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DIGITAÇÕES E CONCURSOS CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 1 - LEGISLAÇÃO DE ENFERMAGEM Lei n 7.498/86, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras providências. O presidente da República. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º – É livre o exercício da Enfermagem em todo o território nacional, observadas as disposições desta Lei. Art. 2º – A Enfermagem e suas atividades Auxiliares somente podem ser exercidas por pessoas legalmente habilitadas e inscritas no Conselho Regional de Enfermagem com jurisdição na área onde ocorre o exercício. Parágrafo único. A Enfermagem é exercida privativamente pelo Enfermeiro, pelo Técnico de Enfermagem, pelo Auxiliar de Enfermagem e pela Parteira, respeitados os respectivos graus de habilitação. Art. 3º – O planejamento e a programação das instituições e serviços de saúde incluem planejamento e programação de Enfermagem. Art. 4º – A programação de Enfermagem inclui a prescrição da assistência de Enfermagem. Art. 5º – (vetado) § 1º (vetado) § 2º (vetado) Art. 6º – São enfermeiros: I – o titular do diploma de enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei; II – o titular do diploma ou certificado de obstetriz ou de enfermeira obstétrica, conferidos nos termos da lei; III – o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz; IV – aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiverem título de Enfermeiro conforme o disposto na alínea “”d”" do Art. 3º do Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961. Art. São técnicos de Enfermagem: I – o titular do diploma ou do certificado de Técnico de Enfermagem, expedido de acordo com a legislação e registrado pelo órgão competente; II – o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Técnico de Enfermagem. Art. 8º – São Auxiliares de Enfermagem: I – o titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido por instituição de ensino, nos termos da Lei e registrado no órgão competente; www.digitacoeseconcursos.com.br

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DIGITAES E CONCURSOS

CONHECIMENTOS ESPECFICOS 1 - LEGISLAO DE ENFERMAGEMLei n 7.498/86, de 25 de junho de 1986.Dispe sobre a regulamentao do exerccio da Enfermagem e d outras providncias.

O presidente da Repblica.

Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1 livre o exerccio da Enfermagem em todo o territrio nacional, observadas as disposies desta Lei.

Art. 2 A Enfermagem e suas atividades Auxiliares somente podem ser exercidas por pessoas legalmente habilitadas e inscritas no Conselho Regional de Enfermagem com jurisdio na rea onde ocorre o exerccio.

Pargrafo nico. A Enfermagem exercida privativamente pelo Enfermeiro, pelo Tcnico de Enfermagem, pelo Auxiliar de Enfermagem e pela Parteira, respeitados os respectivos graus de habilitao.

Art. 3 O planejamento e a programao das instituies e servios de sade incluem planejamento e programao de Enfermagem.

Art. 4 A programao de Enfermagem inclui a prescrio da assistncia de Enfermagem.

Art. 5 (vetado)

1 (vetado)

2 (vetado)

Art. 6 So enfermeiros:

I o titular do diploma de enfermeiro conferido por instituio de ensino, nos termos da lei;

II o titular do diploma ou certificado de obstetriz ou de enfermeira obsttrica, conferidos nos termos da lei;

III o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou certificado de Enfermeira Obsttrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as leis do pas, registrado em virtude de acordo de intercmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obsttrica ou de Obstetriz;

IV aqueles que, no abrangidos pelos incisos anteriores, obtiverem ttulo de Enfermeiro conforme o disposto na alnea d" do Art. 3 do Decreto n 50.387, de 28 de maro de 1961.

Art. 7 So tcnicos de Enfermagem:

I o titular do diploma ou do certificado de Tcnico de Enfermagem, expedido de acordo com a legislao e registrado pelo rgo competente;

II o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo de intercmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Tcnico de Enfermagem.

Art. 8 So Auxiliares de Enfermagem:

I o titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido por instituio de ensino, nos termos da Lei e registrado no rgo competente;

II o titular do diploma a que se refere a Lei n 2.822, de 14 de junho de 1956;

III o titular do diploma ou certificado a que se refere o inciso III do Art. 2 da Lei n 2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido at a publicao da Lei n 4.024, de 20 de dezembro de 1961;

IV o titular de certificado de Enfermeiro Prtico ou Prtico de Enfermagem, expedido at 1964 pelo Servio Nacional de Fiscalizao da Medicina e Farmcia, do Ministrio da Sade, ou por rgo congnere da Secretaria de Sade nas Unidades da Federao, nos termos do Decreto-lei n 23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-lei n 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei n 3.640, de 10 de outubro de 1959;

V o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos termos do Decreto-lei n 299, de 28 de fevereiro de 1967;

VI o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do pas, registrado em virtude de acordo de intercmbio cultural ou revalidado no Brasil como certificado de Auxiliar de Enfermagem.

Art. 9 So Parteiras:

I a titular de certificado previsto no Art. 1 do Decreto-lei n 8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto na Lei n 3.640, de 10 de outubro de 1959;

II a titular do diploma ou certificado de Parteira, ou equivalente, conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do pas, registrado em virtude de intercmbio cultural ou revalidado no Brasil, at 2 (dois) anos aps a publicao desta Lei, como certificado de Parteira.

Art. 10 (vetado)

Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, cabendo-lhe:

I privativamente:

a) direo do rgo de enfermagem integrante da estrutura bsica da instituio de sade, pblica e privada, e chefia de servio e de unidade de enfermagem;

b) organizao e direo dos servios de enfermagem e de suas atividades tcnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses servios;

c) planejamento, organizao, coordenao, execuo e avaliao dos servios da assistncia de enfermagem;

d) (VETADO);

e) (VETADO);

f) (VETADO);

g) (VETADO);

h) consultoria, auditoria e emisso de parecer sobre matria de enfermagem;

i) consulta de enfermagem;

j) prescrio da assistncia de enfermagem;

l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida;

m) cuidados de enfermagem de maior complexidade tcnica e que exijam conhecimentos de base cientfica e capacidade de tomar decises imediatas;

II como integrante da equipe de sade:

a) participao no planejamento, execuo e avaliao da programao de sade;

b) participao na elaborao, execuo e avaliao dos planos assistenciais de sade;

c) prescrio de medicamentos estabelecidos em programas de sade pblica e em rotina aprovada pela instituio de sade;

d) participao em projetos de construo ou reforma de unidades de internao;

e) preveno e controle sistemtico da infeco hospitalar e de doenas transmissveis em geral;

f) preveno e controle sistemtico de danos que possam ser causados clientela durante a assistncia de enfermagem;

g) assistncia de enfermagem gestante, parturiente e purpera;

h) acompanhamento da evoluo e do trabalho de parto;

i) execuo do parto sem distocia;

j) educao visando melhoria de sade da populao.

Pargrafo nico. As profissionais referidas no inciso II do art. 6 desta lei incumbe, ainda:

a) assistncia parturiente e ao parto normal;

b) identificao das distocias obsttricas e tomada de providncias at a chegada do mdico;

c) realizao de episiotomia e episiorrafia e aplicao de anestesia local, quando necessria.

Art. 12 O Tcnico de Enfermagem exerce atividade de nvel mdio, envolvendo orientao e acompanhamento do trabalho de Enfermagem em grau auxiliar, e participao no planejamento da assistncia de Enfermagem, cabendo-lhe especialmente:

1 Participar da programao da assistncia de Enfermagem;

2 Executar aes assistenciais de Enfermagem, exceto as privativas do Enfermeiro, observado o disposto no Pargrafo nico do Art. 11 desta Lei;

3 Participar da orientao e superviso do trabalho de Enfermagem em grau auxiliar;

4 Participar da equipe de sade.

Art. 13 O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nvel mdio, de natureza repetitiva, envolvendo servios auxiliares de Enfermagem sob superviso, bem como a participao em nvel de execuo simples, em processos de tratamento, cabendo-lhe especialmente:

1 Observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas;

2 Executar aes de tratamento simples;

3 Prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente;

4 Participar da equipe de sade.

Art. 14 (vetado)

Art. 15 As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta Lei, quando exercidas em instituies de sade, pblicas e privadas, e em programas de sade, somente podem ser desempenhadas sob orientao e superviso de Enfermeiro.

Art. 16 (vetado)

Art. 17 (vetado)

Art. 18 (vetado)

Pargrafo nico. (vetado)

Art. 19 (vetado)

Art. 20 Os rgos de pessoal da administrao pblica direta e indireta, federal, estadual, municipal, do Distrito Federal e dos Territrios observaro, no provimento de cargos e funes e na contratao de pessoal de Enfermagem, de todos os graus, os preceitos desta Lei.

Pargrafo nico Os rgos a que se refere este artigo promovero as medidas necessrias harmonizao das situaes j existentes com as diposies desta Lei, respeitados os direitos adquiridos quanto a vencimentos e salrios.

Art. 21 (vetado)

Art. 22 (vetado)

Art. 23 O pessoal que se encontra executando tarefas de Enfermagem, em virtude de carncia de recursos humanos de nvel mdio nesta rea, sem possuir formao especfica regulada em lei, ser autorizado, pelo Conselho Federal de Enfermagem, a exercer atividades elementares de Enfermagem, observado o disposto no Art. 15 desta Lei.

Pargrafo nico A autorizao referida neste artigo, que obedecer aos critrios baixados pelo Conselho Federal de Enfermagem, somente poder ser concedida durante o prazo de 10 (dez) anos, a contar da promulgao desta Lei.

Art. 24 (vetado)

Pargrafo nico (vetado)

Art. 25 O Poder Executivo regulamentar esta Lei no prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da data de sua publicao.

Art. 26 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

Art. 27 Revogam-se (vetado) as demais disposies em contrrio.

Braslia, em 25 de junho de 1986, 165 da Independncia e 98 da Repblica

Jos Sarney

Almir Pazzianotto Pinto

Lei n 7.498, de 25.06.86

publicada no DOU de 26.06.86

Seo I fls. 9.273 a 9.275

CDIGO DE TICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

Resoluo COFEN-240/2000Aprova o Cdigo de tica dos Profissionais de Enfermagem e d outras providncias. O Conselho Federal de Enfermagem-COFEN, no uso de suas atribuies legais e regimentais;

CONSIDERANDO a Lei n 5.905/73, em seu artigo 8, inciso III;

CONSIDERANDO o resultado dos estudos originrios de seminrios realizados pelo COFEN com participao dos diversos segmentos da profisso;

CONSIDERANDO o que consta dos PADs COFEN ns 83/91, 179/91, 45/92 e 119/92;

CONSIDERANDO a deliberao do Plenrio em sua 288 Reunio Ordinria;

RESOLVE: Art. 1 - Fica aprovado o Cdigo de tica dos Profissionais de Enfermagem, para aplicao na jurisdio de todos os Conselhos de Enfermagem.

Art. 2 - Todos os profissionais de Enfermagem podero conhecer o inteiro teor do presente Cdigo, bastando para tanto, requer-lo no Conselho Regional de Enfermagem do Estado onde exerce suas atividades.

