1. histórico das ações coletivas - 22.04.2015

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO PROCESSO COLETIVO HISTORICO DAS AÇÕES COLETIVAS GRUPO: JONATHAS DA COSTA COELHO JEFFERSON EMILIANO TOMAZ ALLYNE BATISTA DOCENTE: LILIAN TATIANA CRISPIM

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Ações Coletivas

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INTRODUO AO ESTUDO DO PROCESSO COLETIVO HISTORICO DAS AES COLETIVAS

INTRODUO AO ESTUDO DO PROCESSO COLETIVO

HISTORICO DAS AES COLETIVAS

GRUPO: Jonathas da Costa Coelho Jefferson Emiliano Tomaz Allyne Batista

Docente: Lilian Tatiana CrispimHistorico das aes coletivasO principal objetivo do presente trabalho estudar as aes coletivas aplicadas hoje no direito brasileiro, demonstrando assim, sua origem, evoluo e sua necessidade de superar diversos conceitos criados a partir do processo civil clssico, de objeto eminentemente individualista. introduoNos temos como principal objetivo no processo coletivo, a viso e consistncia no aperfeioamento dos mecanismos que movem a maquina estatal para resoluo das lides, trazendo em si a pacificao social, e solucionando adequada e rapidamente as principais controvrsias que exijam a tutela do estado.A idia individualista foi utilizada para a criao dos institutos processuais brasileiros. No entanto, com a grande evoluo da sociedade como um todo, acabaram revelando e evidenciando novos direitos e manifestaes de conflitos, surgindo assim, uma necessidade de criar mecanismos capazes de se adequar a essas novas situaes e garantir a paz social de forma mais eficiente e segura. E por conta dessa incrvel evoluo social que surgiu a necessidade e o interesse do processo coletivo.Aes coletivasNos ltimos tempos, despertou-se no direito brasileiro importantssimos interesses, tais como os valores histricos, culturais, sade pblica, segurana coletiva, relaes de consumo. Mas embora sejam relacionados aos indivduos em geral, no so cabveis de um determinado fracionamento para aes individuais. Portanto o universo social dos interesses citados exigiu que o estado criasse instrumentos processuais capazes de oferecer uma melhor e mais efetiva proteo s pessoas que precisarem dessa ferramenta.

Contexto histricoA ao coletiva no um fenmeno moderno, relatos contam que seu incio se deu h mais de oito sculos. Segundo Aluzio Gonalves de Castro Mendes, a primeira ao dessa natureza que se tem notcia ocorreu em 1199 na Inglaterra, quando proco Martin props ao perante a Corte Eclesistica de Canterbury, em face dos paroquianos de Nunthamstead, reinvindicando o direito sobre oferendas e servios dirios. CLASS ACTION (AO DE CLASSE)No entanto, conforme salienta Rodolfo de Camargo Mancuso, a grande responsvel para a elaborao doutrinria, legal e jurisprudencial das aes coletivas foram as class actions do direito norte-americano, inicialmente regulamentadas em 1842 e alterada em 1938 e 1966. PARTICIPAO DE PASES EUROPEUSOs pases da Europa tambm participaram desse movimento, com diferenas em cada cultura. De acordo com Aluzio Gonalves, na Itlia, Mauro Cappelletti foi o grande precursor, ele demonstrou em um congresso de 1974 a importncia desses direitos, tendo como resultado desse trabalho a elaborao do artigo denominado de Appunti sulla tutela giurisdizionale di interessi collettivi o difusi,(Notas sobre a proteo jurdicas dos interesses coletivos ou difusos), reunido na coletnia das participaes, publicada, 1976, pela universidade de Paiva. Essas idias correram o mundo inteiro e influenciaram geraes de processualistas e legisladores.

PRIMEIRAS AES NO BRASILNo Brasil, Marcio Flvio Mafra Leal assevera que as primeiras aes coletivas foram a Ao popular de 1965 e a representao de inconstitucionalidade do regime constitucional de 1946 (atualmente corresponde ao direta de inconstitucionalidade a ao de constitucionalidade). Nesses casos esto a defesa de interesses pblicos, os efeitos da sentena so erga omnes e h um cuidado na escoha do representante desses interesses. Mas de acordo com nossa doutrina especializada, esses novos direitos passaram a ser questionados com maior rigor em nosso pas a partir de 1970.

