1 'tbi! pbtugiieh seculos xii a xix com uma introducçáo

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E lementosdelogographia industrial

[1 " TB I! P BTUGIIE H(Secu l o s X I I a X I X )

COM U MA

I N T ROD U CÇÁO

So br e a s co rp o r a ç ões o p er ár i a s em P o r tug a l

J. M. EST EVES P ERE IRA

L I SB OA

EMPRESA DOOCCIDENT E1 900

I ntroducção

Lo g o g r a p h í a i n dust r i a l e seus elemen t os. H ist o r i a d ot r a b a l h o . E v o luç ã o i n d ust r i a l As co r p o r a ç õesd 'a r tese o fã cío s n a ed a d e med i a . Asco r p o r a ç ões o p e

f a r i a sem P o r tug a l . Oa r rua men to e o s p r ocur a d o r esd o s mest é r es. A Casa d o s Vi n te e Qua t r o . Reg imen to s d o s o fâci o s.

E m ca da epoc a a p p a rece um a ce r ta ordem deestudos que cap t iva o s esp í r i to s e d ' e l l a s a em o s

e l em en tos de um a scien ci a nova .

Oi n d ust r i a l ismo , system a qu e con s id era a i ad ust r i a como o fim p r inc ip a l do hom em

,conta

h o je, g r a ç a s á i n st rucç ã o po s it iv i s ta , um c r e sc i don umero d e adeptos

,que p o r a t u r a d a s i nve st ig a

ções buscam demon s t ra r a su a doutr in a,auct o r i

sando a co m fa cto s hi stori cos .

D'aqu i s e o r ig inou a l o g o g r a p h za i n dust r i a l , o urep r odu ç ão escr i p t a do p r ogre sso d a s i ndus t r i a s,form a ndo um co n jun ct o d o s conhec imento s rel at ivo s a o desenvo l v imento ma te r i a l d a ci v i l isa cã o .

Den o mma —se l o g o g r a p hj a i n dust r i a l es ta sé r i ed e estudos,po r que e l les n ã o l og r a r am a inda o r i

gor d a scien c1 a hi s to r i c a e po r que o sescr i p t o res,que se t eem a pa ixo n a do pe lo a ssump t o , d esem p enh am , em r ela cã o á hi sto r i a d a s i ndust r i a s

, ump a pe l sim i lh a n t e a

'

quel le que os p r imei ro s p r osadores d a G r ec i a d es ign ados p o r l o g o g r a p h o s rep resen ta r am p a r a co m a sci en cua d a h is to r i a .

A I o g a g r a p h i a i n d ust r i a l é po i s a ss im o ante

ced en te n a t u r a l d a h i s tori a d a s i ndu stri a s , comoest a p o r sua vez preceder á a ph i losophi a i ndust r i a l , porque tod a s a s scien ci a s te em a sua phi l osophi a quando a t t i n g em o g r ão d o m aximo desenvo lvim ento a que podi am chega r .

1

E fa ci l comp rehende r como a l ogog r a phie dá ahi sto r i a

,obse r vando como d a a s tr o logi a sa b i u a

a stronom i a , d a a l chim i a a chim i c a,d a ch r ema t is

t i c a a econom i a e d a e conom i a p o l í t ica a scien

ci a econom i ca .

Assim mesmo , no esta do rud iment a r em que s eapresen ta

,a l o g o g r a p h i a i ndu s t r i a l d eve cons i de

r a r - s e um r a mo a fi m d a m a i s a l t a d a s scien ci a s— a soc i ologi a

,pois que m an tem p a ra co m el l a

re l açoe s mu i to es tre i t a s .

A indus t r i a é a verd a dei r a b a s e d a soc ied a de,base m o r a l e m a te r i a l . Antes que se l iso n g eie o

esp ír i t o co m o sprogr es so s met a p h ysico se' p r ec i so

a cud i r à s neces s i da des m a i s im p e r i o sa s . É ta l ve zum d o s m a i s impo r ta ntes resu l tado s d a indus t r i aa econom i a d e temp o que o genio indust r i a l o ffer ece a o hom em

,qu e soub e poup ar p o r um a

nova m a chin a esforços penosos, r esu l ta ndo l a r go so ci o s que pode emp r ega r em t ra b a l ho s i n tel lectua es.

A l o g o g r a p h i a i n d ust r i a l const i tu e, po r ta n to ,sem duv id a a l gum a

,um d o s cap í tu l o s m a i s in te

res sente s da s o c io log i a , a quel le em que s e con s igna m t o d o s

'

o s esfo r ço s d a hum an i dad e pa r a s el i berta r d a b a i x a condi ção em qu e se encon t r oun o s p r im e i r os tempos . E ,

a ss im enc a r a d a , a l og o g r a p h i a i ndus t r i a l r ep r e senta i nd i scu t ivelmen t ea hi stori a d o t rab a l ho .

Ma s essa h i s tor i a es tá quas i p o r esc r eve r , em i n g o a d a e

' a inda hoj e a bibl i o g r a p h i a hi s to r i co .

Já h oje possuimos « 0 d i r ei to i n d ust r i a l p o r tug uez systema t i

sa d o» . A r espect iva leg i sl a ç âo fa z ! jur i sp rud en ci a,m ostr a n d o o

d esen volvimen to d o d i r ei to i n d ust r i a l . A o sr d r . Ca r n ei r o d eMour a. se d eve, d esd e 1 899, o bel lo t r a ba lh o que tem a quel le t i

tulo .

.Vl l

i ndustr i al . A a r cheol og i a no mundo d o s seu s est udos não chegou p o r o r a a reg iã o d a s grandesi nvest ig a ções do p rogres so das i ndust r i a s e d o sseus p r o d uct o s. É necessa r i o, po i s , começ a r p e l ar ecolha d o s t e rm o s t ech n ico s an ti go s e estudosdo s arch ivo s

, que fe l izmen te p a ra n ós são e l l e scop io so s e compen sam bem a curi o s idade e o t r ab a l ho d o s escabich a d o r es.

A n a tureza human a tem ,como toda a ma i s a n i

m a l i dade,a condi ção fa ta l d e não pod e r subs i st i r

sem esforço e sem t ra b a lho , porem a ind a co m aaggra vant e de qu e o hom em , no seu e sta do na tur a l , s e v iu reduzido a um a ex i stenci a m a i s d i fi ici le p reca r i a

,qu e a de todos o s out ro s a n ima es da

gr a nde esca l a d a cr ea ç ã o ; e , para adqu i r i r d a n a

turez a o s el emen tos n ecessa r i o s á su a con ser v aç ã o e desenvo lv im en to, t em que emp rega r esfo rco s consta n tes n

'

um i nc e ssant e a perfei çoam entode si m esm o .

Se com para rm os , po i s , o hom em p r im i t i vo a o s

outros a n im a es, a charemos qu e e ste s são um t antom a i s com p leto s . porque a n a tu r eza l he s conc ede uor gãos e i n s t rumento s a p rºp r i a d o s a o gener o dev id a a que o s de sti no u

,embo r a esta c ionari o .

Na sce o hom em em peo r es ci rcumst a n ci a s doque a p r ºp r i a a rvore , sem t e r s eque r como es t aa ca sca qu e a p r otege

, o u como o a n ima l a ep iderme cob er t a de p el l o s. p a ra que se subt r a i a a or i go r das i n tem per i e s . Tod avi a só o homem co n

segu i u a pe r fe i ç o a r - s e .

Cons id e r a -se a a ve como um nav i o a e reo , e op e ixe l embra um subma r i no a aranha é t eced eir a ex im i a , a toup e i ra m i ne i ra p ermsten te; e st ap ossue um a s enx a da s e um a b r oca , aquel l a um asp in ça s , ou um a p á como o casto r, um e squ ad r o eum compasso como a a bel ha . O elep h a n t e serves e d a t romb a para quanto quer, e todos o s outros

a n ima es possuem o rgão s e memb ro s qu e ut i l isamcomo fe rr amenta, como instrumen to p a ra a s sua sn ecess i d a des .

O homem nao t em em sr orga os n em con textu r a que co r respo n d a a uten síl i o s p a ra t r ab a l ho ;é i ncomp l eto, só pode emprega r o s den te s e a sunha s . Vendo —se obrigado a adqu i r i r o s orgão sque l he fa l t am , começa por p roteger o co r po e arm a r a s mãos de sp r ovi d a s . Porem,

a sa b i a na tu r ezadeu — l he

,a l ém da tendenc i a ao progres s i vo desen

vo lvim ento d e que o dotou , o cer eb ro, e sse tãocomp l i cado quão m a ra v i lhoso orgao

,que fa z do

homem o r ei dos a n ima es. Manifes ta - s e a sua i n

t el l i g en ci a e en tão sup p r e o homem a s forç a s quelhe fa l tam, aprove i tando, buscando e descob r i ndoas que a n a tureza lhe concede e põ e á sua disp os i ção . Co r re — l h e mesmo a obr iga ção d e a dqu i ri rtudo qu a n to c a rece , prova ndo o seu engenho e oseu e sforço

,po r que só tra b a lhando adqui re o j us to

t i tu l o d a su a g r a ndeza . J á um i l l us t r e escr i p t o rnotou algure s quão inte r es s a nte se r i a um a h i s tor i a em que se descreves sem o s p r imei ros e sforço sten tados pe lo homem, no in tu i to de se sub t r a h i rá ty r a n n i a d a s necess idades e ao despo t i smo cegoe crue l d a s for ç a s n a tur a es que o o p p r im i am .

Quanta s o bser va ç o es m a i s o u meno s a t i la d a s es a ga zes

,busc a s a rdentes, a r dua s ten ta t i va s de ve r

d a d ei r o s hero es do l abu ta r huma no,fi ca ra m vot a

das a abso l u to e squec imento .

Quem fo r j ou o p rimei ro martel l o ? — Nunca osaberemo s . Esses ben emer i t o s, e ssa eno rm e p h al ange anonyma

,m er ecem bem a nossa homena

g em .

Que p rod ig ios a m a r a v i lha,assombrosa e des

lumbr a n te,se no s mostra a bel l a epop e i a da cre a

ç ã o hum a n a !

«Só tem d i rei to a o n ome d e h omem o quech elet . )Co nfer en ci a em Co imbr a

, 1 884, pelo con selh ei r o An ton i oCa n d i d o.

I X

Desde a morad i a n o s reco n ca v o s d a s rochas, en o s co v is d i sputado s a o s a n im a es feroze s , até á sh a b i ta çõe s l acustres, ásp a la j í t tesda Su i ssa , e d

'

a h iaté às m a i s formosa s e el eg a nte s compos i ções d aarch i te ctur a j on i ca e do r i ca ; desde a cobertu r afei t a de fo l ha s veg et a es a t é a o sprec i os í s s imo s t eci d o s de Dam asco , desde o fogo produzido pel afr i c ç ão d e do i s p edaço s d e s i l ex até ás comp l i c ad a s m a ch in es movi d a s p el a força expans i va dovapo r

,que poem a immenso d e t r aba lho

,de luct a

i ngente pe l a v i da ! E luct a sem t reg o a s l De sde aeded e da ped r a at é a s do cob r e e do bronze , ede sde el l a s a t é á a c tu a l , a do ferro , e d

!

es ta at éà fu tura , a do a lum ín i o

,como é grande o ras tro

e re sp l a ndecen t e a ob ra do hom em !Desde a an t a p reh ist o r ica , de sde a s ca t a cum

ba s d eRom a, a t é a grande capel l a Si x t ina, desd ea escul p tur a eg yp ci a até a de Miguel Ange lo eB enevenuto Cel l i n i , qu e enorme esca l a n a pe r icição ! De sde o mach ado .p a leo l i t h ico , e s sa p r im e ir a arm a do homem, a té a o pa smoso canhão d edynam i t e , qu e de trabalho 5 n t h et isa d o ! Desdeas escr i p t a s p t h o g r a p h ica s, íer o g lyp h ica e c un eifo rme até ut ten ber g , qu e evol ução estup endap re s enc iou a humani d ade !A ca da v icro r i a da indu str i a , a cada crea ç ã o da

scien ci a , d a mech a n ica a p p l ica d a , en to a a hum a

n i dade um can t i co p ara compor o a n t i p h o n a r i oda su a r ed emp ç ã o .

m o inho d e ven to o u a agua,sub s t i tu indo o

trabalho penoso do homem,a machin a d isp en

sa ndo o bra ç o , são l a n ç o s da grande e sc ada dot emp l o da indust ri a .

Como e' a l egr e aqu el l o h ymn o co m qu e An tip a te r de Thessa l on ica cel ebrou a invenção domo inho d l

a g ua , qu e p o upava às mu lhe re s e escrav a s o v i ol en t o t r aba lho da moend a

« ! vós, que a t é ho j e v o s emp regast e s em moero s nosso s cerea es, mulhere s, d esca n ç a e agora edorm i Não será p ara vós qu e a s ave s matut ina sa n n un ci a r ã o co m s eu s g o r g ei o s o desponta r da

au r o r a . Ceres ordenou ásNa ades que vos subst ituissem

,e e l l a s obedecem ,

a z en d o gi r a r r a p i d amente a rod a que dá mov imen to áspesa d a s mós.»

No nosso seculo,a s i nvenções mul t ip l i c am — s e e

desde o desenvolvimento d a e l ect r ic i d a de a t é á

su a a p p l i ca ç a o no t eleg r a p h o ha um a s er ie imm ensa d e fa diga s comp ensadas p elo bem que ahum a n id a de d esfruct a .

An a lyser, po i s, d esde o n a scer da act i vidadehum a n a , desde . es se com eço de p r o d ucç ã o , a t éhoj e , a h i s tor i a d o s p roduc to s , dos in strumentos,a s mi l i n ven ç o es, a s mul t i p l ices ope r a çoe s que .

se d iv idem d ivergen tes o u p a r a l lela s a t é-ao inti

n ito,é des creve r a evol ução d a i ndustr i a .

A ant igu idade não conheceu a l iberda de do trab a l ho n em a h on r a d 'el l e ; é p o r i sso qu e a s profissõesm a n ua es foram dura nte tan to s secu los cond i ç a o ex cl u si va d o s escravos e dos pri s ionei ros degue r r a . Para confi rmar es te fa c to

,não é prec i so

remontar ás civ i l isa ç ões p r imo r d i a es, a o s eg yp ci o s e ao s a ssy r i o s, b a sta que se exam i n e umpouco a h i stori a dos g r ego s e dos r om a nos .

N 'este s do i s p ovos,dá - s e todavi a um contra ste

fr i san te sob tão g r ande o p p ressa o ,e que a scien

ci a e a a r t e a t t i n g i r am um ex t r a ordin a r io des envolvim en to

,qu e o a mô r p a tr i o tanto sub l imou,

dando - l hes as sim a m a i s formos a epoca da ant ig ui d a d e c l a ss i c a .

A esc r avidão , v inda do Orien te , p a ssa ndo p el aG rec i a e demora ndo — s e no Lacio

,fo i uma nuvem

escura que emp a nou o br i lho d 'e s sas civ i lisa ç õestão n o t a veis m a s apesar de tudo " tornou — s e umanecess i d a de

,e const i tu i u ta l vez um progresso em

rel a ç ão a e sta do s an te r io res .

Depo i s , a p o l ít ica d o s imperadores r om a no s ea s conqu i st a s do Ch r ist i a n ism o m u l t ip l i cam o sc i da dãos p e la emancip ação dos esc ra vos . Os h o

X l

m en s de t r a b a l ho el eva ram —s e n a h ier a rch i a soc i a l à m ed id a que o p a t r ici a d o t en t a va so erguers e n a s v a sc a s d a ul t im a a gon ia .

Qua ndo o impe r i o ca h iu, j á s e encontrou ba sta n t e desenvol vid a ess a nov a cl asse med i a , qu em a i s t a rde ta n to poder ha v i a de a dquir ir , m aug r a

do a nob r eza gue r r e i r a e o despot i sm o feud a l .A inva são d o s b a rba r os demor ou o j ugo do tra

b a l ho,porém a esc r a vi dão n em um mom en to s e

qu er dei xou de p erder te r reno . E a ser v i dão med i a v a l , lo go qu e teve a lgum a fo r ça

,p r oduz i u o

movimento d a s cor pora ç ões de o ffi ci o s, em que otr a b a l ho , occup a ndo a sm esma s l eg iões d e op erar io s, se n o bi l i t o uum pouco e es t es s e l ivrara m dao p p r essã o e do desprezo em qu e v ivi am .

E '

d iffici l o es tudo d 'est a s p r im e i ra s i ns t i tu i çõesOper ari a s

,po r qu a nto a s i tuação econom i c a do

m a io r num ero só mu i to t arde consegu i u a t r a h i r aa t ten ç ã o d o s auctores . As inves t iga ções sobre av i da do povo

,do movim en to d a s o fi i ci n a s e do s

m odestos ganhos d o s Ope r ar ios,são recen te s e

p ouco a d ian tam . Fa zer l uz n 'es s a p enumbra é t arefa quas i imposs ive l .

N'um estudo ger a l da h i stor i a d a i ndus t r i a , éi n d isp en sa vel conhece r qua nto a o r g a n isa ç ã o soc i a l d o s t empo s med i a va es impu l s ionou a a r t e eo t raba l ho

,co m o a grupamen to dos op e r a r io s e

a rti s ta s em co r pora ções d e artes e o H i ci o s.

A bur g uez i a ess a no v a c l a sse tão ric a e tãod i l i gen t e — tem n '

el l a s a sua o r igem,e i sto b asta

p a r a se u e log io .

Na confusão e n o s continuados confl i c tos dequ e fo i t e stemunha a Edede Media

, o s opera r io sreun i am - se, segundo os seu s o fii ci o s, so b a i n v o

c a ção da Vi r gem e d o s s a n tos tom a dos para s eu sp a t ronos , e i sto a ux i l i o u b astante o desenvo l v im ento do Ch r ist i a n ismo .

Oesp ír i t o de confrar i a é ind i cado co m um a feiç a o c a racte r í s t i ca d o scos tum es rom a nos

,m a sde

vemos o p p ô r que o spovo s do Nor te t i v eram t am

bem a s su a s confrar i a s, ghi l des e a ssoc i ações, com o

. egu a lm ent e possu í ra m o mun i cip i o, ess a i n st i tui ç ã o t ã o impo r t a n te en t r e o s r om a nos .

E ' na German i a que a s co r p o r a ç o es de artes eo fi i ci o s t eem o seu in ic io .Na an tigaRo ma , h a v i a ,é ce r to , a l gun s co l leg i o s de ope r a r io s, m a s poderemos aval i a r d a sua v ita l id a de r eco rdando qu eo s r om anos acha vam o traba lho degradan te p arahom ens l i vre s .Toda v i a

,co m o s ul t imos Cez a r es, a s corpora

ç ões d '

a r tes e o fii ci o s adqu i rem uma ma i or imp o r t a n cua . Fo i Alexand r e Sev ero qu em i nst i tu i up ara todo s o s o ffi ci o s a s resp ec t i va s co r p o r a ç o es,que

,embo r a d ist i n ct a s, es ta vam co m tud o suj e i

t as a um a r egul amentação fi xa .

No a nno 364, Val en t in i a no I confi rmou o s p r i

v i leg i o s concedidos p e los seu s a ntecesso r es e fom en tou l a r gam en te a o r g a n isa ç ã o d e a sso cxa ç o es,cu j o s m embros , l igado s i nd i s so luvelmente a o seuoffi c i o

,s e acha r am impossib i l i t a dos de se l ibert a

r em a si e a o s seus d es cendentes, l evando— se aum extremo t a l es te rigor que un s herd a vam do sou tros .Na verda de , a s p rim i t i va s corporaçõe s eram de

um despot ismo ferozAo p rece i to d a l onga ap rend izagem , j un tava - s e

a com p a nhi a força da n a fa ctu r a d e um a obra dequ a lq uer e div erso m i s t er e a d ifi i culd a d ede o btenç a o d a ca r ta de m estre . E ,embo r a e s t as p ei a scon st i tuissem gra ves obsta cu l o s a l ib erdade i nd iv i d ual ,p erm i t t i r am sem duvid a um grande p rogres so n asarte s e n a in dustr i a .

A l iberdade não excl u e a s a sso ci a ç o es, porqu eo d i re i to de a g g rem i a ç a o e um dos seus el ement o s

, m a s tambem não a d mi t t e sena o vol unta r i amente o s seus soc io s, de ixando a cada um cerre ir a a berta às su a s p ropri a s fa cu ld ades .Os germanos

, o s rom anos, e a inda os fr a n cez es,

X I I I

t inham na s suas corpora ções p rece i tos r igoroso squ e mu i ta s vezes foram l evados a um extrem o terr ive l .Assim , só era p ermi t t i d o a o Op er a r i o o casa r

se,quando hou v e sse a l ca nçado a ca r t a demest r e ,

para o que t inha d e suj e i t a r — s e a um exame, emqu e os ex a m inado r es eram a quel lesme smo s qu el he t em i am a concorrenc i a . Ao o fh ci a l de certooffi c io n ão l he er a l íci t o d ei x a l -o , e d

'es se r igorp ro vei o ta lvez a decadenc i a .

Quando a s cou sas se regu l a ram m e lho r,qu a ndo

o po d er rea l se concen tra n 'um a un i dade i n co mp a t ível co m o feudal i smo

,é qu e n a E urºp a a scor

p o r a ç ões s e i n st i tuem co m um a o r g a n isa ç ã o ma i savan çad a .

Até então , em mu ita s c i dade s e v i l l a s,a s co r

p o r a ç ões d'

a r t es e o ffici o s t inham co n st i tuíd o ap r inc ipa l fo r ça g uerre i ra , e n

'

a quel la s onde hav i amun icíp io a sua i nfl uenc i a tornou - se mu i to g r a nd e, sen do tanto ma ior qu an to a i ndu str i a es t avam a i s fl o resc ent e .

Nã o ob sta nte esta s corporações gozar em d'

umv erdadei ro monopo l io , e p o r vezes a pol i t i c a a s

d i st r a h i r do t r ab a l ho , como t inham que comb a t era concorrenc ia ext r anha , punham e l la s o seu m a i o rcu i dado em conservar o s p roducto s no an tigoapu ro e repu tação .

E '

a n a lysa r o s seu s esfo rços e l e r o s resp ect ivo s regimento s de c a d a offi c i o .

Não se appl ic ava então em gera l o ab surdosys tem a de prohib i r o s p roduc to s d a industri aex t range i r a para p roteger a i ndustri a nac ion a l

,

concorrendo p ar a i s to que poucos p r i nc i pe s gost a r i am de desfa lca r o s rendim en to s d a s su a s a lfa n d eg a s.

E m dezembro de 1 58 t , H en riqu e I I I , de Franç a ,d á às corpora ções d '

a r tes e o fii ci o suma lei ge ra l .

Lui g i Cibr a r i o E con omía p ol ít ica n a B d a d a Med i a — L. mOa p . 1 .

Es t a bel ece o s o fl i ci o s em co mmun i d a d es nas d iffer en tes ter r a s d o rei no , e em ed i t o s successi vo s

p r ecei tu a a a p rend izagem , etc.

, reserva ndo paraa s ua p essoa o d i r ei t o a o t r a ba lh o , que, como umd irei to r ea l , só o sob era no podi a conceder emrend a , o u g r a tu i t am en t e e a s eu ta l a nte .

Fo i co m a r evolução de 1 789 , que a França e stabeleceua l ib e rd a de de i ndu st r i a , decre t a ndo entãoa Assemble a Na c ional a l ib er d a de do t r a ba lho .

