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Tiago Caiado Guerreiro [email protected]
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11 de Março de 2015
O Sistema Fiscal Português
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A Fiscalidade é um elemento fundamental de captação do investimento, criação de emprego,
desenvolvimento e estabilidade social. A Justiça e a equidade têm de andar a par com o
pragmatismo por forma a premiar quem mais trabalha, quem cria empresas, bem como os
investidores estrangeiros ou todos aqueles que desejam residir em Portugal.
EQUIDADE EFICIÊNCIA COMPETITIVIDADE
OBJECTIVOS A ALCANÇAR PELO SISTEMA FISCAL PORTUGUÊS
Portugal em números
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Em 2015, Portugal será o quarto país mais endividado em % de PIB no âmbito da Zona Euro.
Portugal em números
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O défice orçamental evolui de 11,2% do PIB em 2010 para 4,8% (3,7 % sem medidas pontuais) em 2014.
Fonte: Ministério das Finanças (OE2015)
Portugal em números
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A carga fiscal e contributiva (ajustada das medidas temporárias) representa cerca de 34,5% do PIB em 2015.
Onde estamos?
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O Esforço fiscal relativo é crescente face a outros países da União Europeia – Portugal ocupa 24º lugar na EU-28.
Cenário macroeconómico para 2015
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Cenário macroeconómico
apresentado no Orçamento do
Estado para 2015 aponta para um
crescimento real da actividade
económica de 1,0% em 2014 e
uma aceleração para 1,5% em
2015, decorrente de um
contributo positivo da procura
interna e das exportações
líquidas.
Pontos Positivos do Regime Português
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I.Redução de 23% para 21% do Imposto Sobre o Rendimento Das Pessoas Colectivas, como um
passo da intenção do governo de a baixar para 17% até 2018.
Adicionalmente, foi criada uma taxa especial de 17% para os primeiros € 15.000 de lucros colectáveis.
II.Regime de Participation Exemption:
•Estão totalmente isentos de tributação os dividendos que uma Holding Portuguesa receba das suas
filiais, bem como as mais-valias geradas pela alienação dessas participações sociais.
•Os dividendos distribuídos por uma sociedade portuguesa serão também isentos de retenção na
fonte em Portugal – tendo de ter, directa ou indirectamente, uma participação mínima de apenas
5%do capital social ou dos direitos de voto.
•Requisitos: A entidade tem que distribuir ou receber os lucros ou reservas esteja sujeita e não isenta
a uma tributação mínima de 13,8% do rendimento (10,2% em 2018) no estado de residência.
Pontos Positivos do Regime Português
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Regime de Patent Box - Artigo 50º A do CIRC Os rendimentos provenientes da cessão ou utilização temporária de patentes e desenhos ou modelos industriais, registados após 1 de Janeiro de 2014, apenas são tributadas em metade do seu valor. Concorrem, ainda, para a determinação do lucro tributável em apenas metade do seu valor os rendimentos decorrentes da violação dos direitos de propriedade industrial referentes a patentes e a desenhos ou modelos industriais. Alargamento do prazo de reporte dos prejuízos fiscais para 12 anos – Artigo 52º do CIRC As empresas passam a poder deduzir os prejuízos fiscais apurados num determinado período de tributação nos 12 períodos posteriores. Esta dedução pode ir até aos 70% do lucro tributável.
Pontos Positivos do Regime Português
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GOLDEN VISA (Em revisão) A Autorização de Residência em Portugal permite viajar livremente pela União Europeia. Para obter uma Autorização de Investimento é necessário cumprir alguns requisitos específicos, por um período de duração mínimo de cinco anos a partir do momento em que a Autorização de Residência é garantida: I.Transferência de capital, no montante de € 1.000.000,00 (um milhão de euros) ou mais;
I.Criação, no mínimo, de 10 postos de trabalho; I.Aquisição de Imóveis com valor igual ou superior a € 500.000,00 (quinhentos mil euros). O investimento tem de ser mantido por um período de 5 (cinco) anos e a Autorização de Residência é concedida por 1 (um) ano e renovável por períodos de 2 (dois) anos. Este regime permite aos estrangeiros o investimento em Portugal e, simultaneamente, a autorização de residência no país, no âmbito de um processo simples e não burocrático.
