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Page 1: 1º SEMESTRE DE 2010 NÚMERO 06 · 2016-11-22 · os leigos e leigas do Pequeno Projeto da congregação, Província de l agoa vermelha, estão presentes em sete cida - des do estado

1º SEMESTRE DE 2010NÚMERO 06

www.isjbrasil.com.br e-mail: [email protected]

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EditorialSumário

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EXPEDIENTE:

Publicação das irmãs de são José - brasil, bolíviaEquipe de coordenação: ir. adelide canci, ir. andréia Pires, ir. antenesca michelin, ir. ires lídia Grandi, ir. maria de lourdes Toledo

Editoração Eletrônica e Impressão: editora são miguelTiragem: 8.500

desejamos a você uma boa leitura. aguardamos suas sugestões e apreciação, no e-mail: [email protected]

EXPLICAÇÃO DA CAPA

45 a 6

“a revista está sendo algo muito interessante porque nos permite conhecer muitos assuntos que, mesmo tendo acesso à internet, ela nos traz um conteúdo melhor e nos dá a oportuni-dade de uma leitura muito rica.”

Terezinha e Bebeto Wyse, São José do Norte - RS

“a revista para nós é muito boa. através dela podemos ficar informados de vários acontecimentos que também nos dizem respeito como leigos e leigas do Pequeno Projeto. destacamos o assunto: “somos desafiados a responder às urgências do Pla-neta”.

Francisco e Helena Rodrigues, São José do Norte - RS

27 a 31

17 a 23

13 a 16

7 a 12

24 a 26

Leia neste sexto número:

NO PROJETO DE DEuS, O “PEquENO PROJETO”

- História da Congregação no Brasil (continuação)

PARTILHA DO CARISMA

- Leigos e Leigas do Pequeno Projeto

ESPIRITuALIDADE

- Mistério da Encarnação

PRESENÇA SERvIÇO- Missão em Moçambique

- Atenção às urgências do Planeta

- Catequese para Adultos

- Projeto Projari

- Pastoral da AIDS

ENTRELAÇANDO FORÇAS:- SAvI

- Fórum da Juventude das Congregações de São José

- Encontro dos Conselhos Provinciais e Região N/N

ATuALIDADES:- Mutirão de Comunicação

- Capítulo Geral das Irmãs de São José

- v Projeto de Formação Contínua

- Tv Século 21 – Semeando vida

- Irmãs de São José agradecem ao Conselho Geral

TESTEMuNHOS DE vIDA:- Doutora Zilda Arns

- Projeto Intercongregacional da Amazônia

- uma luta, uma conquista

- Cem anos de vida!

GERAL:- Como deveria ser uma comunidade de

Irmãs de São José

- Consagração definitiva

- Dicas para a Terceira Idade

- São José de Pelotas - 100 anos

queridos Leitores, queridas leitoras,

Com alegria, chegamos à 6.ª edição da revista das Irmãs de São José. Essa importante ferramenta de comu-nicação, colocada a serviço da vida e da unidade, é, ao mesmo tempo, um registro da história. É o espelho que reflete o “o que”, o “quem”, o “quando”, o “como”, o “onde” e o “por quê” de nossas escolhas. É construída coletivamente, respeitando o estilo comunitário de viver das Irmãs de São José, e também para projetar a conste-lação de acontecimentos, ideias, soluções, mudanças e desafios de nosso tempo.

Desejamos a todos uma leitura fidedigna, reveladora e útil. que São José nos inspire, ajude e encha de unção as vidas tocadas pelas palavras aqui impressas.

Depoimentos

a árvore que surge através do globo, espalhando flores em todos os continentes, a água, a terra, os pássaros vivem e sobrevivem quando há respeito e preservação do meio ambiente.essa é nossa resposta dada aos desafios e às urgências do Planeta para construir um mundo que contemple a vida para todos.a vida nasce da sintonia com o universo, comigo mesmo, com deus e com o irmão.

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No Projeto de Deus, o “Pequeno Projeto”

História das Irmãs de São Jose (continuação)

Da frança para o brasil

o processo missionário do Pequeno Projeto de Padre médail-le iniciou seu itinerário no brasil em 1858. as irmãs vieram de chambéry para são Paulo a pedido de dom antônio Joaquim de melo, na época, bispo de são Paulo e minas Gerais.

em 1896 é de Tarantaise, moûtiers, região da savoia, na Fran-ça, que se inicia a história de heroísmos, partidas e chegadas das irmãs de são José para o Paraná, brasil.

a França vive um clima conturbado de pós-guerras napole-ônicas, no qual, países atingidos procuram retomar territórios perdidos anteriormente e o povo busca conquistar espaços, na e pela migração.

No Paraná, a situação se torna propícia por sua localização, condições de desenvolvimento agrário e cultural, chegada de correntes migratórias, vindas de países da europa, do sul e do nordeste do brasil, causando uma verdadeira revolução em seus quadros. é assim que, necessidades imensas se somam para o governo, a igreja e a sociedade.

a igreja, através do bispo dom José de camargo barros, se desdobra em apelos para as congregações religiosas, a fim de atenderem, as urgências que se apresentam nesta situação.

como em são Paulo já havia irmãs de são José de cham-béry, França, agora, é para as irmãs de são José, em Tarantaise-moûtiers, região da savoia, que se dirige dom José.

madre adèle Jacquemard, superiora Geral, percebendo claros os sinais das urgências, envia seis (6) irmãs para iniciar a grande missão no Paraná.

em 1896 desembarcaram em Paranaguá, trazidas pelo navio macedõnia, seguindo serra acima, até a capital paranaense para

responderem à solicitação de dom José. Não demoraram as res-postas generosas das irmãs, nas áreas da saúde, educação e diversas carências sociais.

as primeiras instituições foram a santa casa e Hospital Psi-quiátrico Nossa senhora da luz, em curitiba, seguidos da santa casa de Paranaguá, colégio são José de curitiba em 1902.

outras irmãs aportaram nas terras paranaenses para reforçar a missão. em 1907, madre Julia Jarre chega para fundar o reno-mado colégio Nossa senhora de lourdes, na capital paranaense, que foi por ela dirigido durante 53 anos. de todo o estado e fora dele, alunas internas, semi-internas e externas ali buscaram o saber e a vivência dos valores cristãos.

o trabalho com crianças órfãs e com os pobres nunca foi deixado em segundo plano pelas generosas irmãs francesas, às quais se somaram numerosas vocações locais.

À primeira superiora provincial madre leonie banchet, prove-niente de aime, na Tarantaise, sucederam-se figuras generosas e que marcaram história, como madre marie suzanne chevillat, que até 1963 muito contribuiu com seus múltiplos dons, para a expansão missionária, não só no Paraná, mas em vários estados brasileiros e outros países de missão.

Hoje, guiados por fatores históricos e sociais, muitos colégios e hospitais passaram às mãos de outras entidades, enquanto as irmãs continuam atendendo necessidades, sobretudo, junto a populações carentes onde o evangelho é menos conhecido, no brasil, e em outros países.

o chamado missionário se estende a todos os/as jovens ou adultos que, ouvindo o apelo evangélico, desejem reservar parte ou a integralidade de seu tempo a serviço dos irmãos, seguindo os passos do mestre Jesus.

ir. antenesca michelin csJ, Paraná

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Partilha do Carisma

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o PeQueNo ProJeTo de Pe. Jean Pierre médaille está vivo na mente e no coração de tantos leigos e leigas que vivem a espiritualidade da congregação das irmãs de são José.

os leigos e leigas do Pequeno Projeto da congregação, Província de lagoa vermelha, estão presentes em sete cida-des do estado do rio Grande do sul, e nos estados da bahia e espírito santo. realizam encontros mensais de aprofunda-mento da espiritualidade e partilham a vivência do carisma. Participam do retiro anual, momento de reavivar a chama da comunhão que arde em cada coração. em 2009, parti-ciparam 148 leigos e leigas. o tema do retiro foi: o Projeto de Deus, na Parábola da videira. Foi um dia de reflexão, encenação, oração e partilha, dia celebrativo, envolvente e muito rico.

como compromisso, cada grupo, nas diferentes localida-des, vai procurar descobrir como viver no concreto: o “Per-maNeci No meu amor”.

Na região da bahia e espírito santo também houve um encontro, onde, com entusiasmo, partilharam a vivência do carisma de comunhão.

“O Pequeno Projeto”leigas e leigos do pequeno projeto

Percebe-se que o povo está sedento de espiritualidade. acreditamos que todo carisma brota de deus e não morre. Frequentemente chegam até nós pessoas pedindo para vi-ver a espiritualidade.

Temos a alegria em constatar a fidelidade ao chamado que deus faz a cada um, a cada uma. como maria, fiel às inspirações da graça e como José sempre atento e disponí-vel, 25 leigos e leigas renovaram o compromisso de viver o carisma de uNidade.

o grupo de irmãs que acompanham mais diretamente os leigos e leigas do Pequeno Projeto, reúnem-se trimes-tralmente para aprofundar a espiritualidade e o carisma, partilhar experiências realizadas nos diferentes grupos e ver dinâmicas que ajudam no crescimento.

cada grupo está organizado, exercendo lideranças con-forme suas necessidades.

a vivência acontece na família, no local de trabalho, na igreja e no meio social em que participam. Há grande em-penho na vivência do carisma no que diz respeito à opção pelos pobres e à defesa da vida no Planeta Terra.

Therezinha Zandoná, isJlagoa vermelha - rs

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Espiritualidade

Padre médaille, contemplando a eucaristia, intuiu como se-ria o “Pequeno Projeto” que deu origem à congregação das irmãs de são José.

diante da realidade em que a França do século Xvii estava imersa, nosso Fundador, Padre Jean Pierre médaille, perce-beu que a construção da unidade seria um grande projeto de vida e missão para quem desejasse fazer parte do “Pequeno Projeto” como ele denominou a congregação das irmãs de são José. e, para iluminar, fundamentar, fortalecer o carisma de “construir a unidade”, convida-nos a contemplar os mis-térios da santíssima Trindade, da encarnação do verbo e da eucaristia.

a Trindade santa contempla a obra da criação. “vê” as re-lações de dominação, de escravidão, “ouve” os gritos de dor das pessoas que sofrem a exclusão social, política e religio-sa. o Pai se voltou para o Filho amado, sua Palavra eterna: “Filho, se você deixasse nossa mesa para sentar-se à mesa dos homens e das mulheres, se você descesse à terra ... se você falasse aos homens e às mulheres para convidá-los/las à mesa da igualdade, da fraternidade, das relações entrelaçadas no amor”... Para dar forma e consistência ao projeto, faltava alguém. a santíssima Trindade precisava de uma mulher que colocasse o seu ser mulher à disposição de deus. “é então que deus pediu licença a uma mulher, pois deus nunca passa por cima da resposta de seus filhos e filhas.” (ana roy, isJ )

A E n c a r n aç ã o d o Ve r b o

Toda encarnação depende da mulher e não pode aconte-cer sem seu consentimento. Encarnação exige um corpo de mulher disponível, corpo Arca, corpo Taça, corpo Sacrário a abrigar a vIDA.

