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1 1. INTRODUÇÃO O presente relatório tem como objectivo principal efectuar uma caracterização sucinta da geologia/hidrogeologia, dos factores hidrometereológicos e estimação do balanço hídrico na região do Barlavento Algarvio. O Algarve é constituído por duas unidades geológicas: o complexo xisto-grauváquico do Carbónico e a bacia sedimentar Meso-Cenozóica (Figura 1). Figura 1 – Unidades geológicas da região algarvia. A Bacia Sedimentar é composta por diversos tipos de rochas sedimentares, compreendendo desde formações carbonatadas a rochas detríticas, mais ou menos consolidadas. Do ponto de vista estrutural, o Algarve corresponde a um monoclinal simples mergulhando para sul com acidentes longitudinais que facilitam o seu afundamento naquela direcção, verificando-se igualmente para sul um aumento de espessura da megasequência sedimentar. Estruturalmente, distingue-se uma linha de flexura principal – linha de flexura Sagres/Algoz/Vila Real de St. António – de direcção ENE-WSW a E-W. Esta linha desenvolve-se sensivelmente paralela ao bordo norte da bacia, aflorando a norte desta descontinuidade, formações do Triásico ao Dogger, enquanto que a sul ocorrem terrenos do Jurássico superior e do Quaternário. A sul da linha de flexura Sagres-Algoz-Vila Real de Sto. António, existem diversas estruturas diapíricas, dispostas-se sobre diferentes alinhamentos subparalelos de direcção E-W, normalmente consituídos por domos salíferos, com uma forma aproximadamente elipsóidal com o eixo maior orientado na direcção E-W.

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Page 1: 1. INTRODUÇÃO - snirh.apambiente.pt · O presente relatório tem como objectivo principal efectuar uma caracterização sucinta da ... de consumos de água como de ocupação do

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1. INTRODUÇÃO

O presente relatório tem como objectivo principal efectuar uma caracterização sucinta dageologia/hidrogeologia, dos factores hidrometereológicos e estimação do balanço hídricona região do Barlavento Algarvio.

O Algarve é constituído por duas unidades geológicas: o complexo xisto-grauváquico doCarbónico e a bacia sedimentar Meso-Cenozóica (Figura 1).

Figura 1 – Unidades geológicas da região algarvia.

A Bacia Sedimentar é composta por diversos tipos de rochas sedimentares,compreendendo desde formações carbonatadas a rochas detríticas, mais ou menosconsolidadas.

Do ponto de vista estrutural, o Algarve corresponde a um monoclinal simples mergulhandopara sul com acidentes longitudinais que facilitam o seu afundamento naquela direcção,verificando-se igualmente para sul um aumento de espessura da megasequênciasedimentar.

Estruturalmente, distingue-se uma linha de flexura principal – linha de flexuraSagres/Algoz/Vila Real de St. António – de direcção ENE-WSW a E-W. Esta linhadesenvolve-se sensivelmente paralela ao bordo norte da bacia, aflorando a norte destadescontinuidade, formações do Triásico ao Dogger, enquanto que a sul ocorrem terrenosdo Jurássico superior e do Quaternário.

A sul da linha de flexura Sagres-Algoz-Vila Real de Sto. António, existem diversasestruturas diapíricas, dispostas-se sobre diferentes alinhamentos subparalelos de direcçãoE-W, normalmente consituídos por domos salíferos, com uma forma aproximadamenteelipsóidal com o eixo maior orientado na direcção E-W.

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À semelhança da geologia da região, é possível igualmente individualizar, do ponto de vistahidrogeológico, duas grandes unidades – o Maciço Antigo e a Bacia Sedimentar.

O Maciço Antigo, em termos hidrogeológicos, apresenta pequena capacidade aquífera faceà fraca permeabilidade das formações aflorantes. Contudo, nestas rochas as águassubterrâneas correspondem a importantes recursos locais, uma vez que satisfazem asnecessidades de água de pequenos aglomerados populacionais, pequenos regadios eindustrias.

É na Bacia Sedimentar que se localizam os principais sistemas aquíferos do Algarve tendosido identificados e caracterizados hidrogeologicamente, em toda a região algarvia 17sistemas aquíferos, no estudo “Definição, Caracterização e Cartografia dos SistemasAquíferos de Portugal Continental” (INAG/FCL, 1997). Estes sistemas aquíferos estendem-se essencialmente ao longo da costa pelo que sofrem grandes pressões tanto em termosde consumos de água como de ocupação do solo, conducentes, normalmente, a umadegradação da qualidade da água.

Na Figura 2 apresenta-se a distribuição dos pontos de água, actualmente inventariados naregião do Algarve.

Figura 2 – Distribuição dos pontos de água inventariados.

Os recursos hídricos subterrâneos da região algarvia têm constituído, até há poucos anos,a principal origem de água para abastecimento doméstico, industrial e agrícola.

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Deste modo, revela-se essencial o acompanhamento da evolução espaço-temporal dosrecursos hídricos subterrâneos desta região, tanto na componente quantitativa comoqualitativa.

Particularizando para a região do Barlavento algarvio, verifica-se que nesta região existemseis sistemas aquíferos distribuídos ao longo da faixa litoral, enquanto a norte localizam-seas rochas cristalinas do Maciço Antigo, correspondentes à serra algarvia (Figura 3).

Figura 3 – Localização dos sistemas aquíferos do Barlavento algarvio

Assim, os seis sistemas aquíferos localizados na região do Barlavento algarvio são:

♦ Sistema Aquífero Covões (M1);♦ Sistema Aquífero Almádena-Odeáxere (M2);♦ Sistema Aquífero Mexilhoeira Grande-Portimão(M3);♦ Sistema Aquífero Ferragudo-Albufeira (M4);♦ Sistema Aquífero Querença-Silves (M5);♦ Sistema Aquífero Albufeira-Ribeira de Quarteira (M6).

O conhecimento e acompanhamento das tendências evolutivas dos recursos hídricossubterrâneos, nas vertentes de quantidade e de qualidade, tem sido possível devido àsredes de monitorização existentes.

Na região do Algarve, encontram-se em funcionamento redes de monitorização de águassubterrâneas cuja exploração é da competência da Direcção Regional do Ambiente doAlgarve (DRA Algarve).

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A rede de monitorização piezométrica foi implementada na década de 70, sendo aperiodicidade das observações na sua generalidade mensal.

No que respeita à região do Barlavento algarvio, a rede de quantidade (rede piezométrica)em exploração pela DRA Algarve compreende cerca de 39 piezómetros distribuídos porseis sistemas aquíferos, com excepção de seis pontos que se encontram localizados nosistema aluvionar de Aljezur (Figura 4).

Figura 4 – Localização dos pontos pertencentes à rede piezométrica.

Em termos da monitorização dos parâmetros de qualidade da água subterrânea, a DRAAlgarve explora esta rede desde 1995, efectuando duas campanhas de amostragem porano, sendo a maioria das estações controladas pela DRA, captações de abastecimentopúblico.

Na região do Barlavento algarvio, a rede de qualidade em exploração pela DRAcompreende cerca de 28 estações de amostragem distribuídas pelos seis sistemasaquífero e pelo Maciço Antigo (Figura 5).

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Figura 5 – Localização dos pontos pertencentes à rede de qualidade

Os parâmetros analisados são: côr, turvação, dureza, condutividade, cloretos,bicarbonatos, sulfatos, nitratos, nitritos, azoto amoniacal, oxidabilidade, alcalinidade efosfatos.

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2. CARACTERIZAÇÃO HIDROGEOLÓGICA

Neste capítulo elaborou-se uma ficha, para cada sistema aquífero, onde se efectua umacaracterização geológica/hidrogeológica com indicação de aspectos como litologia,parâmetros hidráulicos, funcionamento hidrodinâmico.

Apresenta-se, igualmente, o desenho das redes de monitorização, tanto de quantidadecomo de qualidade, actualmente em exploração em cada sistema aquífero.

