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A mordomia é um estilo de vida pleno que envolve a nossa saúde, tempo, talentos, ambiente, relacionamentos, espiritualidade e finanças. POR GORDON BOTTING, DRPH, CHES, CFC Q uando eu era criança, a minha mãe citava, por vezes, provérbios conhecidos sobre dinheiro. Lembro-me de ela me dizer: “Um centavo poupado é um centavo ganho”. Como pode imaginar, ela planeava e poupava. Ao seguir o seu próprio conselho, ela conseguiu chegar aos noventa e tal anos com dinheiro suficiente para um estilo de vida confortável e sem dívidas. Se pensar nisso, tenho a certeza que conseguirá lembrar-se de vários ditados conhecidos sobre dinheiro. Lembra-se deste provérbio? “Dá um peixe a um homem e alimentá-lo-ás por um dia; ensina-o a pescar e alimentá-lo-ás para sempre". Outros velhos (e verdadeiros) ditados são: “Pagamos por aquilo que recebemos.”“Não podemos levá-lo connosco.”“O dinheiro não nasce nas árvores.”“As melhores coisas na vida são de graça.” Tenho a certeza que conseguirá lembrar-se de muitos mais .1 Embora não seja um provérbio ou um conselho, a frase “Keeping up with the Joneses” [Andar a par dos Jones] é uma conhecida expressão idiomática do âmbito da economia. A frase surgiu a partir do nome de uma banda desenhada de Arthur R. “Pop” Momand. A banda desenhada, que começou em 1913 e durou 25 anos, anda à volta das desastrosas tentativas da família McGinis para “andar a par” dos seus vizinhos – a família Jones (que, na realidade, nunca aparece na banda desenhada). Alguns historiadores dizem que a referência “Jones” tinha a sua origem numa proeminente família de Nova Iorque. Juntamente com outras famílias abastadas da época, a verdadeira família Jones e outros clãs abastados construíram enormes casas, que se foram tornando cada vez maiores ao competirem uns com os outros para ver quem teria a melhor casa. 2 A Síndrome de Jones Atualmente, se prestarmos atenção a qualquer tipo de publicidade, percebemos que toda a gente quer “andar a par dos Jones”. O nosso passatempo nacional parecer ser Distribuído por: Departamento de Mordomia da Conferência Geral Gordon Botting, Diretor Produzido por: Departamento de Mordomia da Conferência Geral Gordon Botting, Diretor Andar a Par DOS JONES Conheça a Verdadeira Família Jones No último outono, a Revista AARP publicou um artigo fascinante. Intitulado “Andar a par dos Jones”, o autor entrevistou várias pessoas com o apelido Jones, para descobrir o que pensavam sobre o dinheiro. O que mais me surpreendeu foi que, quer tivessem $15 000 ou $2 milhões de dólares, todos pareciam ter atitudes de senso comum. Abaixo tem alguns excertos, contudo, incentivo-o a ler todo o artigo online. Guy Jones, trabalhador reformado do controlo de pragas: “O problema é que, quando se tem dinheiro, gastamos dinheiro, e acabamos sempre por querer mais. Eu digo sempre aos meus filhos: sejam prudentes com o vosso dinheiro. Poupem. Invistam. Fomentem a equidade.” Fred Jones Sr., bispo pentecostal: “Neste momento, sinto-me feliz por não passar fome nem viver na rua. O melhor investimento que fiz foi nos meus filhos. Ensiná-los a tocar um instrumento, a cantar, a usarem ao máximo os talentos que Deus lhes deu. Não tenho dinheiro suficiente, contudo não me preocupo com isso. Digo a mim mesmo: Trabalha com afinco, usa sabiamente o dinheiro e demonstra um senso comum decente, e vais sobreviver. Mais dinheiro não é igual a felicidade. Quando eu era criança, não éramos ricos, embora fizéssemos refeições regulares, dormíssemos em lençóis lavados e tivéssemos as necessidades básicas. Ser ganancioso e desejar mais do que isso, normalmente leva a problemas e ao pecado.” Elaine Jones-Scott, estudante de pós-graduação: “A minha atitude em relação ao dinheiro é que ele facilita aquilo que precisamos que seja feito. Não nos traz prestígio. Não nos traz fama. O dinheiro é o meio para atingir tudo aquilo que precisamos, quer seja instrução, família e até mesmo cuidar do reino de Deus. Na verdade, nunca me preocupei muito com o dinheiro porque me foi incutido que se trabalharmos arduamente, o dinheiro virá.” Scott Jones, inventor e empreendedor: “Criei toda esta riqueza quando era jovem e pensava que o dinheiro era tudo o que eu precisava. Estava errado. Ele pode transtornar a nossa realidade … Agora, na casa dos 50, estou num ponto na minha vida em que estou a desfazer-me das coisas e a investir o meu tempo nos relacionamentos e a causar um impacto no mundo. Isso faz-me sentir bem.” 7 Ora, estes são os Jones de quem deveríamos andar a par! FineArtCraig/iStock/Getty Images FONTES 1 Johnson, Holly. “11 Cheesy Money Sayings that Are Absolutely True.” The Simple Dollar, www. thesimpledollar.com/ cheesy-money-sayings- that-are-absolutely-true. 2 “Keeping Up with the Joneses (comics).” Wikipedia, en.wikipedia. org/wiki/Keeping_Up_ with_the_Joneses_(comics). 3 Silvious, Jan. “Contentment.” Connection, Nov./Dec. 2007, p. 8. 4, 5, 6 “Tired of Keeping Up with the Joneses.” FoundationsU, www. foundationsu.com/ highschool/article_ categories/Debt/articles/ foundationsu-highschool- tired-of-keeping-up-with- the-joneses. 7 Hochman, David. “Keeping up With the Joneses.” AARP Magazine, 16 Oct. 2018, www.aarp.org/money/ budgeting-saving/info- 2018/keeping-up-with- joneses.html. "O melhor investimento que fiz foi nos meus filhos. Ensiná-los a tocar um instrumento, a cantar, a usarem ao máximo os talentos que Deus lhes deu." "Lembro- me da minha mãe me dizer: 'Um centavo poupado é um centavo ganho.'" monkeybusinessimages/iStock/Getty Images MARÇO 2019 • VOLUME 24, NÚMERO 3 U MA MISCELÂNEA DE IDEIAS PRÁTICAS para o ajudar a ser um melhor mordomo. Mordomo U MA MISCELÂNEA DE IDEIAS PRÁTICAS para o ajudar a ser um melhor mordomo. Mordomo O Menu do