“e maria aceitou que o verbo eterno fosse hóspede do seu ventre. e o espírito santo a envolveu com sua luz! e o verbo de deus tomou rosto humano:

carne fez-se corpo. corpo fez-se homem, igual aos outros homens, menos no pecado. Homem fez-se servo e lavou os pés dos seus comensais.

“Toda mulher, em qualquer idade e em qualquer opção de vida, é convidada a gerar vida, a proteger, a cuidar da vida.” (Profetismo e comunhão na ótica feminina – ir. ana roy)

Em Jesus Cristo, Deus armou sua tenda e habitou entre nós. Jesus cristo é inteiramente deus, sem qualquer restrição. é inteiramente homem, sem qualquer diminuição. Jesus realiza a união de deus com a pessoa humana e da pessoa humana com deus. é verdadeiramente o amor de deus por mim e por ti que se concretiza em Jesus cristo. Quando atingimos Jesus cristo pela fé, descobrimos a verdadeira dimensão da pessoa humana, transformada em morada de deus.

a caminhada de Maria foi um percurso realizado na noite escura. deus quis precisar de maria para gerar a vida. e quis precisar de José, o homem justo, para proteger a vida. apoiada na fé, maria soube permanecer no silêncio de adoração em

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todas as circunstâncias até mesmo ao pé da cruz.a dinâmica e a pedagogia de deus de se manifestar às

pessoas são peculiares. Há sempre uma proposta gratuita: “alegra-te, o senhor está contigo!” À pessoa agraciada corres-ponde uma resposta livre e responsável: ”Faça-se”.

NOSSA ENCARNAÇÃO EM INDAIATuBA-SP, NO NOvICIADO SÃO JOSÉ

deus quer se manifestar, também hoje, em nossa história. a disposição pessoal de acolhida da Palavra de deus em nossa vida e missão abrirá sempre novos caminhos para a encarnação do verbo. Quando dissermos um generoso “sim” ao Projeto de deus, perceberemos que, à nossa volta, a Palavra começa a se tornar eficaz, os olhos vão se abrindo para novas realidades e surgem sonhos possíveis de serem realizados a favor da vida, da unidade, da fé, do cuidado do planeta que é nossa casa. É o que experienciamos como Comunidade do Noviciado São José – Indaiatuba SP – Bairro Jardim Morada do Sol.

as irmãs de são José estão na periferia de indaiatuba-sP, desde o início de 1991. caminharam com o povo e aos poucos foram surgindo as comunidades, ao todo, nove, na Paróquia santo antonio. em 2008, um novo apelo de deus: transfe-rência do Noviciado S.José-Inter, de Porto Alegre para Indaiatuba. em 2010 chegam ai Noviças: aline, gaúcha e as paulistas, ana maria e sandra.

o senhor nos congregou de diversas partes deste seu mundo e nos abriu o coração, os olhos e fomos construindo a comunidade formadora. em nossos diálogos fomos projetando e decidimos dar respostas às necessidades que fomos detec-tando.

chegou o momento em que tivemos de selecionar ativida-des para podermos responder com eficácia à nossa missão.

e então, priorizamos a formação das irmãs Noviças e conse-guimos assumir também algumas atividades: educação da Fé para adultos e jovens; formação humana e cristã para grupos de casais; Pastoral da criança; Formação bíblica e litúrgica; orientação das leigas do Pequeno Projeto; orientação de reti-ros, organização do sav (serviço de animação vocacional) Pa-roquial. Também conseguimos participar: no grupo de jovens; no encontro dos bolivianos que residem em nossa Paróquia; em Grupos de vivência; nas assembléias do cras (centro de referência da assistência social); nos encontros da rede cele-bra e alimentamos nossa fé celebrando com as comunidades da Paróquia.

Todas estas atividades são fruto da escuta da Palavra de deus e da realidade que nos envolve. são consequência de sonhos partilhados e assumidos na visão do Projeto do Pai: “Filho amado, se você fosse ... se você falasse às mulheres e aos homens e os convidasse a sentarem à mesa da igualdade, da fraternidade, da corresponsabilidade, da proteção da vida e à vivência da dinâmica da Fé que se expressa em atitudes de ternura, de solidariedade, de acolhida, de perdão...

sempre temos muito a aprender com as pessoas que, em sua simplicidade, dão o melhor de si para a construção da co-munidade Povo de deus.

Também nos sentimos desafiadas ao estudo, à leitura para fundamentar o que acreditamos e sermos sinal visível do Cristo Encarnado, hoje, na humanidade.

desejamos concluir, tendo presente o início da 1ª carta de são João: “O que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos, isto vos anunciamos e damos testemunho para que vocês estejam em profetismo e co-munhão conosco”. (I Jo 1)

eulalia antoniazzi, isJ – indaiatuba, são Paulo

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Presença Serviço

Missão em Moçambique

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ir. marina de melo vasconcelos, irmã de são José de cham-béry, trabalha em moçambique. concedeu gentilmente uma en-trevista à irmã maria de lourdes para nossa revista. irmã marina nasceu no estado de são Paulo, é professora e psicóloga. desde a juventude trabalhou com crianças pobres e a partir de junho de 2003 integra a comunidade das irmãs de são José em mocimboa da Praia, em moçambique, África.

ir. maria de lourdes - o que a sustenta na missão?Ir. Marina – o que me sustenta é a graça de deus, a intimida-

de com o deus Trindade, a oração, o apoio das irmãs, familiares e amigos, o relacionamento com os mais pobres principalmente as crianças e doentes. e ainda, a certeza de que é isso que deus quer de mim neste momento da vida.

ir. maria de lourdes: Qual a missão da sua comunidade?Ir. Marina – a nossa missão como ir. de são José em mocim-

boa da Praia é buscar ser Evangelho vivo nessa vila onde 70% são muçulmanos. é o servir a todos sem exclusão, proclamando com a vida que somos todos irmãos amados por deus Pai.

alem de buscarmos ser presença do amor de deus, procura-mos investir nossas forças na formação de lideranças comunitá-rias na catequese, liturgia e em diversos grupos.

Nas Pastorais sociais: temos Pastoral da criança, com acom-panhamento e orientação para os cuidados de crianças desnutri-das, preparo de multi-mistura e papas nutritivas. em seis aldeias, criamos escolinhas para crianças de cinco anos aprenderem a língua portuguesa e assim ao iniciarem a escola pública conse-guirem ser alfabetizadas mais facilmente.

com adolescentes temos o Projeto “brincando com os dedos” que ensina trabalhos manuais (crochê, tricô, bordado...).

No hospital, a presença diária de uma irmã.acompanhamento dos doentes portadores de Hiv – sida.machambas ou roças comunitárias, tendo em vista diminuir a fome.Projeto Geração de renda que visa melhores condições de

vida aos mais necessitados.

ir. maria de lourdes - Quais suas grandes alegrias?Ir. Marina – são muitas! sentir a presença amorosa de deus

Pai-mãe na vida de nossos irmãos/ãs presença das irmãs de são José em moçambique, uma criança desnutrida que consegue re-verter o quadro, um catecúmeno que fala apaixonadamente da vida de Jesus e o quer seguir por toda vida, uma mulher analfa-beta que busca escola para aprender a língua portuguesa e as-sim se abrir para o mundo, comunidades que se organizam para rezarem e buscarem juntos soluções para seus problemas (água, fome...), um doente Hiv – sida que com o tratamento específico consegue recuperar a saúde e volta à vida normal participando da igreja, mesquita, sociedade.

ir. maria de lourdes - deixe uma mensagem para os leitores desta revista. Ir. Marina – Queridos leitores e leitoras, confiem em deus

e entreguem-se a ele. Façam o maior bem possível ao próximo. Tenham sempre um ouvido atento ao deus Trindade e outro ou-vido atento ao sofrimento dos excluídos. sejamos missionários da ternura e da misericórdia de deus onde estivermos.

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rezando e refletindo o documeNTo FiNal do capítulo Geral/ 2009 que deseja reunir nossas energias e responder às urgências do Planeta e da congregação, percebi que po-deria partilhar algo da diocese de Juazeiro/ba que também se empenha nesse mesmo objetivo.

reunidos em assembléia diocesana, no mês de novem-bro de 2009, com assessoria da cPT/ba, tomamos conheci-mento da situação do Nordeste e de modo especial das co-munidades da diocese. diante da realidade gritante que está ferindo nosso planeta, com os projetos de mineração e de carvão, traçamos um plano com metas de ação, que visam a um processo de conscientização e ações mais efetivas.

O que vimos: projeto de mineração - o Governo, tem como uma das prioridades, investir em miNérios, com a idéia de “desenvolvimento e progresso” para o estado, sobretudo para as comunidades do interior. a cPT/ba realizou uma pes-quisa que foi apresentada na assembleia. só na diocese de Juazeiro, há 5.344 autorizações de pesquisas para detectar os locais de existência do minério, mas muitos já exploram sem autorização.

Há presença de 1.400 empresas de mineração. a locali-zação é estratégica: dentro de locais vitais, tais como: Par-ques Nacionais, serras, brejos, povoados, áreas de fundo de pasto ao longo dos rios e junto às fontes de água.

as empresas prometem prosperidade, benefícios, pro-gresso, emprego, dinheiro vivo ao vender suas terras. Trei-nam o seu pessoal para pressionar as famílias, desman-chando cercas, danificando plantações, animais. o grupo faz suas demarcações com piquetes colocados, muitas vezes, no local do poço e mesmo dentro das casas.

assim, muitas famílias vendem suas terras e com a per-da da terra, perdem suas raízes, sua cultura. com a falsa promessa de ter dinheiro nas mãos, vão para a periferia de diversas cidades.

