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ECONOMIA BRASILEIRA AULA 08 A Estabilização da moeda – O Plano Real Intensificação do programa de privatizações Reformas estruturais :- O estabelecimento de um sistema de regulação - Financeira e Previdenciária

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Page 1: ECONOMIA BRASILEIRA AULA 08 A Estabilização da moeda – O Plano Real Intensificação do programa de privatizações Reformas estruturais :- O estabelecimento

ECONOMIA BRASILEIRA AULA 08

A Estabilização da moeda – O Plano RealIntensificação do programa de privatizaçõesReformas estruturais :- O estabelecimento

de um sistema de regulação- Financeira e Previdenciária

Page 2: ECONOMIA BRASILEIRA AULA 08 A Estabilização da moeda – O Plano Real Intensificação do programa de privatizações Reformas estruturais :- O estabelecimento

O 1º Governo FHC, 1995-1998• Necessidade de estabilização da economia • Economia superaquecida, crescimento DA• Crise externa, México, rever regime câmbio rígido• Queda das reservas cambiais• Inflação 1ºano do Real, jun-95, foi de 33%a.a.• Desvalorização cambial controlada de 6%• Aumento taxa de juros nominal, de 3,3% para 4,3%• Sucesso contra inflação: devido pol. Monetária de

juros altos – 21% p/ 43% a.a. em 1997• Problemas: desequilíbrio externo e crise fiscal

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Pressupostos do Plano Real• Inflação: caráter inercial –reforma monetária• Cuidado com erros anteriores:

– Adoção gradualista ; não congelamento mas substituição natural da moeda

– Problemas com déficit público, explosão do crescimento, crises externas

• Contexto diferente:– Existência de reservas, ambiente competitivo

(abertura comercial), possibilidade de financiamento externo

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O Plano Real• Plano Real: 3 fases:

a) Ajuste fiscal prévio• Corte de despesas (PAI), aumento de impostos

(IPMF), diminuição de transferências (FSE)b) Indexação completa da economia URV

• URV – unidade de conta com paridade fixa com o dólar

• conversão dos preços e rendimentos • Sistema bi-monetário, tentativa de simular efeitos de

uma hiperinflação em um moeda sem prejudicar a outra e alcançar sincronia de preços

c) Reforma monetária – Real• Quando preços “urvizados” troca URV por Real

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Plano Real: aspectos ortodoxos• Plano Real – preocupação com aspectos

tendenciais da inflação.• Necessário impedir que novos choques se

transformem em processos inflacionários:– Sinalização de preocupação com controle de DA– Metas (âncoras) monetárias – não cumpridas– Manutenção de juros elevados e entrada de

recursos externos– Âncora cambial e abertura comercial

• Na verdade existe um super âncora cambial – entrada de recursos externos implicou valorização cambial – principal aspecto na estabilização pós Real

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Impactos do Plano Real• Queda rápida da inflação

– Mais lento que Cruzado – Valorização cambial (real e nominal), entrada de recursos

externos e abertura comercial – camisa de força para preços

• Crescimento da demanda: Consumo e Investimento – Aumento do poder aquisitivo – fim do imposto inflacionário– Recomposição dos mecanismos de crédito – Demanda reprimida– Aumento do horizonte de previsão– Ilusão monetária

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Problemas com o Plano Real: desequilíbrio externo

• Combinação apreciação cambial, abertura e demanda aquecida por importações - aparecimento de déficits comerciais

• Financiamento com queima de reservas e/ou entrada de recursos (endividamento externo)

• Brasil dois problemas:– Pauta de importação: excesso de bens de

consumo – dificuldade com capacidade futura de pagamento da dívida

– Entrada de capital de curto prazo

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Tabela 18.2 Balanço de Pagamentos Brasil - Itens Selecionados: 1990-1998 (US$ milhões)

                 

