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MARGARIDA BARBOSA TEIXEIRA SISTEMÁTICA

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MARGARIDA BARBOSA TEIXEIRA

SISTEMÁTICA

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Porquê classificar?? 2

Devido à existência de milhões de seres vivos, o homem sentiu a necessidade de os classificar e agrupar segundo diferentes critérios, a fim de consultar, transmitir e estudar mais facilmente dados sobre os diferentes seres.

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Porquê classificar?? 3

A Sistemática utiliza todos os conhecimentos sobre os seres vivos para compreender as suas relações de parentesco e a sua história evolutiva e assim desenvolver sistemas de classificação que refletem essas relações.

A taxonomia é o ramo da Biologia que se ocupa da classificação dos seres vivos e da nomenclatura dos grupos formados.

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Evolução dos sistemas de classificação 4

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Evolução dos sistemas de classificação 5

Sistemas de Classificação Práticos

São os mais primitivos.

São de natureza empírica.

Utilizam critérios arbitrários e subjetivos.

Têm em conta a satisfação das necessidades básicas do homem, sem considerar quaisquer fundamentos científicos.

Exemplo: animais perigosos/não perigosos, comestíveis/não comestíveis; plantas comestíveis/não comestíveis, medicinais, daninhas…

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Evolução dos sistemas de classificação 6 Ao longo da História foram surgindo novas classificações:

Com uma base racional.

Mais objetivas que as práticas.

Utilizando critérios intrínsecos aos seres vivos (Exemplo: cor do sangue, tipo de ovos, estrutura do coração, tipo de respiração, reprodução, …).

Classificações Racionais

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Evolução dos sistemas de classificação 7 Classificações Racionais

As primeiras classificações racionais tinham por base um número restrito de características, escolhidas arbitrariamente,

Reuniam no mesmo grupo indivíduos muito diferentes (Exemplo: se agrupar os animais pela capacidade de voar, inclui no mesmo grupo aves, insectos e alguns mamíferos).

Classificações Artificiais

Com o tempo o homem sentiu necessidade de usar o maior número possível de características para classificar os seres vivos, formando grupos que englobam seres semelhantes.

Classificações Naturais

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Evolução dos sistemas de classificação 8

As classificações artificiais e as naturais:

Privilegiam apenas características estruturais

Não consideram o fator tempo, são estáticas são fixistas

Classificações Horizontais ou Fenéticas

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Evolução dos sistemas de classificação 9 Após Darwin e consequentemente após a implantação das ideias

evolucionistas:

as classificações passaram a ter em consideração o fator tempo – carácter dinâmico da transformação dos organismos.

as semelhanças entre os seres vivos são interpretadas como consequência da existência de um ancestral comum a partir do qual os grupos divergiram, há mais ou menos tempo.

o grau de semelhança reflete o tempo em que se deu a divergência.

Classificações Verticais

(Filogenéticas ou Cladísticas) Tentam reproduzir a história evolutiva dos seres vivos através de árvores filogenéticas e de cladogramas.

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Evolução dos sistemas de classificação 10

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Evolução dos sistemas de classificação 11

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Evolução dos sistemas de classificação 12

Classificações horizontais

Privilegiam as caraterísticas estruturais.

Não consideram o fator tempo.

Dendograma relaciona algumas espécies de acordo com o grau de semelhança morfológica entre elas.

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Evolução dos sistemas de classificação 13

Classificações verticais

Árvore filogenética

Cladograma

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Evolução dos sistemas de classificação 14

Classificações verticais

Árvore filogenética é uma representação gráfica, em forma de uma árvore, das relações evolutivas entre várias espécies ou outras entidades que possam ter um ancestral comum.

Cada nó com descendentes representa o mais recente antepassado comum.

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Evolução dos sistemas de classificação 15

Classificações verticais Cladograma é um diagrama que

mostra as relações ancestrais entre organismos.

Representa o padrão das relações entre os nós da árvore.

Os pontos correspondem ao mais recente antepassado comum.

Depois de cada ponto de ramificação surge uma característica derivada (ou “evoluída”).

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Evolução dos sistemas de classificação 16

Classificações verticais

Cladograma A, B, C e D representam espécies.

Números a preto representam características ancestrais, partilhadas pelas diferentes espécies devido a terem um ancestral comum.

Números coloridos representam características derivadas ou “evoluídas” presentes nos indivíduos de um grupo e que não existem no ancestral, revelando que houve separação de um novo ramo – evolução.

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Evolução dos sistemas de classificação 17

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Evolução dos sistemas de classificação 18

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Evolução dos sistemas de classificação 19

Classificação fenética e filogenética de lapa, craca e caranguejo.

As lapas e as cracas, através de uma

evolução convergente, desenvolveram conchas cónicas semelhantes, o que as liga em termos fenéticos.