E m Po r tuga l,g r a ça s áci v i l isa ç a o rom ana, qu e

imp ed iu o feuda l i smo , nunc a a s corpora ções d º

a r

t es e o fii ci o s t i veram ta es ex tr emos . Alguns precei t o s t inham co m tud o que hoj e s e n ã o compreh en d em m a s que á h i s to r i a e á soc io logia rest aa inda dec id i r s e era m bºns o um aus .

A reversão às an t i ga s co r p o r a ç ões, a d a p t a n d oo seu system a ao esp ír i t o mode r no, parece ques eráa melh or ga r an ti a da p a z soc i al .As co mmun i d a d es d '

a r tes e o fli ci o s chamou hapouco um escr i p t o r fr ancez : a s a sso ci a ç õesp r oj íssz

'

o n a es a'

e h o n tem , h oj e e a n g a n h ã1 t a l é a sua

convi cçã o n a rev ers ã o que apo 'ntamos .

i f:

Na epoca da Renascen ça , a s co r p o r a ç o es dea r tes e o fh ci o s de cada p a i z v i ram a p p a r ecer su ccessiv amen t e os m emb r os de uma g r ande a s soCi a ç a o , t ã o numeroso s como babe i s , que depo i sd e terem s ido emp r egados p ela eg r e j a l a t in a nassu a s ob r a s , s e espalha ram pel a E ur o p a , fo rma n d o

uma com panh ia ed ifi cadora .

Pel os p r in c ip i o s do secul o x , havi am — se estab eleci d o n a Lomb a r di a um g r ande num e r o de co n .

fr a r i a s de art istas s ecu l ares, as qu a e s crea das e

H isto i r e d es Co rp o r a t io n a de met ier a d ep uis Leur : or i g i n a j usqu

'á leur sup p r essi o n — p o r E tien n e-Ma r t i n Sa i n t vLéo n P a r is

1 897 .

XV

p rot eg ida s pel o c l ero,tom aram o nome gera l d e

fr a n co -ma ç o n a r i a o u de p ed r ei r o s l i v r es, cuj osa ssoc i a dos obedec i am a p r ece i to s sim i lh a n tes a o sdas c o r po r ações de o ffi ci o s, apresen tando co m tu

do um ca r a c ter mui to espec i a l .Eram ,

po i s, o s m emb r os d

'

essa g r a nde comp anh i a que su rgi am como um reforço a r t i st i co

,

v i ndo a t ra vez do Nor t e d a Eu r op a , e a gg r egandoa s i a l lem ã es, fr a n cez es, belg a s , e a té g r egos .

Essas s eri e s d e a g g reg a d o s co n st i tuíam loj a s,em que c a da dezena de a ssoc i ados obedec i a a umchefe

,em rel a ção co m o s out r os m estres d e lo j a s ,

toda s em act iva co mmun ica ç ã o co m a p r i ncipa ld ire cção

,correspondendo - s e n 'um a l i ngu a gem

secreta de si g n a esm a ç o n ico s, p ara qu e i n d i víd uo sext r anhos á g r ande a ssoc i a ção se não aprove it assem d o s s eu s pr iv i l eg io s e ben efí ci o s.

Era por mei o d 'es ses s ignees q ue o s comp an h ei r o s s e reconhec i am . Era co m j u r a m en to s ep rovas terr i ve i s que o s ob r eir os sem at r i cu l avamn a a ssoc i a ção

,compromet tendo —se so l emnemen t e

cada novo in i c iado a não r eve l a r o seg r edo do sengenhoso s si g n a es co m que se entendi am eo ccul t a r de e stra nhos todos o sp r o cesso s e r egra sd o

,ºfii ci o .

A fr a n co —ma ç o n a r i a se deveu a al ta p e r fe i çãosc i e n t ifi ca adqu i rid a n a s arte s e nos o ffi ci o s, eco m a sua mo r te o bl i ter o ur se a t é a tradição p rec ios a dos p roce sso s t ech n ico s que p o r tanto s s ecul o s o s seus a so cia do s gua r daram fi e lmen te .

As corpºraçõe s g rem ia es em Portuga l foramsempre em menor nume r o que a s de outros p a izes

,m a s menos g r a v o z a s pela sua n a tu reza , como

j á o nota r am o s nosso s escr i p t o res, a fii rm a n d o

alguns que e l l a s eram governadas por l e i s ma i s

s a bi a s que a s sua s co n g en eres d o re sto d a E urop a 1

.

A m a i s a nt iga o r gan i sa ão dos o ffici o s que con h ecem o s en t r e nós é a o a r r ua men t o , pel a qu a lc e r to s e det erm inado s of i ci o s meca n ico s, comoen tão se cha m a va , eram obrigado s a te r sua s l oj a sem ru a s o u l oga r e s des ignados .

No anno de 1 308, ma is d e qui n z e t a n o eír o ssetri z

/er a m a r rua r co m sua s ten d a s e ca sa s, d i z -nosrei M a noel d a Esperan ça 2No a nno de 1 35 1 , a cam ara d o Porto concedeu

v a r i a s p r er o g a t i v a s a o s mestei r a es, ou o ffici a esmech a n ico s, qu e qui z essem v i r morar p ara a cidade

,m a s p a ga ndo so l do como v isi n h o s.

No anno de 1 395, segundo uma ca r ta regia,qu e

se gu a rda no Livr o d o s P '

re'

g o s, H s. i z ó—v .

º noArchivo Mun ic i pa l de Li sboa , su sc i tava - se o p recei t o j á ordenado em 5 de j unho do a nno de 1 3 5 1

,

dizendoQue fossem arru ado s os mest ei r a es, cada

un s d e seu m est er em su a sA inda hoj e a l guma s ruas d a c i da de cºn servam

a ant iga de s ign a ç ã o ; d o s co r d o eír o s, d o s ca r r eeir os

,d o s sa a tei r o s, d o ur a d o r es, fer r ei r o s, p esca

d o r es, a lg í ebes, r emo la r es, fa n quei r o s, e tc .

Segundo um docum ent o do fim do se cu lo X IV, Oa r r ua men t o do s o ffi ci o smech a n ico s era est abeleci do p o r bo m r eg imen t o e ma i o r fo r mo sur a d a cid a d e, e p a ra qu e os j u ize s d o s o ffi ci o s e o s a lmotaces d a s ex ecuç o es pudessem m a i s faci lmentefi sc a l i ser o s a r tefa cto s expo s tos à venda

,e ver i

fi car s e e r am fe i to s como dev i am a bem d a rep uta ção dos a rt igo s e d o s i ntere s ses do povo .

V i d e Va r i ed a d es so br e o bj ect o s r el a t i v os à s a r tes,Cºmmer ci o e ma n uf a ctur a s p o r JoseAccur si o d a sNev es— 1 8 1 4 . v o l l — p a g . 96

H ist o r i a Ser a p h íca P a r te 1 Li v r o 1 1 ca p . 1 . E steo ffi ci o er a com o se v ê , imp o r t a n te, e ta l vez o ma is a n ti g od e t o d os o s a r rua d os. E m 1 539 . p o r ca r t a r eg i a d e 27 d ea g ost o . eleg i a 2 d eleg a d os a Ca sa d o s 24. Fo i d 'el le que n orei n a d o d eD. Joã o I sa h iuo p r imei r o Jui z d o P o v o .

XVI I

U m grande numero de pos tura s do senado dacam ara de Li sbo a prohib í a que o s o fi i ci a es mec a n i cos morassem n 'outra s ru a s qu e não fo s sema s dest in a da s a cada offi c io 1

.

P o r p r i v i l egio s esp eci a es hav i a a l gumas ex cep ç o es. como por exemp lo succed i a j á no t emp od e D. João 1 a o s a rme i ro s, m o ed ei r o s

, e tc .

N '

a l guns escr i p t o s, repu tados do seculo x w,

como a Rela ç ã o d a Vi d a d e Sa n t a I z a bel , mu lhe rde D. Din i z

,e as Or d en a ç õesAlfo n si n a s, IV— x x x

,

1 e V — LV I I I, 1,onde e s ta o comp i la das l e i s d a s

côr tes de Evora , em 1 39 1 , e de Co imb ra (1 394ce l ebradas no re i nado d e D. João I, e s e cons ignam mu i tas o utra s i nd i c ações r e l at iva s a fa cto si n dubi ta velmente an ter iore s, a p p a r ecem p rec i o sa sreferenc i a s

,p ela s q uaes s e vê qu e o s o fh ci o s e

mester es e ram exerc i dos l ivrement e, e stando perfei t a men te o r g a n isa d o s, co m seu s s a l a r io s es tabeleci d o s

,me stres

,apren di ze s , e até uso frui n d o

d ive rso s p ri v i l egi os , a qu e aquel l a s l e i s a l lud em .

Na Rela ç ã o d a Vi d a d e Sa n t a I z a bel , fa z - s e expres s a men sã o de ped r e i ros, carp int e i r os e outro sa r t ífi ces constru c to res . A Ra inha San t a t inha umhosp ita l d e en g ei t a d o s, onde «e

,d es que era m

cr i a d o s e cr esci d o s, ma n d a va - o s p ôr a mest r es,e,d es que a p r en d i a m mester . quep o r si v ives

sem.»

Embora aqui s e t rat e de aprendi zagem,c l a ra

men te, é certo co m tud o que só m a i s t arde el l as e e s t a be l eceu co m regu l am en tos defi nidos . Sóco m a s corpo r ações d '

o fli ci o s s e r egul a r iso u nasc i dades

,pel o m enos n as p r i n ci p a es, o ap r end i

zado . A i nda n a s côr t es começad a s em E vor a em1 48 1 o r ei s e recusava a conceder a o s concelho s«que n ingu em poss a s er m estre de offi ci o mec an ico. sem p rev i o ex ame de o fi i ci a es exa mi nadore s

A i n d a , em 1 760, um d ecr et o . co m d a t a d e5 d.

en o vemb r o ,p r escr eve 0 a r rua men t o d o sOffÍCIOS p o r 0cca sxã o d a d i st r ibui ç ã o d a s rua s a ber t a sen t r e a sp r a ç a s d o Co mmer ci o e d oRocio .

XVI I I

elei to s annualmente pelos o ffi ci a es d o m esmo o ffi ci o e confi rmados pel a cam a r a » . O sobera no n a oa n nuiu, m a s p r o h ibiuque o smeca n ico s pudes semcon ser va r fecha das su a s tenda s p a r a s e occup ar em d e outr os n egoc ios 1 .

Da t a d 'esta epo ca p r ox im amente o in i c io doaprendiz a do r egu la r , que m a i s t ar de se r eg ul a r iso uco m a condi çã o o br i g a t o r i a do exam e , e su jei to ar eg r as determ in a das

,ex ig indo — se n a s ci dade s e

ou t ra s p o v o a ç o es m a i s impo r tantes a car ta d eo fli ci a l exam i na do .

E ' c l a r o que no secu l o x m se n ã o p odi a p en sa rn a c a r ta d e ex a m e , m a s alguns prece i to s h a ve r i apa r a d a r por offi c i a l o ap rend i z .

O m i l a g r e d o s s a l a r i o s pagos em rosa s p el a Ra inha Sa nta a o s o fi icia es meca n ico s que t rab a lhav a m no convento d e Sa nta Cl a ra, e cu j a lembr a nça su a vem ent e poet i ca a t r a d icç ã o conservou a t éhoj e

,dá - n o sum i n d íci o impo r tan t e sob r e a l ivr e

con d ição p rofi ssion a l do nosso Op era r i o n '

a quel l a

epoc a .

AsOr d en a ç o esAí o n si n a sa ponta das , const i tu emlei gera l a o s o c i o s. Pe la p r imei ra d 'e l l a s

,v ê -se

qu e o s ope r a rio s e tra b alha dores, h o mees br a ceir o s, como então l hes chama vam

,p a ra qu e o sfi d a l

g o s l hes não tom a ssem o s fi l ho s como ser v i ç a es,o s punham a mest r es, e t a n t o quep a ssa va m a lg un s

t emp o s, o s t i r a va m d'

el les, e qua n d o o s d em a n d a

va m p a r a m o r a r em p o r so ld a d a , p un h a m escusa

queer amp o st o sa mester es. Con t r a est e fa c to , p ed ir am p rov iden c i a s o s prºcura dores do s concelho sso l i c i t a ndo tamb em que o fa vor d e n a o se r em tom a d o s p o r so l dada só a p rove i ta ss e a o sfi l hos qu eesse s hom en s t ivessem co n t i nua men te a mester es.

I s to ind ica a fa l ta de um t erm o n a a p r endiz a gem .

D. João I defer i u o ped ido dos p r ocu ra dores edecretou a lei qu e s e l ê n a f o r d en a ç a o r efer i d a .

A l g un s a uct o r es amrmam que n'

este temp o j á h a v i aex ame em E v o r a .

ci a d o s o ffi ci o s n o muni c ipal i smo a b a se do seudesenvo l v imen to e co n si d er a ç a o . Na adm i n i st r aç a o d a s c id a des p o r tuguez a s, v êm o s p o r la r gosa nuos exe r cerem elev a dos c a rgo s o s o fli cia esmecan i co s

,como p r o cur a d o r es d o s h o men s bo n s d o s

mester es e au fe r in d o rendos a s ca p a t a z i a sd a sco mp a n h i a s d e ser v i ço pub l i co .

No s eculo x vn , um i l l us tre a u ctor expl i ca - nosque

,no senado d a c am a ra de Li sboa , hav i a qua

t ro homen s a qu e o vulgo cham a v a mester es.

Eram el e i tos n a C a s a dos 24 e s erv i am só du r ant e um anno

,entrando em j a n e i ro

,sendo semp re

o ffi ci a es meca n ico s. Tinham voto co m os m in i stros do senado

,m a s a m et a de do o r d en a d o e p r o

p in a s de um ver e a do r ; a ssen t a v ams e n a cam araem banco de encosto de p au, como o esc r i vao ep ro cura dores da c id ade, m a sm a i s a ba ixo e separados d a m eza

,tendo em l oga r d 'el l a deant e de si

cad a do i s um a t a boa em fo rma de e s t a nte co mt inte i r o e poe i ra s d e p au, para a ssi g n a rem e rubr íca r no s contr ac tos, consul ta s e t c .

,em que s e

fazi a men ç ão d ' e l l e s .

Na sua p r imei r a crea ç ã o , os mester es ou p r ocur a d o r es d o s of ici o s t i nham a p en a s o exerc i c i ode p r ocu r ar na c am ara o que se . n ec es s i t a va p a r ao s o ffi ci o s m eca n ico s, t a xa s p ara ev i ta r a s c a rest i as d 'e l l e s , reg imentos p o r qu e s e gove r n assemno s exames

,n a s e lei ções dos

'

ui z es, et c.

ª

P o r um a cart a regi a de F i l ippe II I,de 1 8 de

m a io d e 1 633 , s a b e- s e qu e e ll es a ssi g n a vam t od a sa s d el iber a ç o es do sen a do l i sbon e n se. Quandoexerc i am e st es c a rgos

,o s procu r a dores d o smes

t eres,embo r a deput ados d a C a s a dos 24, eram

i ndep endent es d 'el l a .Nem a o J n i z do Povo,chefe

P . R a ph a el B luteau, n o seuVoca bul a r i o — pa l a vr a Mªster .

A o p a pel p a ssi v o que en t ã o o s o fã ci o s r ep r esen t a v ama l lud e Fr a n cl sco d eSá n a sua Sa t . 1 , n um 6 1

«E a p ob r ez a d o sMest ér esQue n em fa l l a r sã o ousa d osDea n te o smór es po d er es».

d'

a quel l a c as a, era p ermi t t i d o i mp ôr - lhe s qua lqu e r ac to .

P o r d ivers a s l e i s pos ter iores, a o s procuradore sdos mesteres, foram conced i dos va r i o s p r i v i legio s

,contr ibu indo p ara i sso em espec i al a impor

t a n ci a pol í t i ca que en t㺠a dqu i r i ram n o s negoc i os do re ino 1

. P ód e m esmo a H i rm a r — s e qu e am aio r impo r tanc i a do Jui z d o P o vo data d a dep os i ção de D . Affonso VI , p elo p a p e l que á po l it ica de D. Pedro I I co n veiu qu e el l e t iv es s e 2

. Acons i der a ção da da a o s o fii ci o s p o rD. João I t ambem j á fôra por nece ssi da des p ol i t i c a s .

No re in a do de D. José I , a i nd a o s p ri vil eg io scon ced i dos a o s p rocu r adores dos o fii ci o s s e a ccen tua r am , a p p a recen d o então nos docum ento spubl i co s a phras e notav e l de q ue t r a ba l h o l ouvavel e

'

a quel l a que d á a o s va ssa l lo s o smei os d e se

susten t a r em 3.

E m 1 757, ent ravam o s procu radore s do s mest er es n a ca m a r a e sent avam - s e n a meza d a ve r e aç a o co m 0 seu esp adim ,

conform e lhes conc edeuo decre to de 24 de novembro .

E m d o is d ecr etos successiv o s, n a d a t a d e 28 d ema i o d e1 663 e d e 22 d e eg ua l mez d e 1 665, co n ced em -se e susci t a mse v a r i os p r i v i leg i o s a o s p r ocur a d o r es d o smest er es. E nt r e el les o seg ui n te: «Os seus fi lh os p o d em ler n o Dez emb a r g o sem d espen sa

Vej a —se a n o t a fi n a l d o '

v o l . 1 1 : d o s E lemen t o s p a r a a

h iqtst

àgí a d o Mun íczp i o p o r E dua r d o Fr ei r e d eOl i vei r a .

E ste a l t o co n cei t o já em 1 565 n o s a p p a r ece n'um a l v a r á.

d eD. Seb a st i ã o , co m d a t a d e 22 d e ma i o d e 1 565 .

A p h r ase t r a n scr i p t a a cima pô d e-se l er n o s a l v a r ás d e2 1 d e a b r i l d e 1 75 1 e 25 d e jun h o d e 1 760 , é 1 8 .

Na Ch r on i ca d o Co n d eD. P ed r o , ca p i tul o 1 , l ê—se o p eL o

go seg ui n te, cuj o pen samen t o sem ost r a eg ua lmen teele

v a o

« E p o r que seg un d o 0 Fi l oso fo , o r eco mp en sa m en t o d o

pa n /z o d ev e ser d a d o áquel le que h em z

'

st ei r o so (t r a bah a d o r ) e o r eco m p en sa men t o d a h o n r a áa quel le que émui t o n ob r e e ex cel len te».

XX "

Antigam ente denom in ava - s e Ca sa d o s24 a j unt a composta de v inte e qu atro del egados d o s o fªfic ios meca n ico s de Li sbo a ou d e outr a qua lqu e rt erra i ndustri a l , como Porto , Co imbra Sa nta r em

,

Angr a,etc ., e p r es id ida p elo Ju i z do Povo, que

co m 0 senado d a c am a ra governava 0 conce lho .

Esta in st i tu i ção de notave l importanc i a eco n om i ca e pol i t i c a fo i cread a em Lisboa

,no anno d e

1 4 22 , p o r D . João 1 , sob r e as ant igas co r p o r a ç o esimpe r feit am ent e a r regimen tada s até a qu el l a d a ta .

O m o n a r ch a qui z a s s im mos trar o seu a gradec im en to pe l o a ux í l io que receb eu d o s o fi i ci o s n aconqu ist a do t h r o n o . A0 t a n o ei r o Affonso Anne sPenedo nom eou— o el - rei j ui ; d o p o vo , em d ist in c

ç a o pel os serv i ços p restados ; sendo ass im aque ll e o fi i ci a l m eca n i co o prime iro qu e t eve ess ecargo .

A Ca sa d o s 24 de Li sbo a du r ou até 1 506, annoem que D . Manoe l a di sso lv eu

,com o c a st igo i n

fl ig id o á c i da de p ela horrºrosa m a t a n ça d o s chri st ã o s novos .

2 E m 1 539,D. João II I re s t a bel eceu - a ,

dando- l he novo r egimen to,amp l amen t e r efo rm a

do em 1 572 , e a ss im p erman eceu a t é 7 de m a i o

E' peloReg i men to d a fest a d o Cor p o d eDeuse d ecomo d e h ã o

d e i r a s oôi ci o sca d a um seulo g a r , d eCo i mbr a , d ocumen to d e 1 5 1 7 ,que se teem a sma i s i n teressa n tes i n d ica ções d a o r g a n isa ç ã o d o s

o íi i ci o s n 'a quel l a ci d a d e. No a r ch i vo mun i cipa l h a mui tos outr os

d ocumen tos sobre t ã o cur i oso a ssump t o . D'

el les d eucompleta r e

z en h a o sr . Ay res d eCampos n o s seus I n d icese Summa r i o s, quecor rem impressos.

Do s mester es d o P or to d á. bo a i d ée, pela d esen volv i d a enumer a çã o que d 'elles fa z , o Aceo r d o e r eg imen to fei to pa r a a . mesma.pr oci ssã o em 1 5 d e julh o d e 1 621 . Ach a -se t r a n scr i p to n a sDi :ser t a ções ch r o n o lo g i caa d e Joã o P ed r oRibei r o , v o l . 4 , p a g . 21 4 .

Os Vi n te e Qua tr o d eSa n ta rem t i n h am tambem o seujui z d opovo, escr i vã o eum a lmo t a cé d a l impez a .

Ch r o n i ca d eD. Ma n oel p o r Da m i ã o d e G oes, pa r te [ .ªca p .

1 03 . G a rci a d e Rez en d e? n a sua Miscel l a n ea , fo l . 1 1 1 , tambem a l lud e a o fa cto.

XX! "

de 1 834 , em qu e fo i ex t in ct a p el o r eg imen con st i tuci o n a l . 1

A elei ção dos de l egados d o s o fi i ci o sáCasa d o s24 , de Li sboa , faz i a —s e todos o s anuo s em d i a deS. Thomé , s endo p el o j u i z do povo depo i s ap resent ado s n a m eza da ve r e a çã o d a c idade , acto sol emne de que se l avrava a ssent o qu e todo o s enado subsc revia .

As el ei çoe s,e outras a ssembléa sdos 24 , t inham

l oga r em ca sa p ropr i a , s i ta noRocio , j un to áegrej a do hosp it a l de Todos o sSa ntos, s endo destru id a pel o in cendi o de 1 750 .

N 'al guma s outr a s cid a des,a s el e i çõe s d o smes

t ér es fa z i am - s e de t r e s em t re s a n n o s. Aos 24 deCºimb r a fo i i s so confi rm a do p o r a lva i áde 2 de dez embro de 1 578.

O alva rá de 1 0 de d ezembro d e 1 64 1 su sc i to uque n as e l ei ções d o s 24 de Li sboa se devi a p r im e i r o el eger 0 Ju i z do Po vo

,a vo tos

,e depo i s d e

publ i c a a sua elei ç a o , proceder— s e à d o smest éresn a fo rm a costum a d a .

O novo j u iz dev i a l ogo to rn ar con ta s a o j u i z v e

E is o th eo r d o d ecreto d eex t i n cç ã o«Nã o secoa dun a n d o com o s pr i n ci pi os d a Ca r t a Con st i tuci on a l

d a mon a rch i a , b a se em que d evem a ssen t a r a s d ispo si ções leg i slet i va s, a . i n sti tui ç ã o d eJui z e P r ocur a d or es d o P ovo , Meetéres,Ca sa d o s V i n tee Qua t r o , e cla ssi fi ca çã o d o s d i ii 'eren tee g rem i osoutr os ta n tos estor vos a i n d ustr i a Na ci on a l , quepa r a med r a r muito ca r ece d a l i ber d a d e, que a d esen volva , e d a pr o tecçã o qued efen d a H ei p o r bem ,

em n ome d a R a i n h a , d ecr eta r o seg ui n te:A r t i g o I .º F i cam ex t i n ct o s o s log a res d e Jui z e P r ocur a d ores

d o P ovo , Mestéres, Ca sa d o s Vi n te eQua tr o, e o s g rem i os d o sd i fi

'

er en tes o i i i ci o e.