Salienta-se que as características de qualidade da água que se apresentam nacaracterização geológica/hidrogeológica de cada sistema aquífero reportam-se aos dadoscoligidos pelo projecto “Definição, Caracterização e Cartografia dos Sistemas Aquíferos dePortugal Continental” (INAG/FCL, 1997). Estes correspondem às análises químicas dospontos de água inventariados para cada sistema, englobando um maior número de pontosdos que integram a rede de monitorização de qualidade da água subterrânea.

Tendo como base a rede piezométrica, traçaram-se gráficos com a evolução temporal donível da água nos diferentes sistemas aquíferos.

Em termos de qualidade da água subterrânea e de acordo com os resultados analíticos dascampanhas de amostragem desta rede, procedeu-se à classificação das águassubterrâneas considerando o Anexo I (Qualidade das Águas Doces Superficiais Destinadasà Produção de Água para Consumo Humano) do Decreto-Lei nº 236/98 de 1 de Agosto.

Refira-se que a análise efectuada na classificação teve em linha de conta apenas osparâmetros sujeitos ao Valor Máximo Admissível (VMA), que de acordo com a amostragemefectuada pela DRA Algarve corresponde apenas a três parâmetros – sulfatos, nitratos eazoto amoniacal.

Efectuou-se assim, a classificação da qualidade da água em cada estação de amostrageme para cada ano desde 1995 a 1998, nos seis sistemas aquíferos considerados e noMaciço Antigo.

Por último, procurou-se ter uma ideia das extracções em cada sistema aquífero e osconcelhos abastecidos por estes. Os dados respeitantes aos consumos foram cedidos pelaDRA Algarve.

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2.1 Sistema Aquífero: COVÕES (M1)

A. Caracterização Geológica/Hidrogeológica

Fig. 2.1.1. - Localização do sistemaaquífero.

Identificação:

Unidade Hidrogeológica:Orla Meridional

Bacia Hidrográfica:Ribeiras do Barlavento

Distrito: FaroConcelho: Vila do BispoÁrea: 22,6 km2

As principais características hidrogeológicas deste sistema são:

1) Hidrogeologia

− Formações aquíferas dominantes: dolomitos e calcários dolomíticos doSinemuriano, Calcários e Dolomitos de Almádena (Bajociano), Calcários da Praiado Tonel (Oxfordiano-Kimeridgiano).

− Limites do sistema: correspondem aos limites das formações aquíferas comexclusão de algumas áreas que, por se apresentarem muito fragmentadas eafectadas por intrusões magmáticas, foram consideradas sem interesse.

− Litologias dominantes: dolomitos, calcários e calcários dolomíticos.

− Características gerais: aquífero cársico, livre a confinado.

− Espessuras: não se dispõe de dados que permitam avaliar a espessura total útildas formações aquíferas, atingindo pelo menos os 120 m.

2) Produtividades (l/s)

− Estatísticas calculadas a partir de 10 dados:

Mínimo Máximo Média Desviopadrão

Coef.Variação Mediana Q1 Q3

1 30,5 15,1 10,8 75,4% 15,5 1,5 23,5

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3) Parâmetros hidráulicos

A transmissividade estimada a partir de caudais específicos de duas captações varia entre500 e 600 m2/dia.

4) Funcionamento Hidráulico

Devido à tectónica que afectou as formações aquíferas e à ocorrência de numerosasintrusões filoneanas, é previsível que este sistema se encontre fragmentado em váriossectores, embora a análise da piezometria indique a existência de conexão hidráulica entreeles.A recarga é feita por infiltração directa das precipitações e não se conhecem saídasnaturais permanentes.

Fig. 2.1.2. - Direcções de fluxo no sistema aquífero (figura esquemática).

5) Recursos hídricos subterrâneos

Os recursos hídricos subterrâneos médios, renováveis, são estimados em 6 Mm3/ano.

6) Dados de captações

A profundidade das captações mais representativas distribui-se entre os 60 e os 120 m.

Direcções de fluxo

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7) Qualidade da água

Dispõe-se de apenas 5 análises completas (componentes maioritários) e algumas análisesespecíficas (cloretos, sulfatos, pH, etc.) referentes a um período compreendido entre 1966e 1994. Muitas das análises correspondem a diferentes colheitas feitas na mesmacaptação.

− Estatísticas

n Média Desviopadrão

Coef.Variação

Mínimo Q1 Mediana Q3 Máximo

Cond. 14 2877 2498 87% 1040 1355 2625 3010 11090pH 15 7,84 0,38 5% 7,2 7,47 7,8 8,12 8,4Cl 27 515 580 113% 158 234 295 636 3191SO4 12 68 20 30% 32 58 63 76 110NO3 11 49 19 40% 16 34 49 56 85Na 7 204 78 38% 125 125 190 224 344K 7 4 2,4 60% 2,6 2,8 3,1 3,6 9,4Ca 5 104 14 13,4% 84 87 107 113 118Mg 5 40 7 17,8% 28 31 41 42 47

− Fácies dominante: cloretada sódica.

− Uso agrícola: as águas distribuem-se pelas classes C3S1 e C4S1 pelo querepresentam um perigo de salinização dos solos alto a muito alto e baixo perigode alcalinização dos solos.

B. Redes de monitorização

B.1. Rede piezométrica

A rede piezométrica deste sistema aquífero compreende dois pontos de observação(Figura 2.1.3.).

Figura 2.1.3. Rede piezométrica do sistema aquífero.

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Na Figura 2.1.4. apresenta-se o gráfico de evolução temporal do nível da água nestesistema aquífero. Refere-se que a informação reporta-se desde o ano hidrológico 1994-95até Maio de 1999.

SISTEMA AQUÍFERO COVÕES

0

5

10

15

20

25

30

Oct-94 Oct-95 Oct-96 Oct-97 Oct-98 Oct-99

Nív

el p

iezo

mét

rico

(m)

601/4 609/7

Figura 2.1.4. Evolução piezométrica do sistema aquífero.

Da análise da Figura 2.1.4. verifica-se que a série piezométrica do ponto 601/4 revelarespostas relativamente rápidas face às ocorrências meteorológicas. Após cada anohúmido as recessões piezométricas atingiram níveis similares (próximos de 8m), sendo noúltimo ano hidrológico, devido à fraca pluviosidade do semestre húmido, os níveis baixaramsignificativamente sem atingirem, porém, os valores de 95 decorrentes de uma secaplurianual. As oscilações do nível piezométrico não denotam qualquer tendênciadecrescente indicativa de processos extractivos insustentáveis.

O piezómetro 609/7 tem um comportamento análogo ainda que as respostas aos “inputs”de precipitação sejam mais atenuadas.

B.2. Rede de qualidade

A rede de qualidade deste sistema aquífero compreende apenas uma estação deamostragem. Os resultados obtidos na classificação da água deste sistema encontram-serepresentados na Figura 2.1.5..

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Figura 2.1.5. Classificação da qualidade da água considerando apenas os parâmetros comVMA.

Tendo em conta os parâmetros contemplados com VMA, a qualidade da água classifica-secomo >A3 face às elevadas concentrações de nitratos na água. Registam-se igualmenteneste sistema, concentrações elevadas de cloretos na água, as quais ultrapassam o VMRdeste parâmetro.

Refere-se contudo que a amostragem é efectuada apenas numa estação pelo que osresultados devem ser vistos com reserva.

C. Estimativa de consumos

Procurou-se ter uma ideia das extracções efectuados neste sistema para abastecimentopúblico (Quadro 2.1.1.).

Quadro 2.1.1. Estimativa das extracções no sistema aquífero de Covões

CONCELHOS ABASTECIDOS 1996 1997

Vila do Bispo 293 281 -

* - dados fornecidos pela DRA Algarve

ANOEXTRACÇÕES (m3/ano)*

Verifica-se assim que este sistema abastece o concelho de Vila do Bispo e os dadosexistentes reportam-se unicamente ao ano de 1996.