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Page 1: 1 O Menu do Mordomo · 2019-04-29 · nas árvores.” “As melhores coisas na vida são de graça.” Tenho a certeza que conseguirá lembrar-se de muitos mais.1 Embora não seja

A mordomia é um estilo de vida pleno que envolve a nossa saúde, tempo, talentos, ambiente, relacionamentos, espiritualidade e finanças.

P O R G O R D O N B O T T I N G , D R P H , C H E S , C F C

Q uando eu era criança, a minha mãe citava, por vezes, provérbios conhecidos sobre dinheiro. Lembro-me de ela me dizer: “Um centavo poupado é um centavo ganho”. Como pode imaginar, ela planeava e poupava. Ao seguir o seu próprio conselho,

ela conseguiu chegar aos noventa e tal anos com dinheiro suficiente para um estilo de vida confortável e sem dívidas. Se pensar nisso, tenho a certeza que conseguirá lembrar-se de vários ditados conhecidos sobre dinheiro. Lembra-se deste provérbio? “Dá um peixe a um homem e alimentá-lo-ás por um dia; ensina-o a pescar e alimentá-lo-ás para sempre". Outros velhos (e verdadeiros) ditados são: “Pagamos por aquilo que recebemos.” “Não podemos levá-lo connosco.” “O dinheiro não nasce nas árvores.” “As melhores coisas na vida são de graça.” Tenho a certeza que conseguirá lembrar-se de muitos mais.1