Ar t i g o As cama r a smun i ci p a es d a r ã o pr ov i d en ci a sun eqg erem m a i s a cer t a d a s pa r a se leva r a eii

'

ei t o O d isposto n o a r t i g osem i n con ven ien te d e ser v i ço . E se a l gum a s d

'eeea sp r o v i d en

ci a s exced erem a s sua s a t t r i bui ç ões, el la sMeco n eul t a râo pa r a a otom a r n a con si d er a çã o quemerecem.

A r ti g o Fica m revog a d a s tod a s a s leis em con tr a r i o , com ose d 'el l a e fi z esse expressa e d ecl a r a d a men çã o. 0 Mi n ist r o eSecret a r i o d e E sta d o d o sNeg oci os d o Rei n o a ssim o ten h a en ten d id o e fa ça. executa r . P a l a ci o d o Ramn l bâo (Ci n tr a ) em '

t d e ma i od e I BM — D. P ed r o, d uque d e B r a g a n ça — B en to P erei r a. d o

Ca rmo.»

XXI V

l ho,

« ass im como quaesquer ou tra s d a Casa d o s24 , que respe i ta s sem a o povo . »

l

O Jui z do Povo , de L i sbo a , t inha 30319000 re i sde o r denado , conced ido em 20 d

'

a h r i l de 1 624 , eq ue lhe e ra pago p e l a s r end a s d a cama r a . E m 1 64 1 ,por decreto de 1 3 de . j ane i r o , fo i - lhe p erm i t t id o ouso d e v a r a ve rme lha no exer c í c i o das suas funcco es . Ao Ju iz do Povo, de Coimbra , só em 3 dej unho de 1 663 é q ue l he fo i concedido o usa r dev a ra verme lha , como o de Lisboa, e em 1 748 oDes embargo do Pa ço arb i trou — l he o orden ado dez o áp o o o ré i s .Por differente s cartas r eg i as de 1 5 1 3 a 1 527 ,

cada um dos. do is p ro curadores do s mest ér es deCo imb r a receb i a , à c usta d a s rendas d a c idade , osa l a rio annual d e 500 ré i s .

Do s o ffici o s r ep resen tados na Casa do s 24 deL i sboa , um es tavam emba n d eír a d o s

,ou tr o s n a o .

E r am o s prim ei r os a quel les que se a chavam r eu

n idos em grupo s deba i xo da ba n d ei r a de um santoseu pa t rono .

Os mest ei r -aes de cad a o tii ci o t i nham ob rigaçãode contr ibu i r to dos egu a lm en te p ara ce l eb rarema s fes t ivida d e s dos s eus sa n tos p rotecto r es, a squ a es e ram semp r e fe i ta s co m g r ande e sp l endor .

Nenhum o H i ci a l m eca ni co podi a s er e l e i to á Çasa

' dos 24 , sem que p r ime i ro houve sse ex erc i dotodos o s cargos d a i rm a ndad e ou confr ar i a resp ec t i va .

Ainda hoj e mu ita s d a s i rmanda des — co m exclusã o ab solu ta d a s do S. Sac r am en to — ex i stent es nas d i iªferen t es eg rej a s de Lisbo a rep re sen tamcomo que um li o de t r a d icç ã o d as antigas b a nde ir a s.

Ass im e n contramos na Erm ida d a Senhora d aOl ive i ra

,n a ant iga rua dos Alg ibebes, a c tua l d e

S. Jul ião,a re sp ect i va i rm anda d e con g r egan do

A lva rá d e '

I d e jun h o de 1 526.

XXV

grande num ero d e confe i t e i ro s e c el ebr ando p o mpos a fest iv id a de no d i a de Todo s o sSan to s . E mSan t a Ca tharina

, o s l i vre i r o s fa z em um a so lemn efest a . E m 8 . Ch r isp im o s sap a te i ro s t ambem fes

t ej am o san to seu pa trono . Na an ti g a eg r ej a deS. José, o s m e st r e s con structo r es c iv i s a h i s e r eun em . Nos Ma r tyre s o sm us i co s a grupam - s e n a i rm a n d a d e de Sant aCecíl i a , em qu e outr'ora , quando erec ta em S. Roque, e r am obrig a dos a i n screver— se . Na eg r ej a de Sã o Ti a go e S. Ma r t i nho o s

cer iei r o s ce l ebram a fes ta daSenhora aFr a n ca ,etc.

No Po rto , o o fi i ci o dos fe r re i r os, t endo p o r p at rono a Senhor a d a Si l va

,é t a l vez a m a i s a nt iga

,

segu indo —s e lhe a dos ourive s co m Sa nto Eloye a d o s sap a t e i ro s co m S. Ch r isp im . Tinham ap r ime i r a e a u l t ima o s seu s h o sp i t a es, e e sta s i n st i tui ç ões a i nd a hoj e subs i stem

,m a sa t ten ua d a sco

m o a s de Li sboa .

Eram 1 1 a s a nt iga s bande i ra s, comp reh en d en d o

c ada uma d ! el l a s vario s o li i ci o s,na form a queva

m o s indi ca r . E ' cl aro qu e n o s refer imo s a L i sboa,po i s como d i ssemo s h av i a em outra s c idades o s

ect i v o smester es:Jo r g e: b a r be i ro d e b arbear, b a r be i ro de guar

mecer esp a da s,fundidor de cobre fer re iro , serra

l h ei r o , ferra dor, dou r ador , bate —folha s,esp i n g a r

de i r o e cuti l e iro . Esta bande ir a dav' a do i s homen sá Casa d o s 2 Ao p r im e i ro d este s o ffi ci o s cham av a — s e o ca eç a da bande ira e o s outro s erama n n ex as.

S. M ig uel : ferre i ro , ca nte i ro, si r i g uei r o de chap éo s, en t iei r o

,l uv e i ro

,a lb arde i ro e la toe i ro de

fun d i ç a o . Dava egua lm ente do i s de l egados .S. Ch r ísp z

'

m : sa p a te i r o,o d r ei r o ,

cu rt i dor e surrado r . Da va doi s de l ega dos .Sr .

ª d a Co n cei ç a o : co r r eei r o , sel lei r o e fr eei r o .

Tambem dava do i s de l ega dos à Casa d o s 24 .

Sr .

ª d a sNI er cês: p a st ellei r o ,t o r ne i r o

,l atoe i ro

d efolha branca e l a to e i ro d e folha amare l l a . E st ab andei r a del egava um homem .

Sa n t a Ruj i n a e Sa n t a Just a : ol e i r o, so mbrei

XXV I

rei r o e choco late i ro . Dava tamb em um del egado .

S. Jo sé: pedre i ro , carp in te i ro de casas , ca nte ir o

,v io l e i ro e l adr i lha do r . Esta b a nde i r a d a va do i s

homen s a Casa dos 24 .

S. G o n ç a lo : t o sa d o r , v i drace i ro , t in tu r e i ro , e st ei rei r o e tece l ão . Da va um hom em a Casa d o s2

Sen h o r a d a Ol ivei r a : confe i te i r o, ca r p inte i r o decarru a gens, ca r p inte i ro de j ogos d e ca r rua gem ep ich elei r o . Est a ban de i ra d a va um hom em .

Sen h o r a d a s Ca n d ei a s: a lfa i a te, b a inhe i ro , car a p ucei r o e a l g ibebe. Estes o fíi ci o s da vam do i shomen s à C a s a do s 24 .

Sen h o r a d a E n ca r n a ç ã o : carp i ntei ro de m ove i se sambl a g e, en talh a dor e coronhe i ro . Est a ba nde i ra dava um homem é Ca sa d o s 24 .

Alguns o ti i ci o s hav i a que não est a vam em b and ei r a d o s e que, toda v i a , t inh am r ep r esen t a ç a o n aC a s a dos 24, como os d e t a n o ei r o , cer eei r o , our i ve s de ou r o e d a p ra ta

,a l ter n a do co m o de l a

p i d a r i o e cordoei r o e a l tern ado co m o de sap at ei r o e co r d oe i ro de l i nho

,dando os segu inte s de

l egados : 2 t a n o ei r o s, 2 cereei r o s, 1 ou r i ves do our o , our ives d a p rat a e 1 cordoe i r o .

Conhecem - se not ic i a s d e a lguns o ffi ci o sm udar em d e b a nde i ra

, p o r ques tões comp l i cadas m a s

deve' ra s i nte re ss a ntes . Os a r ch i vos mun ici p a esgua rdam va r io s documentos imp ortan te s p o r o ude se pod e dest r i nça r bem e ste s a ssump t o sTamb em havi a o fii ci o s que, não estando na

Casa dos 24 , t inham co m tud o reg imento d a dope lo s enado d a c amara , sendo uns suj e i to s á cam a ra p e lo p e louro d a a lm o t a ç a r i a , e ou tros a umo H i ci a l -mór do re sp ect ivo offi c i o .

Acon tec i a ass im co m o s a rm e i ro s e ferre iro s

E lemen to sp a r a a h istor ia d o Mun icip io d eLisboa , p o r E d ua r d oFrei re d eOli vei r a .

I n d ices e summa r io s d o s d o cumen tos d a Ca ma r a deCoimbr a , p o rAy res d eCamp os.

XXV I I I

d a , s e n do e l l es r éo s; e sendo auc tores, conhecessed 'essa s c a usa s o j u iz d 'e l l a s . E p o r u l timo, pel oa lva r á de 9 de setemb r o de 1 687 , s e o rden a que o sm o ed ei r o s qu e n a o estej am em exerc íc io gozemd o s m esmo s p riv i l eg i o s que o s seu s co mp a n h eir o s.

1

No s acto s publ i co s, esp eci a lmen t e n a s proc i ssões , tom a vam semp re l o g a r as B a n d eir a sd o s0%ci o s, a s qu a e s era m ámane i r a de gr a ndes p a in eis,de fo rm a qu adra ngu l ar, su spensos p o r co r dões deseda e ouro , d e que pendi am mu i t a s e grandesbo r l a s d o mesm o m eta l o u de p r a ta dou r a da .

Esta s b a nde i ra s eram em gr ande numero e degr a nde r iquez a , sendo u rn as de dama sco, ou tr a sde broca do ca rmez im e m u ita s d e bordadura s deouro , sobre a s qu a e s se v i am rep resent a das emp rec io sa s ta rj a s e cír cul o s de ouro as im a gen s d o ssa nto s qu e em sua v id a exerceram o íi i ci o s me

c an i co s, o u de outr os sa nto s a quem escolhera adevoç ã o d o s o fi i ci o s p a ra seu patrono .

N'um a faus tosa p r o cissa o de Co r p us Ch r ist i ,

Os mo ed ei r o s forma vam uma compa n h i a m i li t a r , o um i l íci a,

com o seuca bi d o. Oca n d i d a to a d m i t t i d o n a cor po r a çã o a j o el h a cv a a n te o a lca i d e que l h e d a va jur amen t o sobre o s Sa n tos E va ng el h o s sen d o em a cto con t i nuo a rma d o ca va l lei r o pelo a lca i d e, o upelo con ser v a d or , que l h e pun h a n a ca beça um ca pa cete d efer r od a n d o v l be em seg ui d a com a espa d a e sobre a quel la d ua s cut i l ad a s.

E sta s cer imon i a s que v i er am com o tempo d eD. Ma n oel,pel o

reg imen to d e 22 d e m a r ço d e 1 506 , con t i nua r am n o rei n a d o d eD. P ed r o I I , est a t n i d a s n o ca p . 75 d o reg imen to d e 9 d e set embr o d e 1 686, que d eterm i n a tambem que o m oed ei r o, d epoi s d eser a d mi t t i d o , pa g ue 45000 r é is

,d o s qua es d o is ser ã o pa r a o co n .

ser v a d o r e d oi s d esti n a d os às d esp ez a s d a festa d o Corpo d eDeus, pa r a o ca bi d o e outr a s d esp ez a s n ecessa r i a s a bem e p r o

vei t o d o smo ed ei r o s.

T i n h a a quel l a mi l íci a o s seus d ist i n ct i v o s, e, en tre estes a suaba n d ei r a , que er a d e d am a sco br a n co e ver d e, com fr a n j a se co rd ões d e sed a d a smesma s côres, e a o cen t r o a s a rma s reses d o ur a d a s. Com essa ba n d ei r a se a pr esen t a r am o smo ed ei r o s p o r ve

z es n a pr oci ssã o d e Cor pus—Ch r i sti fi g ur a n d o a o l a d o d a s cor por a ções d e a r tese o ffi ci o s.

XX I X

r ea l isa d a em Li sbo a no d i a 8 de j unho d e 1 7 1 91

eram a s b a ndei ra s dos QH i ci o s leva da por hom en svest i do s co m opa s o utun i ca s t a l a re s p erfi l ada s degalão de p ra ta . Algum a s d a s bandei r a s e ram tãop ez a d a s, p elo mu i to ou r o d a s sua s g ua r n i ç o esfr a nj a s e bo r dadura , qu e pa r a se moverem prec i savamda força de tre s o uqu atro homens , qu e de quando em qu a ndo se revezavam .

Ve st ia m e ste s d e enca rnado co m p erfi l de galãode p r a ta

,vendo - s e em todas a sb a nde i r a s o capr i

cho dos o H i ci a esmeca n ico s de L i sbo a . A p r eem in en ci a do l oga r em qu e i am er a i n d íci o d a sua

gr and e ant igu i da de . Acompanhavam ca da ban de ir a o s o fi i ci a esmeca n ico s d o s va r i os o fii ci o sn 'e l l ar esp ec t iv ament e a g g rem i a d o s.

Desde mu i to c edo qu e o s o ii i ci o s t ive ram oss eu s r eg imen t o s, i sto é, os est atuto s p o r qu e s er eg i am .

No arch ivo d a Camara m un i c i pa l d e Lisboagua rd a - s e o o r i gin a l da co l lecç ã o reforma da em1 572 p o r Dua r t e Nunes d e Lião 3

.

Oconhec im ento perfe i to de tão importante co rpo d e l eg i s l a ç a o indu s t ri a l con st i tu i r i a um me r ecido l ouvor a tão sab i a s d i sp os i ções

,qu e no se u

esp ír i t o a lguma s d'el l a s logra ram an teceder mui

t a s outra s e labora das em ep o ca s pos ter iores .

H ist o r i a Cr i t ico—Ch r o n o l o g ica d a I n st i tui çã o d a Fest a , p r ocissã o e of ici o d o Co rp o Sa n t íssi mo d eCh r isto n o Ven er a vel Sa cr amen to d a E uch a r íst i a , p o r i g n a ci o B a rbosa M a ch a d o— 1 759 .

No cor tejo cív ico d o cen ten a r i o d a In d i a a Associ a çã o d o scom .

t r a ctor esci vis emest r es d ' o br as d eL i sboa leva va um a d 'esta sba nd ei r a s, a d e S. Jo sé, que a quel la a ssoci a çã o g ua r d a com amor .

P od e ver -se n a eg reja d a mesma i n voca çã o , on d e se a ch a expost a .

ª No P or to, n a B ibl i oth eca P ubl ica , ex i ste tambem uma co l lecç ã o d e reg imen tos d 'o ffi ci o se con fr a r i a s, mui to n ecessa r i a e v al i osa pa r a a h istor i a d o tr a ba lh o n a ci on a l .

XXX

N'

um re sumo como este , s er ia d i ti i ci l t r a n screver aqu i por e xt enso qua lquer d 'e sse s no távei sregimen tos

,a ind a o menos importa nte . N 'es sa a n

t iga co l lecç a o de 1 572 , ex i st e um a s egund a p a r t e ,que t r at a d a s postura s gera es, em que se cucerr a m a s d ispos i ções communs a qu a s i todo s o s

o fii cio s, a s quaes ser i a imp er d o a vel l a cun a d eix a r d e e stud a r co m in teres s e o u apenas conhecer l ige i ramen t e

,porq' ue sobre e l l a s as sen tou du

ra nt e m a i s d e t re s l ongos seculo s o desenvol vim en to indust ri a l do no sso pa iz .

A prime i ra d 'e ssas d isp o st ç o es ordenava queo sj ui z es d o s of i ci a es meca n ico s j i gessem sua s elei

ç õesp o r j a n ei r o d e ca d a a n n o . E iso seu t exto,mod ifica d a a o r t o g r a p h i a do s ecu l o x v 1 :

«Fo i a cco r d a d o em qu e o s j u i ze s do s o ffici a esmecánicos façam a elei ç a o de outro s j u í zes eexam inado re s d e s eu s o fh ci o s no mez d e j a ne i r ode cada anno e dent r o do d ito mez v 1 r a o os quefor em e l e ito s á C am a r a to rn a r j uramento , ondeser ão a ss entados no Livro d a Ver ea ção, p ara todos j un tam en te começa r em a fazer su a s dil i genc i a s no p r i n cíp i o do anno, como a c idade fa z nosm a i s o fi i ci o s qu e sã o de sua el eição qu e todos sefazem no mez de j anei r o , Po r ém o s qu e

, p o r seur egimento ou costum e an tigo , t ive r em de e l egers eu s o ffi ci a es em out r o temp o do a nno, guard ar a o s eu reg im ento e costume , n a o p a recendo mel ho r á Ci dade faz erem a d i t a e leição no mez d ej ane i ro .»

A segund a d i spos i ça o pr escrevi a que o sj ui gesd o s op icza es meca mco s v zsz t a ssem a s t en d a s d o s

oficza es d o sseus of i c i o s

«Que todo s os j u i ze s o u ved o res d o s o ffi ci a es

mech a n ico s se j a m ob r i ga dos a vi s i t a r as t endasd e seus o ffici a es e a faze r co r rei ç a o co m o eser iv ã o d e seuca rgo de trin t a em tr in ta dias, ou d e

XXX I

q uinz e em qu inze se p or seu r egimen to o t i verema ss im orden a do , e ca da vez que n ecessa r i o fôr . Eas obras qu e a charem - que n a o sa o feita s comod evem s e t rarão á Ca ma r a o u a s lev a r a o a o s a lm o t a cés d a s ex ecuç o es, p ara s e faze r n

'e l l a s ex ecuç a o conform e a s p os tura s d a cid a de . E , toda sa s vez es qu e a d ita d i l igenc i a fi zer em

,v 1 r a o a est a

Cam a r a d a r cont a de como a fi zer a m e d o que

a cha r a m, pa r a s e saber o que ni

isso fa zem . Eq uando n ã o puderem v i r á C ama ra o farão sa berao vere a dor d a s ex ecuç o es que t em o p elourod

'el l a s . E o s qu e ass im n a o fi zerem p a g a r a o doTronco dez cruza dos

,a m e ta de pa r a a s obra s

d a c idad e e a outra p ara qu em os a ccusa r . »

A tercei ra d isp o s1 ç a o regu l a va que n en hum 0171"

cza l meca n i co p uz esse t en d a n'

est a ci d a d esem p r i

mezr a ser ex a mi n a d o , d i zendo a ssim

«Que n enhum o fii cia l m eca nico ponh a t endad e seu offi ci o n 'esta ci d a d e

'

o u em s eu t e rmo semp r ime i r o ser exam in ado pelo s exam i n a dore s d es eu o fii ci o

,e sem a c a rt a de ex am i nação ser con

n rm a d a p e l a C a m a ra . E o que o contr ar i o fi zero u l h e fôr provado

,do Tronco

,onde e s t a r á qua

t r o d i a s, p a gará m i l r é i s, m e ta de p a r a a sobr as daci dade e a o utra p a r a quem o a ccusa r . »

2

T r on co er a a ca d ei a d a ci d a d e, uma pr isã o pur amen temun icipa l , especie d e ca sa d e d eten çã o , d i fferen te d a ca d eia d o co n ce

l h o e d a cad ei a d a cor te.

No Tr on co, exp i a vam-se o s pequen os d el ict o se a s pen a sco mm i n a d a s pelo sen a d o; n a ca d ei a cumpr i a m -se a s pen a s d em a i org r a vi d a d e e a s or d en a d a s pel a s just i ça s d '

el -rei .

OTr on co d ur ou a téD. Seba st i ã o, em cujo rei n a d o as d ua s p r isões se fun d i r a m .

Ta mbem h a v i a a p icot a , que er a um poste o uma d ei r o g ua rn eci d o d e a r g ola s e cor ren tes, a o cen tr o d a pr a ça publ ica , on d e seexecuta vam a s pen a s i g n om i n i osa s imposta s pelos a lmo t a cés.

d a p i cota que d er i vouo p elour i n h o .

No s A ç or es, a Cama r a mun ici pa l d e P on ta Del g a d a , a i n d aem ver ea çã o d e 6 d e feverei r o d e 1 805, toma va pr ov i den ci a s, n ã osó sobre este a ssump t o como d e t a xa s d e sa l a r i os. E ex t r a o r d i

XXX I I

A quar ta d i sposi ção m andava que n en hum aj ?ciul usa sse ma is o

_âczo d o que d'

a quel le em que

fo sse ex a m i n a d o . E is o s s eu s t ermo s :

«Que nenhum o fii ci a l me canico ponha tendan em u se ma i s qu e d '

a qui ll o de que fôr exam inado .

E o que o con tra r i o fi zer o u l he fôr provado, d oTronco

,onde estará quatr o di a s

,p agará do i s mi l

ré i s,met ade p ara a c i dade ,» e t c .

A qu inta d isp o srç a o p rohib í a que n en hum 0%ci a l t ivesse d ua s t en d a s d eum mesmo of i c i o

«Que nenhum o fi i ci a l , de qu a lqu er o fii ci o mec a n ico que se j a, ponha n

'esta c idade e s eu t ermoduas tendas de um offi c io

,e o que o contrar io fi

zer, o u l h e fôr p r ovado , do Tronco , onde estará

o i to d i as,p agará» a m e sma pena, etc .

A sexta d isp o sn ç a o orden a va que o s o ci a es

meca n ico s n a o t ivessem ten d a s d e seus i os,emqua n t o fo ssem r en d ei r a s d e mer ca d o r i a s quelh es p er ten cessem .

«Que nenhum o fi i ci a l m ecan i co, qu e rend eir ofôr d a sm er ca dor i a s e cousa s d e seu o íi i c1 0 e qu ea e l l e p er t en ç a n a o possa te r tend a n em u sar do

n a r i a , sen ã o a t ten d erm o s a epoca , esta resoluç ã o sobre o preçod o tr a ba lh o d o s o fi ici a es ca r p i n tei r os

«Que tod o o offi ci a l d e ca r pi n tei r o que t i ver ca r ta g er a l n ã o p od er a g a n h a r m a i s

, p o r d i a , d eum a lquei re d emi lh o o uo seuva

l o r . Os que n ã o ti verem ca r ta g er a l ser ã o ta xa d oscon forme o sseus mer ecimen tos pelo jui z d o d i to omei o com o seuescr i vão ,sen d o a t a xa d

'estes a d i n h ei r o ; e d e to d os a ssim como d a ssua s

ta xa s fa r á. o d i to jui z um a l ista pa r a en treg a r a o jui z Alm o t a cé,a fim d e a executa rem a s pessoa s con tr a a s que leva rem a m a is d a

ta x a cor respon d en te a o seumerecimen to ; a lém d'

isto d a ráum bil h et e a caud a um d o s o fii ci a es em que d ecl a r a o preço que el led eve g a n h a r , pa r a o povo sa ber qua n to h a d e pa g a r a o offi ci a l quel h e a pr esen ta r o d i to bi lh ete. Tod o o offi ci a l que tr a n sg red i r eleva r a m a is d o p reç o que l h e fôr ta xa d o p a g a r á pela L ª

vez

25000 r é i s, d e co n d emn a ç ã o , e pela seg un d a 46000 r é is,tud o

p a g o d a ca d ei a, cuj a spen a sfa r á. executa r o jui z Almo t a cé.»