II. PROJETOS EXISTENTES NAS ÁREAS DA DIOCESE1. as carvoarias, que transformam a mata nativa da ca-

atinga e do cerrado em carvão demandado pelas indústrias siderúrgicas. Numa paróquia (Pilão arcado) em seis meses foram desmatados 10 mil hectares de madeira de primeira qualidade;

2. a monocultura da cana-de-açucar para a produção de agrocombustível, que está se espalhando, com apoio go-vernamental, por vastas áreas do cerrado, da caatinga e da mata atlântica;

3. a monocultura do eucalipto para a indústria da ce-lulose, que está transformando em “desertos verdes” a rica biodivesidade” da bahia;

Atenção às urgências do Planeta

4. os grandes projetos de infra-estrutura e exploração dos recursos naturais: a transposição das águas do rio são Francisco e suas consequências para a vida do rio e do seu povo. Tem 15% das obras em andamento e mais de 2.000 famílias atingidas já perceberam que a água não é para eles e estão se organizando para exigir seus direitos. estas águas tem destino para irrigação da cana de açúcar, para o grupo de japoneses/outros grupos e para outras produções que favorecem grandes produtores e exportadores

III. ACÕES DA DIOCESE - produção de material: vídeos, cartilhas, para sensibili-

zar, informar e formar a população. - audiências Publicas com órgãos públicos e outros seto-

res em Juazeiro e em remanso (2010)- seminário da romaria das Águas em sobradinho, com

presença de dom caprio. - caminhadas de conscientização sobre terra/água... Para Jovens e para catequese – elabo-ração de um material com o mesmo conteúdo.

ir. delcia decker, isJ – remanso- bH9

a comunidade do bairro monte claro, localizada no mu-nicípio de vacaria – rs, é formada por, aproximadamente, novecentas famílias com procedência, na sua maioria, dos municípios vizinhos, como bom Jesus/rs, são José dos au-sentes/rs, caxias do sul/rs e lages/sc. com o surgimento dos pomares de maçã em vacaria, muita gente migrou para cá na ilusão de que os mesmos forneceriam empregos e bons salários. infelizmente, isso só ocorre no período da sa-fra, que não dura mais do que quatro meses. o rosto étnico deste bairro caracteriza-se pela presença de negros, lusos, índios, alemães, poloneses e italianos.

essa comunidade sempre procurou dar respostas concre-tas aos apelos feitos pela igreja e, com base no documento de aparecida, há dois anos assumiu a prática da catequese de adultos. como este é um processo, por enquanto continu-amos atendendo as crianças, que semanalmente participam da catequese. os pais também tem sua participação mensal, onde, em grupo, estudam a bíblia e documentos da igreja, trazendo fatos para a nossa realidade, visando à recupe-ração do meio ambiente, obra criada por deus e que está sendo destruída por nós. além do estudo da bíblia, existe a oportunidade da formação de grupos de debates, onde os adultos conversam sobre os mais diversos problemas en-frentados na família e na sociedade onde uns aprendem com o testemunho dos outros.

é difícil descrever o que significa essa experiência para uma comunidade. uma das constatações é que a formação cristã é decisiva para uma vida de doação e participação em todos os setores da vida do ser humano. Temos teste-munhos concretos de pessoas que iniciaram a participação no grupo apenas por curiosidade e, hoje se tornaram fortes lideranças, pois, entenderam o verdadeiro sentido de “ser

Catequese de Adultos

batizado”. e, ao mesmo tempo, aprenderam a ser discípulos e missionários de Jesus cristo, convidando outras pessoas a ingressarem no processo de evangelização. a catequese para crianças só terá pleno sentido se for cultivada e viven-ciada diariamente em família, pois os pais são os primeiros catequistas.

No bairro monte claro a catequese não é seguida por um manual específico. são usados roteiros baseados na ne-cessidade da comunidade. a bíblia é o principal instrumento iluminador dessa realidade.

Nós, catequistas, temos esta formação graças às orien-tações das irmãs de são José que há muitos anos nos acom-panham nessa caminhada, proporcionando alimento espiri-tual e contribuindo para nosso crescimento. este incentivo nos dá sempre mais força, dinamismo e coragem para não pararmos nunca na integração “vida e fé”.

Na igreja Primitiva somente adultos com anos de prepa-ração e demonstração concreta de conversão, é que eram admitidos aos sacramentos. é nosso objetivo chegarmos lá. Quando? Não sabemos... mas tudo o que estamos realizan-do visa a esta conquista!

cátia aguiar, isJcatequista e liturgista - vacaria -rs

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as irmãs de são José, presentes em Guaíba des-de 1968, residem inicialmente no centro da cidade, depois no bairro Fátima, em casa alugada e em 1981, transferem-se para a vila bom Fim, acompa-nhando o povo em sua ida às periferias. iniciam na vila um processo comunitário participativo junto aos moradores, buscando melhorias locais. Na área da saúde, abrem o primeiro Posto em vila, com aten-dimento ambulatorial e a domicílio, onde são admi-nistrados também cursos de medicina natural, ensi-nando às mães a fabricação de remédios caseiros. este Programa recebe a partir de 1995 o nome de: PROMOÇÃO E MANuTENÇÃO DA vIDA E DA SAÚDE e o Posto passa a denominar-se centro de Terapias integradas, com atendimento fototerápico e fitoflo-ral, terapias de apoio e ajuda a pessoas depressivas e a seus familiares.

Em 1982, com a ajuda financeira das irmãs de são José da dinamarca e o mutirão dos moradores, é construído um Centro Comunitário com a finali-dade de ter um local de concentração das pessoas para refletir a realidade, buscar a solução dos pro-blemas, celebrar a fé e a vida e realizar atividades de promoção humana com adultos, tais como: al-fabetização, costura, pão comunitário, artesanato, confecção de acolchoados e tapetes com retalhos e roupas usadas.

Em 1987 inicia-se um trabalho preventivo com crianças e adolescentes na faixa de 7 a 15 anos. os participantes dão ao grupo o nome de MuTIRÃO DA FRATERNIDADE: EvANGELHO E TRABALHO e traçam o regulamento do mesmo. o objetivo é fa-cilitar a organização das crianças e adolescentes e sua atuação na comunidade de fé; desenvolver o interesse pelo estudo, leitura, reflexão bíblica, ativi-dades artísticas e recreativas como: teatro, música, jogos educativos e reforço escolar.

este trabalho sócio educativo mantido pela associação educacional são José, estendeu-se em mais três vilas recebendo o nome de Projeto vida e contribui para a criação do conselho municipal dos direitos da criança e adolescente e do conselho Tu-telar em Guaíba, em 1990.

Projari (Projeto artesanato recreação e informática)

Uma Semente Que frutificou

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atualmente denomina-se ProJari e desde sua criação em muito contribuiu para o crescimento e o enriquecimento de sabe-res, qualificação, auto-estima, convivência e inclusão social, além de oferecer condições para ingresso no mercado de trabalho, vis-lumbrando possibilidades de geração de renda.

além da oferta de atividades, busca incentivar, estimular e valorizar o trabalho voluntário, razão pela qual, atualmente, 62 voluntários estão engajados no ProJari, muitos deles ex parti-cipantes do mesmo. conta-se ainda com 7 funcionários contra-tados pela mantenedora associação educacional são José e 03 cedidos pela secretaria municipal de educação. Neste ano, estão sendo atendidos, 1.261 participantes.

o ProJari destina-se ao atendimento de crianças, adolescen-tes, jovens, adultos e familiares. as atividades são desenvolvidas na modalidade de oficinas em diferentes áreas: informática, mar-cenaria, música, Higiene, combate à desnutrição, artesanato em geral, inglês, Teatro, Proerd (Programa educacional de resis-tência às drogas e às violências), reforço escolar, violão, canto, Flauta, Pintura em Tecido, Pintura em madeira, alimento solidário, corte e costura, macramê, biscuit, crochê, Tricô, reforço escolar, capoeira, esporte, Karatê, aeróbica, capoeira, dança Tradiciona-lista, embalo da vida, space dance, Taekwondo Jiu Jitsu...

os motivos que levaram à implantação deste Projeto foram essencialmente a situação sócio-econômica do bairro e arredores e a exposição a situações de risco social devido ao tráfico de drogas e, conseqüentemente, à violência.

a convivência em grupos orientados favorece a construção de relações interpessoais positivas e com perspectiva de criação de vínculos. a participação nas atividades representa uma forma de gratificação pessoal que eleva a auto-estima, promove melhores

condições de vida e em alguns casos, pode habilitar para uma forma de geração de renda.

Tem-se como ponto forte e inovador deste Projeto, o fato de que os participantes em idade escolar, frequentem a escola em um turno e, no contra turno, escolham uma ou mais oficinas para desenvolver habilidades especificas, fazendo também o acom-panhamento destes participantes em seu desempenho escolar, tendo a possibilidade de as escolas, conselho Tutelar, albergue e outras instituições, encaminharem mais participantes em qual-quer tempo do período letivo.

desde a sua criação, o ProJari vem plantando a semente da paz e da solidariedade em vários pontos do município de Guaíba. sua sede fica situada na avenida João salazar, nº 250, na vila bom Fim, havendo ramificações do Projeto nas vilas: Nova Guaíba, são Francisco e são Jorge, onde ocupam, por enquanto, espaços cedi-dos pelas comunidades católicas de cada bairro. Podemos afirmar que o “ProJari” é uma semente que frutificou”, pois o número de participantes vem aumentando consideravelmente a cada ano, assim como a oferta de oficinas e atividades e os espaços físicos cedidos, ficam pequenos para atender a grande demanda. assim, em 2007, inicia-se a construção de um centro de referência, em terreno doado para tal finalidade, que atualmente está em fase de conclusão.

o ProJari tem como lema: “Somos importantes e fazemos a diferença” e continua sob a coordenação das irmãs de são José residentes na vila: Ângela ribas, laura Gavazzoni, Nilva dal bello e veridiana Fardo em colaboração com leigos/as e parcerias com várias entidades.

laura cavazzoni, isJ - Guaiba

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é missão da igreja levar a boa Notícia a todas as pesso-as. Trata-se de uma “boa Nova” que, às vezes, pede escolhas e sacrifícios considerados absurdos pela sociedade de hoje. a Pastoral de dsT/aids é um desses serviços .

No brasil, essa Pastoral iniciou, oficialmente, em 2002, como um meio de abordar pessoas atingidas por essas epidemias e, às questões a elas relacionadas.

embora tenhamos muito a melhorar, merece destaque inter-nacional a assistência do nosso governo aos soropositivos.

como integrante da comissão Nacional da Pastoral de dsT/ Hiv/aids o que queremos comunicar aqui é o que fazemos para responder pastoralmente a esta necessidade.