Pontos Positivos do Regime Português
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REGIME DE RESIDENTES NÃO HABITUAIS
I.Permite que os sujeitos passivos beneficiem de uma taxa de tributação de apenas 20% sobre os
rendimentos recebidos em virtude de uma actividade desenvolvida em Portugal;
II.0% sobre os rendimentos de fonte externa (juros, royalties, dividendos, mais valias imobiliárias e
pensões);
III.Não existe imposto sobre as Sucessões e Doações em Portugal, independentemente da natureza ou
valor da propriedade herdade ou doada entre pais, filhos ou cônjuges. Nos restantes casos, aplica-se
uma taxa de imposto de 10%.
IV.Não existe imposto sobre a Fortuna;
Este regime é adquirido por um período de dez anos (10 anos) quando verificados certos requisitos.
Pontos Positivos do Regime Português
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Note-se, no entanto que: Em Espanha, Inglaterra, Suíça, bem como noutros países, isentam-se as mais-valias e todos os outros rendimentos obtidos no estrangeiro.
É crucial tornar o regime de RNH (ainda) mais competitivo, de modo a atrair (ainda mais) o investimento em Portugal…
À semelhança do que tem vindo a ser implementado noutros países do mundo
Como captar o investimento?
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Do inquérito realizado no âmbito do Observatório da Competitividade Fiscal para 2014 - Deloitte, as empresas destacam como áreas mais importantes para captar/manter o investimento: • “Funcionamento eficaz dos tribunais” (55%); • “Legislação laboral”(38%); • “Simplificação burocrática em geral” (35%); • Incentivos Fiscais ao Investimento (34%). Fonte: Observatório da Competitividade Fiscal para 2014
A competitividade em Portugal
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Portugal sobe 15 posições em 2014 no Global Competitiveness Index, atingindo o 36º lugar, após vários anos em queda.
Principais obstáculos ao investimento existentes em Portugal
Fonte: Observatório da Competitividade Fiscal para 2014 - Deloitte
Fonte: Research Novo banco, Out 2014
A competitividade em Portugal
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Dados os constrangimentos orçamentais, é necessário que uma alteração do sistema fiscal não
ponha em causa as metas orçamentais, mas sim contribua para elas através da potenciação do
crescimento económico.
Os impostos devem ser convidativos às empresas:
• Eficientes e dar suporte ao crescimento;
• Determinados e previsíveis;
• Simples de entender e de fácil de cumprimento;
•Justos e recompensar o trabalho;
Albert, belive me… It was just a nightmare.
There’s no taxman under the bed!
Quais os instrumentos que dispomos para conseguir cumprir os objectivos a que estamos sujeitos?
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Seria positivo para a Economia…
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Simplificação e desburocratização da Administração fiscal
Estimular a competitividade
Atrair o investimento
Relançar a Economia e estabilizar a Política Fiscal
Pecados marginais do nosso Sistema
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Excesso de Burocracia Regime sancionatório – crimes
e multas aplicadas são desproporcionais
Tributações autónomas
Falta de transparência fiscal das normas e dos regimes
= Repelem o investimento
Elevadas taxas de impostos comparativamente a outros
países
Tributações Autónomas
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Em sede de IRC, a medida considerada mais penalizadora pelas empresas é o “Aumento da tributação
autónoma sobre encargos efectuados ou suportados com viaturas ligeiras de passageiros, motos ou
motociclos, excluindo veículos eléctricos, com valor de aquisição igual ou superior a € 25.000” (55%).
Fonte: Observatório da Competitividade Fiscal para 2014
As tributações autónomas são uma tributação que incide sobre determinados
encargos de sujeitos passivos de IRC e devem ser interpretadas como um
pagamento independente da existência ou não de matéria colectável.
(A tributação incide sobre uma despesa
não sobre o rendimento)..
Artigo 88º CIRC
Fonte: Observatório da Competitividade Fiscal para 2014 - Deloitte
Tributações Autónomas
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Até 2013, as taxas de tributação autónoma aplicáveis variaram em função dos anos de aquisição e dos valores de aquisição das viaturas, motos e motociclos. A partir de 2014, deixa-se de ter em conta o ano de aquisição (ou locação) para o cálculo da tributação autónoma. As taxas são aplicáveis por intervalos de valores de aquisição, independente do ano em que os bens foram adquiridos. Para além da tributação autónoma, também as depreciações fiscalmente aceites só podem ir até 25% de 25.000€1. O excedente representa um gasto não aceite para efeitos fiscais.