XXX I I I

d i to o fi i ci o , n'es ta ci d a d e n em em s eu t ermo , em

quanto a ss im fôr r ende i ro d a s so bred i t a s cous as ,porquanto se achou que é m u i to p rej ud ic i a l á rep ub l i c a . E o qu e o contra r i o fi zer, por cada vezque l he fôr p rov a do, do Tronco, onde esta rá v inted i as

,pag a rá v in te cruzados » e tc .

A se tim a d i spos i ç a o prece i tuava que n en hum

of ici a l meca n i co fi z esse mn o va ç a o em seu officrosem l icen ç a d a ca ma r a .

«Que nenhum offi c i a l m ecan ico se j a t a o ous ado que em seu o fi i ci o fa ça i n n o v a ç ã o a lgum asem p r im e i ro v i r á C ama ra p ed i r l i c enç a p a ra i ssoe decl a r ar a ta l i n n o va ç a o qu e em s eu offi c i o querfazer

,p ara a c idade ver s e é p rove i to do povo e

lh ' a conceder ou denegar ; e o qu e o cont r a r io fizer se rá p reso

,» etc co m a p ena de do i s m i l ré i s .

A oitava d i spos i ção prohib í a que n en hum offieza l meca n i co r eco l h esse em sua ca sa o br ei r o o ua p r en d zg queest i vessecom o ut r o a te

'

a ca ba r o temp o .

«Que nenhum offi c i a l m ec a n ico,de qual quer

offi c i o que fôr , s e j a tão ousado que tome n em recolha em sua ca sa aprend i z n em obre i ro qu e es t iver co m ou tro offi c i a l

,antes de acab a r o tempo

a qu e e st i ve r ob r igado ; n em l he fa l l a rá p o r si

n em m andará fa l l ar p or out r em p a r a sa i r d e s eua m o . E o que o contra r i o fi z er o u l he fôr provado

,d a c a deia

,p a ga rá do i s m i l ré i s

,a meta de p a r a

a s obras d a c i dade e a ou tra p a ra quem o ac cus ar. E o obre i ro o u aprend iz

, qued ei x a r seu a m o

ante s d e se u tempo acabado,p a ga r á do T r onco

m i l re i s e to r n a r á p a r a ca s a d e se u a m o . E se

alguns o ffi ci a es p a r t i cu l a rmente t iverem por se ureg imen to qu e o s o fi icia es que t a l fi ze r em ha j amm a ior p ena

,c ump ri r -se— h ã o o sd itos reg imentos .»

Pe l a d isp o sxç a o nona o rdenava - s e que o s offi

XXX I V

ci a es meca n ico s a cud issem a ch a ma d a d o s seus

j uizese mo r d o mo s:

«Que qu a l qu e r offi c i a l mec a n i co, qu e fôr chama do para algum a j untam ento de seu offi c io e fôrr eve l e n a o v 1er a ch am a do do s j u ízes

, o umo r domo,p ela prim e i ra vez p a gue duzentos re i s pa r a a sdesp ez as do offi c i o a qu e fôr revel , e p e l a segundavez sej a p reso e pague qu inhentos re i s . E a m esm apena haverão o s j u iz e s o umordomo s qu e

,sendo

cham a dos para a l gum a j untam en to não v i erem ,

e s e a lgun s o fii ci o s p a rt i cu l armen te t i verem p o r

s eu s r eg imen tos qu e ha j am o s o ffi ci a es m a i o rp ena

.

, por ass im serem reve i s, cumpr i r - se - h a n ' i ssoo su1 tos r eg im entos .»Pela d isp o s1 ç a o dec im a regul a vam- s e a sfva n ç a s

que er a m o br ig a d o s a d a r n a ca ma r a o s offici a esque r ecebessem v a l o r es a lh ei o s

«Que todos os corr etore s,o ur ivez es de ou r o e

p ra ta , l a p i d a r i o s, doura do r es, a rmei ros, b a rbe i r os,b a t e - folha s

, g ua d ameci lei r o s, ta pece i ro s, t ecelã es,t eced ei r a s, e st a l a j a de i r os , vendedo r e s de vinho ,po r te i ros

,a del la s , l a vandei r a s d e roupa , cur a d ei

r a s de p a nno,mo l e i r os

,a ca r r et a d o r es d emo inhos ,

b a rqueiros,a ss im de b a r cos de mo inhos como do s

outr os, ç ur r a d o res, t o sa d o res, t i n tu r ei r os , sl fa y at es

, p el l i t ei r o s, bo fa n i n h ei r o s, vendedo res de b ac i as

,ca st i ç a es e cousa s de a r am e, a ss im su as p r o

pri a s como de m erc a do r es,e todos o s ou tro s m a i s

o ffi ci a esque l h' a s re ceb am , dêem fi a nça n a c am arad e sta c i dade, como e stá ordenado p el as postu r asa n t i ga s . A qu a l fi a nça darão n a camara a o e s cr iv ã o d 'el l a em cada um do mez de a bri l , t i r andopor ém o s cor retore s de merca do r ia s, qu e p o r s eroffi c io que a nda em p essoa s honrada s e a bon a da sn ã o dão m a i s fi ança que um a só v ez . E a sfi a nçasque a s so br ed i t a s pessoa s der em serao n 'est aqua n n a :

It en o s o ur i vez es de ouro e prata , l a p i d a r i o s,camba d o res

,cada um dará fi ança de mi l c r uzado s .

XXXVI

.Que quando algum offi c ia l d e ua l n er offi c ios e p uz er a exam i na r

,s e n a o sou er a ze r como

deve a s p eç a s d e sua exam i nação, de a h i a se i sm ezes o não t o r n a r a o a ex am i na r . E passado s o sd i to s se i s m ezes

,então se poderá pôr ou tr a vez á

exam in a ção , e s endo ap to l he p assa ra o sua carta ;e n a o 0 sendo o t o r n a r a o ou tr a vez a m a nd a raprender outro s se i s mez es, e a s sim o fa rão tan tasv ezes quanta s a charem que não sab e faze r comodeve o q ue se contem em s eu exame . E o s ex a

m inadores qu e a ss im o fi zerem,e ante s do d i to

t empo o to r narem a exa m in ar, p a g a r a o do i s m i lré is, a metade para a s obras d a c i da de e a ou trapara quem o a ccusa r ; e se a lguns o ffi cio s par t icul a rmen te t i verem por seu s reg imentos qu e odi to exame s e torne ante s dos d itos se is m eze sguard ar- se - h á o qu e assim fôr ordenado p elo s t a esregimentos .»

A d isp 051 ç a o decim a terc e i ra p r o h ibi a que o s

ex a m i n a d o r es ex a m i n a ssem p o r sz sós

«Qu e nenhum do s exam i nador es,de qualquer

offi c io que s ej a , exam i ne p o r si só offi c i a l a lgum ,

s en a o sendo a mbos j un to s co m o escr i vao de seuca r g o .

,

E qu al quer dos ex am i nadore s qu e o cont r a r i o fi zer p a ga rá do i s mi l ré i s»

,e tc . e tc .

A di sp os i ç ão dec im a qu a r ta p re ce i tu ava que o s

ex a n n n a d o r es n ã o d essem p o r sufj iczen tes o s officza es que 0 n a o fo ssem :

«Que nenhum exam in ador d e offi c i o algum se j atão ousa do que fa vora velment e ou por p ei ta

, o u

p or qual quer ou t r o resp e i to,dê por suffi c i en t e

sem o ser o offi c ia l qu e s e pu l e r á exam in ação ,n em l h e d ê l ogar a qu e ponha tenda . E os qu e ocontra r i o fi zerem , d a c a de i a , onde estarao tr i ntad ia s, p a g a r a o cada um quat r o m i l ré i s»

,etc.

A decim a qu inta disp os i ção mandava queo sex a

XXXV“

mi n a d o r esn a o ex a mi n a ssem seusp a r ent esoucr i ad o s

«Que nenhum exam i nado r exam in e s eu fi l ho ,p aren te o u c ri ado . E quando qualque r dos sob red ito s se qu ize r ex am i na r fa rá p et i ç a o a cama r ap ara lh e s er dado um do s j u ize s do anno p ass a do ,quel á c i dade bem pa r e cer, p ar a o exam ina r eml ogar do ex am i nador s us p e i to . E qua lquer ex am inador que o con tra r i o fi zer p agará do i s m i l ré i s» ,e tc . e tc .

A d écima sext a d isp o s1 ç a o obrigava o s o ni ci a esquefo ssem ex am i n a d o sfo

'

r a d'

est a Ci d a d e a que se

t o r n a ssem n'

el l a a ex a m i n a r :

«Que nenhum offi cia l me can ico qu e fór a d ' estac ida de fôr ex am in a do s ej a tão ousa do d e pôrn 'e l la t enda sem de novo se r ex a m in a d o p elo sex am i nadore s d e s eu offi cio

, que n'e s t a c id a de p a r a

i sso sã o e l e ito s, e t em sua ca r t a de exami naçã o qu ese r t r az ida á cam ara , pa r a n

'

el l a se regi s tar,como

s e fa z a o sque de novo n 'e sta c i d a de se ex am inam ;e pondo t enda , sem a ss im d e novo s e ex a m i na r , i ncor r erá n a s penas do s o ffi ci a es qu e poem t endasem a ss im de n ovo s erem examin a dos . »

Temo s conhe cimento de q u e nas ou tra s c idad e sdo re ino , o n d e t a mbem hav i a mest eres, se a cceit a vam como va l id as a s c a r ta s de ex am i nação p a ss ad as, em Li sboa , pelo s j u íze s dos o fii ci o s, emborao con t r ar i o não fosse p erm i t t i d o , como s e vê . I ssomos t r a o uque o s o ffi ci o sest avam mui to apurado sn a cap i ta l o u q ue aos o fli c1 a es exam i n a dos emLisboa s e conced i a es s a preroga t i va .

A d i spos i çã o d ecima s e t ima o rdena va que o sa lmo t a ce

'

s e a lca i d esp o r terr asfi ressem o que lh esr equer essem o sj ui zes d o s of iczo s:

« E mandam a o s a lmo t a cés das ex ecuç o es, mei

XXXVI I I

r i n h o d a c idade e a l ca ides d 'el l a qu e sen do requ er idos p elo s ju íze s d o s o ffi ci o s meca n ico s d es t ac id a de por a lguma cou sa qu e sej a ne cessa r i a p a r acumpr imento e execução do que toca a seu s r eg imen t o s l he s a cudam na s d i l igenc i as e cump ramseu s regimen tos . E ass im m andam a qu a l n erpor t e i r o do concelho e homens d o s d ito s a l ca i de se mei r i n h o , .que sen d o requeridos p e lo s d i to s juize s

, a r a fa z erem al gum a execu ça o , defen sa o u

mau ado dos a lm o t a cés, o uout ra qua lquer cou saqu e o ut r o sim toqu e a cump r imen to e execu ç aod e s eus reg imentos , o cump r am e lhe s sej am o be

d iente s, e n a o o fazendo as sim , a cidade torna r ápor i sso como l he p a r ec er de j u st i ç a .»

Na conform i d a de d o s regimento s esp eci a es a

c ad a offi c io , o respect ivo j u i z t inha em seu pode r ,a l ém de um a cop i a do reg imen to respect ivo , uml i v r o de m a t r ícul a p a ra o s a prendize s

,et c. Este s

documen tos passa ram de m a o em m a o a o s su ccessi v o s j u i z es, a t é que em 1 834 , a l gun s offi c i n e sdas ex t in ct a s co r po r a ções o s entregaram a o s a r

chivo s pub l i co s .A lei tu r a d o s reg im en to s e d o s s eu s post e r i ore s

a cc r es centes tem um a g r a nde importa nc i a . É deve r como fo r am v a r i a ndo o s p r og r ammas d o sex ames

,a s p r op in as d o s ex a m i n a do r es , a d ive r s id ad e

d a s p en a s,e,n o s u l timos seculo s

,a infl u enc i a d a

moda,a a t ten ç ã o p res tada a o t r a b a lho d a s mu

i beres , a t ech n o lºg i a d o offi c io , e t c . m i l ind i c aç õe s cu r i osa s e i n teressa n t issim a s, ind i sp ensávei sn o es tudo d a his to r i a i ndu stri al portugueza .

As co r po ra ç õe s de “

o ffici o s e arte s meca n ica sso ffr er am n o rei nado deD. José I um grande go lp eco m o dec r eto d e 9 de fevere i ro de 1 76 1 , e a i ndaou tro m a i o r como o decreto de 1 8 de abri l d om e smo anno .

XXXI X

Oprime i ro, tomando p o r ca usa a fal ta qu e h ãv i a de ob ras u sad a s de es ta nho , l a t ao e outro s met a e s , o rden a v a qu e o sen a do da ca m a r a dess e a sl i c e n ç a s competen t e s a tod a s a s pessoas qu e seemprega ssem n

'a quel les o ffi ci o s, já r es iden t es em

Li sboa o u em ou t r a qua lque r p a rte do rein o,

uma vez'

qu e s e most ra ssem qual ifi cada s p e la Junt a do Commerci o , p a ra n

'e l l a s t rab a l ha rem sem

qu e o mesmo senado o uos o ffi ci a es d a su a j ur i sd i ç ã o l he s fi ze s sem o meno r imped imen to .

O segundo dec r e to é ma i s a mp lo , po r q ue , tomando p a r a c a u s a o gra nde a d ea n t a men t o d a s

arte s , ab r a nge todos o sa r t i s ta s hábei s, t a nto p o rtug uez es como es t r ange i r os , ,

d e qu a l qu e r a r t e o uoffi c i o qu e fossem, o s i s en ta d o s obst a cu l o s d o sgrem i o s

,apresentando l i c enç a s d a Jun ta doCo m

merci o , p a r a t ra ba l ha rem em obras de nova i nve n ção o u de conhec i d a ut i l i d a de do r e ino .

Est a s l e i s d e a vm ç a d o a lc ance indus t ri a l fora mp ro mulga d a s qu a s i subp r et iciamen te i s to é , a

Jun ta do Comme r c i o n a o queri a ostensi v am en t eentra r em luct a a ber ta co m a Casa d o s 24, m a s

j u lga v a que pa r a o esta bel ecimento d as nova s i nd ust r i a s o s reg imen to s d a s corpo ra ções eram g r ave obstacu lo .

Estava,p o i s , dec la ra d a em 1 76 1 , como qu e a

l ibe rd a de d e industri a em Por tuga l,fac to qu e só

t r in ta e do i s a n n o s m a i s t arde ti nh a plen a ex ecuç a o n a Fra n ç a e out ra s na ç ões d a Eu r opa

,ond e

a s co n sp zr a ç óes c o nt r a a s co r po ra çõe s de o ffi ci o se ram ge r a es .Tod a v i a

,a ind a p o r um Aviso d e 3 de j ane i ro

d e 1 770,d i r ig i d o pe lo M a r quez d e Pomba l a Jun t a

d o Commer c i o ,s e manda ra m tomar vo tos a todo s

o s mest r e s fa b r i c an te s d e seda s p a r a el ege remd

º

en t r e si do i s p r o cur a d o resám esma j un ta , o qu etac i t am en te imp l i cav a o reconhec imen to d e m a i sum a corpo raç ã o d e o ffi ci a es mech a n ico s— a d o s

fabrican te s de sed a s .

P rogressos da industria

portugueza desdeosprimeiros tempos da mo

narchia atéàsinvasões francezas

O re ino de Portugal,l o g o desde o s seus pri n

ci p i o s, t eve a s industri a s p rop ri a s e n ecessa r i a sa o esta do de a d ea n t amen t o em que s e encontrav a .

!

Segu i a a lei geral , i sto é , a s m a i s n a ções daEuropa n 'esse respe i to n a o pod iam e sta bel ecerp r im a z i a s, porque nenhum a se avan ta j ava . Comopart e i n tegran te da p en ín sula , pode a ilªi rma r — sea t é qu e Portuga l , m ercê d o smouros e d o s r el ig i o so s, t inha a ag r i cu l tu ra , sua p rincip a l i ndu st r i a , m el hor desenvolv i da do que os outro s pei ze sma i s a o norte .

O mussu lm a no Ibn Al auam,n a su a ob r a sobre

a a gr i cu l tu r a dos mouros na p en ín sula , dá — n o s om a i s v al i oso t estemunho .

At r a vez d o s s eculos, te em - s e m an t i do comom onumen to u t i l t odos o s i n str um ento s a g ' º

a r i o s

e gr a nde num ero d a s cu l tura s qu e o s sa r r a ceno snos t roux eram . A p i co t a , o uceg o n h a , essa m ach in a simp l e s e p r im i t iva de t i ra r a gua do fundo d o spo ç os, é obra sua . A n o r a , ess e engenho de elevara agua

,qu e a suave poes i a d o s c ampo s torn a

a gradave l,é co m o cal ab re e co m o s a lca t ruz es

um i nven to dos a rabes, ou pelo m enos um a dasma ch in a s t r a zid a s p o r el l e s á p en insu l a .

A industr i a a g r ar i a fo i , pois, desd e o a lvo r ecerda mon a r ch i a , o ve r da dei ro e steio d a n acao p o rtug uez a , como o j á t inh a sido a nte s p a r a o condado po r t uca l en se .

O povo po r tuguez,val ent e p o r condi ção , h e

r o ico e sob rio p o r temperamento , so fi'

reu p o r

mu i ta s v ezes o s r igor es d a fom e e a extrema mis e r i a .

Então,a s po r fi a da s luct a s da conqu is ta ,

a sdi l atada s p el ej a s con tra o s i n fi eis, consum i ram muit a s v i da s e m u i ta act iv ida de. Mal o a gri cu l to rn

'

um i n stante de rel a t ivo socego se en t r ega vam a i s t ranqu i l l o a o a m a nho da te r ra

,l ogo t inha

qu e a ba n d o n a l - a p a ra correr a empunha r a bést a ,o vi r ote e o pelouro .

No s m omentos de p a z , o s pr ime i r os m onarchas

,como D . Affonso H enr i qu es, D . Sa n cho I

,

D. Affonso II,D. Sa ncho I I e D. Affonso I I I , de

d icam —se ao desenvo lv imento d a popula ç ão e daa g r i cu l tura .

Mas a s p erseg ul ç o es do s m ouro s não so ffrem

en treta n to a ífr o ux amen t o notave l e d '

a hi p r ovicr am eno rmes p r ej u ízos a o p r og resso d a s i ndu st r i a s d o re ino n a scente . B a sta nte i ndustr iosos

,o s

s a rr a cenos,a cossa dos p ela l a n ç a e pel o m onta nte

d o s guerrei ro s p o r tug uez es,p r ocu r a r am a b r igo

'

em p a i z es m a i s hosp i t a lei r os,levando co msi g o

en tr e out r o s o t r a fi co d a s l a s e d a s sedas, que

t ão cedo conhecer amDurante longos a n n o s s e r efug iou en ta o a i n

d ust r i a n o s cl a us t r os,onde fez p r ogresso s nota

ve i s . Na s cerca s o s fr a des h o r t elões conservamva r ia s cu l tu r a s ; no i nte r io r dos conventos os r el i g i o so sm a is h a beis exerc em o s d iverso s o ffici o se m ist er es.

A act iv id a de m on a chal v a e depo i s sa h i n d o dorem a nso d o smo stei r os

,que, a p ar de m ansoes d e

oraça o e de estudo,s e torn am em foco s e esco

l as de act iv idade indu stri a l,em l aboriosas colo

d ust r i a s n ' e ss e s t empos p r imo r d i aes do re ino épo i s d ifii ci l e imposs i ve l de estab e l e c er . Apenasas cl au sul a s do s fo r a es e um o uou tro docum en todos ca r t o r io s m o n a st ico s e d a s ch a n cel l a r i a s o ífer ecem indi cações sob r e a s va r i a s industri a s .

Depo i s da caça e d a p esca , a moenda dos ccr ea es é porventu r a uma d

'

a quel l a s de que se eo

n h ecem n o t íci a sm a i s r emotas,s a bendo - s e que o s

cruzado s trouxeram á peninsu l a o mo i nho deven to , como o s arabes t i nham t raz ido o s deagu a , as p i t t o resca s a zenha s .E m j u lho de 1 1 57, s endo m e st r e ab sol uto da

Ordem do Temp lo o nota vel D. Guald im Paes ,houve um a do a çao regi a de o i to mo inhos s i tuad o s n a r ibe ira do Alv iel la

,fe i ta a o m es tre e á

sua o r dem,decl a r a ndo— s e que m eta de do rend i

m ento ser i a p a ra a co r ôa .

Os t r a p ei r a s j á p r oduz iam dive r so s l a n ifi ci o s,como a bif a , tec ido enfestado p o r ambos o s l ados

,bureis g r osse i ro s e o s p a n n o s de l ã m ai s em

u so .

A Vit i cu l tura t ambem s e evi de n c i a . De 1 1 70, h aum docum ento interessante . N 'es se ann o, Pel agioP ea r i z e sua m u lher

, Ad o si n d a Di as, d ôam aom oste i ro de Lorvao a terça parte de um a v inha .

Co m D. Sa n ch o I , fomen ta - se a p o v o a ç a o eprog r i dem ou tr a s industri a s co eva s , c o mo m in as,s a l i cu l tu r a

,p esc a , p ecuari a, l a c t i c ín io s, e tc .

E m 1 200, receb em o s t emp l a r i o s m a i s u ns m o i

n h o s, do a dos por Pedro G onçal ves, o que p a r ecei n d i c ar conhece r em a quel les fre ires p ro cessos dem aio r r end imento n a moenda

,como o s t inham

m a i s a p erfe i ço a dos n 'outro s ramo s da in dustr i aa grari a , como p o r e x emp l o no fa bri co do aze i teque exp lora r am a té fi ns do s eculo x vm 1

.

Pelos mei a d o s do seu re inado,D. Sancho I v iu

J a come Ra t to n Reco r d a ç ões—p a g . 248 . (Nã o ser á

p r eci so n o ta r que o sfr ei r es d eCh r isto succed er a m a o s t emp l a n os) .

destru ido s em part e o s resu l tados dos seus esfo rç o s como r ei povoado r . E m 1 202 , a g r a nde p enur i a de subsi stenc i a s que houve n a Eur op a estende — s e a Portuga l

,onde mor re mu i ta gen t e e a n i

m ae s .A m in era ção e a pe cu ar i a sa o ta l vez a s i ndu s

t r i a s qu e m a i s se l evantam a p o z e ss a qu adra t err ive l .Ap p a rece en tão a p r im e i ra con del a r i a

,a q ual

er a em t e r ra s d e Soure . A cr ea ç ã o de ca v a l l o s,embora j á m a i s a nt iga

,desenvolv e - s e b r i lha nte

m ente .

Quas i no fin a l d o seu r e in ado,D. Sancho 1 dá

nos 0 p r ime i r o documen to qu e se conhece sobr em in a s a doa ça o dos d íz imo s do o i ro d a Adi ç aa o s fre i r es d e Sant iago .

O re in ado de D. Af o n so I I não de ixou ves t ig ios d igno s de men ç a o qu an to a i ndustr i a s .Duran te m a i s de vin te a n n o s a pen a s a sa l i cu l tura s edesenvol ve en tre o s ch r ist a o s p el a toma da, em1 2 1 7, de Alcacer do Sa l .

Co m D. Sa n ch o 1 1,cu j o r e in a do v a e desd e 1 22 3

a t é 1 248, a p p a r ece- n o s a p r im e i r a no ti c i a r el a t iva

a l a vra d a s sed a s, fa cto impor t a nt íss imo s e nota r .

m o s qu e só em 1 470 s e e st a bel ec eu e sta i ndu str i aem Fr a n ç a .