Num primeiro momento prestamos assistência às pessoas atingidas com aids. seguimos com ações mais abrangentes e organizadas pela pastoral específica.

em nossa atuação, como agentes de Pastoral, visualizamos a abrangência destas ações em diversas áreas: mística e espiritua-lidade, articulação e parcerias, prevenção, acolhida e solidarieda-de, políticas públicas.

uma contribuição significativa no controle da expansão da epidemia dá-se, gradualmente, com a preparação de agentes na área técnica, política, metodológica e espiritual.

atualmente, estamos redimensionando a formação dos agen-tes, fortalecendo-os e qualificando-os para atuarem nas políticas públicas e controle social.

desenvolvemos então, programas como: viva mulher – car-tilha de Prevenção, com a finalidade de ajudar grupos de mu-lheres a trabalharem a temática, em vista da diminuição da sua vulnerabilidade e promoção do seu protagonismo. o programa da incidência Política visa formar lideranças para conhecer a engre-nagem do sistema, ampliar sua consciência participativa e exercer

a cidadania. a cartilha de incidência Po-lítica é um grande meio para alcançar este objetivo. Foi elaborado também o manual do Facilitador para tornar conhecidos os mecanismos de elaboração das políticas públicas e leis, como se dá o planejamento das ações e a liberação dos recursos para cada setor.

acreditamos :- no trabalho de base, na ampliação de agentes capacitados

para replicar ações na linha de prevenção e assistência. - na reestruturação dos laços familiares, sociais e reinserção

social;- na articulação entre organizações não governamentais, so-

ciedade civil, órgãos do governo, profissionais de saúde e cons-cientização de toda a população.

- no cristão que luta na defesa dos direitos humanos, na im-plementação de políticas públicas e no controle social.

Nesta Pastoral, como irmãs de são José, nossa preocupação é ajudar as pessoas a reconhecerem sua dignidade de ser huma-no e o significado especial da sexualidade.

Nadalina Perondi, isJ

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Entrelaçando forças

a igreja, enquanto povo de deus, é comunidade a servi-ço do reino, continuadora da missão libertadora de cristo, que se encarna em realidades históricas e culturais. “a igreja existe para evangelizar”. (eN 14)

Toda pessoa é chamada a seguir Jesus como discípulo/a, estar com ele e formar comunidade. “vem e segue-me” (mc 10,21). é enviada para, com ele, trabalhar na missão do anúncio da boa Nova de deus. “ide e anunciai” (mc 16,15).

Num mundo dilacerado pelo egoísmo e pela injustiça, o chamado a ser missionário/a, discípulo/a se traduz no em-penho em favor da promoção da vida dos mais fracos, da superação das desigualdades e a busca da comunhão entre todas as pessoas e com o cosmo.

Ser discípulo/a, no seguimento de Jesus, é ter: amor ser-viço, responsabilidade com a vida, comprometimento com a justiça que gera as condições de vida digna para toda a cria-ção de deus, um amor semelhante ao que ele sente por nós. é apaixonar-se pela vida. descobrir a felicidade de servir.

é do espírito de corresponsabilidade que brota a criativi-

Vocação:

Amor feito Serviço

“Vão pelo mundo inteiro e

anunciem a

boa Notícia para

toda humanidade”.

(Mc 16,15)

dade, levando as pessoas a assumir atividades para manter viva a esperança na construção de uma sociedade justa, so-lidária e igualitária. “se vocês compreenderem isso, serão felizes se o puserem em prática” (Jo13, 17).

Portanto, assumir a própria vocação é colocar-se a ser-viço da comunidade com entusiasmo e liberdade. é missão do/a discípulo/a a transformação da realidade pelo anúncio, denúncia e testemunho. é florescer onde deus o/a plantou.

Pertencer à Congregação de São José

Venha fazer parte deste grupo e viver na perspectiva da entrega, doação e serviço aos mais necessitados.

Entre em contato: [email protected]

SAVI - CSJ

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“Jovens tecendo sonhos, construindo comunhão”

a culminância da primeira etapa do Fórum da Juventu-de da congregação de são José, realizada de 11 a 13 de setembro de 2009, em itu- sP, foi momento de celebrar os sonhos, os objetivos alcançados, as lutas, as resistências, os desafios, os encontros, as vivências, as conquistas, estreitar os laços de amizade e construir comunhão.

esta culminância oportunizou: integração entre jovens de diversas culturas, partilha de experiências, aprofundamento da realidade juvenil no mundo e da espiritualidade e carisma da congregação de são José.

Neste encontro, os/as jovens as-sumiram o compromisso de repassar a experiência obtida na culminância do Fórum da Juventude, aos/às jo-vens dos regionais, dando continui-dade ao processo nos grupos locais; vivenciar a espiritualidade e carisma da congregação de são José como leigo/a; continuar o processo do Fó-rum da Juventude. solicitaram que na continuidade do Fórum da Juventude haja encontros nacionais.

inspirados/as nos mistérios da Trindade, encarnação e eucaristia comprometeram-se, como jovens, a serem instrumentos de unidade a serviço da vida.

Partilhando

“Semear o sonho em cada coração, colher o trigo e repartir o pão.

Semear o sonho é transformação, é desafio bom”

(Serrat e Bello).

a partir dos compromissos expressos, da chama acesa, que não pode se apagar e da certeza de que é preciso con-tinuar descobrindo o “rosto de deus que é Jovem também”, o Fórum da Juventude, por ser um processo contínuo, di-nâmico e gradativo continuará integrando outros/as jovens nesta caminhada.

eleva-se louvor e agradecimento a deus Trindade por pousar seu olhar amoroso sobre este Projeto, por todas as possibilidades de crescimento e expansão da uNidade.

ir. angela maria rodrigues, csJ

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Nos dias 9 a 12 de fevereiro de 2010, as Coordenações Provinciais de Caxias do Sul, Lagoa vermelha, Porto Ale-gre, São Paulo e Paraná e da Região Norte/Nordeste (N/NE) ampliaram a tenda e entrelaçaram forças para a vivência de carisma de unidade a serviço da vida. o encontro foi rea-

Coordenações Provinciais e da Região Norte/Nordeste

lizado no seminário apostólico Nossa senhora de caravággio, em Farroupilha/rs e, na co-responsabilidade e partilha de lide-rança, foi articulado pelo conselho Provincial de Porto alegre.

a acolhida foi através de uma dinâmica vivenciada junto à belíssima natureza, no pátio externo do seminário, onde cada

equipe de liderança foi convidada a escutar os ecos da natureza, das pessoas e do mundo. No mesmo cenário, em meio à natureza que despertava, fomos motivadas a en-trar em clima de oração. Trazendo presente a vivência do capítulo Geral, caminhamos ao encontro da tenda. após um tempo de reflexão e interio-rização, fomos convidadas a alargar o espaço do coração, partilhando o que o texto de is. 54,2, suscitava em nós e que chamas este tema acendeu nas irmãs, com o repasse do capítulo Geral. assim, em sintonia com deus, entre nós e com toda a congregação iniciamos a caminhada. Foram quatro dias de intensa escuta, partilha, par-

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ticipação, reflexão, encaminhamentos e tomada de decisões.No primeiro dia, reservamos um tempo significativo para

partilhar as repercussões do repasse do capítulo Geral, os pontos provocativos do documento Final e as sugestões para concretizar o que nos propusemos como congregação.

o segundo dia foi coordenado pela equipe de Gestão inte-grada. os membros da equipe e assessoria retomaram conos-co toda a caminhada e apresentaram os resultados da pesqui-sa e passos do Planejamento estratégico. Foram assumidos encontros regionais, a serem realizados ao longo do ano e até abril de 2011, com o objetivo de continuar a sensibilização e formação das Irmãs sobre o processo de avançarmos para termos uma gestão integrada, em nível de Brasil.

No terceiro dia estiveram conosco as irmãs que integram as equipes do serviço de animação vocacional inter (savi) e Formação inter. as partilhas, a análise do Plano de Formação e da programação formativa de todas as etapas, as preocu-pações e busca de alternativas, ajudou-nos a termos uma visão mais global dos processos vivi-dos. a Formação desde o des-pertar vocacional até a vivência da plenitude de nossas vidas é um processo contínuo de busca pessoal, comunitária e congre-gacional, para darmos respos-tas concretas, criativas ao que deus nos pede hoje, como ir-mãs de são José, na fidelidade ao nosso carisma de unidade.

a diretoria da oNG, associa-ção cidadania são José, parti-lhou conosco a caminhada feita até agora e as preocupações e os desafios na organização e

regularização da mesma. Tivemos a alegria de escutar

os dois jovens – vanessa (Pelo-tas – Porto alegre/rs) e diego (caxias do sul/rs) que fizeram a partilha do encontro no Puy, Fran-ça, de 2 a 12 de agosto de 2009. sua experiência e encantamento pelo carisma e missão das irmãs de são José no mundo, descober-to neste encontro, foi muito valio-so para eles e reafirmaram a im-portância destes encontros. (Que desafio para todas nós irmãs ao vermos leigos e leigas que vibram com nosso carisma, espiritualida-de e ministérios apostólicos!)

contamos com a presença da conselheira Geral irmã ieda maria Tomazzini que muito nos ajudou com suas reflexões, ponderações e sugestões. Ficamos muito agradecidas pela sua participação. No último dia fizemos o envio de irmã ieda para a nova missão, unidas à superiora Geral e conselheiras Gerais.

avaliamos o encontro como tendo atingido as metas, dando sugestões para o próximo encontro que acontecerá na primeira semana de dezembro do ano em curso, em itu/são Paulo, fican-do, então, como Provincial de referência irmã elenice buoro.

com o eco de todas as urgências do Planeta e da Con-gregação, “aumentemos o espaço da tenda, estendamos a lona, estiquemos as cordas, finquemos as estacas” e com muita paixão, confiando na graça de deus, na força do carisma de unidade, na esperança de crescermos na consciência cole-tiva e de nossa interdependência, como irmãs de são José na igreja, para a vida do mundo, encerramos o encontro, invocan-do a bênção da Trindade.