Fonte: Observatório da Competitividade Fiscal para 2014
1. De acordo com o Decreto Regulamentar 25/2009, a taxa de depreciação de viaturas é 25%, pressupondo uma vida útil de quatro anos
Exemplo: A taxa de tributação autónoma de um veículo adquirido em 2010 pelo montante de € 40.000 manteve-se, até 2013, nos 10% (uma vez que não excedia o limite à data aplicável). À luz das novas regras, a taxa de tributação deste mesmo veículo sobe para 35%.
Estas medidas desincentivam o investimento em Portugal
drasticamente
Tributações Autónomas
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Gastos sujeitos a Tributação Autónoma - Artigo 88º do IRC
Fonte: Observatório da Competitividade Fiscal para 2014
Fonte: Finaccount 2014
Tributações Autónomas
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Gastos sujeitos a Tributação Autónoma
Artigo 88º do Código do
Imposto sobre as Pessoas Colectivas
Fonte: Observatório da Competitividade Fiscal para 2014
Fonte: Finaccount 2014
A Economia na Europa e em Portugal… 23
The Economist
“A lack of larger firms means fewer jobs and less a resilient economy” – 21 de Fevereiro de 2015
• Cada vez mais, na Europa, se verifica o problema de falta de massa crítica das médias e grandes
empresas;
• A média de empregados, por empresa, em Portugal, Espanha e Itália ronda os 4.7 empregados
(5.1 em 2008) – apontam os dados;
• Apenas 0,8% das empresas têm mais de 50 trabalhadores, enquanto, por exemplo, na Alemanha a
média é de 3,1%.
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A Economia na Europa e em Portugal…
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The Economist
• Em Inglaterra, as grandes empresas – aquelas com mais de 250 trabalhadores -, proporcionam quase metade de todos os postos de trabalho do sector privado disponíveis. • Em Espanha, apenas um quarto dos postos de trabalho são oferecidos por grandes empresas. • Problema: Quanto maior é a dimensão da empresa mais responsabilidades e encargos fiscais estas têm. Contrariamente, pequenas empresas continuam a gozar de benefícios e menor carga fiscal. • A Administração Fiscal torna-se mais rigorosa quando as empresas obtêm gastos anuais que rondam os 6 milhões de Euros – revela o artigo do The Economist.
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A Economia na Europa e em Portugal…
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The Economist
“A lot of people think, why bother growing if i am just fine?
É necessário criar incentivos ao crescimento e à globalização das
Empresas, de modo a potenciar a internacionalização e exportação das
várias actividades económicas.
Caso contrário…
= Estagnação da economia
É essencial reverter estes comportamentos e fomentar o crescimento e enriquecimentos das pequenas e médias empresas
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Taxa de IRC na Europa
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Evolução da Taxa de IRC ao longo dos anos em alguns países Europeus (2006-2014)
• A tendência verificada , nestes países, tem sido a da diminuição do imposto, sendo que a Alemanha apresenta a taxa de IRC mais elevada.
• Fonte: KPMG
Seria positivo para a Economia…
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PROPOSTAS
I. Atingir uma taxa nominal de IRC igual à da Irlanda – uma das mais baixas da Europa, por forma a
aumentar o rendimento disponível das empresas;
Taxa nominal de IRC da Irlanda: 12,5%
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Seria positivo para a Economia…
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II. Diminuição da Carga Fiscal •Esforço fiscal de Portugal = 6º maior EU (em 2013, carga fiscal aumentou 8,1%, = 34,9% do PIB). Propõe-se: • Redução da carga fiscal sobre as PME ( de modo a evitar o constante risco de falta de liquidez financeira, do crescimento económico e a aumentar a competitividade do país); • Redução da Taxa Social Única para empresas que contratem desempregados, jovens à procura do primeiro emprego e receptores do rendimento mínimo garantido, em especial para empresas que se dediquem à exportação ou substituição de importações. • Eliminação dos regimes de tributação dos custos ou despesas das empresas (tributações autónomas);
Seria positivo para a Economia…
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III. Criar um sistema de forfait para as microempresas e empresários por conta própria sem
contabilidade, com base nos indicadores sectoriais ou empresariais
O rendimento tributável no âmbito deste regime de forfait teria por base os indicadores económicos
sectoriais e empresariais. O imposto a pagar seria, portanto, determinado tendo por base rendimentos
líquidos ficcionados (ou seja, com base no lucro presumido das empresas), que teriam por referência
nomeadamente os custos das empresas.