Art. 3 - Aplicam-se aos Atendentes de Enfermagem e assemelhados que exercem atividades na rea de Enfermagem, todos os preceitos contidos no Cdigo de tica dos Profissionais de Enfermagem.

Art. 4 - Este ato resolucional entrar em vigor na data de sua publicao, revogando-se as disposies em contrrio, em especial, as Resolues COFEN-160/93, 161/93 e 201/97.

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 2000

Gilberto Linhares Teixeira(COREN-RJ N 2.380)Presidente

Joo Aureliano Amorim de Sena(COREN-RN N 9.176)Primeiro Secretrio

CDIGO DE TICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEMCAPTULO IDos Princpios Fundamentais Art. 1 - A Enfermagem uma profisso comprometida com a sade do ser humano e da coletividade. Atua na promoo, proteo, recuperao da sade e reabilitao das pessoas, respeitando os preceitos ticos e legais.

Art. 2 - O profissional de Enfermagem participa, como integrante da sociedade, das aes que visem satisfazer s necessidades de sade da populao.

Art. 3 - O profissional de Enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos da pessoa humana, em todo o seu ciclo vital, sem discriminao de qualquer natureza.

Art. 4 - O profissional de Enfermagem exerce suas atividades com justia, competncia, responsabilidade e honestidade.

Art. 5 - O profissional de Enfermagem presta assistncia a sade visando a promoo do ser humano como um todo.

Art. 6 - O profissional de Enfermagem exerce a profisso com autonomia, respeitando os preceitos legais da Enfermagem.

CAPTULO IIDos Direitos Art. 7 - Recusar-se a executar atividades que no sejam de sua competncia legal.

Art. 8 - Ser informado sobre o diagnstico provisrio ou definitivo de todos os clientes que estejam sob sua assistncia.

Art. 9 - Recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem, quando impedido de cumprir o presente Cdigo e a Lei do Exerccio Profissional.

Art. 10 - Participar de movimentos reivindicatrios por melhores condies de assistncia, de trabalho e remunerao.

Art. 11 - Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quando a instituio pblica ou privada para a qual trabalhe no oferecer condies mnimas para o exerccio profissional, ressalvadas as situaes de urgncia e emergncia, devendo comunicar imediatamente sua deciso ao Conselho Regional de Enfermagem.

Pargrafo nico - Ao cliente sob sua responsabilidade, deve ser garantida a continuidade da assistncia de Enfermagem.

Art. 12 - Receber salrios ou honorrios pelo seu trabalho que dever corresponder, no mnimo, ao fixado por legislao especfica.

Art. 13 - Associar-se, exercer cargos e participar das atividades de entidades de classe.

Art. 14 - Atualizar seus conhecimentos tcnicos, cientficos e culturais.

Art. 15 - Apoiar as iniciativas que visem ao aprimoramento profissional, cultural e a defesa dos legtimos interesses de classe.

CAPTULO IIIDas Responsabilidades

Art. 16 - Assegurar ao cliente uma assistncia de Enfermagem livre de danos decorrentes de impercia, negligncia ou imprudncia.

Art. 17 - Avaliar criteriosamente sua competncia tcnica e legal e somente aceitar encargos ou atribuies, quando capaz de desempenho seguro para si e para a clientela.

Art. 18 - Manter-se atualizado ampliando seus conhecimentos tcnicos, cientficos e culturais, em benefcio da clientela, coletividade e do desenvolvimento da profisso.

Art. 19 - Promover e/ou facilitar o aperfeioamento tcnico, cientfico e cultural do pessoal sob sua orientao e superviso.

Art. 20 - Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades profissionais, independente de ter sido praticada individualmente ou em equipe.

CAPTULO IVDos Deveres Art. 21 - Cumprir e fazer cumprir os preceitos ticos e legais da profisso.

Art. 22 - Exercer a enfermagem com justia, competncia, responsabilidade e honestidade.

Art. 23 - Prestar assistncia de Enfermagem clientela, sem discriminao de qualquer natureza.

Art. 24 - Prestar clientela uma assistncia de Enfermagem livre dos riscos decorrentes de impercia, negligncia e imprudncia.

Art. 25 - Garantir a continuidade da assistncia de Enfermagem.

Art. 26 - Prestar adequadas informaes ao cliente e famlia a respeito da assistncia de Enfermagem, possveis benefcios, riscos e conseqncias que possam ocorrer.

Art. 27 - Respeitar e reconhecer o direito do cliente de decidir sobre sua pessoa, seu tratamento e seu bem-estar.

Art. 28 - Respeitar o natural pudor, a privacidade e a intimidade do cliente.

Art. 29 - Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razo de sua atividade profissional, exceto nos casos previstos em Lei.

Art. 30 - Colaborar com a equipe de sade no esclarecimento do cliente e famlia sobre o seu estado de sade e tratamento, possveis benefcios, riscos e conseqncias que possam ocorrer.

Art. 31 - Colaborar com a equipe de sade na orientao do cliente ou responsvel, sobre os riscos dos exames ou de outros procedimentos aos quais se submeter.

Art. 32 - Respeitar o ser humano na situao de morte e ps-morte.

Art. 33 - Proteger o cliente contra danos decorrentes de impercia, negligncia ou imprudncia por parte de qualquer membro da equipe de sade.

Art. 34 - Colocar seus servios profissionais disposio da comunidade em casos de emergncia, epidemia e catstrofe, sem pleitear vantagens pessoais.

Art. 35 - Solicitar consentimento do cliente ou do seu representante legal, de preferncia por escrito, para realizar ou participar de pesquisa ou atividade de ensino em Enfermagem, mediante apresentao da informao completa dos objetivos, riscos e benefcios, da garantia do anonimato e sigilo, do respeito a privacidade e intimidade e a sua liberdade de participar ou declinar de sua participao no momento que desejar.

Art. 36 - Interromper a pesquisa na presena de qualquer perigo a vida e a integridade da pessoa humana.

Art. 37 - Ser honesto no relatrio dos resultados da pesquisa.

Art. 38 - Tratar os colegas e outros profissionais com respeito e considerao.

Art. 39 - Alertar o profissional, quando diante de falta cometida por impercia, imprudncia e negligncia.

Art. 40 - Comunicar ao Conselho Regional de Enfermagem fatos que infrinjam preceitos do presente Cdigo e da Lei do Exerccio Profissional.

Art. 41 - Comunicar formalmente ao Conselho Regional de Enfermagem fatos que envolvam recusa ou demisso de cargo, funo ou emprego, motivados pela necessidade do profissional em preservar os postulados ticos e legais da profisso.

CAPTULO VDas Proibies Art. 42 - Negar assistncia de Enfermagem em caso de urgncia ou emergncia.

Art. 43 - Abandonar o cliente em meio a tratamento sem garantia de continuidade da assistncia.

Art. 44 - Participar de tratamento sem consentimento do cliente ou representante legal, exceto em iminente risco de vida.

Art. 45 - Provocar aborto ou cooperar em prtica destinada a interromper a gestao.

Pargrafo nico - Nos casos previstos em Lei, o profissional dever decidir, de acordo com a sua conscincia, sobre a sua participao ou no no ato abortivo.

Art. 46 - Promover a eutansia ou cooperar em prtica destinada a antecipar a morte do cliente.

Art. 47 - Ministrar medicamentos sem certificar-se da natureza das drogas que o compem e da existncia de risco para o cliente.

Art. 48 - Prescrever medicamentos ou praticar ato cirrgico, exceto os previstos na legislao vigente e em caso de emergncia.

Art. 49 - Executar a assistncia de Enfermagem sem o consentimento do cliente ou seu representante legal, exceto em iminente risco de vida.

Art. 50 - Executar prescries teraputicas quando contrrias segurana do cliente.

Art. 51 - Prestar ao cliente servios que por sua natureza incumbem a outro profissional, exceto em caso de emergncia.

Art. 52 - Provocar, cooperar ou ser conivente com maus-tratos.

Art. 53 - Realizar ou participar de pesquisa ou atividade de ensino, em que o direito inalienvel do homem seja desrespeitado ou acarrete perigo de vida ou dano sua sade.

Pargrafo nico - A participao do profissional de Enfermagem nas pesquisas experimentais, deve ser precedida de consentimento, por escrito, do cliente ou do seu representante legal.

Art. 54 - Publicar trabalho com elementos que identifiquem o cliente, sem sua autorizao.

Art. 55 - Publicar, em seu nome, trabalho cientfico do qual no tenha participao ou omitir em publicaes, nomes de colaboradores e/ou orientadores.

Art. 56 - Utilizar-se, sem referncia ao autor ou sem autorizao expressa, de dados, informaes ou opinies ainda no publicados.

Art. 57 - Sobrepor o interesse da cincia ao interesse e segurana da pessoa humana.

Art. 58 - Determinar a execuo de atos contrrios ao Cdigo de tica e demais legislaes que regulamentam o exerccio profissional da Enfermagem.

Art. 59 - Trabalhar e/ou colaborar com pessoas fsicas e/ou jurdicas que desrespeitem princpios ticos de Enfermagem.

Art. 60 - Acumpliciar-se com pessoas ou instituies que exeram ilegalmente atividades de Enfermagem.

Art. 61 - Pleitear cargo, funo ou emprego ocupado por colega, utilizando-se de concorrncia desleal.

Art. 62 - Aceitar, sem anuncia do Conselho Regional de Enfermagem, cargo, funo ou emprego vago em decorrncia do previsto no Art. 41.

Art. 63 - Permitir que seu nome conste no quadro de pessoal de hospital, casa de sade, unidade sanitria, clnica, ambulatrio, escola, curso, empresa ou estabelecimento congnere sem nele exercer as funes de Enfermagem pressupostas.

Art. 64 - Assinar as aes de Enfermagem que no executou, bem como permitir que outro profissional assine as que executou.

Art. 65 - Receber vantagens de instituio, empresa ou de cliente, alm do que lhe devido, como forma de garantir assistncia de Enfermagem diferenciada ou benefcios de qualquer natureza para si ou para outrem.

Art. 66 - Colaborar, direta ou indiretamente com outros profissionais de sade, no descumprimento da legislao referente aos transplantes de rgos, tecidos, esterilizao ou fecundao artificial.

Art. 67 - Usar de qualquer mecanismos de presso e/ou suborno com pessoas fsicas e/ou jurdicas para conseguir qualquer tipo de vantagem.

Art. 68 - Utilizar, de forma abusiva, o poder que lhe confere a posio ou cargo, para impor ordens, opinies, inferiorizar as pessoas e/ou dificultar o exerccio profissional.

Art. 69 - Ser conivente com crime, contraveno penal ou ato praticado por membro da equipe de trabalho que infrinja postulado tico profissional.

Art. 70 - Denegrir a imagem do colega e/ou de outro membro da equipe de sade, de entidade de classe e/ou de instituio onde trabalha.

CAPTULO VIDos Deveres Disciplinares Art. 71 - Cumprir as normas dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem.

Art. 72 - Atender s convocaes dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem, no prazo determinado.

Art. 73 - Facilitar a fiscalizao do exerccio profissional.