E p rova d ' i s to o fora l qu e em 1 2 33 deu 0 arc eb i spo d e B r a ga

,D . Si l ves tre God inho , e stando

em Chaves, a o s m ora dores do couto de E r ved edo , no qua l orden ava que a folha d a s amore i ra ss e n a o vendesse p a r a fora do couto , e qu e do s ir

go que s e crea s se receberia a sua p a r t e em ca suos .

Por e sta epoca,t ambem o m o n a r ch a m elhor a e

augm en ta a indu str i a p e cua r i a , obrig ando a s o r

den s re l i g io sa s a cr ea r em ca va l lo s.

A i l lust r a r_o reinado de D. Af o n so 1 1 1 , só um

fac to a h i s to r i a conservou digno d e reg i s to n a lo

g o g r a p h i a i n d ust r i a l . .

É ª.

i n st i tu i ção, em 1 1 de i ade i r o de 1 209 , do s p r ime i ro s e studos publ i co s quehouve no re ino . Fo i no celebre mos te i r o de Alco ba ç a qu e se in i c iou o formoso cap i tu l o da i n st rucç ã o popul ar .

M a i s um t ítul o d e glor i a a conceder a o s s ab iosm onges a l coba censes

,a e sses rel ig ioso s tão nota

ve i s p e l o s eu s a b er, como pelo cuidado que a i n st rucç ã o s emp r e lhe s m ereceu , como teremos ehs eio de confi rm ar.

E co m o pat riot i co re in ado do i l l u stre r eiD. Di n i z

,que os p o r tuguez es começam a d esca n

Ça r das luct a s cons tan te s co m os in im igos da fé.

E co m o esta b el ec im ento d a ga ra nt i a d a p rop r i ed ade que a indust r i a ag r a r i a se fo rta l ece , por qu esem e l l a o agri cu l tor qu e semei a va o c ampo n a o

estava segu r o de recolher o p r oduc to .

O s ecu lo x m ,no seu fi n a l

,consegu i a estender

o s fe cunda nte s r a io s do sol d a p a z p el a p a tr i aportugueza A' s p equ en a s d i ssensõe s intest inas ,0 p pun h a

- s e a sab i a adm in i s tra ç ão do r ei l avrador.O s p i nhae s de Le i r i a e da Azambuj a, m anda dos

semei a r por e l l e,foram p r'ov ido in i c io d e m u ita s

indu stri a s e e sp e ci alm ent e dos t ransportes m ar it imos e fi uv i a es; fornecendo abund a nte ma de i raá n a veg a ç a o a ux i l io u co m e l l a o comm e r cio, e ác id a d e do Porto concedeu a pr ime i ra Bol sa mercan t i l .A indust r i a m i neir a . desenvolve - se um pouco ,

sendo l avr adas por cont a do Estado m i n as deenxofre , a z ev ich e (l i n h i t e) p ra t a , es t a nho, e tc .

Concedeu - s e a p a rt i cu l a re s va ri a s m in as defer r o e p edra hume , porém como eram mu i to p ez a d o s o s tribu to s co m que o m o n a r ch a so breca r

r ega va a m in era ção,em breve o ab a ndono das

m in a s p a rti cu l are s fo i geral , s endo depoi s ex p l or a da s p e lo rei .

Na verdade, n a o se co mp r eh en d e bem comosendo D. Din i z tão dedicado á agr icul tura

,onde

o emprego do ferro é tão u t i l e grande, e l l e oneras s e desmed i dam ent e a sua exp l o r a ção . Co mtudo

,a s erra lher i a estava mu i to desenvo lv i da no

nosso p ai z . Os ferreiro s forj a vam ferros de l a n ça se ou tros p et rech o s p ara a guerra com ra ra hab il i dade.

E m Gu ima r a es, a s erra lheri a a t t i n g i a ta l pe rfeição qu e até o sob er ano a elog i a va .

Ma s as ex igenci a s sobre o p r oducto do tra ba l hoeram ge r aes n 'est a epoca . N'

um documento d eP en d o r a d a

,c i ta do no E luci d a r i o , de 1 290, m o s

t r a - s e es te fa cto, a ll i a d o á ci rcumst a n ci a do desenvolv imento d a V i t i cu l tur a

«E se v inhas fi zerdes , d a rde- n o s o qu a r to » .

A p a r dos i nteres ses m a t er i a es apresentam —seoutr os de m a i s e l evado a l canc e .

a inda D. Din i z quem , em 1 200, funda emLi sboa a un ive r s id a de, co m o t i tul o de E sco l a sG er a es. Os sa bio s fre i re s a l cobacenses a j ud amm u i t i ss imo o m o n a r ch a n 'ess e seu e s t abel e c imen to , do a ndo l i vro s , m estres e d inheiro .

E m 1 308, é t ransfer i d a a Univer s ida de p araCoimbra , e a g ra nde i nsti tu i ção a ind a ho j e i l l u st ra a m emo r i a do sobera no e do s rel ig iosos seu sfundadores .

D. Af o n so I V, quanto á adm in i str a ção do rei

no,embo r a n a o foss e um m o n a r ch a modelo , nao

m erec e a s acre s c en sura s que em gera l o s his tor —i a d o res l he fazem .

No seu rei na do,cont i nuam a s con cessões de

m ina s a p a rt i cu l ares,sendo exig ido p e l a corôa um

quinto do p r oducto b r uto da l a vra . A i n d ust r i a

p ecu ar i a soffre tambem um cer to impul so , po i squ e 0 rei in sti tu e p rem i os pa r a o smelh ores creador e s de ca v a l lo s e concede terrenos aos quen 'es sa industr i a m a i s n o t a veis s e tornam .

bo m nota r que , embora fosse o esp ír i t oguerreiro que or igin a s se t a e s p r oviden ci a s , e l l a sforam inc i t amen to a o p rogresso d 'e sta e d 'outrasm u ita s industr i a s concernentes .

O rein a do de D. Ped r o a ssi g n a l a - se p o r uma c to deve r a s p r ej ud ic i a l á i ndustri a

,a p r omulga

ç ã o da prime i ra p r a g m a t i ca p a r a refr e a r o l uxo,

impondo pena d e a ço ites p el a p rime i r a vez,e d e

mo r te n a r einc i denc i a,a todo o v a s sal l o que co m

p ra ss e fa zenda fi a da .

B em fa c i l se r á comp r ehender como um a t a l leisump tua r i a en trava ri a o p r ogresso d a s pouca s i nd ust r i a s de en ta o .

As indust r i as d a t e r r a a p p a ren t am co m tud o um

m a io r desenvo lvim en to .

A Vit i cu l tu r a adqu i r e c ert a importa nc i a , m erecendo d a s côr tes de E lva s

,em 1 36 1 , o favor de

não p aga rem di r ei tos o s v inhos que se exportassem p a r a Fr a nça pel a fo z de Bu a r cos .A indu st r i a d a p esca tambem se desenvolve

,

dei xa ndo de s er,como a c a ça , um direi to s enho

r i a l impos to sob r e a s grandes d ivi sõe s d a propr i eda de

,e sa h i n d o d a s a gua s n a ci o n a es. E m 1 3 53 o s

p esca do r es de Li sbo a e Po r to fa zem um tr a ta doco m Du a r t e 1 1 1 de Ingl ater r a p a ra poderem p esca r

,n o decu r so de 50 a nuos

,sob r e a s cos ta s

d'

a quel le r e ino .

D. Fer n a n d o I p r omu lga vari a s m edida s u t e is ai ndu st r i a e tambem um a p r a gm a t i c a que

,a lem de

t er s i do m a l a ccei t a , não log r ou exe cução r i gorosa .

D. Fer n a ndo qui z res tab el ecer a agr i cu l tu r a p o rm e io d a sua l e i agr a r ia

,vu lga rm ente conhec i da

p el a lei d a s s esm a r i a s,qu e entre outra s cousas

dete rm i n a vaQue todo s o s que t ivessem herdad es p róp r i as,

o u emp r a z a d a s, ou p or outro qua l quer t ítul o ,

fossem ob r iga dos a l a v r a l - a s; e qu e se fossemm u i ta s

,o u em desva i rada s p a r t e s , l a vra ssem a s

que m a i s l he s a prouves se e a s ou tra s fi z esem l a

v r a r por ou t rem ; de fo rm a qu e todas a s que eramp a r a d a r pão, todas fossem de trigo

,cevada e m i

l ho .

Que do m e smo modo fossem con strangi dos a

t er t a ntos bo i s , quantos eram necess a r i o s p a ra a sherd a des qu e t inham , e s e o s n a o pudessem h a

ver s en a o “

p o r gra ndes p reços a s j ust iça s l hes iiz essem dar p o r preço s j usto s , segundo o e sta doda terra .

Que fos se a ssi g n a d o tempo conven i en te a o squ ehouvessem de l avra r

,para começ a r em a a prove i

t a r as terra s so b cer t a p en a ; e qu a ndo o s donosd as herd a des n a o a p rovei ta ssem a s te r r a s , ou a s

dessem a a prove i ta r,a s jus ti ça s a s dess em p o r

certa pensa o,n a o pa r a o dono

,m a s em p rove i to

co mmum do l og a r onde a herda de est ives s e .

Que o s qu e costuma vam ser l avra do r e s,e o sfi

l ho s o u netos d e l a vra do r es , e qua esquer outr o sque s e a cha ssem uz a n d o de o fii ci o , que não foss et ã o ut i l a o bem co mmum ,

como er a a l a voura,fo s

sem constra ngido s a l a vra r,sa lvo se t i vessem de

seu o va l or de quinhen t a s l ibra s,qu e n '

a quel le

t empo er a gra nde somm a d e dinhe i r o ; e que s en a o t ivessem herd a des sua s, l h

'a s dessem d a sout r a s, p a r a a s a prove i t a rem , o u v i ve r em de sol dad a s.

Que nenhum a pes so a , qu e l a vra dor não foss e,ou seu m a ncebo , t r oux esse ga do seu n em a l heio ;e se out ro 0 qui z esse t raze r s e h a v i a de ob r iga r al a v r a r cer ta t e r ra

,sob pena de p erder o ga do pa r a

o co mmum do l oga r,onde foss e tom a do , e t c . e tc .

1

Co m a s p r im e i ra s noti ci a s d a exporta ç ão d o sv inhos p o r tuguez es, a ssig n a l a -sef o gra nde desenvolvimento d a V i t i cul tura em Po r tuga l . No rein ado d e D . Fe r n a ndo

,que abraça o s a nuos de 1 367

a 1 383 , j á se conhece a impor t a nc i a ex a cta d a n o ss a ex po r t a ção a n nu a l .N'

um só a nno, chegou — se ac arregar cer ca de doze m i l ton ei s .

D. Fern a ndo tambem n a o descurou a indu stri aco ud el ica . No seu tempo me lho r a — se a ca v a l l a r i ado ex erc i to , e con segue — se ap resentar no c ampo

Ch r on ica d eD. Fer n a n d o p o r Dua r te Nun es d eLeã o .

d e bata l h a se i s mi l ca va l lo s, quas i todos d e creaç a o n a c iona l .A n a vega ç ão e o comm erc i o tambem merec e

r am a o ul t imo m o n a rch a da primei ra d yn a st i a om a i s va l i oso aux i l i o, e é do seu re i nado que d a tamo s segu r os m arí t imos . E m Mi r a nda e Va l ença est abelece casas d e b a t er moeda .

Somos,poi s , chegados à segund a d yn a st i a ,

aqu el l a cuj os p r ime i ro s v a r o es por tan tos t i t ul o ss e torna r am i l l ustres .

Co m D. Jo ã o I , e so b a d i recção do seu i nc l i tofi lho infa nte D. H en r iqu e, a s i ndustri a s po r tu guez a s co r rem a par co m a s descobe r tas e conqu i st as ; o s o fi i cio s a dqu i r em a cons idera ç ão que lhe sv a l e u a o ut h o r g a d a Casa d o s 24 .

A industr i a d a pesca , que n o s pr im e i ros temposda m on a rch i a es tava l im i tada ás agu a s encra vad a s n a s terra s do condado

,estende - se n ' e s te rei

nado m a i s pa ra o m a r e a ugm enta de impor ta nc i a .

A indu s t r i a d a pesca do b a ca lha u com eça 3 a t

t rah i r m u i to s p o r tuguez es às cost a s d a i l ha daTe r r a Nova . A el l a se l i gam diversa s not i c i a s et r a d icç ões d e va r i a s n a veg a ç o esp o r tug uez a s, suppondo se até qu e um d o sCortesRea esdescob r i ss e a Am eri ca .

Os nomes de va r i a s p arte s da i lha d a TerraNova a t test am par a todo o semp re a presença d o sp o r tug uez es n a quel lesm ares .

1

O i nfante D . H enriqu e,t ã o i l l ustre pel a sua i n i

ci a t i v a n o s descob r im en tos, n a o o é m enos pe l a ssu a s em p rez a s i n d ust r ia es Com o mestre e govern ador do m e stra do de Chri s to

,cab i a — l he a i l ha d a

M a dei r a . Pa r a al l i m andou v i r d a Si c i l i a canna ssa ch a r i n a s e m est res p a r a t emp era r a ssu car.Porém

,j á a nter io rm ente s e fi zera a experi enc i a

(1 e sta cul tura no Alga r ve,po i s que em 1 404,D.

1 Vi d e Memor i a sobr e a p esca d o baca lh aup o r Ja cob Fred er i coP er el r a d a A z ambuj a .

Ao Mes t r e d e Aviz s e deveram então grandenumero de d isp 05 1 ç o es t enden te s a o me lhoram ento de t ã o importan t e i ndustri a . Sã o m u i ton o t a veis a carta r egi a de 1 8 de agosto de 1 4 1 3, eoutra de 1 409 , em que s e obrigam o s l av r a dore se outr os ind iv íduos a ter em egu a de crea ç ã o , com o a nter io rmen t e a s Or d en a ç õesAí o n sz

'

n a sobrig a v am o s conce lhos a t er do i s o u m a i s ceva l lo srep r oduc to r es .

Quan to á indu stri a o lei ca,

'

á em 1 399 se exporta va o aze i t e em l a rga es ca la

,po i s que n ' e ss e

a nno p erm i t t iu a c idade de Coimbra a o smoradore s o vende r em seus a zei te s a mer cadore s naci o n a es o u ex tra nge i r os e qu e estes os pudessemexpo r ta r l ivremen te p elo Mondego.

O r e in a do de D . João I , tão nota ve l n a p o lít icacomo o p r imei r o d a segunda d yn a st i a , não estáa inda es tud a do suffi c i en temente qu a nto á eco n om i a d a n a çã o . O i l l u stre Mestre d '

Av i z tambemp r omulgou um a p r a gm a t i ca

,cuj o conhec imento

escl a r ece o s usos e costum es,m a s qu e pouco

a ffect o u a s i ndust ri a s . E m Evora c r i a— s e um a ca sade b ater moeda .

O r e inado deD.Dua r te in i c i a - se p o r um a lei s im i lh a n t e aquel l a co m que fi ndara o de seu p a e,i sto é, co m um a outr a p r a gm a t i ca

,em que se pro

h ibem o s g a s to s dos fi d a lgo s,em det r im ento das

indus t r ia s qu e só do l uxo e d a s v a r i a ç o es da m o

da se sus tentavam .

Ma s p a ra ex a l ç a r est e m o n a r ch a , bem d i g n o d

m elho r es d i a s do que a quel les p o r quep a sso u,ba st a saber —se que fo i no seu tempo qu e se p r o mulg o u a p r im e i r a lei de m i n a s qu e houve em Portug a l , e qu e se encontra comp i l ada n o art . 26, t i tul o xx i v

,do l iv r o 1 1 d a sO r d en a ç õesAf o n sín a s. Es

ta lei,cu j o esp i r i to parec e insp i rado n a s l e i s r o

m a n a s, p erm i t t i a todas a s pessoa s a l a vra das

m in a s do p a i z,p a gando um a diz ima a o soberano ,

e ou tra a o p rºp r iet a r i o do solo .

Não obsta n t e,con tinuou

,co m menosp rezo d' esta

nov a lei , a conceder- se em condi ções vari ave i s al avra das m in as .

Causa extr a nheza qu e um r ei tão i nte l l igente esa b io comoD. Duarte não impul s ion a sse um pouco a i n du stri a do re ino, porém basta refi ect ir nast err ive i s con t ingen c i a s do seu r e inado

,qu e desde

p ri nc ip io a t é fim fo i a ssi g n a la d o por um a gra ndepes te

,p a ra se l h e desculp a r t a l fa cto . Mai s fel i

z es a s l ettra s do qu e a s ar t es, rec eb eram aquel l a sum notave l impu l so .

Segue - se a regenc i a do i nfa n teD. P ed r o , duran t e a m eno r i da de de D . AffonsoV

,em que aquel

le pri ncip e se di st ingue pel a bo a adm in i st r açãodos negocios do Estado .

E m 1 44 1 , 0 infant e D . Ped r o no s eu co n selh o o ucortes de 24 de m a i o, ce l ebradas em Torre s Vedra s , m a ndou p a ss ar o s egu inte cap itu l o a o sp rocura dores d e Coimb ra

,p elo qu a l mu i to s e an imou

o fabri co do a ze i te :— Que do serviço do r ei e de seu s t ios fossem

i sen ta s a s bestas d o s la g a rei r o s emqua n t o os l agares l avras sem .

Esta p r ovi den c i a , a l l i a d a a outra s tom a das p el as cama r as

,no sentido de favo r ece r a o l iv icul tu

r a , impondo p ez a d a s co im a s 1 a o s qu e entrassemol i vedos, fo i de grand e importa nc i a p ara a industr i a ole i ca .

P o r esta epoca , come çou em vari a s t erra s d ePortugal a fabri ca r - se p a n n o s de l ã mei r i n h o , com o s e d i z no ca p ítul o xxxv 1 d o sAr t ig o sd a Si g/a s,o r denados p o r D. Affonso V

,s endo o m a i s qu e se

fa b r i c ava a té es s e tempo estofos grosse i ro s,como

o bure l,a lm a ffeg a , etc .

Co m D. Af o n so V, a l avra d a s m i na s a l can ç adec i d i da p rotecção

,pº i s que o r ei concedeu a s eu

No seculo x i v , já a cama r a d eCo imbr a impun h a a co ima o umul ta d e 20 sold os, p o r ca d a ca beça d e g a d o que a n d a sse n o s

ol iva es d a ci d a d e.

t i o,o p r ime iro duqu e de Braga nça , 0 e stab elec i

m en to de uma fer r a r i a no te rmo d a c ida de deL isboa

,i s en ta ndo— o de todo o imposto e dand o

alguns p r i vi l egio s e reg a l i a s a o s i n d iv íd uo s n 'e l l aemp r egados . l den t i ca co n cessa o fez ao b i spo d aG u a rd a , p a ra es tabel e cer ferr a ri a s em Ca r ia e n

'outra s qua esquer p a r tes d o r e ino .

Os ope r a r i o s emp r eg a dos n 'es tas ferrari a s eramquas i todos b i sca inhos , po i s que a B ysca i a e a Çat a lun h a fo r am sempre reg i oes cla ssica s da m e ta llur g i a do fe r r o .

E m 1 48 1 , concedeu o mo n a r ch a l i cen ç a a o a r

cebisp o de Toledo , p a ra que um cer t o mest re

Ped r o,a fin a do r ca s tel ha no, v ies se a br i r um a m in a

m et a l l i ca,n a v i l l a de Va l l o n g o , j un to a o Olho do

Co r vo .

N '

este re in a do , n a o só se fa brica vam no reinoo s a r t igo s d e consumo ordin a rio, como a i nda s em a nufa c tu r a vam a lgun s de l uxo

,a despei to d e

um a nova p r a gm a t i ca . Pa r a exemp l o temos a l av r a d a s seda s qu e, nesta epoc a

,a t t r a h i a a a t ten

ção dos povos,como se v ê do segu inte c a p itu l o

das côr t es de Coimbra e Evora cel eb r a das em1 472 e 1 473 , e qu e t r aduz imos a s sim

«Senhor H ouveste p o r info rm a ça o que a p r inc ip a l cou sa po r que o r e ino d e G r ana da er a a s s imr i co

,er a pela seda que n

'

el l e se c r ia va e l a vra vae qu e a ch a veis que es tes vosso s reino s sa o m a i s.n a tur a es p a r a n i el l e s c r i ar e l a v r a r seda , com o j ác r i a em Lamego e T r a z - os -Monte s e em out r a sp a rtes d 'es s a com a rca . E

,senho r

,m a nd a s te p a ra

a s com a r c a s ca r ta s p a ra que t o d o s o s v iz inho s em ora do r es d l el l a s p o z essem v in te p és d e am o rei

r a s o u as enxe r ta s sem em fi gue i r a s p a r a s e a b r i rcam inho com o se p udesse e ha ver em a basta nçaa s folh a s da s dita s a mor ei ra s

,p a r a c r i a ção d '

essesb i chos

,e ass im se fa zer e l avra r m u i t a s ed a , s e

nhor , não se p o z em ob r a . Se j a Voss a Me r cê, quem a ndei s ge r almen te em todo s vossos reino s d a rbem a execu ç ão do vosso m anda do , m anda ndoc ar t as a todos vo ssos corregedores e ouvi dores

dos fi dal gos,onde corregedore s não en tr am , qu e

o fa çam l ogo cumpri r co m al gum a pena , porque ,Senhor, p a rece cou sa m ui to prove i tos a e que aestes re i nos tr ará honra e riqueza . »

Ei s a resposta«Resp onde ch á que, pe l a O rdena ç ã o d o Re ino ,

é p rov i do de como i sto se ha j a de faze r,a qu a l

m a nda que s e gu a rd e, e indo a lguma pessoa,qu e

ob r iga ç ã o tenha de a gua r d a r,cont r a e l l a

,o ua n a o

cump r indo,sendo reque r i do tomem i ns t r um en t o

co m re sp osta , e el — re i o ex t r a n h a rá qu a nto d eraza o sej a . »

Era n 'este s tempos j a mu i to imp ort ante a l a vr ad a s s ed a s em La mego e na p r o v ín ci a de Tr az - o s

Montes,c a usando vi va emul a ç a o em Por tuga l a

opul en c i a que co m es sa i ndustri a t inham a d quir ido o sm ou r os de Gra n ada .

Mas n em só a o povo seduz i a a l a v r a d a s seda s .

E m 1 475, a p ed ido d o duque de Gu im a r aes, 1 sen

t o uD. Affonso V a sed a que a quel lenobre i ndu st r i a l m andass e v i r de fora para as su a s m a n ufa ctu

ra s .Tambem ,

n 'est e r e in a do,a indu st r i a do v i dro

a dqu i r e m a i o r impo r ta nc i a,g r a ça s a o desenvo l vi

m ento d a a n t iga fa b r i ca e s t a bel ecid a em Coina,

cu j os p r oducto s r i v a l isa v am co m o s d a do Covo,

e em t ã o g r a nde qu a nti da de qu e lhe fa zi am prej ud i c i a l conco r renc i a .

Então 0 p rop ri etar io da fa bri ca d o Covo , v a .

l endo - s e d o s seu s a ntigo s p r iv i l egios, consegu iu

qu e e l - rei o r den a sse que a fa b r i c a de Co in a sópudesse vende r l ou ça d e v i d r o , desde a m a r geme squerd a d o Mondego a te

'

a o G u a d i a n a ; e a doCovo desde o r i o Minho , a t é a m a r gem di r e i ta doMondeg o . Pa ra o ext r a ngei ro podi am amb a s a s

fa b r i ca s expo r ta r sem rest r l cç o es.

