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1. Teoria Quantitativa da Moeda 1.1. Teoria Quantitativa da Moeda (TQM): dos primórdios às equações de Fisher e de Cambridge Carvalho et al. (2015: cap. 3) Lopes e Rosseti (2009: cap. 2.1 e 4.1) 06/09/2017 1

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Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

1. Teoria Quantitativa da Moeda 1.1. Teoria Quantitativa da Moeda (TQM):

dos primórdios às equações de Fisher e de Cambridge

Carvalho et al. (2015: cap. 3)Lopes e Rosseti (2009: cap. 2.1 e 4.1)

06/09/2017 1

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

Os primórdios da TQM

Trinômio valor-moeda-preços

• Aristóteles

“desenvolveu clássicas proposições acerca da essência do papel da moeda, comomeio de troca e como padrão de valor; referindo-se a bens utilizáveis comomoeda, diferenciou nitidamente os conceitos de valor de uso e valor de troca;ademais, relacionou de forma perspicaz o conceito de bem econômico à ideia demensurabilidade monetária do seu valor”. (Schumpeter sobre Aristóteles)

Aristóteles deduziu que “muitas das coisas necessárias à vida não são facilmentetransportáveis, razão que levou os homens a empregar em suas transações algointrinsecamente útil e facilmente aplicável aos propósitos comuns da vida, comoo ferro, a prata e coisas similares; esses bens são um veículo de troca e umrepositório de valor, de vez que constituem um padrão universal de medição,sobre o qual há geral concordância” (Bell sobre Aristóteles)

“melhor compreensão do que qualquer outro pensador durante mais de mil equinhentos anos após sua existência”.

06/09/2017 2Lopes e Rosseti, 2009, p.185

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

Os primórdios da TQM

Trinômio valor-moeda-preços

Da Antiguidade até o Renascimento, apesar do desenvolvimento das práticaeconômicas (transformação do sistema feudal, crescimento do Estado eaperfeiçoamentos dos padrões monetários), não houve progressosignificativo do pensamento econômico.

Na época do Renascimento, no contexto das políticas mercantilistas quedefendiam a acumulação de riqueza sob a forma de metais preciosos (ouro eprata), surgiram algumas tentativas de explicar o papel da moeda nofuncionamento da economia das nações.

• Bodin

Filósofo-político, defensor do direito divino do monarca, envolvido empolêmica com Malestroit, controlador da Casa da Moeda da França, sobre ascausas da inflação elevada no séc.XVI. Enquanto o primeiro achava que ainflação decorria da queda do valor intrínseco dos metais preciosos, osegundo creditava à abundância de ouro e prata.

06/09/2017 3Lopes e Rosseti, 2009, p.186

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

Os primórdios da TQM

Trinômio valor-moeda-preços

• Bodin (cont.)

Bodin teria sido, então, o primeiro autor a formular de maneira incipiente oque viria a ser conhecido como a Teoria Quantitativa da Moeda (TQM),explicando as elevações de preços como resultado de elevações daquantidade de moeda em circulação.

• Locke

Reformulações subsequentes foram feitas por cientistas sociais como Locke,individualista liberal, que introduziu o conceito de velocidade da moeda.

Segundo o autor, “o valor da moeda com relação às outras mercadorias nãodepende exclusivamente da fartura ou escassez de moeda em relação àsdemais mercadorias disponíveis, mas também da velocidade de suacirculação”.

06/09/2017 4Lopes e Rosseti, 2009, p.187

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

Os primórdios da TQM

Trinômio valor-moeda-preços

• Law

Escocês abrigado na França no séc. XV procurou demonstrar que o aumentoda oferta de moeda estimula o comércio e, portanto, o nível geral deatividades da economia. Suas ideias deram suporte à criação do Banco Realda França e de uma Companhia de Comércio.

Propôs a substituição das moedas metálicas pela emissão de papel-moedagarantido pelo valor das terras do governo francês como forma de expandir aoferta monetária.

A grande expansão da oferta de moeda a partir da emissão sem lastrometálico perde a confiança do público e Law é obrigada o deixar a França,refugiando-se na Itália. “Suas ideias inovadoras... (n)ão estavam em sintoniacom o pensamento predominante em sua época”.