Atualidades

com o objetivo de “promover espaços de diálogo sobre os processos de comunicação à luz da cultura solidária, na construção de uma sociedade comprometida com a justiça, a liberdade e a paz”, aconteceu de 3 a 7 de fevereiro de 2010, em Porto alegre, na Pontifícia universidade católica (Puc), o mutirão de comunicação américa latina e caribe.

o evento foi organizado pela conferência Nacional dos bispos do brasil (cNbb) e conselho episcopal latino americana (celam)

com a globalização, a organização mundial tem os centros de domínio do capital e assim a estrutura de mercado não muda. mesmo dentro desta conjuntura, os grupos dominados encontram formas de comunicação, garantindo sua sobrevivência.

o mutirão quis garantir, em todas as suas atividades, a culTura da solidariedade.a comunicação segue esses três grandes modelos:1. interação face a face.2. midia tradicional de massa.3. diálogo não presencial - cultura digital.Nossa organização, como igreja, está desafiada a avançar na sua forma de comunicação, considerando a pessoa como sujeito no

processo. é preciso re humanizar a sociedade, ser a boa Notícia do evangelho.um grande desafio para todos nós é como trabalhar em rede para somarmos força gerando uma cultura de solidariedade e paz.um grupo de irmãs de s. José das três províncias do rs participou do evento experimentando o quanto é importante reforçar as

relações interpessoais, usar os meios que temos ao alcance nos locais de trabalho, município, congregação, igreja e outros. somos res-ponsáveis e podemos fazer a diferença. é preciso buscar conhecimento na área e colocá-lo em prática.

o mutirão de comunicação da américa latina e caribe é um evento para produzir, coletivamente, novas propostas conceituais, novas metodologias e estratégias, em busca de uma comunicação alicerçada na cultura solidária, capaz de apontar caminhos para construção de uma sociedade de paz e solidariedade

o próximo mutirão acontecerá no rio de Janeiro, de 17 a 22 de julho de 2011Gertrudes salette beal, isJ - caxias do sul - rs

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Mutirão de Comunicação: América latina e Caribe.

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os acontecimentos, independentemente de sua natureza, causam impacto tanto na vida dos indivíduos quanto na socieda-de e na natureza. são eles que dão vida à história. são eles que pontuam os avanços, que acenam para possibilidades.

através dos acontecimentos nos confrontamos com erros e acertos dos quais podemos aprender importantes e edificantes lições de vida. eles contribuem com a perspectiva e a descoberta de formas criativas de busca de meios e de recursos que qualifi-cam e dignificam a vida tornando-a plena e possível para todos.

os capítulos Gerais das irmãs de são José são acontecimentos que registram o percurso de um carisma essencialmente missio-nário doado à igreja desde 1650, data que nos remete à fundação da congregação pelo sacerdote jesuíta Jean Pierre mèdaille.

o jovem sacerdote vive no conforto de forma desconfortável, pois se depara com muitas pessoas que vivem à margem da socie-dade, desprovidas de assistência, sem acesso aos recursos que lhes assegurem os direitos básicos. Percebe que as oportunidades de desenvolvimento humano e social são desiguais, que as viúvas, os órfãos, os excluídos são fruto de um sistema opressor e injusto. sua proximidade com a Palavra de deus, seu contato com os filhos e filhas de deus, o exercício missionário e sacerdotal causam-lhe certo desconforto. Na oração busca conforto e encontra desafios. ele contempla Jesus em situações que lhe parecia tão familiar e seus ensinamentos causam eco em seu coração: “eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância... (Jo 10,10); “Que todos sejam um, como Tu Pai e eu somos um...” (Jo 17,21).

as irmãs de são José, na ótica de Padre médaille, deveriam ter seus olhos fixos no coração de deus Trino e ser sinal, presença e expressão de unidade como cristo na eucaristia. Na eucaristia, Jesus não faz distinção de classe, de raça, de etnia, de cultura, de grau de instrução. cristo não julga as ações e intenções das pessoas.

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Capítulo Geral, um acontecimento Histórico Eclesialo desejo do fundador da congregação das irmãs de são José,

diante da realidade da época era o mesmo de Jesus expresso em João 17,21. ele desejava que as irmãs, relendo os acontecimentos históricos, culturais, sociais e eclesiais contextualizados, fiéis aos ensinamentos do evangelho, tendo a eucaristia como alimento e modelo, anunciassem o reino de deus com ousadia, mas com muita simplicidade, humildade e caridade cordial.

em outubro de 2009, em fidelidade dinâmica à intuição inicial de Jean Pierre medaille, das primeiras irmãs, aconteceu em roma, na itália, o 28º capítulo Geral da congregação. Passados 360 anos, as irmãs estão presentes em 20 países. Nesta ocasião, participaram da assembléia capitular 54 irmãs representantes destas nações onde o carisma de unidade se expande através da missionariedade típica do instituto.

os acontecimentos histórico eclesiais que nortearam a sessão capitular foram expressos no tema: “Irmãs de São José, hoje, desafiadas a responder com esperança e vida às urgências do Planeta”. a diversidade de línguas, culturas, raças não dificul-tou a tomada de decisões e a elaboração de metas comuns para serem assumidas e vivenciadas nas diferentes realidades e con-textos sociais onde as irmãs se encontram. o mesmo processo, vivenciado pelas primeiras irmãs com suas diferentes nuances, foi sendo construído durante o capítulo Geral que ocorreu de 04 a 30 de outubro de 2009. após a socialização da realidade, dos sonhos e necessidades sentidas à luz da Palavra de deus, do carisma de unidade e da missão, como corpo congregacional, optamos por vivenciar nos próximos seis anos: 1) a missiona-riedade fruto do cultivo da oração embasada nos mistérios da Trindade, da encarnação e da eucaristia; 2) a ética como estilo de vida em contraposição a tudo o que fere o ser humano e a integridade da criação; 3) a itinerância e o profetismo, assumin-do, reforçando e intensificando a missão em áreas de fronteira

com seus riscos e possibilidades; 4) o fortalecimento de parcerias nos engajamentos, visando o combate às diferentes formas de injustiça, com ênfase às causas do empoderamento da mulher, dos migrantes e imigrantes e excluídos; 5) a postura de interde-pendência como congregação e parte da criação. além das metas traçadas, a assembleia capitular acentuou a importância de três comissões internacionais a fim de favorecer a expansão missio-nária do carisma e da espiritualidade das irmãs de são José em nível internacional. são as comissões internacionais de finanças, de justiça, paz e integridade da criação e a da comunicação. as-sinalamos como corpo congregacional a continuidade de nossa presença missionária na França, onde nascemos para a igreja e para a sociedade.

a releitura dos acontecimentos nos fez perceber a importância do percurso realizado ao longo dos 310 anos de existência, o pro-cesso crescente de abertura e de participação ativa e efetiva de ir-mãs e leigos. Nesta sessão capitular contamos com a presença de seis irmãs de Primeira Profissão, cujas contribuições foram muito valiosas, oportunas e relevantes no processo desencadeado. mui-tas irmãs e leigos em seus ambientes de trabalho ou residências também puderam participar do capítulo Geral via internet.

a força do carisma e a espiritualidade que o alimenta revelam que o que nos une, o que nos aproxima é muito mais reconhecido e importante do que aquilo que nos distingue, nos diferencia.

capítulo Geral é um tempo de graça e de muita responsabili-dade, pois sua finalidade é a de reinventar formas de atualização do carisma de uma congregação num dado contexto histórico. ele é acontecimento que nos possibilita reconhecer o trajeto percor-rido (passado), o lugar que estamos ocupando (presente) e as possibilidades de renovação, de revitalização, de seguimento a Jesus cristo como consagradas (futuro).

ieda maria Tomazini – isJ, roma - itáliaconselheira Geral

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as irmãs de s. José – no brasil – desde 1978 vem desenvolvendo encontros de formação inte-grando irmãs de s. José de chambéry de todas as Províncias e regiões e outras congregações de s. José.

5º PROJETO INTER DE FORMAÇÃOFoi decidido em fevereiro de 2006, na reu-

nião dos conselhos Provinciais, e depois de um ano de gestação, as irmãs envolvidas na elabo-ração e execução do projeto fizeram entre si a experiência da proposta em curitiba de 13 a 15 de abril de 2007.

FINALIDADE dar continuidade ao processo inter de For-

mação contínua das irmãs de são José, com o enfoque FemiNismo, para: “na fidelidade dinâmi-ca e criativa à intuição inicial do fundador e das fundadoras, nós, irmãs de são José, queremos atualizar essa resposta, deixando-nos interpelar pela Palavra de deus, pelos apelos da igreja es-pecialmente dos pobres”. (const nº 3)

OBJETIvO GERALcrescer e fortalecer em nós, isJ, o prazer e

a alegria de sermos felizes como mulheres con-sagradas.

OBJETIvOS ESPECÍFICOS• desenvolver uma nova visão da criação na

perspectiva eco feminista, à luz da teologia e es-piritualidade atualizadas.

• Fortalecer e alargar nossa consciência como corpo congregacional, em decorrência do carisma de comunhão.

• Partilhar e celebrar experiências vividas da proposta do capítulo Geral 2003: “trabalhar para reconhecer os direitos das mulheres e sua fun-ção na sociedade e na igreja e ocupar seu lugar na tomada de decisões...” (documento do capí-tulo Geral 2003. Pág 5)

• Proporcionar momentos e espaços que favoreçam a expressão e a integração: corpo–mente–coração.

JuSTIFICATIvAo presente projeto justifica-se pelas seguintes razões: • responder às orientações do cG 2003 e às linhas de ação

da conferência dos religiosos do brasil e confederação latino americana dos religiosos.

Encontros Inter de formação Continua

• atender às solicitações e sugestões das irmãs dos encon-tros anteriores.

• buscar a integração das dimensões do ser visão holística.

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CONTEÚDO • o “ser mulher” no sonho de deus • o “ser feminino” no universo • relações no e com o cotidiano • mulher consagrada • mulher, irmã de são José • a mulher que sonha ser

METOTOLOGIA os encontros seguem o método da leitura orante. contem-plação na e da ação.

EquIPE:Todo processo é conduzido por uma equipe de irmãs de s.

José: coordenadoras, facilitadoras, terapeutas...opinião de irmãs participantes do encontro em curitiba de 15

a 29 de janeiro/2010

1- O que a motivou a participar do 5º PIF?o tema “alegria de ser irmãs de s. José.Necessidade de uma parada para um maior aprofundamento

do carisma, da espiritualidade;o desejo de um encontro mais profundo comigo mesma, com

as irmãs, com deus;reavivar a chama da paixão por Jesus cristo e pelo reino.”

(ir. Teresinha muraro – s.João dos Patos – ma)

2- Se você convidasse alguém para participar do 5º PIF, o que lhe diria?“irmã, vale a pena priorizar 15 dias do nosso tempo para

encontrar-se consigo mesma, com deus e com as irmãs e fazer a leitura orante do cotidiano e dos textos bíblicos e congrega-cionais. venha vivenciar o 5º Projeto inter de Formação! deus faz maravilhas em nós!”

(ir. Kátia rejane sassi – rio Grande – rs).

3- Olhando o todo do projeto, o que eu destaco?- o tema escolhido para ser desenvolvido: Mulher: Alegria

de ser Irmã de S. José. é um tema que nos empolga e desafia a tomar nas mãos a própria vida, nos faz ver quanto esta obra do amor de deus, que somos nós, é maravilhosa e precisa ser vivida com qualidade.