D. Affonso V cont inuou , como o s seus a n tecessore s

,promovendo a i ndust r i a ca v a l l a r . E notave l

o pr iv i l egi o qu e d eu a Evora p elo empenho co m

qu e o s ha b i tantes d '

a quel la c idade p r ocu r av amm elhora r e sta i ndustr i a . A cida de do Porto

,t am

bem concedeu o m o n a r ch a a lguns p r i v i l eg ios nomesmo sen t ido .

No a nno de 1 467, confi rmou el —rei a Ru G o n

ç a lves a doa ç a o, que l he fi zera o i nfa nte Fernando d a s sa bo a r i a s p r eta s da i lh a d a M a de ira .

1

Pa ra co r o a r o rel a tivo desenvo l v im ento i ndustr i a l d 'est e re inado

,t eveD. Affonso V a glo r i a de

ver en t r a r em Portuga l a i ndustr i a t yp o g r a p h ica ,e stabel ecendo —se a p r imeira Offi c in a n a c ida de d eLe i r i a . Ao m esmo tem po qu e os no sso s navegadores d i l a ta vam o nome de Por tuga l p el o mundofora

,a imp r ensa portugueza começ ava a esp alhar

o s conhecimentos a ccumul a d o s.

No rein ado de D. Jo ã o I I , augmenta o fabri codos l an ifí cio s n a ci o n a es, como a so l i d e a p erp e

tua n a ; um a pra gma t i c a regul a o uso d o s t ec idosextr angei r os , que em gra nde qu a nt i da de nos v inh am de Fl a nd r es ; fundam — se a sfe rr ari as de B a rca r en a

,e outra s i ndu s t r ia s adqu i rem ma ior im

p o r t a n ci a ; e spec i a lm ent e co m a favor ecida a dm i s são d o s j ud eu s em igrados de C a stel l a e co mo s novos de scob r im entos m a r í t imos .

O mon a rchs, fa zendo va r i a s concessões de min a s m e ta l l i c a s

,espec i a lmente de chumbo, dá a o s

Cºncess ion a r ios d i vers a s regal i a s, i s enta ndo - o sdop agam en to de tribu tos du ra nte o p rim e i ro p er ío d ode l a vra , o qu a l podi a ser de um a c inco a nuos .

E m 1 484,D. João II o r denou p o r um a p r ovi sãoqu e em P o r tuga l s e n a o pu desse e sta bel ece r ou tr afabri ca d e v idros sem auct o r isa ç ã o de Di ogo Fern a n d es, dono d a a nt iga fa bri c a d a v i l l a d o Covo .

2

E m 1 490, a i nfa n t a D . Beatr i z,ent ã o residen t e

em Bej a , r ep resen tou a el — rei , p ed indo - l he o p r ii leg i o da co

'

n st rucç a o e exp loração de p i z ó'

es,

po r qu e no termo da c ida d e se fa ziam m u i tos bure i s e p a n n o s p a r a gente de trabalho, m a s só d i stante ha v i a ba t a n s, ou p 1 z o es, onde o sa p i z o a ssem .

Saud a d esd a Ter r a p o r G a spa r Fructuoso .P i n h o Lea l — P or tug a l An t i g o eMod er n o p a g . 79 , vol . V.

Osob erano defer iu o p ed ido da infanta po r cartade 1 de m a r ç o de 1 490, p assada em E vora .

1

P o r esta epoca,desenvo lve - se no s Aço r e s a

cu l tura do p a stel , p l a nta mu i to usada n a a nt igat in tu raria . Sabe - s e qu e em 1 490, Anton i o Ca ç o n a ,g en o vez , r es idente em Sev i lha , t raz i a a rrendadoa o duqu e de Bej a o trato do p a s te l n a i lha Terce i ra .

O rdenando a compra de ca va l l o s o r ien t a es,p ara r ep r oductore s e creando o logar de co n d e!m o

'

r,D. João I I esforçou— s e b a s tan te em m e lho

rar a i ndu str i a co ud el ica , r esu l tando que poucodep o i s e stava o p a i z a p to a forn ecer set e ou o i tom i l

,ca v a l lo s de m arca .

A in i c i a t i va p rºp r i a do mon archs h a que a ccr escen t a r a d a ra i nha sua espos a D. Leonor,fundadora de tantas ins t i tu i ç ões de b enefi c enc i a .

Pertence - l he a crea ç a o do H osp i ta l d a s Cal das eco m e l l e o in ic i o de therma s e ap rovei ta mentoregul a r das a gu a s mi n er a es. Protege a s let ra s

,e

va r i a s ob r as se imp r imem sob os seus ausp íci o s.

G i l Vi c en te , o fundado r do t h ea t r o portuguez, recebe d e . t ã o i l l us tre dam a o en ci t amen t o que ol evou a esc r ever o s s eus au tos . E a in i c i a t i va d ac a r i ta t iva ra inha a inda se fa z “sen t i r em p l eno reinado de D . Ma noe l .

_ O desenvol vimento d a i ndus t r i a po r tugueza durante o ven turo so r e in a do de D. M a n o el pod ecompa rar — s e — perm i t t am —nos a synthese — a uma

arvore secu l a r, cuj a s r a i ze s m a i s s e a r ra i ga ramem busc a de novos el emen tos d e v ida

,cuj o t r onco

se eng r ossou pe l a c i rcu lação da se iva v i v ifi cante ,e cu j os r amos se cobr i r am p r ime i r o d e fi ôresp r im a ver is

,depo is de folhagem e spe ss a e b r i lha nte

,

e p o r u l t imo c a rregando de formosos fr uc tos, queum a co lhe i t a p r ec i p i t a da m a l dei xou ama durece rO descobrimen to do c am inho ma r í t imo para a

Algumas i n dustr i as n o temp o d eD. Joã o 1 1 a r t i g os publ ica d osn o P r o g r esso I n dust r i a l , d eL lsbo a , p o r Sousa Vi ter bo .

Ind i a concedeu à i ndustri a de Portu 'a ! novosm ercados pa ra t roca s d o s nossos pro n e to s a téd o sma i s ínfi mos .Conta—no s Ca st a n h ed a : « traz i a e st a gente o s

mant imento s que ha v ia n a terra e davam - o s a o s

nosso s por a n z o lo s,alfi ne tes e ou tra s cou sas ba i

x a s.»

As prime i ra s caravel l a s l eva ram ao Ori ent e t ambem o s nossos a r t efacto s a par da a r t i l h er i a e dosbar r i s d e —polvora . É Gasp ar Corre i a que enumer ao s fardos d a s m ercanc í a s . Sã o « a s conservas, a saguas che i rosa s, tod a s a scousas de boti c a p ara o sdoente s, e mu ito d inhe i r o d e ouro e pra t a e p a nnos de ouro e seda

,col l a res

,cade i a s e m a n i l ha s

d e prata branca e doura da,b a c i a s d e mão s e g o

m is; e esp a d a s, p un h a es e! tr a ça dos ch ã o s e gu a r

n eci d o s d 'ouro e p rata de fe i ções,l a nça s, a d a gas,

tudo gu a r neci do pa ra se poderem a pre sen ta r aosr ei s e senhore s d a s terra s a que apo r ta ssem . ed e cada esp ec i a r i a um a pouca » .

2

Entre a s cou sa s de bo t i c a , vae o p rec io so v inhoda i lha da Ma dei r a , j á ba stant e conhec ido e est im ado n a Eu r opa

,e do qua l

,no a nno de 1 500

,ha

no tic ia de estarem a s adega s a t tesi a d a s.

No regre sso , t r azem a s caravel l a s p rec i osos est o fo s

,j o i a s fi nas e abunda ntes e sp ec i a r i a s . E o

cravo das Mo luca s ; noz e a ma ss a de B a nda ap imenta e gemg ibre de Mal abar ; a canel l a d eCeyl ã o ; o amb a r da s Mald iva s ; o ben j o im doAchem a s t ec a s e co i r ama s de Cochim o an i lde Camb a ya e Qu i r imb a o p au d e So lor ; 0 sandalo

,o s damas cos

,o alm ís ca r

,as l ouça s ; a s a l c a

t i fa s d a Persi a,e s tofos d e Benga l a

,a s perola s d e

Ka lcka r ; os d i am a nte s de Na rs inga ; o s r ub i s doPegu , ou r o de Sum a tra e Lequi o , pra t a do Japãoe porce lana d a China

, p o r u lt imo ; m i l p r oducto sexot i co s, emfi m ,

a lgun s do s qu ae s a côr te aindan ao V i r a n em sonhara sequer.

1 H istor i a d oDesco br imen to d a I n d i a . Li vr o V ca p . 1 6.

Len d a s d a I n d i a — V. l . , pa r te p a g . 1 1 .

Na r ibe i ra de Al cantara , estab elec e s e uma fabri c a de pol vora

,que depo i s se muda p a r a Bar

ca rena,onde o re t funda tambem uma offi c in a

d'

a rma s,para a qu a l manda v i r mestre s e o ffi cía es

de B i sca i a,tão h a bets ferre i ros e met t a lur g ist a s

como perfe i to s l a vradores de canta r i a, e orden aqu e em cer t a s c i dades e vi l l a s ha j a of cía esd efaz er a r ma sp a g o s p el o co n cel h o , fa zendo - se d 'e l le sum c a da st r o no a rma z em d o r ei n o , o seu arsena l,const r u ido j unto a o s p aços daRib e i ra .

Era forçoso que a met t a lur g i a do ferro t i vesseo ma io r desenvo lvimento, pa r a prove r ás n ecessidades do l a rgo fa br i co d '

a rm a s. E '

,poi s

,g r ande o

i ncremen to u e a ttinge, devido tambem a o im

pu l so receb i o no r e in ado a nte r i o r. Come ç a - se al a vra d e m in a s de cobre em Al a nd r oa l

,T erena ,

Jurom enha e Al j ustre l , cu j a explo r a ção datava jádos rom a nos , bem como d a s d e est anho n a Be iraAl ta e Tra z os-Montes .Ap p a rece então um a nova lei de m i n a s, p r o

mulg a d a p elo alva r á de 3 de junho de 1 5 1 6,e co

n h eci d a p e lo r eg imen t o d e Ay r es d o Quen t a l , i nd iv i d uo d e grande i n ic i a ti va

, que p elo mesmo alva rá fo i nomeado fei tor-mór d a s m in a s do re ino .

N 'es te r egimento,concedem — s e va r i o s p r i v i le

gios e i senções a o s exp lorado r es m i ne i ros e a ifi rin a —se o d ire i to re a l engo sobre toda s a s m i n a s dor e ino

,de ixando o pr op r ieta r io do so lo d e pa r t i c i

p a r nos l u cros do m inei r o , e tendo a pena s d i r e i toa se r i n d emn isa d o p o r es t e d o s p re j u ízos soffr ido s nos te rreno s cu l t iva dos . Nos loga res , ondehavi a fundi ções

,e r am o s p r op riet a r ios ob r iga dos

a d e ix a r corta r l enha gra tui t a m ente. O m i ne i rocont inu a va paga ndo o qui n t o e er a obriga do avender o m eta l no s a rm a zens de el —r ei

,segundo

o s p r eços ta x a dos,o que o oner a va dup l a men te .

Qu a nto á met t a lur g i a d o fer r o es ta lei n ã o a l ter o u o s p ri v i l egio s conced ido s p o r D . Affonso V.

E ' de a ccordo co m e l les queD. M a noel conc ede a o me stre d e a r t i l h er i a Per o Lopes a fun d a ç ã ode ferra r i as em Niza e Rod am .

D. Manoe l desl iga da corôa a s sa bo a r i a s do re ino

,a s quaes p a ssam su cce ss i vamente pa ra gran d e

num ero de donata rio s . Pa r a seu i rmao ma i s v el h o , Ayre s da Gam a , obteve Va sco d a G a ma , depo i s do d escobr imento do cam inho ma ri timo paraa India , a entrega da s sa bo a r i a s de Extremoz e deSouze l , qu e s eu pa e possu ír a .

No re ina do d e D . Mano el , t ambem o fabri co d oazei t e l ogrou ma ior des envolv im en to . Isso se v ê

por um a ca r t a r egi a,d a da em 1 5 1 5, n a vil l a de

Alm e i r im,em qu e o sob era no conced i a a camara

de Co imbra o el evar o d i re i to de l a g a r a g em , oum aquia do aze ite, a qua l segundo um co n cer t o fe i toentre a cam a ra e o s dono s do s l a ga res

,er a de

da r em um decimo e n a o um d ecimo - sex to d a p r od ucç ã o como se con signava nas postura s m a i s ant iga s .Quanto a outra s indust ri a s, mu ito ha veri a a ci

t a r n 'es t e re inado tão bri lha nt e . A t a n o a r i a est avata o d esenvolv ida que os t a n o ei r o s do Por t o fog uea v am em pl en a rua , como succed i a n a d a Our ivesa r ia e B a n h o s. E m 1 5 1 5 o s v isi n h o s

,ent ão

mui t o pre judica dos co m a quel le t rab a lho, couseg ui r am que a c idade lhe s d esse o te rreno d o P o st ig o d eJo ã o Pa es, p a ra exe r c er em a sua i ndust r ia . E ste t er reno 1 a do Muro contra a rua d a Our i vesa r i a , e o s t a n o ei r o s fi c a ram forei ros á ci

dad e .

A ourivesar i a at tinge co m a m a ra vi lhosa custod i ados Jer o n ymo sum requ inte de perfeiçã o i n ex cedivel

,e a imprens a mu ito n o bi l i t a d a pe lo monar

cha produz os apr ec ia dos p a leo t yp o s d a sOr d en aç õesMa n o el ín a s.

1 A expulsão do s j udeu s desfal c a

Recen temen te o s vul g a r i souo sr . B r i to Ar a n h a . A imp r eusnpor tug uez a. n ã o ta r d oumui to a cor rer pa rel h as com a d o s outr ospei z es d a E ur opa . B a sta ver a impressã o d a obr a Ca t a l d us Si oulua , fei ta. em L i sboa em 1 500, pa r a se a dm i r a r como se imp r im i nem P o r tug a l . Já. em 1 495, o s d o is a l lemâes Va len t im d eMo r a v i aeN icolaud eSa xo n i a impr imi r a m em L isboa o squa tr o ma g n ífi cosv olumes i n cun a bles d a Vi t a Ch r ist i , em po r tug uez .

mui to a fecunda abastança do re ino , ma s o s sub ido s prov entos do comme rc i o d a s e spe c iaria s, e st a belecen d o equ i l ibr i o da riqu ez a, dão para tudo,e o mo n a rch a , embora prohiba a o s fi da lgo s qu eco mp r em p a r a r eg a tea r , const itu e— s e principalm ercador n a grossa contr atação das esp ec i ari as .D. Ma n o el se dev e a i n t r o d ucç ã o dos corre io s

n o pa iz , sendo d a do o o fli cio de corre io,por p r i

v i leg i o , a qua lqu er fi dalgo d a cas a r ea l a quem or ei j u lga ss e digno pe los seu s m ere cimen tos

,de

o ccup a r tão impo rtante ca r go 1

Pa ra 0 Bra zil,foram l ogo t ran sp l antada s a s dro

g a s e a s es ecia r i a s da India,ond e n asciam e s e

dav am p er ei t amen te ; p orémD. Manoel , c ioso domonopol io do commerc io do Ori ente , m a ndou — a sa rranca r, so b pen a de morte , escapa ndo a pena sd a gera l d est rui ç a o o gengib r e , pe lo que então sed i sse co m gr aç a

,que se consegu ira es capar met

t e ndo - se p ela terr a dentro , como ra i z qu e era .

Não prev i u D. Ma noel qu e a cu ltura das esp eci a r i a s no B r a zi l daria gr a ndes l u cros a o r e ino

,

porqu e sendo a l i cr eadas chega v am a qui , co m menores d esp ez a s, mui to mais ra p idamen te , e podendo ser v end i das m ai s barato do que as v ind a sd a Indi a

,n a o s e apossa ri a no s ecu lo x vua H o l

l a nda do nosso commerc i o ori en t al .

O pr imei r o que teve esse p r i v i leg i i fo i Lui z H omem , p o r

mercê d e 6 d e n ovembro d e 1 520, pr i v i leg i o que d epoi s!

l h e fo i

ren ova d o p o r D. Joã o l l l .Os p r i n ci p a es d everes d o cor r ei o -mór er am : l .

o r esi d i r em L isbo a ; esta belecer t a n tos mest r es d a p a st a qua n tos fossem n e

cessa r i o s pa r a a en t reg a d a s ca r t a s e sa t isfa z er ás requi si çõesd o s pa r t icul a res ; a justa r co m o s i n teressa d os o s preç os d o spor tes d e cor respon d en ci a ; p resta r o d evi d o jur amen to n a

ch a n cel l a r i a r eg i a ; o s seus empreg a d os usa r i a m d e a rm as

rea es n o s vesti d os,tr a r i am espa d a e pun h a l .

E n t re o s pr i vi leg i os que g o sa r i am esses h omen s, a vul ta va m o s

d e serem i sen tos d o sca r g ose ser vi ços d o con celh o , d e ti n ta s e d isimos o sseus h a veres n ã o pod i am ser pen h or a d osuem el les pod i am ser presos p o r d i vi d a s, e em v i a g em t od a s a s auct o r i d a d eslh es fa ci l i ta r i am ma n t imen tos, besta s, g ui a s, e tud o o ma is d e

que ca r ecessem . V i d e I n sti tuiç õesso ci aes p or tuguesas p o r Si lva P er ei r a . OCCI DE NT E vol . Xl l n .

. 868, p a g . 59 .

Fo i do B r azi l que n o s ve io o tabac o . E Luiz deG oes o prime iro qu e o trouxe a Portuga l . 1Lisboa to r na— s e então o emporio bri lha nte onde

acodem, a lém d o s na vio s de toda a E u r opa,o s

m a i s n o t a veis art i st a s , o fi erecen d o os seus se rviços e espa lhando um sem num ero d e obras p r im a s pelo pa i z . l l lum i n a d o res e p in tore s de H o ll a nda e Florença orn amen t am l ivro s d e pergam inho como a Bibl i a d e Bel em , ess e m a n uscr i p t opre c i os í ssimo

,t ir am r et r a tos aos nobre s da côrt e

e d ebux am t ap eçar i a s a l leg o r ica s; emfim a s r i

quez a s o r ien t a es concedem a Portugal um al tog r au de d esenvolvimen to em todos os ra mos . Asfa culdades correm p a r a l lela s, e não é só grandenos descobrimentos ; fl o resc em escr i p t o r es e a r

t ist a s, ma s n'um a tão V iva e gra nd e ex uber a n ci a

que , a m ane ir a d e um in c endio , t anto m ai s rapidoquan to de ma ior in tens i d a de

, em breve se apag a,

deix a ndo todav ia evid en t es si g n a es de grandeza .

O re i nado deD. Jo ã o I I I é a i nda d e um a grandeimpor tanc i a n a h i s to r i a da indu stri a portugueza ,

E m p leno secu lo XVI a a ct iv i dad e n a c ion a l man ifesta - se p o r toda s a s form a s e nos p rºp r i o s descob r imentos s e i l lust r a m a s a rtes mech a n ica squechegam a t é a o J a pão .

E m 1 524, concede e l - rei l i c enç a a o em p reh endedo r A res do Quenta l para l avra r m inas deferro e aze r ferra ri a s , fi cando i sen to de paga r oqu into . Tres anuos m a i s t a rd e determ in a o m o

ma rcha que as ferra r i a s p a ss em p ara a fa zenda ,i ncl u i ndo a do E sp inha ! , funda d a p elo mesmoAyres .

Por e st e tempo fez o por tuense G on ç al o AnnesC a l de ir a um con tra c to co m o sober a no p a ra l heser p r i v i l eg i a d a um a m i n a de fe r r o qu e desco «

br i r a no te rmo d a c i da de d o Po r to , no s i t i o denom in a do Ponte de Ferre i rinha . Op r i v i l eg io co

Ca p . 46 d a Ch r o n ica d eD. Ma n oel p o r Da m i ã o d e G oes.

meç o u em 1 530 e term inou c inco a nuo s depo i s ,t endo — se ob r iga do o empre i te i ro a d a r de rend ase i scen tos qui n t a es de fe r ro p o r a nno . Ma i s t a rd ee ste con t r a cto fo i r enova do, p o r cons idera ção à sgrandes d esp ez a s fe i ta s p o r G on ç a l o Anne s n a sp esqui z a s do m i ne r a l e n a s ob r a s hyd r a ul i css necessari a s , que um a enchen t e do r i o a r r uinou .

O rel a t ivo desenvo lv im ento d a industr i a m i

ne i r a n ã o t inh a co m tud o eq u iv a l en te n o s outro sramos affi ns .

Assum . er a t a l a fa l ta d e fundi dores n o re ino,

que D. Jo a o 1 1 1 recommends a o emb a i x a do r emRoma pa ra lhe co n t r a ct a r um

, que fos se hab i l ,p a ra en sin a r o seu offi c i o .

A a rm a r i a l u cra ndo d a a bunda nc ia de m e ta lsa t i sfa zia a sm a io r es en co mmen d a s. E m 1 533 , em

Santa r em, fab r i c ou - s e um avul t a do num ero de

couraça s e a r n ez es comp l e tos p a ra i rem p a i a aI nd i aE m 1 534, a ind a Ayres do Quent a l d escobre um

j az igo a u r ifero na v i l l a do Rosm a n inhal,de qu e

recebe pri v i l egi o p o r c a rta de 4 de ma rco dom esmo a nno .

E ' n 'e ste reinado,qu e a p p a rece noti c i a d a p r i

m e i ra fa b r i ca de pap e l em Portuga l , embora nãofo ss e a prim e i ra vez que se esta bel eci a es ta i náustri a , po i s p arece da ta r d o sfi ns do seculo x w.

Por escr i p tur a de 1 de ou tubro d e 1 537, ce l ebrada

,como er a costume, a porta de San t i ago do

con v ento d e Al cob a ça,em p r a z o u o p r i or Anton i o

d e Al j uba rrota a Manoel de G oes, fi da lgo d a casar ea l

,o sít i o e a a gua da l e v ad a a c im a dos m o i

n h o s d a Fer ven ç a , no ca m inho de Alcob a ça p araMa i o r ga

,para a l l i pode r con st ru i r uns engenhos

de fa b r i ca r pa pel ; em p r a z amen t o fei to co m o fôr ode dua s resm a s d e bo m p a pe l p o r anno, e outra scondi ções de m enor importan ci a .

Ao emp r a z amen t o s egu iu - se o p riv i l egio, do

Sousa V i terbo Ar teseAr t ist a sem P ºr tug a l , p a g . 1 55

qua l D. João 1 1 | p assou carta em 1 0 de ou tub ro de1 537 , p r o h i bi n d o que du r ant e a V i da d e Manoe ld e Goes n i nguem m a i s pudes se fa ze r n em t er eng en h o s si mi l h a n tes

,porém co m a condi ç ão d e

qu e seri am po stos a t raba l ha r den tro de do i sa n n o s.

E m ambos o s docum entos, a escr i p tur a e aca r ta regi a

,s e a d d uz a ci rcumst a n ci a de serem

t aes engenho s os p r im e i r os que se con st r ui r am eque o seu in i c i ador s e v i a obrigado a g r a ndes de sp eza s p a r a m a nda r v i r de fora

,t a l ve z d a Flandre s

onde estava seu i rmão, o ch r o n ist a Dam i ão d eG o es , o p essoa l hab i l i tado p a r a a constru cção d o sm o inhos e fa b r i co do p a p el .A industria do v i dr o con t inuava co m um cer t o

in cremento , p r iv i legi ando D. João 1 1 1 a Pe r o Moreno, en tao possu i dor d o s forno s de v i dro n a v i l l ado Covo . O u so dos copo s de v i dro e outro s o bjec tos torn a - s e então gera lCe r ca de 1 540, a in dustr i a m i nei ra , qu e t iv era

an ter io rm ent e um a nota ve l a ct i v i dade, dec a e muit issi m o , cont r i bu indo p a ra i s so o descob r im en t ode m i na s d e ou r o em Afr i c a e Am er i c a .