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2. 2 Sistema Aquífero: ALMÁDENA-ODEÁXERE (M2)

A. Caracterização Geológica/Hidrogeológica

Fig. 2.2.1. - Localização do sistemaaquífero.

Identificação:

Unidade Hidrogeológica:Orla Meridional

Bacia Hidrográfica:Ribeiras do Barlavento

Distrito: FaroConcelhos: Vila do Bispo, Lagos e

PortimãoÁrea: 63,5 km2

As principais características hidrogeológicas deste sistema são:

1) Hidrogeologia

− Formações aquíferas dominantes: dolomitos e calcários dolomíticos doSinemuriano; Calcários e Dolomitos de Almádena (Bajociano).

− Limites do sistema: correspondem aos limites das formações aquíferas comexclusão de algumas áreas que, por se apresentarem muito fragmentadas eafectadas por intrusões magmáticas, foram consideradas sem interesse.

− Litologias dominantes: dolomitos, calcários e calcários dolomíticos.

− Características gerais: aquífero cársico, livre a confinado.

− Espessuras: a espessura das formações aquíferas pode atingir centenas demetros, embora a carsificação seja muito menos profunda, não devendoultrapassar, no máximo, pouco mais de que uma centena.

2) Produtividades (l/s)

− Estatísticas calculadas a partir de 103 dados

Mínimo Máximo Média Desviopadrão

Coef.Variação Mediana Q1 Q3

0,3 50 8,4 9,4 111% 5,6 2,2 10,3

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3) Parâmetros Hidráulicos

A transmissividade estimada a partir de ensaios de bombagem varia entre 25 e 2100m2/dia. Os valores mais frequentes de transmissividade estimada através de caudaisespecíficos (15 valores) situam-se entre 250 e 2800 m2/dia, com média igual a 2100 m2/diae mediana igual a 800 m2/dia.

4) Funcionamento Hidráulico

A superfície dos calcários encontra-se, nalgumas áreas, lapiezada assinalando-se algumasdolinas e cavidades subterrâneas, pelo que a recarga faz-se por infiltração directa. Aprincipal área de drenagem natural situa-se perto de Portelas (Lagos) onde existiamexsurgências importantes, hoje praticamente inactivas devido à existência de captaçõesque foram implantadas nas suas proximidades e que abastecem Lagos. A localizaçãodestas exsurgências é condicionada pelo contacto a sul com as formações impermeáveisdo Cretácico e à existência de grandes linhas de fractura onde se instalaram os valesprincipais (Paradela e Zbyszewski, 1971). A análise da piezometria sugere uma outra zonade descarga, situada nas imediações da Boca do Rio. No entanto essa descarga, a existir,dá-se de forma difusa ou oculta.

Fig. 2.2.2. - Direcções de fluxo no sistema aquífero (figura esquemática).

5) Recursos hídricos subterrâneos

Os recursos médios renováveis estimam-se em cerca de 20 Mm3/ano.

6) Qualidade da água

Dispõe-se de análises completas (componentes maioritários) e algumas análisesespecíficas (cloretos, sulfatos, pH, etc.) referentes a um período compreendido entre 1969

direcções de fluxo

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e 1994. Muitas das análises correspondem a diferentes colheitas feitas na mesmacaptação.

− Estatísticas

n Média Desviopadrão

Coef.Variação

Mínimo Q1 Mediana

Q3 Máximo

Cond. 30 1323 710 54% 563 884 1105 1290 3400pH 104 7,7 0,3 4,1% 7,1 7,5 7,7 8 8,3HCO3 12 361 78 22% 159 305 372 403 452Cl 110 220 321 146% 43 99 149 233 3237SO4 57 50 28 55% 7 32 47 55 168NO3 56 21 13 63% 0,2 15,5 19 20 102Na 59 82 37 45% 26 56 72 101 216K 59 2,8 2,8 101% 0,8 1,6 1,8 2,8 20Ca 14 108 47,9 44% 28 92 103 107 252Mg 14 29 8 28% 10 23 31 33 44

− Fácies dominantes: bicarbonatada cálcica, mistas e cloretada sódica.

− Uso agrícola: a maioria das águas pertencem à classe C3S1 (83%) pelo querepresentam um perigo baixo de alcalinização dos solos e perigo alto desalinização. As restantes pertencem à classe C2S1 representando, portanto, umperigo médio de salinização dos solos e perigo baixo de alcalinização dos solos.

B. Redes de monitorização

B.1. Rede piezométrica

A rede piezométrica deste sistema aquífero compreende seis pontos de observação(Figura 2.2.3.).

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Figura 2.2.3. Rede piezométrica do sistema aquífero.

Na Figura 2.2.4. apresenta-se o gráfico de evolução temporal do nível da água nestesistema aquífero. Refere-se que a informação reporta-se desde o ano hidrológico 1994-95até Maio de 1999.

SISTEMA AQUÍFERO ALMÁDENA-ODEÁXERE

-10

-5

0

5

10

15

20

Oct-94 Oct-95 Oct-96 Oct-97 Oct-98 Oct-99

Nív

el p

iezo

mét

rico

(m)

602/311 602/242 602/187 602/178 602/76 602/43

Figura 2.2.4. Evolução piezométrica do sistema aquífero.

Da análise da Figura 2.2.4. verifica-se que as séries piezométricas não revelam descidassignificativas do nível da água para o período considerado. Contudo, registam-se pontosem que os valores do nível piezométrico encontram-se próximos de zero ou mesmonegativos, isto é o nível de água subterrânea situa-se abaixo do nível médio da água domar.

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B.2. Rede de qualidade

A rede de qualidade deste sistema aquífero compreende três estações de amostragem. Osresultados obtidos na classificação da água deste sistema encontram-se representados naFigura 2.2.5..

Figura 2.2.5. Classificação da qualidade da água considerando apenas os parâmetros comVMA.

Tendo em conta os parâmetros contemplados com VMA, a qualidade da água classifica-secomo A1, não havendo problemas a registar. Refere-se contudo, que não foi possívelefectuar a classificação no ponto 602/189 em virtude de no ano de 1998 apenas se terrealizado uma campanha de amostragem.

C. Estimativa de consumos

Procurou-se ter uma ideia das extracções efectuados neste sistema aquífero, paraabastecimento público (Quadro 2.2.1.).

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Quadro 2.2.1. Estimativa das extracções no sistema aquífero

CONCELHOS ABASTECIDOS 1993 1996 1997

Vila do Bispo - 393 670 319 067

Lagos 3 825 684 - -

* - dados fornecidos pela DRA Algarve

EXTRACÇÕES (m3/ano)*ANO

Verifica-se assim que este sistema abastece os concelhos de Lagos e Vila do Bispo. Osdados respeitantes ao concelho de Lagos reportam-se apenas ao ano de 1993, enquantoque para o concelho de Vila do Bispo a informação respeita aos anos de 1996 e 1997.

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2.3 Sistema Aquífero: MEXILHOEIRA GRANDE - PORTIMÃO (M3)

A. Caracterização Geológica/Hidrogeológica

Fig. 2.3.1. - Localização do sistemaaquífero.

Identificação

Unidade Hidrogeológica:Orla Meridional

Bacias Hidrográficas:Ribeiras do Barlavento e Arade

Distrito: FaroConcelho: PortimãoÁrea: 51,7 km2

As principais características hidrogeológicas deste sistema são:

1) Hidrogeologia

− Formações aquíferas dominantes: dolomitos e calcários dolomíticos doSinemuriano, Calcários e Dolomitos de Almádena (Bajociano), FormaçãoCarbonatada de Lagos-Portimão (Miocénico), Areias e Cascalheiras de Faro-Quarteira (Quaternário).

− Limites do sistema: correspondem aos limites das formações aquíferas, entre asribeiras de Arão e Boina com exclusão de algumas áreas que, por seapresentarem muito fragmentadas foram consideradas sem interesse.