Art. 74 - Manter-se regularizado com suas obrigaes financeiras com o Conselho Regional de Enfermagem.

Art. 75 - Apor o nmero de inscrio do Conselho Regional de Enfermagem em sua assinatura, quando no exerccio profissional.

Art. 76 - Facilitar a participao dos profissionais de Enfermagem no desempenho de atividades nos rgos de classe.

Art. 77 - Facilitar o desenvolvimento das atividades de ensino e pesquisa, devidamente aprovadas.

Art. 78 - No apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer bem imvel, pblico ou particular de que tenha posse, em razo do cargo, ou desvi-lo em proveito prprio ou de outrem.

Captulo VIIDas Infraes e Penalidades Art. 79 - A caracterizao das infraes ticas e disciplinares e a aplicao das respectivas penalidades regem-se por este Cdigo, sem prejuzo das sanes previstas em outros dispositivos legais.

Art. 80 - Considera-se infrao tica a ao, omisso ou conivncia que implique em desobedincia e/ou inobservncia s disposies do Cdigo de tica dos Profissionais de Enfermagem.

Art. 81 - Considera-se infrao disciplinar a inobservncia das normas dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem.

Art. 82 - Responde pela infrao quem a cometer ou concorrer para a sua prtica, ou dela obtiver benefcio, quando cometida por outrem.

Art. 83 - A gravidade da infrao caracterizada atravs da anlise dos fatos e causas do dano, suas conseqncias e dos antecedentes do infrator.

Art. 84 - A infrao apurada em processo instaurado e conduzido nos termos deste Cdigo.

Art. 85 - As penalidades a serem impostas pelos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem, conforme o que determina o Art. 18, da Lei n 5.905, de 12 de julho de 1973, so as seguintes:

I - Advertncia verbal.II - Multa.III - Censura.IV - Suspenso do exerccio profissional.V - Cassao do direito ao exerccio profissional.

Pargrafo primeiro - A advertncia verbal consiste numa admoestao ao infrator, de forma reservada, que ser registrada no pronturio do mesmo, na presena de duas testemunhas.

Pargrafo segundo - A multa consiste na obrigatoriedade de pagamento de 01 (um) a 10 (dez) vezes o valor da anuidade da categoria profissional a qual pertence o infrator, em vigor no ato do pagamento.

Pargrafo terceiro - A censura consiste em repreenso que ser divulgada nas publicaes oficiais dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem.

Pargrafo quarto - A suspenso consiste na proibio do exerccio da Enfermagem por um perodo no superior a 29 (vinte e nove) dias e ser divulgada nas publicaes oficiais dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem.

Pargrafo quinto - A cassao consiste na perda do direito ao exerccio da Enfermagem e ser divulgada nas publicaes dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem e em jornais de grande circulao.

Art. 86 - As penalidades de advertncia verbal, multa, censura e suspenso do exerccio Profissional so da alada dos Conselhos Regionais de Enfermagem; a pena de cassao do direito ao exerccio Profissional de competncia do Conselho Federal de Enfermagem, conforme o disposto no Art. 18, pargrafo primeiro, da Lei n 5.905/73.

Pargrafo nico - Na situao em que o processo tiver origem no Conselho Federal de Enfermagem, ter como instncia superior a Assemblia dos Delegados Regionais.

Art. 87 - Para a graduao da penalidade e respectiva imposio consideram-se:

I - A maior ou menor gravidade da infrao.II - As circunstncias agravantes e atenuantes da infrao.III - O dano causado e suas conseqncias.IV - Os antecedentes do infrator.

Art. 88 - As infraes sero consideradas leves, graves ou gravssimas, conforme a natureza do ato e a circunstncia de cada caso.

Pargrafo primeiro - So consideradas infraes leves as que ofendam a integridade fsica, mental ou moral de qualquer pessoa, sem causar debilidade.

Pargrafo segundo - So consideradas infraes graves as que provoquem perigo de vida, debilidade temporria de membro, sentido ou funo em qualquer pessoa.

Pargrafo terceiro - So consideradas infraes gravssimas as que provoquem morte, deformidade permanente, perda ou inutilizao de membro, sentido, funo ou ainda, dano moral irremedivel em qualquer pessoa.

Art. 89 - So consideradas circunstncias atenuantes:

I - Ter o infrator procurado, logo aps a infrao, por sua espontnea vontade e com eficincia, evitar ou minorar as conseqncias do seu ato.II - Ter bons antecedentes profissionais.III - Realizar atos sob coao e/ou intimidao.IV - Realizar atos sob emprego real de fora fsica.V - Ter confessado espontaneamente a autoria da infrao.

Art. 90 - So consideradas circunstncias agravantes:

I - Ser reincidente.II - Causar danos irreparveis.III - Cometer infrao dolosamente.IV - Cometer infrao por motivo ftil ou torpe.V - Facilitar ou assegurar a execuo, a ocultao, a impunidade ou a vantagem de outra infrao.VI - Aproveitar-se da fragilidade da vtima.VII - Cometer a infrao com abuso de autoridade ou violao do dever inerente ao cargo ou funo.VIII - Ter mais antecedentes pessoais e/ou profissionais.

Captulo VIIIDa Aplicao das Penalidades Art. 91 - As penalidades previstas neste Cdigo somente podero ser aplicadas, cumulativamente, quando houver infrao a mais de um artigo.

Art. 92 - A pena de Advertncia Verbal aplicvel nos casos de infraes ao que est estabelecido nos artigos: 16 a 26; 28 a 35; 37 a 44; 47 a 50; 52; 54; 56; 58 a 62 e 64 a 78 deste Cdigo.

Art. 93 - A pena de Multa aplicvel nos casos de infraes ao que est estabelecido nos artigos: 16 a 75 e 77 a 79, deste Cdigo.

Art. 94 - A pena de Censura aplicvel nos casos de infraes ao que est estabelecido nos artigos: 16; 17; 21 a 29; 32; 35 a 37; 42; 43; 45 a 53; 55 a 75 e 77 a 79, deste Cdigo.

Art. 95 - A pena de Suspenso do Exerccio Profissional aplicvel nos casos de infraes ao que est estabelecido nos artigos: 16; 17; 21 a 25; 29; 32; 36; 42; 43; 45 a 48; 50 a 53; 57 a 60; 63; 66; 67; 70 a 72; 75 e 79, deste Cdigo.

Art. 96 - A pena de Cassao do Direito ao Exerccio Profissional aplicvel nos casos de infraes ao que est estabelecido nos artigos: 16; 24; 36; 42; 45; 46; 51 a 53; 57; 60; 70 e 79, deste Cdigo.

CAPTULO IXDas Disposies Gerais Art. 97 - Os casos omissos sero resolvidos pelo Conselho Federal de Enfermagem.

Art. 98 - Este Cdigo poder ser alterado pelo Conselho Federal de Enfermagem, por iniciativa prpria e/ou mediante proposta de Conselhos Regionais.

Pargrafo nico - A alterao referida deve ser precedida de ampla discusso com a categoria.

Art. 99 - O presente Cdigo entrar em vigor na data de sua publicao, revogando os demais disposies em contrrio.

2 - ADMINISTRAO DE SERVIOS, UNIDADES DE SADE, DA EQUIPE DE ENFERMAGEM

Nos ltimos anos tem se observado, em mltiplos pases, a aplicao de programas de qualidade nas organizaes hospitalares, visando desenvolver seu gerenciamento e aprimorar a eficincia desses servios.

No Brasil instrumentos de avaliao da performance das organizaes hospitalares do Sistema nico de Sade (SUS), que utiliza determinados critrios que estes hospitais devem completar, tendo por base a aplicao de conceitos e tcnicas da qualidade total. Na rede privada os hospitais fazem uso de certificaes proferidas por organizaes avaliadoras, que possuem reconhecimento internacional, o que demonstra uma preocupao com a qualidade.

Governos de vrios pases instigam a concorrncia entre os hospitais, passam a limitar o pagamento total das faturas, a encorajar um melhor gerenciamento das organizaes, a limitar procedimentos e desviar alguns custos para os usurios. Essas aes tm sido institudas com o objetivo de reduzir os custos da assistncia a sade .

Algumas organizaes podem colocar obstculos para introduo de programas de qualidade. A interveno dos programas fundamental nos processos administrativos da organizao hospitalar e a gesto. Os setores administrativos, os servios de apoio garantem o funcionamento dos setores operacionais e se permitem como amortecedores destes programas.

O programa de demonstrao nacional de melhoria da qualidade de servios de sade, que foi utilizado nos EUA, foi positivo pela adeso e pelos resultados alcanados em termos de treinamento pessoal, satisfao da clientela, na capacitao gerencial, no alcance de metas.

No Brasil gasta-se pouco mais de 80 dlares per capita com sade anualmente, fato este que tem justificado a implantao de programas de qualidade, visando atender ao apelo da promoo da melhoria dos servios prestados e diminuio de desperdcios. Assim instituies pblicas e privadas trabalham para a elaborao de instrumentos de avaliao.

A institucionalizao do processo de acreditao hospitalar no Brasil com a aplicao sistemtica dos manuais de acreditao demonstra a expresso concreta deste esforo. No desempenho das funes administrativas o enfermeiro vem sendo incitado a solucionar problemas de outros profissionais e acolher expectativas da instituio hospitalar . Uma das principais responsabilidades do enfermeiro/administrador consiste no exerccio da liderana em suas atividades.

A liderana e a administrao so funes absolutamente necessrias para o eficiente trabalho do profissional de enfermagem, alm da funo assistencialista. Tem se observado que os administradores de enfermagem persistem a buscar solues imediatistas para problemas essenciais, atendendo apenas o aqui e agora, enquanto os planos a mdio e longo prazo deixam de ser contemplados.

Na rea da prestao de servios o enfermeiro deve estar preparado para responder as demandas deste servio, devido ao seu papel importante neste contexto. Logo, necessitam se desenvolverem como gestores voltados na busca de resultados, fortalecendo o trabalho multiprofissional e o trabalho em equipe. Este estudo objetivou traar uma reviso da literatura sobre a administrao hospitalar, refletindo sua interface com a Enfermagem e a tica.

Nos ltimos anos a enfermagem tem evoludo consideravelmente, muito disso deve-se a sua prtica profissional e do desenvolvimento tcnico-cientfico. A prxis da enfermagem tem contribudo para o desenvolvimento pessoal e profissional, o que faz necessrio a contribuio de outras cincias, como a administrao pra a expanso do seu conhecimento e qualificao profissional.

A enfermagem, por ser um conjunto de cincias, cincias humanas e cincias sociais, tem buscado na administrao a utilizao de um mtodo cientfico que possa tornar seu trabalho racional. Os estudos realizados na rea da administrao retratam o papel clssico e histrico do administrador o de algum responsvel pelo trabalho dos outros, papel este que fica evidente no trabalho da enfermagem, que consiste em orientar, dirigir e controlar o esforo de um grupo para um objetivo.