Contudo, a medida mais concreta e efetiva para aplicar os mecanismos processuais de ao coletiva veio com a LACP, Lei de Ao Civil Pblica de 1985, que inaugurou um autentico subsistema de processo voltado para a tutela coletiva.Com a criao da Constituio Federal de 1988, ficou consagrada a tutela material de diversos direitos coletivos, tais como o direito ao meio ambiente sadio, manuteno do patrimnio cultural, preservao da probidade administrativa e proteo do consumidor.

Em 1990, foi criado o Cdigo de Defesa do Consumidor, que alm de disciplinar as relaes de consumo, tambm regulamentou a Lei de Ao Civil Publica em seu ttulo III, demonstrando haver um microssistema processual de defesa da coletividade.

Microssistema processual coletivoQuanto aos direitos coletivos, existem normas que os disciplinam, formando assim um microssistema estruturado pela Lei de Ao Civil Pblica e pelo Cdigo de Defesa do Consumidor, sendo aplicveis, igualitariamente, a um e ao outro, conforme os artigos 90 do CDC e 21 da LACP.

A lei federal n 8.078/1990 Cdigo de Defesa do Consumidor surgiu mediante a exigncia do artigo 5, inciso XXXII, da Constituio Federal de 1988 e do artigo 48, do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias: Art. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:

XXXII - o Estado promover, na forma da lei, a defesa do consumidor; Art. 48 - O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgao da Constituio, elaborar o cdigo de defesa do consumidor.

No mbito processual coletivo, o Cdigo de Processo Civil possui funo residual. Observamos essa regra na Lei da Ao Popular: Art. 22. Aplicam-se ao popular as regras do Cdigo de Processo Civil, naquilo que no contrariem os dispositivos desta lei, nem a natureza especifica da ao. Entretanto, no significa mera subsidiariedade (naquilo que no contrariem os dispositivos desta lei), mas o legislador foi alm, estabeleceu como sistema residual o CPC, j que no poder sequer ocorrer contradio com a natureza especfica da ao.

CONCEPO DE MICROSSISTEMAAssim, a concepo de microssistema processual coletivo deve ser ampla, de modo que no seja composto apenas da Lei de Ao Civil Pblica e do Cdigo de Defesa do Consumidor, mas de todas as outras inerentes ao direito coletivo. Esse conjunto de leis, com regulamentao especial, sem exceo, deve subsidiar-se e interpenetrar-se, de modo a facilitar a defesa dos direitos transindividuais.

Fundamentos do Processo ColetivoSociolgico

Poltico

Jurdico

Principais Caractersticas do Processo ColetivoObjetoO objeto da tutela so os direitos coletivos em sentido amplo diretamente ou indiretamente. No importa o procedimento, se ordinrio ou mandado de segurana ou ao cautelar coletiva.LegitimaoNo enquadra-se nos mesmos critrios dos direitos individuais.

EXEMPLO DE PROCESSO COLETIVOO regime jurdico da coisa julgada diferente do processo individual: o efeito erga omnis, ultra parte e h exaurimento dos meios de prova necessrio apreciao do objeto do processo secundum eventum probationes s haver coisa julgada se houver o exaurimento dos meios de prova necessrios, por ausncia de provas no produz coisa julgada (artigos 12 e 16 da lei 7.347/85, lei de ao civil).

Extenso Subjetiva (dos efeitos) da Coisa JulgadaA coisa julgada s ir se estender a coletividade para benefici-la (extenso subjetiva) secundum eventum litis. (Segundo o resultado do litgio).20Sistema de Tutela ColetivaNo existe um cdigo de processo coletivo no Brasil, logo ele regulamentado por leis esparsas, as principais so: Lei de Ao Civil Pblica (7.347/85) + CDC (8.078/90); ECA (8.069/90); Estatuto do Idoso (10.741/03); Lei de Mandado de Segurana (12.016/09); Lei da Arguio de Preceito Fundamental (9.882/99); ADIN e ADC (9.868/99). Elas formam um microssistema de processo coletivo, conformado como se comunicassem e formam um sistema nico diante da lacuna, procura-se suprir dentro do prprio processo coletivo. O CPC tem aplicao secundria, residual.Consideraes finaisA evoluo da sociedade e a massificao dos conflitos evidenciaram a necessidade de inovaes no direito processual brasileiro, sob pena de perder sua eficcia social. As regras contidas no processo civil clssico para tutelar os direitos individuais no se mostraram adequadas quando estiveram em disputa direitos transindividuais, entendidos como aqueles que repercutem na esfera individual de um grande nmero de pessoas, muitas vezes no identificveis, como no caso do direito a um meio ambiente sadio.