Em termos evolutivos, as cracas e os caranguejos (ambos crustáceos) estão mais relacionados um com o outro do que qualquer deles com a lapa, que é um molusco.

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Evolução dos sistemas de classificação 20

Classificação fenética e filogenética de aves e crocodilos

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Evolução dos sistemas de classificação 21

O ato de classificar é artificial, estabelecido pelo Homem.

Qualquer sistema de classificação reflete, em cada época, o grau de conhecimento científico, não havendo nenhuma classificação definitiva.

Como serão as classificações biológicas no futuro?

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Grupos taxonómicos 22

Os grupos hierárquicos (taxa) estabelecidos por Lineu no seu sistema de

classificação - Systema Naturae – ainda hoje são usados.

Consideram-se 7 grupos taxonómicos principais:

Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Género e Espécie.

São consideradas

categorias intermédias entre os taxa principais (subfilo, superclasse, etc.).

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Grupos taxonómicos 23

No sentido ascendente:

o número de espécies vai aumentando,

cada grupo é mais abrangente,

aumenta a variabilidade.

Quando considerarmos, por exemplo, dois seres vivos, eles são tanto mais próximos quanto maior for o número de taxa comuns a que pertencem, isto é, quanto mais restrito for o nível do taxon em que ambos estão incluídos.

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Grupos taxonómicos 24

A espécie é o único grupo taxonómico natural.

Espécie – grupo de indivíduos que partilham o mesmo fundo genético e têm capacidade de se cruzar entre si, originando descendentes férteis (estão isolados de outras espécies ao nível reprodutivo).

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Nomenclatura 25

A designação dos taxa é feita em latim, pois sendo uma língua morta,

mantém-se imutável, não está sujeita a uma evolução.

Os cientistas de todo o mundo utilizam a língua latina para designar os grupos taxonómicos.

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Nomenclatura 26

Espécie

Lineu desenvolveu um sistema de nomenclatura binominal para designar as espécies.

O nome da espécie consta sempre de duas palavras latinas ou latinizadas:

a primeira é um substantivo escrito com inicial maiúscula e corresponde ao nome do género a que a espécie pertence;

a segunda palavra, escrita com inicial minúscula, designa-se por epíteto específico ou restritivo específico, sendo geralmente um adjetivo.

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Nomenclatura 27

Espécie

Quando uma espécie tem subespécies, utiliza-se uma nomenclatura trinominal para as designar, isto é, escreve-se o nome da espécie seguido de um terceiro termo designado por restritivo ou epíteto subespecífico.

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Nomenclatura 28

Espécie

Os nomes do género, da espécie e da subespécie devem ser escritos em itálico ou, quando escrito à mão, sublinhado.

À frente da designação da espécie pode escrever-se, em letra do texto, o nome ou a abreviatura do nome do taxonomista que, pela primeira vez, atribuiu aquele nome científico à espécie considerada.

Pode citar-se a data da publicação do nome da espécie, sendo essa data colocada a seguir ao nome do autor, separada por uma vírgula.

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Nomenclatura 29

Taxa superiores à espécie

A designação dos grupos superiores à espécie é uninominal, isto é, consta de uma única palavra, que é um substantivo, escrita com inicial maiúscula.

O nome da família dos animais obtém-se acrescentando a terminação –idæ à raiz do nome de um dos géneros.

Nas plantas, geralmente, a terminação que caracteriza a:

família –aceæ,

ordem –ales,

classe –ae.

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Evolução da classificação dos seres vivos em Reinos

30 A divisão dos seres vivos em reinos tem variado continuamente, ao

longo dos tempos.

A classificação em dois reinos utilizada por Lineu (1707-1778), incluía no:

Reino Animal os seres vivos sem clorofila e com locomoção, e

Reino Planta, os seres vivos com clorofila e sem locomoção (plantas, bactérias, fungos, …).

Esta classificação não conseguia incluir os seres fotossintéticos e com locomoção, bem como os não fotossintéticos e fixos.

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Evolução da classificação dos seres vivos em Reinos

31 A divisão dos seres vivos em reinos tem variado continuamente, ao

longo dos tempos.

A classificação, proposta por Haeckel (1834-1919), em três reinos: Reino Animal, Reino Planta e Reino Protista.

O Reino Protista incluía os seres pouco diferenciados, isto é, de classificação duvidosa, com características de animais e de plantas (como bactérias, protozoários e fungos).

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Evolução da classificação dos seres vivos em Reinos

32 A divisão dos seres vivos em reinos tem variado continuamente, ao

longo dos tempos.

Com o desenvolvimento do microscópio eletrónico, Copeland criou um quarto reino (1956), o Reino Monera, que incluía os seres procariontes.