O entendimento da enfermagem sob uma reflexa do que ela representa luz das teorias de administrao, possibilita a realizao de estudos, tendo por base as contribuies das escolas do pensamento administrativo para a enfermagem. As instituies hospitalares so rigidamente hierarquizadas, sendo estabelecida uma subordinao integral de um indivduo a outro e de um servio a outro. Como a enfermagem faz parte de um destes servios, ela reproduz esse modelo hierrquico.

Um modo de estabelecer a melhor satisfao do trabalho e aumento da produtividade tem sido a administrao participativa . O servio de enfermagem tem seguido o modelo da instituio, ou seja, se guia pelas propostas burocrticas, com nfase na valorizao de normas e regras encaixando na teoria da burocracia, que foi desenvolvida por Max Weber na dcada de 1940, surgindo para estabelecer sistemas de controle de pessoal.

Todo tipo de cuidado indireto tem representado uma atividade burocrtica, levando a uma preocupao da enfermagem em funes que o enfermeiro se envolve excessivamente, desempenhando funes e delegando a outros os cuidados com os pacientes.

A funo administrativa do enfermeiro se complementa com as funes dos demais servios que constituem a estrutura administrativa do hospital . A importncia do papel do enfermeiro se reveste de importncia pelo fato que so necessrios recursos financeiros altos para a prestao de assistncia hospitalar, sofisticao de instrumentos demanda cada vez mais o administrador possuir em todas unidades do hospital uma equipe treinada e especializada para ajudar nesta administrao. Outra teoria que serve como referencial para a pratica da enfermagem a teoria geral do sistemas que consiste em trs princpios bsicos: os sistemas dentro de um sistema, as funes de um sistema dependem da estrutura e os sistemas so abertos. Partindo de um processo coletivo a enfermagem concebida como prtica social, socialmente articulada e historicamente estruturada.

O enfermeiro atuando como gerente est caracterizado por diversas necessidades e possibilidades que dificilmente se aproximam de oferecer uma adequada assistncia.

A importncia de uma gesto cada vez mais eficaz e eficiente nos sistemas de sade se da pelo fato da ampliao e aumento da complexidade do atendimento, por isso diferentes tcnicas e ferramentas que historicamente eram utilizadas no setor industrial esto sendo empregadas para a rea da sade, principalmente para a gesto hospitalar.

A percepo que o hospital consiste em uma instituio que atravs de uma interveno teraputica objetiva alcanar a cura de doenas algo relativamente recente. Antes do sculo 18 os hospitais serviram para separa os doentes da sociedade, de modo que esperassem a morte, sem haver qualquer interveno nos doentes, os primeiros hospitais datam do final do mesmo sculo.

Um fator que incentivou o avano da implementao dos hospitais foram as guerras, que tornaram os hospitais militares abundantes no continente europeu. Estes hospitais criaram sistemas de funcionamento que so utilizados ate os dias atuais, tais como a identificao por leitos, fichamento de paciente e a separao por doenas.

O hospital consiste em uma complexa organizao devido a grande variedade de profissionais com alto grau de autonomia e ainda por ser um espao de ensino e produo cientfica. As organizaes hospitalares permanecem em um ambiente altamente complexo e particular que leva a funcionamento inadequado diante de lgica lucrativa dos mercados.

O setor hospitalar no difere dos demais setores da economia brasileira, que enfrenta como um dos principais problemas a reduo de investimentos e sua precria forma como vem sendo administrado e gerenciado. Por isso a qualidade dos servios prestados em sade tem estado a deriva de interesses especficos das instituies.

No setor hospitalar h uma forte resistncia aos programas de qualidade em funo dos mdicos, que de acordo com a histria detiam o poder nessas organizaes e portanto no analisam de forma positiva a avaliao de seu trabalho numa perspectiva de qualidade, pelo fato de se sentirem fiscalizados e medo na perca de autonomia na conduo dos pacientes. Outro fator que no atrai a participao dos mdicos o fator financeiro, que em usa grande maioria so remunerados pela produo.

Pelo fato dos currculos das escolas mdicas estarem fundamentadas em um modelo que d nfase clinica, gera obstculos adeso dos mdicos aos programas de qualidade, por sua deficincia e limitao na formao.

tica na administrao hospitalar O papel do significado da tica para os administradores hospitalares parece no estar claro. Estudos demonstram no ser evidente para os administradores na rea da sade a percepo de que exercem um papel de liderana crtico no desenvolvimento dos valores organizacionais, imprescindveis para decises ticas apropriada .

Incorporar a avaliao dos aspectos ticos como um dos elementos constitutivos administrativas representa uma demanda da sociedade preocupada com a qualidade dos servios prestados. A presena da tica importantssima no cotidiano do administrador da organizao da sade, principalmente quando levada em conta a razo de ser das organizaes o paciente.

o enfermo que impe ao hospital a organizao de comprometer-se eticamente. Faz- se necessrio a construo de uma imagem tica da organizao hospitalar. A imagem cultivada deve patentear uma atitude de zelo na defesa das pessoas com problemas de sade.

Atualmente, os hospitais so organizaes complexas que associam inovaes tecnolgicas, servio social, pessoal assalariado e autnomo, financiamento pblico e privado, misso de caridade e orientao para os negcios . A identidade profissional tem sido conquistada pelas vias da excelncia tcnica e tica. Quando o gestor desconhece tal fato, acontecem consequncias desastrosas para os profissionais da sade.

Assim, ao se levar em conta a razo de ser dos hospitais, fica patente a presena da tica no cotidiano da gesto destes servios de sade. muito difcil separar a tica na assistncia da tica na administrao hospitalar, j que a proposta primria dos servios de sade cuidar das pessoas e este cuidado pode ser afetado, positivamente ou negativamente, pelas decises administrativas .

qualidade incondicional aplicada s instituies hospitalares algo muito peculiar, portanto este processo coloca diante de como a forma de desenvolver modelos de gesto e especificidades que se adquem mais aos modelos necessrios para a administrao hospitalar, contemplando a sua complexidade de seu ambiente institucional.

Com relao viso administrativa da enfermagem no hospital, foi possvel analisar uma tendncia associativa para as atividades de liderana e controle no exerccio da gerencia. Deve se salientar a importncia do papel tico dos administradores, que na sua maioria se preocupam com fatores meramente administrativos deixando de lado os fatores ticos e morais que so fortemente presentes em setores que lidam com pessoas, principalmente quando este setor consiste na rea da sade.

H ainda comportamentos dos profissionais de enfermagem que se contrapem realidade, realidade esta que mostra uma viso clara e determinada da funo dos enfermeiros exercendo sua funo administrativa. Fator fundamental para a funo de administrador\gerente de enfermagem a capacidade de liderana do profissional enfermeiro, podendo levar a uma eficcia e eficincia da organizao, apesar de haver diversos estilos de liderana.

A administrao de enfermagem no das mais fceis e simples tarefas, devido na ausncia de prticas voltadas para as mudanas conceituais administrativas, entendida pelo administrador de enfermagem. Um dos modos que so de importncia funo e valorizao da enfermagem o controle, que muitas vezes se sobrepe a outras funes do processo administrativo. Vrios obstculos tm sido encontrados nas organizaes hospitalares geralmente relacionadas aos programas e dos elementos estruturais, podendo inviabilizar os objetivos que foram traados anteriormente.

O administrador deve desenvolver um tipo de organizao de que cujas caractersticas se adquem ao trabalho a ser realizado. A aplicao dos programas de qualidade tem focado, principalmente no setor pblico, meramente aspecto instrumental. As medidas dos programas de qualidade tem tido pouco impacto sobre a reduo dos custos do setor sade, o que nos demonstra um alcance circunscrito dos programas nesse sentido de reduo de custos.

No Brasil so limitadas as informaes para tirar alguma concluso sobre este tema, devido, em grande parte, a pouca implementao de sistemas de controle de qualidade nos hospitais. Uma abordagem mais complexa nos termos de poltica se faz necessrio para a superao destes problemas.

Fica clara a preciso de que o enfermeiro e o administrador hospitalar devem interatuar para que a assistncia proporcionada ao paciente seja consecutivamente visualizada como o objetivo primordial a ser atingido, consistindo no ponto de partida para uma prtica administrativa adequada do enfermeiro.

Portanto a organizao do conhecimento da enfermagem sobre administrao no pode ser desmembrado dos referenciais da cincia da administrao nem tampouco se limitar a reproduo destas. Acreditamos que a incorporao de novas atitudes suceder de forma gradativa na enfermagem, pois as caractersticas da gesto clssica de acordo com a histria so marcantes nessa profisso.

ENTENDENDO A ADMINISTRAO EM ENFERMAGEM

A administrao uma cincia multidisciplinar visto que os conhecimentos da mesma se advm e se aplica em diversas reas, no qual a importncia desta cincia nos servios de enfermagem tambm so preciosismos. Com este estudo tentou-se explorar a aplicao da cincia da administrao no cotidiano dos profissionais de enfermagem, especificamente a aplicao do conceito chave da administrao no processo gerencial do enfermeiro. Para isso foi realizada uma reviso de literatura na qual abordou temas como: teorias da administrao, administrao em enfermagem e processo gerencial do enfermeiro. No final entendeu-se que os conceitos de administrao esto fortemente entrelaados com ao processo gerencial do enfermeiro. Observou-se que os conceitos analisados, ao serem aplicados por esses profissionais eles se do de uma forma simultnea, no ordenada e variando relativamente com as circunstncias especficas de cada hospital.

1. INTRODUO

Olhando a administrao como um corpo de conhecimentos organizados, esta "arte-cincia" vem ganhando espao em todas as espcies de organizaes; ainda tendo em vista que a administrao se desmembra em diversas partes, o processo administrativo embora seja visto de uma forma especfica ele est associado a todos os aspectos da vida humana, tanto na esfera profissional, quanto no familiar e no social.

Tomando como apoio o fato de que a administrao se aplica em todos os departamentos da vida, a enfermagem tambm se inclui nessa globalizao. A enfermagem formada por uma equipe onde se encontra profissionais auxiliares de enfermagem, tcnicos em enfermagem e o enfermeiro que por sua vez o lder da equipe, ele tem como objetivo de conduzir os membros de sua equipe realizao de determinadas tarefas onde se espera a eficincia e a eficcia da mesma e dessa forma que se observa a administrao na enfermagem.

O presente trabalho buscou discorrer sobre o conceito de administrao no processo gerencial do enfermeiro; analisando a aplicabilidade da cincia da administrao nesta esfera da sade, fazendo uma correlao teoria e prtica dos dois campos de atuao, onde o corpo de conhecimentos da primeira serve de base para melhorar o desempenho desses profissionais de sade na execuo da suas tarefas. Mais especificamente, trouxe a discusso das quatro palavrinhas que apresentado ao se definir a administrao (organizar, planejar, executar e controlar) para o processo gerencial do enfermeiro.

2. UMA BREVE REVISO DA TEORIA GERAL DA ADMINISTRAO

A palavra administrao originou-se do latim, sendo, ad (direo, tendncia para) e minister (subordinao ou obedincia) e tem como significado a realizao de uma funo sob o comando de outrem, ou seja, a prestao de um servio a outro.