− Litologias dominantes: calcários, calcários dolomíticos, dolomitos, calcarenitos ebiocalcarenitos, por vezes lumachélicos, arenitos e areias.

− Características gerais: sistema multiaquífero, constituído por um aquífero cársicoe um aquífero poroso, livres a confinados.

− Espessuras: a espessura das formações aquíferas pode atingir algumascentenas de metros.

2) Produtividades (l/s)

− Estatísticas calculadas a partir de 124 dados

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Mínimo Máximo Média Desviopadrão

Coef.Variação Mediana Q1 Q3

0,3 108 12,1 15,3 126,5% 8,3 5,0 11,1

3) Parâmetros Hidráulicos

A transmissividade estimada a partir de caudais específicos de 11 captações situa-se entre80 e 6500 m2/dia.A partir de ensaios de bombagem obtiveram-se os seguintes valores de transmissividade(m2/dia): 85; 170; 250; 300; 560; 836; 1000 e 2300.Os valores mais frequentes de transmissividade estimada a partir de caudais específicos(20 valores) situam-se entre 300 e 1000 m2/dia, com média igual a 1300 m2/dia e medianaigual a 600 m2/dia.

4) Funcionamento Hidráulico

A análise da superfície piezométrica mostra que a direcção de fluxo se processa de Nortepara Sul, ou seja, a partir das formações do Jurássico, onde se dá a recarga do sistemapor infiltração directa da precipitação e a partir de alguns troços influentes das ribeiras doFarelo e da Torre (Reis, 1993), para as formações do Miocénico.Conheciam-se exsurgências, em Fontaínhas, que forneciam caudais da ordem de uma aduas centenas de litros por segundo, com uma água demasiado mineralizada (Paradela eZbyszewski, 1971).

Fig. 2.3.2. - Direcções de fluxo no sistema aquífero (figura esquemática).

Direcções de fluxo

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5) Dados de captações

A profundidade dos furos, mais representativos, não ultrapassa os 150 m.

6) Qualidade da água

Dispõe-se de um número elevado de análises efectuadas entre 1981 e 1995. Muitas dasanálises correspondem a diferentes colheitas feitas na mesma captação.

− Estatísticas

n Média Desviopadrão

Coef.Variação

Mínimo Q1 Mediana Q3 Máximo

Cond. 138 2629 1746 66% 660 1500 2380 2965 10000pH 187 7,53 0,41 5,5% 6,82 7,2 7,5 7,8 8,9HCO3 83 346 62 18% 140 311 357 383 476Cl 365 521 464 89% 28 165 447 709 3390SO4 128 91 93 102% 4,3 42 67 94 531NO3 116 35 57 165% 0 11,7 20,5 33 425Na 175 262 325 124% 33 62 176 310 1970K 149 7,4 9,4 127% 0,1 2,2 4,7 8,7 62Ca 104 161 82 51% 52 120 143 176 599Mg 106 42 31 75% 2 22 34 52 182

− Fácies dominantes: cloretada sódica e bicarbonatada cálcica.

− Uso agrícola: As águas desta unidade são de má qualidade para uso agrícola.Como se distribuem todas pelas classes C3 e C4 representam um perigo desalinização dos solos alto a muito alto. A distribuição pelas classes definidas peloUSSLS é a seguinte: C3S1 - 39,1%; C3S2 - 15,6%; C4S1 - 6,3%; C4S2 - 18,8%;C4S3 - 4,7%; C4S4 - 15,6%.

B. Redes de monitorização

B.1. Rede piezométrica

A rede piezométrica deste sistema aquífero compreende quatro pontos de observação(Figura 2.3.3.).

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Figura 2.3.3. Rede piezométrica do sistema aquífero.

Na Figura 2.3.4. apresenta-se o gráfico de evolução temporal do nível da água nestesistema aquífero. Refere-se que a informação reporta-se desde o ano hidrológico 1994-95até Maio de 1999.

SISTEMA AQUÍFERO MEXILHOEIRA GRANDE-PORTIMÃO

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

Oct-94 Oct-95 Oct-96 Oct-97 Oct-98 Oct-99

Nív

el p

iezo

mét

rico

(m)

594/102 594/47 594/95 594/150

Figura 2.3.4. Evolução piezométrica do sistema aquífero.

Da análise da Figura 2.3.4. verifica-se que as séries piezométricas não revelam descidassignificativas do nível da água para o período considerado, à excepção do piezómetro594/47. Contudo, registam-se pontos em que os valores do nível piezométrico encontram-se próximos de zero ou mesmo negativos, revelando que o nível da água subterrânea sesitua abaixo do nível médio da água do mar.

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B.2. Rede de qualidade

A rede de qualidade deste sistema aquífero compreende três estações de amostragem. Osresultados obtidos na classificação da água deste sistema encontram-se representados naFigura 2.3.5..

Figura 2.3.5. Classificação da qualidade da água considerando apenas os parâmetros comVMA.

Tendo em conta os parâmetros contemplados com VMA, a qualidade da água classifica-secomo A1.

Refere-se que no ano de 1995, no bordo W do sistema aquífero, registaram-seconcentrações elevadas de cloretos, que pode ser um reflexo do período de seca que seestava atravessando.

C. Estimativa de consumos

Procurou-se ter uma ideia das extracções efectuados neste sistema aquífero, paraabastecimento público (Quadro 2.3.1.).

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Quadro 2.3.1. Estimativa das extracções no sistema aquífero

CONCELHOS ABASTECIDOS 1996 1997 1998

Portimão 2 983 286 3 252 192 3 636 352

* - dados fornecidos pela DRA Algarve

EXTRACÇÕES (m3/ano)*ANO

Verifica-se assim que este sistema abastece o concelho de Portimão e os dados existentesrespeitam aos três últimos anos - 1996, 1997 e 1998.

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2.4 Sistema Aquífero: FERRAGUDO - ALBUFEIRA (M4)

A. Caracterização Geológica/Hidrogeológica

Fig. 2.4.1. - Localização do sistemaaquífero.

Identificação

Unidade Hidrogeológica:Orla Meridional

Bacias Hidrográficas:Ribeiras do Sotavento e Arade

Distrito: FaroConcelhos: Albufeira, Lagoa e SilvesÁrea: 117,1 km2

As principais características hidrogeológicas deste sistema são:

1) Hidrogeologia

− Formações aquíferas dominantes: Arenitos de Sobral, Calcários e margas comPalorbitolina (Cretácico), Formação Carbonatada Lagos-Portimão (Miocénico) eAreias e Cascalheiras de Faro-Quarteira (Quaternário).

− Limites do sistema: correspondem essencialmente à área de afloramento dasformações aquíferas. O limite a noroeste é intraformacional, separando estesistema do de Querença-Silves e foi estabelecido com base no prolongamentodo afloramento sul das formações jurássicas.

− Litologias dominantes: calcarenitos e biocalcarenitos, por vezes lumachélicos,arenitos, areias e calcários compactos.

− Características gerais: o aquífero mais extenso que tem por suporte asformações miocénicas tem comportamento de tipo aquífero poroso, emboralocalmente com algumas características de aquífero cársico, sendoessencialmente confinado ou semiconfinado. Os calcários cretácicos suportamum pequeno aquífero cársico, livre. Os depósitos detríticos quaternários earenitos cretácicos suportam pequenos aquíferos freáticos.

− Espessuras: a espessura dos calcarenitos miocénicos situa-se entre os 40 a 50m. A espessura da cobertura detrítica superior atinge, a oeste de Albufeira, 60 me o conjunto das formações cretácicas pode ultrapassar os 150 m.

2) Produtividades (l/s)

− Estatísticas calculadas a partir de 120 dados

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Mínimo Máximo Média Desviopadrão

Coef.Variação Mediana Q1 Q3

0,0 40 7,2 7,1 98,5% 5,0 3,0 8,3

3) Parâmetros Hidráulicos

As transmissividades dos calcários cretácicos estimadas através de ensaios de bombagemsituam-se entre 200 e 600 m2/dia (Silva, 1988).As transmissividades das formações miocénicas, estimadas a partir de caudais específicos,situam-se entre 30 e 750 m2/dia (ibidem).