Embora não seja um provérbio ou um conselho, a frase “Keeping up with the Joneses” [Andar a par dos Jones] é uma conhecida expressão idiomática do âmbito da economia. A frase surgiu a partir do nome de uma banda desenhada de Arthur R. “Pop” Momand. A banda desenhada, que começou em 1913 e durou 25 anos, anda à volta das desastrosas tentativas da família McGinis para “andar a par” dos seus vizinhos – a família Jones (que, na realidade, nunca aparece na banda desenhada). Alguns historiadores dizem que a referência “Jones” tinha a sua origem numa proeminente família de Nova Iorque. Juntamente com outras famílias abastadas da época, a verdadeira família Jones e outros clãs abastados construíram enormes casas, que se foram tornando cada vez maiores ao competirem uns com os outros para ver quem teria a melhor casa.2

A Síndrome de Jones Atualmente, se prestarmos atenção a qualquer tipo de publicidade, percebemos que toda a gente quer “andar a par dos Jones”. O nosso passatempo nacional parecer ser

Distribuído por:Departamento de Mordomia

da Conferência GeralGordon Botting, Diretor

Produzido por:Departamento de Mordomia

da Conferência GeralGordon Botting, Diretor

Andar a Par DOS JONES

Conheça a Verdadeira Família Jones No último outono, a Revista AARP publicou um artigo fascinante. Intitulado “Andar a par dos Jones”, o autor entrevistou várias pessoas com o apelido Jones, para descobrir o que pensavam sobre o dinheiro. O que mais me surpreendeu foi que, quer tivessem $15 000 ou $2 milhões de dólares, todos pareciam ter atitudes de senso comum. Abaixo tem alguns excertos, contudo, incentivo-o a ler todo o artigo online. Guy Jones, trabalhador reformado do controlo de pragas: “O problema é que, quando se tem dinheiro, gastamos dinheiro, e acabamos sempre por querer mais. Eu digo sempre aos meus filhos: sejam prudentes com o vosso dinheiro. Poupem. Invistam. Fomentem a equidade.” Fred Jones Sr., bispo pentecostal: “Neste momento, sinto-me feliz por não passar fome nem viver na rua. O melhor investimento que fiz foi nos meus filhos. Ensiná-los a tocar um instrumento, a cantar, a usarem ao máximo os talentos que Deus lhes deu. Não tenho dinheiro suficiente, contudo não me preocupo com isso. Digo a mim mesmo: Trabalha com afinco, usa sabiamente o dinheiro e demonstra um senso comum decente, e vais sobreviver. Mais dinheiro não é igual a felicidade. Quando eu era criança, não éramos ricos, embora fizéssemos refeições regulares, dormíssemos em lençóis lavados e tivéssemos as necessidades básicas. Ser ganancioso e desejar mais do que isso, normalmente leva a problemas e ao pecado.” Elaine Jones-Scott, estudante de pós-graduação: “A minha atitude em relação ao dinheiro é que ele facilita aquilo que precisamos que seja feito. Não nos traz prestígio. Não nos traz fama. O dinheiro é o meio para atingir tudo aquilo que precisamos, quer seja instrução, família e até mesmo cuidar do reino de Deus. Na verdade, nunca me preocupei muito com o dinheiro porque me foi incutido que se trabalharmos arduamente, o dinheiro virá.” Scott Jones, inventor e empreendedor: “Criei toda esta riqueza quando era jovem e pensava que o dinheiro era tudo o que eu precisava. Estava errado. Ele pode transtornar a nossa realidade … Agora, na casa dos 50, estou num ponto na minha vida em que estou a desfazer-me das coisas e a investir o meu tempo nos relacionamentos e a causar um impacto no mundo. Isso faz-me sentir bem.”7

Ora, estes são os Jones de quem deveríamos andar a par!

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FONTES1Johnson, Holly. “11

Cheesy Money Sayings that Are Absolutely True.”

The Simple Dollar, www.thesimpledollar.com/

cheesy-money-sayings-that-are-absolutely-true.

2“Keeping Up with the Joneses (comics).”

Wikipedia, en.wikipedia.org/wiki/Keeping_Up_

with_the_Joneses_(comics).3Silvious, Jan.

“Contentment.” Connection, Nov./Dec. 2007, p. 8.