As l e tra s p atr i a s a t t i n g em n '

es te re in a do umb r i l ho super io r . Dent r e o s g r andes sa bio s p ortug uez es d is t ingue - se o nota vel geomet r a PedroNunes

,que

, em 1 54 2 , fa z conhece r a sua eleg a n

t issim a d ivi são e graduação do a stro l a bio . Onom e do n o n ío deriv a do seu a p p el l i d o de Nunes .

E m 1 556, fre i Gaspa r de Sa nt a Cruz , no seu

T r a ta d o d a sCousa s d a Ch i n a , r eve l a a Europa oproce sso com p l e to do fabri co d a porcel a n a

,es sa

formosa var i eda de ce ram i ca t a o ap rec i a da , cu j oseg r edo d e fabr i caçao desp ert a va uma ex t r a o r d i

n a r ia cu r io s idade e qu e só em 1 740 a Fran çaconsegu i u descobr i r.

Na su a regenci a , du r a nte a m enorid a de d eD. Seba st i a o

,a ra inha D.. Ca tha r i n a p r omulgou ,

no anno de 1 557, um a nova l e i de m in a s , qu esubsi st i u por quas i doi s secu lo s

,e n a qua l l ib e r

tou a indus tr i a m i ne i ra, p erm i t t i n d o a venda l ivre

dos met a es, co m excep ção do es t anho . Além d oimposto do ui n t a , a corôa podi a tom ar q u a s ium quarto a m in a

,cont r ibu indo pa r a a ex p lo

r a ç a o co m a s d esp ez a s p r o p o rci o n a es. A co r ôar e serva v a tambem p a ra si o d i r e i to de exc lus ivod a sm i na s de Traz - o s-Montes .A indus tri a do p a p e l i a progred i ndo . P o r a l

vará de 22 de m a i o de 1 565, concede o rei p o r

q uatro anuos va r i o s p riv i leg io s a o s eu a r a u toManue l Te ix e i ra , p a r a const ru i r em Alemque runs mo inhos de fa b r i c ar papel

,fabri c a que a rece

t eve longa d ur a ç a o , po i s que a inda n o s gms dos ecu lo p ass a do hav i a na m argem do r io uma

p equena construcção denom i nada o Mo i n h o d a

P a el .

Én 'es te a l va rá qu e s e encontra a m a i s notavele xp r essa o a ce r ca do en n o brecimen t o do t rabal ho, d izendo a s s im o joven m o n a rch a , m ercê dasub i d a i l lust r a ç a o qu e o erud ito p adre Lu iz G o nç a l ves da Camara , s eu m e stre, l he der a :

« E ist o co m a t ten ç ã o a ser n o br ez a d a ter r a ,co mo quem p r e

'

z a o t r a ba l h o e a i n d ust r i a e sa be

que uma e o ut r a co usa efect iv a men te n o bz'

l i'

t a m .

Assi g n a l a e ste re in a do a gr ande refo rm a do sreg imentos dos o fli ci o s

,fei ta em 1 572 , p elo des

embargador Dua r t e Nunes de Leão,nº t ave l h is to

r i a d o r e j u r i scon su l to q ue n ' ess e trabalho aem o u0 seu m u i to t ino j u r i d i co .

U m a d a s i ndust r i a s qu e no re inado d e D. Seb as t ião p a rece a cha r - se ma i s d e s envo lv i da e p rop aga da pelo p a i z é a do s p a n n o s. Ass im 0 dá ai nt ender o r eg imen t o d os t r a p ei r a s de 1 573 . Fo in 'e ste t empo que s e in tr oduz iu em Portugal am anufa c tura d a s b a et a s , p i cot es, gua r d a letes ep a n n o s de co r dão, embora o s p o r tug uez es uzassem em l arga esca l a o s p a n n o s d a Fla n d res, Al lem anha , França, Ingl a ter ra, importação que datavaj á de a n t igo s tempos .A fa bri ca de v idro s do Covo cont i nu ava br i

l h a n temen te a s sua s t r a d icç ões. A Pero Moren o

d em excep tu a r o s p a n n o s grosse i ros , de fa brica ç a o n a c i on a l , como os bureis de côres d i ve rsa s, o s t ec idos grosso s d e l inho , ou br o g a l , e t a lvez a lgun s m a i s fi nos chamado s len ç o .

Na Bei r a,a v i l l a da Covi lhã, e no Alem tej o ,

Port a l egre e Ex t remoz const i t u í am os cen tro sma i s o u menos l a bo r i o sos

,onde se t ec i am sa ra

g o ç a s à moda das de H esp a nha , p a n n o s par dos,p a n n o s preto s grossos e estofos de va r i a s cô res.

A industr i a d o s la n i fi ci o s, qu e desdeD. Manoelt iver a um cer to H o r esci men t o

,fôra

,po i s

,dec a

b i ndo .

Fi l ippe 1 t ratou logo d e sup p r imi r a sco ud ela r i a sgera e s do re ino, no in tu i to de d ifficul t a r a defez anac iona l

,re su l ta ndo um an i qu il amen to d a c re a

ç a o ca v a l la r .

M a i s in cl i nado a o comme r c io o soberano hes o

p a nbol , pro tegendo a n a veg a ç a o , i n s t i t u e em Lis

boa, p o r a l va rá de 30 de outubro de 1 592 0 tr ibu

na l esp ec i a l do Consul ado,i n st a nc i a de s tin a da a

conhece r d a s desavença s entre m ercado r es e hom en s de negoc io — um a esp e c i e de tr ibuna l d ecommerc i o 1

.

Fi l ippe I I fac i l i ta a i n t r o d ucç ã o por te rra deaquel l a s qual id a des d e p a nno e m a i s gene r os dem anufa ctu r a s de Cas t e l l a

, que a nter iormen te sópod i am entra r pel a fo z

,adop ta ndo o met h o d o

das a vença s de que t ra ta vam o s c a p í tu l o s es egu in te s do foral d a Alfa ndega de Lisboa .

Depo i s d a s O r denações d e 1 603 , um gr ande n u

Ti n h a este tr ibun a l um j n i z d e a p p el l a ç ã o , pr i or , d ois con sules, let r a d o a ssesso r , qua t r o co n sel h ei r o s,escr i vâo , v i si t a d o r , co nt a d o r , t h eso ur ei r o , fei tor , mei r i n h o e v a r i osescr i vã es.

Co m o fi m d e p r oteg er a s n aus d a I n d i a con tr a o s a ta ques d oscorsa r i os ti n h a a l ça d a pa r a o r g a n i sa r tod os o s a un o suma a r

m a d a , d e d oz e vé la s pel o men os, co m m a n timen tos pa r a o i to me.

z es,a r t i l h er i a emun i ções d e g uer r a , d est i n a d a a g ua r d a r a costa

e comboi a r a quella s n a us d esd e a s i lh a s. Crea ud o r ecur sos pa r aa o r g a n isa ç ã o e m a n uten ç ã o d '

essa s a rma d a s d etermi n ouFi l i pp e 1 que o con sula d o cobr a sseum imposto d e 3 p o r cen to sobre oren d imen to d a s a lfa n d eg a s.

m ero de p r a g m a t ica s ve em entravar a in dustri a .

Sã o a d e 29 de outubro d e 1 609, as prov i so es de2 3 de j an e i ro e de 4 de ou tubro d e 1 6 1 0

,o a lvará

de 28 de j ane i ro de 1 6 1 1 ; e tc .

P o r e st a epoca a p p a rece—no s um i l l ustre fi d a l

go , de nom e Ma x imo de Pina Marrecos , cu j aa c t i v i da de se mostra d igna de e l ogio ; receb e v a

r ia s l i c ença s,ent re um longo pe r i odo d e 1 583 a

1 6 1 6 , a r a o esta bel ec imen to de d iversos engeubo s e sua i n ven ç a o

,e em espec i a l p a r a uma

fabri c a d e v idros p erto d a v i l l a de Asse icei r a .

E m 1 6 1 8, os t r a p ez'

r o s d e Be j a fa z em um a r e

p resen t a ç a o dizendo qu e no te rmo da c idade hav i a se i s p i z ões em q u e el l e s e tod a s a s p essoasqu e fazi am p a n n o s os a p iso a v a m; porém que ess esp i soes e sta vam a ffast a d o s d a c i dade de l egoa em e i a a qu a t ro leg o a s, e que p o r c a us a d

'est a d i st a n ci a o s p i z o ei r o s u sava m de c a rda s de ferro

,o

que er a contr ar io a o reg im en to do offi c io . P e

d i am,po i s

,pa r a que de se i s em s e i s m ezes s e

p ro cedess e a um va r ej o e que o s p i z o ei r o s, aqu em se encon tras sem c a r da s de ferr o

, fossemdev i d a mente p un idos . A isto eI - r ei , p o r a l v a r á d equinze d e j unho d o r eferido a n no

,defer i u m a n

d a n d o.

ás su as j us t i ça s qu e v a re j ass em como serequer i a .

N' es te anno de 1 6 1 8, a i ndust ri a m inei ra ob temumnot a vel regul amento , 0 d a s m in a s do B r az 1

E m 1 620, conta m - s e em Lisbo a 1 3 m es t res d eporcel an a e t i n h a c se fe i to g r a ndes p r og r e sso s ,porque n a o som en te s e im i ta va a fa i an ç a chin ez am a s a t é s e exporta v a a nossa .

O fa b r i co dos re logio s h yd r aul ico s e d e sol t inha tambem a lgum a impo r tanc i a .

Sem remontarmos á i n t r o d ucç ã o d a re lo j o a r i aportuguez a n o Japão em 1 550

,nota remo s que

Fre i N icol au d e Ol ive i r a,n a s su a s G r a n d ez a s d e

Lisbo a ,d i z qu e hav i a n a c idade t res re l o j oe i ros

de relogio s de so l e t r es d e ferro . E m Coimb r ahav i a em 1 6 1 0 um a Offi c ina de rel og io s d e An to

n io Nune s,o fi i ci a l tão p r imo e ca d ima que era

j u i z do seu o fi i ci o .

E m Evora,hav i a um outro relº joei r o , de nome

Fra nc i sco Fern a ndes, o qu al em 1 602 - 1 608 fi ze ravari os rel og io s , entre e l les o de qu a r tos d a sé .

N ' es t e re ina do conhece - se o nom e de um r elo'

o ei r o h yd r aul ico notave l,Estevão Pimen t e l de

r i to,dos Aço res .

cub i ç a d o sFi l i p p es d eveu a in dustr i a ol e i c aa s m a i s od iosa s ex a cç ões. obra sua o i n t i tu l adoben efici o d o ba g a ç o d a a z ei t o n a , p elo qua l o governo h esp a n h o l mandava tomar p a r a a fazendareg i a todo o b agaço dos engenhos de fazer a ze i teco m 0 fim d e o m andar novamen te ex p remer 2

.

Ao con tr a r io a p r o ducç ã o v i n íco la,no s u l t imo s

v inte a n n o s da dom in a ção h esp a n h o l a , abastec i ao s merca dos in ternos e externo s e exporta va p ara a Ind i a

,Afr i c a , Bra z i l, i l has, Fl a ndres e ou tro s

p a i z es da Eu ropa .

D. Jo ã o I V com eça por prom ulga r var i a s p rag m a t ica s; sendo p a r a nota r a s de 1 8 de m a i o

, 7 e1 8 d e j u lho de 1 643 e a inda a d e 9 de j u l ho de1 644 .

Como e l em ento de defez a a indu str i a equ in am ereceu a o m o n a r ch a resta u r a do r a s m a i s energi ca s di spos i ções . E m 4 de abri l de 1 645 cr i a o sl oga res de super i ntendente s das co ud ela r i a s.

Occup a d o co m a guer ra d a r e stau r a ção, n ã o épa r a ex t r a n h a r qu e o monarchs olhasse p ou co

P r imo quer i a d i z er h a bi l ; ca d ima queusa va sempr e o mesmooffi ci o .

No seculo xv 1 o Desemba r g o d o P a ço con ced i a p o r pr ovi sã ocer tos pr i v i leg i os a o s o ffici a esmech a n i co s que fossem ca d ima sn o s

seus o iii ci o s. E n tre esses p r i v i leg i os d ist i n g ui a -se o d e sua s v iu;v a s ou h er d ei r os pod erem ven d er a o m iud o , d ur a n teum oud oi sa n uos

,o s pr od uctos que d a sua i n d ust r i a el les t i vessem ma n ut a

ctur a d e pa r a ven d er n a s'

ua loj a .

ª Ver n o Ar ch i vo Mun ici pel d e Li sboa o reg imen to d e 1 5 d e out a h r o d e 1 630e o seua ccrescen te d e 28 d ejulh o d e 1 68 1 .

p a ra a indu st ri a na c i ona l . N 'ess a epocha dava —se

m a i s va lor à v i c tor i a no campo da bata lha do queno m ercado commerc i a l .E m 1 654 , em v i rtude de um t ra tado , e st a bel ece

se no Porto a prim e i ra fei t o r i a i n g lez a , p a ra a exp o r t a ç ã o d o s no ssos v inhos . No anno de 1 678,sa h i r am pel a fo z do Douro 408 p ip as de v inhosH uosE m 1 655 a p p a rece um regu l am ento para a s mi

nas de e stanho de Viz eu,G uarda e Tra z - o s—Mon

tes .As sabo a r i a s do re ino são doad a s a o infanteD. Pedro, p o r ca rta d e 1 2 de o utub r o de 1 656 .

Con tam - se en tre el l a s a sde sa bão branco d o Porto ,v i l l a s e l ogare s da s coma rca s de Tra z —o s-Monte s eE n t reDouro e Minho

,v a gas p o r morte d eD. Ma r i a

Portuga l,su a ul t ima dona tar i a.

Desd e a regen c i a da ra inha D. Lui g a d e G usma o

a t é á renunc i a do t h r o n o p o r p ar t e de D. Af o nso VI

,o p a iz só s e m a n ifesta n a s vi c to r i a s da

guerra d a a ccl am a ç a o . Ba d a j oz,Am e ix ia l , Mon t e s

Cla ro s, Castel l o Rodrigo , e tc . , n a o p erm i t t em r e

pouso que an im e a s i ndu str i as .

Co m a regen ci a de D. Ped r o a i n dustr i a portugu eza com e ç a a l evan ta r— se a t t i n g i n d o dura n te oseu re inado um a importan c ia a te' nunca al canç a d a .

As nossa s fabri ca s m arcam a su a pr ime i ra ep oca

,n a o querendo co m i s to d izer qu e an tes a s n a o

t ivesse h av i do em Por tugal,po r qu e

,como v imo s ,

nenhum a n a çã o logo qu e começou a ci v i l isa r — s ede i xou de a s ter .A mo ed a

,e ss e i n d isp en sa vel a gen te d o co m

mer ci o e da in du st r i a , de ix a n'est a epoca de se r

bat ida a m artel l o , pa r a ser cunh a da , m o d i h ca ç ã o

importante p a r a,co m a s err i lha , imped ir o c er

ceamen t o . Fo i em 1 678, que o i l l u s tre t e rc e i roconde da E r i c e i ra ,D. Lui z de Menezes, vedor d afazenda e d i rec tor da Moed a , fez constru i r p e l a

i ndu s tr i a nac i on a l o p r im e i ro bal ance'

,co m o qua l

se cunhou moeda a t e 1 837 .

1

E m Diuestabelece - seum a ca sa de b ate r moeda .

Fo i pel o anno d e 1 68 1 , q u e se e sta bel eceramfa bri ca s de l an ifí c i os n a Covi lhã , Fundão e outra sterra s do re ino

,co m p essoa l ex t rangei ro, ind i

cando se a t é um i r la n d ez cham a do Co ur t een , quee stava a o se r viço d a ra i nh a v i uva d e I n g l a ter r a , eo qua l co n d uz i r á a Portuga l va r i o s obre i ro s dep a n n o s e bae t a s, que v ieram funda r e s t a s manufa c tura s , e de t a l sorte p rospera r am que porma i s d e v in t e a n n o s se sup p r iu todo o consumodo reino e do Bra zi l ; contribu i u t ambem p arae ste ex i to a p r o h ibi ç ã o , pelo a l vará de 9 de agostode 1 686 , do u so de p a n n o s que n a o fossem de fabr ico n a c ional .A indust r i a m in e i r a tambem l o g rár a um cer to

in cr em en to,po r que o Es t a do

,vendo - s e n a ob r iga

ç ã o d e u t i l i ser o s j a zigo s d e ferro do pa i z,para o

fa b r i co d '

a rm a s,fund a o celeb re e st a bel ec im en to

met al l urgi co d e M a chuc a em a i s ta r de o da fo z deAlge .

E m 7 de j ane i r o de 1 690, D. Ped r o I I a ccrescen t a a l guns c a p í tul o s a o a nt igo r eg imento dost r a p ei r a s

2; porém es sa refo rm a não obs tou áde

cadenc i a a que chega r am o s l a n i fi ci o s, co m o t r at ado d e 1 703 , pelo qu a l o s i n g lez es e m a i s t a rdeo s h o l la n uez es consegu ira m i nt r oduzi r em Por tug a l o s s eu s producto s .

P o r es t a epo ca , tendo - s e esgo ta do a l enha nosa rredor es de Coin a e vendo - s e o p r op r iet a r io d afa bri c a d e v id r o s forç a do a ma nda r v i r de l onge

E s' ta ma ch i n a fo i fei ta em Li sboa p o r um a r tista por tug uez ,

d e a p el l i d o Ol i vei r a,e a i n d a ex i ste. Ach a -se n o museu d o Ca r

m o . d e br on z e e tem g r a va d os, en tr e d i ver sa s or n amen ta ções,o s segui n tes d i z er es

«Sen d o Reg en te d 'estesRei n os o P r ín cip eDom P ed r o , Dom Lui z

d e Men ez es Con d e d a E r icei r a , d o se?) Co n cel h o,e ved a r d efa z en d a

d a Rep a r t isa o d a I n d i a ma n d a r) ma d a r a f a br ica d a mo ed a d ema r

telo a . esta emp r en sa p o r seev i t a r ser sea rseo d i n h ei r o — An n oOn ovo reg imen to r eg uloua té 1 834 .

o combus t ível p a ra o s fornos, o qu e l he causavaenorme s p rej u i zos, r eso lveu mudal — a para a Mar i nha G rande, po r s er p rox imo do p inha l de Leir i a , onde t inh a lenha em abundanc i a .

AO re in ado de D. Jo ã o V pertencem al gunsfac to s d everas notávei s p ara a h i stori a d a s i ndustr i a s p o r tuguez a s. Cr êm o sm e sm o qu e, áp a r te o scen sur a veis desp erd íc io s p o r qu e est e r ei merec euo cognom e de Ma g n a n imo , mu i to h a que reg i s tarco m l ouvor em ma te ri a do p rogresso industr i a ld o nosso pa iz .

Sã o obra su a o arsena l de Li sboa para a fabri cad e nav i o s ; o engenho de s erra r m a de i ra

,que s e

con stru i u p erto d e Le i r i a , m ovi do pe l o vento ; afabr i ca de p a p e l da Louza , cuj a d i r ecç a o s e ent regon a um o fi i ci a l g en o vez ; a gr ande fa br icad a s seda s no sí t i o da Cotov i a

,fundada p o r p art i

cul a res; a s fabri c a s d e v i dr os, a t a n a d o s e marroq u ins a fa br i ca d ' a rm a se p eça s d '

a r t i lh er i a , ondese fundiram o s canhões qu e serv i ram na Indi a em1 740, e muita s ou tra s obra s c i v i s, re l igiosa s, m il i t a r es e h y d r aul ica s, onde se empregou gra nden um e r o de o p er ár i o s, como p o r exemp lo no ab rim ento do Tej o Novo , n o Aqued uct o da s Agu a sl i vre s , no Convento d eMafra , em cu j o s t ra b al ho sse adestra r am mu i t í s s imo s ca nte i ros , que l avraramo bel l o porta l d a Fun d i ç a o , e t c .

Logo nos p r i n cíp i o s d' este r e in a do

, em 1 709,a p p a rece

- no s um hom em de g r a nde in i c ia t i va,de

nom e M a noel d a Cr uz San t i a go,que co m o s seus

emp reh en d imen t o s ba stan t e p rocu rou d esen vo lver a indu str i a m i n e i ra em t odo o re i no

,e a o

q u a l fo i conced ido p o r quarent a anuo s o p r i v i leg i o d a l a vra de toda s a s m i n a s de Portuga l . Sa nt i ago fez grandes p esqui z a s em va ri o s ponto s dopa i z , ma s, e sca ss e a ndo — l he o s ca p i ta e s , n a o consegu iu l ev a r p o r d ean t e a sua a rro j ada e vastaemp r eza .

Ma s a o gen io portuguez e stava a ind a reservadauma ma i s a l ta man ifestação do seu arroj o i n ven

t ivo , i n du str i a l e sc i ent ifi co . O i l l ustre p adre B a rt h o lo meu Lourenço de G usm a o ap re sen ta ao soberano , n esse anno de 1 79 9, o seu aerosta to , con h eci d o p elo Pa ssa r o la . A i nda na n avega ção aer i aeram o s p o r tug uez es o s p r imei ro s, como o foramn a ci rcumn a veg a ç ã o d a t erra .

Os our i ves da p rata,r e l o j oei ro s, e outro s art i s

t as m er ece ram a D. Jo ã o V e sp ec i a l a t t en ç a o , eembora por fa u s to

,é j u s to re conhece r qu e a n i

m o ub astan te d i vers a s indust r i a s sump tua r i a s.

Var io s ch r o n ist a s re l a tam as su as v i s i ta s á Casada Moed a

,p a ra ve r ensa i a r o s met a es, fazer a s

l iga s e cunha r b e l l a s mo edas do seu r e inado,r e

conhecendo a p er íci a do s m ai s h abeis operar io s,a o s qu a es depo i s d i str ibu i u p e l a s C a s a da Moedada Bahi a

,e st a bel ec id a a 1 8 de m a rço de 1 7 1 4 , e

d a Min a,i n st i tuíd a em 1 8 de m a rço d e 1 720, onde

s e l avra ram va ria s meda lhas co mmem o r a t iv a s emoedas de ou r o do a l to va l o r de 2435000 ré i s .A

' an t iga m a nufa ctu r a dos p a n n o s na Cov i l had i sp ensou o mesmo sobe r a no uma d a s sua s m a o

l o uv a vei s m ed i da s , fazendo a l l i fa br i car, desde isanno d e 1 7 1 0, todos o s fa r d am en tos das m i líci a s.

Ma s, sob r e todos este s fa c to s , a p p a r ece- n o sum

outro qu e m u i to m a i or l u s tr e dá a D. João V,

qu e é o do extrao r d in ar i o empenho co m que p elo ss eus emba i x a dores m andava investiga r a s innov a ç ões q ue n a s p r i n ci p a es co r te s d a Eu r op a s efa ziam n o s o fiíci o s e n as artes , orden ando a a cqu i5 1 ç a o dos m odel o s, a compra de seg redo s i ndu st r i a es e a t é o fferecer contracto a o s i nven to r es .E m 1 34 , p o r ex em p l o, s a b endo qu e em Pari s

um t a l erm i ll o n i d ei a r a um a nov a m a ne i ra d eimprim i r

,m an dou conv ida r o au ctor a cede r o seu

segredo,o qu e n a o s e effectuo u p o r d i vers a s ci r

cumst a n ci a s.