- a metodologia totalmente participativa embasada na leitura orante.

- dinâmicas que nos ajudam a reconhecer a integralidade como ser humano e nossas relações com os demais.

- a vivência nas comunidades: reflexão, oração, partilha e ajuda-mútua;

- a constante dedicação da equipe de apoio: coordenação, facilitadoras e terapeutas, seu entusiasmo, disponibilidade, harmonia, leveza e respeito na orientação e encaminhamen-to dos trabalhos.

(ir. Graciema sartor – lagoa vermelha –rs)

4- que sentimentos brotaram da vivência do encontro?“No início do encontro meus sentimentos eram de incerteza e

dúvida. com a caminhada, veio a alegria, a confiança, a gratidão, a paz!. senti que o senhor é minha rocha, meu escudo, meu tudo. senti integração entre nós, entre-ajuda, amizade que foram au-mentando meu sentimento de felicidade

(ir. maria Neli Giraldini- curitiba –Pr) 5- O que significou para sua caminhada de ISJ e de Congre-

gação, este Projeto?es um momento de Gracia del señor. esto significa: Hacer una

lectura evangélica de mi historia de mujer y de Hna. de san José en relación com todo el Planeta, porque todo nos habla de dios y nos hace ampliar nuestras relaciones de comunión.

mil gracias a cada hermana coordinadoras, animadoras, equi-po de apoyo y compañeras.(cariños y gratitud: Hna. madina moroña suárez - cochabamba - bolivia.)

6- Como a proposta do 5º PIF contribui para a vivência das decisões do Capítulo Geral?Numa dinâmica de convivência, orações, retiro, as encontris-

tas fomos sensibilizadas para as urgências do planeta, da con-gregação e para a vida e missão das irmãs.

a consciência de nosso corpo e sua sacralidade, as experiên-cias de deus.

um novo mundo é possível, uma nova congregação é possível.

(isolda boeira cardoso – Garibaldi – rs)

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Dicas para ver o programa semeaNDo viDa- quem tem parabólica, sintonize na Tv Século 21, conforme o número de sua cidade

- Pela INTERNET seguir estes passos: *Acessar: www.tvseculo21.org.br - Clicar no escrito ao lado da Tv, que aparece na tela *Clicar em uma das Tvs que novamente aparecem:

(O programa AvARENA IPTv, precisa instalá-lo antes no computador) *O programa WINDOWS MEDIA PLAYER, já vem instalado.

É importante que as pessoas assistam, telefonem, escrevam ou enviem e-mail dando apreciação.

Endereço da Tv Século 21: R. João Previtale, 1834 - Alto da Colina - CEP 13.272-400 - valinhos - SP

Fone (19) 3849.9200 - FAX (19) 3849.9251 - E-mail: [email protected]

semeaNdo vida é um programa da congregação de são José que tem por objetivo apresentar e refletir assuntos que envolvam a vida de forma educativa e evangelizadora, em vista de um mundo melhor.

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Queridas irmãs: lorraine marie delaney, luiza rodrigues, marianne bode e susan cunningham.

após seis anos, impregnados de doação, de vida colo-cada a serviço da vida, de olhares atentos no presente sem perder de vista o passado rico em experiências e trabalhos e com o coração voltado para o futuro, vocês podem, com simplicidade, mas com convicção, dizer como são Paulo: “Combati o bom combate, terminei minha carreira. Só me resta receber a coroa que o justo Juiz me dará!

e essa coroa, todas nós, irmãs de são José de chambéry, somos testemunhas do quando são merecedoras.

em nome de cada irmã, a equipe da revista das irmãs de são José quer expressar todo o carinho, a admiração e o agradecimento por todas as vezes que vocês, como nossas irmãs, nos chamaram pelo nome, se aproximaram de cada uma de nós, viajaram para nos perceber de perto, nos animaram e nos in-centivaram a viver a vocação, pelas suas palavras, mensagens, teste-munho e significativa presença.

Que a vida continue sorrindo para cada uma de vocês e possam concretizar os projetos sonhados agora na nova função que se apre-senta como missão na concepção de Padre Jean Pierre médaille.

Irmãs de São José agradecem ao Conselho Geral

Foi muito bom tê-las como nossas animadoras durante esse tempo.

Nosso abraço e nossa amizade carregada de eterna gra-tidão.

aproveitamos o momento para desejar ao conselho Ge-ral: irmãs saly. Hodgdon, ieda maria Tomazini, clementina copia e Philomina Pazhuruparambil, muita alegria, amizade, coragem e as indispensáveis bênçãos de deus na caminha-da, acompanhadas sempre pela presença amável e profética do divino espírito santo.

acompanhamos vocês nas nossas preces e o nosso apoio incondicional cheio de amizade e compreensão.

sejam muito felizes! Pela equipe, ires lidia Grandi, isJ – caxias do sul, rs

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Falar da dra. Zilda arns, é falar de uma pessoa que em seu cotidiano uniu Fé e vida na missão que desempe-nhou. ela colocou em prática a ordem que Jesus deu aos seus discípulos: “dai-lhes vós mesmos de comer”. seguindo as pegadas do mestre, não só alimentou com pães e peixes, mas multiplicou o saber, a solida-riedade, criando consciência de cidadania e esforços conjuntos na transformação da sociedade.

Na sua vida de discipulado, compreendeu que deveria fazer a vontade do Pai, colocando--se a serviço dos mais pobres, pequenos e indefesos que, por sua vez, se apresen-tam doentes, famintos e fracos. onde quer que fosse, sempre levantou a bandeira da defesa da vida com garra e coragem. ouviu os gritos das crianças, dos idosos do nosso brasil e também de outros países. Na sua sensibilidade, se colocava a caminho para descobrir a causa da dor, buscan- d o meios para amenizá-la. Nesta árdua e constante missão mobilizou um exército de voluntariado para tra-balhar em favor da vida que está ameaçada. iniciou este mutirão em 1983 em FloresTÓPolis- ParaNÁ, diocese de londrina. ali-mentou muita gente com o pão da palavra e do conhecimento de ações básicas de saúde. ela tinha objetivos claros e bem definidos, no trabalho que implantou e nunca se queixou para Jesus que o dinheiro era pouco, que as forças estavam diminuindo e que o cansaço estava batendo, ela sempre dizia “sim” sem olhar as dificuldades.

Pessoa sem fronteira, seu co-ração estava sempre disponível. Nas visitas, se sentia grande com os grandes, pequena com os pequenos. Nunca disse não a quem quer que fosse, na hora de tirar uma fotografia, clique mágico que se eterniza e é exibido em álbuns e porta retratos por cima de mesas e estantes, nas salas de visita e escritórios.

ela foi uma pessoa que enfrentou e se relacionou com todos os níveis da sociedade, lutou por políticas públicas justas e defendeu os direitos dos mais fracos, mostrou aos go-vernantes que é possível fazer muito com poucos recursos. com sua sabedoria, percebeu que era impossível trabalhar sozinha por isso dia por dia, foi formando milhares e milhares de pessoas disponíveis para dar continuidade ao trabalho. os líderes assim chamados vão de casa em casa, levando e adquirindo conhecimentos no contato com as famílias e ao mesmo tempo transmitem a presença do amor de deus em cada gesto concreto de acolhida e solidariedade.

Dra. Zilda, obrigada por seu amor, dedicação, coragem e entusiasmo pela causa do Evan-gelho. você está e ficará sempre presente em nossa historia como defensora da causa mais nobre, a vida. Seu legado profético permanecerá nesta maravilhosa obra de Deus- “PASTORAL DA CRIANÇA E PASTORAL DA PESSOA IDOSA.”

Francisca medeiros e carmelia schiochet, isJ

Testemunho Vivo de fé e Vida

“Dai-lhes vós mesmos de

comer”. (Mc 6,37)

Testemunhos de Vida

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a conferência dos religiosos do brasil, há anos, vem convocan-do e animando toda a vida religiosa a ouvir, com renovada atenção, o apelo que vem da amazônia na voz de seus pastores e no clamor de quem ali vive.Por isso, elaborou projetos intercongregacionais de solidariedade do qual passei a fazer parte por um num período de 4 anos.

a intercongregacionalidade não é apenas uma resposta à falta de recursos humanos e econômicos, mas é uma contribuição profé-tica na busca de novos caminhos para continuar servindo aos mais pobres e excluídos, onde as feridas da história estão abertas.

diante do apelo e das necessidades, deixando-me interpelar pela Palavra de deus e pelos sinais dos tempos, dei o meu “sim” para esta missão abrindo novos caminhos para ação missionária respondendo assim, aos clamores vindos do amazonas.

Foi assim que a partir de fevereiro de 2006, a conferência dos religiosos do brasil, junto à diocese de Humaitá, abriu comunidade intercongregacional e eu, Gema Panazzolo, ir. de são José e ir. clau-dete Funes, Franciscana de Nossa senhora de Fátima, passamos a integrar esta comunidade.

auxiliadora do uruapiara é uma paróquia pertencente à diocese de Humaitá, amazonas.

é composta de 47 comunidades dividida em 5 setores e o trans-porte é feito por água (barco) e para chegar a algumas comunida-des, leva-se até 8 horas. o barco era nossa segunda casa, passan-do até 10 dias dentro dele.

ao longo de 2 anos, não houve a presença de padre permanente a não ser a presença esporádica, cabendo a nós assumir todas as atividades referentes a uma paróquia.

Objetivos: - acompanhar as comunidades ribeirinhas, transformando-as

em vigorosas comunidades eclesiais de base (cebs)- Promover a participação e formação dos leigos/as na condução

das comunidades.- direitos humanos (apoiando e formando associações).a nossa atuação se deu junto às comunidades ribeirinhas das

quais 12 são comunidades indígenas. Fazíamos 4 visitas por ano, atendendo, ajudando em suas organizações, na formação de cebs com suas lideranças centradas em Jesus cristo e que celebram sua fé e vida iluminadas pela Palavra de deus, que partilham e se com-prometem com a transformação da realidade e a preservação do

Projeto Intercongregacional

de Solidariedade no Amazonas

Auxiliadora do Uruapiara

“Amazonas imenso e bonito jardim com a maior biodiversidade do planeta onde os bosques tem mais vida, verda-deira dádiva divina, abriga, desde tempos ancestrais, tão diversos povos e culturas.”