J como disciplina, a Administrao pode ser compreendida como integrao e coerncia entre o conhecimento das diferentes reas da atividade humana, aplicadas s organizaes, tendo em vista a sua sobrevivncia, sua eficincia e sua eficcia. E o Raymundo (2006), caracteriza a administrao como um conjunto de atividades multicientfico e multidisciplinar, ou seja, uma cincia que se aplica em todas os departamentos da vida antiga e moderna.

Procurando trazer uma definio para o ambiente macro das empresas ou organizaes, Maximiano (2009), define administrao como o processo de tomada de decises utilizao de recursos para realizao de objetivos. Para o autor o processo de deciso no simplesmente tomar decises sem nenhuma estrutura, mas sim a partir dos recursos disponveis no momento da deciso.

Raymundo (2006) acrescenta que administrar o processo que conduz as pessoas realizao de determinados trabalhos, pois necessrio que exista no administrador a capacidade de influenciar as pessoas a realizarem suas tarefas.

Ainda Maximiano (2004), acredita que administrar agir, o processo de tomar decises e realizar aes que compreende cinco processos principais: organizao, planejamento, execuo, liderana, e controle (sublinhados acrescentados). Estes so os principais elementos que caracterizam a definio da administrao, o principal conceito adotado neste artigo, visto que a inteno correlacionar esta definio com o processo gerencial do enfermeiro. Demonstrar-se-, mais a frente, como esses elementos se enquadra no trabalho do enfermeiro.

Com essa breve conceituao da cincia da administrao, ser apresentada logo a seguir as principais teorias desta disciplina e mais tarde se retornar a definio da administrao:

2.1 Teoria da Administrao Cientfica

Quando se fala desta primeira corrente da administrao como cincia o destaque vai para o engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor. Ele observou ao longo de sua carreira a deficincia das produes fabris, tais como: ausncia de noo clara de diviso de responsabilidades; muitos trabalhadores no cumpriam seu dever; as decises dos administradores eram baseadas em intuies e palpites; os departamentos das empresas no eram integrados, aos trabalhadores eram delegadas funes onde no possuam habilidade, dentre outras deficincias. Tendo em vista os problemas das produes fabris, Taylor achou por bem desenvolver o "estudo sistemtico e cientfico do tempo", o que consistia em cronometrar o tempo em que os funcionrios produziam determinados produtos no maior ritmo possvel. Este estudo tinha como objetivo analisar o tempo necessrio para o desenvolvimento de determinadas tarefas e o salrio correspondente.

Ao passar dos anos Taylor observou que a questo do tempo e salrio unicamente no solucionaria o problema. Ento desenvolveu uma nova pesquisa que visava o aprimoramento dos mtodos de trabalho. Assim sendo ele apresenta uma nova concepo dos princpios da administrao de uma empresa, que so eles: Seleo e treinamento de pessoal, salrios altos e baixos custos de produo, identificao de como executar a tarefas da melhor maneira possvel e cooperao entre trabalhadores e administrao. Ainda outros aspectos foram abordos, entre eles: padronizao de ferramenta e equipamentos, sequenciamento e programao de operaes, estudo de movimentos, Convenincia de uma rea de planejamento, cartes de instrues pagamento de acordo com desempenho e clculos de custo. Aps esses estes estudos guru da teoria da administrao cientfica agregou ao seu estudo que o incentivo individual ao trabalhador atenderia o desejo do ganho material estimulando assim o crescimento pessoal.

2.2 Teoria clssica da administrao

A teoria de administrao clssica foi fundada por Henry Fayol logo aps a primeira guerra mundial (1914-1917) e tem como ponto de parida o estudo cientfico da administrao. Fayol apresentou como novidade em sua poca a necessidade de um ensino organizado e metdico de administrao para formar administradores. A teoria clssica tem como estrutura a organizao; e ele acreditava que o comportamento administrativo deveria ter como modelo a organizao militar, ou seja, um sistema de hierarquizao. Onde haja uma cadeia de comando interligando as posies e definindo quem se subordina a quem.

Portanto, pode-se ver que a teoria clssica aborda a constituio de uma organizao baseada em uma cadeia de comando,pela qual existe um corpo executivo que controla todo um grupo de pessoas que hierarquicamente se subordinam.

2.3Teorias das relaes humanas

Na dcada de 1930 psiclogos e cientistas sociais, afirmavam que o homem s trabalha por dinheiro. Acreditavam que as aplicaes da administrao cientfica eram insuficientes para o xito profissional. Essas colocaes trouxeram resultados desagradveis como a desumanizao do trabalho, tendo em vista o modo rgido de superviso para realizao de tarefas. Os estudiosos da poca percebiam que a rigidez das normas de trabalha dificultava o relacionamento dos trabalhadores em meio ao ambiente de trabalho.

Helton Mayo, o mais importante contribuinte para a escola das relaes humanas realizou um estudo que visava em principio entender a produtividade e luminosidade no local do trabalho. Esperava-se que ao aumentar a luminosidade aumentaria o desempenho dos trabalhadores, assim como se diminusse a luminosidade, diminuiria o desempenho dos trabalhadores. No entanto ao trocarem as lmpadas por outras de uma mesma potncia notou-se a queda do desempenho dos trabalhadores levando a concluso de que o que realmente poderia levar em considerao era o estado psicolgico dos trabalhadores. Foi analisado ento outros fatores como horrio de descanso e alimentao. Porm os resultados foram diferentes do esperado, pois se notou novamente a influncia de fatores psicolgicos. Enfim foi realizado outro experimento pelo qual foi separado um grupo de seis trabalhadores e colocado sob uma superviso mais branda onde foi encontrado um resultado satisfatrio, pois os trabalhadores se sentiam mais liberdade e motivao. Portanto com esta escola descobriu-se o "homem social" da organizao.

2.4Teorias de sistema

A abordagem da teoria de sistema foi desenvolvida pelo Bertalanffy, que iniciou um movimento intelectual visando uma cincia unificada. Sistema seria "um conjunto de elementos que inter-relacionam de forma coesa e integrada, buscando atingir determinado objetivo". Mais tarde ela obteve a projeo definitiva a partir do trabalho de Katz e Kahn no ano de 1987.

A abordagem da estrutura de sistema relaciona a estrutura (organizao) com o meio que lhe d suporte e afirma que a maneira de manter a organizao fortalecer os seus recursos humanos que a fonte motivadora da mesma. A palavra sistema est intimamente ligada com a palavra ambiente. O sistema necessita de constantes informaes vindas do ambiente, para ser analisado o desempenho de produo a fim de atingir os seus objetivos.

O pensamento desses autores leva a crer que a comunicao a essncia de uma organizao, visto que atravs da comunicao os diversos departamentos das instituies se interligam.

2.5Teorias Contingenciais

Uma caracterstica importante da teoria da contingncia que no se consegue sucesso na organizao partindo de um nico ponto, necessria diversidade de alternativas para encaminha estudos, demandas organizacionais e problemas.

Contingncia significa eventualidade, incerteza, ou seja, a teoria da contingncia aborda as diferentes formas de administrar, a forma de administrar "relativa", envolvendo uma srie de fatores, assim sendo, a maneira que uma organizao deve ser administrada est condicionada ao ambiente em que ela est inserida.

O fato da teoria de contingncia considerar a forma de administrar relativa, dependendo do ambiente em que a organizao est envolvida limita o processo administrativo, pois no estabelece nenhuma tcnica padro, e por outro lado enriquece as habilidades do administrador.

3. ADMINISTRAO EM ENFERMAGEM

3.1 Conceitos de enfermagem

A prtica de enfermagem uma das principais atividades profissionais da rea de sade, onde se abrange diversos departamentos de atuao. Em funo do desenvolvimento tcnico-cientfico e de sua prtica profissional, a enfermagem uma profisso que vem evoluindo muito ao longo dos anos. Para esses dois autores a enfermagem um conjunto de cincias humanas e sociais, uma profisso que vem evoluindo consideravelmente ao longo dos anos e vem sendo estudada e atravs disto observa-se uma grande contribuio de sua parte para o desenvolvimento de seu pessoal.

Rothbarth, Wolff e Peres (2009) entendem que a mais importante responsabilidade do enfermeiro a assistncia em sade e tem como foco a excelncia de atendimento buscando o bem estar do cliente. A profisso de enfermagem exige de eu profissional um perfil que agregue um conjunto de caractersticas que o capacite para exercer sua profisso da melhor e mais adequada maneira possvel, sendo algumas delas: agilidade, decises assertivas, criatividade e agregao de valores instituio onde trabalha. necessrio tambm que o enfermeiro esteja sempre buscando atualizao dos seus conhecimentos e tcnicas de trabalho, que seja capaz de atuar em diferentes campos de ao, oferecendo uma assistncia de excelncia em todos os setores em que atuar.

Segundo Arone e Cunha (2007), so atribuio do enfermeiro prestar ao cliente uma assistncia satisfatria e isenta de riscos a fim de passar confiana e desta forma contar com a colaborao do cliente para todo tipo e assistncia que for necessria ao mesmo.

3.2 Lideranas em enfermagem

Considerando que o enfermeiro o principal responsvel por sua equipe e tem como objetivo a realizao de determinadas atividades pelas quais depende do desempenho de sua equipe para realizao de uma forma eficiente, entende-se que necessrio que haja no enfermeiro o perfil de lder, para que assim estimule e influencie sua equipe a alcanar os objetivos.

A palavra liderar vem do verbo ingls to lead e significa, conduzir, dirigir, guiar, comandar, persuadir, encaminhar. O primeiro registro dessa palavra foi no ano 825 d.C. Os diversos conceitos ligados a ele esto ligados ao latim, ducere, que no portugus significa conduzir. Entre as dcadas de 30 e 40 a palavra lead foi adaptada ao portugus significando lder, liderana, liderar.

Os primeiros estudos realizados sobre liderana tm a tendncia de classific-la como a capacidade de influenciarem seus respectivos liderados em prol de um objetivo comum, assim sendo liderana pode ser definida como o processo de coordenar e influenciar determinadas tarefas de membros de grupos variados.

comum o uso do termo liderana para definir a pessoa que est no comando, ou seja que est a frente de uma equipe e junto a ela busca um objetivo nico. Enquanto liderana o processo de conduo de pessoas, a capacidade de influenciar e motivar as pessoas lideradas realizao de uma tarefa da melhor maneira possvel de acordo com os objetivos do grupo ou da organizao.

A liderana fator capaz de harmonizar a exigncia das organizaes com a necessidade das equipes. um processo que abrange todos os departamentos da vida, sejam eles familiares, acadmicos, trabalhistas, sociais e muitos outros mais. A liderana manifestada todas as vezes que aplicada a influncia sobre outras pessoas a fim de se realizar algum objetivo.

Em quanto viso do administrador focada para o resultado final, a do lder voltada para o objetivo inicial, inspirando as pessoas a traar seus objetivos.

O sucesso dos lideres esto entrelaados ao sucesso das pessoas ao seu redor, havendo uma atuao harmnica entre eles.