Discriminação 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998

Balança Comercial 10.752 10.580 15.239 13.299 10.466 -3.466 -5.599 -6.753 -6.575

Exportações 31.414 31.620 35.793 38.555 43.545 46.506 47.747 52.994 51.140

Importações 20.661 21.040 20.554 25.256 33.079 49.972 53.346 59.747 57.714

Balança de Serviços e Rendas -15.369 -13.543 -11.336 -15.577 -14.692 -18.541 -20.350 -25.522 -28.299

Serviços -3.596 -3.800 -3.184 -5.246 -5.657 -7.483 -8.681 -10.646 -10.111

Rendas -11.773 -9.743 -8.152 -10.331 -9.035 -11.058 -11.668 -14.876 -18.189

Saldo em Transações Correntes -3.784 -1.407 6.109 -676 -1.811 -18.384 -23.502 -30.452 -33.416

Conta Capital e Financeira 4.592 163 9.947 10.495 8.692 29.095 33.968 25.800 29.702

Investimentos Diretos 364 87 1.924 799 1.460 3.309 11.261 17.877 26.002

Investimentos em Carteira 472 3.808 14.465 12.325 50.642 9.217 21.619 12.616 18.125

Derivativos 1,8 2,7 2,5 5,3 -27,4 17,5 -38,3 -252,6 -459,8

Outros investimentos 3.753 -3.735 -6.482 -2.717 -43.557 16.200 673 -4.833 -14.285

Resultado do BP 481 -369 14.670 8.709 7.215 12.919 8.666 -7.907 -7.970

Reservas Internacionais 9.973 9.406 23.754 32.211 38.806 51.840 60.110 52.173 44.556

Fonte: Banco Central                  

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A Crise do México • Situação arriscada e insustentável no longo

prazo: depois das eleições – final 1994– Primeiras tentativas de controle da DA – Estanca-se a apreciação cambial e controle de

entrada de capitais• Crise do México: fim da 1ª fase do Plano Real

– Desvalorização tímida e gradativa (risco inflacionário) – Controle de demanda agregada:

• Restrições monetárias e creditícias, • Elevação da taxa de juros

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O Plano Real pós crise do México (1)• Principal instrumento: Política Monetária

– Conter DA e evitar déficits comerciais expressivos

– Administração da taxa de juros: conter atividade e promover ingresso de capital

• Efeitos: – retração da atividade econômica– Inadimplência e crise financeira – Crise financeira combatida com Proer e Proes

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O Plano Real pós crise do México (2)• Juros altos e entrada de recurso mas sem

valorização cambial – ampliação de reservas• Para evitar impacto monetário – esterilização:

ampliação da dívida pública interna, dado que não se conseguia obter superávits fiscais

• A partir de então define-se uma trajetória de stop and go em que os condicionantes externos dão o ritmo da economia brasileira:crise externa – aumento dos juros – contração

econômicaalívio externo – diminuição dos juros - crescimento

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Indicadores Econômicos Brasil: 1993/1999

Variável 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999

Tx. de Cresc do PIB - %a.a. 4,9 5,9 4,2 2,7 3,3 0,2 0,8

Tx. de Desempr Aberto (IBGE) 5,3 5,1 4,6 5,4 5,7 7,6 7,6

INPC – IBGE 2.489,0 929,0 22,0 9,1 4,3 2,5 8,4

NFSP – Operacional (%PIB) -0,3 -1,3 4,9 3,8 4,3 7,5 3,2

NFSP – Primário (%PIB) -2,7 -5,1 -0,4 0,1 1,0 0,0 -3,1

Dívida Interna Líq/PIB (dez) 21,8 23,0 25,5 29,4 30,2 37,1 39,0

Div. Externa Liq/PIB (dez) 16,8 8,6 5,7 3,9 4,3 6,6 10,4

Dívida Total/PIB (dez) 38,6 31,6 31,2 33,3 34,5 43,7 49,4

Fonte: Banco Central

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Problemas – O Desequilíbrio Fiscal