E m m a r ço de conde de Tarou ca , entãoemba ix a dor na H o l a nda , recebi a ordem d e p rocura r em Saxonia doi s m i n e i r os pa r a i rem d i r i g i ra s m i na s do B r a z i l

,t rat ando se t ambem n 'e s s e

t emp o da a cqui si ç a o de uma nova machi n a de ma

E forçoso , po i s, que se conceda ao re in ado deD. João V um l oga r cond igno n a h istor i a do p r og resso das industr ia s p o r tug uez a s, pel a s mu ita si n n o va ç ões qu e se p romovera m , e das qu a es o sfa cto s c i tados o fferecem , p o r serem ap enas o squed e mom ento no s o cco r rem ,

um a

fpa l l i da a mos

t r a , m a s qu e a ana lyse de mu i ta s un d a ç ões p iedos a s

,na sua pa rte a r t íst ica e i ndustri a l

,pode

confi rmar .N ' e ste rein ado

,a s sabo a r i a s p a ssam pa r a o ne to

do marquez de Ca stel lo Melhor,D. José de Va sconcel les e Sou sa .

E ' a D. João V q ue se deve um a da s ma i s m in uci o sa s p ra gmá t i ca s .

Já t i vemos ense j o de no ta r a i nfl uenc i a p ern ici o s a que a s l e i s sump tua r i a s t i v eram s empre n a si ndus tr i a s .

Não so ffrem igno r anc i a algun s p eríodos m a i scur io so s da i nteres sant e p r a g m a t i ca p r omulgadaem 24 de m a i o d e 1 749 , po r q ue n

'e l l es s e lê emprec io sas ind i ca ções :

«Todo o a lfa i a t e,bordado r

,boto ei ro , ou rives,

d oura dor,sel lei r o , s a patei ro o u o fi i ci a l de out ro

q ualqu er o fi i ci o , qu e fi zer obra algum a contrariaa o que n ' e sta lei s e determ ina , a l em do p erd im en to da obra , p a gará p e la p rime i ra t ransg r essãoc in coent a m i l réi s e s er á p rezo por sei s meze s ep el a s egunda pagará dob rado

,e fi ca r á p r ezo a té

i r em degr edo por c i n co a n n o s pa r a Angol a . o u,s e fôr extra nge i ro

,p a ra fór a dos meus dom in i os

p ara semp r e .

«Na sm esm a s p en a s i n co r rer a o a smul h ere s queexerc i t ar em algum offi c i o sim i l h a n t e,en

' el l e tra nsg r ed i r em es ta lei .

«E toda a vez qu e s e a cha r a lguma co i sa cont r a a el l a

,o jui z ob r iga r á a p essoa , a quem fôr

a chada que decl a r e o ob r e i ro que a fez ; e n a oq uerendo d ecl a r a l — o , p aga rá p en a p ecun i a r i a , queáquel le to ca ri a p aga r . »Esta p r agm a t i ca

,extrem am ente prohib i t iva , n a o

p erm i t t i a“ aos ap rendize s de o ffi ci o s m ecán icos

o u so de e spad im , n em o exerc í c i o de a l gum asi ndustr ia s enta o em voga

, p o r a s cons idera r fomen t a d o r a s do l uxo .

U m a lei tão despot ica n a o podi a sub s i st i r p o rm u i to t empo . Logo

,d ' a h i a do i s anuos , em 1 75 1 ,

D. Jo sé I, por um s eu alva rá de 27 de abri l , m o

d i fica p rofundam ente tão i n so l i t a s d isp o srç o es.

Qu a nto á indus t r i a h i p p ica , algum a s p r o v i d enc i a s s e deram a inda n 'este rein a do . E m 1 736, pu

bl icam - s e as No va s i n st rucç ô'es so br e o r eg imen

d a s co ud ela r i a s,e , como a industri a ca v a l l a r er a

cons iderad a a ssump t o refe ren t e á d efeza nac ion a l , es tava a ca r go d a Junta dos Tres Estados .E m 1 748, creo n - s e a con del a r i a de Al ter

,e

d ' e l l a sa h i r am reproducto r e s p ara diversos p o nto s do p a i z, accen tu a ndo— s e p o r a l gun s a n n o s omel horam en to d '

eSt a i ndus t r i a .

No re in a d o de D. Jo sé I a p p a rece- n o sum h o

mem de a l to e sp i r i to e de l arga s co n cep ç o es,u e

,sendo o gu i a do mo n a rch a , l he deu o per i o

o m a i s b e l l o que a lo g o g r a p h i a i ndu str i a l portugu ez a a ssi g n a la . B em podia es te r e in a do s er co ns i de r ado super i or

,como o é

,a o d e D . M a noel se

o fundam en to d e um im pe r 1 o n a o fô r a cou sa p a r ac au sa r m a i s e s trondo do qu e um a sa bi a a d m i n is

t ra ção a ssa z d ign a d e s er tom a da p a ra mode l oem todos o s t empos . E ' es te

,poi s

,o gra nde pe

r io do d a i ndustr i a nac ion a l . As sa bi a s refo rm a sp omba l in a s, a p r o tec ç áo d isp ensa d a à s g r a nde s1 n ici a t i v a s, cons t i tu em um e te r no e log i o a o soberano qu e soube conse r va r no poder um m in i st rocomo o m a r quez de Pomb a l .Não é um e studo do desen vo lv im en to i ndus

tr i a l n ' e ste re in a do que va mos t r a ce j a r , po rqu et a l quadro o ccup a r i a um espaco enorme . E '

a p e

na s uma rap id a enume ra ção de fa c tos que ta n toval em por si me smos qu e p a r a lhes pe r ceber aimportanc i a n a o s e torna n eces sa r i o ex a g g er a l —o s.

N 'esta p rot ecção á i ndustri a nac ion a l , só umramo d 'e l l a

,o da ex p lo r a ç a o m i ne i ra , pa r ec e t er

s ido m enos fe l i z,m a s cons id eremos que todas

a t ten ç ões e s tavam vol t ada s p a r a a sm in a s do Braz i l

, que mereceram a Pomb a l a s sua s m a i s s a b i asd isp 051 ç o es.

Por decreto d e 1 4 de j u lho d e 1 750, concedeel — re í l i c ença p a r a Chri s tia no H en r ique Sm i thsesta b el ece r a p r im e i ra fa b r i c a de refi n a r a s su carq u e houv e em Lisboa

,no l a r go d e S. Pau lo , qua

si defront e d a Moeda,onde se v endeu o a ssuc ar

a o p re ç o de 1 00, 1 20, 1 40 e 1 60 ré i s c a da a rra t e l ,resp ec t i vament e ás qu a t ro qual ida des e conform ea ta x a est ipu l a da .

1

O r es ta be l ec imen to das fa b r i c a s de l a n ifí c i o sfo i um do s p r i n ci p a es ob j e cto s que m a i s o ccup ar am o m in i ster i o pomb a l ino . A Junta do Co mmer ci o , l ogo depo i s da sua i n st a l l a ç a o , m a ndouv i r novo s m est re s e a r t i sta s estrange i ro s qu e der am p r i n c ip i o ás fa bri c as r ea es d a Covi lhã e doFundão .

Porém só em 1 764 , p o r um a Co nsul t a de 1 dej unho

,é que s e est a bel ec em de 'novo a s fa br 1 ca s

da Covi lhã e Fundão,a que se s egu i u a d e Por

t a leg re em 1 772 , toda s a dm in i st r a da s p el a J unt ado Commerc i o . As d esp ez a s, qu e co m este s e stabelecimen t o s s e fi zeram , sa h i r am do cofre dosp h a r o es e do dos 4 por cento .

º

E m 1 788 e s tas fa b r i c a s p ass aram para a —. poss ed e part i cul ares .

Até a o t e r r emoto a indust r i a por tugueza l im ita va —se a p a n n o s d e l i nho , l inha s d e Gu im a rã es,chap eo s d e l ã d e B r a ga e d a t e rr a d a Fe i r a , ferra gen s grossa s d e B ra ga e de G u im ar ães. p a n n o s

G a bi n ete H istor ico d e fr . Cl aud io d a Con cei çã º , vol . XI I .Qua n d o se d euo ter r a mo to d e 1 755, o íi ªer eceu l og o a Jun ta d o

Commer ci o a el - r ei,em n ome d a sua cor por a ç ã o , 4 º

!, p er cebi d osn o s d i rei tos d e en t r a d a n a s a lfa n d eg a s, co m o n ome d eDon a ti vo ,pa r a co m este p r oducto. cobr a d o e d espen d i d o pel a mesma jun ta ,con st rui r a s a lfa n d eg a se a p r a ç a d o Commer ci o, o que com e ei

to se cump r iu; e d o cofre d o d on a t i vo eg ua lmen te se so cco r reu

jun ta p a r a o esta belecimen to d e a lg uma s fa br ica s.

grossos de l a e sa r a g o ç a s; e quan to a seda s háv i a pou ca s fo r nec idas p el a fa b r i ca de Li sbo a , a lemdos g o r g o r ões, p r op r i os p a r a m an tos d e que atéentão u savam a s m ul heres

,fa b ri c a dos em B ra

g a n ç a . Todos os m a i s gener os m a nufa ctu r a do spara consumo do re ino e colon i a s v i nham defora .

1

Do producto doDo n a t iv o d o s4 sa bi a a m a i o rp arte dos so cco r r o s da dos a fab r i ca s nova s

, co mo nome de emp r est im o s; e i s a l gu s :A G ui lh erme Step h en s, um d o sm a io res ben e

mer i t o s da i ndust r i a po r tugueza,p a r a o est a bele

c imento da fa bri c a d e v i dro s d a Ma r inha G r a nde,

3 2 :00o 000 ré i s,qu e p a gou

, p erm i t t i n d o—se- l h e

t ambem o u so g r a tui to d a s l impez a s do p inh a l d eLe i ri a p a ra seu combus t i ve l . Est a fa b r i ca p a r ec eque assen tou sob r e a que da v i l l a de Coina paraa l l i se m udara em outros tempos . St ephens i naug ur o u a sua fa b r i ca em 7

'de j u lho d e 1 769 .

A Jo ã o B ap t ist a Lo ca tel l i , para a s su a s fa br i ca sd e a lg o d ões, d e r é i s p o r d iv e r s a s v i a s .

Este i ndus tr i a l ta mbem esta bel eceu em 1 764 uma

fabri ca de grude,e ou t r a s de a ze i te de p e i xe .

A !

fa b r i c a d e l a n i fi ci o s em Casca e s fora m em

p resta do s de ré i s . A '

d e fa zend a sb ranc a s em Aze itão 66 :397Jp 874 ré i s ; á d e fa z endas brancas d e Sa cavem , d e G ui lherm e Ma co r

m ik,a qu a ntia d e r é i s ; pa r a a d e t a

p eç a r i a s d e Ta v i ra , d e Pedro Leon a rdo Mer g o uxe Theoton io Pe rei ra H ei to r, 4 :000J25000 ré i s ; p ar a a de qui n qui l h er i a s d e Alcob a ça , de Fe r n a ndoJ0sé Lora n

,réi s ; e t c

Mas n a o só e stes est a bel ec imen tos mereceramp rotec ç áo . A fa b r i c a d a s sed a s no Rato, e a s su a sannexas são d i st i ngu ida s mu i to especi a lmen te .

J un to d 'e l l a se e s t a bel eceu t i n tu r a r i a s , aul a ded ebux o , o fli ci n a de ca la n d r a g em , e tc . An ima —s e a

RJa comeRa t o n Recor d a ções, p a g 98 .

Vi d eNoções H ist o r icas p o r José Accur si o d a s Neves, 1 827 .

cu l tu r a d asamore i r a s e a p r o ducç ã o da seda er i

g e—se a fabri ca d e cha peos em Pombal

,de onde

sa em m u i to s fa bri ca ntes ; a fab r i c a de cu t i l a ri a,a au l a d e e stuqu e e d esenho fa bri c a de p en t es

,

ca ixa s de a p el ã o , vern izes, re logio s, e d e outro sob j ec to s . s estabele c imento s d e serra lher i a e del im a s em Lisboa e Pernes a fabri ca d a l ou ça, d ebo tões

,de fund i ção d 'obra s v a sa d a s de d iverso s

met a es de x a r o es, de fo lh et a s p a ra cra vação d ep edra s p r ec io sa s

,d e lona s na c idade da Ba hia

,de

desca s ca r a rr oz,no Ri o de J a ne i ro

,de pel l e s

,d e

co r tumes; a de lo i ça no Cavaqu inho (Porto) e ada Pa n a sque i r a (Sa cavem ) .A fa b r i ca de m e i a s de e s tambre de Thom a r é

compra d a po r Ve rdi e r e Ra tton,p a ra n 'e l l a est a

belecerem a gra nde.

fi a çã o de a lgodão, qu e o pu

l ent a a inda hoj e aquel l a c idade . E m Ave i r o e Ova r,l evan ta m - s e fa bri c a s d e a ze i t e d e pei x e , sendo a

p rim ei ra de João B a ptis t a Loca t el l i,venezi a no

,

qu e o ex t r a h i a d a s a rd inha , e a segund a do fr ancez Mi n j o a l , que em Ova r l evantou um gra ndees tab el ec imen to . Seguem - s e a fa bri c a d e ba et i l h a sp e r to de Li sbo a e a fa bri ca de c a rda s d eRa t ton , etc .

Co m um t a l desenvo lv im en to, po i s, de fab r i c a sque t a n to val em pel o s vest ig io s que de ix aram ,

p e los o ffi ci a esque n 'e l l a s aprenderam,que re inado

jáma is houv e em Portuga l d i gno de t ã o g r a ndememori a ? É p o r i sso que nos cus ta p a s sa r a l éme chega r a ep o ca smodern as .

A cív i l isa ç ã o m at e r i a l do pa i z nao podi a de i xa rde ser a comp anha da pe lo desenvolv imen to l i t terario . E m 1 77 2 , o m a rq uez de Pomb a l creo u4 55es co l as ; em 1 773 m a i s 47, e do i s anuos p a ssa dossobre a mo r t e d e D. Jo sé I, o rei no con t a va co m702 esco l a s . A grande r efo rm a d a U n i ve r s i dade

,a

fun d a ç a o do Co l l eg io dos Nobres e a a u l a do co mmer ci o 1 são t i t ul o s va l io so s á con s i dera ção dei n dustr i a l i s ta s e es tud io so s.

Os esta tutos d a Aula d o Commerci o for a m a p p r o va d o sem 1 9

d ema i o d e 1 759 , d o is a n n o s a p o z a sua crea ç ã o .

Abatem — se monopol io s odiosos cºmº o d º s ab a o , co m º decre to de 20 de d ezembro de 1 765,

que estabe l ece o s p reço s e a adm i n is tração d a ssabºa r i a s, e p a r a compensa r um d ºsd ºn a t a r i o sdosabão p re to , dá — se em r esga te a o conde de Castel l oMe lhor, p ºr d ecre to d e 4 de se tembro, a l em dº t itu l o d e marquez, mu i to s ben s d e r a i z e p adrõe sr ea es, um a grande p a rt e da cerca do col legio deS. Roque, qu e fôra d o s jesuít a s, cºm cu jº t e r reno

—º nºvº m a r quez al argou a sua p rºp r i edade,n º s í

'

t i o onde é hº j e a ga r e d a estaç㺠do Ro ci o .

O descºbrim en to d a a rg i l a refra ct a r i a em P ºr

tuga l t ambem teve logar n 'esta epºca . U m fra nc a

,de nom eDrºuet

,esta belece n a sv isin h a n ç a s de

Avei ro uma fa br i c a e fº r nº s d e t i j ºlos r efr a ctar i o s . Este Drouet and a r a p o r o r dem do gºve r nob uscando p el a s p rºv ínc i a s i n d íci o s de a r gi l a r e

fr a ct a r i a , a t é en t㺠d escºnhec i da en t r e nós, e d e scob riu — a j un tº do r iº Vºug a .

E m 1 76 1 ,Dr ºuet con st ru i u co m ºs s eus t i j º lº sn o A r sen a l do Exe r c i tº um forno d e reve r bero

,

o p rime i ro qu e t amb em s e v iuem Pº r tuga l,e d e

t ã º gra nde c a pac id a de qu e n 'el l e p ºud em a i s t ard eB a r tholºm eu da Cºst a fund i r todº o brºnze n ec e s sa r i o pa r a a e st a tu a eques tr e

,ess e mºnum ent o

qu e bem podemº s d ize r syn t h et isa p ºr tºdos o sm odos a a r t e e a i ndus t ri a n a ciºn a es no secul o x vm.

Depº i s de' t e r trat a dº,a inda qu e tão summ a r i a

m en te , o re in ado d e D . Jº sé I, fa l lecem for ç a s

p ara cons i dera r a s con t ingenc ia s sºffr id a s p e l an ºss a i ndu stri a no r ei nado subsequen te.Na º qu eD. M a r i a I não t ivesse prest ado algum a a t ten ç a ºaºs negoc iº s d e a dm i n i s tr a ç a º , m a s pel as invasºes, qu e p renunc i a da s em 1 762, n ºs assol a r amem 1 807

- 1 809 e 1 8 1 0 .

O m in i s t rº D.Rºd r i go d e Sºu sa Coutinho es tabe lece p ºr cºn t a da cº r ºa um a fa b r i ca de p a pe lem Al emquer . U m i n t e re s s a n t e a lva r á de 1 7 dej unhº de 1 769 m and a em ra za r o s sa p a es e m ar in has d e Ta vira . E m 1 7 4 º sab i o dr . Dom ingº s

Va n d el l i fa b r i ca em Cº imb r a a m elhºr fa i an ça qu ehºuve em Po r tuga l . E m 1 785 e r ige- se em Alco ent re a fab r i ca de fi an ç a .

E m 1 793 a i ndust r i a nº B r a z i l p rog r edi a a indag r a ça s a o s impul sº s anter i o r es . N '

ess e annº J .

Ma n ç º Per e i r a fa b r i c a a l l í a po r cel an a , e demonst r a que a t a ba t i n g a br a z i l ica e

'

o leg ít im o ka o lm o

d ºs ch in s,t ã o a nc iºsam en t e de sej a d º a ind a a e ss e

tempo n a Pr u ss i a e n a Fra n ç a .

A fa bri c a de chi t a s em Azei tão receb e nota ve laux i l i º . Os seu s fund a dore s ºbt eem , bem cºmoºutrºs vel hºs i n d ust r i a es, avu l ta das p en so esp a r ad esca n ç a r em n a velh i c e . Esta be l ece-se o B l a t ºr i od e Cha c im , que custºu p a ra c ima d e 3º:o ºº cruz a dºs

,a s n i t reír a s d e B r a ç º de Pra t a e a g r a nde

Cº r dº a r i a d a Junquei r a , que p r ospe r ou g r andem ente. As sa l in a s d º Sa dº ºccup a m ce r ca d eºpe r á r i º s e p r ºduzem regul a rm ent e mºi o s

p ºr a n n º .

As inva sõe s fr a n cez a s são p a r a a i ndus tr i a n a

c i ona l º ex o d o ter r i ve l . Tudo qua nto sehav i a fe i to,

tudº se an iqui l ou . I r m a i s al ém , i sto é , chega rep ºca sm a i s p r ºx im a s

,n a º deve se r a ssump t o p ro

p r i o d a lºg ºg r a p h i a i ndustr i a l . Perm i t i am - nos fica rmos p ºr a qu i ; por qu a n to n a o e ag r ad a ve l r el at a r baixez a s e v i l l a n í a s

,pº r qu e a ss im comº a a r t e

só se cºn cebe co m o cu lt o do bel lo,a h i s tº r i a

só se de v e com prehender co m º reg i s tº de fa ctº sque i l l u st r em e ensi nem . Tudº º m a i s é emmol h a r j º i o e tr igº n

º

um mesmº fe i x e .1

No seu t r a ba l h º A I n d ust r i a con temp or a n ea , em ela bor a çã o,tr a ta r á. 0 a uctor d eti d a men te o a ssum p t o , completa n d o a s i d ea s

g er a es d'este li vr o

,e h íst o r i a n d o o r en a scimen to i n d ustr i a l p o r

t ug uez .

Ca et a n º Alber tºLa r g o d o P o ç o No v o Lisbo a

Rev rs'r a I LLU ST RADA DE P ORT U G AL E DOE X T RANG E IROP rem i a d a n a E xposi ç ã o d e P a r i s d e 1 878

n a d e L i sboa d e 1 888 , n a d e An tur p i a d e 1 894 . (i r a n d e d i p lom a d e H º n r a

n a E xposi çã o d a Impren sa d e 1 898P U B LICAÇ! O T RIMENSAI .

Assi g n a iur a perma n en te : A n n º 36800 semest r e t r imest r e9 50 , n umer º a vulsº ºua en t r eg a 1 20 r é is. Afr ica , a n n º 4 5000 . se

mest r e 25000 . E xt r a n g ei r o , B r a z i l e I n d i a , a n n o 55000 , sen iest r r

2 5500, fr a n co d e po r te.

LI VROS P ARA RIRONa r i z d º T a bel l t ã o . p ºr E Ab out 1 v o l 200 r é is.

Sa p a t os d e (le/un d o , p o r Lei te B a st os, i l lust r a d º p ºr Ma n uel d eMa ced o , g r a vur a s d eCa et a n o A l ber tº— 1 v º l . ed i ç ã º d e lux º , 600 r s

Vm g em á r o d a d a P a r v o n í ,a pel o cºmmen d a d o r G i l Va z i l lus1 1 a ç o es d eMa n uel d eMa ced o— 1 v ºl . 500 r é is, fr a n co d e p ºr t e.

NOVAS DO OUTRO MUNDOCa r t a d e Jº ã o d e Deus a ºs estud a n tes, co m o r et r a t o d e J o ã o d e

Deus, p o r D. d a Ca m a r a , fºl h et º 1 00 r é is.

NOÉ. il Sil l ENSl i—l DE CURARP a n o ME T H ODO K U H NE

Sem med ica men tºs n em o per a ç ões.— Resumº p r a t icº co m r ecei t a s

d a Cº z i n h a Veg et a r i a n a . P r eç º 1 00 r é is.

DE SCOB RI ME NT ODOB RA! I LNARRAT IVA DE U M MAR INH E IRO

E d i çã o i l lust r a d a cºm mui t a s g r a vur a s eum ma pp a d a v i a g em1 v o l . b r och a d o 300 r é is, ca r t o n a d º 40 ) r eis.

Descobr imen to dasFi lipp inaspelo navegador portuguez Fernão deMaqalhãesP ºn CAE T ANO ALB ERT O

1 v º lume i l iust r a d o co m g r a vur a s. P r eço 500 r é is.

AVENT U RASDiuMANOVIÇAVERS! O n n E sr sv n s P ERE IRA

1 v o lumei l lust r a d º co m um a ca p a a côr es. P r eçº 200 r é is, pel º co rr eíº 220 r é is.

E M P U B LICAÇ! O

ODICCIONARIODAS S E I S LING U ASE M U M só VOLU ME

Francez , a llsmão, ingles hespanhol, i tal i ano eportuguezP r eç o d e ca d a fa scícul o sema n a l 3 0 r é is. Assi g n a -se em t o d a sl i v r a r i a s e n a s ter r a s o n d e a E mp r ez a t em cºr r espo n d en tes.

E st ev es P er ei r a , Jºã o Ma n uelA i n d ust r i a p o r t uguez a

(secul ºs XI I a XI X)

P LE ASE DONOT REMOVECARDS ORSLI P S FROM T H IS POCKE T

UNIVERS IT ! OF TORONTO LI BRAR!