Segundo Souza e Soares (2006), o exerccio da liderana uma das principais responsabilidades do enfermeiro tendo em vista que ser lder e saber administrar condies absolutamente necessrias para o eficiente desenvolvimento do trabalho do profissional de enfermagem. Assim sendo podemos observar a importncia da realizao de liderana nos servios de enfermagem.

Ainda Hunter (2004), afirma que ser lder no apenas influenciar, mas sim ter a capacidade de servir ao prximo. O autor acreditar que quando a pessoa se disponibiliza a servio de um outro algum, isso causa um impacto profundo, onde a satisfao o retorno.

3.3 Aplicao da administrao em enfermagem

Ao longo dos anos a prxis da enfermagem tem contribudo muito para o desenvolvimento da profisso o que faz com que ela necessite do apoio de outras cincias como a administrao para a sua expanso.

A administrao participativa no que diz respeito democratizao das tomadas de decises, estabelece uma melhor satisfao e aumento de produtividade no trabalho.

A enfermagem busca na administrao uma cincia capaz de tornar a profisso operacionalmente racional, tendo em vista que administrao defendia como um instrumento de qualquer organizao e que pode ser aplicada em qualquer rea.

Ao longo deste estudo vimos que o administrador tem como funo: planejar, organizar, coordenar, executar e avaliar os servios de uma organizao. Assim como o administrador o enfermeiro tambm exerce essa funo no que diz respeito aos servios de

bem verdade que em algumas ocasies tem sido necessrio que o enfermeiro resolva questes que no so de sua responsabilidade, fazendo com que ele se sinta sobrecarregado pondo em risco a eficcia de seu trabalho.

Visando o acmulo de responsabilidades entende-se que necessrio que o enfermeiro/ administrador na resoluo de problemas busque no somente solues imediatistas, ou seja, em curto prazo, mas tambm a mdio e longo prazo, atravs de planejamento e organizao evitando assim o acmulo de situaes problemticas e o estresse e sobrecarga enfermeiro prejudicando assim seu desempenho.

3.4Processos Gerenciais do enfermeiro

Segundo Weirich (2009), a gerncia deve ser entendida atribuio dos dirigentes na perspectiva de construo de um objetivo a fim de atender s necessidades da populao voltada para integralidade de atendimento.

Para Pesut e Herman (1998) o processo de enfermeiro oferece outro sistema terico de resoluo dos problemas e tomada de deciso. Os educadores de enfermagem identificam o processo de enfermagem como um modelo eficiente de tomada de deciso. necessrio que o enfermeiro tenha competncia para assumir a responsabilidade de gerenciar, tendo em vista que o gerenciamento de enfermagem corresponder a coordenar os servios de assistncia em enfermagem e de tomada de decises a fim oferecer uma assistncia de qualidade. O enfermeiro deve estar sempre aprimorando suas competncias gerenciais, o que pode ser feito atravs de cursos, cursos de especializao, educao continuada, dentre outros.

E outro elemento importante no processo gerencial do enfermeiro a ser considerado o que Weirich (2009) salienta: uma caracterstica importante nas praticas gerenciais a incluso das relaes humanas, onde viabiliza as prticas para a administrao do trabalho de pessoas. Outro aspecto a ser salientado que no compete ao enfermeiro somente identificar a cultura da organizao e sua influncia no processo de gesto, mas tambm a compreenso de como aprendida e disseminada essa cultura pelos seus integrantes, possibilitando assim suas aes gerenciais.

Voltando ao objetivo geral deste artigo, a seguir apresenta-se a definio comum de administrao como sendo o processo que inclu o administrar na esfera do trabalho do enfermeiro:

Planejamento: planejar se consiste em arquitetar um plano, analisar recursos, criar uma estratgia para realizao de um objetivo.

Organizao: este processo se d logo aps o planejamento e se consiste em colocar cada etapa do planejamento em seu devido lugar, ou seja, juntar as informaes e coloc-las de forma ordenadas, delegar funes e atribuir responsabilidade e autoridade a pessoas.

Liderana: aps o planejamento e a organizao, necessrio que haja uma influncia sobre as pessoas que iro realizar determinadas tarefas, motivando-as a realizarem o trabalho de uma forma eficaz.

Execuo: o processo de realizar tarefas e consumir recursos cuja sua eficcia depende da forma pela qual a motivao e influencia foi exercida atravs do lder.

Controle: onde se realiza o feedback da realizao de um objetivo, onde se verifica a mudana de estratgia, ou seja, a anlise do decorrer e da concluso de uma determinada tarefa.

Acima foi apresentado de forma breve o conceito dos termos chaves que caracterizam a definio da administrao. Por outro lado, no deixa de se fazer presente no processo gerencial do enfermeiro.

Na enfermagem, planejar e executar atividades so imprescindveis para garantir assistncia com qualidade. A funo de planejamento costuma figurar como uma das atividades desenvolvidas predominantemente pela enfermeira, dada a diviso social e tcnica do trabalho. Costuma tambm, ser associado imediatamente ao planejamento da assistncia de enfermagem ou ainda, Como uma funo das enfermeiras que desenvolvem predominantemente o processo de trabalho de gerenciamento do servio ou da unidade assistencial.

A fase de planejamento do processo administrativo um elemento essencial que antecede todas as demais funes. Sem planejamento adequado, ocorre fracasso no processo administrativo. Desse modo, planejar pode ser considerado como uma funo proativa, necessria a todos os enfermeiros para que as necessidades e os objetivos pessoais e organizacionais possam ser alcanados. Ela se inicia se inicia medida que se determinam os objetivos a serem alcanados, se definem estratgias e polticas de ao e se detalham planos para conseguir alcanar os objetivos, se estabelece uma sequncia de decises que incluem a reviso dos objetivos propostos alimentando um ciclo de planificao.

No item 3.2 j foi abordado o papel da liderana no trabalho do enfermeiro. A partir do planejamento, se d a organizao, execuo do trabalho, onde se podem incluir os demais dois elementos: a liderana e o controle. Essas funes coexistem no desempenho do trabalho do enfermeiro. Determinar quem faz o que e onde nas organizaes, assim como evidencia as relaes de autoridade e poder existentes entre os componentes organizacionais. A organizao um dos meios de que se utilizam as organizaes para atingirem eficientemente seus objetivos. E nesse processo o controle essencial, de horas, custos, salrios, horas extras, ausncia de doena, patrimnio, suprimentos, etc.

A administrao se aplica praticamente em todas as esferas da vida humana, tanto pessoal como profissional. Trazendo este corpo de conhecimentos para a esfera de sade, o trabalho do enfermeiro no cumprimento das suas funes focando o objetivo de atingir a eficincia e a eficcia no seu processo gerencial, conclui-se que h uma forte correlao dos conceitos apresentados pela administrao na enfermagem. Tentou-se colocar isso ao longo deste trabalho, mas se perceber que esse processo multidisciplinar e no se d de forma ordenada como foi apresentado. Portanto, ela trata-se de um processo que acontecesse simultaneamente e dependendo de cada circunstncia especifica, assim com na teoria contingencial, a qual se observa a maior aproximao do processo gerencial do enfermeiro.

3. ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM INTEGRAL EM TODAS AS FASES DO DESENVOLVIMENTO HUMANOO debate acerca do funcionamento do Sistema nico de Sade (SUS) e da necessidade de melhoria dos servios prestados populao brasileira coloca em evidncia o tema assistncia integral/ integralidade da assistncia. Integralidade um conceito com mltiplos entendimentos, dificultando sua apreenso nas

realidades concretas do trabalho em sade; porm, o termo tem sido utilizado para designar uma das diretrizes bsicas do SUS, institudo pela Constituio de 1988, bem como uma

bandeira de luta, um enunciado de certas caractersticas do sistema de sade, de suas instituies e prticas, as quais so desejveis(1:39-63). Destacam-se um conjunto de sentidos que traduzem condies que se aproximam do ideal de assistncia integral ou da integralidade da assistncia.Segundo essa perspectiva, integralidade aproxima-se de uma prtica dos profissionais de sade que se distancia da reduo do paciente ao aparelho ou sistema biolgico que produziu a doena ou queixa, produzida e reforada pela

prtica hegemnica em sade. Implica em entender o ser humano em sua multidimensionalidade, considerando suas necessidades, desejos, vontades e capacidade de interferir em seu processo de vida e adoecimento(3). Representa a capacidade de repensar o trabalho em rede, a assistncia

sade nas diversas esferas de ateno, integrando os esforos empreendidos em cada nvel e ofertando aos usurios assistncia contnua. ainda relativa s configuraes de certas polticas especficas ou especiais e as formas como essas so conduzidas e diz respeito s polticas governamentais desenhadas para dar resposta a um determinado problema

de sade ou aos problemas de sade que afligem certo grupo populacional, tanto na perspectiva preventiva quanto

assistencial.

Outros aspectos referem-se organizao dos servios de sade para atender s demandas da populao por assistncia integral, organizao e gesto dos processos detrabalho dos profissionais de sade, assim como s questes

macroestruturais que incluem polticas sociais mais gerais, polticas de sade especficas e a organizao do sistema.

As polticas de sade reforam o protagonismo dos trabalhadores na organizao dos servios e na gesto do trabalho e a necessidade de prticas multiprofissionais que fomentem a inter e a transdisciplinaridade para superar a

fragmentao da assistncia. As mudanas na prtica de sade acontecem tanto nos espaos macrossociais quanto nos micro espaos de atuao; porm, o trabalho ainda predominantemente desarticulado; cada grupo profissional planeja, executa e avalia suas aes isoladamente, sem a necessria articulao interdisciplinar, a qual poderia potencializar a integralidade das aes.

necessrio repensar o modo como os profissionais de sade organizam seus processos de trabalho para responder a esses indicativos.

Na enfermagem, tem-se debatido a fragmentao do cuidado a partir do modo de organizao do trabalho, que, no Brasil, agravado pelas condies de trabalho e pela composio da equipe, composta de profissionais com diferentes nveis de formao e

com competncias diferenciadas para enfermeiros, tcnicos e auxiliares de enfermagem. Tradicionalmente, o trabalho organizado pela distribuio de tarefas parcelares entre os diferentes trabalhadores, considerando a formao e o quadro de pessoal disponvel. O enfermeiro realiza os cuidados

de maior complexidade e coordena, planeja e avalia os cuidados prestados pela equipe de enfermagem. Esse modo de organizao do trabalho compromete a viso do sujeito integral, gerando fragmentao da assistncia e afastando se dos indicativos de assistncia integral/integralidade.

Estudos nacionais que tratam do trabalho da enfermagem apontam dois modos principais de organizao e distribuio de cuidados entre os integrantes da equipe

de enfermagem: o modelo funcional de distribuio dos cuidados baseia-se na diviso por tarefas. Cada trabalhador executa os cuidados de forma fragmentada, sem articulao com o todo assistencial, distanciando-se do resultado global da assistncia e das necessidades da pessoa a ser cuidada.

Parte-se das tarefas para padronizar as necessidades dos doentes e no dos doentes para a definio das tarefas.