4) Funcionamento Hidráulico

O aquífero miocénico recebe recarga directa e provavelmente a partir dos calcáriosjurássicos e cretácicos. Eventualmente, poderá receber recarga por drenância a partir dedepósitos detríticos que o cobrem, por exemplo a sudoeste de Porches, embora adiferença de potenciais hidráulicos entre o aquífero miocénico, e o aquífero freáticoexistente nesses depósitos pareça indicar uma independência entre os dois. Não sãoconhecidas descargas naturais do aquífero miocénico excepto uma pequena nascentesituada no litoral mas de caudal muito fraco.O aquífero que tem por suporte os calcários cretácicos é o mais explorado, não só devido àsua produtividade mas também devido à melhor qualidade das suas águas, emboradisponha de recursos limitados devido à pequena área de recarga.

Fig. 2.4.2. - Direcções de fluxo no sistema aquífero (figura esquemática).

5) Qualidade da água

Dispõe-se de um número elevado de análises efectuadas entre 1974 e 1995, com especialincidência nos anos 80. Muitas das análises correspondem a diferentes colheitas feitas namesma captação.

− Estatísticas

direcções de fluxo

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n Média Desviopadrão

Coef.Variação

Mínimo Q1 Mediana Q3 Máximo

Cond. 280 2666 2244 84% 560 1175 2015 3415 23330pH 354 7,45 0,36 4,9% 6,68 7,19 7,4 7,7 8,8HCO3 226 346 88 25,5% 36,6 284 356 400 622Cl 452 677 1036 153% 14 175 381 747 10721SO4 252 108 130 120% 4 40 69 136 1140NO3 219 47 66,5 143% 0 7,4 26 50 405Na 306 377 713 189% 28 92 161 376 6050K 244 13 26 200% 0,2 3,5 5,4 12 222Ca 220 160 75 47% 48 107 142 186 512Mg 227 65 95 147% 0,9 24 42 66 834

− Fácies dominantes: cloretada sódica e bicarbonatada cálcica.

− Uso agrícola: as águas desta unidade são, em geral, de má qualidade para usoagrícola. Apenas uma minoria (6,4%) se situa na classe C2 (perigo de salinizaçãodos solos médio) distribuindo-se as restantes pelas classes C3 e C4. Adistribuição pelas classes definidas pelo USSLS é a seguinte: C3S1 - 31,2%; C3S4

- 4%; C4S1 - 18,4%; C4S2 - 16%; C3S2 - 8,8%; C4S3 - 4%; C4S4 - 6,4%; C3S3 - 4,8%;C2S1 - 3,2%; C2S2 - 2,4%; C2S3 - 0,8%.

B. Redes de monitorização

B.1. Rede piezométrica

A rede piezométrica deste sistema aquífero compreende três pontos de observação (Figura2.4.3.).

Figura 2.4.3. Rede piezométrica do sistema aquífero.

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Na Figura 2.4.4. apresenta-se o gráfico de evolução temporal do nível da água nestesistema aquífero. Refere-se que a informação reporta-se desde o ano hidrológico 1994-95até Maio de 1999.

SISTEMA AQUÍFERO FERRAGUDO-ALBUFEIRA

-505

10152025303540

Oct-94 Oct-95 Oct-96 Oct-97 Oct-98 Oct-99

Nív

el p

iezo

mét

rico

(m)

605/268 604/85 604/63

Figura 2.4.4. Evolução piezométrica do sistema aquífero.

Da análise da Figura 2.4.4. verifica-se que as séries piezométricas não revelam descidassignificativas do nível da água para o período considerado. Contudo, registam-se pontos deágua, designadamente os que se encontram mais próximos do mar, em que os valores donível piezométrico estão próximos de zero. A constância e, por vezes, retoma do nível, nãoindiciam problemas de intrusão marinha, ainda que se tratem de aquíferos costeiros.

B.2. Rede de qualidade

A rede de qualidade deste sistema aquífero compreende três estações de amostragem. Osresultados obtidos na classificação da água deste sistema encontram-se representados naFigura 2.4.5..

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Figura 2.4.5. Classificação da qualidade da água considerando apenas os parâmetros comVMA.

Tendo em conta os parâmetros contemplados com VMA, a qualidade da água classifica-secomo A1. Refere-se que no ponto 604/69 as concentrações de nitratos e sulfatos na águasão elevadas aproximando-se dos respectivos VMR destes parâmetros.

C. Estimativa de consumos

Não há informação das extracções realizadas neste sistema aquífero.

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2.5 Sistema Aquífero: QUERENÇA - SILVES (M5)

A. Caracterização Geológica/Hidrogeológica

Fig. 2.5.1. - Localização do sistemaaquífero.

Identificação

Unidade Hidrogeológica:Orla Meridional

Bacias Hidrográficas:Ribeiras do Sotavento e Arade

Distrito: FaroConcelhos: Albufeira, Lagoa, Loulé e

SilvesÁrea: 317,8 km2

As principais características hidrogeológicas deste sistema são:

1) Hidrogeologia

− Formações aquíferas dominantes: Formação de Picavessa (Calcários de Alte)(Jurássico inferior), Calcários e Dolomitos de Almádena (Jurássico médio),Calcários de S. Romão, Calcários com nódulos de sílex da Jordana, Calcáriosbioconstruídos do Cerro da Cabeça, Dolomitos e Calcários dolomíticos de SantaBárbara de Nexe, Calcários do Escarpão, Calcários com Anchispirocyclinalusitanica (Jurássico superior).

− Limites do sistema aquífero: correspondem aos limites das formações aquíferasreferidas, com exclusão de algumas pequenas áreas por possuíremfuncionamento independente (Rocha da Pena) ou por terem sido consideradassem interesse. Os limites incluem pequenas manchas de formações poucopermeáveis, dada a complexidade do padrão de afloramento nalgumas zonas.

− Litologias dominantes: dolomitos, calcários dolomíticos, calcários compactos,calcários oolíticos, calcários margosos.

− Características gerais: sistema multiaquífero cársico, livre a confinado.

− Espessuras: a espessura das formações aquíferas atinge pelo menos 270metros. A carsificação em geral é menos profunda embora localmente possaultrapassar os 200 metros.

2) Produtividades (l/s)

− Estatísticas calculadas a partir de 487 dados

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Mínimo Máximo Média Desviopadrão

Coef.Variação Mediana Q1 Q3

0,0 83,3 12,2 9,8 80,2% 11,1 5,8 16,6

3) Parâmetros Hidráulicos

Em ensaios de bombagem executados em captações localizadas a norte de Purgatórioobtiveram-se valores de transmissividade entre 1200 e 1700 m2/dia.Ensaios de bombagem realizados na região de Vale da Vila (E de Silves) forneceramvalores de transmissividade situados entre 3000 e 30000 m2/dia.