Seriam, por isso, impostos “por avença” ou imposto “à forfait”, em que há uma fixação antecipada do
imposto, tendo por base o acordo estabelecido.
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Possíveis vantagens deste regime
A criação de um regime deste tipo implicaria :
I.Valor de receita fiscal fixo por pessoa ou empresa para o Estado;
II.Diminuição dos custos burocráticos;
III.Estímulo ao trabalho;
Por outro lado, com a implementação de um sistema deste tipo, o actual princípio do “rendimento
real” teria naturalmente de sofrer alterações.
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IV. Concessão de isenção de IRC, as chamadas Tax Holidays, às empresas que actuem em áreas
estratégicas, (software, novas energias, internet, ciências do mar, turismo, educação, etc.)
Esta medida seria direccionada a empresas que actuem em áreas estratégicas, não podendo, por sua
vez, ficar circunscrita às empresas nacionais.
Neste caso, sugere-se que a medida seja aplicável a empresas que actuem nestes mercados, ficando
contudo os benefícios condicionados:
i. A um período mínimo de permanência das empresas no mercado local;
ii. Exigências rígidas no que respeita ao desenvolvimento dos sectores locais.
Seria positivo para a Economia…
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Para as empresas que cumprissem os mencionados requisitos, propõe-se:
• Isenção de impostos em sede de IRC, sobre o total da facturação da empresa de 100% no
primeiro ano, sendo sucessivamente reduzido todos os anos, por um período de 10 anos.
Com estas medidas seria possível contribuir para a consolidação de inúmeras empresas nacionais,
incentivando-se fortemente o crescimento destas.
Este mecanismo de incentivo não teria necessariamente de ficar restrito às áreas mencionadas,
podendo, por exemplo, ser estendido aos demais segmentos empresarias.
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V. Incentivo à retenção de lucros e seu reinvestimento
• No que respeita aos incentivos ao autofinanciamento, a opção deverá passar pela adopção
de um regime orientado para o incentivo à retenção de lucro nas empresas.
• Regime actualmente em vigor em Portugal
Dedução por lucros retidos e reinvestidos:
O novo Código Fiscal do Investimento (artigos 27º e seguintes) prevê uma dedução à
colecta do IRC correspondente a 10% dos lucros retidos no seio de uma empresa que
sejam reinvestidos em activos tangíveis.
Seria positivo para a Economia…
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• Na Bélgica:
Foi adoptado um regime, Notional Interest Deduction, com o mesmo fim.
Neste sistema, prevê-se a existência de uma dedução à colecta baseada nos custos de
financiamento.
Na sua essência, uma empresa é tratada fiscalmente como se tivesse contraído
empréstimo sobre os seus fundos a uma taxa igual à da dívida pública a dez anos (aprox.
3%).
O “notional” interest (juros fictícios) é calculado com essa taxa e deduzido à colecta. O
objectivo destas medidas é o de abolir a diferença de tratamento fiscal entre o
financiamento através de empréstimos e o financiamento através de capital próprio.
Seria positivo para a Economia…
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Alterações concretas, que se propõem, no âmbito do regime de Dedução por Lucros Retidos e
Reinvestidos no Regime Português:
• Alargamento do incentivo a todas as empresas;
• Restrição do elenco de excepções à dedução de activos adquiridos, nomeadamente, permitindo
que a aquisição de todos os activos afectos a actividades produtivas seja dedutível;
• No que respeita à dedução de activos adquiridos, em locação financeira, aumentar o prazo de
obrigatoriedade de exercício da opção de compra de 5 para 10 anos.
Seria positivo para a Economia…
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É necessário criar mecanismos que estimulem o financiamento, recompensando os investidores.
Assim, quando os empresários invistam na sua empresa deverão obter um
rendimento semelhante àquele que obteriam caso fizessem outro tipo de investimento.