Enfatiza-se a tcnica a ser realizada e a necessidade do usurio do servio se perde em meio ao nmero de procedimentos a ser executados; o doente se torna to somente

o lugar em que so realizadas as tarefas; o modelo de distribuio integral dos cuidados representa a prestao de todos os cuidados a um ou mais pacientes por uma nica pessoa durante um turno de trabalho. Esse modelo possibilita uma viso mais global das necessidades do paciente/cliente, tornando o trabalho potencialmente mais criativo, trazendo, ainda que com limites, benefcios para o paciente e para o trabalhador.

Os indicativos de integralidade da assistncia no mbito do SUS e a compreenso do papel da enfermagem na construo dessa prtica nos levaram a buscar identificar na literatura nacional de que modo a enfermagem tem repensado os

modos de organizao do trabalho e a distribuio dos cuidados entre os integrantes da equipe de enfermagem.A enfermagem uma profisso que exerce diversas funes e responsabilidades no cuidado com a sade. O cuidado ao ser humano, individualmente, na famlia ou na comunidade, atravs de atividades de promoo, preveno, recuperao, reabilitao sade e trabalho em equipe, so algumas das caractersticas que definem a enfermagem, mas tem tambm uma dimenso educacional, para a promoo da auto-suficincia em sade.

Ao analisarmos as polticas de sade e programas de assistncia sade da criana, preconizadas por rgos oficiais, percebemos a importncia do profissional enfermeiro no processo de acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil.

Diante disto, o enfermeiro que assiste a criana deve enfocar seu cuidado no somente na doena, no biolgico, mas perceber que a criana um ser social em desenvolvimento, que necessita ser atendida conforme sua situao social, cultural, psicolgica, econmica, etc. Alguns trabalhos evidenciaram esta abordagem:

(...) a dimenso histrico- social do cuidado criana abriga questes sociais, culturais, polticas e econmicas agregadas s questes biolgicas.(...) a necessidade da enfermeira reconhecer as crenas que acompanham cada prtica de cuidado materno ajustando s crenas, valores e modo de vida das pessoas .A sistematizao da consulta de enfermagem e a identificao dos diagnsticos de enfermagem tm contribudo para uma maior eficcia das aes do enfermeiro focalizando as intervenes necessrias para cada paciente, nas suas necessidades e dificuldades, na sua compreenso da doena, no contexto familiar e comunitrio, e no somente na doena Estes trechos nos mostram que devemos desenvolver nossa prtica de acordo com o contexto scio-econmico-cultural de cada criana e famlia. O cuidado da criana e a preocupao em lev-la idade adulta de forma saudvel continuam sendo responsabilidade da famlia, em nossa cultura, mais especificamente da me, porm quando a unidade bsica de sade procurada por esta me, ela necessita de orientaes que condizem com seu entendimento e o contexto no qual vive. Entra neste momento, o papel de educador da enfermeira, o qual permeia todas suas atividades. E este educar deve ser adaptado ao tipo de clientela, ao seu contexto social e cultural.

Para desenvolver aes de educao em sade voltadas para a populao infantil preciso reconhecer primeiramente os fatores determinantes que levam a criana a adoecer e/ou a tornar-se mais vulnervel. Para isto se faz necessrio conhecer o contexto de vida dessa populao.

No processo de educao em sade, as informaes no devem ser repassadas pelo enfermeiro sem considerar as subjetividades, as necessidades, os conhecimentos e o contexto no qual est inserida a criana e sua famlia. A educao em sade deve ser um momento de trocas, de dilogo e de compartilhamento de informaes. Para que as aes de educao se concretizem, as informaes/saberes populares devem ser identificadas e, com a atuao da equipe de sade, reforadas, lapidadas e adaptadas em prol de uma melhor qualidade de vida(19).

O enfermeiro, enquanto orientador, educador, deve proporcionar s mes conhecimento satisfatrio, para que estas possam desenvolver o seu cuidado com a criana da melhor forma possvel. Alguns trabalhos nos mostram a importncia desta funo da enfermeira:

(...) os cuidados de enfermagem incluem orientar e incentivar para que haja uma maior participao materna e assim aumentar a capacidade das mes em cuidarem de seus filhos no domiclio (.O trabalho na sala de vacinas possibilita enfermagem ser um dos profissionais da rea da sade que mais faz contatos com a criana e famlia nos primeiros 15 meses de vida. E toda ao que a enfermeira desenvolve tem fim pedaggico, humano .A tese(14) ao analisar as representaes sociais da prtica de enfermagem no interior dos programas de ateno sade da criana em UBS, identificou como uma das categorias empricas, enfermeira orienta, que:

(...) representa a prtica de enfermagem na ateno sade da criana como um instrumento de ao verbal que emitem vrios sentidos como: informar, educar e aconselhar as mes na preveno de doenas mais frequentes.As aes de educao em sade so inerentes ao processo de trabalho das equipes de sade da ateno bsica, que prestam atendimento criana e com a inteno de produzir promoo e preveno da sade infantil.

Ao buscar a qualidade de ateno sade da criana essencial o envolvimento dos profissionais, dos usurios e dos gestores para alm do contexto meramente clnico, e proporcionar a mudana do modelo de ateno sade, principalmente na busca do sentido da integralidade.

(...) a enfermagem deve conscientizar-se do seu papel transformador, porque a interao com o outro, a intersubjetividade, o dilogo so essenciais para a busca da qualidade de vida, do autocuidado, da cidadania.(...) a enfermeira deve ter conscincia da importncia do seu papel, capaz de realizar transformaes possveis, executar um trabalho com qualidade, conhecer e atuar sobre as necessidades da populao .(...) acompanhar uma criana na consulta de enfermagem em puericultura, no se resume em apenas pesar e medir, mas tambm associar a esta um olhar holstico sobre as condies de sade da criana e da famlia, bem como, acompanha o seu desenvolvimento biopsicossocial .(...) a importncia de se engajarem (enfermagem) no trabalho da vigilncia sade como uma proposta de mudana profunda no processo de trabalho .Promover aes mais integrais remete a maior autonomia e independncia da populao em relao ao seu prprio processo sade-doena.Para atendermos de forma mais humanizada e individualizada a me e a criana, e garantir a integralidade da assistncia, no podemos dissociar o contexto educativo e cultural, respeitando seus modos de vida .

Cabe aos profissionais defender a integralidade como um valor a ser sustentado e defendido nas suas prticas, ou seja, um valor que se expressa na forma como os profissionais respondem aos pacientes que os procuram. E ainda acrescenta o autor(20) que buscar compreender o conjunto de necessidades de aes e servios de sade que um paciente apresenta seria, assim, a marca maior do sentido de integralidade.

A todo RN ser garantido uma primeira consulta peditrica, onde o mdico estabelecer o risco propondo uma rotina de atendimento, de acordo com o projeto teraputico individual ou coletivo, bem como consulta de enfermagem, onde ser

elaborada a Sistematizao de Assistncia de Enfermagem.

O enfermeiro realizar novas consultas de Enfermagem para evoluir e adequar as prescries para atendimento de enfermagem posteriores.

Para tanto propomos um modelo de Prescrio padro de Enfermagem para crianas eutrficas de baixo risco de 0 a 6 meses, de 6 a 12 meses e de 12 a 24 meses, e tambm uma sugesto de primeira consulta de enfermagem.

Primeira consulta de enfermagem na puericultura:

Promover ambiente agradvel, livre de corrente de ar e privativo. Observar eanotar interao me e filho. Aproveitar este momento para perguntar sobre a sade da me e agendamento da reviso de parto.

Anamnse de enfermagem 1. Relato da me sobre o parto

2. Averiguao do cumprimento de prescrio mdica da primeira consulta

3. Peso/estatura/apgar e intercorrncias ao nascer

4. Exame fsico:

a. Peso

b. Estatura

c. PC/PT

d. Fontanelas e couro cabeludo

e. Fcies

f. Pele e mucosas

g. Traxh. Abdome

i. Genitais

j. Membros

k. Reflexos

5. Alimentao

6. Eliminaes

7. Sono e repouso

8. Condies de higiene

9. Membros da famlia ou da comunidade envolvidas no cuidado da criana

10. Condies de moradia (tipo da casa, nmero de cmodos e moradores, saneamento)

11. Ocupao da me. Se trabalha, com quem fica a criana

Diagnsticos de enfermagem/levantamento de problemas (individual)

Prescrio de enfermagem (individual) - de acordo com o desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) para a idade, aleitamento materno, higiene corporal e oral, vacinao, distrbios do aparelho digestivo (soluo, regurgitao, espirro,

vmitos espordicos, constipao fisiolgica, clica).

Avaliao e prescrio de Enfermagem para crianas eutrficas (0-6 meses)

1. Lavar as mos com gua e sabo antes de manusear os bebs;

2. Pesar e medir o beb sem roupa, em ambiente livre de corrente de ar e aquecido no inverno;

3. Registrar no grfico de crescimento o peso e a altura da criana; Encaminhar ao Enfermeiro em caso de discordncia com a curva padro;

4. Observar e anotar o tipo de roupa que o beb est usando (observar presena de alrgenos, l, acrlicos) e as condies de higiene da roupa;

5. Registrar em pronturio as condies higinicas da criana (couro cabeludo, unhas, cicatriz umbilical, perneo e dobras);

6. Orientar banho de sol antes das 10 horas e aps as 16 horas, progressivamente (5, 10, 15 minutos), realizando mudana de posio (ventral e dorsal);

7. Orientar sobre lavagem de fraldas de pano e roupas do beb: dever ser utilizado somente sabo em pedra. Enxaguar as roupas em mistura de gua e vinagre (uma colher de vinagre para cada litro de gua); no usar sabo em p e/ou amaciante;8. Verificar carteira vacinal, em caso do atraso, encaminhar sala de vacinao;

9. Inquirir a me sobre hbitos alimentares, segundo o que foi orientado pelo Mdico e/ou Enfermeiro;

10. Observar e anotar reaes esperadas para idade (apreenso de objetos, riso social, acompanha objetos com olhar);

11. Demonstrar massagem de alvio para clica;

12. Orientaes para desobstruo nasal;

13. Orientar a me/ responsvel sobre preveno de acidentes na infncia:

No utilizao de travesseiros grandes

Manuteno da vias areas prveas

No oferecer alimentos com a criana em decbito dorsal

Utilizar cinto de segurana em veculos, dentro de cadeiras adequadas e no banco traseiro

Evitar ambientes fechados e aglomerados

No colocar o beb para dormir na mesma cama com os pais

Colocar o beb para dormir em local protegido por grades ou similar.