06/09/2017 5Lopes e Rosseti, 2009, p.187

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

Os primórdios da TQM

Trinômio valor-moeda-preços

• Cantillon

Em trabalho póstumo publicado em 1755, Cantillon argumenta que o aumentoda oferta de moeda causa elevação da demanda e consequente elevação dospreços.

Também mostrou que aumento na velocidade de circulação da moeda, tal comoproposto por Locke, teriam o mesmo efeito de expansão da oferta de moeda.

Cantillon fez ainda considerações sobre o papel da liquidez a partir de umexemplo com dois senhores feudais, em que o detentor de menos riqueza, masmais moeda, teria mais poder imediato de adquirir armas e contratarmercenários, sendo assim, eventualmente, capaz de derrotar o mais rico, porémcom menor liquidez.

Suas ideias, contudo, só ficaram conhecidas no séc. XIX com a redescoberta porJevons.

06/09/2017 6Lopes e Rosseti, 2009, p.187-8

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

Os primórdios da TQM

Predominância do quantitativismo

• Hume

No trabalho publicado em 1752, o autor mostra que “preço é uma relaçãoentre quantidade de moeda e a quantidade de mercadoria, podendo variardevido a mudanças nos níveis de qualquer uma dessas duas variáveis”.

Hume complementa esta proposição sugerindo que “‘os homens e asmercadorias são a verdadeira força de uma comunidade’ e não o estoque demetais preciosos”.

Para Friedman, a TQM teria sido definida por Hume.

06/09/2017 7Lopes e Rosseti, 2009, p.188

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Os primórdios da TQM

Predominância do quantitativismo

• Hume - mecanismo preço-fluxo de metais preciosos (price-specie-flow mechanism)

o Mecanismo de ajuste simétrico, com preços flexíveis e sem fluxo de capitais

País A (deficitário)

(X-M) < 0 => saída de ouro => Ms (Oferta de Moeda)↓ => P↓ => competitividade ↑ => (X-M) ↑

País B (superavitário)

(X-M) > 0 => entrada de ouro => Ms↑ => P↑ => competitividade↓ => (X-M) ↓

o Mecanismo de ajuste simétrico, com preços flexíveis e fluxo de capitais

País A (deficitário)

(X-M) < 0 => saída de ouro => Ms↓ => i↑ + P↓ => competitividade ↑; i > i* => (X-M) ↑ + F↑

Obs: neste caso tanto o ajuste para baixo dos preços quanto o ajuste necessário na balançacomercial são menores do que no caso anterior, sem fluxo de capitais.

País B (superavitário)

(X-M) > 0 => entrada de ouro => Ms↑ => i↓ + P↑ => competitividade↓; i < i* => (X-M) ↓ + F↓

06/09/2017 8Lopes e Rosseti, 2009, p.188

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

Os primórdios da TQM

Predominância do quantitativismo

• Smith

Inserido no contexto do pensamento econômico clássico (segunda metadesec.XVIII a sec.XIX), contrapõe-se aos mercantilistas que defendiam aimportância do acúmulo de metais preciosos.

Em seu trabalho “Riqueza das Nações” de 1776, busca mostrar queacréscimos dos estoques de ouro e prata, enquanto meio de pagamento,causam elevação de preços, aumento das importações e saída da moeda parao exterior, ao invés de causar aumento da riqueza das nações.

Smith ressalta em seus trabalhos a importância da “oferta de moeda-papel”bem regulada, cujo conceito vem a ser objeto de grande debate.

06/09/2017 9Lopes e Rosseti, 2009, p.189

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

Os primórdios da TQM

Os problemas monetários com o advento da moeda de papel

Sempre houve episódios de desvalorização das moedas por redução de seuconteúdo metálico, para financiar governos.

Mas, com a emissão de notas de papel pelos bancos, surgiu a possibilidade deuma expansão da quantidade de moeda não relacionada à produção de metaispreciosos, viabilizando a expansão monetária associada a decisões dos bancos oudos governos.

A Institucionalidade (desenvolvimento do sistema monetário inglês)

O Banco da Inglaterra (BOE) foi criado em finais do século XVII para lidar comdívida pública. Era um banco privado, mas com privilégios e funções que oaproximavam (na sua parte não comercial) de um Banco Central.

Suas notas eram conversíveis em ouro até 1797, quando a conversibilidade foisuspensa; em 1821 a conversibilidade foi restaurada.