• Deterioração da Situação Fiscal a partir de 1995:– Redução do Superávit Primário, apesar do aumento

da carga tributária, com forte elevação das despesas primárias (destaque para a previdência)

– Forte Elevação da Dívida Pública ao longo do primeiro mandato de FHC

– Fatores: redução do superávit primário, passivos contingentes (esqueletos, crise financeira, etc), elevados gastos com juros (piora apesar da carga tributária e dos recursos da privatização)

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Da crise asiática à desvalorização brasileira

• Crise asiática:1997– Aumento dos juros e recomposição das reservas – Pacote fiscal não cumprido

• Crise da Rússia:1998– Também elevação de juros e pacote fiscal, mas

reservas não se recuperam • Dificuldades no Brasil

– Elevação dos spreads– Sustentação cambial difícil – desvalorização

eminente

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A mudança cambial• Depois da crise russa – desvalorização eminente:

duas ressalvas para ela ocorrer:– Calendário eleitoral (reeleição FHC)– Exposição do setor privado à desvalorização cambial (setor

privado com passivos em moeda externa)• 2º semestre 1998 – preparação para desvalorização

– Pacote com o FMI– Governo assume risco cambial (dá hedge para setor

privado: mercado futuro e à vista de dólar, dívida pública interna com clausula cambial) – socialização dos prejuízos

• Janeiro 1999 – câmbio flutuante e desvalorização

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Conseqüências da mudança cambial• Desvalorização- riscos :

– volta da inflação - México– contração econômica – Ásia

• Brasil adota sistema de metas inflacionárias. – Inflação: pequena elevação no curto prazo mas não

permanente – Não teve grande contração como Ásia

• Reduzido efeito patrimonial da desvalorização• Existe alguma substituição de importações,• Recuperação do crescimento reprimido por manutenção de juros

elevados

– Desvalorização permite queda da taxa de juros mas inferior ao imaginado, juros mantidos altos em função das dificuldades externas e da inflação

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Ainda as conseqüências da desvalorização cambial

– Setor comercial externo – recuperação lenta, • Maior sensibilidade no curto prazo ao crescimento

econômico • Também problemas com termos de troca• Dificuldade em se recompor mecanismos exportadores

– Problema nas Finanças Públicas• Efeitos patrimoniais da desvalorização suportada por

Governo – ampliação do endividamento público• Para evitar explosão da dívida pública era necessário

geração de superávits fiscais primários, também para compensar pagamentos de juros

• Expressivo aumento da carga tributária federal não compartilhada e implementação da LRF

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Quadro 18.5 - Dívida Externa Total, Setor Público e Setor Privado, US$ milhões, 1994/05

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Total da Dívida Externa Setor Público Setor Privado

Fonte: Banco Central do Brasil

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Gestão FHC - Mudanças• Privatização• Fim monopólios estatais petróleo e telecom.• Mudança tratamento capital estrangeiro• Saneamento sistema financeiro• Reforma parcial previdência• Renegociação dívidas estaduais• Aprovação da LRF• Ajuste Fiscal, a partir 1999• Criação Agências Reguladoras de serv. util.publ.• Sistema metas inflação modelo de polit.monetária

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Privatização• PND – reordenar pos. estratégica Estado,

transf.iniciativa privada atividades, reduzir dívida pública, retomada dos investimentos, fortalecer mercado capitais, etc

• Receita acumulada – US$ 100 bilhões• Dívida pública afetada positivamente• Empresas em melhor situação• Benefícios sociais – universalização tel.• Problemas regulatórios setor elétrico

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Gestão FHC

• Quebra dos monopólios e mudanças p/ o cap.estrangeiro exigiram aprovação E.C.

• Sistema Financeiro – queda inflação – perda receitas: fusão de bancos; PROER; privatização dos estaduais; melhor regulação

• Reforma Previdência • Lei de Responsabilidade Fiscal• Agências Reguladoras – ANP, ANS, ANTT,

ANEEL, ANA, ANTAQ, ANATEL, etc.