(doc.iX encontro dos bispos da amazônia.)

meio ambiente.os Povos ribeirinhos são assim chamados, porque vivem ao lon-

go de lagos, igarapés e do rio madeira. é um povo simples e muito acolhedor.

vivem do extrativismo: castanha, açaí, seringa..., caçam e pes-cam para a sobrevivência do dia a dia. além disso, cultivam cacau, banana, mandioca, macaxeira, maxixe, feijão e outros produtos. No dizer dos ribeirinhos -“no nosso dia a dia comemos principalmente farinha de mandioca e peixe”.

a experiência de intercongregacionalidade foi muito valiosa, cada uma procurou se esforçar para manter a convivência com seus altos e baixos. Tem nos mostrado que estamos diante de um caminho em construção de unidade na diversidade de pessoas e carismas. é um desafio que exige responsabilidade pessoal e grupal na missão. afir-mamos que isto é possível, quando nos propomos a trabalhar para a realização do reiNo de deus.

expresso meu agradecimento ao povo ribeirinho pela acolhida e amizade, à crb nacional, a d. Francisco, bispo de Humaitá, ir. clau-dete, companheira de caminhada e lutas, às irmãs de são José que, ao longo da missão, me acompanharam com suas visitas e preces, ao bom Pai do ceu que me deu força, coragem e saúde.

Pela beleza amazônica, louvo o senhor.Gema Panazzolo – isJ - caxias do sul - rs

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a vida é grande dom! Nem todas as pessoas, porém, assim a concebem!

os que sabem viver esta Graça, ao criador agradecem!assim, louvando e agradecendo, vive ir. clemência Kra-

sowska no convento são José, em curitiba, que chega aos 100 anos com seu pleno conhecimento, muita simpatia e bom humor. as cuidadoras diárias, médico e enfermeiras e os próprios visitantes são testemunhas disso.

Nela podemos perceber que a “qualidade de vida” de-pende muito mais do espírito que nos habita do que a apa-rência corporal.

são muitas as tiradas espirituosas de ir. clemência. Por exemplo, ao lhe perguntarem por que todos gostam de vi-sitá-la, a centenária prontamente responde: “é porque eu sou acolhedora”. sem falsa modéstia, é uma verdade cons-tatada.

Pedimos ao senhor da vida que nos ensine a viver, não só muitos dias, mas a colocar muita vida em nossos dias.

antenesca michelin, isJ - Paraná

No dia 12 de dezembro de 2009, maria Nelci boniatti chiarani, leiga do Pequeno Projeto do grupo de Nova Pádua/rs, teve a alegria de receber, junta-mente com outras senhoras, uma homenagem com os seguintes dizeres:

“o sindicato dos Trabalhadores rurais de Flores da cunha e Nova Pádua presta justa homenagem a maria Nelci boNiaTTi cHiaraNi pela sua relevante e valiosa contribuição em prol da aposentadoria rural.

o seu trabalho e dedicação transformaram o anseio em uma conquista real, proporcionando qualidade de vida para muitas pessoas.

a direção, colaboradores e associados do sindicato dos Trabalhadores ru-rais de Flores da cunha e Nova Pádua agradecem seu empenho, com grande reconhecimento e gratidão.”

Flores da cunha12 de dezembro de 2009olir schiavenin – Presidente

Parabéns a esse grupo de mulheres e em especial nossos cumprimentos à senhora maria Nelci boniatti chiarani

Teresinha biasi, isJ - caxias do sul

Uma luta árdua, uma vitória compensadora!

Cem anos de Vida!

Geral

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Há vários atributos que definem a natureza, o objetivo e as realidades diárias das irmãs de são José, formando uma “comu-nidade religiosa“ única com compaixão, comprometimento, trans-formação, sabedoria e amor incondicional. estes são resultados de:

a) muitas décadas de dedicação aos mais necessitados em todo o mundo e de partilhas com eles;

b) uma visão revolucionária de serviços espirituais e religio-sos imersa no outro;

c) uma intenção, que é pura e transparente, sem egoísmo pessoal ou comunitário;

d) uma compreensão da natureza experimental do processo de transformação necessário para viver estes atributos; e

e) uma vocação imersa no verdadeiro sentido de uma vida guiada pelo misterioso corpo de cristo.

Tudo isto exige muita consciência individual e coletiva a fim de ser capaz de resolver os desafios enfrentados pela humanidade hoje. além disso, porque não são uma comunidade isolada, estão seriamente engajadas no domínio público, oferecendo soluções novas e inovadoras sobre assuntos e preocupações internacio-nais e globais. isto inclui sua participação tremendamente ativa dentro do sistema das Nações unidas.

a partir do humilde e sábio são José – que foi como um pai para cristo num momento da história humana em que a guerra, os conflitos e os poderes irresponsáveis estavam dominando a cena – até uma situação muito similar hoje, caracterizada pela insegurança humana, pela pobreza compacta, pelas oportunida-des limitadas, pela destruição do ambiente humano e natural e pela progressiva desqualificação de bilhões de pessoas, as irmãs tem demonstrado como a religião pode se tornar um fator muito positivo na vida das pessoas, na criação de riqueza material e espiritual e no aperfeiçoamento coletivo para todos. este não é um horizonte fácil, nem um estilo de vida nem uma existência diária com facilidades.

Todos os atributos mencionados acima não são apenas pa-lavras, mas um estado fundamental de ‘ser e de vir a ser‘, ‘de ser e de tornar-se’. esta é uma compreensão muito importante, que leva cada irmã a uma imersão em seus próprios princípios religiosos e nas suas práticas e a um sério envolvimento em sua transformação pessoal. Neste processo, as irmãs favorecem a contribuição para a natureza coletiva e comunitária da maioria

Irmãs de São José: O que uma comunidade deveria ser

alfredo steir-Younis é um economista chileno, líder espiritual e pratica medicina alternativa (reiki, yoga e outros). atualmente, morando em Portugal, é Presidente do instituto Zambuling para a Transformação Humana. em outubro passado, no capítulo Geral das irmãs de são José, falou sobre a interdependência: um conceito chave para se perceber o mundo e as soluções para os seus problemas, pessoais ou coletivos. Para saber mais leia o texto que segue.

das realidades humanas. elas são parte do simples e do complexo, do feliz e do triste, do rico e do pobre, do poderoso e de quem foi tirado o poder, a qualificação do livre e do preso..., sendo um exem-plo do que uma religiosa deveria ser.

a prática da compai-xão que as irmãs exercem faz com que elas entrem num processo de “tornar-se o outro, a outra” sem perder sua identidade própria de irmãs de são José. Não é uma tarefa fácil, se acrescentamos o compromisso que a compaixão demanda para resolver os problemas (por exemplo, a pobreza, a fome, a falta de esperança) dos que você decide aju-dar a se tornar seres melhores. este compromisso para resolver problemas faz com que elas sejam muito ativas nas áreas social, institucional e política. este é um processo que também auxilia a integração da religião e da espiritualidade na prática pública. esta é uma situação em que a espiritualidade se torna parte in-tegrante de todas as atividades humanas e não só, apenas, uma manifestação e/ou um conjunto de práticas nos lugares de louvor, de adoração. compaixão e compromisso devem andar de mãos dadas, como são José caminhou longas distâncias para salvar Jesus quando ele era ainda uma criancinha.

as irmãs são muito avançadas, progressivas, quando perce-bem quão rápido os mundos exterior e interior estão mudando, dentro das realidades em que elas agem e participam. as marcas que deixam, que oferecem não são apenas conformes com os princípios religiosos ou com normas pré-existentes, mas, além disso, oferecem e co-criam soluções que são enraizadas na sa-bedoria e dentro dos padrões de direito da transformação hu-mana. isto é tanto a sabedoria do alimento espiritual próprio de cristo como dos poderes de transformação do espírito santo.

Para ser capaz de se tornar uma verdadeira irmã ou irmão de são José, a pessoa deve se entregar totalmente ao amor in-condicional. Para a maioria de nós é muito mais fácil dizer do que fazer! Questionamos a natureza e as experiências ligadas à nossa “rendição”.

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e, tendemos a definir para nós mesmos os significados de “incondicional” e de “amor” para, simplesmente, continuarmos a seguir as nossas limitações pessoais e o nosso ego. este é, frequentemente, o caso quando nos comportamos como um self coletivo e como uma entidade comunitária, por exemplo, para erradicar a pobreza, para proteger o nosso meio ambiente na-tural e re-estabelecer a segurança humana e a paz coletiva. as irmãs mostram o verdadeiro amor incondicional nas montanhas da américa latina, nas favelas da índia, nos lugares mais pobres do brasil e nos locais onde moram os desfavorecidos no mundo todo. este é, de verdade, um exemplo de vocação, de uma vida digna e de uma existência espiritual.

Talvez, o mais importante, seja o fato de as irmãs de são José serem verdadeiramente as portadoras da energia feminina em um mundo dominado por um forte e entranhado poder de energias masculinas. como fazemos a experiência agora, este forte en-

trincheiramento de energias masculinas é responsável por tantas guerras e conflitos, pelos poderes excessivos do dinheiro e do materialismo e pela personificação de um sistema de valores que é individualista e materialista pela sua natureza. esta tem sido a combinação responsável por um processo de mudança tecnológi-ca guiado pela exclusão e marginalização de um enorme número de pessoas, pobreza e fome e pela destruição do nosso ambiente natural. deste modo, o caráter feminino das irmãs tem o poder de trazer equilíbrio entre as fundações vigorosas de muitas ati-vidades humanas. este equilíbrio não verá as pessoas apenas como números. ele não compreenderá a natureza como algo a ser explorado. ele vai se abrir e nutrir todas as formas existentes de interdependência coletiva.

Hoje, muitas pessoas identificam a religião com o funda-mentalismo, com a discriminação, com o farisaísmo. o futuro da religião não está baseado apenas nos méritos de sua teologia ou da catequese, mas também em como ambos se traduzem na

vida das pessoas. a verdadeira religião é abrangente e inclusiva e não discriminatória e, portanto, eli-mina todas as fronteiras entre nós. a religião deve ser praticada; isto quer dizer que ela deveria servir a todas as pessoas e contribuir para a solução de seus problemas. a re-ligião deve ser transformacional e qualificadora, capaz de empoderar as pessoas. a religião deve levar à mudança e não ser uma força do passado, estática e inerte.

as irmãs de são José incorpo-ram uma prática religiosa que é es-sencial para este novo milênio.

cho Tab Khen Zambuling(alfredo sfeir Younis) 1

1 Fundador e Presidente do instituto Zambuling para a Transformação Humana nos estados

unidos, Portugal, bélgica e chile.