A lei bancária de 1844 concedeu o monopólio da emissão de notas na Inglaterraao BOE e estabeleceu que toda emissão teria que estar atada a um aumento doestoque de ouro.

06/09/2017 10Slides Prof. Francisco Eduardo – aulas Economia Monetária II – 2016.2

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

Os primórdios da TQM

A Controvérsia Bulionista

Fev/1797 na Inglaterra: corrida bancária => suspensão (pelo governo) daconversibilidade; financiamento da guerra; inflação e depreciação cambial.

• Posição bulionista (Thornton, Ricardo e outros) – inflação decorre daexpansão monetária provocada pela compra de títulos públicos (usados parafinanciar a guerra) pelo Banco da Inglaterra, o que só foi possível graças àsuspensão da conversibilidade. A solução para estabilizar os preços e a taxade câmbio seria o retorno a conversibilidade como forma de limitar apossibilidade de emissão pelo BOE.

• Posição anti-bulionista (defendida principalmente pela direção do BOE) –inflação decorreu da quebra de safras e consequente escassez de alimentos,queda das exportações (que contribuía para a desvalorização da moeda emrelação ao ouro e a outras moedas), além dos gastos de guerra.

Relatório da Comissão do Ouro (Bullion Comittee’s Report) de 1810 deu razão àposição bulionista (associada à TQM). Parlamento não acatou recomendaçõesimediatamente, mas só após o fim das guerras napoleônicas (1815). Em 1821retorna a conversibilidade.

06/09/2017 11Slides Prof. Francisco Eduardo – aulas Economia Monetária II – 2016.2

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

Os primórdios da TQM

Debate entre as Escolas do Meio Circulante, Bancária e dos Bancos Livres

A partir da suspensão pelo Banco da Inglaterra da conversibilidade de suasnotas em barras de ouro durante as Guerras Napoleônicas, a depreciação doesterlino, perda do poder de compra, a elevação do entesouramento demetais preciosos e a consequente necessidade de suplementação da ofertade moeda por meio de emissão de notas do Banco da Inglaterra deu origemao debate sobre o que se poderia considerar uma “oferta de moeda bemregulada”.

• Escola do Meio Circulante (Currency School): P = f(M)

Segundo esta escola, “a queda do valor das notas do banco se devia aemissões em excesso, que ocasionavam o aumento dos preços e aconsequente depreciação da moeda e da taxa de câmbio”. Na visão destesautores, a política monetária deveria seguir “rígido controle da oferta demoeda” – a emissão deve estar atada à variação no estoque de ouro.

06/09/2017 12Lopes e Rosseti, 2009, p.189-190

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

Os primórdios da TQM

Debate entre as Escolas do Meio Circulante, Bancária e dos Bancos Livres

• Escola Bancária (Banking School): M = f(P)

Segundo esta escola, “a quantidade de moeda era determinada pelasnecessidades dos negócios”, aumentando quando a economia cresce e vice-versa. A expansão monetária estaria limitada pelo ritmo de quitação dosempréstimos.

Os autores desta escola procuram mostrar que a redução da oferta de moedalimitaria o volume de negócios e, por isso, não era recomendável.

O autor defende a “liberdade de emissão, para atender às necessidades decrédito legítimo”. Não seria preciso reformar o sistema monetário, mas apenasmanter a conversibilidade como forma de assegurar a emissão de notas emanter o balanço de pagamentos em equilíbrio.

Assim, tanto a escola de meio circulante como a bancária defendiam omonopólio de emissão por parte de um Banco Central, mas a primeira defendeuma regra-limite enquanto a segunda defende uma autoridade sem regras.

06/09/2017 13Lopes e Rosseti, 2009, p. 190-1Carvalho et al. (2015: cap. 3.1)

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)Os primórdios da TQM

Debate entre as Escolas do Meio Circulante, Bancária e dos Bancos Livres

• Escola dos Bancos Livres (Free Banking School)

Os autores desta escola defendem um sistema monetário-financeiro onde osbancos competem em todos os serviços bancários, incluindo na emissão denotas, sem necessidade de monopólio (contrapondo-se à visão das outras duasescolas), pois a necessidade de confiança do público imporia limites àsemissões (ao contrário do que ocorreria com o monopólio por parte do Bancoda Inglaterra).

