de Código de Processo Penal 1.655/83 205

5.6.3 Os projetos de reforma parcial do Código de Processo Penal.. 206

5.6.4 O projeto de Código de Processo Penal- PLS 156/2009......... 210

6. SITUAÇÕES ESPECIAiS............................................................................... 211

6.1 Mudança de consumação a tentativa e vice-versa.. 211

6.2 Mudança de autoria a participação e vice-versa 213

6.3 Mudança entre dolo, culpa e preterdolo............................................. 214

6.4 Mudança entre negligência, imprudência ou imperícia 216

6.5 Mudança entre as diversas formas de negligência, imprudência ou im­218

6.6 Mudança entre crimes com relação de especialidade .. 218

6.7 Mudança em crime complexo . 219

7. CONCLUSÕES .. 221

BIBLIOGRAFIA . 225

APÊNDICE - JURISPRUDÊNCIA .. 239

1. Mudança de crime tentado para crime consumado . 240

2. Mudança de coautoria para participação .. 244

3. Mudança de culpa para dolo: receptação .. 245

4. Mudança de dolo para culpa: peculato . 249

5. Preterdolo: mudança de lesão corporal seguida de morte para homicídio culposo . 250

6. Mudança de modalidade de culpa, de imprudência para imperícia . 250

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18 CORRELAÇÃO ENTRE ACUSAÇÃO E SENTENÇA

7. Crime complexo: mudança de latrocínio tentado a roubo consumado .. 251

8. Mudança de roubo para exercício arbitrário das próprias razões: mudança de iniciativa da ação penal. .................................................................. 252

9. Mudança de lesões corporais graves para estupro e necessidade de repre­sentação ................................ :............................................................. 254

10. Descoberta de fato novo ...................................................................... 256

11. Sentença cilra petila ............................................................................ 258

12. Mudança da qualificação jurídica do fato e suspensão condicional do processo .............................................................................................. 259

13. Mudança da qualificação jurídica do fato e transação penal ................. 268

14. Mulatio Iibe/li antes do momento processual adequado ........................ 269

15. Mudança da vítima do delito ................................................................ 270

16. Reconhecimento, na sentença, de concurso de pessoas ........................ 271

17. Reconhecimento, na sentença, do concurso material ........................... 273

18. Lesão corporal culposa simples e sentença que inclui a causa de aumento de pena ............................................................................................... 274

19. Denúncia por homicídio culposo simples e sentença que inclui causa de aumento de pena ................................................................................. 276

20. Denúncia por formação de quadrilha para fins de tráfico ilícito de entor­pecente e condenação por tráfico com a causa deaumento pelo concurso de agentes ........................................................................................... 277

21. Mudança de furto simples para qualificado .......................................... 278

22. Júri: denúncia por latrocínio e pronúncia por homicídio ....................... 279

23. Júri: denúncia por homicídio tentado e resistência e pronúncia por duplo homicídio tentado e resistência ............................................................ 281

24. Júri: necessidade de quesito específico sobre a conduta de partícipe ..... 283

25. Júri: pronúncia por qualificadora diversa da constante da denúncia ...... 284

26. Mudança de favorecimento real para receptação dolosa ....................... 287

27. Mudança de favorecimento real para furto qualificado ......................... 288

28. Mudança de falsificação de documento público para estelionato.......... 289

29. Mudança de estelionato para uso de documento falso .......................... 291

30. Mudança de estelionato para receptação dolosa .................................. 292

31. Mudança de receptação dolosa para coautoria em furto ....................... 293 32. Mudança de furto simples para receptação dolosa ................................ 295 33. Mudança de extravio, sonegação ou inutil ização de documento para uso

de documento falso ............................................................................. 297

34. Mudança de falso testemunho para corrupção de testemunha .............. 299 35. Mudança de estupro para sedução ....................................................... 300

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INTRODUÇÃO E DELIMITAÇÃO DO TEMA

o presente estudo tem por objeto aquilo que, na doutrina, se costuma designar por princípio ou regra da correlação entre acusação e sentença, ou princípio da vinculação temática do juiz.

O tema mostra-se bastante atual, principalmente quando se pensa em um verdadeiro processo penal acusatório. Não bastasse a própria opÇão política do legislador constituinte em delinear claramente um processo de tipo acusatório, a enorme amplitude quese deu aos direitos e garantias individuais ligados ao processo penal e, em última análise, ao acusado,já convidavam o estudioso a uma releitura das normas processuais penais vigentes há mais de meio século. Mais recentemente, o tema voltou a merecer atenção e a justificar um novo estudo da matéria, na medida em que a Lei 11.719/2008 alterou a redação dos arts. 383 e 384 do cpp Por outro lado, a Lei 11.689/2008, que também se integrou à reforma do Código de Processo Penal de 2008, alterou a sistemática do procedimento dos crimes dolosos contra a vida, mudando pontos que, diretamente, alteram a correlação entre a acusação e sentença no Tribunal do Júri.

A regra da correlação entre acusação e sentença mostra-se inserida no centro de toda a problemática trazida pelo que denominamos devido processo penal brasi­leiro. 1 O monopólio da ação penal pública conferido ao Ministério Público, com a correlata vedação da ação penal ex officio, pode ser colocado como ponto de partida para a análise tanto das normas processuais penais infraconstitucionais que inte­gravam o processo penal brasileiro, na redação originária do Código de Processo Penal, quanto para as novas disposições frutos da Reforma do Código de Processo Penal de 2008. Na outra ponta, surge a figura do juiz, cuja sentença representará a síntese de um processo dialético no qual a acusação será a tese e a defesa a antítese. No momento culminante do processo, o juiz deve julgar a imputação penal, isto é, toda a imputação penal e somente aquilo que foi imputado.

A relevãncia e atualidade do tema, por si sós, parecem justificar o presente trabalho, que buscou dar um novo enfoque a velhos problemas, tendo sempre como

1. PEDRO J. BERTOllNO (EI debido proceso penal. La Plata: Platense, 1986. p. 20- 21) fala em devido processo penal como sendo a "especificidad penal de la garantia constitucional dei 'debido proceso"'. Entre nós, a expressão também é utilizada por ROGERIO L~URIA TuccI. Direitos egarantias individuais no processo penal brasileiro. São Paulo: Saraiva, 1993. p. 69.