O Reino Protista incluía eucariontes unicelulares e fungos.

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Evolução da classificação dos seres vivos em Reinos

33 A divisão dos seres vivos em reinos tem variado continuamente, ao

longo dos tempos.

Em 1969, Whittaker propôs a classificação em cinco reinos, criando o Reino dos Fungos.

Baseou-se nos seguintes critérios:

nível de organização estrutural, tipo de nutrição, interações nos ecossistemas.

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Evolução da classificação dos seres vivos em Reinos

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Whittaker, 1969

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Evolução da classificação dos seres vivos em Reinos

35 A divisão dos seres vivos em reinos tem variado continuamente, ao

longo dos tempos.

Devido ao avanço da Ciência e da Tecnologia, em 1979, Whittaker apresentou modificações ao seu sistema de classificação.

As algas multicelulares, devido ao seu baixo grau de diferenciação, passaram a fazer parte do reino protista

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Evolução da classificação dos seres vivos em Reinos

36 A divisão dos seres vivos em reinos tem variado continuamente, ao

longo dos tempos.

Whittaker, 1979

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Evolução da classificação dos seres vivos em Reinos

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Classificação de Whittaker

Reino Monera - seres procariontes (como as bactérias e as cianofíceas), autotróficos fotossintéticos ou quimiossintéticos, ou heterotróficos por absorção (microconsumidores).

Reino Protista - seres eucariontes, unicelulares ou multicelulares com pouca diferenciação de tecidos.

Inclui três grupos:

Protozoários - seres unicelulares heterotróficos por ingestão e macroconsumidores.

Algas - seres fotossintéticos unicelulares e multicelulares sem diferenciação tecidular

Mixomicetos – seres unicelulares heterotróficos por absorção, microconsumidores e, geralmente, multinucleados (semelhantes a fungos).

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Evolução da classificação dos seres vivos em Reinos

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Classificação de Whittaker

Reino Fungi - seres eucariontes geralmente multicelulares, multinucleados, heterotróficos por absorção (microconsumidores).

Reino Plantae - seres eucariontes multicelulares fotossintéticos.

Reino Animalia - seres eucariontes multicelulares heterotróficos por ingestão e macroconsumidores.

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Evolução da classificação dos seres vivos em Reinos

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Atualmente, alguns sistematas têm proposto outros sistemas de classificação.

Lynn Margulis e Karlene Schwartz (1980) baseando-se principalmente em dados morfológicos e moleculares consideram 2 super-reinos:

Prokarya engloba o reino Bacteria (sub-reinos Archaebacteria e Eubacteria).

Eukarya engloba os reinos Protista, Fungi, Animalia e Plantae.

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Evolução da classificação dos seres vivos em Reinos

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Atualmente, alguns sistematas têm proposto outros sistemas de classificação.

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Evolução da classificação dos seres vivos em Reinos

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Atualmente, alguns sistematas têm proposto outros sistemas de classificação.

Carl Woese (1990) baseando-se fundamentalmente na comparação de sequências nucleotíticas de RNA ribossómico propõem um sistema de três grandes domínios:

Eubacteria

Archaebacteria

Eukariota

(engloba os reinos Protista, Fungi, Animalia e Plantae)

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Evolução da classificação dos seres vivos em Reinos

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Atualmente, alguns sistematas têm proposto outros sistemas de classificação.

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Evolução da classificação dos seres vivos em Reinos

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Atualmente, alguns sistematas têm proposto outros sistemas de classificação.

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Evolução da classificação dos seres vivos em Reinos

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As arqueobactérias são capazes de sobreviver em ambientes muito extremos.

As condições extremas de sobrevivência das arqueobactérias são semelhantes às que terão existido na Terra primitiva, facto que levou a que fossem consideradas os seres mais primitivos (daí a designação de arqueobactérias).

Distinguem-se vários grupos de arqueobactérias:

termófilas vivem em águas quentes sulfurosas, como nas proximidades de fontes termais;

halobactérias, que vivem somente em ambientes salgados, como em salinas e salmouras;

metanógenas, produzem metano, em anaerobiose, a partir do dióxido de carbono e do hidrogénio; vivem no fundo dos pântanos e no interior do aparelho digestivo de alguns animais;

termoacidófilas, vivem em águas quentes e ácidas.

Nota - Arqueobactérias

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Evolução da classificação dos seres vivos em Reinos

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No que diz respeito à composição química, as arqueobactérias diferem bastante das eubactérias

não possuem glicopeptídeos na parede celular,

o DNA está associado a histonas,

possuem vários tipos de RNA polimerases…),

atualmente, são consideradas

mas próximas filogeneticamente dos seres do domínio Eukaria do que das restantes bactérias (domínio Eubacteria).

Nota - Arqueobactérias