• Lei Bancária de 1844

Esta lei dividiu o BOE em dois departamentos, um bancário e um de emissões.Este último se tornou uma espécie de “Currency Board”, na medida em que alei atrelou a emissão de notas às reservas em ouro – padrão ouro pleno.

Esta lei representou a vitória da escola do Meio Circulante.

As novas regras não evitaram crises bancárias. Mas nos momentos em quehouve pânico bancário, o governo agia de forma pragmática, autorizando asuspensão temporária dos limites legais sobre a emissão fiduciária.

06/09/2017 14Slides Prof. Francisco Eduardo – aulas Economia Monetária II – 2016.2

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

Teoria Quantitiva da Moeda (TQM)

Irving Fisher e a versão de transações

Ao longo do final do séc.XIX e início do séc.XX a teoria quantitativa da moedafoi formalizada matematicamente a partir de testes empíricos.

Irving Fisher, em 1911, sintetizou a TQM na seguinte “equação de trocas”:

MV = PT

Onde

M é a quantidade de moeda

V é a velocidade de circulação da moeda

P é o nível geral de preços

T é o volume físico das transações realizadas

06/09/2017 15Lopes e Rosseti, 2009, p. 191

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

Teoria Quantitiva da Moeda (TQM)

Irving Fisher e a versão de transações

Considerando também depósitos a vista e sua velocidade de circulação, aequação de trocas poderia ser escrita como:

MV + M’V’ = PT

Onde

M’ é a quantidade de depósitos a vista

V’ é a velocidade de circulação dos depósitos a vista

Os testes empíricos realizados por Fisher o levaram a concluir que:

1. “em todos os casos de substancial mudança no nível geral dos preços, avariável ativa da equação de trocas era M”;

2. “V e V’, sendo determinados por hábitos enraizados da população, eramconstantes a curto prazo”.

3. “o montante de M’ depende basicamente de um relacionamento estávelentre a base monetária e os depósitos e reservas dos bancos, ‘as mudançasna quantidade de M são a fonte das alterações no nível geral dos preços’”.

06/09/2017 16Lopes e Rosseti, 2009, p. 191

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

Teoria Quantitiva da Moeda (TQM)

Irving Fisher e a versão de transações

A equação de trocas de Fisher foi adaptada para lidar com problemasconceituais e estatísticos envolvidos na determinação do nível de preços e dasquantidades transacionadas, considerando o valor do PIB real no lugar dastransações.

Neste caso, teríamos a equação de trocas na “versão renda” dada por: MV = PY

Onde

M = oferta de moeda (estoque)

V = velocidade-renda da moeda (número de vezes que a moeda muda de mãospara viabilizar as transações realizadas num período de tempo considerado,influenciada por instituições - periodicidade de gastos e recebimentos - ehábitos e estável no curto prazo).

Y = PIB real (plena utilização da capacidade produtiva no longo prazo - mão deobra, capital e tecnologia -, segundo Lei de Say)

P = nível de preços (os preços variam proporcionalmente à M e V einversamente à Y).

06/09/2017 17Lopes e Rosseti, 2009, p. 191

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

Teoria Quantitiva da Moeda (TQM)

Contribuição de Cambridge e a versão dos saldos de caixa

A partir da influência de autores como Marshall, Robertson e Pigou, apreocupação com a velocidade de circulação da moeda foi substituída pelasconsiderações sobre as razões que levam os agentes a reter moeda.

A nova formulação da TQM sob a equação de caixa pode ser expressa como:

M = kPY

Onde

M é a oferta exógena de moeda

k = 1/V = M/PY é o encaixe, igual ao inverso da velocidade-renda da moeda esuposto constante por influência de fatores institucionais estáveis no curtoprazo

P o índice geral de preços

Y a renda real, constante como resultado do pleno emprego assegurado pelolivre funcionamento das leis de mercado.

06/09/2017 18Lopes e Rosseti, 2009, p. 191-2

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

Teoria Quantitiva da Moeda (TQM)

Contribuição de Cambridge e a versão dos saldos de caixa

• A versão clássica da demanda por moeda

Os autores clássicos procuraram explicar os motivos que levariam umindivíduo a reter moeda ao invés de aplicar em títulos para receber juros.