Deveria, portanto, eliminar-se a tributação correspondente de 28% (em sede de IRS),
incentivando os empresários ao investimento.
Investir em capital social da Empresa =
Isenção na tributação, de modo a premiar os
empresários pelo investimento através de capital próprio
É fundamental…
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Transparência na criação das normas
Por isso, não investem
Os empresários não percebem as vantagens do regime
Deve-se, por isso: Simplificar os regimes e
diminuir os riscos inerentes ao investimento
O regime é imperceptível
Eliminar as restrições ao elenco de
excepções à dedução de activos adquiridos, criando um regime mais
atractivo
Gestores de Activos VS Empresários
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Gestores de Activos
• Regime simples • Sem riscos
• Regime Atractivo • Sem riscos criminais e
fiscais
VS
Empresários
• Elevada responsabilidade criminal e fiscal
• Perseguidos pela AT • Risco Elevado
• Poucos incentivos
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VI. Eliminação de limites de dedutibilidade de gastos com o financiamento
Neste momento (art. 67º do CIRC), os gastos de financiamento líquidos concorrem para a determinação
do lucro tributável até maior dos seguintes limites:
• €1.000.000,00;
• 30% do resultado antes de depreciações, amortizações, gastos de financiamento líquidos e
impostos.
Propõe-se:
Excluir os limites de dedutibilidade dos gastos com financiamento;
Devem ser criados mais incentivos ao investimento.
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VII. Simplificação e desburocratização da Administração fiscal O Sistema Fiscal Português tem-se demonstrado pouco eficiente (de acordo com o Observatório da Competitividade Fiscal Português, em 2014, 76% dos empresários apontavam problemas de ineficácia e complexidade ao actual sistema). Recorrentemente são desviados recursos da economia para áreas pouco produtivas – verificando-se: • perda de tempo por parte dos contribuintes no cumprimento das suas obrigações fiscais;
• avultadas despesas em serviços de consultoria fiscal/contabilidade;
• máquina fiscal incomportável com as intermináveis verificações e inspecções à veracidade dos
abatimentos, deduções e benefícios fiscais;
Contribuindo, assim para a fraude e evasão fiscal.
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De modo a melhorar a relação do contribuinte com a Administração Fiscal, dever-se-ia:
• Diminuir da carga de obrigações declarativas;
• Simplificar dos regimes de taxas nacionais e municipais;
• Possibilitar a obtenção, por parte do contribuinte, em tempo útil, de informação prévia
vinculativa em relação às suas operações;
• Reduzir número de obrigações declarativas e evitar duplicação das mesmas;
• Assegurar o funcionamento mais célere dos Tribunais Tributários;
• Simplificar do regime de arbitragem, imprimindo uma maior celeridade na resolução de litígios,
reduzir a pendência de processos nos tribunais administrativos e fiscais e fomentar a
imparcialidade dos árbitros.
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VIII. Desagravamento criminal e diminuição das multas/coimas (muitas vezes desproporcionais),
mantendo apenas um regime criminal agravado para casos de fraudes especificas (por exemplo,
fraude “carrossel”);
IX. Atenuação da responsabilidade subsidiária dos administradores, directores e gerentes – art. 24º
LGT;
X. Redução dos privilégios creditório do Estado – Porque são os outros credores considerados
credores menores?
Em 2014, o fisco instaurou 7,4 milhões de processos fiscais, o que compara com uma média de 1,6 milhões registada nos dez anos anteriores. O número de processos fiscais aumentou mais de 350% em 2014.
Seria positivo para a Economia…
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XI. Eliminação de Tributação das Mais-Valias mobiliárias obtidas fora do território português no
regime dos RNH
O regime dos RNH poderá capturar o espírito de atracção existente noutras jurisdições:
• A isenção dos rendimentos obtidos no estrangeiro tornam os regimes de non domiciled residents
(ou equivalente) tal como Espanha, Reino Unido (desde que o rendimento não seja remetido para
o RU), Malta (nas mesmas condições que o RU) particularmente atractivos para cidadãos
estrangeiros que procuram instalar-se num país com uma fiscalidade mais favorável, em
detrimento do regime português;
Propõe-se:
• Melhorar o regime dos RNH, prevendo uma tributação mais vantajosa das mais valias à
semelhança do que acontece com os dividendos, os juros, os royalties, por exemplo.
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