4) Funcionamento Hidráulico

O dobramento e falhas que afectaram os calcários e dolomitos liásicos produziram oisolamento hidráulico de alguns sectores que constituem, assim, outras tantassubunidades. É o que acontece com as subunidades que alimentam algumas dasnascentes mais importantes do Algarve Central: Fonte Grande (Alte); Fonte de Salir eFonte Benémola. No entanto, dado que aquelas três nascentes debitam para a ribeira deQuarteira, a qual possui alguns troços influentes, as referidas subunidades não sãototalmente independentes do sistema principal.Uma outra subunidade, drenada pela Fonte de Paderne, relaciona-se, essencialmente comcalcários do Jurássico superior, não se conhecendo com rigor as relações hidráulicas como sistema principal.Dentre os aspectos geomorfológicos com incidência na capacidade de infiltraçãodestacam-se as depressões cársicas de grande tamanho (poljes, por ex. a Nave do Barão),lapiás e dolinas.Conhecem-se sumidouros activos dois quilómetros a SW de Esteval dos Mouros. Noentanto o fundo de algumas dessas depressões, assim como outras superfícies,encontram-se cobertos por sedimentos (aluviões, terraços e/ou terra rossa) compermeabilidade vertical por vezes baixa ou nula (Nave do Barão, Fonte Louzeiro,depressão a N de Purgatório, etc.).A análise da piezometria mostra a existência de um fluxo subterrâneo dirigido em geralpara oeste, embora com anomalias locais, normalmente relacionadas com a presença degrupos de captações importantes. O padrão geral de escoamento é condicionado pelapresença de descargas naturais do sistema, situadas perto do limite oeste, de que sedestacam as Fontes de Estômbar cujo caudal médio é de 239 L/s.A ribeira de Quarteira, no seu curso superior, apresenta troços influentes e efluentes e noseu curso inferior é influente, conhecendo-se sumidouros na região de Lentiscais eCabanita. No entanto, alguns destes sumidouros só funcionam, episodicamente, quando aribeira sai do seu leito.

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Fig. 2.5.2. - Direcções de fluxo no sistema aquífero (figura esquemática).

5) Recursos hídricos subterrâneos

Os recursos médios renováveis estimam-se em cerca de 90 Mm3/ano.

6) Qualidade da água

Dispõe-se de um conjunto numeroso de análises completas (componentes maioritários) eespecíficas (cloretos, sulfatos, pH, etc.) referentes a um período compreendido entre 1979e 1995. Muitas das análises correspondem a diferentes colheitas feitas na mesmacaptação.

− Estatísticas

n Média Desviopadrão

Coef.Variação

Mínimo Q1 Mediana Q3 Máximo

Cond. 116 1942 2708 139% 302 676 749 975 13290pH 411 7,79 0,33 4,3% 6,8 7,6 7,8 8,0 9,2HCO3 75 385 50 13% 75 366 386 403 549Cl 513 211 600 284% 16 50 64 99 6390SO4 168 66 141 212% 5,9 22 32 47 1280NO3 204 20 37 180% 0 8 13 20 283Na 352 88 285 324% 1,1 27 33 50 3600K 347 4,0 20,5 506% 0,4 0,9 1,1 1,7 284Ca 75 115 65 56% 0,9 88 96 113 562Mg 75 49 69 141% 1,2 24 31 36 461

− Fácies dominantes: bicarbonatadas cálcicas ou calco-magnesianas.

direcções de fluxo

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− Uso agrícola: a maioria das águas pertence à classe C3S1 (66,7%) pelo querepresentam um perigo baixo de alcalinização dos solos e perigo alto desalinização. Todas as restantes (33,3%) pertencem à classe C2S1 representandoum perigo médio de salinização dos solos e perigo baixo de alcalinização dossolos.

B. Redes de monitorização

B.1. Rede piezométrica

A rede piezométrica deste sistema aquífero compreende doze pontos de observação(Figura 2.5.3.).

Figura 2.5.3. Rede piezométrica do sistema aquífero.

Nas Figuras 2.5.4. e 2.5.5. apresentam-se os gráficos de evolução temporal do nível daágua neste sistema aquífero. Refere-se que a informação reporta-se desde o anohidrológico 1994-95 até Maio de 1999.

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SISTEMA AQUÍFERO QUERENÇA-SILVES (SECTOR W)

0

50

100

150

200

250

Oct-94 Oct-95 Oct-96 Oct-97 Oct-98 Oct-99

Nív

el p

iezo

mét

rico

(m)

596/243 595/215 596/262 595/212 596/259 587/19

Figura 2.5.4. Evolução piezométrica do sistema aquífero (sector W).

SISTEMA AQUÍFERO QUERENÇA-SILVES (SECTOR E)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

Oct-94 Oct-95 Oct-96 Oct-97 Oct-98 Oct-99

Nív

el p

iezo

mét

rico

(m)

597/121 597/96 596/35 596/19 597/111 597/91

Figura 2.5.5. Evolução piezométrica do sistema aquífero (sector E).

Da análise das Figuras 2.5.4. e 2.5.5. verifica-se que as séries piezométricas não revelamdescidas significativas do nível da água para o período considerado. Por outro lado,salienta-se que apesar do corrente ano hidrológico não ser um ano pluvioso, os níveis deágua subterrânea são superiores aos valores registados no final do ano de 1995, quandoterminou o último período de seca.

B.2. Rede de qualidade

A rede de qualidade deste sistema aquífero compreende dez estações de amostragem. Osresultados obtidos na classificação da água deste sistema encontram-se representados naFigura 2.5.6..

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Figura 2.5.6. Classificação da qualidade da água considerando apenas os parâmetros comVMA.

Tendo em conta os parâmetros contemplados com VMA, a qualidade da água classifica-se,na sua generalidade, como A1. Indica-se que na estação 595/96 as concentrações denitratos na água são elevadas aproximando-se do respectivo VMA deste parâmetro,contudo não ultrapassam este valor. No entanto, o mesmo já não acontece na estação597/109 em que a qualidade da água classifica-se como >A3 em virtude dasconcentrações de nitratos na água.

Refere-se ainda que em duas estações não foi possível efectuar a classificação em virtudede no ano de 1998 só ter sido efectuada uma campanha de amostragem.

C. Estimativa de consumos

Procurou-se ter uma ideia das extracções efectuados neste sistema aquífero, paraabastecimento público (Quadro 2.5.1.).

Quadro 2.5.1. Estimativa das extracções no sistema aquífero

CONCELHOS ABASTECIDOS 1996 1997 1998

Loulé 885 516 - 966 211

Albufeira 2 153 623 - -

* - dados fornecidos pela DRA Algarve

ANOEXTRACÇÕES (m3/ano)*

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Verifica-se que este sistema abastece os concelhos de Loulé e Albufeira. Os dadosexistentes do concelho de Albufeira reportam-se apenas ao ano de 1996, enquanto para oconcelho de Loulé a informação respeita aos anos de 1996 e 1998.

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2.6 Sistema Aquífero: ALBUFEIRA-RIBEIRA DE QUARTEIRA (M6)

A. Caracterização Geológica/Hidrogeológica

Fig. 2.6.1. - Localização do sistemaaquífero.

Identificação

Unidade Hidrogeológica:Orla Meridional

Bacia Hidrográfica:Ribeiras do Sotavento

Distrito: FaroConcelhos: Albufeira, Loulé e SilvesÁrea: 54,7 km2

As principais características hidrogeológicas deste sistema são:

1) Hidrogeologia

− Formações aquíferas dominantes: Dolomitos e Calcários Dolomíticos de SantaBárbara de Nexe, Calcários do Escarpão (Jurássico superior), FormaçãoCarbonatada de Lagos-Portimão, Areias de Olhos de Água (Miocénico) e Areiase Cascalheiras de Faro-Quarteira (Quaternário).

− Limites do sistema aquífero: correspondem aos limites das formações aquíferas,excepto a Leste onde a sua separação com o Sistema de Quarteira éintraformacional e foi estabelecido por se verificar um salto na piezometria quedeve corresponder a uma barreira hidráulica parcial.

− Litologias dominantes: calcarenitos e biocalcarenitos, por vezes lumachélicos,arenitos, areias, calcários compactos, calcários dolomíticos, dolomitos e calcáriosmargosos.

− Características gerais: sistema multiaquífero constituído por um aquífero cársicoe outro com características mistas poroso/cársico, livre a confinado.

− Espessuras: a espessura total útil das formações aquíferas do Miocénicodistribui-se entre os 70 e os 110 metros enquanto que as formações jurássicasatingem pelo menos 190 m.