14. Ensinar a me/ responsvel a ler termmetro;

15. Orientar brinquedos adequados;

16. Questionar a me/ responsvel sobre dvidas e/ ou necessidades e discutir com a Enfermeira;

Avaliao e prescrio de Enfermagem para crianas eutrficas (6-12 meses)

1. Lavar as mos com gua e sabo antes de manipular o beb

2. Posicionar o beb confortavelmente, oferecendo brinquedos e descrever atitudes, reaes e interesse; e a interao me e filho

3. Pesar e medir o beb sem roupa

4. Registrar hbitos intestinais, urinrios e alimentares e reforar as orientaes j fornecidas pelo Mdico e/ou Enfermeiro

5. Verificar carto vacinal: em caso de atraso, encaminhar sala de vacinao

6. Registrar no grfico de crescimento o peso e a altura; encaminhar ao enfermeiro em caso de discordncia com a curva padro

7. Orientar sobre preveno de acidentes na infncia:

Proteger tomadas eltricas e/ ou fios eltricos

Afastar objetos pequenos e/ ou quebrveis do alcance da criana

Proteger quinas de mveis

Afastar a criana de degraus e escadas

Fechar tampa do vaso sanitrio

Manter fora do alcance da criana produtos de limpeza, venenos e medicamentos e eletrodomsticos que produzam calor (fogo, ferro etc)

8. Registrar as interaes sociais do beb (frequenta creches/mes na comunidade/casa de parentes e vizinhos)

9. Observar e anotar reaes esperadas para a idade

Avaliao e prescrio de Enfermagem para crianas eutrficas (01 - 02 anos)

1. Lavar as mos com gua e sabo antes de manipular a criana;

2. Estabelecer contato amistoso com a criana, oferecendo brinquedos, realizar perguntas sobre a criana e seu meio;

3. Pesar e medir a criana; Registrar no grfico de crescimento o peso e a altura da criana; Encaminhar ao Enfermeiro em caso de discordncia com a curva padro;

4. Registrar hbitos intestinais, urinrios e alimentares; Reforar as orientaes j fornecidas pelo mdico e/ou enfermeiro;

5. Verificar carto vacinal: em caso de atraso na aplicao de vacina, encaminhar sala de vacinao;

6. Registrar as respostas da criana aos estmulos e a postura da me durante o atendimento.

7. Anotar as atividades scio-educativas das quais a criana participa (creches, escolas, casa de familiares) e dinmica familiar no cuidado criana.

8. Registrar relatos da me sobre patologias da infncia que a criana tenha apresentado e no tenha comparecido unidade.

9. Questionar a me sobre dvidas e/ou necessidades e encaminhar ao enfermeiro.

10. Orientaes de higiene bucal.

11. Orientaes de desenvolvimento neuropsicomotor.

12. Orientar sobre a preveno e acidentes na infncia

Manejo dos Problemas mais comuns na Infncia (0-2 anos)

Clica - Comum aparecer durante ou aps as mamadas at o 4 ms de vida.

Soluo: manter o beb em posio ventral, fazer massagem e aplicao de calor no abdome; verificar e orientar alimentao materna. Se necessrio consultar pediatra.

Conjuntivite - Presena de secreo nos olhos devido ao uso do nitrato de prata no nascimento.

Soluo: limpeza com gua fervida ou soro fisiolgico sempre que houver secreo. Se necessrio consultar pediatra.

Obstruo nasal - Conhecido como nariz entupido, freqente at o 4 ms de vida.

Soluo: Lavar as narinas com 1ml de soro fisiolgico 0,9%, antes de cada mamada. Se necessrio consultar pediatra.

Monilase oral - Conhecido como sapinho, a infeco causada por Cndida albicans.

Soluo: Higiene oral com gua bicarbonatada (1 colher de ch de bicarbonato de sdio para 100 ml de gua fervida); limpeza dos seios com gua filtrada ou fervida antes e aps cada mamada; ferver mamadeiras e bicos diariamente. Se persistir, solicitar avaliao do enfermeiro para tratamento segundo protocolo de aes estabelecido pela instituio, se necessrio.

Dermatite perineal - Conhecida como assaduras, dermatite de fraldas ou amoniacal.

Soluo: higiene com gua e sabonete neutro a cada troca de fralda, manter pele seca, banho de sol e uso do amido de milho. Avaliar outras dermatites e solicitar avaliao do enfermeiro para tratamento segundo protocolo de aes estabelecido pela instituio, se necessrio.

Regurgitao - Soluo: manter o beb apoiado no colo aps as mamadas em posio vertical. Evitar trocas de fraldas e manuseios bruscos aps as mamadas. Ao coloc-lo no bero, mant-lo em decbito lateral e cabeceira

elevada.

Miliria - Erupo cutnea causada pela reteno de suor na pele com consequente formao de vesculas. Os RNs podem apresentar miliria nos

dias mais quentes, durante processos febris ou situaes que favoream sudorese intensa. Localizam-se, frequentemente, em reas de flexo da pele (pescoo, axilas e virilhas), regio frontal e dorso.

Soluo: manter o beb em local ventilado, usar roupas leves, evitar banhos muito quentes ou sabonetes em excesso, dar preferncia a sabonetes neutros.

Ndulo mamrio - Ocorre em ambos os sexos devido a presena de excesso de hormnio feminino.

Soluo: no existem medidas teraputicas, desaconselha-se expresso da mama, se houver sinais de inflamao consultar pediatra.

Dermatite seborrica - Descamao oleosa do couro cabeludo e eritema

difuso constituindo a crosta lctea.

Soluo: remover as escamas com leo de amndoas, vaselina liquida,

utilizando pente fino e, se necessrio consultar pediatra.

Granuloma Umbilical - Cicatrizao incompleta do coto umbilical.

Soluo: higiene com lcool 70%, 4 vezes ao dia; cauterizao do coto com nitrato de prata em basto.

Constipao fisiolgica - Caracterstico em recm-nascidos com aleitamento materno exclusivo.

Soluo: Orientao me.

Constipao por uso de leite artificial

Soluo: hidratao oral com gua filtrada e fervida nos intervalos das mamadas, em pequenos volumes;

Orientaes Nutricionais (0-2 anos)

Alternativas alimentares

Sucos: laranja pra ou lima, mexerica, melancia, melo, abacaxi, ma, pra, goiaba, manga, acerola, beterraba, cenoura, tomate e outras da poca.

Iniciar em quantidades meio a meio de suco de frutas e gua filtrada e/ou fervida. De preferncia, no acrescentar acar.

Papa de frutas: ma ou pra raspada; mamo, banana, manga, goiaba,etc, amassadas.

Papa salgada: beterraba, cenoura, mandioca, mandioquinha, moranga,

abbora, abobrinha, berinjela, couve-flor, brcolis, vagem, espinafre, batata doce ou inglesa, mostarda, couve, repolho, chicria, acelga, chuchu, etc.

Carnes: vermelha, magra e de segunda; aves sem pele; midos de gado ou ave; peixe sem espinho.

ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM NA SADE DO ADULTO E IDOSO

O processo do envelhecimento evidente e observado com facilidade apesar de sabermos pouco sobre este fenmeno que acontece com todos os seres vivos. O indivduo idoso no constitui um ser marginal, mas exibe necessidades peculiares, de importncias variveis, que exigem ateno e conhecimento para tomar medidas e condutas que sejam adequadas para cada situao.

Envelhecer um processo dinmico, progressivo e inevitvel, pois h mudanas morfolgicas, bioqumicas, funcionais e psicolgicas ocasionando maior predisposio a processo patolgicos que acabam levando a morte.

Com o aumento da preveno de doenas atravs de programas de sade, avano da medicina e avanos tecnolgicos houve o envelhecimento populacional o que levou a nfase aos estudos geritricos e gerontolgicos.

No Brasil o IBGE (2002) calcula-se que at 2025 15% da populao total seja de idosos, no entanto os cuidadores especficos em relao populao idosa so precrios, no que se diz respeito sociedade pblica o aumento da populao idosa traduz-se em maior nmero de doenas degenerativas, crnicas do sistema cardiocirculatria, respiratria, neuropsiquitrico, digestivo e steo-articular.

A desconsiderao social, a dificuldade de subsistncia, o desrespeito individual, o abandono familiar, a ausncia de assistncia sade, a falta de perspectiva de uma vida digna so fatos observveis com exceo de sociedades onde existe forte conceito espiritual ou religioso, como em algumas tribos indgenas.

Em nosso pas, a populao em sua maioria e constituda por jovens, os estudos voltados aos idosos so recentes, a demanda por profissionais capacitados em trabalhos com os idosos grande, j que nesta faixa etria os problemas de sade so extremamente complexos exigindo a participao conjunta de diferentes reas profissionais, determinado a importncia e a significncia social das profisses voltadas para essa rea profissional.

Atualmente, de fundamental importncia que o profissional interessado nesta rea esteja atualizado nas peculiaridades anatmicas e funcionais do envelhecimento, sabendo discernir com mxima preciso os efeitos naturais deste processo (senescncia) das alteraes reduzidas pelas inmeras afeces que pode acometer o idoso (senelidade).

Pensando nessa necessidade de aprimoramento profissional para o cuidado com o idoso, no podemos de deixar de enfatizar a importncia do enfermeiro nessa fase da vida, destacando ainda o papel essencial na capacitao do cuidador do idoso.

Essa temtica foi escolhida no intuito de mostrar como e porque o enfermeiro fundamental na capacitao do cuidador do idoso, a atuao deixa de ser centralizada em um ou poucos profissionais e passa a ser dividida por aqueles que tem conhecimento, competncia e eficincia caracterstica que vo determinar a qualidade no cuidado do idoso.

O trabalho aqui apresentado trata-se de uma pesquisa bibliogrfica, abordando diversos autores que discutem sobre o idoso havendo uma investigao exploratria, descritiva e qualitativa, visando a sensibilizao do enfermeiro para o idoso, insistir na sua importncia a fim de despertar em nossa sociedade e seus familiares a necessidade de valorizao da promoo de sade da faixa etria.

Reviso da literatura

Histria do IdosoA velhice permanente e a realidade eminente. Desde o princpio do mundo sempre se dava nfase aos mais velhos pelo seu saber e experincia de vida. Assim sucessivamente passa de pais para filhos uma constante, embora em perodos mais remotos os idosos eram tratados com mais dignidade e respeito.

Na sociedade primitiva os idosos eram valorizados pela sua capacidade fsica e os homens que se mantinham vigorosos mesmo na senectude /velhice tinham mais considerao social que os que apresentavam fraquezas, enfim as patologias que acometem o individuo na velhice.

Os valores religiosos e filosficos desempenhavam um papel importante na valorizao dos idosos nas diferentes sociedades. A crena da vida ps-morte e a interveno dos espritos de modo direto ou indireto, certamente contriburam na atitude da sociedade primitiva para os idosos.

No Egito por volta de (3.000 a.C.), diversos documentos ressaltavam a obrigao dos filhos e de cuidar de seus pais idosos e de manter suas tumbas aps a morte.

Os egpcios objetivavam uma vida longa e saudvel. Viver 110 anos era um prmio por uma vida equilibrada e virtuosa. E para conseguir este objetivo eles davam grande importncia s medidas de higiene, como banhos, rituais de sudorese e vmitos.

Em (1.600 a.C.), encontramos o papiro cirrgico de Edwin Sinith, contendo recomendaes utilizadas ainda hoje como: compresso para o controle de hemorragias, sees especiais sobre doenas nos