A principal razão seria a necessidade de liquidez para saldar compromissos erealizar as transações correntes dado o descasamento entre os fluxos depagamentos e recebimentos.

Encaixe médio retido ao longo do período para realizar as diferentes despesasem diferentes datas pode ser calculado da seguinte forma:

EM = (EncaixesxDias) / Número dotal de dias

06/09/2017 19Lopes e Rosseti, 2009, p. 59-60

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

Teoria Quantitiva da Moeda (TQM)

Contribuição de Cambridge e a versão dos saldos de caixa

• A versão clássica da demanda por moeda - exemplo

EM = (10.000x5+9.100x3+6.350x4+4.800x3+2.000x6+1.000x7)/31

EM=136.100/31= 4.390,32

Sendo k = 1/V = M/PY, então k = 4.390,21/10.000,00 = 0,4406/09/2017 20Lopes e Rosseti, 2009, p. 60

Intervalos de tempo

Desencaixe Encaixe

1 a 5 0 10.000

5 a 8 900 9.100

8 a 12 2.750 6.350

12 a 15 1.550 4.800

15 a 21 2.800 2.000

21 a 28 1.000 1.000

28 a 31 1.000 0

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000

9.000

10.000

1 a 5 5 a 8 8 a 12 12 a 15 15 a 21 21 a 28 28 a 31

Encaixes

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

Teoria Quantitiva da Moeda (TQM)

Contribuição de Cambridge e a versão dos saldos de caixa

• A versão clássica da demanda por moeda - exemplo

06/09/2017 21Lopes e Rosseti, 2009, p. 60

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

Teoria Quantitiva da Moeda (TQM)

Contribuição de Cambridge e a versão dos saldos de caixa

• A versão clássica da demanda por moeda

De acordo com o pensamento clássico, são exemplos de fatores queinfluenciariam a maior ou menor proporção de moeda retida pelo público emrelação a sua renda (k):

1. distribuição no tempo dos pagamentos e recebimentos, influenciados porhábitos e práticas institucionalizadas

2. facilidade de acesso a crédito (que reduz necessidade de retenção paragastos imprevistos)

3. integração vertical do sistema econômico (que influencia número detransações intermediárias)

4. existência de substitutos próximos da moeda com alto grau de liquidez erentabilidade

5. taxa de inflação, que corrói poder de compra da moeda

06/09/2017 22Lopes e Rosseti, 2009, p. 61-2

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

Teoria Quantitiva da Moeda (TQM)

Contribuição de Cambridge e a versão dos saldos de caixa

Embora k possa variar de indivíduo para indivíduo, de acordo com suascaracterísticas em termos de pagamentos, recebimentos, facilidade de acessoa crédito, entre outros, para o conjunto de indivíduos da sociedade, k tende aser relativamente constante no curto prazo, podendo apresentar mudançasapenas a longo prazo como resultado de alterações institucionais.

Como resultado, tem-se que, se k e Y são constantes no curto prazo, entãovariações no preço são proporcionais a variações na quantidade de moeda.

Equação de caixa:

M = kPY => P = M

06/09/2017 23Lopes e Rosseti, 2009, p. 63

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Teoria Quantitiva da Moeda (TQM)

Contribuição de Cambridge e a versão dos saldos de caixa

Equação de caixa

M = kPY => P = M

Mecanismo de transmissão

Equilíbrio no mercado monetário: M = Md = kPY

M’ > M = Md => k’PY > kPY onde k’ > k

demanda para k’ = k => P sendo Y

Choques de custos causam mudanças de preços relativos (“efeito onda”) masnão no nível geral de preços. Aumentos absolutos de preços, i.e., aumentosno nível geral de preços (“efeito maré”) só poderiam ser causados poraumento no estoque de moeda.

06/09/2017 24

Slides Prof. Francisco Eduardo – aulas Economia Monetária II – 2016.2

Teoria Quantitativa da Moeda (TQM)

Teoria Quantitiva da Moeda (TQM)

Postulados Básicos da TQM

1. Equiproporcionalidade entre moeda e preços

2. Causalidade da moeda para preços

3. Neutralidade da moeda no longo prazo

4. Independência entre oferta e demanda por moeda

5. Dicotomia entre preços relativos e preços absolutos

06/09/2017 25Carvalho et al. (2015: cap. 3.4)