4, 5, 6“Tired of Keeping Up with the Joneses.” FoundationsU, www.

foundationsu.com/highschool/article_

categories/Debt/articles/foundationsu-highschool-tired-of-keeping-up-with-

the-joneses.7Hochman, David. “Keeping up With the Joneses.” AARP

Magazine, 16 Oct. 2018, www.aarp.org/money/

budgeting-saving/info-2018/keeping-up-with-

joneses.html.

"O melhor investimento

que fiz foi nos meus filhos.

Ensiná-los a tocar um

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não o nosso vizinho – é Aquele a quem queremos honrar com a nossa vida. Se tem a tendência para se comparar com os outros, não desanime. Este é um problema humano com o qual todos nos debatemos! O Senhor compreende e quer ajudá-lo. Peça-lhe que lhe dê o melhor remédio bíblico para a síndrome de Jones – contentamento incondicional. Não são muitos os adultos que aprenderam a tranquilizar-se, a desfrutar e a apreciar quem eles realmente são, o que possuem e em que ponto estão em qualquer momento das suas vidas. Mas, os cristãos têm a resposta. Nós não encontramos contentamento nas coisas, mas numa Pessoa. Lembre-se do pedido no Pai-Nosso, que diz: “Dá-nos o pão nosso de cada dia.” Não se trata de um apelo para comida, mas para todas as nossas necessidades. É uma oração por aquilo que é suficiente – uma oração que transmite a confiança de que o nosso Pai celestial irá providenciar o que for necessário. Já encontrámos o nosso contentamento n’Ele. Se alguma vez se sentir tentado a cair na armadilha da síndrome de Jones, pare e pense nas vezes em que se sentiu mais vivo e satisfeito com a sua vida. Tenho a certeza que a alegria e a felicidade que vivenciou não teve nada a ver com ter “mais dinheiro”, mas por passar tempo com aqueles que ama e por manter contacto com os amigos. “Pense nos momentos que você recorda como sendo as suas melhores memórias. Trocaria isso por um monte de dinheiro?”6

Que a sua oração seja dizer, juntamente com o apóstolo Paulo: “Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece” (Filipenses 4:12-13).

É uma oração por aquilo que é suficiente – uma oração que transmite a confiança de que o nosso Pai celestial irá providenciar o que for necessário.

o notório consumismo! Não basta viver numa casa grande; a nossa casa tem de ser maior que a do nosso colega de trabalho. Não basta ter uma mota de água ou uma caravana; temos de ter mais brinquedos do que os nossos vizinhos. Não basta usar boas roupas; elas têm de ser mais caras que as vestimentas dos nossos amigos. Medimos o nosso sucesso ao nos compararmos com os outros. Cada vez mais pessoas e famílias têm desenvolvido a síndrome de Jones – querer mais, procurar formas de obtê-lo e queixar-se quando não o têm.3 É evidente que não sabemos as histórias reais sobre as posses dos nossos vizinhos. Se tivéssemos a oportunidade de analisar com atenção a situação financeira de muitas pessoas, descobriríamos que as roupas caras, os móveis, as viagens e outros artigos divertidos foram comprados a crédito. Também iríamos descobrir que os Jones, de quem não queremos ficar atrás, estão, na realidade, a tentar andar a par de outros Jones. “Estão a construir uma casa com cartões de crédito que não se manteria de pé com uma leve brisa, muito menos num dia de chuva!”4

Os jovens querem ser mais bem-sucedidos que os seus pares, mas também querem ter tanto ou mais sucesso que os seus pais – de forma quase imediata! O educador financeiro Dave Ramsey diz que a maioria dos recém-casados espera ter o mesmo nível de vida dos seus pais após cerca de cinco anos de casamento. Eles esquecem-se que os pais precisaram de 25 anos ou mais para chegar ao ponto onde estão na vida!5

A Cura Então, como podemos evitar sucumbir à síndrome de Jones? Em primeiro lugar, olhe para cima, não para os lados. Deus – e

“O problema é que, quando se

tem dinheiro, gastamos dinheiro, e acabamos sempre

por querer mais."

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"Tenho a certeza que a alegria e a felicidade que vivenciou não teve nada

a ver com ter “mais dinheiro”, mas por passar tempo com aqueles que ama e por manter contacto com os amigos."