2) Produtividades (l/s)

− Estatísticas calculadas a partir de 137 dados

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Mínimo Máximo Média Desv.padrão

Coef.Variação Mediana Q1 Q3

0,0 30,5 9,5 5,2 54,4% 9,0 6,0 11,8

3) Parâmetros Hidráulicos

A transmissividade estimada a partir de caudais específicos de trinta captações situa-seentre 84 e 3080 m2/dia, sendo a média 540 m2/dia e a mediana 235 m2/dia.

4) Funcionamento Hidráulico

A recarga é feita a Norte por infiltração directa nos Calcários do Escarpão e em menorescala nas formações cretácicas e miocénicas. As formações de cobertura do Miocénico,dada a sua fracção argilosa considerável, dificultam a recarga directa.Existem vários pontos de descarga do sistema com comportamento perene,nomeadamente em Olhos de Água, encontrando-se alguns na praia e outros no mar, comum caudal de várias dezenas de litro por segundo.A ribeira de Quarteira é efluente no seu troço terminal a sul da Ponte do Barão e influentenum troço a montante da mesma.A partir da análise da superfície piezométrica verifica-se que o sentido de escoamentosubterrâneo processa-se para sul e SSW (Almeida, 1985, Silva, 1988). A análisecomparativa da piezometria deste sistema e do sistema de Quarteira sugere umatransferência subterrânea importante deste sistema para o primeiro. Esta transferência seráfeita mais ou menos perpendicularmente à ribeira de Quarteira através de uma barreira depermeabilidade mais baixa o que explicaria a diferença entre os potenciais hidráulicos deum e de outro lado.

Fig. 2.6.2. - Direcções de fluxo no sistema aquífero (figura esquemática).

direcção de fluxo

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5) Qualidade da água

Dispõe-se de análises completas (componentes maioritários) e análises específicas(cloretos, sulfatos, pH, etc.) referentes a um período compreendido entre 1965 e 1995.Muitas das análises correspondem a diferentes colheitas feitas na mesma captação.

− Estatísticas

n Média Desviopadrão

Coef.Variação

Mínimo Q1 Mediana Q3 Máximo

Cond. 119 2258 2580 114% 625 875 1123 1948 15400pH 191 7,51 0,36 4,8% 6,7 7,25 7,41 7,8 8,4HCO3 37 371 70 19% 232 334 361 389 537Cl 229 359 537 149% 14 85 149 344 3406SO4 165 73 87 119% 5,4 21 38 88 540NO3 165 14 10 73% 0,1 6,2 12 19,3 60Na 41 114 109 96% 5,5 45 66 133 570K 37 3,8 3,7 97,7% 0,9 1,5 2,3 4,5 19Ca 40 124 51 41% 63 95 112 138 320Mg 40 45 26 59% 8 31 40 46 167

− Fácies predominantes: fácies bicarbonatada cálcica, cloretada sódica e mistas.

− Uso agrícola: a maioria das águas pertencem à classe C3S1 (73,7%). Asrestantes distribuem-se pelas classes: C2S1 (10,5%), C3S2 (10,5%) e C4S2

(5,3%), pelo que representam um perigo de salinização dos solos médio a muitoalto e perigo de alcalinização dos solos baixo a médio.

B. Redes de monitorização

B.1. Rede piezométrica

A rede piezométrica deste sistema aquífero compreende três pontos de observação (Figura2.6.3.).

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Figura 2.6.3. Rede piezométrica do sistema aquífero.

Na Figura 2.6.4. apresenta-se o gráfico de evolução temporal do nível da água nestesistema aquífero. Refere-se que a informação reporta-se desde o ano hidrológico 1994-95até Maio de 1999.

SISTEMA AQUÍFERO ALBUFEIRA-RIBEIRA DE QUARTEIRA

-20

-10

0

10

20

30

40

Oct-94 Oct-95 Oct-96 Oct-97 Oct-98 Oct-99

Nív

el p

iezo

mét

rico

(m)

605/324 605/212 605/200

Figura 2.6.4. Evolução piezométrica do sistema aquífero.

Da análise da Figura 2.6.4. verifica-se que as séries piezométricas não revelam descidassignificativas do nível da água para o período considerado. Contudo, registam-se pontos deágua em que os valores do nível piezométrico encontram-se próximos de zero ou mesmonegativos. Este facto revela que o nível de água subterrânea se situa próximo do nívelmédio da água do mar e como se trata de um aquífero costeiro, indica que podem surgirproblemas de intrusão marinha.

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B.2. Rede de qualidade

A rede de qualidade deste sistema aquífero compreende cinco estações de amostragem.Os resultados obtidos na classificação da água deste sistema encontram-se representadosna Figura 2.6.5..

Figura 2.6.5. Classificação da qualidade da água considerando apenas os parâmetros comVMA.

Tendo em conta os parâmetros contemplados com VMA, a qualidade da água classifica-se,na sua generalidade, como A1. Refere-se que na estação 596/604 a qualidade da águaclassifica-se como >A3 devido às elevadas concentrações de nitratos.

Por outro lado, na estação 605/322 registam-se concentrações elevadas de cloretos naágua, as quais excedem o VMR deste parâmetro e que podem eventualmente reflectir aexistência de diapiros em profundidade.

Na estação 605/293 não foi possível efectuar a classificação em virtude de no ano de 1998só ter havido uma campanha nesta estação.

C. Estimativa de consumos

Procurou-se ter uma ideia das extracções efectuados neste sistema aquífero, paraabastecimento público (Quadro 2.6.1.).

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Quadro 2.6.1. Estimativa das extracções no sistema aquífero

CONCELHOS ABASTECIDOS 1996 1997

Albufeira 4 445 579 -

* - dados fornecidos pela DRA Algarve

EXTRACÇÕES (m3/ano)*ANO

Verifica-se que este sistema abastece apenas o concelho de Albufeira e os dadosexistentes reportam-se apenas ao ano de 1996.

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2.7 MACIÇO ANTIGO (A)

A. Caracterização Geológica/Hidrogeológica

Esta unidade é constituída, essencialmente, por xistos e grauvaques do Carbónicofortemente dobrados e moderadamente metamorfizados.

Do ponto de vista hidrogeológico, correspondem a formações pouco produtivas, podendo aprodutividade aumentar com a existência de alinhamentos e fracutras ocorrentes nestasrochas.

No entanto, localmente, estas formações são importantes em termos de recursos hídricossubterrâneos, uma vez que conseguem assegurar as necessidades de água aosaglomerados populacionais existentes nesta unidade.

Nesta região, destaca-se o maciço sub-vulcânico de Monchique, intruído nas formações doCarbónico. Este maciço, de natureza sienítica, apresenta igualmente diminuta capacidadeaquífera. Esta pode aumentar localmente devido à existência de fissuras, geralmentepouco profundas (20-30 m) mas constituindo zonas preferenciais de infiltração e circulaçãoda água, bem como à existência de zonas de alteração das rochas.

O escoamento superficial desta unidade vai alimentar a bacia sedimentar, localizada a sul,através das estruturas tectónicas existentes e das linhas de água que, quando atravessamos maciços carbonatados, tornam-se influentes.

B. Redes de monitorização

B.1. Rede piezométrica

A rede piezométrica existente na região do Maciço Antigo do Barlavento algarvio localiza-se essencialmente na zona aluvionar de Aljezur e compreende seis pontos de observação(Figura 2.7.3.).

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Figura 2.7.3. Rede piezométrica da zona aluvionar.

Na Figura 2.7.4. apresenta-se o gráfico de evolução temporal do nível da água nesta zona.Refere-se que a informação reporta-se desde o ano hidrológico 1994-95 até Maio de 1999.

ZONA ALUVIONAR DE ALJEZUR

0

5

10

15

20

25

30

Oct-94 Oct-95 Oct-96 Oct-97 Oct-98 Oct-99

576/1 584/11 584/9 584/8 584/7 584/4

Figura 2.7.4. Evolução piezométrica da zona aluvionar.

Da análise da Figura 2.7.4. verifica-se que as séries piezométricas não revelam descidassignificativas do nível da água para o período considerado.