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“Avance para águas mais profundas. Lance as redes para a pesca.” (lc, 5, 4).

esse é o lema que motiva a minha caminhada vocacional, que me impulsiona a sair da superficialidade da vida e a procurar, na oração e nas atitudes, uma resposta aos apelos do mestre. o processo formativo me fez perceber que a identificação com Jesus cristo é uma constante e de que, em cada fase da vida, ele indica como unificar o caris-ma pessoal com o carisma da congregação. o “Sim” definitivo é uma reposta ao amor fiel de cristo e representa o desejo sincero de construir comunhão a serviço da vida.

atualmente estou inserida em Pelotas, no bairro santa Teresinha. com as demais irmãs da comunidade, atuamos na Paróquia, especialmente na formação das lideranças e no atendimento às demais necessidades pastorais. atuo profissionalmente no colégio

são José, na assessoria de comunicação. acredito que a minha entrega feita de oração ativa, trabalho, es-

tudo espiritual-pastoral-acadêmico e de outras atividades em que nos engajamos são elementos que contribuem para o essencial da op-ção – o seguimento radical a Jesus cristo. sou imensamente grata à congregação por todas as oportunidades de crescimento e por ter confiado na ação de deus em minha história. irmãs, cada uma é um sinal concreto de que é possível avançar para águas mais profundas e lançar as redes, pois ele nos quer ver como humildes, profundas, sérias e verdadeiras pescadoras de pessoas.

muito obrigada, pela presença de vocês em minha vida!simone de Fátima ramos – isJ, Pelotas - rs

Consagração Definitiva

eu, irmã marilusi aparecida sandi, me senti atraída por uma singular experiência de deus e continuamente me sinto interpelada pelos apelos de deus que convoca, consagra e envia, e pelo povo que clama por mais vida. movida e comprometida com essas interpelações, disse meu sim à vida religiosa como irmã de são José

confirmarei definitivamente meu sim a deus como irmã de são José, no dia 2 de maio de 2010, às 10 horas, na Paróquia são Pedro apóstolo, em vargeão - sc.

a vida da congregação, desde suas origens, foi orientada para uma dupla finali-dade: “realizar a união total de nós mesmas e das pessoas com Deus, a união das pessoas entre si e conosco, mas tudo em Jesus e em Deus seu Pai” (const. 4). essa comunhão com cristo e com o Povo é minha razão de ser. a cada dia, busco redescobrir diferentes formas de concretizar o carisma: “Construir a Comunhão” para que - “Todos tenham vida e a tenham em abundância”.

Tenho como lema: “O Espírito do Senhor me chama, consagra e envia a se-mear vida e unidade”.

Neste grande universo, eu, tu, nós, somos semeadores. as sementes são abun-dantes e germinam facilmente: um pensamento, um gesto, um sorriso, uma pro-messa de alento, um aperto de mão, um conselho amigo, um pouco de água.

que o Senhor da Messe, nos dê a todos a graça de sermos discípulos mis-sionários da boa semente no seu Reino.

Carinhosamente. marilusi aparecida sândi, isJ

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“cada idade tem suas vantagens, suas perdas, e deve-se saber aceitá-las. Todas as idades são necessárias. Não há idades desprezíveis: nem a das crianças, nem a dos jo-vens, nem a dos adultos, nem a dos velhos; uma completa a outra. Precisam umas das outras, e a vida não é unilateral, nem está fechada e selada. existem muitos caminhos, mas há pessoas que, por alguma razão, fecham caminhos que estão sempre abertos (...)”

(Prof..José luiz Pinillos)Hoje, ser idoso supõe enfrentar o risco de superar estereótipos falsos que alimentam

os preconceitos culturais e, em geral, a ignorância sobre esta etapa da vida. Porque se aposentar, na atualidade, representa romper as barreiras e humilhações desumanas que nos impedem de viver plenamente. enquanto as crenças podem ser exatas ou inexatas, os estereótipos são sempre inexatos; daí a necessidade de reconhecer e eliminar todas as idéias falsas que popularmente se lançam sobre a velhice, dificultando a sua compre-ensão e seu desenvolvimento.

entre os estereótipos mais comuns sobre a velhice estão os seguintes:Há pessoas que vêem na velhice uma patologia, julgam que envelhecer tem como con-

sequência necessária a perda da saúde e que, especificamente por volta dos 65 anos, se sofre uma repentina degradação física e mental. isso não é verdadeiro. a maioria das pes-soas, aos 65 anos, gozam de boa saúde, não sentem declínio algum que perturbe seu bem estar e sua saúde continua um processo semelhante ao das etapas anteriores da vida.

existem os que acreditam que os idosos perdem a inteligência que os marcou ao longo da vida e que sua capacidade de resolver problemas, ou de enfrentar dificuldades e responsabilidades, desaparece; e isso é falso. Para desmistificar basta olhar para a idade avançada de muitas pessoas que desempenham altas funções nos contextos cultural e político.

Há os que veem na velhice um período vital, de lucidez e clareza especiais, no qual nos transformamos em idosos sábios, cheios de serenidade e imparcialidade, capazes de emitir um juízo permanentemente justo e equilibrado. este mito como outros que atri-buem aos idosos certos caracteres a-históricos, não leva em conta que os seres humanos possuem uma trajetória vital e pessoal própria, que nos confere certa originalidade e individualidade e que, como em qualquer outra etapa da vida, na velhice nos encontramos numa encruzilhada: ou agir com sabedoria ou com indignidade e insensatez.

algumas pessoas atribuem ao envelhecimento certa mudança de caráter, que nos transforma facilmente em irritáveis, reclamadores ou de “pavio curto”. essa atribuição é claramente injusta.

outra imagem errônea é a que vê na velhice um período no qual as pessoas se transformam necessariamente em seres passivos e solitários. Perante esta crença equivocada, devemos nos dar conta de que a passividade e a solidão que muitas pessoas experimentam ao envelhecer não são consequência de um processo saudável e adequa-do, mas o efeito de situações problemáticas não resolvidas. muito ao contrário, continuar ativos e integrados são os dois sintomas mais visíveis de uma velhice bem-sucedida.

algumas pessoas atribuem aos idosos um caráter conservador, pouco criativo e pouco imaginativo. Pensam que ao envelhecermos, nos amarramos ao passado, “somos ultrapassados”, perdemos o interesse pelo presente e, inclusive, perdemos a esperança e as ilusões para o futuro. diante disso, devemos reagir e mostrar que a criatividade, a necessidade de atualizar-se, valorizando o que há de melhor em cada momento, de amar a vida, usufruindo das novas possibilidades a nosso alcance, é algo inerente à condição do ser humano ao longo de toda a sua existência.

Numa sociedade consumista como a nossa, corremos o risco de ter valores distorci-dos e preconceitos incentivados pelo mercado, cooperando com linhas sociais excluden-tes e egoístas, como acontece com as idéias atuais de beleza física e prestígio social. olhar para a velhice como uma oportunidade para melhorar nossas possibilidades exige de nós a superação da artificialidade dos estereótipos consumistas e o reconhecimento de que a beleza e o prestígio social andam ligados ao desenvolvimento integral e coerente da personalidade ao longo de toda a vida.

apolonia sulenta – isJ, caxias do sul

A velhice e seus falsos

mitos

em 1910, as famílias de Pelotas e região ansiavam pela vinda das irmãs de são José para que elevassem o nível educacional das meninas. Tanto que, nesse ano, o então intendente munici-pal, barbosa Gonçalves, recorreu ao bispo de Porto alegre, dom cláudio Ponce de leon, a fim de que a congregação implantasse o colégio são José na cidade conhecida como Princesa do sul.

assim, no início do século XX, chegaram da França a madre saint maurice e as irmãs marie alix e saint Jean, as quais, auxi-liadas pelas irmãs lydia e albina, deram início às atividades da escola.

desde que chegaram, as irmãs de são José foram construin-do vínculos cada vez mais fortes com as comunidades da região sul do estado. Prova disso é que foram merecedoras da confian-ça de inúmeras famílias que mandavam suas filhas estudarem e, não em poucos casos, residir sob a orientação dessas religiosas, pois havia alunas matriculadas no internato, no semi-internato e no externato.

com o trabalho humilde, às vezes anônimo, mas sempre de-dicado e importante dessas mulheres, o colégio foi crescendo e, como uma árvore frondosa, estendeu fundas raízes no solo fértil de Pelotas e região.

aos poucos, a presença da congregação passou a ser senti-da muito além dos muros do educandário, pois as irmãs e suas alunas levaram sua contribuição às paróquias e às comunidades carentes da cidade, seja em atividades educativas, na distribuição de donativos ou mesmo na educação de adultos.

a irmã anita maria Pastore, atual diretora do colégio são José, com muita justiça, destaca o trabalho desenvolvido pelas religiosas, muitas das quais chegaram a Pelotas, ainda muito jo-

100 Anos de Vida!

São J

osé

de P

elo

tas vens e, nessa cidade, tiveram a oportunidade de estudar e auxiliar

nas ações da congregação. sem elas, a escola não teria crescido e se tornado o que é hoje. Por isso, resume irmã anita: “os cem anos do colégio são José de Pelotas são duas festividades – a da escola e a da atuação das irmãs na diocese de Pelotas. a resposta para a dedicação e o trabalho delas é a acolhida por parte da população de Pelotas.” atuam hoje no colégio as irmãs anita maria Pastore – que responde de forma competente e entusiasmada pela direção- ana celeste Zandoná, cacilda bavaresco, eliete dal molin, enedina Pier-doná, marilene marcon e simone de Fátima ramos - todas vivendo e testemunhando nos seus trabalhos diários a missão evangelizadora da congregação.

com o decorrer do tempo, o educandário cresceu, incluiu a edu-cação de meninos, foi ampliado e reestruturado nos seus espaços físicos, acompanhou as inovações tecnológicas e passou a contar com o auxílio de leigos e leigas, tornando presente e intensificando a vivência do carisma das irmãs de são José.

o colégio são José, em 2010, conta com 85 professores e 50 funcionários que, diariamente, trabalham com os quase 1500 alu-nos, os quais se distribuem ao longo dos vários adiantamentos na educação infantil, no ensino Fundamental e no ensino médio. estes, somados às suas famílias, formam uma comunidade viva e pulsante na construção de experiências afetivas e intelectuais partilhadas de forma marcante.

assim, a data de seu padroeiro, 19 de março de 2010, é o dia da comunidade do colégio são José festejar seus 100 anos de exis-tência e de agradecer a deus por essa obra, construída sempre sob a proteção de são José – homem bom, justo, disponível e operário confiante.

Parabéns a todos os que foram no passado e aos que são hoje o colégio são José!

luiz Gustavo araújo, Professor - Pelotas

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“Padre Jean Pierre Médaille resume a espiritualidade da Irmã de São José numa consagração ao amor trinitário e convida a viver esse amor

como o viviam Jesus, Maria e José.” (Constituição nº 6)