B.2. Rede de qualidade

A rede de qualidade na região do Maciço Antigo do Barlavento algarvio compreende duasestações de amostragem. Os resultados obtidos na classificação da água desta zonaaluvionar encontram-se representados na Figura 2.7.5..

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Figura 2.7.5. Classificação da qualidade da água considerando apenas os parâmetros comVMA.

Tendo em conta os parâmetros contemplados com VMA, a qualidade da água classifica-secomo A1, não havendo problemas a registar.

C. Estimativa de consumos

Não há informação das extracções realizadas nesta zona.

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3. BALANÇO HÍDRICO

3.1 Características hidrometeorológicas da região ocidental Algarvia

A distribuição espacial da precipitação anual média é apresentada na Figura 3.1.1. Asprecipitações anuais médias mais elevadas são verificadas em zonas de maior altitude. Àzona correspondente à serra de Monchique são associados valores da precipitação anualmédia superiores a 700 mm. A orla costeira é caracterizada por precipitação anual médiainferior a 600 mm.

A distribuição espacial da temperatura média diária é apresentada na Figura 3.1.2.Temperatura média diária superior a 15º C é associada à maior parte da área da região eos valores mais baixos, entre 12 e 15ºC, são verificados nas altitudes mais elevadas, naserra de Monchique.

A análise da distribuição espacial da evapotranspiração real, a perda efectiva de água porevapotranspiração (Figura 3.1.3), associa valores mais elevados às áreas onde aprecipitação anual média é também mais elevada, entre 450 e 700 mm na serra deMonchique e inferior a 400 mm na orla costeira ocidental.

Figura 3.1.1- Distribuição espacial da precipitação média anual no Algarve.(Fonte: Atlas do Ambiente)

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Figura 3.1.2- Distribuição espacial da temperatura média diária no Algarve.(Fonte: Atlas do Ambiente)

Figura 3.1.3- Distribuição espacial da evapotranspiração real anual média no Algarve.(Fonte: Atlas do Ambiente)

A área do Barlavento Algarvio tem como principais cursos de água o rio Arade, a ribeira deOdeáxere, a ribeira de Aljezur e a ribeira de Seixe. A densidade da rede hidrográfica érepresentada na Figura 3.1.4.

A distribuição espacial do escoamento anual médio no Algarve, apresentada na Figura3.1.5, salienta valores mais elevados de escoamento no interior algarvio (entre 150 e 500mm). No que respeita a áreas localizadas na orla costeira do Barlavento Algarvio obtêm-sevalores do escoamento anual médio inferiores a 100 mm.

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Figura 3.1.4 – Rede hidrográfica (Fonte: Atlas do Ambiente).

Figura 3.1.5- Distribuição espacial do escoamento anual médio no Algarve.(Fonte: Atlas do Ambiente)

3.2 Avaliação da recarga da reserva subterrânea

Para a estimação da recarga foi utilizada uma metodologia de balanço sequencial mensal,desenvolvida em ambiente SIG e calibrada a nível nacional para os parâmetros relativos acada tipo de solo, englobando coeficientes de percolação e de descarga do aquífero.Considerando bacias hidrográfica definidas por estações hidrométricas onde o solo seconsidera homogéneo determinaram-se os parâmetros do modelo de balanço hídrico apartir das variáveis escoamento e precipitação mensal (Figura 3.2.1). O modelo de balançohídrico sequencial mensal tem por base o seguinte:

— São consideradas duas reservas de água distintas, uma superficial e uma subterrânea.— Os limites dos reservatórios superficial e subterrâneo são coincidentes.

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— Se a reserva superficial estiver preenchida o excedente reparte-se em percolação paraa reserva subterrânea e escoamento superficial, o qual possui ainda esgotamento dasreservas de água subterrânea a uma razão d.

— O solo (reserva superficial) constitui um reservatório preferencial de água.— Durante um balanço hidrológico sequencial considera-se a evapotranspiração real

inferior à evapotranspiração potencial sempre que a água armazenada no solo forinferior ao limiar de armazenamento de água no solo.

precipitação

ET

escoamento

Água no soloASOLO i

Água subterrâneaASUB i

PrecipitaçãoPRE i

EvapotranspiraçãoETR i

Parâmetros acalibrar:ASOLOlim, p, d

EscoamentoESC i

PRE i + ASOLO i-1 = = ASOLO i + ETR i + Excedente i

percolação = p Excedente i

(1-p) Excedente i

descarga = d ASUB i-1

i - intervalo de tempo

Figura 3.2.1 - Balanço hídrico na bacia hidrográfica.

A calibração dos parâmetros do balanço hidrológico sequencial mensal foi efectuada paracada ano hidrológico, procurando-se, por aproximações sucessivas, valores deescoamento estimado da ordem de grandeza dos valores de escoamento medidos. Osvalores médios dos coeficientes de percolação e descarga, obtidos para cada tipo de solo,representam as características médias dos solos.

Na região do barlavento Algarvio, onde predominam luvissolos, litossolos e cambissolos,associam-se coeficientes de percolação entre 0,30 e 0,48 e coeficientes de descarga entre0,46 e 0,65 (Quadro 3.2.1). Valores mais elevados do coeficiente de descarga foramobtidos para os luvissolos, enquanto nos cambissolos são verificados valores maiselevados do coeficiente de percolação.

A determinação da recarga mensal média é efectuada com base nos parâmetros domodelo de balanço hídrico apresentados e considerando a precipitação mensal média e aevapotranspiração potencial mensal média calculada pelo método de Penman. Adistribuição espacial dos valores da recarga média para os meses de Março e Setembro éapresentada na Figura 3.2.2. Valores mais elevados, entre 30 e 44 mm, são obtidos nasáreas correspondentes aos cambissolos, solos com maior capacidade de armazenamentosuperficial, os quais predominam na orla costeira.

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Quadro 3.2.1 - Valores médios dos parâmetros do modelo de balanço hídrico por tipo desoloTipo de solo Limiar do

armazenamentosuperficial (mm)

Coeficientede

Percolação

Coeficientede descarga

Luvissolos 98 0,30 0,65Litossolos 98 0,32 0,55

Cambissolos 127 0,48 0,46

Março Setembro

Figura 3.2.2 – Distribuição espacial dos valores da recarga média nos meses de Março eSetembro.

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4. CONCLUSÕES

No presente relatório efectuou-se uma caracterização sucinta dos factoresgeológicos/hidrogeológicos, hidrometeorológicos bem como uma estimativa do balanço-hídrico para a região do Barlavento Algarvio.

Na região do Barlavento, a existência de redes de monitorização de águas subterrâneas,em exploração pela DRA Algarve, permite caracterizar e acompanhar a tendência evolutivadestes recursos tanto em termos de quantidade como de qualidade.

Em termos de rede piezométrica e considerando o período de Outubro de 1995 até Maiode 1999, não se verificam descidas significativas do nível da água. Refere-se que paraalguns sistemas aquíferos, continua a verificar-se valores do nível da água negativos oupróximos de zero e uma vez que se tratam de aquíferos costeiros, podem indicar eventuaisproblemas de intrusão marinha.

No que respeita à rede de qualidade da água subterrânea, surgem alguns problemaspontuais de concentrações elevadas de nitratos na água, resultantes de más práticasagrícolas. Existem também situações de salinização da água, que podem ser devido àexistência de rochas evaporÍticas em profundidade ou a elevadas extracções nos aquíferoscosteiros, com o consequente avanço da cunha salina.

Com a entrada em funcionamento dos aproveitamentos hidráulicos na região do Barlaventoalgarvio, vai possivelmente aliviar as pressões em termos de consumo de água nossistemas aquíferos, o que poderá ocasionar uma subida generalizada dos níveis de água euma melhoria da qualidade.

Os sistemas aquíferos do Barlavento podem sempre funcionar como reserva estratégica,particularmente importante em períodos de seca, dado que conseguem satisfazer asnecessidade de água às populações em períodos críticos.

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